NAAMÃ
É CURADO DA LEPRA
Texto
Bíblico: 2 Reis 5.1-10,14,25-27
“Então, desceu e mergulhou no Jor dão sete vezes, conforme
a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne de um menino, e
ficou purificado” (2Rs.5:14).
V.P.:
“Deus não
opera milagres necessariamente segundo nossas expectativas. Ele faz da forma e
no momento que lhe apraz”.
2
Reis 5:
1.E Naamã, chefe do exército do rei da
Síria, era um grande homem diante do seu senhor e de muito respeito; porque por
ele o SENHOR dera livramento aos siros; e era este varão homem valoroso, porém
leproso.
2.E saíram tropas da Síria e da terra de
Israel levaram presa uma menina, que ficou ao serviço da mulher de Naamã
3.E disse está à sua senhora: Tomara que, o
meu senhor, estivesse diante do profeta que está em Samaria; ele o restauraria
da sua lepra.
4.Então, entrou Naamã e o notificou a seu
senhor, dizendo: Assim e assim falou a menina que é da terra de Israel
5.Então, disse o rei da Siria: Vai, anda, e
enviarei uma carta ao rei de Israel. E foi e tomou na sua mão dez talentos de
prata, e seis mil siclos de ouro, e dez mudas de vestes.
6.E levou a carta ao rei de Israel. dizendo:
Logo, em chegando a ti esta carta, saibas que eu te enviei Naamã, meu servo,
para que o restaures da sua lepra.
7.E sucedeu que, lendo o rei de Israel a
carta, rasgou as suas vestes e disse: Sou eu Deus, para matar e para vivificar,
para que este envie a mim, para eu restaurar a um homem da sua lepra? Pelo que
deveras notai, peço-vos, e vede que busca ocasião contra mim.
8.Sucedeu, porém, que, ouvindo Eliseu, homem
de Deus, que o rei de Israel rasgara as suas vestes, mandou dizer ao rei: Por
que rasgaste as tuas vestes? Deixa-o vir a mim, e saberá que há profeta em
Israel
9.Veio, pois, Naamã com os seus cavalos e com
o seu carro e parou de porta da casa de Eliseu.
10.Então, Eliseu lhe mandou um mensageiro,
dizendo: Vai, e lava-te sete vezes no Jordão, e a tua carne te tornará, e
ficarás purificado.
14.Então, desceu e mergulhou no Jordão sete
vezes, conforme a palavra do homem de Deus; e a sua carne tornou, como a carne
de um menino, e ficou purificado.
25.Então, ele entrou e pôs-se diante de seu
senhor. E disse-lhe Eliseu: De onde vens, Geazi? E disse: Teu servo não foi nem
a uma nem a outra parte.
26.Porém ele lhe disse: Porventura, não foi
contigo o meu coração, quando aquele homem voltou sobre o seu carro, a
encontrar-te? Era isso ocasião para tomares prata e para tomares vestes, e
olivais, e vinhas, e ovelhas, e bois, e servos, e servas?
27.Portanto, a lepra de Naamã se pegará a ti
e à tua semente para sempre. Então, saiu de diante dele leproso, branco como a
neve.
Aqui
estão os pontos principais sobre Naamã nesta passagem bíblica:
- Sua
Posição e Problema:
Naamã era um líder militar de alta patente na Síria, um país que
frequentemente estava em conflito com Israel. A Bíblia o descreve como um
homem "grande diante do seu senhor e de muito conceito, porque por
ele o Senhor dera vitória à Síria; e era este homem um valente guerreiro,
porém leproso" (2 Reis 5:1). Essa combinação de grande poder e uma
doença debilitante torna sua história particularmente interessante.
- A
Escrava Israelita:
Uma jovem israelita, levada cativa durante uma das incursões sírias,
servia a esposa de Naamã. Ela teve a ousadia de sugerir à sua senhora que,
se Naamã procurasse o profeta em Samaria (Eliseu), ele poderia ser curado
de sua lepra.
- A
Jornada a Israel: A
notícia da possibilidade de cura chegou ao rei da Síria, que enviou Naamã
com uma carta e presentes valiosos ao rei de Israel. O rei sírio
acreditava que o rei de Israel teria o poder de curar Naamã, o que causou
grande confusão e temor no rei israelita, que se sentiu ameaçado por tal
pedido.
- O
Encontro com Eliseu:
O profeta Eliseu, ao ouvir sobre a situação, mandou dizer ao rei de Israel
para enviar Naamã até ele. Quando Naamã chegou com sua comitiva e seus
cavalos, Eliseu não saiu para encontrá-lo pessoalmente, mas enviou um
mensageiro com uma instrução simples: "Vai, e lava-te sete vezes no
Jordão, e a tua carne te tornará, e ficarás purificado" (2 Reis
5:10).
- A Ira
e a Obediência de Naamã:
Inicialmente, Naamã ficou indignado com a instrução de Eliseu. Ele
esperava um tratamento mais cerimonioso e não entendia por que deveria se
lavar em um rio aparentemente comum como o Jordão, quando os rios de
Damasco lhe pareciam superiores. Seus servos, no entanto, o persuadiram a
reconsiderar, argumentando que se o profeta tivesse pedido algo difícil,
ele certamente o teria feito, então por que não tentar algo tão simples?
- A
Cura: Naamã
finalmente cedeu e desceu ao rio Jordão, mergulhando sete vezes, conforme
a palavra do profeta. Milagrosamente, sua pele foi completamente
restaurada, tornando-se como a de uma criança.
- A Fé e
o Reconhecimento:
Após a cura, Naamã voltou a Eliseu, reconhecendo que não havia outro Deus
em toda a terra senão em Israel. Ele ofereceu presentes a Eliseu, que
recusou aceitá-los, enfatizando que a cura era um ato da graça de Deus.
- O
Pedido e a Bênção:
Naamã fez um pedido a Eliseu para levar consigo duas cargas de terra de
Israel, pois a partir daquele momento ele não ofereceria sacrifícios a
outros deuses, senão ao Senhor. Ele também pediu perdão por ter que se
curvar no templo de Rimom, o deus sírio, quando acompanhava seu rei.
Eliseu o deixou ir em paz.
- A
Ganância de Geazi: Um
detalhe importante da história é o comportamento de Geazi, o servo de
Eliseu. Movido pela ganância, ele correu atrás de Naamã e, sob um pretexto
falso, conseguiu receber presentes em dinheiro. Ao retornar, Eliseu
confrontou Geazi com sua desonestidade e a lepra de Naamã passou para ele
e seus descendentes como punição.
COMENTÁRIOS
DA BEP – CPAD
1-
NAAMÃ. A história de Naamã
demonstra a providência de DEUS (vv. 1-14), seu poder e sua graça redentores
(vv. 15-19) e seu juízo contra o pecado (vv. 20-27). A narrativa destaca a
verdade de que a graça e a salvação divinas não se limitavam a Israel, mas que
Ele queria compadecer-se dos não-israelitas e levá-los a conhecer o único DEUS
verdadeiro (ver Lc 4.18,19; 25-27).
2- LAVA-TE... NO JORDÃO. Eliseu mandou Naamã lavar-se nas águas turvas
do rio Jordão como uma simples demonstração de humildade e de obediência. Além
disso, ao fazer assim, Naamã acharia impossível atribuir a sua cura aos seres
humanos ou a meios naturais. Tanto os israelitas, quanto os sírios sabiam que o
Jordão não poderia curar lepra. Naamã precisava saber que a cura provinha
milagrosamente da graça e do poder de DEUS, mediante a palavra do seu profeta.
3- LAVA-TE E FICARÁS PURIFICADO.
Este trecho, juntamente com muitos outros do AT, aponta profeticamente para
JESUS CRISTO, o prometido Messias de DEUS.
4- EM TODA A TERRA NÃO HÁ DEUS, SENÃO EM ISRAEL. É surpreendente que
Naamã, embora sendo estrangeiro, foi milagrosamente liberto da lepra e
convertido ao DEUS verdadeiro, enquanto muitos leprosos, em Israel,
permaneceram na sua impureza. O próprio CRISTO referiu-se a Naamã (Lc 4.27) a
fim de ressaltar que quando o povo de DEUS desobedece à sua Palavra, Ele tira
deles o seu reino e suscita outros para experimentarem a sua salvação, justiça
e seu poder (Mt 8.10-13; 23.37-39).
5- NÃO TOMAREI. DEUS não atende os necessitados por um preço estipulado;
se assim fosse, somente seria atendido quem pudesse pagar. Por conseguinte,
Eliseu achava injusto tirar proveito daquilo que DEUS fizera através dele (cf.
Mt 10.8; 2 Co 2.17). A cura de Naamã foi um ato misericordioso de DEUS, que
nenhuma soma de dinheiro poderia retribuir. Agora, Naamã devia servir somente a
DEUS por toda sua vida (v. 17).
6- HEI DE... TOMAR DELE ALGUMA COISA.
Geazi, servo de Eliseu, tinha um coração cobiçoso e, daí, intentou desvirtuar o
ato gracioso de DEUS, visando proveito próprio material. Nas suas
transgressões, ele traiu Eliseu, mentiu a Naamã e a Eliseu e desonrou o nome de
DEUS. O NT refere-se a pessoas semelhantes, que mercadejam a Palavra de DEUS (2
Co 2.17 ARA). Existem, infelizmente, obreiros que procuram enriquecer e
acumular riquezas materiais através da proclamação do sangue derramado de
CRISTO, oferecendo salvação aos perdidos, cura aos enfermos, ou aconselhamento
aos que estão em crise. Os tais se aproveitam da Palavra de DEUS e
mercantilizam a sua misericórdia, transformando as "riquezas
incompreensíveis de CRISTO" (Ef 3.8) em "tesouros do
Egito" (Hb 11.26).
1.
NAAMĀ, O CHEFE DO EXÉRCITO SÍRIO
1.
Naamã, um comandante honrado
Naamã
era um comandante da Síria admirado e respeitado por todos devido às suas
muitas vitórias em batalhas. Esse destacado general havia conquistado tudo que
desejava, porém havia perdido aquilo que mais prezava: sua saúde física. Ele
era leproso e isto afetava a sua integridade, o convívio com a família amada e
o deixava deprimido.
Naquela
época, a lepra era o mal mais temido; não havia remédio para combater esse
terrível mal. Essa doença afastava a pessoa do convívio familiar, dos amigos,
da sociedade, de qualquer relacionamento pessoal. Essa doença espoliava
qualquer ânimo de iniciativa de vida, despia a pessoa de qualquer esperança, só
a morte era certa. A pessoa contaminada era obrigada a viver fora da cidade, e
seus bens com os quais teve contato, e até mesmo a casa onde morava, deveriam
ser destruídos e queimados, e quando avistasse qualquer pessoa deveria gritar:
imundo, imundo! Essa era a situação de Naamã.
Não
somente a lepra do corpo físico dominava Naamã, mas também a lepra do homem
interior. Existia nele um terrível mal: a soberba. A Bíblia diz que a “soberba precede a ruína” (Pv.16:18). A única
maneira de Naamã suplantar aquele mal era eliminar primeiramente a soberba que
dominava todo o seu interior. Quando isso aconteceu, Deus operou milagrosamente
em sua vida. É isso o que pode acontecer em qualquer ser humano.
2.
A escrava, uma testemunha de Deus
O
problema de Naamã era humanamente insolúvel, a morte se aproximava velozmente.
Certamente, Naamã procurou a ajuda de seu deus sírio Baal-zebube, porém, esse
falso e impotente deus não podia cuidar nem de si próprio, pois era apenas uma
imaginação do ser humano. Só existia uma solução para o problema de Naamã:
exercitar sua fé no Deus vivo e poderoso, no Deus de Israel, pois só Ele é o
dono da vida, é o Criador da vida, é o Todo – Poderoso Senhor dos céus e da
terra, só Ele é a solução para os problemas humanamente insolúveis. Mas quem
iria abrir a porta da esperança para este grande general? Quem iria despertar a
fé em Naamã no Deus vivo, único e verdadeiro? No Deus de Israel? A porta da
esperança viria do meio mais improvável: uma
escrava israelita, uma menina aparentemente sem nenhuma credibilidade.
Naamã
havia conquistado tudo que desejava, porém havia perdido aquilo que mais
prezava: sua saúde física; tornara-se leproso. A menina israelita, por sua vez,
perdera tudo que mais amava, porém manteve saudável a sua fé. Apesar da
indignação de ser raptada, de perder o contato com a sua amada família, de ser
reduzida à vil escravidão, de perder a sua infância, de ter de servir a um
tirano, inimigo de seu povo, e pior ainda, um leproso, apesar de tudo isso
manteve firme sua confiança em Deus, mostrou-se disposta a testemunhar sua fé
naquele ambiente hostil, oferecendo uma benção àquele que a ofendeu. Pregou ela: “tomara, o meu senhor, estivesse diante do profeta que
está em Samaria; ele o restauraria da sua lepra” (2Rs.5:3).
A
atitude e a fé dessa menina israelita nos dão a seguinte lição: nem sempre o
ambiente onde vivemos, estudamos e trabalhamos vem a ser aquilo que
gostaríamos, mas nunca deixará de ser um lugar de oportunidade onde nossa fé,
mesmo com lágrimas, poderá ser semeada e mudanças alegres poderão ser colhidas
(veja Salmo 126:6).
3.
A caravana de Naamã
As
boas novas de possibilidade de cura de Naamã logo se espalharam, chegando até o
trono do rei da Síria, Ben-Hadade. Aquele reino próspero e poderoso nada podia
fazer em benefício de seu herói, mas o “fraco” reino de Israel, por ele
saqueado, possuía homens de Deus com dons de cura. O opressor agora dependia do
oprimido, o forte precisava do fraco, e dessa forma o nome de Deus seria
exaltado entre as nações.
Entretanto,
a burocracia distorceu a mensagem daquela menina mensageira. Ela dissera que
havia um homem de Deus em Samaria, mas o comandante do exército e o rei da
Síria entenderam que era o rei de Israel quem promoveria tal cura (cf. 2Reis
5:6). Em vez de verem a qualidade do “homem de
Deus”, preferiram confiar em títulos e posições. Quantos não agem deste
modo em nossos dias? A burocracia eclesiástica está aí distorcendo a
simplicidade da mensagem do evangelho. O rei Jorão, rei de Israel, era
apóstata; não possuía nenhuma autoridade espiritual e moral, apesar de estar
pastor do povo de Israel.
Ben-Hadade
enviou seu general favorito ao rei de Israel, com uma grande comitiva, um
batalhão fortemente armado e uma considerável fortuna, a fim de encorajar a
cooperação do rei Jorão: “encontrar o tal profeta
milagroso”. Naamã levou à presença do rei Jorão, como retribuição à sua
petição, a exorbitante quantia de 10 talentos de prata (350 kg), 6.000 siclos
de ouro (68 kg) e dez vestes festivais (trajes de luxo adornados com pedras
preciosas). Certamente uma parte daquele tesouro caberia ao profeta que o
curasse.
A
abordagem de Naamã foi direta e honesta, mas o rei de Israel interpretou mal
aquele pedido, confundindo com um pretexto para provocar uma nova guerra (cf.
2Rs.5:7). Sua cegueira espiritual o impedia de enxergar a grande oportunidade
que Deus havia proporcionado. Imaginem a repercussão internacional que seu
reino poderia obter se o grande Naamã fosse socorrido pelo Deus de Israel? O
rei Jorão sabia que Eliseu tinha esse poder, mas a idolatria que maculava sua
alma o impedia de raciocinar com clareza.
II.
O MERGULHO NO RIO JORDÃO
1. Eliseu não
se impressionou com a pompa
Quando
o rei de Israel acabou de ler a carta do rei da Síria, rasgou as suas roupas em
sinal de medo e disse: “Por acaso sou Deus, com
poder de tirar a vida ou dá-la, para que este envie a mim um homem para eu
curá-lo de sua lepra? Como vocês podem notar e ver, ele está procurando um
pretexto contra mim” (2Rs.5:7). Mas, quando Eliseu, homem de Deus, soube
da reação de Jorão repreendeu a sua estupidez e sua incredulidade: “por que rasgastes as tuas vestes? Deixa-o vir a mim e
saberá que há profeta em Israel” (2Rs.5:8). Eliseu se prontificou a
receber Naamã. Não havia poder no palácio, pois todos ali eram idólatras; mas,
havia um profeta de Deus em Israel com poder para purificar o comandante sírio
e restaurá-lo.
Levaram,
pois, o leproso Naamã à casa do profeta; certamente, com toda a sua pompa de
autoridade. Porém, Eliseu desprezou isso, e não conversou com Naamã
pessoalmente; apenas enviou um mensageiro com as instruções do que Naamã
deveria fazer para ser curado de sua doença (2Rs.5:10); se ele obedecesse ao
que foi prescrito, seria curado. Eliseu prescreveu que Naamã se lavasse sete
vezes no rio Jordão. Eliseu mandou Naamã agir assim como uma simples
demonstração de humildade e obediência. O general orgulhoso precisava
entender que a cura jamais viria pela ação humana ou por meios naturais; ela
viria, sim, milagrosamente, pela graça e pelo poder de Deus. Porém, era
necessário se humilhar e obedecer à palavra do profeta de Deus. É claro que
Naamã se recusou atender a receita de Eliseu; para ele isso era uma verdadeira
humilhação (cf.2Rs.5:11,12). O orgulho e a desobediência não levam a coisa
nenhuma!
2.
A decepção e a cura de Naamã
Naamã
esperava um modo mais solene e chamativo de cura; ele esperava que o profeta o
recebesse com honras e que lhe tocasse com as mãos, mas a ordem foi de
mergulhar sete vezes nas águas turvas do rio Jordão. A decepção de Naamã foi
evidente (2Rs.5:11,12). Indignado, afirmou que as águas de sua terra nativa,
Damasco, eram melhores do que as do Jordão. Percebe-se sem dificuldade que
Naamã sofria de duas enfermidades: orgulho e lepra. A primeira precisava de
cura tanto quanto a segunda.
Por
fim, seus oficiais o persuadiram a obedecer ao profeta em algo tão simples
(2Rs.5:13) – “Então os seus oficiais se aproximaram e lhe disseram: meu pai, se
o profeta tivesse dito alguma coisa difícil, por acaso o senhor não faria?
Muito mais agora que ele apenas disse: ‘lave-se e você ficará limpo”. Então
Naamã desceu e mergulhou no Jordão sete vezes, conforme a palavra do homem de
Deus, e a sua pele se tornou como a pele de uma criança, ficou totalmente
limpo” (2Rs.5:14). Mas, para que isso acontecesse, Naamã teve de descer da
carruagem do orgulho e obedecesse a palavra do homem de Deus. Como alguém bem
disse:” Ele engoliu o orgulho, e a lepra o deixou”.
Perante
Deus não há lugar para soberba; Naamã precisava aprender esta lição. Se alguém
busca uma bênção de Deus, que a busque com humildade e fé, ou nada receberá – “pois todo aquele que se exalta será humilhado, e o que
se humilha será exaltado” (Lc.14:11).
3.
Deus ainda opera milagres, e não misticismos
Eliseu
prescreveu 07(sete) mergulhos do rio Jordão (2Rs.5:14). Por que sete e não
outro número? A Bíblia não diz. Segundo os estudiosos, o número sete, que
Eliseu usou, representa a perfeição de Deus na simbologia hebraica. Concordo
com o pr. Claiton quando afirma que “tal fato não
nos dá o direito de usar uma forma de numerologia em nossos cultos ou campanhas
intermináveis. Podemos e devemos invocar as bênçãos de Deus, pois esperamos o
seu agir milagroso. Onde Ele age não é preciso numerologia ou superstição, pois
o poder de Deus está acima de tudo isso”.
Hoje,
infelizmente, existem muitas formas de superstições em muitas das chamadas
denominações evangélicas; e, individualmente, de modo consciente, ou não,
muitos evangélicos estão praticando diversas formas de superstição. Isto é ruim! É sinal de que a Palavra de Deus
não está sendo ensinada de forma satisfatória. Quem conhece e vive de
acordo com a Bíblia Sagrada não pode deixar-se envolver por superstições.
Contudo, ao que parece, existe, no momento, muito “fogo
estranho” no altar.
-Hoje,
fala-se em “fogueira santa”.
-Fala-se
em “benzimento” de água.
-Fala-se
em “sacrifício” do Boi.
-Fala-se
no poder da oração feita no Monte.
-Fala-se
em outras “aberrações” doutrinárias. É claro que seria cansativo enumerar, comentar sobre tantas
crendices, baboseiras antibíblicas, superstições que estão sendo utilizadas
para enganar os incautos. Tais como: “dia do descarrego”, “meia-noite de
libertação”, “noite da quebra de feitiços”, “dia do óleo santo de Israel”;
“corrente dos empresários”, “culto da sexta-feira 13”, “sexta feira forte”,
“shampoo sagrado”, “vale do sal”, “manto sagrado”, “campanha dos 318 de
Abraão”, e outras aberrações.
Podemos
e devemos invocar o agir de Deus sem precisar utilizar-se dessas superstições
citadas. Como bem disse o pr. Claiton, “onde Ele age não é preciso numerologia
ou superstição, pois o poder de Deus está acima de tudo isso. E mesmo que não
haja um milagre visível, Ele está agindo, pois a fé é confiar nele, mesmo
quando as coisas não acontecem do nosso jeito (Hb.11:13). Não por acaso, Jesus
disse que “muitos leprosos haviam em Israel no
tempo do profeta Eliseu, e nenhum deles foi purificado, senão Naamã, o siro” (Lc.4:27)”.
III. GEAZI É ACOMETIDO DA LEPRA
1.
A rejeição dos presentes
Após
a sua cura física e sentimental, a transformação na vida de Naamã foi completa
- Deus mudou-lhe o exterior e o interior, e fez dele um novo homem. Disse
Naamã: “eis que tenho conhecido que em toda a terra não há Deus, senão em
Israel” (2Rs.5:15). Com gratidão, voltou a Eliseu a fim de recompensá-lo com
uma grande fortuna pela bênção recebida (2Rs.5:15). O profeta alegrou-se, não
pela fortuna que lhe foi oferecida, mas pela preciosidade de uma vida
transformada e agora consagrada ao verdadeiro Deus. Eliseu sabia que aquele
milagre não era obra dele e, sim, de Deus. Apesar de ser uma pessoa humilde e
que tinha uma escola de profetas para manter, ele sabia que seria um erro
terrível receber aquela recompensa. Eliseu achava injusto tirar proveito
daquilo que Deus fizera através dele. Então, ele disse: “vive o Senhor, em cuja presença estou, que a não tomarei. E instou
com ele para que a tomasse, mas ele recusou” (2Rs.5:16). A cura de Naamã
foi um ato misericordioso de Deus, e que nenhuma soma de dinheiro poderia
retribuir. Deus não atende os necessitados por um preço estipulado; se assim
fosse, somente seria atendido quem pudesse pagar.
Naamã,
agora, propôs servir somente a Deus por toda sua vida; disse ele a Eliseu:” nunca mais oferecerá este teu servo holocausto nem
sacrifício a outros deuses, senão ao Senhor” (ler 2Rs.5:17). A
restauração espiritual jamais se fará se os instrumentos usados por Deus neste
ministério cederem à tentação do vil metal, passarem a amar o dinheiro, a raiz
de toda a espécie de males (1Tm.6:10). O amor do dinheiro promove a apostasia.
Como, pois, poderemos combatê-la se não fugirmos destas coisas e seguirmos a
justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência e a mansidão (1Tm.6:11)?
3.
Por ganância, Geazi é acometido da lepra (2Rs.5:21-24)
Geazi,
estudante de teologia, servo de Eliseu, talvez cotado para suceder o seu
mestre, não resistiu à tentação das riquezas materiais e tomou alguns bens do
general sírio. Ele tinha um coração cobiçoso e, daí, intentou desvirtuar o ato
gracioso de Deus, visando proveito próprio material. Nas suas transgressões,
ele traiu Eliseu, mentiu a Naamã e a Eliseu, e desonrou o nome de Deus
(2Rs.5:26). Assim sendo, Geazi abandonou a fé em Deus. Por causa da cobiça
pelos bens terrenos ele foi julgado por Deus: ficou leproso durante toda a sua
vida (2Rs.5:27). O apóstolo Paulo exortou a Timóteo da seguinte maneira: “Porque o amor do dinheiro é a raiz de toda espécie de
males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos
com muitas dores” (1Tm.6:10).
Geazi
é o tipo de obreiro materialista, mercenário. Ele apostatou-se da
fé, trocou o Senhor pelo dinheiro, Deus por Mamom. Geazi engendrou um plano
diabólico para tirar o máximo proveito daquela situação. Certamente o fascínio
do lucro fácil causou um desequilíbrio na mente daquele cobiçoso discípulo, a
ponto de usar o santo nome de Deus para justificar sua cobiça. Disse ele: “tão certo como vive o Senhor, hei de correr atrás dele e
receberei alguma coisa” (2Rs.5:20). Aproveitando-se da euforia e da boa-fé
do novo convertido Naamã, usou o nome do profeta, inventando a chegada de novos
hóspedes como pretexto para ganhar um pouco do que Eliseu recusou. E, como um
pecado chama outro pecado, o jeito foi continuar mentindo para acobertar o seu
deslize. Mas de Deus não se esconde nada. Deus fez com que Eliseu soubesse de
tudo por meio de uma visão (2Rs.5:26). Geazi, embora conhecesse bem de perto os
prodígios do Senhor, em lugar de exercitar, abandonou a sua fé, trocando o
sustento de Deus por um modo “mais fácil” de
prover o seu conforto.
Veja
como são as coisas, um pagão estrangeiro foi curado, pela nobreza de sua fé,
enquanto um israelita, um estudante de teologia, tomou o lugar do pagão, para a
desonra de sua fé. Assim como Acã, Ananias e Safira, Judas Iscariotes, Geazi
também vendeu sua alma por prazeres efêmeros. A cobiça desse jovem só lhe
trouxe maldição, pois com a prata que surrupiou de Naamã, herdou também a lepra
que antes era dele (2Rs.5:27). Geazi foi à procura de Naamã em busca de “alguma coisa” e terminou sem “coisa alguma”. Foi
em busca de valores materiais, mas perdeu os valores espirituais. É um perigo quando alguém troca o “Ser” pelo “Ter”.
Geazi
ficou à margem da sociedade israelita, pois os leprosos não tinham como
conviver com os demais israelitas. Não pode haver comunhão entre a luz e as
trevas.
CONCLUSÃO
A
cura de Naamã constitui uma ilustração clássica do evangelho da graça. A
maravilhosa graça de Deus traduz a bondade do Senhor e o seu desejo de
favorecer o homem, de ser misericordioso com o ser humano, ainda que o homem
não mereça esta benevolência divina, vez que pecou e se rebelou contra o seu
Criador. Mas, apesar do pecado, Deus mostra seu amor em relação ao ser humano,
por intermédio da sua graça.
Por
ter sido comandante do exército sírio, Naamã era inimigo de Deus; humanamente
falando, sua situação era desesperadora e impossível de solucionar, pois sofria
de lepra. Por ser gentio, era estranho às promessas e à aliança de Deus, e não
tinha direito à benção do Senhor (Ef.2:11,12). A graça de Deus, porém, o
alcançou e Naamã só teve de se humilhar e agir conforme a instrução do Senhor.
Por fim, lavou-se em obediência à Palavra de Deus e se tornou um novo homem com
pele e coração renovados.
OBJETIVO
GERAL - Revelar que DEUS deseja curar e salvar a todos.
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