quarta-feira, 15 de janeiro de 2025

A CHAMADA PROFÉTICA DE SAMUEL


                                                A CHAMADA PROFÉTICA DE SAMUEL

TEXTO BÍBLICO  1Smauel 3:1-10

“Então, veio o SENHOR, e ali esteve, e chamou como das outras vezes: Samuel, Samuel. E disse Samuel: Fala, porque o teu servo ouve” (1Sm.3:10).

Principais acontecimentos na vida de Samuel

Aqui estão os principais acontecimentos na vida e no ministério do profeta Samuel:

  • Nascimento milagroso: Ana, sua mãe, era estéril e orou a Deus por um filho, prometendo dedicá-lo ao serviço divino.
  • Dedicação ao templo: Ainda criança, Samuel foi levado ao templo em Silo para servir sob a supervisão do sacerdote Eli.
  • Deus chama Samuel: Deus chamou Samuel ainda jovem, revelando a ele a futura punição da casa de Eli.
  • Profeta e juiz de Israel: Samuel se tornou líder espiritual e político de Israel, guiando o povo em tempos de crise.
  • Convocação ao arrependimento: Ele exortou os israelitas a se afastarem da idolatria e voltarem a adorar exclusivamente a Deus.
  • Unção de Saul como primeiro rei: A pedido do povo, Samuel escolheu Saul, ungindo como o primeiro rei de Israel, marcando o início da monarquia.
  • Rejeição de Saul: Após Saul desobedecer a Deus, Samuel o repreendeu e informou que seu reinado seria retirado.
  • Unção de Davi: Samuel foi enviado por Deus para ungir Davi como o novo rei de Israel, substituindo Saul.
  • Conselheiro e intercessor: Mesmo após a unção de Davi, Samuel continuou a aconselhar o povo e interceder por Israel.
  • Morte e sepultamento: Samuel morreu em Ramá e foi amplamente lamentado por todo o povo de Israel.

Esses eventos marcaram profundamente a história de Israel, especialmente a transição de uma teocracia para uma monarquia.

O que podemos aprender com a história do profeta Samuel

A vida de Samuel e o livro que leva seu nome na Bíblia trazem lições valiosas para nossa caminhada de fé. Samuel foi um profeta, juiz e líder espiritual em Israel, que viveu em um período de transição, quando o povo passou a ser governado por reis.

Desde o seu nascimento milagroso, vemos a importância da oração e da entrega total a Deus. Sua mãe, Ana, orou fervorosamente por um filho e, quando Deus lhe concedeu Samuel, ela cumpriu sua promessa de dedicá-lo ao Senhor, mostrando a importância de honrar nossos compromissos com Deus.

Um dos maiores ensinamentos de Samuel é sobre obediência. Ele ouviu e obedeceu à voz de Deus desde jovem. Isso nos lembra que, independentemente de nossa idade ou posição, devemos estar dispostos a ouvir o chamado de Deus e agir conforme Sua vontade. A vida de Samuel também nos ensina a importância de ser fiel em nossas responsabilidades, mesmo em momentos difíceis. Ele confrontou reis, como Saul, com coragem e verdade, mostrando que a obediência a Deus está acima da aprovação humana.

Além disso, o livro de 1 Samuel nos mostra o perigo da desobediência, através da vida de Saul. Quando Saul desobedeceu às instruções de Deus, ele foi rejeitado como rei. Isso reforça que Deus valoriza a obediência mais do que sacrifícios externos ou rituais.

Por outro lado, a unção de Davi nos ensina que Deus não vê como o homem vê – Ele olha para o coração. Davi, um jovem pastor, foi escolhido por Deus por causa de seu coração fiel. Isso nos mostra que, para Deus, o caráter e a devoção são mais importantes que a aparência.

Estudo bíblico sobre o profeta Samuel

O nascimento e a consagração de Samuel a Deus

O nascimento de Samuel foi resultado de um milagre de Deus, em resposta às orações de sua mãe, Ana. Ela era estéril, e, por muitos anos, sofreu por não conseguir ter filhos, especialmente porque sua rival, Penina, a provocava incessantemente (1 Samuel 1:6).

Em um ato de profunda fé e desespero, Ana foi ao templo em Siló e orou ao Senhor, derramando sua alma diante de Deus. Em sua oração, fez um voto, dizendo: "Senhor dos Exércitos, se de fato olhares para a aflição da tua serva e te lembrares de mim, e não te esqueceres da tua serva, mas lhe deres um filho homem, então eu o dedicarei ao Senhor por todos os dias da sua vida" (1 Samuel 1:11).

Deus ouviu a oração de Ana e concedeu-lhe um filho, a quem ela chamou de Samuel, que significa "pedido ao Senhor" (1 Samuel 1:20). Após o desmame de Samuel, Ana cumpriu sua promessa e o levou ao templo para ser dedicado ao serviço de Deus, entregando-o ao sacerdote Eli.

Esse acontecimento demonstra a fidelidade de Deus em ouvir as orações sinceras e a importância de cumprirmos os votos feitos ao Senhor. Ana mostrou obediência e confiança, deixando Samuel nas mãos de Deus desde o início de sua vida.

Deus chama Samuel

O chamado profético de Samuel ocorreu de forma especial enquanto ele ainda era uma criança. Servindo ao lado do sacerdote Eli no templo de Siló, Samuel não conhecia plenamente a voz de Deus, mas estava em um ambiente de serviço e dedicação (1 Samuel 3:1).

Uma noite, enquanto dormia, o Senhor chamou Samuel por seu nome. Pensando que era Eli quem o chamava, Samuel foi até o sacerdote três vezes, mas Eli lhe disse que não era ele quem o chamava. Somente na terceira vez, Eli percebeu que era o Senhor falando com o menino e instruiu Samuel a responder: "Fala, Senhor, porque o teu servo ouve" (1 Samuel 3:9).

Quando Deus chamou novamente, Samuel seguiu a orientação de Eli e respondeu ao Senhor. Naquela ocasião, Deus revelou a Samuel o julgamento que viria sobre a casa de Eli devido à desobediência de seus filhos e à falta de ação do sacerdote.

Esse evento marcou o início do ministério profético de Samuel. A Bíblia destaca que "o Senhor estava com Samuel, e não deixou nenhuma de suas palavras cair por terra" (1 Samuel 3:19). O chamado de Samuel nos ensina sobre a importância de estarmos prontos para ouvir a voz de Deus e responder com obediência e humildade, mesmo em tenra idade.

A unção de Saul como primeiro rei

A unção de Saul como o primeiro rei de Israel foi um momento marcante na história do povo de Deus. Até então, Israel era governado por juízes, e o próprio Deus era considerado o rei supremo. No entanto, o povo pediu a Samuel que lhes desse um rei, desejando ser como as outras nações. Embora Samuel tenha ficado descontente com o pedido, Deus instruiu o profeta a atender a demanda, deixando claro que o povo estava rejeitando o Senhor, e não Samuel (1 Samuel 8:7).

Saul, da tribo de Benjamim, foi escolhido por Deus para ser o primeiro rei. Era um homem de estatura impressionante e boa aparência, o que agradava aos olhos do povo. Samuel ungiu Saul em secreto, derramando óleo sobre sua cabeça e declarando-o rei (1 Samuel 10:1).

Posteriormente, Saul foi publicamente confirmado como rei diante de todo o povo em Mispa. Esse evento marcou o início da monarquia em Israel, mas com a advertência de que o novo rei e o povo deveriam sempre obedecer ao Senhor para que prosperassem.

A rejeição de Saul

A rejeição de Saul como rei foi um momento de grande impacto tanto para Saul quanto para o profeta Samuel. Saul havia sido ungido como o primeiro rei de Israel por Samuel, a pedido do povo, mas com a condição de que ele deveria obedecer rigorosamente às ordens de Deus. No entanto, Saul cometeu dois erros graves que levaram à sua rejeição.

Primeiro, ele ofereceu sacrifícios que apenas o sacerdote poderia realizar, desobedecendo a Deus por impaciência (1 Samuel 13:8-14). O segundo erro, e o mais grave, foi a desobediência explícita à ordem de Deus para destruir completamente os amalequitas e tudo o que lhes pertencia (1 Samuel 15:3). Em vez disso, Saul poupou o rei Agague e o melhor dos despojos, justificando sua desobediência com a intenção de oferecer sacrifícios ao Senhor.

Quando confrontado por Samuel, Saul tentou justificar suas ações, mas Samuel respondeu com uma das frases mais conhecidas das Escrituras: "Acaso tem o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios quanto em que se obedeça à sua palavra? A obediência é melhor do que o sacrifício" (1 Samuel 15:22).

Por causa dessa desobediência, Samuel anunciou que Deus havia rejeitado Saul como rei, transferindo o reino a alguém "melhor" que ele – Davi. Esse episódio destaca a importância da obediência total a Deus e as graves consequências da desobediência, mesmo para um rei.

A unção de Davi

A unção de Davi como rei de Israel foi um momento decisivo no ministério de Samuel e na história do povo de Deus. Após a rejeição de Saul como rei, o Senhor instruiu Samuel a ir à casa de Jessé, em Belém, para ungir um dos seus filhos como o novo rei escolhido por Deus. Samuel, temendo a ira de Saul, obedeceu a Deus e foi até Jessé com um sacrifício, disfarçando sua verdadeira missão.

Quando chegou, Samuel viu os filhos mais velhos de Jessé e pensou que o primogênito, Eliabe, seria o escolhido por sua aparência imponente. No entanto, Deus corrigiu Samuel, dizendo: "Não atentes para sua aparência, nem para a sua altura, porque eu o rejeitei. O Senhor não vê como o homem vê. O homem vê o exterior, porém o Senhor vê o coração" (1 Samuel 16:7).

Davi, o filho mais novo, que cuidava das ovelhas, foi chamado. Embora jovem e sem a aparência de um guerreiro, Deus o escolheu por seu coração. Samuel ungiu Davi com óleo, e a partir daquele dia, "o Espírito do Senhor se apoderou de Davi" (1 Samuel 16:13).

Essa unção simboliza que Deus escolhe e capacita aqueles que são fiéis, independentemente de sua posição ou aparência exterior.

A morte do profeta Samuel

Samuel morreu em uma época de transição e grande agitação no reino de Israel (1 Samuel 25:1). Ele foi sepultado em sua cidade natal, Ramá, e amplamente lamentado por toda a nação. Sua morte marcou o fim de uma era, pois ele foi o último juiz de Israel e um dos profetas mais influentes.

A tristeza de Israel com sua morte mostra o impacto profundo que ele teve sobre o povo como líder. Sua vida nos ensina sobre a importância de permanecermos fiel até o fim, cumprindo o chamado de Deus com integridade, independentemente das circunstâncias.

Samuel: Profeta e juiz de Israel

Samuel se tornou um líder espiritual e político, servindo como o último juiz de Israel antes da monarquia (1 Samuel 7:15-17). Ele conduziu o povo em uma época de declínio moral e espiritual, guiando Israel a uma renovação espiritual. Como profeta e juiz, ele representava a voz de Deus para o povo, chamando-os ao arrependimento e à fidelidade a Deus.

Profeta Samuel

Este ponto nos ensina que líderes espirituais devem ser firmes em apontar o caminho de volta a Deus, mesmo em tempos de crise. Samuel também exemplifica a importância de combinar liderança espiritual com sabedoria e integridade.

Samuel convoca o povo ao arrependimento

Samuel convocou o povo de Israel a abandonar a idolatria e voltar-se para Deus de todo o coração (1 Samuel 7:3-6). Ele liderou o povo em uma renovação espiritual, culminando em uma grande vitória sobre os filisteus. Esta passagem nos lembra que a verdadeira vitória e segurança vêm quando o povo de Deus se arrepende e coloca sua confiança plenamente no Senhor.

Samuel demonstrou que o arrependimento genuíno exige ação concreta, como o abandono de ídolos e a restauração do culto verdadeiro. O arrependimento é o primeiro passo para a restauração da comunhão com Deus.

Samuel: Conselheiro e intercessor

Mesmo após a unção de Davi, Samuel permaneceu um conselheiro e intercessor fiel para Israel (1 Samuel 12:23). Ele ensinou o povo a importância de temer a Deus e servi-Lo fielmente, garantindo que continuassem a seguir o caminho certo.

Samuel nunca se afastou de seu dever, demonstrando que o papel de um líder espiritual vai além de eventos grandiosos, estendendo-se à oração e ao ensino contínuos. Sua vida de intercessão nos lembra da importância de orar pelo povo de Deus e buscar continuamente a orientação do Senhor para aqueles que estão sob nossa liderança.

I. DEFININDO O “PROFETA” EM ISRAEL

1. Definição de profeta

Profeta, palavra originária do grego que significa aquele que proclama; biblicamente, aquele que proclama a mensagem de Deus; é “aquele que anuncia”, e sua missão não é predizer, mas sim passar adiante a Palavra do Senhor; ou seja, o profeta é um porta-voz de Deus.

Nesse aspecto, o profeta seria mensageiro de Deus, cuja missão era levar o povo a obedecer à vontade do Todo-Poderoso. Quem ouvisse e obedecesse a esse porta-voz teria sucesso, pois o profeta comunica o que Deus lhe diz, fala o que o Senhor lhe falou. Os profetas bíblicos falavam principalmente dos males de sua época. Mas a profecia bíblica também descrevia o que aconteceria se as pessoas fizessem ou não fizessem determinadas coisas, e o que o profeta esperava para o futuro de seu povo.

Atualmente, temos visto pessoas sendo ungidas e reconhecidas como profetas pelo fato de serem usadas no dom da profecia. No Novo Testamento, o dom de profecia é para todos: "Todos podereis profetizar" (1Co.14:31). O ministério profético, não: "São todos os profetas?" (1Co.2:29).

No Antigo Testamento, o profeta era um pregador especial, com mensagem especial. Sua mensagem apelava à consciência da pessoa em relação a Deus, a si própria, ao pecado e à santidade. É só conferirmos as mensagens dos livros proféticos. 

O forte do profeta de Deus era expor os padrões da justiça divina para o povo. Ele era um arauto da santidade de Deus. Com autoridade e unção divinas, estava sempre a condenar o pecado (Is.58.1). Seu espírito fervia com isso e ele gemia por isso, pois para isso era chamado.

A Palavra de Deus saia da boca do profeta como flechas de fogo divino. João 5:35 diz assim de João Batista, o profeta: "Ele era a candeia que ardia". O profeta de Deus fazia o homem carnal estremecer, parar e considerar o seu mau caminho.

2. A menção de “profeta” no livro de Samuel

Antes de Samuel, o profeta era conhecido como “vidente” (1Sm.9:9), referindo-se ao fato da visão profética; sem dúvida, esse era o nome popular para os homens de Deus nos tempos antigos, antes de Samuel.

O profeta é aquele que “vê” com os olhos espirituais; ele tem referência particular à proclamação pública da vontade de Deus, conforme discernido através da visão profética, como se observa na primeira menção feita a um “profeta” no Livro de Samuel (1Sm.2:27-36).

“E veio um homem de Deus a Eli e disse-lhe [...] eu suscitarei para mim um sacerdote fiel, que procederá segundo o meu coração e a minha alma, e eu lhe edificarei uma casa firme, e andará sempre diante do meu ungido” (1Sm.2:27,35).

“E veio um homem de Deus a Eli...”. Este texto é uma credencial de profeta. Aparentemente foi um homem de Deus, não identificado, que confrontou o sacerdote Eli.

Profeta se tornou um dos títulos de maior honraria a partir da época de Samuel. O registro de Atos 3:24 – “E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias” -, indica que Samuel foi o primeiro de uma nova ordem ou linha de profetas.

“E o jovem Samuel servia ao SENHOR perante Eli. E a palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta” (1Sm.3:1).

3. Samuel e os demais profetas


Segundo os estudiosos, foi com Samuel que teve início o movimento profético formal em Israel. O profeta era alguém que falava em nome do Senhor: "Serás como a minha boca" (Jr.15:19); “...Eis que ponho as minhas palavras na tua boca” (Jr.1:9).

Deus escolheu, preparou e inspirou seus servos, os profetas, para admoestar seu povo. Eles se utilizavam de métodos variados para ensinar (Os.12:10; Hb.1:1). Eram educadores ungidos pelo Senhor para ensinar ao povo a viver em santidade, tornando-lhe conhecida sua revelação e desvendando-lhe as coisas futuras (Nm.12:6; 1Rs.19:16; Jr.18:18).

Com Samuel deu-se o início à prática de os profetas ungirem reis. Segundo o texto bíblico, o próprio Samuel comunicou as palavras de Deus a Saul, de que este seria rei, e ungiu Davi para ser o sucessor de Saul (1Sm.cap.16).

Foi a partir do ministério de Samuel que surgiram os profetas da corte, ou seja, aqueles que atuavam junto aos reis. Alguns desses profetas não apenas aconselhavam os soberanos, mas também eram seus escrivães; por exemplo, Samuel, Natã e Gade fizeram alguns registros reais. Eles não hesitavam em enfrentar reis desobedientes, governadores, sacerdotes ou qualquer tipo de liderança que não seguisse a Palavra de Deus (1Sm.13:13,14; 1Rs.18:18).

Tinham, ainda, como missão: lutar contra a idolatria, zelar pela pureza religiosa, justiça social e fidelidade a Deus. Suas mensagens deveriam ser recebidas integralmente por toda a nação como Palavra de Deus (2Cr.20:20).

Além de instruir o povo de Israel, os profetas do Antigo Testamento, também, vaticinaram a vinda do Profeta por Excelência, Jesus Cristo, o Messias prometido. O apóstolo Pedro assim se expressou: “Mas Deus assim cumpriu o que já dantes pela boca de todos os seus profetas havia anunciado: que o Cristo havia de padecer” (At.3:18).

A obra Redentora de Cristo Jesus pode ser encontrada, tipológica e profeticamente, na Lei de Moisés e nos Profetas.

"E todos os profetas, desde Samuel, todos quantos depois falaram, também anunciaram estes dias"(Atos 3:24).

II. O DESENVOLVIMENTO DO MINISTÉRIO DE SAMUEL


1. O crescimento profético de Samuel

“...e o jovem Samuel crescia diante do SENHOR” (1Sm.2:21).

Quando Ana entregou Samuel a Eli, para que ele fosse educado na Casa do Senhor, Ana proferiu as seguintes palavras:

 “Por este menino orava eu; e o SENHOR me concedeu a minha petição que eu lhe tinha pedido. Pelo que também ao SENHOR eu o entreguei, por todos os dias que viver; pois ao SENHOR foi pedido. E ele adorou ali ao SENHOR” (1Sm.1:27,28).

Desde aquele momento, ele assistiu aos sacerdotes e ministrou diante do SENHOR. A última frase do versículo 28 – “E ele adorou ali ao SENHOR “- inclui Samuel. Apesar da pouca idade era um adorador, pois havia sido dedicado ao serviço do Senhor. Aqui mostra que Ana teve um cuidado especial que seu filho estivesse envolvido com a obra de Deus.

Os dois primeiros capítulos de 1Samuel alternam relatos desfavoráveis a respeito da casa de Eli (1Sm.2:12-17,22-25,27-36) com observações favoráveis e sucintas a respeito do relacionamento cada vez mais próximo de Samuel com o Senhor (1Sm.2:18-21,26).

Aos cuidados de Eli, Samuel crescia e se fortalecia em sabedoria e no conhecimento do Senhor, resultando num dos profetas mais importantes da história de Israel. Enquanto os filhos do sacerdote Eli praticavam pecados abomináveis, o jovem Samuel crescia com integridade diante de Deus e do povo.

E o jovem Samuel ia crescendo e fazia-se agradável, assim para com o SENHOR como também para com os homens” (1Sm.2:26).

2. A formação profética de Samuel

“E o jovem Samuel servia ao SENHOR perante Eli. E a palavra do SENHOR era de muita valia naqueles dias; não havia visão manifesta” (1Sm.3:1).

Desde cedo, Samuel foi preparado para assumir uma grande missão: profeta do povo de Deus. Enquanto não chegava o tempo, ele recebia o treinamento e o ensino necessário aos pés do sumo sacerdote Eli. Lendo 1Smuel 2:18-21 nota-se como estava sendo a formação profética de Samuel.

“Porém Samuel ministrava perante o SENHOR, sendo ainda jovem, vestido com um éfode de linho. E sua mãe lhe fazia uma túnica pequena e, de ano em ano, lhe trazia quando com seu marido subia a sacrificar o sacrifício anual. E Eli abençoava a Elcana e à sua mulher e dizia: O SENHOR te dê semente desta mulher, pela petição que fez ao SENHOR. E voltavam para o seu lugar. Visitou, pois, o SENHOR a Ana, e concebeu e teve três filhos e duas filhas; e o jovem Samuel crescia diante do SENHOR”.

O texto mostra o comprometimento de Samuel com as coisas de Deus. Enquanto os filhos de Eli estavam atolados no pecado, Samuel, sendo uma mera criança, não imitava seus procedimentos pecaminosos.

“Buscai ao SENHOR enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto” (Is.55:6).

3. A disciplina de Samuel

Desde sua tenra idade, Samuel aprendeu a ser disciplinado. A princípio, sua mãe teve um papel mui importante na formação do seu caráter. Desde cedo ele aprendeu a ouvir a voz do Senhor. Todos os líderes necessitam aprender a reconhecer a voz de Deus, mesmo quando ainda jovens como Samuel.

Certa noite, Samuel estava deitado no chão perto da Arca de Deus e o Senhor o chamou: “Samuel, Samuel!”. No começo, Samuel ouviu, mas não reconheceu a voz do Pai. Porém, continuou ouvindo e, depois, recebeu uma mensagem a respeito do juízo vindouro sobre o sacerdote Eli e a família deste.

Samuel teve uma longa noite de insônia, paralisado por medo, ao pensar que devia repetir o que o Senhor lhe havia contado. Mas, Eli convenceu Samuel que seria muito mais perigoso reter a verdade do que revelar o que Deus lhe tinha dito (1Sm.3:17). Assim, Samuel expôs a verdade, e, por causa da sua obediência e disciplina, Deus elevou o jovem a líder e a profeta entre o seu povo (1Sm.3:20).

“E todo o Israel, desde Dã até Berseba, conheceu que Samuel estava confirmado por profeta do SENHOR”.

Samuel estava confirmado como profeta do Senhor. Ele foi um grande exemplo bíblico de liderança correta. Isto demonstra que o homem ou a mulher, que está apto para liderar o povo de Deus, é pessoa que aprendeu a ouvir a voz do Senhor, é pessoa que aprendeu dar atenção às palavras dele e falar a verdade, sem importar-se com as consequências terrenas.

Deus nunca escolheu seus líderes com base no carisma ou na eloquência deles. Pelo contrário, Ele busca aqueles que têm a coragem de ouvir e falar exatamente o que Ele lhes diz.

IV. O Dom da Profecia


O Dom de Profecia é um dom de manifestação sobrenatural de mensagem verbal pelo Espírito, para a edificação, exortação e consolação da Igreja de Jesus Cristo (1Co.12:10; 1Co.14:3); ele é concedido não por mérito, mas é dado “a cada um para o que for útil” (1Co.12:7), e repartindo particularmente a cada um como o Espírito Santo quer (1Co.12:11).

O maior valor da profecia é que ela, uma vez proferida, sendo de Deus, edifica a coletividade e não unicamente o que profetiza, ao contrário das línguas estranhas (que edifica a própria pessoa).

A profecia é necessária para impedir a corrupção espiritual e moral do povo de Deus. Apresenta-se, assim, como uma verdadeira manifestação de alívio e de descanso ao crente que, revigorado pela profecia, tem alento para prosseguir na sua caminhada rumo ao céu.

Atualmente, o Dom de profecia não tem a mesma autoridade canônica das Escrituras (2Pd.1:20), que são infalíveis e não passíveis de correção. A profecia atual deve ser julgada e que o profeta deve obedecer ao ensino bíblico (1Co.14:29-33). Pode acontecer que a pessoa que é detentora do dom de profecia receba a revelação do Espírito Santo e, por fraqueza, imaturidade e falta de temor de Deus, fale além do que deve.

Portanto, quem profetiza deve ter o cuidado de falar apenas o que o Espírito Santo mandar, não alegando estar "fora de si" ou "descontrolado", pois "os espíritos dos profetas estão sujeitos aos profetas" (1Co.14:32). 

Em nossos dias, temos visto que os termos” profecia “e” profetizar “têm sido mal utilizados; muitas pessoas falam de si mesmas palavras boas como se estas fossem verdadeiras profecias, e ainda motivam outras pessoas a fazerem o mesmo. Desejar uma bênção para o próximo ou ter palavras de vitória não é uma profecia; é um erro terrível pensar que isso seja profecia, pois os verdadeiros profetas falavam o que recebiam do Senhor.

“Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito Santo” (2Pd.1:21).

Portanto, à luz da Bíblia, nem todas as pessoas são profetas, e a vontade do homem, por mais bondosa que seja, não pode originar uma profecia verdadeira.

CONCLUSÃO

O Ministério de Profeta foi um dos pilares da Igreja do primeiro século (Ef.2:20). O profeta era porta-voz de Deus, recebia revelações diretamente do Senhor e as transmitia à Igreja e aquilo que falava por meio do Espírito Santo era a Palavra de Deus.

Por meio dos profetas, a revelação salvífica foi dada, conforme registrada na Bíblia Sagrada. Findou-se com a formação do último livro do Novo Testamento, o Apocalipse, não havendo mais qualquer revelação salvífica que devamos esperar para o plano redentivo, pois este está concluído na revelação bíblica.

 

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