A Rainha de Sabá e o Rei Salomão: Um Encontro Histórico e Mítico
A
história da Rainha de Sabá e sua visita ao Rei Salomão é um dos contos mais
fascinantes e enigmáticos da Bíblia. Embora a veracidade histórica de alguns
detalhes seja debatida, a narrativa exerce um forte apelo popular e cultural há
milênios.
Quem
era a Rainha de Sabá?
A
identidade exata da Rainha de Sabá permanece um mistério. Ela é mencionada em
diversos textos religiosos, incluindo o Antigo Testamento e o Alcorão, como uma
poderosa governante de um reino rico e avançado, localizado na região da Arábia
do Sul. A tradição mais difundida a associa à Etiópia, mas outras teorias
apontam para o Iêmen ou outras regiões da Península Arábica.
A
Visita a Salomão
A
narrativa bíblica (1 Reis 10 e 2 Crônicas 9) descreve a Rainha de Sabá como uma
mulher sábia e curiosa que, tendo ouvido falar da fama e sabedoria de Salomão,
decidiu empreender uma longa jornada até Jerusalém para testá-lo. Acompanhada
de uma grande caravana carregada de ouro, incenso e outras riquezas, ela
apresentou ao rei enigmas e questões complexas sobre sua sabedoria.
Impressionada
com a inteligência e os conhecimentos de Salomão, a rainha reconheceu sua
superioridade e ofereceu-lhe valiosos presentes. Em troca, Salomão presenteou-a
com tudo o que ela desejava, além de conceder-lhe um banquete suntuoso.
O
Legado da História
A
história da Rainha de Sabá e Salomão possui um rico simbolismo e diversas
interpretações ao longo dos séculos. Alguns dos principais aspectos a serem
destacados são:
- Intercâmbio
cultural: A visita da
rainha representa um encontro entre duas grandes civilizações da
Antiguidade, com a troca de conhecimentos e riquezas.
- Sabedoria
e conhecimento: A
figura de Salomão como um homem sábio e justo é exaltada, enquanto a
Rainha de Sabá simboliza a busca incessante pelo conhecimento.
- Riqueza
e poder: A descrição
dos presentes trocados entre os dois líderes ressalta a riqueza e o poder
de seus respectivos reinos.
- Relações
internacionais: A
história sugere a existência de relações diplomáticas e comerciais entre
diferentes povos daquela época.
A
Verdade Histórica
A
veracidade histórica da narrativa da Rainha de Sabá é um tema complexo e
debatido por estudiosos. Alguns aspectos da história podem ser baseados em
fatos reais, como a existência de um reino poderoso na região da Arábia do Sul
e as relações comerciais entre diferentes povos. No entanto, outros elementos
podem ser fruto da imaginação popular ou de adaptações posteriores.
Em
resumo, a história da
Rainha de Sabá e Salomão é um conto fascinante que transcende as fronteiras do
tempo e da religião. Ela continua a inspirar artistas, escritores e estudiosos,
e a despertar a curiosidade de pessoas de todas as idades.
A RAINHA DE SABÁ VISITA SALOMÃO
Navegando num
magnífico navio, a Rainha de Sabá estava a caminho da Terra de Israel, em
visita ao Rei Salomão – o mais sábio de todos os homens.
De repente, ela prendeu a respiração, pois uma visão de insuperável esplendor
atraiu seu olhar. Ao longe, viu uma estrela deslumbrante surgindo das espumas
do mar. À medida que se aproximava, a estrela emergente parecia ir se
transformando numa linda flor, faiscando com o brilho de muitos matizes e
cores.
"Não pode ser outro senão o famoso Palácio de Cristal," exclamou a
Rainha de Sabá. Ansiava por ver esta deslumbrante obra.
"Apressem-se!" ordenou, impaciente, aos remadores.
Finalmente o navio ancorou junto à praia de uma pequena ilha. Lá a Rainha de
Sabá e seu séquito foram saudados por uma hoste de arautos e oficiais, que se
postavam dos dois lados da alameda que levava ao palácio. Entre eles
destacava-se um homem, cujas vestes reais, porte e maneira, superavam todos os
outros em beleza e nobreza.
"Ora veja, descobri o Rei Salomão," pensou ela, enquanto se ajoelhava
graciosamente diante do nobre varão.
"Por que te ajoelhas, Ó Rainha?" perguntou ele.
"Pois não és tu o grande Rei Salomão?"
"Não, Majestade; sou apenas um de seus oficiais aqui enviado para dar-te
as boas-vindas às nossas pacíficas praias. E agora, sobe na carruagem real,
minha Rainha e eu te levarei ao Rei.
"Oh," pensou a Rainha de Sabá, "se um simples servo de Salomão é
tão nobre assim, o rei deve ser verdadeiramente divino!"
As portas da sala do trono foram escancaradas, na soleira permaneceu
petrificada a Rainha de Sabá, totalmente maravilhada! Estava num palácio feito
do mais puro cristal. A luz do sol se infiltrava nos transparentes paredes que
a difundiam em mil brilhantes matizes. Cada joia na coroa, no trono e no cetro
reais atraia a luz como um imã e a refletia em empolgante esplendor. Ao longe,
podia-se vislumbrar o mar azul que, através das paredes translúcidas, dava a
impressão de que o palácio estava construído sobre as suas ondas.
Finalmente a Rainha de Sabá encontrou palavras para expressar a sua admiração:
"Se eu não estivesse neste salão contigo, pensaria que teu trono se erguia
sobre as próprias águas do mar."
Então ela avançou lentamente através da grande sala real para receber a
saudação e a bênção do Rei Salomão. Após a troca de cumprimentos a Rainha tomou
acento num lugar de honra junto ao trono e dirigiu as seguintes palavras ao
Rei:
"Tu granjeaste amplo renome por tua sabedoria. Deixa que te proponha
algumas adivinhações para ver se de fato és tão sábio como todo mundo afirma.
"Podes perguntar, minha Rainha," disse o Rei Salomão.
A Rainha de Sabá colocou o primeiro enigma:
"Dize-me, sábio Rei Salomão,
Que águas são essas, que não
Nascem da pedra, chão ou monte.
E embora venham da mesma fonte,
Ora amargas, ora doces são?"
O Rei Salomão ficou pensativo por um momento e então respondeu:
"As lágrimas não vêm do chão,
E é doce o pranto da emoção
Feliz. Amargo é o pranto,
Da dor, tristeza e desencanto."
A rainha sorriu diante da rápida resposta e logo lhe propôs outro:
"A minha mãe me deu um dia
Presentes dois – que alegria!
Um veio do alto mar infindo,
Guardado num estojo lindo.
O outro veio das entranhas
Escuras, fundas, das montanhas."
A resposta de Salomão veio quase sem qualquer hesitação:
"Finas pérolas, brilho irisado,
Ricos anéis, ouro lavrado.
Beleza pura e poder do ouro.
Rainha, adivinhei o teu tesouro?"
A pergunta era desnecessária, já que o Rei Salomão sabia que havia acertado a
resposta do enigma. A Rainha de Sabá concordou sorridente e apresentou o
terceiro:
"Rei, muito sábio, tu podes dizer:
Quem, sepultado vivo, no fundo
Da terra, longe do sol e do mundo
Morre – e no entanto, torna a viver?"
A sabedoria de Salomão não falhou também desta vez, quando respondeu:
"A sementinha sepulta no chão
Faz nascer a espiga, o dourado grão.
E aquele que ali a enterrou
Colheu boa safra e se regalou."
A Rainha de Sabá prosseguiu:
"O que é que gira alegre no ar:
Caindo do céu no chão, sua pureza
Se vai e morre toda a beleza?"
O Rei Salomão respondeu:
"A neve, caindo do céu distante,
Desce à terra, leve e dançante.
O homem pisa na sua brancura.
E acaba com a sua beleza pura."
A Rainha de Sabá não resistiu à vontade de fazer mais uma pergunta:
"Dize-me, Rei e responde-me logo:
Dádiva da natureza ao fogo,
Que rios ocultos sob terra e monte,
O homem bendiz; e bendiz sua fonte?"
O Rei então respondeu:
"Dum solo da mais rica natureza,
Brota, faiscante, da profundeza,
Óleo precioso, que então alimenta
O fogo que ao mundo ilumina e esquenta."
A Rainha de Sabá estava maravilhada com a sabedoria do Rei Salomão e as suas
perspicazes respostas. Pensou bastante numa maneira de espantá-lo e finalmente
disse aos seus servidores:
"Vamos pegar os meninos e meninas que trouxe comigo e os vestiremos com
roupas exatamente iguais. Então veremos se o Rei será capaz de distingui-los
uns dos outros."
Dito e feito. A Rainha trouxe um grande grupo de crianças diante do Rei
Salomão. Estavam todas vestidas exatamente iguais. Era impossível distinguir os
meninos das meninas só pelo olhar. O Rei Salomão deveria inventar uma maneira
de separá-los.
Examinou pensativo as crianças paradas à sua frente. Súbito, chamou seus servos
e mandou que trouxessem baldes com água e os colocassem diante de cada criança.
"Agora, queridas crianças, só o que precisam fazer é lavar suas mãos com a
água que mandei colocar à sua frente."
Mas o Rei Salomão avisara seus servos para não fornecer toalhas a elas.
O Rei observava as crianças enquanto cumpriam sua ordem. Quando terminaram de
lavar as mãos, olharam em volta, mas não viram as toalhas. Algumas crianças
começaram a secar as mãos nos seus aventais.
O Rei Salomão pensou: "Essas são meninas, porque elas estão acostumadas a
enxugar as mãos nos aventais; mas os outros, parados sem jeito, com a água
pingando das mãos, certamente são os meninos!"
Então o Rei mandou todos os meninos ficarem de um lado do seu trono, e as
meninas do outro lado e disse à Rainha de Sabá:
"Aqui à minha direita estão os meninos e à esquerda, as meninas."
A Rainha de Sabá não podia conter sua admiração pela sabedoria do Rei Salomão.
Dirigindo-se aos seus astrólogos e conselheiros, exclamou:
"Estou tão feliz de ter feito esta longa viagem para ver o Rei Salomão,
pois ele é na verdade o mais sábio de todos os homens!"
E então a Rainha de Sabá desceu de sua cadeira e curvou-se ajoelhada diante do
trono do Rei.
"Tu és abençoado por Deus, pois nenhum mortal jamais andou sobre a terra
com tal sabedoria como a tua," disse a Rainha reverentemente.
"Levanta-te, minha Rainha," disse o Rei. "Vamos à recepção que
preparei em tua honra."
No suntuoso salão de banquetes estavam reunidos os ministros de Estado e os
homens sábios do Sanhedrin que o Rei havia convidado para o festim.
Quando a rainha de Sabá entrou, viu o magnífico salão de refeições, as mesas
faiscando de ouro e prata, carregadas de finos manjares, as vestes suntuosas
que envergavam o Rei e seus cortezões e os nobres e veneráveis semblantes de
todos os presentes, ficou cheia de espanto e admiração pelo esplendor da corte
do Rei Salomão. Nos seus sonhos mais arrojados ela não imaginara nem metade do
esplendor e da sabedoria que veio a conhecer.
"Bendito seja o Deus de Israel!" exclamou a Rainha de Sabá.
Rainha de Sabá:
sua história e sua conexão com Salomão
A rainha de Sabá,
também conhecida como Rainha do Sul, é uma figura bíblica mencionada no Antigo
e Novo Testamento. Na história, é lembrada por sua busca por sabedoria, em
relação ao nome do Senhor, na visita memorável que fez ao rei Salomão, filho de
Davi.
A Bíblia não
menciona o nome da rainha de Sabá. Apenas relata que ela se deslocou do seu
reino distante, localizado em África, provavelmente onde hoje será a Etiópia ou
Iêmen, para conhecer a sabedoria do reino de Israel, em Jerusalém.
Rainha de Sabá
A rainha de Sabá
viajou vários quilômetros com uma grande comitiva, levando presentes valiosos
como: ouro, especiarias e pedras preciosas. Seu objetivo era testar a sabedoria
de Salomão com perguntas difíceis.
O rei Salomão
respondeu a todas as perguntas com grande sabedoria, deixando a rainha de Sabá
muito impressionada. Ela ficou como que fora de si, tanto com suas respostas
quanto com a exuberância de seu palácio e a organização de seu reino.
A história termina
com o reconhecimento da rainha de Sabá de que a sabedoria e a prosperidade de
Salomão superavam muito, tudo o que ela havia ouvido. Ela louvou o Deus de
Israel, pelo seu amor eterno pelo seu povo e por escolher Salomão como rei.
Após a troca de presentes, ela retornou ao seu país.
No Novo
Testamento, Jesus testemunha sobre a rainha de Sabá, contrastando com aquela
geração de israelitas, que O desprezava. Jesus disse que a rainha de Sabá se
levantará, no dia do juízo, contra os incrédulos, por sua descrença e falta de
arrependimento.
Ele lembrou que a
Rainha do Sul, veio de tão longe para conhecer a sabedoria de Salomão,
pessoalmente. E, agora, aquelas pessoas, estavam ali perante o Messias, e mesmo
assim, eram incapazes de crer na Sua Palavra.
Principais
características da rainha de Sabá
A rainha de Sabá
era uma mulher impressionante: arrojada, valorosa, possuidora dum espírito
crítico e cheia de coragem. Veja outras características:
- Mulher sábia: A rainha propôs enigmas difíceis para
testar o rei Salomão. Certamente ela tinha um nível elevado de
inteligência, de raciocínio e conhecimentos gerais, ao ponto de comprovar,
por meio de questões desafiadoras (filosóficas, lógicas e principalmente
teológicas) a sabedoria do rei judeu.
- Rainha poderosa: Era uma governante rica e influente
de um reino muito próspero. Isso nota-se no relato da quantidade de
presentes que ela e sua comitiva levaram para o rei de Israel.
- Curiosidade aguçada: Apesar de não sabermos ao certo a
localização de Sabá, ela terá viajado muitos quilômetros de distância
desde o seu país (em África) até Jerusalém. Tudo isso motivada pela sua
curiosidade e senso de investigação. A rainha de Sabá tinha um especial
interesse em conhecer sobre o Deus de Israel.
- Possuía grande generosidade: Ela trouxe presentes valiosos como
ouro, especiarias e pedras preciosas de muito longe para presentear o rei
Salomão. No final, a visita diplomática da rainha também se expressou numa
troca generosa de presentes entre as duas partes.
- Buscadora da verdade: Jesus a elogiou no Novo Testamento
(Mateus 12:42 e Lucas 11:31) por sua atitude de buscar a verdade e a
sabedoria de Deus.
A rainha de
Sabá se casou com Salomão?
Segundo a história
bíblica, nada indica que a Rainha de Sabá se casou com Salomão. O relato
bíblico nos diz que, ao final da sua visita, a rainha de Sabá voltou para o seu
país e para o seu reino, ficando claro que Salomão não terá se casado com ela,
como fez com outras centenas de mulheres.
Outra observação
importante é que as Escrituras destacam essa rainha importante pela sua busca
por conhecimento. Elas não descrevem a rainha de Sabá como mais uma das muitas
princesas que se relacionaram amorosamente com o rei Salomão (e perverteram seu
coração).
Ao contrário, o
relato nos mostra uma rainha sábia e investigativa, focada em descobrir se o
que ouvira acerca da sabedoria do rei de Israel, com respeito ao nome do
Senhor, era mesmo a verdade. Não há indícios de segundas intenções.
O que
aprendemos com a história da Rainha de Sabá
A história da
Rainha de Sabá oferece-nos profundas lições, veja algumas:
- Somente Deus é a fonte da verdadeira
sabedoria: A
rainha de Sabá era uma mulher inteligente e sábia, mas ela mesmo
testemunhou quão maravilhada ficou diante dos esclarecimentos que teve
através de Salomão. Deus capacitou Salomão com grande sabedoria (1 Reis
4:29:34).
- Disposição pessoal para conhecer a
Deus e a sua sabedoria: A
rainha de Sabá estava determinada a obter o conhecimento de Deus, através
do sábio rei Salomão. Seu interesse genuíno fez com que ela ultrapassasse
os limites da distância e da cultura e alcançasse o que buscava.
- Ser criterioso na busca pela
verdade: A
rainha foi crítica na sua investigação. Ela pensou sobre o que ouviu,
então, foi em busca de respostas. Determinada, analisou bem e ficou
maravilhada com o que ouviu e viu com os próprios olhos. Devemos
raciocinar sobre o que ouvimos, e questionar àqueles que se dizem sábios,
para não ser enganados e iludidos com falsos ensinos.
- Ter zelo na busca pelo conhecimento
verdadeiro traz bons resultados: A rainha foi resiliente na sua busca por sabedoria.
Certamente ela já tinha ouvido vários sábios do seu reino, mas não se deu
por satisfeita. Ela alcançou o conhecimento verdadeiro, quando buscou a
fonte certa.
- Importância da generosidade e
humildade na busca pela sabedoria divina - A rainha de Sabá valorizava o
entendimento e sabedoria, por isso foi generosa ao retribuir pelo que
recebeu. Mas Salomão, como representante do Deus de Israel, superou em
tudo o que ela ouviu e até mesmo nos presentes que deu, ela recebeu muito
mais.
- Um bom testemunho pode impactar
gerações: Ela
reconheceu e testemunhou as maravilhas que viu e ouviu no reino de
Salomão. O próprio Jesus falou acerca da rainha de Sabá como alguém que
conheceu a sabedoria divina (Mateus 12:42).
- Uma mulher que fez diferença na
história: Embora
muitos reis tenham visitado Salomão para ouvir a sabedoria que Deus lhe
dera (2 Crônicas 9:23), a visita da Rainha de Sabá é detalhada de forma
especial na Bíblia. Talvez porque ela tenha se convertido a Deus e
alcançado a fonte da sabedoria e entendimento que fora buscar quilômetros
de distância da sua terra.
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