segunda-feira, 7 de abril de 2025

CAIM E ABEL - DIFERENÇAS DE ATITUDES


 CAIM  E   ABEL -  DIFERENÇAS DE ATITUDES

A história de Caim e Abel, narrada no livro de Gênesis, apresenta um contraste fundamental nos sacrifícios oferecidos a Deus, revelando diferenças cruciais em suas atitudes e na natureza de suas ofertas.

CAIM:

  • Ofertou "do fruto da terra": Caim era lavrador e trouxe uma oferta de sua colheita (Gênesis 4:3). A Escritura não especifica se eram as primícias ou o melhor de sua produção.
  • Possível falta de fé e obediência: Alguns estudiosos interpretam a oferta de Caim como representando um trabalho próprio, sem o reconhecimento da necessidade de um sacrifício de sangue para a expiação do pecado. Deus havia instruído Adão e Eva sobre a necessidade de sacrifícios após a queda, e Abel demonstrou entender isso.
  • Atitude do coração: A Bíblia não detalha a atitude de Caim ao oferecer, mas a reação de ira e ciúme quando seu sacrifício foi rejeitado sugere um coração que não era totalmente voltado para Deus.

ABEL:

  • Ofertou "dos primogênitos do seu rebanho e da sua gordura": Abel era pastor e ofereceu o melhor de seus animais, incluindo a gordura, que era considerada a parte mais rica e valiosa (Gênesis 4:4).
  • Demonstração de fé e obediência: A oferta de Abel envolvia o derramamento de sangue, o que é visto como um reconhecimento da necessidade de expiação pelo pecado, um princípio que seria central na lei mosaica e que aponta para o sacrifício futuro de Jesus Cristo. Hebreus 11:4 declara que Abel ofereceu um sacrifício "pela fé", e por essa fé foi considerado justo.
  • Atitude do coração: A Escritura indica que Deus "atentou para Abel e para a sua oferta" (Gênesis 4:4), sugerindo que tanto o ofertante quanto a oferta eram agradáveis a Ele. Isso implica uma atitude de reverência, fé e obediência por parte de Abel.

As principais diferenças podem ser resumidas em:

  • Natureza da oferta: Caim ofereceu frutos da terra (uma oferta sem derramamento de sangue), enquanto Abel ofereceu animais (com derramamento de sangue).
  • Qualidade da oferta: Abel ofereceu o melhor do seu rebanho (os primogênitos e a gordura), enquanto não há especificação sobre a qualidade da oferta de Caim.
  • Atitude do coração: A rejeição da oferta de Caim e a aceitação da de Abel revelam diferentes atitudes em relação a Deus. Abel demonstrou fé e obediência, reconhecendo a necessidade de um sacrifício melhor, enquanto a atitude de Caim parece ter sido superficial ou até mesmo relutante.

Em resumo, a diferença nos sacrifícios de Caim e Abel não residia meramente no tipo de oferta, mas principalmente na atitude do coração de cada um e na demonstração de fé e obediência a Deus. O sacrifício de Abel foi aceito porque era oferecido com fé e representava um reconhecimento da necessidade de expiação, enquanto o de Caim foi rejeitado, possivelmente por falta de fé, obediência ou pela qualidade inferior da oferta e a atitude inadequada de seu coração.

CAIM

“[...]que nos amemos uns aos outros. Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão[...]” (1João 3:11,12)

 1. A semente da mulher. “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela concebeu, e teve a Caim, e disse: Alcancei do SENHOR um varão” (Gn 4:1).

Ao dar à luz o primogênito, Eva louvor de coração ao Senhor pela criança. Ela disse: “... Alcancei do SENHOR um varão”.  Eva reconheceu que o nascimento de Caim ocorreu com o auxílio do Senhor. É possível que, ao chamá-lo de Caim (“conquista”), tenha pensado que dera à luz o filho da promessa, que Deus prometera em Gn 3:15. Nesta declaração, há pelo menos três proposições: (a) Deus é o autor da vida; (b) o filho, que Eva agora embala, não é seu; pertence ao Senhor; e (c) Eva coloca-se no lugar de serva e auxiliadora do Criador no povoamento da Terra.

Alguns estudiosos defendem a tese de que Caim e Abel podem ter sido gêmeos, uma vez que a concepção é mencionada somente uma vez.

2. O agricultor. “...Abel foi pastor de ovelhas, e Caim foi lavrador da terra” (Gn 4:2).

Nada mais era providenciado para Adão e Eva como antes no Jardim do Éden, onde as tarefas diárias eram animadoras e prazerosas. Agora tinham de lutar contra os obstáculos para conseguir comida, roupas e abrigo para si e sua família. Os dois primeiros filhos de Adão e Eva, Caim e Abel, tiveram destinos diferentes. Abel tornou-se pastor de ovelhas e Caim tornou-se agricultor. Embora a terra tenha sido amaldiçoada por causa da transgressão de Adão, não lhe negou colheita alguma. Chamamos isso de graça comum de Deus.

3. A apostasia de Caim. Caim era o filho primogênito de Adão e Eva, portanto, deveria ser uma pessoa que tivesse um relacionamento especial com Deus, vez que toda a humanidade estaria sob sua influência e domínio. Contudo, a Bíblia nos mostra que Caim preferiu afastar-se de Deus e toda a civilização nascida deste homem acabou por perecer.

Caim construiu toda uma civilização alheia a Deus, um protótipo do sistema de vida que a humanidade construiria durante a sua história, sistema de vida que a Bíblia denomina de "mundo" e até de "Babilônia".

Caim representa a humanidade caída, pecadora e fugitiva da presença de Deus - “E saiu Caim de diante da face do Senhor ...” (Gn 4:16).

Caim inaugurou a galeria dos grandes criminosos da História, tais como Herodes, Nero, Napoleão, Stalin, Hitler, entre outros facínoras. Seus imitadores acham-se também entre os que, em nossas igrejas, matam espiritual e moralmente o seu irmão.

1. O sacrifício rejeitado (Gn 4:3,5). A Bíblia relata que o modo de vida de Caim não era agradável a Deus e, por isso, Deus não aceitou a sua oferta. A razão de Deus ter aceitado o sacrifício de Abel e rejeitado o de Caim não foi baseado no fato de que o sacrifício de Caim era sem sangue. Muitas das oferendas exigidas no Antigo Testamento eram sem sangue, como as ofertas de manjares (cf. Lv 2:1-16). A diferença estava nos corações daqueles dois ofertantes. Abel ofereceu com fé (Hb 11:4), ao passo que Caim, não. Aliás, a Bíblia afirma que Caim era do maligno (1João 3:12), ou seja, não tinha um coração temente e submisso a Deus e, por isso, não foi aceita a sua oferta. Esta diferença básica entre os dois ofertantes é indicada pelas palavras no texto sagrado: Deus “atentou para Abel e para sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou” (Gn 4:4,5). Provérbios 21:27 diz: “O sacrifício dos ímpios é abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna!”. Somente quando são oferecidos com fé, os sacrifícios e o serviço dos homens agradam a Deus (cf. Is 1:11-17; Ml 1:6-14).

Caim irou-se com a rejeição divina“E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante” (Gn 4:5). O fracasso de Caim no culto, e a ira subsequente, são fatores básicos para seu comportamento não-ético. O cristão verdadeiro e o não verdadeiro são diferenciados por suas atitudes básicas em relação a Deus.

2. O sacrifício interior reprovado. A Bíblia nos mostra que Deus observa o coração do ofertante (Is 1:11-20; Mt 5:23-26). Deus rejeitou a oferta de Caim, porque percebeu que o coração dele não era verdadeiro e a sua oferta tinha um caráter mais material. Seu culto tornou-se legalista, cheio de obras mortas; infrutífero, sem valor espiritual. Na realidade, a chave para o fracasso de Caim se encontra nas cuidadosas descrições do texto sagrado, referentes ao tributo de Caim e Abel - “Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor” (Gn 4:3). Aqui, não há indicação que este “fruto da terra” seja o primeiro e o melhor. Abel ofertou o melhor que tinha; ele “trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura” (Gn 4:4); seu coração era sincero; seu culto, verdadeiro (Hb 11:4). Portanto, o pecado de Caim foi a superficialidade. Ele parece religioso, porém seu coração não é totalmente dependente de Deus, não é sincero nem grato.

Após Caim ter o seu sacrifício rejeitado, Deus lhe deu a chance de corrigir o seu erro e fazer uma nova tentativa. Deus até mesmo o encorajou a fazer isto (cf. Gn 4:7), mas Caim se recusou e o resto da sua vida é um exemplo assustador do que acontece com os que se recusam a admitir os erros.

Qual a sua reação quando alguém insinua que você fez algo errado? Você corrige o erro ou nega que precisa corrigi-lo? Sugiro que se alguém insinuar que você está errado, faça uma profunda reflexão e escolha o caminho de Deus, não o de Caim.

 

I. A IRA DE CAIM SE TORNA EM AÇÃO


1. O crime (Gn 4:8). O primeiro ato de violência relaciona-se com o culto religioso. A ira de Caim se torna em ação; ele matou seu irmão Abel – “E falou Caim com o seu irmão Abel; e sucedeu que, estando eles no campo, se levantou Caim contra o seu irmão Abel e o matou”. Infelizmente, a história da humanidade está repleta de lutas, brutalidades e guerras motivadas pelo zelo religioso. O que devia unir os homens, infelizmente os separa.

A desobediência de Adão e Eva trouxe o pecado para a raça humana. Talvez eles pensassem que seu pecado – comer um pedaço de fruta – não era tão mal, mas note a rapidez com que a natureza pecaminosa se desenvolve em seus filhos. O simples ato da desobediência degenerou-se rapidamente em violento assassinato. Este é o primeiro assassinato da história humana – uma vida tirada pelo derramamento de sangue humano. Adão e Eva agiram apenas contra Deus, mas Caim agiu contra Deus e outras pessoas. Um pequeno pecado pode crescer fora de controle. Permita que Deus o ajude com seus “pequenos” pecados antes que se tornem grandes tragédias.

2. O álibi. Segundo o dicionário Aurélio, álibi é o “meio de defesa que o réu apresenta provando sua presença, no momento do crime ou do delito, em lugar diferente daquele em que este foi cometido”.

Após ter assassinado Abel, Caim retoma à sua vida laboral como se nada tivesse acontecido. Vem o Senhor, então e pergunta-lhe: "Onde está Abel, teu irmão?" (Gn 4:9). Caim desculpa-se, como se estivesse noutro lugar: “... E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gn 4:9). Caim matou seu irmão no campo, sem testemunhas. Seria o crime perfeito, caso não houvesse havido o testemunho de Deus. Deus é o supremo e reto juiz e crime algum ficar impune aos Seus olhos. Não há como fugir deste juízo (Sl 139:1-12).

É bem provável que Caim, ao ser arguido de forma tão direta pelo Autor e Conservador da vida, haja sido tomado pela surpresa. Afinal, o seu crime fora executado com requinte, astúcia e muita discrição. Ninguém viu nada; nem o pai, nem a mãe. Talvez ele não soubesse ainda que Deus é tanto Onisciente quanto Onipresente. Mas, agora, sabe que nada poderá escondê-lo do Juiz de toda a Terra.

Caim, a exemplo de seus pais, procura esquivar-se de suas responsabilidades, não assumindo sua culpa. O pecado faz obscurecer a responsabilidade e a autocrítica do ser humano, que está com seu entendimento cegado pelo mal (cf. 2Co 4:3,4).

Em virtude do pecado de Caim contra o seu irmão, Deus o amaldiçoa em toda a terra, retira a sua habilidade para o cultivo da terra e o sentencia a uma vida como fugitivo e errante (Gn 4:12).

3. A marca do crime. Em virtude do pecado horrendo de Caim houve uma consequência, a saber: “Agora maldito és desde a terra, que abriu sua boca para receber das tuas mãos o sangue do teu irmão. Quando lavrares o solo, não te dará mais a sua força: fugitivo e errante serás pela terra. O Senhor, porém, lhe disse: Portanto qualquer que matar a Caim será vingado sete vezes. E pôs o Senhor um sinal em Caim, para que não o ferisse quem quer que o encontrasse" (Gn 4:11,12,15).

Deus, apesar de aplicar uma pena dura a Caim, qual seja, a de que não poderia mais lavrar a terra e que fugitivo e vagabundo seria na terra (Gn 4:12), ao contrário da conclusão precipitada de Caim (Gn 4:13,14), deixa-lhe aberta, ainda, a possibilidade de salvação, mantendo-o protegido por um “sinal” (Gn 4:15), revelando, assim, Sua misericórdia. Jeremias bem disse que “as misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim” (Lm 3:22).

O sinal tratava-se duma proteção para Caim e mostrava o incrível amor de Deus até mesmo pelos pecadores impenitentes. Caim não sofreu pena de morte nesse tempo. Posteriormente, quando a iniquidade e a violência da raça humana se tornaram extrema na terra, a pena de morte foi instituída (Gn 9:5,6).

O sinal colocado em Caim deveria ser aquele que, quem o visse ficasse com medo. Todos, ao vê-lo, teriam de ter medo dele, para que não fosse morto. Deus não iria sair avisando a todos que o homem de tais características não deveria ser morto. Deus pôs algo em Caim que amedrontaria a todos pela aparência; o objetivo desse sinal era: “... para que o não ferisse qualquer que o achasse" (Gn 4:15).

Será que Deus transformou Caim num gigante, para que todos ao vê-lo ficassem atemorizados e com medo, não tentando dessa forma matá-lo? A característica de gigante era colocar medo em quem os encontrasse. Em 1Sm 17:11, observamos que a reação do povo de Israel ao ver o Gigante Golias foi de espanto e temor, exatamente o que Caim precisava para não ser morto quando alguém o encontrasse (Gn 4:15).

CONCLUSÃO

O escritor da epístola de Judas adverte quanto a falsos irmãos: "Ai deles! Porque entraram pelo caminho de Caim" (Judas 11). Parece que o "caminho de Caim" inclui prestar culto segundo as inclinações do homem natural, perseguir os crentes verdadeiros, recusar arre­pender-se, e excluir Deus de sua própria vida. O castigo de tais pessoas se traduz em habitar espiritualmente na terra de Node (errante), sem paz nem sossego, como o mar, cujas "águas lançam de si lama e lodo" (Is 57:20).

 “O caminho de Caim é muito fácil de trilhar. Basta dar vazão ao ódio, à inveja, ao rancor, à raiva e a tudo que não esteja de acordo com o nosso interesse. O caminho de Caim está a cada dia próximo de nós, quando rejeitamos considerar o nosso próximo superior a nós mesmos. O caminho de Caim está mais próximo das nossas vidas, quando procuramos fugir da realidade inventando desculpas para não fazermos a nossa parte com retidão” (Ensinador Cristão, nº 64. CPAD).

 

ABEL, EXEMPLO DE CARÁTER QUE AGRADA A DEUS


Texto Bíblico: Gênesis 4:8-16

"Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo, dando Deus testemunho dos seus dons, e, por ela, depois de morto, ainda fala" (Hb.11:4).

I. A OFERTA DE ABEL

Desde o princípio da humanidade, o ser humano apresenta culto a Deus. Na família de Adão e Eva o culto a Deus era realizado sob a forma de sacrifícios e orações, apresentação de ofertas e consagração a Deus do melhor que havia (Gn.4:3,4). A Escritura não nos fala como esses sacrifícios eram oferecidos, mas o que é claro é que aqueles primeiros sacrifícios tiveram origem no senso de dependência de Deus e de gratidão a Ele. Seu objetivo era expressar a consagração humana e sua entrega a Deus. A questão não era propriamente a oferta, mas a disposição do ofertante expressa na oferta. Tanto quanto à disposição quanto à oferta, Abel trouxe um sacrifício melhor do que o de Caim (Hb.11:4), e foi recompensado com o favor do Senhor.

1. Uma oferta agradável a Deus. Caim e Abel tiveram destinos diferentes. Caim tornou-se lavrador e Abel tornou-se pastor de ovelhas. Ao fim de algum tempo, ambos resolveram oferecer um sacrifício a Deus. Caim levou alguns frutos do solo, mas Abel ofereceu o melhor dos seus carneiros. Deus se agradou da oferta de Abel, mas não a de Caim (Gn.4:4,5) - "Pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício" (Hb.11:4).

Caim irou-se com a rejeição de sua oferta – “E irou-se Caim fortemente, e descaiu-lhe o seu semblante(Gn.4:5). O fracasso de Caim no culto, e a ira subsequente, são fatores básicos para seu comportamento não-ético. O cristão verdadeiro e o não verdadeiro são diferenciados por suas atitudes básicas em relação a Deus.

Por que Deus rejeitou a oferta de Caim? A razão de Deus ter aceitado o sacrifício de Abel e rejeitado o de Caim não foi baseado no fato de que o sacrifício de Caim era sem sangue. Muitas das oferendas exigidas no Antigo Testamento eram sem sangue, como as ofertas de manjares (cf. Lv.2:1-16). A diferença estava nos corações daqueles dois ofertantes. A Bíblia relata que o modo de vida de Caim não era agradável a Deus e, por isso, Deus não aceitou a sua oferta. Abel ofereceu com fé (Hb.11:4), ao passo que Caim, não. Aliás, a Bíblia afirma que Caim era do maligno (1João 3:12), ou seja, não tinha um coração temente e submisso a Deus e, por isso, não foi aceita a sua oferta. Esta diferença básica entre os dois ofertantes é indicada pelas palavras no texto sagrado: Deus “atentou para Abel e para sua oferta. Mas para Caim e para a sua oferta não atentou” (Gn.4:4,5). Provérbios 21:27 diz: “O sacrifício dos ímpios é abominação; quanto mais oferecendo-o com intenção maligna!. Somente quando são oferecidos com fé, os sacrifícios e o serviço dos homens agradam a Deus (cf.Is.1:11-17; Ml.1:6-14).

Na realidade, a chave para o fracasso de Caim se encontra nas cuidadosas descrições do texto sagrado, referentes ao tributo de Caim e Abel - Caim trouxe do fruto da terra uma oferta ao Senhor” (Gn.4:3). Aqui, não há indicação que este “fruto da terra” seja o primeiro e o melhor. Abel ofertou o melhor que tinha; ele “trouxe dos primogênitos das suas ovelhas e da sua gordura” (Gn.4:4); seu coração era sincero; seu culto era verdadeiro (Hb.11:4). Portanto, o pecado de Caim foi a superficialidade; ele parece religioso, porém seu coração não é totalmente dependente de Deus, não é sincero nem grato.

2. Uma oferta profética. O sacrifício que Abel ofertou é considerado o primeiro registrado na Bíblia de que Deus se agradou. Abel deve ter recebido alguma revelação de que o pecador podia se aproximar de Deus com base somente no sangue derramado. Talvez ele tenha aprendido isso de seus pais, que foram reconduzidos à comunhão com Deus somente depois de ele os ter vestido com peles de animais (Gn.3:21). De qualquer modo, ele revelou fé ao se aproximar de Deus com o sangue de um sacrifício. Deus se agradou da sua oferta, e o próprio Jesus reconheceu quão elevado era o caráter santo de Abel (Mt.23:35). Certamente, a morte do cordeiro ou de uma ovelha, dos primogénitos do rebanho de Abel, prefigurava o sacrifício de Cristo, que se ofereceu a si mesmo imaculado em nosso lugar (Hb.9:14), como o "Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo" (João 1:29).

3. Uma oferta valiosa. Abel adorou a Deus oferecendo o melhor de seu rebanho. Ele não ofereceu um sacrifício qualquer, mas dentre as primícias do seu rebanho. Afirma o texto sagrado: Abel, por sua vez, trouxe das primícias do seu rebanho e da gordura deste. Agradou-se o SENHOR de Abel e de sua oferta(Gn.4:4). Notemos que Deus “agradou-se” primeiro de Abel e, depois, de sua oferta. Deus olha a atitude do ofertante, a qual é mais importante do que sua oferta.

II. A INJUSTIÇA CONTRA ABEL

1. Abel era um homem justo. Diz o texto sagrado: "Pela fé, Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim, pelo qual alcançou testemunho de que era justo" (Hb.11:4). O sacrifício de Abel (um animal substituto) foi um sacrifício perfeito e sincero, por isso teve a aprovação de Deus e foi considerado justo; o próprio Jesus testemunhou que Abel era justo (cf. Mt.23:35). Não foi a excelência pessoal de Abel que Deus olhou ao considerá-lo justo, mas a excelência do sacrifício que ele trouxe e a fé nele, Deus. E assim também é conosco: não somos justificados por causa de nossas boas obras, mas apenas por causa da excelência do sacrifício de Jesus e o fato de o aceitarmos.

2. Abel, o primeiro mártir. Como afirma o pr. Elinaldo Renovato, “Abel foi o primeiro pastor de ovelhas; o primeiro a oferecer sacrifício de animais no culto a Deus; foi o primeiro homem justo e também o primeiro mártir. Ele foi o primeiro a entrar para a galeria dos mártires por causa de sua fé e também o primeiro a ter seu nome registrado na galeria dos heróis da fé (Hb.11:4). O primeiro homem a ser morto por seu próprio irmão”.

O simples ato da desobediência de Adão e Eva degenerou-se rapidamente em violento assassinato. Caim matou o seu irmão Abel. Este foi o primeiro assassinato da história humana – uma vida tirada pelo derramamento de sangue humano. Caim, ao invés de buscar a Deus, deu lugar ao Diabo, por isso, seu caráter foi deformado. Diz o texto sagrado: "Não como Caim, que era do maligno e matou a seu irmão. E por que causa o matou? Porque as suas obras eram más, e as de seu irmão, justas" (1João 3:12). Segundo William Macdonald, “Abel foi morto por Caim porque a lei odeia a graça. O homem que se acha justo odeia a verdade de que ele não pode se salvar e que deve se lançar ao amor e à misericórdia de Deus”.

A história bíblica continua relatando o terrível crime que nasceu do ódio e da inveja. Da mesma forma que Jesus, Abel foi morto por inveja (Mc.15:10). Para Caim sujeitar o pecado que estava prestes a atacar e destruir a sua vida e a de seus descendentes, ele teria de expulsar o ódio e a inveja doentia que inundavam o seu coração. Desse modo, o pecado não encontraria lugar em sua vida. Infelizmente, isso não ocorreu. Após ter o seu sacrifício rejeitado, Deus lhe deu a chance de corrigir o seu erro e fazer uma nova tentativa. Deus até mesmo o encorajou a fazer isto (cf. Gn.4:7), mas Caim se recusou e o resto da sua vida é um exemplo assustador do que acontece com os que se recusam a admitir os seus erros.

Semelhante a Caim seremos, vítimas do pecado, caso não o vençamos. Porém, o pecado não pode ser evitado através de nossas próprias forças. Nós precisamos buscar a Deus para receber fé e procurar outros irmãos em Cristo para que nos ajudem a ter força e coragem. O Espírito Santo nos ajuda a vencer o pecado. Esta será uma batalha para toda a vida, a qual não será vencida até que estejamos com Cristo num estado glorificado.

3. O sangue de Abel. Caim matou seu irmão no campo, sem testemunhas. Seria o crime perfeito, caso não tivesse havido o testemunho de Deus. Deus é o supremo e reto juiz e nenhum crime ficar impune aos Seus olhos. Não há como fugir deste juízo (Sl.139:1-12). Jesus disse: "Porque nada há encoberto que não haja de ser manifesto; e nada se faz para ficar oculto, mas para ser descoberto" (Mc.4:22).

Vem o Senhor e pergunta-lhe: "Onde está Abel, teu irmão?" (Gn.4:9). Caim desculpa-se, como se estivesse noutro lugar: “... E ele disse: Não sei; sou eu guardador do meu irmão?” (Gn.4:9). Caim teve a audácia de mentir diante de Deus e ainda de o afrontar sobre a guarda do irmão. Mas o sangue de Abel clamava por justiça - "E disse Deus: Que fizeste? A voz do sangue do teu irmão clama a mim desde a terra" (Gn.4:10).

É bem provável que Caim, ao ser arguido de forma tão direta pelo Autor e Conservador da vida, haja sido tomado pela surpresa. Afinal, o seu crime fora executado com requinte, astúcia e muita discrição. Ninguém viu nada; nem o pai, nem a mãe. Talvez ele não soubesse ainda que Deus é tanto Onisciente quanto Onipresente. Mas, agora, sabe que nada poderá escondê-lo do Juiz de toda a Terra. Caim, a exemplo de seus pais, procura esquivar-se de suas responsabilidades, não assumindo sua culpa. O pecado faz obscurecer a responsabilidade e a autocrítica do ser humano, que está com seu entendimento cegado pelo mal (cf. 2Co.4:3,4).

Em virtude do pecado de Caim contra o seu irmão, Deus o amaldiçoa em toda a terra, retira a sua habilidade para o cultivo da terra e o sentencia a uma vida como fugitivo e errante (Gn.4:12). Deus reconhece a pessoa inocente e, cedo ou tarde, Ele punirá o culpado.

III. UM HOMEM QUE AGRADOU A DEUS


1. Abel soube agradar a Deus. A Bíblia demonstra que pela fé Abel ofereceu a Deus maior sacrifício do que Caim. Ao ofertar, Abel alcançou testemunho de Deus que era justo, ou seja, foi justificado por Deus. Deus justificou (alcançou testemunho) Abel, e então, ele foi aceito por Deus e, consequentemente, a sua oferta (Hb.11:4). Abel sabia da existência de Deus por intermédio de seus pais, e ao aproximar-se para ofertar, tinha plena certeza de que Deus é galardoador daqueles que O buscam. Deus é galardoador dos que O buscam, e não daqueles que ofertam ou sacrificam, quer animais ou cereais (Hb.11:6). 

É bom enfatizar que não é a oferta de bois, bodes e ovelhas que tornam o homem agradável a Deus. Também não é a presença de sangue proveniente de animais que redime o homem "porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire os pecados" (Hb.10:4). Se não é o sangue dos touros e bodes que tira o pecado, é certo que não foi o fato de Abel ter ofertado uma ovelha que o tornou aceito diante de Deus. Muitos anunciam que Abel foi aceito por oferecer uma ovelha, o que deixa subentendido ter havido sangue na oferta, sendo aceito pelo tipo e modo de sacrifício. Mas, o correto é a declaração do escritor aos Hebreus, que dá conta que Abel foi aceito pela fé, pois sem fé é impossível agradar a Deus.

O que ocorreu com Abel, também ocorreu com Abraão, conforme afirma as Escrituras Sagradas - “Creu Abrão no Senhor, e isso lhe foi imputado para justiça” (Gn.15:6). Deus aceitou Abel e Abraão porque os justificou, pois, jamais Deus aceita o ímpio (Ex.23:7). Antes de ser justificado, Abel e Abraão eram ímpios do mesmo modo que Caim, pois foram gerados em pecado. Abraão e Abel foram justificados por Deus, o que demonstra que eles também não contrariam a afirmação bíblica de que não há um justo se quer (cf.Rm.3:10).

2. Abel, buscou a Deus. O relato bíblico nos autoriza afirmar que Abel buscou a Deus com fé e sinceridade. Ele entendeu que seu sacrifício deveria ser do melhor do que possuía. Deus se alegrou com a entrega que Abel fez a Ele. Aquela oferta não foi valorizada pelo que ela representava financeiramente, mas pela honra que o rapaz deu ao Senhor. Abel buscou a Deus. Diz o texto sagrado: Abel, por sua vez, trouxe as partes gordas das primeiras crias do seu rebanho. O Senhor aceitou com agrado Abel e sua oferta(Gn.4:4). Muitos só se lembram de buscar a Deus quando estão cercados pelas dificuldades. Não deixe para buscar a Deus somente nos tempos de crise; busque-o continuamente, Ele se agradará disso. Deus está clamando: “busque a minha face!” (Am.5:4). Como? Buscar através da comunhão, através da leitura da Palavra, da oração e da decisão de obedecê-lo – Quando tu disseste: Buscai o meu rosto, o meu coração te disse a ti: o teu rosto, SENHOR, buscarei” (Sl.27:8).

Busquemos a Deus em todo tempo, para que estejamos protegidos da ira que está por vir sobre a face da terra; busquemos a Deus, para compreendermos o amor que Ele tem por nós; busquemos a Deus enquanto há tempo. Que Deus nos guarde, e nos dê sabedoria e amor para oferecermos a Ele, continuamente, "sacrifício de louvor" (Sl.50:14).

CONCLUSÃO

Adão e Eva pecaram, pois desobedeceram a Deus dando ouvidos ao Diabo. A desobediência deles trouxe o pecado para a raça humana. Talvez eles pensassem que seu pecado – comer uma fruta – não era tão mal, mas note a rapidez com que a natureza pecaminosa se desenvolveu em seus filhos. Toda a tragédia humana decorre daquele gesto de desobediência. Caim, também, preferiu desobedecer ao Criador. Mas, nem tudo está perdido, Abel optou em dedicar-se a adorar a Deus e servi-lo com lealdade e sinceridade; ele teve um caráter que agradara a Deus; sigamos, pois, o seu exemplo.

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