A
TORRENTE DAS ÁGUAS PURIFICADORAS
Imersos No ESPÍRITO Nos Últimos Dias
TEXTO BÍBLICO
“Quem crê
em mim, como diz a Escritura, rios de água viva correrão do seu ventre.” (Jo 7.38)
VERDADE PRÁTICA
O rio da
vida, que representa o fluir do ESPÍRITO SANTO, passa no meio do povo de DEUS.
LEITURA
BÍBLICA- Ezequiel 47.1-12
1
- Depois disso, me fez
voltar à entrada da casa, e eis que saíam umas águas de debaixo do umbral da
casa, para o oriente; porque a face da casa olhava para o oriente, e as águas
vinham de baixo, desde a banda direita da casa, da banda do sul do altar. 2
- E ele me tirou pelo caminho da porta do norte e me fez dar uma volta pelo
caminho de fora, até a porta exterior, pelo caminho que olha para o oriente; e
eis que corriam umas águas desde a banda direita. 3 - Saiu aquele homem para o oriente, tendo na mão um cordel
de medir; e mediu mil côvados e me fez passar pelas águas, águas que me davam
pelos tornozelos. 4 - E mediu mais mil e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos joelhos; e mediu mais mil e me fez passar pelas águas,
águas que me davam pelos lombos. 5 - E mediu mais mil e
era um ribeiro, que eu não podia atravessar, porque as águas eram profundas,
águas que se deviam passar a nado, ribeiro pelo qual não se podia passar. 6
- E me disse: Viste, filho do homem? Então, me levou e me tornou a trazer à
margem do ribeiro. 7 - E, tornando-me, eis
que à margem do ribeiro havia uma grande abundância de árvores, de uma e de
outra banda. 8 - Então, me disse: Estas águas saem para a
região oriental, e descem à campina, e entram no mar; e, sendo levadas ao mar,
sararão as águas. 9 - E será que toda criatura vivente que vier por onde
quer que entrarem esses dois ribeiros viverá, e haverá muitíssimo peixe; porque
lá chegarão essas águas e sararão, e viverá tudo por onde quer que entrar esse
ribeiro. 10 - Será também que os pescadores estarão junto dele; desde
En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o seu peixe,
segundo a sua espécie, será como o peixe do mar Grande, em multidão excessiva. 11
- Mas os seus charcos e os seus lamaceiros não sararão; serão deixados para
sal. 12 - E junto do ribeiro, à sua margem,
de uma e de outra banda, subirá toda sorte de árvore que dá fruto para se
comer; não cairá a sua folha, nem perecerá o seu fruto; nos seus meses
produzirá novos frutos, porque as suas águas saem do santuário; e o seu fruto
servirá de alimento, e a sua folha, de remédio.
A Torrente das Águas Purificadoras é uma
visão profética encontrada no capítulo 47 do livro de Ezequiel, um dos profetas
maiores do Antigo Testamento da Bíblia. Esta visão é rica em simbolismo e
oferece uma poderosa mensagem de restauração, cura e vida abundante que emana
do templo de Deus.
O Cenário da Visão (Ezequiel 47:1-2):
A Medição da Água e seu Aumento (Ezequiel
47:3-5):
Um homem com uma linha de medir acompanha
Ezequiel, medindo incrementos de mil côvados (aproximadamente 500 metros) e
fazendo-o atravessar a correnteza. A cada medição, a profundidade da água
aumenta progressivamente:
- Mil côvados:
A água chega aos tornozelos.
- Dois mil côvados: A água alcança os joelhos.
- Três mil côvados: A água atinge a cintura.
- Quatro mil côvados: A água se torna um rio tão profundo que só se podia
atravessar a nado, impossível de atravessar a pé.
O Impacto da Torrente (Ezequiel 47:6-12):
Após atravessar o rio, Ezequiel é levado de
volta à margem, onde observa uma grande abundância de árvores em ambos os
lados. O homem então explica o significado daquela água:
- Direção e Destino: A água flui para o leste, descendo até a Arabá (a região
do Mar Morto) e entrando no mar.
- Purificação e Vida: Ao desaguar no Mar Morto, a água salgada e sem vida é
saneada, tornando-se doce e cheia de vida. Por onde o rio passar, haverá
uma grande quantidade de seres vivos e peixes.
- Abundância de Peixes: A pesca prosperará ao longo da costa do Mar Morto, de
En-Gedi até En-Eglaim, com uma variedade de peixes como os do Mar Grande
(Mediterrâneo).
- Exceções:
Os charcos e pântanos próximos ao mar não serão purificados, sendo
deixados para a produção de sal.
- Vegetação Vigorosa: Nas margens do rio, crescerão árvores frutíferas de
todos os tipos, com folhas que nunca murcharão e frutos que não acabarão.
Produzirão frutos frescos a cada mês, pois são regadas pela água que flui
do santuário. Seus frutos servirão de alimento e suas folhas, de remédio.
Significado Simbólico:
A Torrente das Águas Purificadoras é rica em
simbolismo e pode ser interpretada de diversas maneiras:
- A Presença e as Bênçãos de Deus: A água que emana do templo representa
a presença de Deus e as bênçãos que fluem de sua casa. Assim como a água
traz vida e cura por onde passa, a presença de Deus traz restauração
espiritual e vitalidade.
- O Espírito Santo: Muitos estudiosos veem esta torrente como uma
representação do Espírito Santo, que Jesus descreveu como "rios de
água viva" (João 7:37-39). O aumento progressivo da profundidade da
água pode simbolizar o aprofundamento da nossa experiência e relacionamento
com o Espírito Santo.
- A Expansão do Reino de Deus: O fluxo constante da água que alcança
e transforma até mesmo o Mar Morto pode representar a expansão do Reino de
Deus e o poder do evangelho para trazer vida e transformação a lugares
espiritualmente áridos e mortos.
- Cura e Restauração: A capacidade da água de purificar e trazer vida ao Mar
Morto é um símbolo poderoso da cura física, emocional e espiritual que
Deus oferece. As árvores frutíferas nas margens representam a abundância
de bênçãos e a provisão de Deus para aqueles que são alcançados por essa
torrente.
- O Novo Pacto:
Alguns interpretam essa visão como uma promessa das bênçãos do Novo Pacto,
que seriam derramadas sobre o povo de Deus através de Jesus Cristo, o
verdadeiro templo.
Em resumo, a visão da Torrente das Águas
Purificadoras em Ezequiel 47 é uma promessa vívida e esperançosa da vida
abundante, da cura e da restauração que emanam da presença de Deus. Ela nos
encoraja a nos aprofundarmos em nosso relacionamento com Ele, permitindo que o
"rio de água viva" flua através de nós e alcance aqueles ao nosso
redor, transformando a esterilidade em vida e a morte em esperança.
INTRODUÇÃO
Essa primeira parte do
capítulo 47 é a continuação da visão do Templo de Ezequiel (40.1,2). A primeira
parte, versículos 1-6, se concentra nas águas que fluem de debaixo do umbral do
Templo e, à medida que essas águas sanadoras vão fertilizando as áreas estéreis
do vale do Mar Morto, seguem aumentando o seu volume até se tornar um rio
caudaloso. A segunda parte, versículos 7-12, descreve o efeito milagroso dessas
águas, trazendo vida ao Mar Morto e à toda a região do Arabá. A presente lição
foca o aspecto escatológico da visão, mostra a implicação pneumatológica da
profecia e o contexto geológico do vale do Mar Morto.
I - SOBRE O ASPECTO ESCATOLÓGICO
1.
A nascente do rio (v.1).
Vimos,
na primeira lição do trimestre, que o livro de Ezequiel antecipa o aspecto
apocalíptico nas Escrituras Sagradas. A visão nessa passagem é futurista e
literal, e as evidências, tanto internas quanto externas, dão sustentação para
uma interpretação escatológica e literal. O “umbral da casa” é uma referência
ao templo da visão do profeta (40.1,2). Os detalhes desse complexo, como
dimensões de áreas, dependências e medidas, sugerem um templo literal. Isso é
simples de entender. Se os dois que foram destruídos, o de Salomão (2 Rs 25.9)
e o de Herodes (Lc 21.6), eram literais, não faz sentido o novo Templo ser uma
mera visão idealista, como símbolo ou figura para transmitir ideias ou
simbologia. De igual modo, a promessa divina do novo Templo é também literal
(Jl 3.18; Zc 14.8).
2. O guia celestial (vv.2,3a).
3. Os novos frutos (v.12).
A
linguagem dessa passagem é apocalíptica e escatológica e tem paralelo com o
livro de Apocalipse (22.1,2). A visão de Ezequiel, em relação
“a toda sorte de árvore que dá fruto para se comer [...] nos seus meses
produzirá frutos novos”, se refere ao Milênio e a do apóstolo João, ao
mundo vindouro, a eternidade. Mas ambos os textos são literais; no novo céu e
na nova terra não existe mar. O Milênio é distinto do mundo vindouro (Ap 21.1),
II - SOBRE A IMPLICAÇÃO PNEUMATOLÓGICA
1.
As águas (vv. 3-6).
O
ser celestial fez Ezequiel passar pelas águas, que ao caminhar o primeiro
trecho de “mil côvados”, ou “quinhentos metros” (NAA)
“elas me davam pelos tornozelos” (v.3). Quinhentos metros mais adiante, as
águas chegam aos joelhos e, depois de mais quinhentos metros, elas já estão nos
lombos (v.4). Quinhentos metros mais além, essas águas já haviam se tornado num
ribeiro e o profeta agora tinha que nadar (v.5). Ele atravessou o ribeiro
nadando, mas depois, o ser celestial trouxe o profeta de volta para a margem do
ribeiro (v.6). Qual o propósito disso? Era necessário que Ezequiel visse a
extensão e a profundidade do ribeiro para reconhecer a fonte de todos esses
milagres. Essa experiência da imersão do profeta nas águas tem implicações
teológicas profundas (Jo 7.37-39).
2. O ESPÍRITO SANTO.
A imersão de Ezequiel nessas águas pode ser comparada ao crente
cheio do ESPÍRITO SANTO, visto que a água é um dos símbolos do ESPÍRITO (1 Jo 5.6). Os símbolos do ESPÍRITO SANTO
são reflexos das suas múltiplas operações. O próprio JESUS se referiu ao
ESPÍRITO ao falar sobre o ESPÍRITO SANTO no discurso de João 7.37-39. O ESPÍRITO SANTO é ilustrado como água, pois, assim como
a água é indispensável à vida física de qualquer ser vivo, da mesma maneira o
ESPÍRITO é indispensável à vida do crente. A água refresca, refrigera e dá uma
sensação de tranquilidade e bem-estar, e é isso que o ESPÍRITO SANTO realiza na
vida do crente (Is 44.3). Ademais, não podemos esquecer que o Senhor JESUS
CRISTO é a fonte de água viva (Jo 4.14).
3. Imerso nas águas e no ESPÍRITO (vv.3-5).
O
ESPÍRITO SANTO é a terceira Pessoa da Trindade, ou seja, é uma pessoa (Mt
28.19). Como Ele pode ser uma pessoa e os crentes serem cheios dele? “Todos foram cheios do ESPÍRITO SANTO” (At 2.4).
Ser cheio do ESPÍRITO SANTO é uma expressão que indica estar o cristão nos
domínios do ESPÍRITO (At 4.8; Ef 5.18). Isso está bem ilustrado na visão de
Ezequiel inundado nas águas sanadoras que brotam do Templo de DEUS (Ez 47.3-5).
III - SOBRE O CONTEXTO GEOLÓGICO DO VALE DO MAR MORTO
1.
A abundância de árvores (v. 7).
O
Arabá, em hebraico a’ravah, literalmente “árido”, mas aparece também no Antigo
Testamento como “planície” (Dt 1.1) ou “deserto” (Is 35.1). É o nome de um vale
(Js 18.18) que se estende desde a Galileia, no norte de Israel, e vai até o
golfo de Ácaba, no sul do país, na margem do Mar Vermelho (Dt 1.1 – diante de
Sufe). Nessa região se localiza o Mar Morto (Js 3.16 – Mar Salgado), parte da
região era território da antiga Pentápolis que incluía as cidades de Sodoma e
Gomorra, cuja destruição trouxe esterilidade na região de modo que ali não
nasce planta alguma, nem mesmo capim (Dt 29.23). No entanto, a palavra
profética contempla o surgimento de “abundância de
árvores” (v.7) como resultado das bênçãos das águas vivificadoras. Esse
quadro profético é do Milênio.
2. O Mar Morto (v.8).
3. Vida no Mar Morto (vv.9,10).
A
chegada das águas vivificadoras do Templo revive o Mar Morto e o resultado é a
grande multiplicidade de peixes como no Mar Mediterrâneo, o “mar grande” (v.10). Isso faz lembrar da criação
no princípio (Gn 1.20,21). Os pescadores em “En-Gedi até En-Eglaim” (v.10)
lançarão suas redes para apanhar os peixes, um cenário nunca visto até então na
história. En-Gedi é um pequeno oásis localizado no deserto da Judeia, próximo
ao Mar Morto (Js 15.62), onde Davi se acampou quando perseguido por Saul (1 Sm
23.29; 24.1). En-Eglaim é uma localidade desconhecida, há quem afirme que fica
na outra margem do mar, que seria hoje a Jordânia, mas a linguagem parece indicar
sentido norte-sul e não leste-oeste.
4. Sobre os charcos
lamaceiros com sal que não serão restaurados (v.11).
Há
ainda muitas controvérsias. Como a vida não se estende além das águas da
salvação que fluem do Templo, talvez a morte continue nesses buracos salinos
(Is 66.24; Jr 30.23,24; Ap 20.10). A descrição do Milênio em Isaías indica
haver pecado e morte em escala reduzida, nascimento e envelhecimento (Is
65.20-23). Mas há quem afirme que esses charcos serão de grande utilidade para
economia por causa da abundância das riquezas minerais, até para o tempero,
como o sal para os sacrifícios (Ez 43.24), mas não há unanimidade sobre nenhum
desses pensamentos.
CONCLUSÃO:
As águas terapêuticas do
rio da visão de Ezequiel saem de debaixo do umbral e as águas cristalinas que
saem do trono de DEUS e do Cordeiro, em Apocalipse, apontam para CRISTO e o
ESPÍRITO SANTO. É significativa a presença do rio no Éden, no princípio. No
relato da criação e do rio da vida no mundo vindouro, o rio da visão de
Ezequiel fica entre eles, ou seja, entre o primeiro e o último. Vemos, em tudo
isso, a restauração escatológica da terra e a efusão do ESPÍRITO sem medida.




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