Texto Bíblico: Apocalipse 21:9-14;
22:1-5
“Mas
a nossa cidade está nos céus, donde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus
Cristo” (Fp.3:20).
INTRODUÇÃO:
O Novo Céu em Apocalipse 21: Uma Nova Criação
O livro de Apocalipse, especialmente no capítulo 21, nos
apresenta uma visão escatológica fascinante e cheia de simbolismo. Uma das
imagens mais poderosas e inspiradoras é a do Novo Céu.
O que significa o Novo Céu?
Quando João, o apóstolo, descreve o Novo Céu, ele está nos
convidando a imaginar uma nova realidade, uma nova ordem cósmica, livre das
marcas do pecado e da morte. É uma visão de esperança, de restauração e de um
futuro glorioso.
- Fim
da Criação Anterior: O Novo Céu surge após a passagem do "velho
céu" e da "velha terra", que foram consumidos por
cataclismos e juízos divinos. Isso simboliza o fim de uma era marcada pelo
pecado e pela morte, e o início de uma nova era de perfeição.
- Nova
Ordem Cósmica: O Novo Céu representa uma nova ordem cósmica, onde a
presença de Deus é plena e constante. É um lugar de paz, harmonia e beleza
incomparáveis, onde não haverá mais sofrimento, lágrimas ou morte.
- Realidade
Espiritual: O Novo Céu não é apenas uma nova atmosfera física, mas
também uma nova realidade espiritual. É o lugar onde os redimidos
habitarão eternamente na presença de Deus, desfrutando de uma comunhão
perfeita com Ele.
O que podemos aprender com a visão do Novo Céu?
- Restauração:
O Novo Céu nos mostra que Deus tem um plano de restauração para toda a
criação. A natureza, marcada pelas consequências do pecado, será renovada
e restaurada à sua perfeição original.
- Transformação:
A visão do Novo Céu nos desafia a buscar uma transformação pessoal. Ao
contemplar a beleza e a perfeição do Novo Céu, somos motivados a viver uma
vida santa e agradável a Deus.
Em resumo, o Novo Céu em Apocalipse 21 é uma imagem
poderosa que nos convida a olhar além das limitações do mundo presente e a
contemplar a glória futura que Deus tem reservado para seus filhos. É uma visão
de esperança que nos motiva a perseverar em nossa fé e a buscar uma vida mais
próxima de Deus.
Se tiver alguma pergunta específica, por favor, não
hesite em perguntar.
Observação: As interpretações sobre o livro de
Apocalipse são diversas e complexas. É importante abordar o tema com humildade
e respeito pelas diferentes perspectivas.
A Nova Jerusalém: Uma Cidade Celestial
A Nova Jerusalém, descrita no livro de Apocalipse, é uma das
imagens mais poderosas e inspiradoras da Bíblia. Ela representa a culminação da
história da salvação e a realização final dos planos de Deus para a humanidade.
Uma cidade celestial:
- Descendo
do céu: A Nova Jerusalém não é construída pelos homens, mas desce
diretamente do céu, preparada como uma noiva adornada para o seu
casamento.
- Perfeição
e beleza: A cidade é descrita com materiais preciosos e luminosos,
como ouro, pedras preciosas e cristal. Ela é um lugar de beleza e
perfeição incomparáveis.
- Presença
de Deus: O próprio Deus habita na Nova Jerusalém. A cidade é o Seu
trono e o Seu templo, e a Sua glória a ilumina.
- Vida
eterna: Os salvos habitarão na Nova Jerusalém para toda a eternidade,
desfrutando de uma comunhão perfeita com Deus.
O que a Nova Jerusalém simboliza:
- O
Reino de Deus: A Nova Jerusalém representa o reino de Deus
estabelecido na terra, um reino de justiça, paz e amor.
- A
comunidade dos salvos: A cidade é o lugar onde todos os redimidos se
reunirão para viver em perfeita harmonia.
- A
nova criação: A Nova Jerusalém é o símbolo da nova criação, onde tudo
será feito novo.
- A
esperança: A visão da Nova Jerusalém nos dá uma esperança sólida para
o futuro, um futuro livre do sofrimento, da dor e da morte.
O que podemos aprender com a Nova Jerusalém:
- A
importância da esperança: A esperança na Nova Jerusalém nos motiva a
perseverar em nossa fé, mesmo diante das dificuldades da vida.
- A
busca pela santidade: A beleza e a perfeição da Nova Jerusalém nos
desafiam a buscar a santidade em nossas vidas.
- A
importância da comunidade: A Nova Jerusalém nos mostra a importância
de viver em comunidade com outros cristãos.
Em resumo:
A Nova Jerusalém é uma imagem poderosa que nos convida a
olhar além das limitações do mundo presente e a contemplar a glória futura que
Deus tem reservado para seus filhos. Ela é um símbolo de esperança, de
perfeição e de amor.
I. O PARAÍSO ETERNO
1.
O que é o Paraíso?
O
conceito de Paraíso na Bíblia carrega diferentes significados em contextos
variados. No entanto, há algumas características centrais que emergem ao se
examinar as Escrituras Sagradas.
a) Lugar
da presença de Deus. Uma
das definições mais proeminentes do Paraíso é: “a morada de Deus”. No Antigo
Testamento, o Jardim do Éden é frequentemente considerado como um paraíso
terreno onde Deus caminhava com Adão e Eva (Gênesis 2:8-15). No Novo
Testamento, o termo é ampliado para incluir a presença de Deus no céu, como
indicado por Jesus em Lucas 23:43, quando ele prometeu ao ladrão arrependido:
"Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso".
b) Estado
de bem-aventurança.
O Paraíso é frequentemente associado a um estado de felicidade e bênção. Isso é
evidente nas bem-aventuranças proclamadas por Jesus no Sermão da Montanha
(Mateus 5:3-12). O Paraíso representa a realização plena da paz, justiça e
comunhão com Deus.
c) Recompensa
dos salvos. O Paraíso é
descrito como o destino final dos justos e dos salvos. Em Apocalipse 2:7, é
mencionado que aqueles que vencem receberão o direito de comer da árvore da
vida, que está no Paraíso de Deus.
d) Lugar
de restauração e renovação.
O Paraíso também é associado à ideia de restauração e renovação. Em Apocalipse
21, vemos uma visão do novo céu e da nova terra, onde não haverá mais dor,
pranto ou morte, e Deus habitará com seu povo. Esta visão do Paraíso é
caracterizada pela completa restauração da criação e pela presença eterna de
Deus.
e) Lugar
de “coisas tão maravilhosas que não podem ser expressas em palavras”. A passagem de 2Coríntios 12:2-4,
descreve uma visão que o apóstolo Paulo teve do Paraíso: “Conheço um homem em
Cristo que, há catorze anos, foi arrebatado ao terceiro céu. Se foi no corpo ou
fora do corpo, não sei; só Deus o sabe. Sim, somente Deus sabe se foi no corpo
ou fora do corpo. Mas eu sei que tal homem foi arrebatado ao paraíso e ouviu
coisas tão maravilhosas que não podem ser expressas em palavras, coisas que a
nenhum homem é permitido relatar” (2Coríntios 12:2-4).
Nesta
passagem, Paulo descreve sua experiência de ser arrebatado ao Paraíso, onde ele
ouviu coisas inefáveis. Embora Paulo não forneça muitos detalhes sobre o que
ele viu ou ouviu no Paraíso, essa visão é frequentemente interpretada como uma
experiência de comunhão direta com Deus e uma antecipação da glória futura
reservada para os salvos no céu. Portanto, essa passagem reforça a ideia de que
o Paraíso é de fato o lugar da presença de Deus e dos santos, como mencionado
em sua definição.
Portanto,
o Paraíso, à luz da Bíblia, é um lugar de profunda comunhão com Deus, uma
realidade de bênção e felicidade para os salvos, e a expressão máxima da
restauração e renovação de todas as coisas.
2.
O que é a Cidade Eterna?
A
Cidade Eterna, como descrita na Bíblia, refere-se à Nova Jerusalém, que é
apresentada como o destino final dos santos e a morada eterna de Deus com seu
povo. Esta cidade é mencionada especialmente no livro do Apocalipse, capítulos
21 e 22. Ela surgirá depois do Juízo Final, após o Milênio (Apocalipse 20), e
da purificação da Terra por meio de fogo (2Pd.3:10).
A
Nova Jerusalém é descrita como uma cidade celestial que descerá do Céu para a
terra (Apocalipse 21:2). Ela é apresentada como uma cidade santa, preparada
como noiva adornada para seu esposo (Apocalipse 21:2). Ela é descrita como
tendo a glória de Deus, resplandecendo como uma joia preciosíssima, como
cristal claro (Apocalipse 21:11). É também uma cidade santa, onde nada impuro
pode entrar (Apocalipse 21:27).
Uma
das características mais marcantes da Cidade Eterna é a presença contínua de
Deus e do Cordeiro. O próprio Deus habitará com seu povo, e eles serão seu
povo, e Deus mesmo estará com eles como seu Deus (Apocalipse 21:3).
Na
Nova Jerusalém, não haverá mais morte, pranto, lamento ou dor, pois as coisas
antigas terão passado (Apocalipse 21:4). Os habitantes da cidade desfrutarão de
bênçãos eternas e viverão em paz e comunhão perfeitas com Deus.
A
cidade tem doze portas, cada uma feita de uma única pérola, e cada porta é
guardada por um anjo (Apocalipse 21:12). Isso simboliza que a cidade está
aberta para todos os salvos de todas as nações, que entrarão nela e desfrutarão
de sua glória.
Os
habitantes da Cidade Eterna terão seus corpos transformados em um estado
glorioso, livre da corrupção e da mortalidade (1Coríntios 15:54).
Em
resumo, a Cidade Eterna, ou Nova Jerusalém, é a consumação do plano de Deus
para a redenção da humanidade, um lugar de glória, santidade, presença divina e
bênçãos eternas para os salvos. Sua descrição na Bíblia serve como uma
esperança gloriosa para os crentes e uma promessa do cumprimento final da
vontade de Deus.
3.
Quando a eternidade começará?
De
acordo com o estudo minucioso e acurado da Escatologia Bíblica, a eternidade
começará após uma série de eventos descritos nas Escrituras. Veja a sequência
desses eventos e as referências bíblicas pertinentes:
a) Arrebatamento
da Igreja. O primeiro
evento significativo é o Arrebatamento da Igreja, no qual os crentes serão
arrebatados para encontrar o Senhor nos ares (1Tessalonicenses 4:16,17). Este
evento marcará o início de uma série de eventos proféticos que culminarão na
eternidade.
b) Grande
Tribulação. Após o
Arrebatamento, ocorrerá um período de tribulação conhecido como a Grande
Tribulação, que durará sete anos, conforme mencionado em várias passagens,
incluindo Daniel 9:27 e Apocalipse 7:14. Durante este tempo, haverá julgamentos
divinos sobre a terra e grande sofrimento.
c) Segunda
Vinda de Cristo. Após
a Grande Tribulação, Jesus Cristo retornará gloriosa e triunfantemente
(Apocalipse 1:7) à terra para julgar as nações (Mateus 25:31-46), destruir os
inimigos de Israel (Apocalipse 19:17-21), prender Satanás por mil anos
(Apocalipse 20:1-3) e estabelecer, sem nenhum impedimento, o tão esperado seu
Reino milenar (Mateus 24:29-31 e Apocalipse 19:11-16).
d) Reino
Milenar. Durante mil
anos, Cristo reinará sobre a terra, conhecido como o Reino Milenar (Apocalipse
20:4). Durante esse período, Satanás estará preso e haverá um período de plena
paz e justiça sob o governo de Cristo.
e) Juízo
Final e eternidade. Após o milênio, Satanás será solto e derrotado para
sempre; será julgado e jogado no Inferno propriamente dito, que é o Lago
de Fogo e Enxofre (Apocalipse 20:10). Após
isso, ocorrerá a ressurreição de todos os ímpios, de todos aqueles que não
fizeram parte da Primeira Ressurreição (Apocalipse 20:5;), e serão julgados perante o grande Trono Branco – é o
grande Juízo Final (Apocalipse 20:11-15). Este será o momento em que a
eternidade começará de fato. Após esse julgamento,
os salvos habitarão no novo céu, na nova terra e na Nova Jerusalém, onde
desfrutarão da presença eterna de Deus (Apocalipse 21:1-4).
Portanto,
de acordo com a visão escatológica autenticamente cristã, a eternidade começará
após o Juízo Final e a inauguração do novo céu, nova terra e Nova Jerusalém,
onde os salvos desfrutarão da presença eterna de Deus em um estado de
felicidade e comunhão perfeita.
II. O ESTADO ETERNO E PERFEITO
1.
O Estado Perfeito à luz da doutrina bíblica
Depois
da abertura dos sete selos, conforme Apocalipse 6, em que predominarão a
desordem, a tribulação, o julgamento das nações (Mt.25:31-46), o milênio, o
julgamento definitivo de Satanás (Ap.20:10) e o Juízo do Grande Trono Branco
(Ap.20:11-15), o quadro revelado na sequência é do “novo Céu e da nova Terra”,
ou seja, o Estado Eterno e Perfeito (Ap.21:1).
Uma
nova reforma cósmica radical sempre esteve nos planos de Deus. Deus
transformará os céus e a Terra que hoje conhecemos, de tal forma, que
corresponderá a uma nova criação. O apóstolo Pedro descreve isso com
contundência: “esperando e apressando a vinda
do Dia de Deus, por causa do qual os céus, incendiados, serão
desfeitos, e os elementos abrasados se derreterão. Nós, porém, segundo a sua
promessa, esperamos novos céus e nova terra, nos quais habita justiça” (2Pd.3:12,13).
O
novo Céu e a nova Terra serão tão magníficos que tornarão os antigos céus e a
Terra insignificantes. No capítulo final da profecia de Isaias, o Senhor
promete que esse novo Céu e essa nova Terra perdurarão para sempre, juntamente
com todos os santos de Deus - “Porque, como os
novos céus e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante de mim, diz o
SENHOR, assim há de estar a vossa posteridade e o vosso nome”
(Is.66:22). Observe que, em um novo universo, a Nova Jerusalém será o foco de
todas as coisas (Ap.21:2).
O “novo céu e nova terra” é o destino dos salvos em Cristo; é um
novo lar completamente redimido, sem qualquer semelhança com o mundo antigo,
pois “eis que faço novas todas as coisas”
(Ap.21:5).
Segundo
o pr. Antônio Gilberto, no Estado Eterno haverá:
a) Governo
perfeito. O homem não tem sabido, nem podido
governar bem a Terra. Todas as tentativas humanas nesse sentido fracassaram:
dos gregos, através da cultura; dos romanos, através da força e da justiça; e
dos governantes dos nossos tempos, através da ciência e da política. Mas Cristo exercerá um governo perfeito, no seu tempo.
Nunca haverá desordem, insatisfação, injustiça.
b) Habitantes
perfeitos - "Nunca mais haverá qualquer maldição" (Ap.22:3).
Não haverá mais pecado, o que resultará em
santidade perfeita. Foi o pecado que trouxe toda sorte de maldição (ler
Gn.3:17; Gl.3:13).
c) Serviço
perfeito - "Os seus servos o servirão" (Ap.22:3). O maior privilégio do homem é servir a Deus. O trabalho
para Deus será perfeito; Culto perfeito; Atividades perfeitas. Quantas
maravilhas não aguardam os salvos!
d) Comunhão
perfeita - “Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará
com eles” (Ap.21:3). O novo céu e a nova Terra são a restauração da
convivência completa e perfeita entre Deus e os homens, que havia antes que o
pecado causasse o atual estado de divisão que existe entre Deus e a humanidade.
Como povo de Deus, desfrutaremos comunhão mais próxima com Ele do que jamais imaginamos.
Deus mesmo estará com todos os seus santos num relacionamento mais íntimo e
afetuoso. Somente na Nova Jerusalém, esta comunhão será restabelecida por
completo, ocorrendo aquilo que é dito pelo apóstolo João, de vermos Deus como
Ele é (1João 3:2).
e) Visão
perfeita - "Contemplarão a sua face"
(Ap.22:4). Somente com uma visão perfeita é possível contemplar a face de
nosso Senhor. Nenhum homem neste mundo viu a face do Senhor. Nem mesmo Moisés
que teve uma íntima comunhão com Deus. Para ele Deus disse: “Não poderás ver a minha face, porquanto homem nenhum
verá a minha face e viverá” (Êx.33:20). A
esperança dos fiéis é de contemplar a face de Deus (Salmos 11:7; 17:15). Os vencedores terão este privilégio diante do trono de
Deus e do Cordeiro - “Os seus servos o servirão, contemplarão a sua face”
(Ap.22:3,4).
f) Identificação
perfeita - "E nas suas frontes está o nome dele"
(Ap.22:4). Nome na Bíblia fala de caráter; daquilo que a pessoa de fato é.
Haverá então uma perfeita identificação entre Deus e os seus remidos. No Antigo Testamento o sumo sacerdote levava gravadas,
numa lâmina de ouro puro, sobre a sua coroa sagrada, as palavras:
"Santidade ao Senhor" (Êx.39:30). Mas
no Estado Eterno, onde a santidade é perfeita, o próprio nome de Deus estará
sobre a fronte dos seus filhos.
g) Conhecimento
Perfeito. Hoje, conhecemos a Deus apenas em parte, mas no Novo Céu
e na Nova Terra o nosso conhecimento será claro e perfeito dentro do plano
humano, em glória (cf.1Co.13:12).
Enfim, o
perfeito Estado Eterno é descrito na Bíblia como um lugar de santidade e
perfeição, pois a antiga ordem, em que imperava a natureza do pecado, será
abolida e dará lugar a um lugar santo, puro e perfeito.
2.
O Estado Eterno e Perfeito à luz de Apocalipse 22:1-5
O
Estado Eterno e Perfeito descrito em Apocalipse 22:1-5 apresenta uma visão
vívida e gloriosa do destino final dos santos, onde a presença de Deus é
central e todas as coisas serão restauradas à perfeição. O Livro do Apocalipse
traz alguns símbolos que descrevem de maneira mais vívida o divino Estado
Perfeito. São símbolos que comunicam a singularidade desse novo estado: a)
um rio; b) a árvore; c) a ausência de males; d) a presença
de Deus; e) interação Real.
a)
A vida eterna descrita como um rio (Ap.22:1). A imagem do rio da vida em Apocalipse 22:1 é
profundamente simbólica e rica em significado. Ela representa a vida eterna e a
provisão contínua de Deus para seus filhos. Em Apocalipse 22:1 é descrito um rio da vida que flui do trono de Deus e do
Cordeiro na Nova Jerusalém. Esse rio representa a fonte inesgotável da vida
eterna que emana de Deus e do sacrifício redentor de Jesus Cristo. Ele
simboliza a abundância e a vitalidade da vida eterna que será desfrutada pelos
santos na presença de Deus.
Jesus
frequentemente usava a metáfora da água para descrever a vida espiritual que
Ele oferece. Em João 4:10, Jesus fala à mulher samaritana sobre a água viva que
Ele dá, que se tornará na pessoa uma fonte de água que jorra para a vida
eterna. Essa água da vida é um símbolo da salvação e da vida espiritual que é
recebida através da fé em Cristo.
O
Salmo 46:4 e a visão de Ezequiel sobre o rio que sai do templo (Ezequiel
47:1-12) também contribuem para a compreensão do simbolismo do rio da vida. No
Salmo 46:4, o rio de Deus traz alegria à cidade de Deus e simboliza sua
provisão e proteção. Em Ezequiel 47, o rio que flui do templo traz vida e cura
por onde passa, representando a restauração e a renovação que Deus traz ao seu
povo.
Portanto,
a imagem do rio da vida em Apocalipse 22:1 está profundamente enraizada na
tradição bíblica e simboliza a provisão divina de vida eterna e restauração
completa para aqueles que estão em comunhão com Deus. É uma expressão da graça
e do amor de Deus, que flui continuamente para seu povo, trazendo vida, cura e
alegria eterna.
b)
A vida eterna descrita como árvore (Ap.22:2). A referência à árvore da vida remete ao Jardim do Éden
em Gênesis, onde essa árvore simbolizava a vida eterna e a comunhão com Deus
(Gn.2:9; 3:22). No contexto de Apocalipse 22, a
árvore da vida é mencionada como uma das características do Estado Eterno,
fornecendo frutos e folhas para a cura das nações. Essa imagem retrata a
restauração completa da vida e da saúde, livre de doenças e morte. Seus 12
frutos, de mês em mês, e suas folhas simbolizam a vida que triunfou sobre as
enfermidades e a morte. Não haverá mais dores nem doenças, pois no divino
Estado Eterno, a morte não existirá.
c)
A vida eterna sem males (Ap.22:3). O
texto afirma que não haverá mais maldição no Estado Eterno - Não haverá mais “maldição contra alguém” (Ap.22:3).
O problema do coração do ser humano será para sempre resolvido, pois o mal será
plenamente erradicado. Ali, o trono de Deus e do Cordeiro estarão centralizados
no coração do ser humano.
d)
A vida eterna na presença de Deus (Ap.22:4). A descrição da presença de Deus como luz e a promessa de
que os santos verão sua face refletem a comunhão íntima e direta que os crentes
terão com Deus no Estado Eterno. Essa é a culminação da redenção, onde os
salvos desfrutarão da presença de Deus em sua plenitude, sem a barreira do
pecado ou da separação.
Contemplaremos
Deus face a face (1Co.13:12), e sua presença será a nossa luz para sempre
(Ap.22:4). “Agora vemos de modo imperfeito, como um
reflexo no espelho, mas então veremos tudo face a face. Tudo que sei agora é
parcial e incompleto, mas conhecerei tudo plenamente, assim como Deus já me
conhece plenamente” (1Coríntios 13:12). Que alegria indizível!
Prestaremos culto olhando diretamente para Ele. Sua presença gloriosa fará com
que não haja mais noite, não havendo mais qualquer escuridão, e para sempre
reinaremos com Ele.
e)
A vida eterna em sua interação Real (Ap.22:5) - "E reinarão
pelos séculos dos séculos". No Estado Eterno, ou seja, no Novo Céu e na
Nova Terra, todos juntos, harmonicamente, e para sempre, reinaremos com Deus.
Isso jamais será conseguido aqui, mas no perfeito Estado Eterno, sim!
Em
resumo, o Estado Eterno e Perfeito descrito em Apocalipse 22:1-5 é uma visão
gloriosa da vida eterna em comunhão íntima com Deus, livre de todos os males e
restaurada à perfeição original. Essa visão oferece esperança e consolo aos
crentes, lembrando-os do destino final preparado por Deus para aqueles que o
amam.
III.
O ESTADO FINAL DE TODOS OS SANTOS
1.
O que todo crente salvo deve esperar?
Desde
os tempos antigos até os dias atuais, a visão dos santos de Deus sempre esteve
além das fronteiras terrenas. Tanto os patriarcas
do Antigo Testamento quanto os fiéis do Novo Testamento ansiavam por algo além
deste mundo passageiro. Tanto Abraão, o patriarca da fé, como Moisés, líder do
povo de Israel, e todos os santos do Antigo Testamento mantiveram uma perspectiva
celestial. Abraão "esperava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o
arquiteto e edificador" (Hebreus 11:10). Moisés, mesmo diante das riquezas
e glórias do Egito, optou por sofrer com o povo de Deus, "porque tinha os
olhos postos na recompensa" (Hebreus 11:26). Esta busca pela morada
celestial é um tema central na jornada de fé de todo crente salvo.
Assim
como os patriarcas e os santos do passado, os crentes salvos hoje reconhecem
que são peregrinos neste mundo. Conscientes de que sua verdadeira pátria é a
celestial (Filipenses 3:20), vivem neste mundo como estrangeiros, aguardando a
cidade que Deus preparou para eles (João 14:2,3). A esperança dos santos se
concentra nessa Cidade Celestial, descrita nas Escrituras como um lugar de
beleza indescritível, onde Deus habitará com Seu povo (Apocalipse 21:3). Essa
cidade será o lar eterno dos salvos em Cristo, onde não haverá mais dor,
sofrimento ou morte.
Inspirados
pelos exemplos dos patriarcas e santos do passado, continuamos nossa jornada
nesta terra como peregrinos, aguardando com expectativa a realização plena de
nossa fé na Cidade Celestial. Que esta esperança nos fortaleça e nos encoraje
enquanto caminhamos rumo ao nosso destino final em Deus.
2.
Viveremos todos em unidade
A
visão da Cidade Celestial descrita nas Escrituras revela não apenas uma
gloriosa morada eterna, mas também a Assembleia de santos unida em perfeita
harmonia. Ao examinarmos as referências bíblicas, especialmente aquelas que
mencionam as tribos de Israel e os apóstolos, compreendemos que a unidade é um
elemento central nesse cenário celestial.
Ao
descrever as 12 portas da Cidade Celestial, onde estão inscritos os nomes das
tribos de Israel, e os alicerces, que levam os nomes dos 12 apóstolos, o livro
do Apocalipse indica a inclusão de pessoas de todas as eras na comunidade
celestial (Ap.21:9-14). Essa simbologia representa a união entre o antigo
Israel e a Igreja, formando um só Corpo de Cristo. Essa união entre as pessoas
de Israel e da Igreja na Nova Jerusalém cumprirá plenamente o que foi anunciado
em Gálatas 3:28: "nisto não há judeu nem grego". Nessa Nova Cidade,
não haverá segregação, discriminação ou diferenças de classe. Todos serão um só
povo em Cristo Jesus, desfrutando da comunhão perfeita e da igualdade diante de
Deus.
A
visão da unidade na Cidade Celestial reflete a realidade do Corpo de Cristo,
onde cada membro tem sua importância e contribuição única. Nessa Assembleia
celestial, todas as diferenças são reconciliadas e superadas pela graça
redentora de Cristo, resultando em uma perfeita unidade na diversidade.
3.
Finalmente em casa
Compreendemos que nossa morada final não se encontra neste mundo
passageiro, tampouco na sepultura, pois somos chamados de peregrinos e
estrangeiros nesta Terra (Hebreus
11:13). O apóstolo Paulo nos lembra de que nossa
verdadeira cidade está nos Céus (Filipenses 3:20). Aqueles que mantêm
uma comunhão íntima com Cristo e Sua Palavra nutrem em seus corações o desejo
ardente de estar em casa, assim como expressou o apóstolo dos gentios
(2Coríntios 5:8; Filipenses 1:21,23). Esta é a grande recompensa reservada para
nós quando completarmos nossa jornada terrena. É a bendita esperança de todo
cristão sincero que anseia habitar no Céu.
CONCLUSÃO
A
Cidade Celestial, descrita nas Escrituras como um lugar de perfeita comunhão
com Deus e entre os santos, é a promessa final da nossa fé. Como peregrinos e
estrangeiros nesta Terra, aguardamos com expectativa o Dia em que seremos
reunidos na presença do Senhor, habitando eternamente na Sua presença.
Que
a visão da Cidade Celestial inspire em nós uma maior dedicação à comunhão com
Cristo e ao serviço do Reino de Deus. Que nos lembremos sempre de que nossa
verdadeira casa está além deste mundo passageiro, e que vivamos cada dia com a
esperança da glória futura que nos espera na presença do nosso Salvador. Que a
promessa da Cidade Celestial seja para nós um farol de esperança, orientando
nossos passos enquanto caminhamos nesta jornada da fé. Que possamos viver em
antecipação a esse glorioso Dia, onde finalmente estaremos em casa com nosso
Senhor para sempre.
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