segunda-feira, 12 de maio de 2025

MOISÉS, UM LÍDER FIEL, CHAMADO DESDE O VENTRE DE JOQUEBEDE

 


MOISÉS, UM LÍDER FIEL, CHAMADO DESDE O VENTRE DE JOQUEBEDE

 

COMEÇANDO COM SUA VALOROSA MÃE - JOQUEBEDE

Ah, Joquebede! Que figura inspiradora na história bíblica! Vamos mergulhar na jornada dela desde a concepção de Moisés até o seu nascimento, e como o plano de Deus se entrelaça nessa narrativa.

Imagine o cenário no Egito antigo: o faraó, temendo o crescimento do povo hebreu, decreta um édito cruel - todo menino hebreu recém-nascido deveria ser lançado ao Nilo. Que angústia para as mães hebreias!

É nesse contexto de opressão que Joquebede concebeu seu filho, Moisés. A Bíblia não nos oferece muitos detalhes sobre sua gravidez, mas podemos imaginar a mistura de esperança e apreensão em seu coração. Cada movimento do bebê em seu ventre era um lembrete do perigo iminente, mas também da vida preciosa que crescia dentro dela.

Quando chegou o momento do parto, Joquebede deu à luz um menino "formoso aos olhos de Deus" (Êxodo 2:2). Essa beleza, que a tradição judaica interpreta como um sinal da promessa divina, certamente fortaleceu a determinação de Joquebede em proteger seu filho.

Diante do decreto faraônico, Joquebede tomou uma decisão corajosa e engenhosa. Ela escondeu o bebê por três meses, desafiando a lei para preservar a vida de seu filho. Que demonstração de amor materno e fé!

Mas chegou um ponto em que escondê-lo se tornou impossível. Então, Joquebede arquitetou um plano. Ela pegou um cesto de junco, impermeabilizou-o com betume e piche, colocou o menino dentro e o depositou entre os juncos à beira do Nilo.

Essa ação, aparentemente desesperada, foi, na verdade, um ato de profunda fé e entrega. Joquebede confiou que, de alguma forma, Deus proveria para seu filho. Ela não podia protegê-lo com seus próprios braços, então o colocou nas mãos do destino, ou melhor, nas mãos de Deus.

E o plano de Deus começou a se desenrolar de maneira surpreendente. A filha do faraó desceu para se banhar no rio, encontrou o cesto e teve compaixão do menino que chorava. Sem saber que era um hebreu, ela o adotou e lhe deu o nome de Moisés, que significa "tirado das águas".

Deus usou a própria casa do opressor para proteger e criar o libertador de seu povo. E mais um toque divino: a própria Joquebede acabou sendo chamada para ser a ama de leite de seu filho, recebendo um salário para cuidar daquele a quem ela havia entregado ao rio. Que reviravolta maravilhosa!

A história de Joquebede desde a concepção até o nascimento de Moisés é um testemunho poderoso de coragem, fé e do plano misterioso e providencial de Deus. Ela nos ensina que, mesmo em meio à adversidade, o amor materno, aliado à confiança em Deus, pode gerar frutos extraordinários e mudar o curso da história. Moisés, o bebê que ela protegeu com tanta dedicação, se tornaria o grande líder que libertou o povo de Israel da escravidão.

Êxodo 2.2 - a mulher concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.

O filho referido aqui é Moisés (v. 10; 6.20). Seu nascimento, seu escape da morte e os anos da sua juventude foram dirigidos por Deus, para que ele pudesse livrar Israel da escravidão. Todos os crentes precisam saber que Deus também opera nas suas vidas, usando meios apropriados para cumprir a sua vontade (ver Mt 2.13; Rm 8.28).

Êxodo 2.6 - E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este.

MENINOS DOS HEBREUS.

Gn 14.13 ABRÃO, O HEBREU. O termo hebreu pode inicialmente ter sido aplicado a qualquer povo que vivia peregrinando de um lugar para outro, vivendo em terras diferentes, como nômades. Posteriormente, veio a referir-se especificamente a Abraão e aos seus descendentes (Êx 3.18; 5.3).

 

A LEI DO PROCESSO: MOISÉS E O TESTE DO TEMPO - (Êx 2.1—4.31)

Como Deus preparou Moisés para ser o homem que tiraria os hebreus da escravidão egípcia? Deus não o preparou no espaço de um dia, mas ao longo do tempo; não através de um acontecimento, mas com um processo. Obviamente, outras pessoas antes de Moisés esperaram durante anos para que Deus cumprisse o seu processo de desenvolvimento de liderança:

 

• Noé - esperou 120 anos antes que o dilúvio predito chegasse.

• Abraão - esperou 25 anos pelo filho prometido.

• Isaque -esperou 20 anos por Esaú e Jacó.

• José - esperou 13 anos na prisão por um crime não-cometido.

• Jó - esperou talvez a vida toda, 60-70 anos, pela justiça de Deus.

 

Deus prepara líderes num pote de barro, não num forno micro-ondas. Mais importante do que a esperada meta é o trabalho que Deus realiza em nós enquanto esperamos. A espera nos aprofunda e amadurece, nivela a nossa perspectiva e amplia o nosso entendimento. Testes de tempo determinam se podemos suportar períodos de preparação aparentemente infrutíferos e indica se podemos reconhecer e aproveitar as oportunidades que se apresentarão em nosso caminho.

 

 QUANDO DEUS ESCOLHE UM LÍDER - (Êx 2.11—4.20)

Moisés fornece um maravilhoso estudo de caso de como Deus chama um líder dentre uma multidão para realizar uma tarefa.

 

1.Deus dá ao líder um investimento emocional no trabalho.

 Moisés alimentava a ideia de libertar os hebreus da escravidão mesmo antes de Deus chamá-lo para a tarefa.

2. Deus afirma o líder através de outros.

Quando Moisés contou a Jetro a respeito do encontro que teve com Deus na sarça ardente, seu sogro o afirmou.

3. Deus dá mentores ao líder.

Moisés pediu e recebeu ajuda de Jetro, Arão e outros.

4. Deus constrói sobre os pontos fortes, as experiências e o histórico do líder.

Deus usou tudo que se encontrava no histórico de Moisés para ajudá-lo a cumprir a sua vocação: a educação refinada que recebera no Egito; seu conhecimento de Faraó; sua compreensão do Egito; e o tempo que passou no deserto.

5. Deus, muitas vezes, purifica o caráter do líder no anonimato.

Moisés recebeu "educação teológica" de sua mãe e durante 40 anos no deserto.

6. Deus instila no líder o valor do trabalho duro.

Moisés pode não ter trabalhado muito no palácio do Egito, mas aprendeu o valor do trabalho no deserto!

7. Deus ampara o líder com uma visão poderosa.

Moisés captou a visão da Terra Prometida muito antes do que os escravos hebreus.

8. Deus traz outros na companhia do líder para compensar as fraquezas dele.

Moisés contou com a ajuda de Arão como seu porta-voz, de Josué como general e de Hur como apoiador de batalhas.

 

O Nascimento de Moisés - Com. Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT

Êxodo 2. 1-4

Moisés era um levita, tanto por parte de pai como de mãe. Jacó deixou Levi sob marcas de desgraça (Gn 49.5). No entanto, logo depois, Moisés aparece como um descendente dele, para que pudesse tipificar a Cristo, que veio em semelhança de carne de pecado e se fez maldição por nós. Esta tribo começou a se distinguir das demais pelo nascimento de Moisés, como depois se tornou notável em muitos outros casos. Observe, a respeito deste recém-nascido:

 I - Como ele foi escondido. Parece ter sido exatamente na época de seu nascimento que a lei cruel foi feita para o assassinato de todos os meninos dos hebreus. E muitos, sem dúvida, pereceram pela execução dela. Os pais de Moisés tiveram Miriã e Arão, ambos mais velhos que ele, nascidos antes deste decreto ser emitido, e os tinham criado sem este perigo. Mas aqueles que começam a sua jornada no mundo em paz não sabem que dificuldades poderão enfrentar. Provavelmente a mãe de Moisés estivesse extremamente ansiosa pela expectativa de seu nascimento, agora que este decreto estava em vigor, e estivesse pronta para dizer: Bem-aventuradas as estéreis, e os ventres que não geraram, Lucas 23.29. Melhor assim do que gerar filhos para o matador, Oséias 9.13. No entanto, esta criança prova a glória da casa de seu pai. Dessa maneira, Deus mostra que é capaz de transformar aquilo que mais tememos em nossa maior alegria. Observe a beleza da providência: exatamente na época em que a crueldade do Faraó se levantou na sua máxima intensidade, o libertador nasceu, embora só tenha se manifestado muitos anos mais tarde. Note que quando os homens estão planejando a ruína da igreja, Deus está preparando a sua salvação. Moisés, que depois disso tiraria Israel desta casa de servidão, estava correndo o risco de ser sacrificado pela fúria do opressor. Ao dispor a situação desta forma, o Senhor Deus estaria trazendo um grande incentivo a Moisés: quando este fosse, mais tarde, informado da maneira como foi guardado pelo Deus bondoso, ele poderia estar mais animado com um zelo santo pela libertação de seus irmãos das mãos de homens tão sanguinários.

1. Seus pais observaram que ele era uma criança formosa, tendo uma beleza superior à beleza comum. Ele era mui formoso para Deus, Atos 7.20. Eles julgavam que Moisés tinha um brilho no semblante que era algo mais que humano. Era uma amostra do brilho que o seu rosto teria mais tarde, Ex 34.29. Observe que Deus às vezes concede demonstrações prévias dos seus dons, e se manifesta cedo na vida daqueles para quem e por quem Ele planeja fazer grandes coisas. Assim o Senhor colocou uma força prévia em Sansão (Jz 13.24,25), uma prontidão prévia em Samuel (1 Sm 2.18), operou uma libertação prévia para Davi (1 Sm 17.37), e começou a trabalhar cedo na vida de Timóteo, 1 Timóteo 3.15. 2. Portanto, eles eram os mais solícitos para a sua preservação, porque consideravam isto como uma indicação de algum propósito bondoso de Deus em relação a ele, e um feliz prognóstico de algo grande. Observe que uma fé viva e ativa pode obter os seus estímulos a partir da menor sugestão do favor divino. Uma pista misericordiosa da Providência encorajará aqueles cujos espíritos fazem uma busca diligente. Durante três meses eles o esconderam em algum cômodo privado de sua própria casa, embora provavelmente sob o risco de suas próprias vidas, se o menino fosse descoberto. Nisto Moisés tipificava Cristo, que, em sua infância, foi forçado a fugir para se esconder, também no Egito (Mt 2.13), e foi extraordinariamente preservado, enquanto muitos inocentes foram mortos. Foi dito (Hb 11.23) que os pais de Moisés o esconderam pela fé. Alguns acham que eles tiveram uma revelação especial de que o libertador deveria vir de seus lombos. Porém, eles tinham a promessa geral da preservação de Israel, pela qual tinham fé, e nesta fé esconderam o seu filho, não tendo medo da penalidade que acompanhava o decreto do rei. Observe que a fé na promessa de Deus está tão longe de ser suplantada, que ela, antes, estimula e promove o uso de meios legítimos para a obtenção da misericórdia. O dever é nosso, porém os resultados são de Deus. Além disso, a fé em Deus nos colocará acima do temor das armadilhas dos homens.

 II- Como ele foi exposto. No final de três meses, provavelmente quando os investigadores chegaram às redondezas procurando crianças escondidas, como os pais já não podiam escondê-lo por mais tempo (a fé deles talvez começasse agora a esmorecer), colocaram-no em uma arca de juncos à borda do rio (v. 3) e posicionaram sua irmã a certa distância para observar o que aconteceria com ele, e em mãos de quem cairia, v. 4. Deus colocou esta atitude em seus corações para cumprir os Seus próprios propósitos, para que Moisés pudesse por meio disto ser levado para as mãos da filha do Faraó, e que esta libertação do perigo iminente servisse como uma figura da libertação da igreja de Deus, que agora está assim exposta. Observe que:

1. Deus tem um cuidado especial pelos dispersos de Israel (Sl 147.2). Eles são os seus desterrados, Isaías 16.4. Moisés parecia bastante abandonado pelos seus amigos, e nem mesmo a sua própria mãe ousou reconhecê-lo. Mas agora o Senhor o tomou e o protegeu, Salmos 27.10.

2. Em tempos de extrema dificuldade é bom depositarmos toda a nossa confiança na providência de Deus. Desse modo, se tivessem exposto o seu filho, enquanto poderiam tê-lo preservado, teriam tentado a Providência. Mas, quando não puderam, confiaram na Providência. “Quem não arrisca, não pode ganhar”. “Se eu perecer, pereço”.

 

O Livramento de Moisés - Êxodo 2. 5-10

 Aqui temos:

 I- Moisés salvo da morte.


Venha ver o lugar onde o grande homem jazia quando era pequeno. Ele jazia em um cesto de junco à margem do rio. Se ele tivesse permanecido ali, em pouco tempo teria morrido de fome, se não tivesse sido, antes disso, submerso pela água ou devorado por um crocodilo. Se ele tivesse caído nas mãos de qualquer outra pessoa que não fossem as de quem ele caiu, não fariam, ou não ousariam fazer outra coisa a não ser lançá-lo diretamente para dentro do rio. Mas a Providência trouxe para ali não menos que a filha do Faraó, exatamente para aquela junção, dirigindo-a até o lugar onde estava este menino abandonado, levando-a a se compadecer dele em seu coração, o que ela ousa fazer quando ninguém mais ousaria. Jamais uma criança chorou em um momento tão oportuno como este: O menino chorava. Este choro, aliado à formosura do menino, despertou a compaixão da princesa, vv. 5,6. Observe:

1. Certamente têm o coração endurecido, aqueles que não sentem uma terna compaixão por uma criança desamparada. De que forma bela e comovente o Senhor Deus representa a sua compaixão pelos israelitas em geral, a despeito do estado deplorável em que se encontram! Ezequiel 16.5,6.

2. É muito louvável que as pessoas que possuem qualidades reconheçam as aflições dos desafortunados, e sejam prestativas e caridosas para com eles.

3. O cuidado que o Deus bondoso teve para conosco em nossa infância deveria ser frequentemente mencionado por nós, para o seu louvor. Embora não estivéssemos assim expostos (e isto pela misericórdia de Deus), muitos foram os perigos pelos quais estivemos cercados na nossa infância, dos quais o Senhor nos livrou, Salmos 22.9,10.

4. Deus frequentemente levanta amigos para o seu povo, mesmo entre os seus inimigos. O Faraó cruelmente busca a destruição de Israel, mas a sua própria filha caridosamente se compadece de um menino hebreu, e não apenas isso, mas, sem ter esta intenção, preserva o libertador de Israel. O Senhor, quão maravilhosos são os teus conselhos!

 II- Moisés é deixado com uma boa ama, nada menos que a sua própria e querida mãe, vv. 7-9. A filha de Faraó acha conveniente que ele tenha uma ama hebreia (considerando que este seria um gesto de compaixão, que a criança fosse amamentada por uma mulher de seu próprio povo), e a irmã de Moisés, com habilidade e bom trato, apresenta a mãe para a função de ama, para grande benefício do menino. Porque não há ninguém melhor do que a própria mãe para cuidar de seu filho. E aquelas que recebem bênçãos tanto para os seios como para o ventre não serão justas se não as dedicarem às crianças por amor às quais recebem estas bênçãos. Tudo isto também foi uma satisfação indescritível para a mãe, que recebeu o seu filho como se tivesse ressuscitado da morte. E agora ela poderia desfrutá-lo sem medo. Podemos supor que a alegria desta mãe diante desta feliz reviravolta dos acontecimentos tenha sido suficiente para revelar que ela era a mãe verdadeira (se houvesse qualquer suspeita disso) até mesmo para um olhar menos discernidor do que o de Salomão, 1 Reis 3.27.

 III- Moisés é honrado como filho da filha de Faraó


(v. 10). Parece que os seus pais não tinham em vista apenas a necessidade, ao cuidarem dele para a filha do Faraó, mas estavam muito felizes pela honra feita, desse modo, ao seu filho. Porque os sorrisos do mundo são tentações mais fortes do que as suas caras fechadas, e mais difíceis de resistir. A tradição dos judeus diz que a filha de Faraó não tinha filhos, e que era a filha única de seu pai, de forma que quando ele foi adotado como seu filho, passou a ter direito à coroa. Embora seja certo que ele estivesse destinado a desfrutar tudo o que a corte tivesse de melhor no momento devido, neste ínterim Moisés teve a vantagem de receber a melhor educação e o melhor desenvolvimento que a corte poderia oferecer. Este preparo, aliado a uma grande capacidade pessoal, fez com que Moisés se tornasse mestre em todo o conhecimento legítimo dos egípcios, Atos 7.22. Observe:

1. A Providência às vezes se alegra ao levantar os pobres do pó para colocá-los entre os príncipes, Salmos 113.7,8. Muitos que, por seu nascimento, parecem marcados para a obscuridade e a pobreza, através de eventos surpreendentes da Providência são trazidos para se sentarem na extremidade superior do mundo. Assim os homens passam a saber que o Céu governa todas as coisas.

2. O precioso Deus sempre conhece a maneira mais adequada para qualificar e preparar com antecedência aqueles que Ele nomeia para lhe prestar grandes serviços. Moisés, sendo educado em uma corte, é o homem mais adequado para ser um príncipe e rei em Jesurum. Tendo recebido a sua educação em uma corte instruída (pois assim era a corte egípcia naquela época), Moisés era o homem mais capacitado para ser um historiador. E pelo fato de ter sido educado na corte egípcia, Moisés é o homem mais adequado para ser empregado, em nome de Deus, como um embaixador para esta corte.

 IV- Moisés recebe o seu nome. Os judeus nos contam que seu pai, em sua circuncisão, o chamou de Joaquim, mas a filha do Faraó o chamou de Moisés, que significa “Tirado das Águas”. Este é o significado do seu nome no idioma egípcio. O fato de o legislador judeu ser chamado por um nome egípcio é um feliz presságio para o mundo gentílico, e dá esperança daquele dia em que será dito: Bendito seja o Egito, meu povo, Isaías 19.25. E a sua educação na corte foi um cumprimento parcial desta promessa, como um adiantamento, Isaías 49.23: E os reis serão os teus aios, e as suas princesas, as tuas amas.

O AGENTE DE LIBERTAÇÃO (2: 1-4: 31) - Comentário Bíblico Wesleyana

1. O nascimento de Moisés (2: 1-10)

Esboço da Lição

1- MOISÉS, UM HEBREU NO EGITO

1-1- Salvo das águas

1-2- Instruído em toda sabedoria e ciência do Egito

2- MOISÉS, UM HEBREU PELOS HEBREUS

2-1- O grande líder não rejeita suas origens

2-2- O grande líder é forjado pelo Senhor

2-2-1- O chamado

2-2-2- O retorno

2-3- O grande líder é comparável ao Líder dos líderes, JESUS

  

TEXTO BÍBLICO:   Êxodo 2.1-10

1 - E foi-se um varão da casa de Levi e se casou com uma filha de Levi.

2 - A mulher concebeu, e teve um filho, e, vendo que ele era formoso, escondeu-o três meses.

3 - Não podendo, porém, mais escondê-lo, tomou uma arca de juncos e a betumou com betume e pez; e, pondo nela o menino, a pôs nos juncos à borda do rio.

4 - E a irmã do menino postou-se de longe, para saber o que lhe havia de acontecer.

5 - E a filha de Faraó desceu a lavar-se no rio, e as suas donzelas passeavam pela borda do rio; e ela viu a arca no meio dos juncos, e enviou a sua criada, e a tomou.

6 - E, abrindo-a, viu o menino, e eis que o menino chorava; e moveu-se de compaixão dele e disse: Dos meninos dos hebreus é este.

7 - Então, disse sua irmã à filha de Faraó: Irei eu a chamar uma ama das hebreias, que crie este menino para ti?

8 - E a filha de Faraó disse-lhe: Vai. E foi-se a moça e chamou a mãe do menino.

9 - Então, lhe disse a filha de Faraó: Leva este menino e cria-o; eu te darei teu salário. E a mulher tomou o menino e criou-o.

10 - E, sendo o menino já grande, ela o trouxe à filha de Faraó, a qual o adotou; e chamou o seu nome Moisés e disse: Porque das águas o tenho tirado.

  

TEXTO ÁUREO

Sendo fiel ao que o constituiu, como também o foi

Moisés em toda a sua casa. Hebreus 3.2

 

1- MOISÉS, UM HEBREU NO EGITO

A história de Moisés, um homem que viveu 120 anos,

é conhecida por cristãos e não cristãos em todo o mundo. Do nascimento à morte, esta é, sem dúvida, uma das biografias mais amplas de toda a Escritura. Quando se estuda sobre um personagem, cuja vida é apresentada com riqueza de detalhes, é possível encadear os acontecimentos de modo cênico.

  

1-1- Salvo das águas

Faraó não queria que os hebreus se multiplicassem no Egito, visto que eram muito numerosos; por isso, deu ordem às parteiras que matassem todo nascituro do sexo masculino. O mesmo espírito atuou sobre Herodes nos dias do nascimento de Jesus: informado pelos magos do Oriente sobre o nascimento do novo rei de Israel, Herodes mandou matar todos os meninos de até dois anos de idade (Mt 2.16). Diante de tamanha crueldade, as parteiras preferiam mentir para o rei, dizendo que, quando chegavam, as mulheres hebreias, muito mais espertas que as Egípcias, já haviam feito seus próprios partos (Êx 1.15-17). Joquebede, mãe do recém-nascido Moisés, temendo ter o filho tomado de seus braços, colocou-o em um cesto e depositou-o sobre as águas do Nilo. Miriã, sua irmã, seguiu o trajeto das águas até assistir o Momento em que a filha de Faraó, que se banhava no rio, viu o cesto, abriu-o e reconheceu que o bebê tinha características hebreias (Êx 2.6b). A filha de Faraó decidiu tomar o menino para si. Mirian, então, rapidamente prontificou-se a arranjar uma ama para a criança. A princesa aceitou a oferta. Assim, sem que a filha de Faraó soubesse, Miriã apresentou sua própria mãe para cuidar do menino até, pelo menos, o fim do seu alactamento (aos quatro ou cinco anos de idade).

 

 1-2- Instruído em toda sabedoria e ciência do Egito

De volta aos braços da mãe, o menino estava seguro — e financeiramente garantido pela coroa real (eu te darei teu salário; Êx 2.9). Com o dinheiro que Receberia, Joquebede e sua família teriam suas necessidades materiais supridas. Moisés aprendera com sua mãe segredos que precisaria levar para a vida: um deles era que ele pertencia ao povo hebreu. De acordo com o historiador Flávio Josefo, Moisés teria sido levado à presença de Faraó aos dois anos de idade; quando o rei o viu, ele teria colocado sua coroa sobre a cabeça do menino. No palácio, Moisés comia a melhor comida, vestia as melhores roupas e recebia a melhor educação. De acordo com Flávio Josefo, quando saía pelas ruas, montado em uma carruagem puxada por belos cavalos, as pessoas o aplaudiam. Quando atravessava o Nilo em uma chalupa — embarcação pequena com um ou dois mastros —, ao som de música e danças, todos paravam para assistir. Moisés foi instruído em toda a ciência dos egípcios (At 7.22). Ressalte-se que os egípcios detinham grande saber científico à época: faziam cirurgias no estômago e no cérebro com muita eficiência; conheciam a arte da mumificação (embalsamavam corpos de homens, aves e animais, encontrados intactos ainda hoje) etc. Todos esses métodos causam espanto na comunidade científica ainda hoje. Na engenharia, arquitetura e artes, eram imbatíveis. Aliás, como as pirâmides foram construídas? Como transportavam imensos blocos de pedras por longa distância, se não havia pedreiras a menos de 15 Km de distância delas? Certamente, os filósofos e sacerdotes egípcios tentaram incutir na mente de Moisés suas crenças religiosas, mas as instruções que recebera de sua mãe ficaram impregnadas na sua alma.

 

 2- MOISÉS, UM HEBREU PELOS HEBREUS

Ao presenciar a briga entre um egípcio e um escravo

hebreu, Moisés assumiu o lado do hebreu, ferindo o egípcio, imaginando que ninguém tivesse testemunhado o ocorrido (Êx 2.11,12). No dia seguinte, presenciou uma cena parecida e, ao tentar salvar o hebreu, ouviu o egípcio falar: Quem te tem posto a ti por maioral e juiz sobre nós? Pensas matar-me, como mataste o egípcio (Êx 2.13,14a)? Diante de tal interpelação, Moisés entendeu que fora visto e que não ficaria impune. Sua infidelidade ao Egito custaria sua própria vida. Temendo por isso, o filho de Joquebede deixou o Egito e fugiu para o deserto de Midiã (Êx 2.14b,15).

 

 SUBSÍDIO 2

Moisés viveu aquilo que Jesus enuncia: o discipulado requer renúncia até mesmo dos familiares mais próximos, como mulher, pai, mãe e irmãos (Mt 19.29). A fidelidade de Moisés à sua casa (Hb 3.2 ARC), ou à casa de Deus (Hb 3.2 NTLH), é demonstrada em seu apreço pelos escravizados hebreus, em cuja defesa se colocou.

  

2-1- O grande líder não rejeita suas origens

Todo ato de fidelidade requer uma renúncia. Quando aceitamos a Cristo como nosso Salvador, declaramos fidelidade a Ele, renunciando ao mundo e ao pecado. Quando um homem jura fidelidade à sua esposa, ele está renunciando ao amor de qualquer outra mulher, e vice-versa. A fidelidade impõe abdicação. Certamente, não foi fácil para Moisés renunciar uma família, sobretudo uma mãe. Embora ele soubesse que a filha do Faraó não era sua mãe biológica, é impossível pensar que não havia afeto entre ambos; afinal, foram muitos anos vividos dentro de um mesmo palácio. Pode-se afirmar, com certa propriedade, que, se Moisés quisesse manter-se fiel à casa do Egito, em vez de ser fiel à casa de Deus, ele seria o sucessor do trono de Faraó. No entanto, o texto bíblico dá-nos ciência de que Moisés renunciou às benesses advindas da condição de membro da família real. Diz o escritor de Hebreus que, pela fé, Moisés, sendo já grande, recusou ser chamado filho da filha de Faraó (Hb 11.24). Sim o grande líder prefere manter-se fiel à sua própria casa a rejeitar suas origens.

 

 2-2- O grande líder é forjado pelo Senhor

Moisés viveu duas experiências contrastantes: uma no palácio, como príncipe; e outra no deserto, como beduíno, pastoreando ovelhas, subindo montanhas e caminhando entre as pedras debaixo de um sol causticante. No palácio, Moisés aspirava as fragrâncias dos mais caros perfumes; no deserto, o mau cheiro das fezes de animais. No palácio, trajava vestes reais; no deserto, roupas sujas de um nômade. Tais experiências, aparentemente colidentes e imiscíveis, foram, na realidade, complementares: ambas serviram, cada uma a seu tempo, para forjar o caráter do grande líder da nação hebraica. O menino que fora salvo da morte pelas mãos de uma egípcia voltaria à terra do Faraó para libertar o seu povo da escravidão.

 

 2-2-1- O chamado

No deserto, Moisés encontrou-se com Deus. No solo pedregoso do alto do monte Horebe, ele foi atraído pelo fogo que não destruía um pequeno arbusto solitário (Êx 3.2). Ao aproximar-se daquela sarça ardente, de repente, ele ouviu: Não te chegues para cá; tira os teus sapatos de teus pés; porque o lugar em que tu estás é terra santa (Êx 3.5). Deus, então, incumbiu-o de voltar para o Egito e liderar o Seu povo rumo a Canaã, terra que havia jurado dar ao patriarca Abraão (Êx 3.6-10).

 

 2-2-2- O retorno

Após muito relutar, Moisés partiu em missão para o Egito, em obediência a Jeová (Êx 3.11—4.18). Muitos foram os embates com Faraó (Êx 5.1—12.30).

Cada vez que Moisés reunia-se com o rei do Egito, a situação piorava para os hebreus, a ponto de eles pedirem a Moisés que não voltasse mais ao palácio (Êx 5.6-21). Todavia, os planos eternos do Soberano de Israel viriam a se cumprir — e se cumpriram — na vida do povo da aliança, conforme Ele mesmo prometera (Êx 12.31).

  

2-3- O grande líder é comparável ao Líder dos líderes, JESUS

O escritor sagrado inicia o terceiro capítulo da epístola

aos Hebreus falando da fidelidade de Jesus; para ressaltar a importância desse aspecto, ele destaca Moisés como exemplo maior de fidelidade no antigo pacto: Meus irmãos na fé, vocês que também foram chamados por Deus, olhem para JESUS (...) Pois ele foi fiel a Deus, que o escolheu para esse serviço,

assim como Moisés foi fiel no seu trabalho em toda a casa de Deus (Hb 3.1,2 NTLH). Quando presenciou o conflito entre um hebreu e um egípcio, Moisés poderia apenas ter ignorado a situação, mesmo porque tais conflitos deveriam ser recorrentes, mas o seu sangue clamava. O sangue fala alto. Moisés desfrutava de todo o conforto que o palácio lhe conferia, mas, na hora de posicionar-se, ele não tinha dúvida de que deveria ficar do lado dos escravos hebreus.

A fidelidade tem um custo: assim como Jesus não hesitou em entregar Sua vida para o resgate de muitos, Moisés decidiu pagar o preço para o resgate dos seus irmãos. O filho de Joquebede não teve dúvidas quando precisou escolher entre os hebreus e os egípcios; ele sabia bem quem era cada povo.

 

CONCLUSÃO

Moisés foi o maior líder do Antigo Testamento. Este homem foi chamado por Deus e usado por Ele para libertar o Seu povo da escravidão egípcia, que já se estendia por 400 anos.

Moisés passou por um longo processo de preparação. Os anos de capacitação de Moisés — desde a casa de sua mãe, sua vida no palácio, sua instrução em toda a sabedoria do Egito, o incidente que o forçou a fugir para Midiã, os anos vividos no deserto até a incumbência de liderar um êxodo rumo à terra de Canaã — forjaram um homem forte, capaz de renunciar às riquezas deste mundo.

O filho de Joquebede conviveu com os extremos da sociedade humana: sua vida orbitou entre a glória de um palácio real e as agruras de um deserto cáustico. Ainda muito cedo, ele teve de escolher entre viver os prazeres e as riquezas desta vida, ou padecer com a sua casa até que ela se tornasse uma nação.

Moisés fez a melhor escolha.

 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens

  FÉ Romanos 1:17:   -"PORQUE O JUSTO VIVERÁ DA FÉ. A fé é um dos pilares fundamentais da vida cristã, sendo amplamente abordada em...

Postagens Mais Visitadas