DANIEL E OS SONHOS DE NABUCODONOSOR- DEUS INTERVINDO NA HISTÓRIA
A
história de Daniel e Nabucodonosor é um dos relatos mais fascinantes da Bíblia,
repleta de simbolismo e profecia. O livro de Daniel, no Antigo Testamento,
narra como o jovem profeta hebreu, exilado na Babilônia, se tornou conselheiro
do poderoso rei Nabucodonosor.
O
Sonho Perturbador e a Busca pela Interpretação
Um
dos episódios mais conhecidos dessa narrativa é o sonho perturbador que
atormenta Nabucodonosor. O rei sonha com uma gigantesca estátua de metal,
composta por diferentes materiais, que é destruída por uma pedra. Perturbado e
incapaz de decifrar o significado do sonho, Nabucodonosor convoca seus sábios e
magos, mas nenhum deles consegue oferecer uma interpretação satisfatória.
A
Sabedoria de Daniel Revelada
Diante
da impossibilidade de seus sábios em desvendar o mistério, Nabucodonosor
decreta a morte de todos os sábios da Babilônia. Daniel, com a ajuda de seus
companheiros, intercede pelo rei e se oferece para interpretar o sonho. Após
orar a Deus, Daniel é capaz de descrever o sonho com exatidão e revelar seu
profundo significado.
A
Interpretação do Sonho: Um Mapa para o Futuro
A
estátua representava os grandes impérios mundiais que se sucederam ao longo da
história, desde a Babilônia até o Império Romano. A pedra que destruía a
estátua simbolizava o reino de Deus, que um dia viria a dominar toda a terra. A
interpretação de Daniel não apenas tranquilizou o rei, mas também revelou um
mapa profético do futuro da humanidade.
O
Significado Teológico
A
história de Daniel e Nabucodonosor carrega um profundo significado teológico:
- A
soberania de Deus:
Mesmo diante dos maiores impérios, Deus é o soberano absoluto. Ele
controla a história e revela seus planos aos seus servos.
- A
importância da profecia:
A profecia bíblica não é apenas uma curiosidade histórica, mas uma
ferramenta para compreender os propósitos de Deus para a humanidade.
- A
necessidade de sabedoria:
Daniel era um homem sábio, não apenas por sua inteligência, mas por sua fé
em Deus. A sabedoria verdadeira vem de Deus e nos capacita a interpretar
os acontecimentos à nossa volta.
Em
resumo, a história de
Daniel e Nabucodonosor nos ensina sobre a soberania de Deus, a importância da
profecia e a necessidade de sabedoria. É um relato que continua a inspirar e
desafiar os leitores ao longo dos séculos.
Daniel
2:20-21: Uma análise mais profunda
Os
versículos 20 e 21 do capítulo 2 do livro de Daniel constituem uma das mais
famosas profecias bíblicas, revelando a soberania de Deus sobre a história e a
vida dos homens.
"20
E ele disse: Bendito seja o nome de Deus para sempre, porque a ele pertencem a
sabedoria e a força. 21 Ele muda os tempos e as estações, depõe reis e levanta
outros, dá sabedoria aos sábios e conhecimento aos inteligentes."
Um
hino à soberania divina
- Deus,
o único sábio e poderoso:
Estes versículos começam com louvor a Deus, reconhecendo Nele a fonte de
toda sabedoria e poder. Somente Deus possui o conhecimento e o poder para
controlar e dirigir os eventos da história.
- Controle
Divino ao Longo do Tempo:
Deus não está limitado pelo tempo, mas o controla. Ele pode mudar as
épocas e as estações, indicando assim sua capacidade de intervir na
história humana a qualquer momento.
- O
poder de Deus sobre os reis:
Deus tem o poder de levantar e derrubar reis, provando que sua autoridade
é maior do que a de qualquer governante humano.
- A
sabedoria divina como um dom:
Deus é a fonte de toda sabedoria e conhecimento. Ele dá sabedoria aos
sábios e entendimento aos inteligentes, mostrando que toda boa dádiva vem
Dele.
O
significado profético
Estes
versículos, além de serem um hino à soberania divina, também têm um profundo
significado profético:
- A
história está nas mãos de Deus:
Deus tem um plano para a história e controla os acontecimentos mundiais.
Nenhum império ou poder humano pode escapar ao seu controle.
- A
humildade do homem diante de Deus: O homem, por mais sábio ou poderoso que seja, é
completamente dependente de Deus. Somente reconhecendo a sua soberania
podemos compreender o significado da vida e o nosso lugar no mundo.
- A
Promessa de um Futuro:
A capacidade de Deus de mudar os tempos e as estações dá-nos esperança de
um futuro melhor, um futuro em que a justiça e a paz reinarão.
Concluindo,
os versículos 20 e 21 do capítulo 2 de Daniel nos convidam a contemplar a
grandeza e a soberania de Deus. Eles nos lembram que, mesmo diante da
turbulência da história, podemos encontrar conforto e esperança em sua promessa
de um futuro melhor.
Você
quer se aprofundar em outro aspecto desses versículos? Poderíamos, por exemplo, analisar a sua
ligação com o resto do livro de Daniel, ou com outras profecias bíblicas.
Aqui
estão algumas perguntas que podem estimular a reflexão:
- Como
esses versículos se relacionam com o sonho de Nabucodonosor?
- Que
implicações esses versículos têm para nossa vida pessoal?
- Como
podemos aplicar esses ensinamentos à nossa compreensão dos eventos atuais?
O DEUS QUE INTERVÉM NA HISTÓRIA
Texto Bíblico: Daniel 2:12-23
“Falou Daniel e disse: Seja bendito o nome de Deus para todo o
sempre, porque dele é a sabedoria e a força; ele muda os tempos e as horas; ele
remove os reis e estabelece os reis; ele dá sabedoria aos sábios e ciência aos
inteligentes” (Dn
2:20,21).
I. O
SONHO PERTURBADOR DE NABUCODONOSOR (Dn 2:1-15)
O
sonho revelou a fragilidade do rei Nabucodonosor. Tirou-lhe o sono e perturbou
seu espírito (Dn 2:1). O rei encheu-se de ansiedade, insegurança e medo.
Aparentemente nada nem ninguém podia ameaçar a fortaleza do seu reino. Ele
tinha poder, riqueza e fama. Sua palavra era lei. Suas ordens não podiam ser
questionadas. Mas, agora ele foi abalado. Sentiu que alguém maior que ele o
ameaçava. A segurança de seu império estava ameaçada por algo fora de seu
controle, algo invisível e além deste mundo. Por isso, ficou inseguro, inquieto
e perturbado.
1. O tempo do sonho (Dn 2:1). “No segundo ano...”. Tendo
em vista que o sistema babilônico começou a contar o reinado de Nabucodonosor
oficialmente no começo do ano seguinte, o “segundo ano” do reinado
de Nabucodonosor poderia significar o fim dos três anos de treinamento de
Daniel (Dn 1:5). De outro modo, os eventos aqui historiados teriam
acontecido durante o treinamento de Daniel.
2. A habilidade dos sábios é desafiada no palácio (Dn
2:2). “E o rei mandou chamar os magos, e os astrólogos, e os
encantadores, e os caldeus, para que declarassem ao rei qual tinha sido o seu
sonho; e eles vieram e se apresentaram diante do rei”.
O
pr. Severino Pedro da Silva em seu livro Daniel (as visões para estes
últimos dias) define assim estes “sábios” da Babilônia:
- Os magos –
eram os escribas sagrados – uma ordem de sábios que tinham a seu cargo os
escritos ditos sacros, que vieram passando de mão em mão desde o tempo da Torre
de Babel. Algumas literaturas, das mais primitivas que se conhecem na terra,
eram constituídas desses livros de magia, astrologia, feitiçaria etc.” (ver At
19:19).
- Os astrólogos – tinham acesso ao conhecimento sobrenatural por meio do estudo
dos céus.
- Os encantadores –
eram manipuladores de poderes sobrenaturais por meio da feitiçaria. Usavam
fórmulas mágicas, atuadas por espíritos médiuns. Simão, o mágico, de Samaria e
Elimas, “o encantador”, da ilha de Pafos pertenciam a essa classe (ver At 8:9 e
13:8).
- Os feiticeiros - eram dedicados à magia negra. A mesma palavra emprega-se a
respeito dos encantadores egípcios Janes e Jambres, que
resistiram a Moisés na corte de Faraó (Ex 7:11; 2Tm 3:8).
- Os caldeus –
denominava a casta sacerdotal deles todos. Dizem alguns estudiosos que os
caldeus estudavam o dia do nascimento de uma pessoa, indagando até a hora, e
então lançavam o horóscopo do seu destino. A prática foi levada para Roma, onde
os Césares consultavam os áugures (peritos em magia negra, espiritismo e
astrologia). No primeiro século da Era Cristã, a prática tinha se desenvolvido
em toda a Ásia Menor.
Ao
esquecer-se do sonho (alguns estudiosos dizem que ele não esqueceu)
Nabucodonosor desafiou as habilidades desses “sábios” do reino em revelar e
interpretar o que ele havia sonhado. Observe que Daniel e seus amigos não foram
convocados, embora pouco tempo antes tivessem sido avaliados dez vezes mais
sábios que os entendidos do reino (Dn 1:20). É bem provável que eles ainda não
houvessem conquistado um lugar reconhecido entre os conselheiros sábios e
profissionais. Além disso, Daniel e seus amigos, apesar de serem altamente
dotados, não haviam sido aceitos na casta sacerdotal. Daniel e seus amigos só
foram lembrados mais tarde para serem mortos (Dn 2:13).
Inicialmente o rei prometeu uma recompensa (Dn 2:6) e terminou sua mensagem ameaçando matar todos os sábios. Como não puderam dar a resposta que o rei exigia, então, foi decretado o extermínio de todos os sábios da Babilônia. Daniel e seus amigos foram agora lembrados para serem mortos (Dn 2:13); isto mostra que eles, efetivamente, faziam parte do grupo de conselheiros do rei.
É impossível alguém revelar o sonho de uma pessoa, sem que essa pessoa o conte primeiramente. Portanto, o que Nabucodonosor exigia de seus “sábios” era uma clara evidência de uma mente perturbada e despótica. Sem dúvida, uma demonstração clara de prepotência. E Nabucodonosor demonstrou isto de três maneiras: (1)
- Primeiro, exigindo dos homens o que eles não poderiam oferecer (Dn 2:5,10,11). Há coisas que são impossíveis aos homens. Exigir deles isso é um ato de prepotência. Os magos da Babilônia tinham limitações.
- Segundo, oferecendo vantagens financeiras e promoções (Dn 2:6). O rei tem poder e riqueza nas mãos. Com essas duas armas deseja o mundo aos seus pés.
- Terceiro, determinando o extermínio dos sábios para satisfazer um capricho pessoal (Dn 2:5,8,9,12,13). O rei não respeitou a limitação dos “sábios”. Acusou-os de esperteza (Dn 2:8), conspiração (Dn 2:9) e determinou o extermínio sumário deles (Dn 2:12).
3. O fracasso da sabedoria pagã (Dn 2:3-13). A sabedoria dos sábios deste mundo tem
limites. O rei mandou chamar os sábios da Babilônia, mas eles não puderam
contar o sonho nem dar sua interpretação ao rei. Nabucodonosor suspeitava que
os seus magos e encantadores se aproveitavam da situação para quererem usar de
engano com vãs palavras, então os ameaça com pena de morte (Dn 2:13). Essa casta de “sábios” era mantida pelo palácio para
prestar serviços especiais ao rei. Porém, diante do desafio, eles foram inaptos
e inoperantes para revelarem o sonho do rei e dar a sua interpretação. Por
isso, o rei decretou que todos esses sábios fossem mortos, inclusive Daniel e
seus amigos.
Os caldeus e todos os sábios do palácio, desesperados ante a ameaça de Nabucodonosor, apenas disseram ao rei: "Não há ninguém sobre a terra que possa declarar a palavra ao rei" (Dn 2:10). No versículo 11 está escrito assim: "Porque o assunto que o rei requer é difícil; e ninguém há que o possa declarar diante do rei". Ora, esses sábios e magos do palácio não só confessavam sua incapacidade de revelar o sonho e sua interpretação, mas admitiam que, apesar de suas pretensões de comunicação com os espíritos, reconheciam que havia algo mais poderoso que eles, pois se referem a "deuses cuja morada não é com a carne" (2:11). Todos os demais sábios do palácio eram politeístas. Somente Daniel e seus amigos eram monoteístas. Quando Daniel teve a oportunidade de se apresentar diante do rei, disse-lhe: "Há um Deus no céu, o qual revela os mistérios" (Dn 2:28).
A teologia dos sábios deste mundo é deficiente. Eles reconhecem que há uma divindade acima e além, mas não têm uma visão do Deus pessoal, presente entre Seu povo (Is 57:15).
II. A ATITUDE SÁBIA DE DANIEL (Dn 2:16-30)
1. A cautela de Daniel (Dn 2:16-18). Daniel "falou avisada e prudentemente com Arioque, o capitão da guarda do rei" (Dn 2:14).
Quando o chefe da guarda do rei recebeu ordens para matar a todos os sábios da Babilônia, inclusive a Daniel e seus companheiros, Deus entrou em ação interferindo naquele episódio. Ele deu inteligência a Daniel para falar com Arioque. Daniel solicitou que Arioque pedisse ao rei para ser ouvido, e foi-lhe concedida a audiência com o rei. Daniel achou graça diante de Arioque porque Deus amenizou seu coração para que a soberana vontade de Deus prevalecesse naquela situação. Daniel teve iniciativa e ousadia. Ele não fugiu, não se escondeu, nem tentou enrolar o rei. Ele reconheceu sua limitação, mas demonstrou confiança na intervenção divina. Foi um grande passo de fé, e mostrou que ele já sabia, por experiência própria, que Deus nunca falha. Daniel tomou três atitudes importantes na solução daquele complicado problema: (2)
- Em primeiro lugar, ele vai ao rei e pede tempo (Dn 2:16). Daniel, sabedor do decreto real, pediu que lhe fosse dado um tempo para que pudesse revelar e interpretar o sonho do rei. Arioque deu a entender que não poderia adiar o mandado do rei (Dn 2:15). Mas foi-lhe concedida a oportunidade de se apresentar diante do rei, e ele, com respeito ao rei e com palavras prudentes, se identificou e pediu tempo ao rei para trazer, posteriormente, a revelação do sonho.
- Em segundo lugar, Daniel vai aos amigos e pede oração (Dn 2:17). Quando, para o mundo, só resta o desespero, para os filhos de Deus ainda há o recurso da oração. Os magos suplicaram ao rei da Babilônia que lhes contasse o sonho, mas Daniel fez o mesmo pedido ao Rei dos reis, o Senhor Deus Todo-Poderoso. Daniel compreendeu a importância de termos um grupo de oração. Ele sabia que quando os crentes se unem em oração, isto agrada a Deus, e a vitória é certa. Precisamos buscar ajuda nas pessoas certas na hora da crise.
- Em terceiro lugar, Daniel vai a Deus e pede misericórdia quanto ao segredo (Dn 2:18). Ele ora ao Deus do céu para que ele fosse o instrumento para a salvação não só dele e de seus amigos, mas também dos sábios da Babilônia, naquele momento crítico para todos (Dn 2:17,18). O nosso Deus está acima do céu, isto é, acima do sol, da lua e das estrelas que os babilônios adoravam. Enquanto os caldeus adoravam os astros, Daniel adorava o Deus criador dos astros. Ele revela sua fé no Deus vivo. Daniel chega a Deus pedindo misericórdia. A oração é um ato de humildade, não de arrogância.
2. Deus ainda revela mistérios (Dn 2:19-27). ''Então foi revelado o mistério a Daniel numa visão de noite" (Dn 2:19).
No versículo 18 está escrito que "Daniel foi para a sua casa", que era o lugar da sua intimidade com Deus, onde ninguém mais o perturbaria. Foi na sua casa que ele pediu ao Pai que revelasse aquele mistério a fim de salvar a sua própria vida e a dos seus amigos hebreus, bem como dos demais sábios do palácio. Sua intimidade com Deus lhe propiciou a graça divina para receber a revelação do sonho do rei em visão de noite. Uma prova indiscutível de que Deus se utiliza desses meios para revelar a sua glória aos seus servos (Elienai Cabral).
A
confiança de Daniel em Deus e na resposta que havia recebido era completa: “darei ao rei a interpretação” (Dn
2:24). A visão que Deus tinha lhe dado era idêntica à do rei. Sendo assim, ele
nem precisou inquirir o rei para testá-la.
A alegria de Arioque em ver que Daniel estava pronto para dar a resposta ao rei ficou evidente em suas ações: “Arioque depressa introduziu Daniel na presença do rei “(Dn 2:25). Quando o incrédulo rei perguntou se Daniel poderia cumprir sua difícil exigência, ele se deparou com um homem que estava firmado sobre um fundamento mais sólido do que o solo da Babilônia. Daniel fez questão de dizer ao rei que o mistério do seu sonho "nem sábios, nem astrólogos, nem adivinhos o podem declarar ao rei" (Dn 2:27), mas humildemente declarou que sua fonte de conhecimento era uma revelação do “Deus nos céus, o qual revela os mistérios” (Dn 2:28). Daniel negou qualquer revelação própria. Além disso, essa revelação particular foi dirigida de Deus para o próprio rei, para que soubesse os pensamentos do seu próprio coração e "o que há de ser no fim dos dias”.
O primeiro pensamento de Daniel após o Senhor revelar-lhe o sonho e a sua interpretação foi louvar ao Senhor por sua bondade e poder. Expressões espontâneas de louvor a Deus são típicas daqueles que verdadeiramente O amam e O servem.
3. O caráter profético do sonho de Nabucodonosor (Dn 2:28,29). O sonho do rei dizia respeito ao próprio reino da Babilônia, mas continha uma visão futura dos próximos reinos que haveriam de suceder ao reino da Babilônia. Daniel usou a expressão "fim dos dias" (v.28) que é escatológica e não significa simplesmente a sucessão dos impérios representados no texto. Segundo a escatologia judaica do Antigo Testamento "o fim dos dias" pode significar todo o espaço de tempo desde o começo do cumprimento da profecia até a inauguração do reino messiânico na terra.
Inteirar-se do significado desta visão é de suma importância para a Igreja do Senhor que vive na iminência da volta de Cristo, pois esta visão ajuda a compreender globalmente a palavra profética.
III. DANIEL CONTA O SONHO E INTERPRETA-O (Dn 2:31-45).
1. A correta descrição do sonho (Dn 2:31-35). O sonho de Nabucodonosor tinha uma estrutura de uma mensagem profética. Os estudiosos veem o capítulo 2 apenas numa perspectiva histórica, porque os quatro impérios pagãos que a visão anunciava já passaram. Porém, a visão tinha também um sentido escatológico, porque estabelece ao final o reino universal de Cristo. É algo que Deus tem preparado para o futuro.
A estátua continha quatro divisões principais: a cabeça de ouro (Dn 2:32); o peito e os braços eram de prata (2:32); o ventre e as coxas eram de cobre (2:32); as pernas eram de ferro (2:33) e os pés continham ferro e barro (2:33). No versículo 34 lemos: "uma pedra que foi cortada, sem mãos", a qual feriu a estátua nos pés destruindo-a completamente. Naqueles tempos, o misticismo e a utilização de figuras de representação faziam parte das crendices existentes na cultura pagã. Na mente de Nabucodonosor havia essa cultura e Deus aproveita para revelar realidades presentes e futuras daquele império através de sonhos. Todavia o rei esqueceu o sonho, mas sabia que havia sonhado algo importante que tinha algum significado para si mesmo e para o seu império (Elienai Cabral).
2. A interpretação dos elementos materiais da grande estátua (Dn 2:34-45). Daniel revela que o sonho do rei é profético, não histórico (Dn 2:28,29). O sonho do rei diz respeito ao plano de Deus na história da humanidade. Por intermédio desse sonho do rei, Deus abre as cortinas da história e revela que o futuro está em Suas próprias mãos.
A estátua visualizada em sonho por Nabucodonosor tinha cinco destaques: (3)
a) “A cabeça de ouro” (Dn 2:32,36-38). Nabucodonosor foi chamado de rei de reis (v. 37). Ele era a cabeça de ouro. Ele representava o império. Sua palavra era lei. Ele governou durante 41 anos. Transformou a Babilônia no maior império e na maior cidade do mundo. Alargou as fronteiras de seu domínio. Mas, a riqueza e o poder da Babilônia foram dados por Deus (v. 37,38). A Babilônia deu ao mundo a organização da legislação (código de Hamurahi).
b) “O peito e os braços de prata” (Dn 2:32,39). O peito e os braços de prata
simbolizam o império medo-persa. Como a figura já indica, os dois braços
ligados pelo peito representam um império que seria formado pela união de dois
povos: os medos e os persas. Nesse reino, o rei não estava acima da lei, mas
sob ela. A lei era maior que o rei. O rei tinha menos autoridade. O império
medo-persa deu ao mundo o aperfeiçoamento do Sistema Tributário.
c) “Ventre os quadris” (Dn 2:32,39). O ventre e os quadris de bronze
representam o império grego estabelecido por Alexandre Magno, em 333 a.C. Este
dominou o mundo inteiro, mas seu reino desintegrou-se com sua morte. O império
grego deu ao mundo a cultura, a língua e os jogos.
d) “Pernas de ferro” (Dn 2:33,40-43). Trata-se do império romano. Era o mais forte dos quatro. Mas, internamente, seu valor era inferior aos seus predecessores, como o ferro é inferior aos outros metais. Ao mesmo tempo, o império romano era forte como o ferro (exército, leis e organização política), mas débil como o barro (baixo nível moral). O império romano deu ao mundo o aperfeiçoamento da legislação (o Direito Romano).
3. “A pedra cortada, sem ajuda de mãos” (Dn 2:45). Aqui, Daniel explica a respeito da pedra que esmiúça a estátua (Dn 2:34,35,44,45). Qual é o significado da pedra? Ela representa o Reino Messiânico de Cristo que virá intervindo no poder dos reinos do mundo. Ele é a pedra cortada que virá para desfazer no último tempo o poder mundial do Anticristo (Dn 2:45; Zc 12:3).
A pedra tronou-se um reino que encheu toda a Terra (Dn 2:35). Este quinto reino é o reino de Deus, estabelecido por Jesus, o Messias. Ele encherá a Terra inteira e se estenderá até os novos céus e a nova terra (cf. Ap 21:1). Este reino durará para sempre (cf 2Pe 3:10-13).
“... o Deus grande fez saber ao rei o que há de ser depois disso...”. Daniel foi explicito em sua interpretação. Ele disse que o alvo final não é o governo do homem em esplendor crescente, mas o governo de Deus sobre as ruinas da loucura do homem. A presente Ordem Mundial com a sua filosofia de vida e valores deve desaparecer completamente para que o Reino de Cristo seja plenamente estabelecido aqui. Amém! Vem, Senhor Jesus!
CONCLUSÃO
Aprendemos
nesta Aula que a história está nas mãos de Deus. Ele não apenas prevê o futuro,
Ele tem o controle do futuro. Ninguém pode frustrar Seus desígnios. Seu plano é
eterno. Ele está com as rédeas da história nas mãos e Ele a levará a um fim
glorioso: a vitória triunfante do Reino de Cristo sobre os reinos do mundo.
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