A Chamada de Amós: Um Pastor de Ovelhas Tornando-se Profeta
Amós, um homem
simples com uma mensagem poderosa
Amós, um pastor de
ovelhas e cultivador de figos silvestres, era um homem improvável para ser um
profeta. Ele vivia em Tecoa, uma pequena cidade próxima a Jerusalém. No
entanto, Deus o escolheu para uma missão extraordinária: profetizar ao reino do
norte de Israel.
Uma convocação
inesperada
A chamada de Amós
foi nada convencional. Ele não frequentava escolas de profetas e não possuía a
oratória elaborada de outros profetas. Sua vocação surgiu de forma direta e
pessoal. Deus o chamou enquanto ele exercia suas tarefas cotidianas,
revelando-lhe uma visão e uma missão. Amós, inicialmente hesitante, obedeceu à
voz de Deus e se tornou um porta-voz da divindade.
A mensagem de
Amós
A mensagem de Amós
era contundente e direcionada aos pecados do povo de Israel. Ele denunciava a
injustiça social, a opressão dos pobres, a corrupção dos líderes e a hipocrisia
religiosa. Amós alertava que o julgamento de Deus estava próximo e que o povo
deveria se arrepender e voltar-se para Deus.
- Principais temas da mensagem de Amós:
- Justiça social: Amós condenava a exploração dos
pobres e a busca desenfreada por riqueza.
- Religiosidade superficial: Ele criticava os rituais religiosos
vazios e a falta de um coração sincero para com Deus.
- Julgamento de Deus: Amós profetizava sobre o castigo
divino que viria sobre Israel por causa de seus pecados.
- Esperança em meio ao julgamento: Apesar das duras palavras de
condenação, Amós também falava sobre a esperança da restauração de
Israel.
O impacto de
Amós
A mensagem de Amós
foi desafiadora para o seu tempo. Ele não se intimidou diante da oposição e
continuou a profetizar, mesmo sendo ameaçado e perseguido. Seu legado se
estende até os dias de hoje, inspirando pessoas a buscar justiça, a praticar a
fé de forma autêntica e a confiar na soberania de Deus.
Em resumo
A chamada de Amós
nos mostra que Deus pode usar qualquer pessoa, independentemente de sua origem
ou posição social, para realizar Seus propósitos. A história de Amós nos ensina
a importância de ouvir a voz de Deus, a buscar justiça e a viver uma vida que
agrade a Ele.
AMÓS: ADORAÇÃO COM JUSTIÇA
OBJETIVOS
EXPOR os
principais conteúdos apresentados na profecia de Amós:
COMPREENDER quem foi o profeta Amos, sua origem. trabalho e estilo
profético,
DEFENDER que a prática da justiça e um elemento insubstituível para a
verdadeira adoração
TEXTO BÍBLICOS
“Vos
que dilatais o dia mau e vos chegais ao lugar de violência que cantais ao som
do alaúde e inventais para vós instrumentos músicos, como Davi.” (Am 6.3.5.)
SÍNTESE
A profecia de Amós
nos ensina que justiça e retidão são elementos fundamentais para a adoração.
INTERAÇÃO
Amos
Veremos que o profeta, pastor e cultivador de figas (11) foi enviado ao seu
povo com uma palavra contundente contra a idolatria que havia se tornado uma
‘praga no meio do povo de Deus. Ele também fez graves denúncias contra as
injustiças sociais. O livro de Amós nos mostra que a prosperidade de
Israel foi à causa da corrupção da nação Infelizmente, algumas pessoas ainda
hoje depois de prosperarem se esquecem do Senhor e das ordenanças da sua
Palavra.
As
prédicas de Amós foram precisas e alcançaram o âmago da nação israelita.
Contudo, ele não apenas assinalou o pecado, mas advertiu o povo a buscar o
arrependimento, pois Deus é bom e misericordioso, ‘e se arrepende do mal” (Jl
213).
É um grito profético em favor da justiça e da
retidão, baseado no caráter de Deus |
Ilustra vividamente quando abominável é para Deus a
religião quando divorciada de uma conduta reta |
É uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e
o sacerdote Amazias (7.10-17) |
Seu estilo audaz e enérgico, reflete a inabalável
lealdade do profeta a Deus em usar pessoas que lhe são tementes ainda que
desprovidas de credenciais formais para que proclamem a sua mensagem numa era
de profissionalismo |
TEXTO BÍBLICO - Amós 5.21-23
21
Aborreço desprezo as vossas festas e as vossas assembleias solenes não me dão
nenhum prazer.
22
E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei
delas nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.
23
Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos porque não ouvirei as melodias dos
teus instrumentos.
INTRODUÇÃO
O
livro de Amós é surpreendentemente atual. Sua profecia condena a idolatria e
denuncia as injustiças sociais que às vezes são normatizadas pelo “status quo
de um determinado grupo social. O mais triste é saber que o sistema religioso, assim como os demais (político, jurídico e social) podem
se mancomunar junto à corrupção. Amós não pensou duas vezes em tocar a dedo na
ferida de Israel e desafiá-los ao arrependimento, caso contrário, a nação
receberia o juízo de Deus.
Ele
profetizou aproximadamente três décadas antes da destruição de Israel pelas
tropas da Assíria. Ainda hoje. a voz do profeta continua a ecoar alteando a
bandeira da justiça no estandarte da adoração cristã. O
livro de Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e nos ensina
que a adoração não pode desassociar-se da retidão e dos princípios
bíblicos e justos” revelados na Palavra de Deus.
1- O PROFETA
AMÓS
1.
Sua vida. O nome Amós significa ‘carregador de fardos’. Em.
alusão ao seu nome, podemos dizer que sua fala era pesada e a sua palavra, uma
carga do Senhor. Por causa de sua origem humilde o profeta não apresenta seu
sobrenome, indicando que sua família não era conhecida (Am 11). Ele provinha de
uma classe trabalhadora portanto estava acostumado a “carregar
fardos” Deus chamou um homem calejado para uma dura tarefa. Amós
permaneceu integro em cumprir sua missão.
Foi
duro nas denúncias e exortações porque sabia que se o povo não ouvisse suas
palavras o peso do juízo divino derramado sobre Israel seria ainda maior. Ele
era natural de Tecoa (Am 1.1). Essa cidade ficava a uns 20 km ao sul de
Jerusalém junto ao deserto da Judeia. Essa região ficava próxima à estrada que
ligava Jerusalém a Hebrom e Berseba. Foi nessa região que João Batista se
levantou como profeta. Amos foi um profeta sulista que atuou como missionário
no Reino do Norte (Israel). A certeza do chamado divino revestiu o profeta da
coragem para denunciar.
2.
Um homem simples. Amós
fala a partir de sua realidade, por isso se apresenta como um legitimo
representante de uma classe explorada, que não tinha voz nem vez. Ele era
pastor boleiro e cultivador de sicômoros (Am 11: 7:14). Possuía múltiplos
empregos. Era um homem trabalhador que fez questão de identificar sua origem
humilde (Am 7.54 15). Sabia que seu ministério era ratificado, não pela
tradição por trás de um nome, mas pelo chamado divino: Tal como Davi, era
pastor, entretanto, suplementava o seu trabalho cultivando sicômoros (figueiras bravas). Durante os meses de verão, os
pastores mudavam o rebanho para lugares mais baixos e pegavam serviços
paralelos como “boieiro” ou “cultivador de sicômoros para terem o direito de
pastar com seus gados naquelas regiões.
Sicômoros era
a fruta consumida pelos mais pobres. Os ricos se deliciavam com o figo comum. O
pecado do orgulho combatido por ele, não fazia parte de sua vida Ele era um
homem simples. João Crisóstomo ensinou que a humildade é a raiz a mãe a ama-de-leite,
o alicerce o vínculo de todas as virtudes. O cristão deve expressar a humildade
em sua vida, pois Deus se agrada dos simples (SI 24.4). Israel ensoberbou-se;
por isto foi humilhado de modo contrastante, os humildes são honrados por Deus
(Tg 4.10).
3.
Um homem preparado. Como
pastor, ele passava muito tempo sozinho, meditando e observando a natureza. As
ilustrações utilizadas em suas profecias foram extraídas da vida diária,
indicando a originalidade dos seus pensamentos, Era leigo no sentido que não
havia recebido formação em um estabelecimento oficial, visto que não tinha
estudado nas escolas de profetas. No entanto, não era um homem ignorante.
Embora não tivesse passado por uma educação profética formal, cie demonstrou
muito conhecimento.
Assim
como Moisés e Davi, o tempo com o gado lhe proporcionou uma cultura mental
destinada a reflexão Amos demonstrou um grande conhecimento da lei
de Moisés. Não devemos desprezar as pessoas que não tiveram a oportunidade
de passar por um sistema de formação oficial pois aprendemos com Amos que todos
podem ser usados por Deus, independente da classe social ou do currículo
formativo Deus procura ‘corações piedosos’ e não
somente ‘mentes brilhantes’, pois seu Espírito capacita aqueles que são
chamados (Dn 2.21; Tg 1.5).
II – O CONTEXTO
HISTÓRICO DE SUA PROFECIA
1.
Período de paz. Amós
desenvolveu o seu ministério na época em que Jeroboão II reinava em Israel, e
Uzias, em Judá. Foi um período de grande prosperidade para ambos os reinos. De
acordo com o Antigo Testamento ele foi contemporâneo de Oseias, Jonas Isaias e
Miqueias O clima do governo entre Jeroboão II e Uzias era amistoso. As nações
que poderiam perturbar Israel tinham sido dominadas. A luta contra a Síria
terminou com a vitória de Israel. O rei tinha restabelecido os termos de Israel
Rs 14.25). Os reinos do Norte e Sul expandiram seus territórios de tal modo que
conseguiram recuperar quase todo o território do império davídico-salomónico.
Esse
período ficou conhecido como a idade de ouro para ambos os reinos. A ideia de um juízo divino parecia não se adequar as
circunstâncias daquela época. As ameaças assírias de Tiglate-Pileser III
(745-727 aC.) se manifestariam apenas algum tempo depois. A paz experimentada
pelos israelitas lhes trouxe uma sensação enganosas de segurança, por isto
rejeitaram a mensagem de Amós. Que Deus nos livre das sensações enganosas da
vida! Devemos guardar o nosso coração (Pv 4.23 Jr 17.9) entregando-o a
autoridade de Cristo.
2.
Período de prosperidade. A
paz política e a expansão territorial conduziram Israel para um período de
prosperidade material. As nações vizinhas eram tributarias do Norte. As
riquezas a afluíam para Israel Os novos ricos perdiam a paciência com as
restrições de trabalho impostas pelas leis do sábado. A
vontade de acumular riquezas se tomou maior do que o anseio de obedecer a Lei
do Senhor. A ganância tem sido uma fonte de tropeço para multos (1 Tm
6.9.10). Os pobres não eram tratados de forma justa
(Dt 15.11; 24.15). A luxuria dos ricos era conseguir à custa da opressão
e exploração (Am 2.6-8).
Os ricos controlavam tudo inclusive o judiciário. As decisões dos tribunais eram todas
favoráveis aos ricos e extremamente opressivas aos pobres, Amós se levantou
contra as injustiças sociais e combateu os sistemas desonestos que pervertiam o
direito dos necessitados. Os homens de sua época estavam tão contumazes em
acumular riquezas que se esqueciam de atentar para a necessidade de seus
irmãos. Lembremo-nos de que o desprezo ao pobre e um grave pecado diante de
Deus (Dt 24.15: Is 3.15)
3. Paganismo religioso. A força material de Israel contrastava com sua fraqueza moral. O sumo sacerdote Amacias, por exemplo, era de classe leiga e não provinha da descendência sacerdotal; tal questão era um grande ultraje a fé verdadeira em Israel. Quando Amós profetizou que Israel só achava fora do prumo por causa dos pecados de idolatria e materialismo introduzidos pela casa de Jeroboão (Am 77-9), Amazias demonstrou que era um” sacerdote comprado” defendendo os interesses do rei ao tentar proibi-lo de continuar profetizando (Am 7.12.13).
As
leis divinas estavam sendo burladas, a religião tinha se corrompido (Am
7.10-14), Jeroboão II incentivou a prática dos cultos a fertilidade por meio de
um sistema de adoração ao bezerro de ouro (2 Rs 14.24-25). A adoração a Jeová
permanecia concomitantemente ac paganismo (Os 2.13,16,17). Centros pagãos foram
construídas nas principais cidades do Norte Gilgal Betel, Da Samaria (Am
4.4: 8.14). Alguém precisava combater estes pecados, o por este motivo, Deus levantou o corajoso Amós.
III
– ADORAÇÃO COM JUSTIÇA
1.
A mensagem do profeta. O
livro de Amos pode ser dividido em duas partes principais. Na primeira seção situam-se os oráculos que vieram pela
palavra (Am 1-6) aqui encontramos juízos entregues para oito nações
Damasco, Gaza, Tiro Edom, Amom, Moabe Judá e Israel (Am 1-2). O profeta
apresentou uma série de discursos de julgamento contra Israel (Am 3-6). As
denúncias de Amós partem do geral para o específico. Primeiro falou as nações,
depois foi específico em detalhar os pecados de Israel.
Na segunda seção do seu livro estão as visões (Am 7-9). Para fortalecer sua intimação,
Amós apresentou uma série de símbolos do juízo vindouro (Am 7,8 e 9) e por fim.
terminou sua mensagem apresentando a restauração futura de Israel (Am 9.11-15).
Sua profecia confrontou, principalmente as instituições de Israel ao denunciar
os pecados que destruíamos fundamentos sociais, morais e espirituais da nação.
Estamos preparados para pregar uma mensagem de confronto?
2.
Responsabilidade social.
Amós encontrou um mau governo em Israel, Oseias seu contemporâneo, fez
denúncias semelhantes (Os 5.1;7.5-7). As instituições de Israel transformaram a
justiça em alosna, uma erva daninha (Am 5.7). Elas perverteram o direito do
próximo. Não aceitavam a repreensão. Aborreciam na porta aqueles que os
repreendiam (Am 5.10). O portão de qualquer cidade era o lugar onde a justiça
era administrada (Dt 22.15). Se um profeta ou juízos repreendessem, sofreria
represálias. Por uma questão de conveniência, muitos se silenciaram (Am 5.13).
Os pobres eram pisados, extorquidos e explorados (Am 510) também
eram rejeitados nos tribunais de justiça (Am 5.12). Seus direitos eram violados (Am 2.7;4.1; 5.11). Amós denunciou a prática do suborno (Am 8.4,6) e
cumpriu o seu papel de responsabilidade social ao denunciar a injustiça. A ira de Deus. na pregação de Amós era a justiça divina
reagindo contra as injustiças humanas.
3.
Adoração com justiça. Conforme
vimos, apesar dos múltiplos pecados e das injustiças sociais a adoração nos
espaços supostamente “sagrados” continuava
de forma natural. Os “ricos injustos’ gostavam de frequentar os santuários e
exibirem seus sacrifícios sonegando a Deus a verdadeira adoração (Os 8.13; Am
5.22). O sacrifício desprovido de justiça representava uma transgressão ao
Senhor. Os cultos foram embelezados.com a contratação de levitas muitos músicos
profissionais que não descendiam da linhagem de Levi foram contratados para
tocar nestes templos. A música oferecida para as
pessoas era excelente, enquanto a adoração sincera a Deus era precária (Am
5.23).
O
espetáculo em volta do culto maquiava a superficialidade da adoração. Amós declarou que a adoração era como “estrepito: um
“barulho ensurdecedor” diante dos ouvidos do Senhor (Am 5.23); Deus não
estava aceitando aquela adoração sincrética, espetaculosa teatral e desprovida
de justiça. Os cânticos cultuais perdem o valor
quando não há arrependimento sincero (Am 8.3). A adoração cristã
não é apenas um item da liturgia, mas uma prática de vida uma resposta
obediente a Palavra de Deus (Sl 51.17; 119.10; 1 Jo 2.24). Mais do que adorar a Deus somente com os lábios, adoramos
ao Senhor com nossas vidas.
CONCLUSÃO
A
justiça social pregada por Amos aponta para a obediência aos princípios da
Palavra de Deus. Devemos lembrar de que os fundamentos da verdadeira religião
são constituídos pela forma como tratamos o próximo. Adoração sem justiça é uma
ofensa a Deus. Uma religião que diz honrar a Deus, mas despreza, explora ou
oprime o semelhante e uma fraude. Amos nos ensina que a verdadeira adoração
exige comunhão vertical, com Deus, e horizontal com o próximo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário