
Armadura de Deus: Uma Proteção Espiritual
Efésios
6:13-20 é uma das
passagens mais conhecidas e poderosas da Bíblia, onde o apóstolo Paulo nos
apresenta a metáfora da "armadura de Deus".
Essa armadura não é física, mas espiritual, e serve como uma proteção contra os
ataques do diabo e as forças das trevas.
O
Contexto
Paulo
escreve esta carta aos cristãos de Éfeso, um período marcado por intensa
perseguição e desafios espirituais. A imagem da armadura serve como um lembrete
de que a nossa luta não é contra carne e sangue, mas contra forças espirituais
malignas (Efésios 6:12).
As
Peças da Armadura
Cada
peça da armadura espiritual representa um aspecto da vida cristã que nos
protege e fortalece:
- Cinto
da verdade (v.14): A
verdade de Deus nos ancora e nos dá firmeza em meio às mentiras e enganos
do inimigo.
- Couraça
da justiça (v.14): A
justiça de Cristo nos protege do julgamento e nos capacita a viver uma
vida santa.
- Calçados
da preparação do evangelho da paz (v.15): O evangelho nos dá a paz que excede
todo o entendimento e nos prepara para compartilhar a boa nova.
- Escudo
da fé (v.16): A fé em
Deus nos protege dos dardos inflamados do maligno, que visam abalar a
nossa confiança.
- Elmo
da salvação (v.17): A
salvação em Cristo nos protege dos ataques contra a nossa mente e nos
garante a vida eterna.
- Espada
do Espírito, que é a palavra de Deus (v.17): A Bíblia é a nossa espada espiritual,
a ferramenta que nos capacita a resistir ao diabo e a proclamar a verdade.
A
Importância da Oração
Paulo
nos exorta a orar sem cessar, a fim de que tenhamos sabedoria e discernimento
para usar a armadura de Deus de forma eficaz (Efésios 6:18). A oração é a nossa
linha de comunicação direta com Deus, e através dela recebemos força e direção
para enfrentar os desafios da vida.
Aplicação
Prática
A
armadura de Deus não é apenas uma doutrina teórica, mas uma realidade prática
para o cristão. Ao vestirmo-nos dessa armadura, estamos nos posicionando para a
batalha espiritual e nos tornando instrumentos nas mãos de Deus para
transformar o mundo ao nosso redor.
Em
resumo, Efésios 6:13-20
nos oferece uma poderosa imagem da proteção espiritual que temos em Cristo. Ao
compreender e aplicar os princípios desta passagem, podemos viver vidas
vitoriosas e cheias de propósito, mesmo diante das adversidades.
Gostaria
de explorar algum aspecto específico da armadura de Deus? Por exemplo, podemos discutir como aplicar
a verdade na nossa vida diária, como desenvolver uma fé mais forte, ou como
usar a Bíblia para combater o pecado.
CONHECENDO A ARMADURA DE DEUS
Texto Bíblico: Ef.6:13-20
"Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no dia mal e, havendo feito tudo, ficar firmes" (Ef.6:13).
I. A NECESSIDADE DE SE REVESTIR DA ARMADURA DE DEUS
Quando
nos tornamos cristãos e participantes do Reino dos céus, pela fé em Cristo,
iniciamos uma verdadeira batalha espiritual. Paulo diz para revestirmo-nos da
armadura de Deus, pois há uma batalha, não contra sangue e carne, mas sim
contra o império do diabo (Ef.6:11-13). Não há espaço para descansar, pois a
luta é renhida e contínua. Daí se compreende por que Jesus insistiu tantas
vezes para seus discípulos: “Vigiai e orai”. A vitória de um dia, não garante a
vitória para o dia seguinte.
1.
O que significa a armadura de Deus? Há
duas linhas de interpretação para o texto em epígrafe. Vejamos:
a)
Primeira interpretação: a armadura de Deus são qualidades éticas. Alguns intérpretes entendem que são
qualidades éticas que o crente tem que abraçar todo dia e que impede que o
Diabo o vença. Por exemplo, em Ef.6:14 Paulo diz: “Estai, pois, firmes, tendo
cingidos os vossos lombos com a verdade...”. Ou seja, se o crente
sempre falar a verdade o diabo não vai ter do que lhe acusar; o diabo não vai
mexer com você, porque ele é o pai da mentira, e você é sempre uma pessoa que
diz a verdade, e você não vai dar brecha para o diabo. Ou como está escrito no
final do versículo: “vestido da couraça da justiça”. Aqui, “justiça” é tratar a
todos com equidade, dar a cada um o que é de direito seu, ser justo com as
pessoas; então, se você for uma pessoa justa, então você estar protegido contra
Satanás.
b)
Segunda interpretação: a armadura de Deus é o próprio Cristo e o que Ele
conquistou na cruz. Os
seguidores dessa linha de interpretação afirmam que as qualidades que estão
descritas aqui não são virtudes nossa, mas é o que Cristo conquistou na cruz
para nós, a ponto de que alguns dizerem que as armaduras descritas aqui é o
próprio Cristo. Então, quando Paulo diz que devemos tomar a armadura de Deus
ele está dizendo: “se revista de Cristo”, porque somente assim você vai poder
resistir a Satanás.
Em
Ef.6:10, encontramos a
chave que justifica que esta segunda opção é a melhor interpretação: “No demais, irmãos meus, fortalecei-vos no Senhor e
na força do seu poder”. Aqui, Paulo está dizendo que devemos nos
fortalecer no Senhor; e no verso 11 ele diz: “Revesti-vos
de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas
ciladas do diabo”. Ora, o que há aqui é um paralelo: revestir-se de
toda a armadura de Deus é você se fortalecer no Senhor e na força do seu poder.
Logo, a armadura de Deus é Cristo e de tudo aquilo que Ele conquistou para nós,
a saber, o poder que vem dele.
Por
isso, quando o texto diz que nós devemos nos vestir da “Verdade”,
não pense no sentido de oposição à mentira, mas a
Verdade de Deus, a Verdade maior de todas, Jesus Cristo. Disse Jesus: “Eu sou o caminho, e a Verdade...” (João
14:6). Só esta Verdade vai nos dar poder para enfrentar Satanás e suas
hostes.
Portanto,
a “armadura de Deus” pode ser definida como um conjunto de armas que forma uma
vestimenta de guerra, cujo objetivo é servir de blindagem para um soldado no
campo de batalha. Estar revestido de toda armadura de Deus é estar revestido do
próprio Cristo (Rm.13:14). O que devemos fazer é tomar posse dessa
armadura que é Cristo, o Senhor.
“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais
resistir no dia mal e, havendo feito tudo, ficar firmes” (Ef.6:13).
2.
O que é tomar posse da armadura de Deus? Se considerar a primeira linha de interpretação da
armadura como a mais usual - ou seja, que os elementos elencados por Paulo em
Ef.6:114-17 são qualidades éticas do cristão -, então temos que desenvolver
isso todos os dias, continuamente. Porém, se nós considerarmos que essa
armadura já foi conquistada por Cristo na cruz do calvário, e que Ele já nos
deu, então temos que considerar o seguinte fato: nós já temos essa armadura. Se
essa armadura é Cristo e o que Ele já conquistou na cruz, então isso já é nosso,
desde a nossa conversão. O que nós temos que fazer é tomar posse, é nos
apropriarmos disso. É isso o que significa “tomar a armadura de Deus”. Quando
Paulo diz que devemos nos cingir com a Verdade (Ef.6:14), e nós já cremos na
Verdade que é Cristo, devemos fazer isso todo dia em oração. Você vai ver que
no final do capítulo seis, no verso 18, Paulo fecha esse ensinamento dizendo
que nós temos que tomar essa armadura em oração (veja tópico II a seguir).
3.
Por que devemos nos revestir da armadura de Deus? Cada vez mais os exércitos do mundo
se armam para enfrentar os seus adversários. As nações mais ricas, e até as
mais pobres, estão em busca de armas potentes e poderosas para se protegerem
dos inimigos, tanto se defendendo como atacando com eficiência o oponente. Da
mesma forma, o cristão deve se revestir das armas espirituais mais poderosas e
potentes que existem, para vencerem todos os seus inimigos e adversários.
Então, devemos nos revestir da armadura de Deus:
a) Porque
o inimigo não dorme, mas sempre está planejando os seus ataques. Porém, “maior é o que está em nós do que o que está no mundo” (1João
4:4). Quando o rei Ezequias foi ameaçado pelo rei Senaqueribe, esta foi a
resposta de Ezequias: “Esforçai-vos e tende
bom ânimo; não temais, nem vos espanteis por causa do rei da Assíria, nem por
causa de toda a multidão que está com ele, porque há um maior conosco do que
com ele” (2Cr.32:7). Para mostrar a mesma convicção do rei Ezequias
é preciso nos revestir de toda a armadura de Deus para enfrentarmos as hostes
espirituais da maldade. Por isso, o apóstolo Paulo disse “A noite é passada, o dia é chegado. Rejeitemos, pois, as
obras das trevas e vistamo-nos das armas da luz” (Rm.13:12).
b) Porque
Jesus é o mais Valente. Em Lc.11:21,22, Jesus disse: “Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em
segurança está tudo quanto tem. Mas, sobrevindo outro mais valente do que ele e
vencendo-o, tira-lhe toda a armadura em que confiava e reparte os seus despojos”.
Jesus Cristo é o mais valente, que desarmou a Satanás e nos libertou do império
das trevas (Cl.1:13,14).
c) Porque
a armadura de Deus é mais poderosa. Em 2Co.10:4, Paulo afirma que “as armas da nossa milícia não são carnais, mas, sim,
poderosas em Deus, para destruição das fortalezas”.
d) Porque
o Senhor Jesus Cristo nos dar poder. Em Lucas 10:19, o Senhor Jesus
Cristo disse: “Eis que vos dou poder para pisar
serpentes, e escorpiões, e toda a força do inimigo, e nada vos fará dano algum”. Só quem já venceu o diabo é quem tem poder suficiente
para nos fazer também vencedores de Satanás (At.1:8; 10:38). Portanto,
temos de nos revestir da armadura do que é mais valente e mais forte, Jesus
Cristo – “E, despojando os principados e
potestades, os expôs publicamente e deles triunfou em si mesmo”
(Cl.2:15).
e) Porque
a batalha contra o pecado é renhida. Quando nos tornamos cristãos,
ganhamos um amigo - o Senhor Jesus Cristo. Mas também ganhamos um inimigo –
Satanás. Este tenta desviar-nos do trilho da maturidade espiritual e cristã, e
busca destruir aquilo que nos auxilia. A Bíblia se refere a luta contra o
pecado como uma batalha, e isto pode nos causar grandes sofrimentos; porém, não
entramos indefesos na batalha. Deus nos equipa com a Sua "armadura completa" (Ef.6:13). Jesus pode nos libertar do poder de
Satanás e do pecado. Deus não promete livrar-nos da batalha, mas sim livrar-nos
pela batalha. Há vezes em que nos agoniamos por causa de pecados inconfessos em
nossas vidas. Nossa consciência fica muito pesada, até buscarmos a cura com o
grande Médico - "Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados, e para nos purificar de toda a injustiça"
(João 1:9).
f) Por
causa dos desejos carnais. Em Romanos 13:14, Paulo nos aconselha,
dizendo: “revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não tenhais cuidado da carne em
suas concupiscências”.
g) Para
estarmos firmes contra as astutas ciladas do diabo. Em Efésios 6:11, Paulo
nos orienta e nos aconselha, dizendo: “Revesti-vos de toda a armadura de Deus,
para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo”.
h) Para
resistirmos no dia mau. Em Ef.6:13, Paulo nos reforça mais ainda,
dizendo: “Portanto, tomai toda a armadura de Deus, para que possais resistir no
dia mal e, havendo feito tudo, ficar firmes”.
4. Não subestime o inimigo.
Quantas vitórias antecipadas não se transformaram em derrota porque o inimigo
foi subestimado. Josué subestimou os habitantes da cidade de Aí e foi
derrotado. Não podemos nos esquecer que lutamos com um poder que age
sutilmente, sem que percebamos, e que atua para derrotar e envergonhar o servo
de Deus. O apóstolo Paulo adverte: “E não é de admirar, porque o próprio
Satanás se transforma em anjo de luz” (2Co.11:14). Paulo diz em 1Ts.2:18: “Por
isso, quisemos ir até vós (pelo menos eu, Paulo, não somente uma vez, mas
duas); contudo, Satanás nos barrou o caminho”. É bem verdade que ele já
está derrotado – “E o Deus da paz, em breve, esmagará debaixo dos vossos pés a
Satanás” (Rm.16:20) -, mas ele continua agindo. O Apóstolo Paulo escrevendo aos
Coríntios adverte: “...para que não sejamos vencidos por Satanás, porque não
ignoramos os seus ardis” (2Co.2:10,11).
II.
EQUIPAMENTOS DA ARMADURA DE DEUS
O
apóstolo Paulo listou seis equipamentos imprescindíveis para entrarmos na
peleja contra o inimigo de nossas almas. Que equipamentos são esses?
1.
A Verdade, como cinto (Ef.6:14)
– “Estai, pois, firmes, tendo cingidos os vossos
lombos com a verdade...”. A “Verdade”, aqui, é como fosse
um cinto; esta era a peça mais importante da
armadura do soldado romano; ele cobria toda a parte do abdome; era o suporte do
restante da armadura; tudo era suportado pelo cinto.
Não
é de estranhar que Paulo começa dizendo que a “Verdade” é o “cinto” da amadura
de Deus. É desta realidade que nós partimos: da Verdade do Evangelho que Deus
revelou. E como isso nos protege contra Satanás? A arma maior de satanás é o
erro religioso. Uma vez que você conhece a “Verdade”, que você se apoderou da
Verdade do evangelho em Cristo Jesus, então você está em condição de se
defender das mentiras, das heresias, do erro religioso que é apresentado por
Satanás, às vezes de forma muita atrativa, através de homens preparados para
ludibriar os incautos, e até mesmo pessoas cristãs com grande experiência no
caminho. Mas, aquele que conhece a “Verdade”, satanás não tem o poder de
derrubá-lo. Esta “Verdade” é a porta de entrada para a maturidade cristã - “Conhecereis
a verdade e a verdade vos libertará” (João 8:32). Então, a “Verdade” é
como um cinto. É o primeiro equipamento da armadura de Deus.
Como
me aproprio dessa “Verdade”? Como
e quando vou obedecer a essa ordem - “cingi-vos da verdade”? Todo dia enchendo
a nossa cabeça com essa Verdade: meditando na “Verdade”, que é Cristo;
meditando nas grandes promessas do Evangelho; crendo nessas coisas;
deleitando-se nas verdades espirituais. Desta maneira, cingiremos os nossos
lombos com a Verdade. Fazendo assim, essa “Verdade” se torna o “cinto” que
protege o nosso “abdômen”, de onde estão ligados os outros equipamentos da
armadura de Deus.
2.
Couraça da Justiça (Ef.6:14) – “...e vestida a couraça da justiça”. A couraça era
uma armadura defensiva em forma de um manto de ferro feito de couro, tiras de
metal ou escamas de bronze (1Sm.17:5). Sua função era proteger o pescoço, o
peito, os ombros, o abdome e as costas. Dependendo da época e da civilização, a
couraça chegava até a coxa. No soldado romano, a couraça cobria o peito dele,
era firmado no cinto, no qual ele estava cingido, e era proteção para órgãos
vitais. Geralmente, era proteção contra os golpes que poderiam ser fatais.
Neste
texto, o apóstolo Paulo usa a couraça como metáfora para
ilustrar a defesa espiritual como "couraça da justiça".
“Justiça”, aqui, não é um atributo ético, mas é a justiça de Deus pela fé em
Cristo Jesus; é a justiça com a qual Deus justifica pecadores como nós; é a
justificação, que funciona como uma couraça.
Paulo
compara a justiça de Deus em Cristo Jesus, ou a justificação, a uma couraça. E
essa comparação é muita perfeita, porque uma vez que você foi justificado em
Cristo, diariamente você tem que se lembrar disso. Eis uma declaração do
próprio Paulo, em Romanos 8:31-33:
“Que diremos, pois, a estas coisas? Se Deus é por nós, quem será
contra nós? Aquele que nem mesmo a seu próprio Filho poupou, antes, o entregou
por todos nós, como nós não dará também com ele todas as coisas? Quem intentará
acusação contra os escolhidos de Deus? É Deus quem os justifica”.
3.
Paz do Evangelho, como sapato -
“e calçados os pés na preparação do evangelho
da paz” (Ef.6:15). O calçado do soldado romano era
uma semibota entrelaçada de um solado de couro duro, que tinha como objetivo
evitar os objetos pontiagudos que os inimigos jogavam no campo de batalha.
Acontecia que, às vezes, o soldado corria descalço e os inimigos jogavam
objetos pontiagudos e aquilo feria os pés do soldado prejudicando a sua
eficácia na batalha. Para que ele pudesse correr no campo de batalha com
segurança e com firmeza ao encontro do inimigo ou se defender, ele precisava
estar calçado e protegido.
Essa
“Paz” pode ser entendida da seguinte maneira:
-A Paz que o Evangelho produz funciona como
uma preparação para o combate, como os sapatos que o soldado romano colocava
antes de entrar no campo de batalha. Então, essa “Paz” que o Evangelho traz é
comparada com esse sapato que o soldado colocava no início do conflito.
-Essa “Paz” é aquela produzida pelo
Evangelho. Este Evangelho que é a boa notícia de que Deus nos amou e que deu o
Seu Filho para morrer pelos nossos pecados, e que pela fé em Cristo eu sou
perdoado, e que agora tenho Paz com Deus.
4.
A Fé em Cristo, como escudo -
“tomando sobretudo o escudo da fé, com
o qual podereis apagar todos os dardos inflamados do Maligno” (Ef.6:16).
A
palavra “escudo”, aqui, vem da palavra “porta”, no grego; ou seja,
aquele obstáculo quadrado que não deixava passar nada. Esse escudo do soldado
era formado de uma dupla folha de madeira para impedir que a flecha incendiária
não atingisse o alvo, o soldado. Também, esse escudo era formado de pele de
animais para enfrentar os dardos incendiários, que eram armas terríveis naquela
época. Esse tipo de escudo era grande, e que servia para apagar as setas
incendiárias. Como o escudo de pele era molhado, então a flecha incendiária
batia no escudo e apagava.
Como
se aplica isso na nossa vida espiritual? O que funciona como escudo que apaga as setas do
maligno? Paulo diz que é a fé (Ef.6:16). Mas, fé em que? Muitos falam
de fé como se ela tivesse uma força inerente. Fé é o ato de você crer, é a
capacidade de você confiar em alguma coisa. Mas, o que vai fazer a diferença
não é o fato de você crer, mas naquilo em que você crer. Por exemplo, se você
crer numa mentira, você vai para o inferno mesmo tendo fé. Porque o que salva
não é o fato de que você tem fé, mas aquilo em que você crê. Quem salva é
Cristo, e se você tem fé em Cristo, você será salvo. Se você tem fé nos ídolos,
nos deuses pagãos, ou é ateu, você vai para o inferno, porque nenhuma dessas
coisas salva. Só quem salva é Jesus Cristo.
Então,
quando Paulo fala da “Fé” como escudo, ele está falando da Fé em Cristo Jesus,
no Evangelho, na Verdade. Como e quando nos revestimos disso? Diariamente nós
temos que exercitarmos a nossa fé. Em Romanos 10:17, Paulo diz que “a fé vem
pelo ouvir, e o ouvir pelo Palavra de Deus”.
Como
e quando nos revestirmos deste equipamento da armadura de Deus? Todo dia: em oração, meditando na
Palavra de Deus, enchendo a nossa mente da Palavra de Deus, observando as
grandes promessas da Palavra de Deus, observando o sobrenatural de Deus. Quando
fazemos assim, a fé brota e se fortalece como uma rocha.
5.
Capacete da Salvação - “Tomai também o capacete da salvação...” (Ef.6:17). O capacete do soldado romano era
feito de couro e peças de metal para proteger a cabeça, parte superimportante
do corpo do soldado; se ele fosse ferido na cabeça, já ficava impossibilitado
de atuar no conflito.
O capacete representa
a salvação que nos é dada em Cristo Jesus. Como me aproprio disto diariamente?
Dizendo, com base na palavra de Deus: eu sou salvo em Cristo Jesus; Jesus me
salvou; meus pecados foram perdoados e agora sou justificado; pela graça de
Deus agora sou salvo!
A
salvação já nos foi dado em Cristo, mas você tem certeza dela? Crentes
incertos, inseguros, são como soldados vacilantes que não sabem o que vão
fazer; eles não têm coragem para prosseguir. Mas, um crente que está seguro de
sua salvação em Cristo é como um soldado que está pronto para batalhar contra o
inimigo; ele é ousado, não teme a nada, pois tem certeza da salvação.
Infelizmente, falta esta certeza em muitos que cristãos dizem ser.
Quais
os fatores que podem levar o crente a perder a certeza da salvação?
- A
consciência ferida por
algum pecado.
- Doutrinas
erradas, que
estimulam o crente a acreditar que não é salvo, e que só serão salvos
apenas um punhado de pessoas, chegando até mesmo a dizer que somente 144
mil serão salvos. Se você acreditar nisso, que graça tem em permanecer
fiel e tomar a armadura de Deus? Se você recebeu Jesus como seu único e
suficiente Senhor e Salvador, e permanece fiel nos caminhos do Senhor, que
está em comunhão com Ele, então, não há dúvida: você é salvo, apesar dos
nossos defeitos - “Pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem
de vós; é dom de Deus” (Ef.2:8).
- Satanás. Este pode abalar o crente quanto
à certeza da salvação. Ele ataca o crente nisso. Às vezes vem a opressão,
vem provações, vem trevas, vem confusão na cabeça, e a incredulidade
cresce no coração do crente e ele fica sem saber direito o rumo certo; ele
fica duvidando e questionando até mesmo da Bíblia, da existência de Deus e
das coisas em que ele acredita. A recomendação de Paulo é contundente:
“Não dês lugar ao Diabo” (Ef.4:27).
6. A
Palavra de Deus, como a Espada do Espírito - “Tomai também... a
espada do Espírito, que é a palavra de Deus” (Ef.6:18). Havia dois tipos de espada que eram
usados pelo soldado romano: uma espada comprida, que não é a que Paulo menciona
aqui; e uma espada curta, que era levada na cintura, que os soldados usavam
para defesa em uma luta corpo a corpo. Esta espada é a que Paulo menciona aqui.
Espiritualmente
falando, essa Espada representa a Palavra de Deus. E Paulo está dizendo que
quem usa esta Palavra é o Espírito. Talvez a melhor ilustração seja a tentação
de Jesus no deserto. Jesus foi levado para o deserto para ser tentado. Primeira
tentação: “se tu és o Filho de Deus, mande que estas pedras se tornem em
pães” (Mt.4:3). “Ele, porém, respondendo, disse: Está escrito: Nem
só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de Deus” (Mt.4:4).
Assim foi com a segunda e a terceira tentação. Todas elas Jesus respondeu
dizendo: “está escrito”. É isto que significa, na guerra
espiritual, a “Espada do Espírito”, que é a Palavra de Deus; é você responder
as dúvidas, questionamentos, repelir a mentira, as acusações, a culpa com: “está
escrito”.
Como,
então, o crente vai responder “estar escrito” se ele não conhecer a Bíblia
Sagrada, que é a Espada do Espírito? Quando você for interpelado a respeito da
salvação, do pecado, das situações adversas da vida, do mundo espiritual, você
tem condição de dizer “está escrito”? Se não estudar e meditar na
Palavra de Deus você estará vulnerável diante das vicissitudes e intempéries,
diante das astutas ciladas de Satanás. Sem o conhecimento da Palavra de Deus,
sem maturidade espiritual, você será uma presa muito fácil num embate contra o
poderoso inimigo de nossas almas.
Você
sabe por que tanto crente se desvia na fé, cai diante do inimigo? Porque não
sabe dizer onde “está escrito” e o que “está escrito”.
Muitas tentações, acusações falsas, mentiras, constantemente nos vem à nossa
mente para nos perturbar e nos enfraquecer, e sem a espada do Espírito, que é a
Palavra de Deus, não temos argumentos para nos defender. O salmista bem armado
com a Espada do Espírito afirmou desta maneira: “escondi
a tua palavra no meu coração para eu não pecar contra ti”
(Sl.119:11).
Observe
que a Espada do Espírito é arma de ataque. Vencemos os ataques do diabo e triunfamos sobre ele por meio
da Palavra. É pela Palavra que os cativos são libertos. A Palavra é poderosa,
viva e eficaz. Moisés quis libertar os israelitas do Egito com a espada do
homem carnal e fracassou, mas quando usou a Espada do Espírito o povo foi
liberto. Pedro quis defender a Cristo com a espada humana e fracassou, mas
quando brandiu a Espada do Espírito, multidões se renderam a Cristo. Precisamos
conhecer bem a Palavra de Deus. A Bíblia nos afasta do pecado ou o pecado nos
afasta da Bíblia. Infelizmente, há multidões de crentes mais comprometidos com
as mídias sociais do que com a Palavra de Deus. Isso é lamentável!
III.
A ENERGIA COM A QUAL DEVEMOS LUTAR NESSA BATALHA
“orando em todo tempo com toda oração e súplica no Espírito e
vigiando nisso com toda perseverança e súplica por todos os santos” (Ef.6:18).
Este
texto está ligado ao verso 13. A ligação seria assim:
“Portanto, tomai toda a armadura de Deus, com toda oração e
súplica, para que possais resistir no dia mal e, havendo feito tudo, ficar
firmes”.
Em
outras palavras, o apóstolo Paulo está dizendo a maneira como nós devemos tomar
toda a armadura de Deus. Como devemos tomar essa armadura? Diariamente. Como
devemos tomar “a Verdade, como cinto”, a Couraça da Justiça, o Evangelho da
Paz, o Escudo da Fé, o Capacete da Salvação e a Espada do Espírito? Com toda
oração e súplica. A oração é a energia que capacita o soldado
crente a usar a armadura e brandir a Espada do Espírito.
Não
podemos lutar nessa guerra com nossas próprias forças, no nosso próprio
poder. Moisés orou, e Josué brandiu a espada contra Amaleque. Oração
e ação caminham juntas (Ex.17:8-16). A oração é o poder para a
vitória.
Em
Efésios 6:18-20, Paulo
fala sobre seis elementos importantes a respeito da
oração (Adaptado livro Efésios – a Igreja, a noiva gloriosa. Rev.
Hernandes Dias Lopes).
1.
O tempo da oração (Ef.6:18) -
"Orando em todo tempo". Isso quer dizer que
devemos estar em constante comunhão com Deus. Não é correto dizer: "Senhor, vimos agora à tua presença",
porque o crente jamais tem licença para sair da presença do Senhor. O crente
deve orar sempre, porque ele está sempre exposto ao ataque do inimigo.
2.
A natureza da oração (Ef.6:18) -
"Com toda oração e súplica". Isto é mais do que um
tipo de oração. Devemos usar súplica, intercessão e ação de graças. O crente
que ora apenas pedindo coisas está perdendo o real sentido da oração, que é se
manter em intimidade com Deus, deleitando-se nele.
3.
A esfera da oração (Ef.6:18)
- "no Espírito". Isto quer dizer que essa
oração precisa ser motivada e assistida pelo Espírito (Rm.8:26,27). Não é
oração feita no monte ou em línguas, mas no Espírito. O Espírito assiste-nos em
nossa fraqueza, porque não sabemos orar como convém. O Espírito é como o fogo
que faz o incenso da oração subir como aroma suave diante de Deus. Diz o
apóstolo Paulo: “E da mesma maneira também o
Espírito ajuda as nossas fraquezas; porque não sabemos o que havemos de pedir
como convém, mas o mesmo Espírito intercede por nós com
gemidos inexprimíveis” (Rm.8:26).
4.
A vigilância da oração (Ef.6:18) -
"e vigiando nisso." Devemos orar de “olhos”
abertos. Devemos orar e vigiar. Devemos fazer como Neemias: "Nós, porém, oramos ao nosso Deus; e colocamos
guardas para proteger-nos de dia e de noite" (Ne.4:9). Orar e
vigiar é o segredo da vitória sobre o mundo (Mc.13:33), a carne (Mc.14:38) e o
diabo (Ef.6:18). Porque Pedro dormiu no Getsêmani, e não orou nem vigiou, ele
foi derrotado (Mc.14:29-31,67-72).
5.
A perseverança da oração (Ef.6:18)
- "com toda perseverança".
A igreja primitiva orou com perseverança (At.1:14; 2:42; 6:4), e também devemos
orar da mesma forma (Rm.12:12). Robert Law disse: "A oração não é para fazer a vontade do homem no céu, mas
para fazer a vontade de Deus na terra".
6.
O alcance da oração (Ef.6:18-20).
"E súplica por todos os santos, e também
por mim, para que a palavra me seja dada quando eu abrir a boca, para que
possa, com ousadia, tornar conhecido o mistério do evangelho, pelo qual sou
embaixador na prisão, para que nele eu tenha coragem para falar como devo".
Somos
um exército, precisamos orar uns pelos outros e orar por todos os santos.
Quando um soldado cai, tornamo-nos mais vulneráveis. Precisamos uns dos outros.
Precisamos orar uns pelos outros. Nenhum soldado, ao entrar em combate, ora só
por si mesmo, mas também por seus companheiros. Eles constituem um exército, e
o sucesso de um é o sucesso de todos. Paulo pede oração por si mesmo, não para
se livrar da prisão, mas para tornar-se mais eficaz na proclamação do
evangelho.
CONCLUSÃO
Em DEUS podemos
desfrutar de proteção e segurança. Sabemos que a nossa vida cristã não é livre
de ataques malignos. Contudo, temos um DEUS que é o nosso protetor e podemos
experimentar o seu refúgio e sua fortaleza. O seu Filho, nosso Senhor JESUS
CRISTO, nos esconde em sua presença e nos protege de todo mal. Assim, na força
do ESPÍRITO SANTO, e vestidos com a armadura espiritual, podemos resistir às
investidas e ciladas do Maligno. O DEUS de Jacó é o nosso escudo e refúgio.
Nele, estamos seguros e protegidos.
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