EFATÁ:
SIGNIFICADO BÍBLICO EXPLICADO (ABRE-TE)
A
passagem de Marcos 7:37 é um dos milagres notáveis de Jesus, onde a palavra "Efatá"
desempenha um papel central. Essa palavra aramaica, que significa "Abre-te!",
é pronunciada por Jesus durante a cura de um homem surdo e com dificuldades na
fala.
O
Contexto da Passagem
A
cena ocorre na região da Decápolis, uma área com predominância de gentios
(não-judeus). Trouxeram a Jesus um homem que era surdo e mal podia falar. As
pessoas que o trouxeram imploraram a Jesus que impusesse as mãos sobre ele.
Jesus,
então, levou o homem para um lugar à parte, longe da multidão. Lá, ele realizou
alguns gestos simbólicos: colocou os dedos nos ouvidos do homem, cuspiu e tocou
a língua dele com a saliva. Em seguida, olhando para o céu, Jesus suspirou
profundamente e proferiu a palavra "Efatá!".
O
Milagre e Seu Significado
Imediatamente
após a pronúncia de "Efatá!", os ouvidos do homem se abriram,
sua língua se soltou e ele começou a falar sem dificuldade. A cura foi completa
e instantânea.
O
povo que testemunhou o milagre ficou maravilhado, dizendo: "Tudo ele tem feito bem. Faz os surdos ouvirem e os
mudos falarem!" (Marcos 7:37).
Além
da cura física, essa passagem tem um profundo significado espiritual:
- Abertura
para a Palavra de Deus:
A surdez e a mudez do homem podem ser interpretadas como uma representação
da dificuldade humana em ouvir e proclamar a Palavra de Deus. A cura
simboliza a abertura do coração e da mente para a mensagem de Jesus.
- Comunicação
e Testemunho: Uma vez
curado, o homem pôde não apenas ouvir, mas também falar corretamente, o
que pode ser visto como um convite para que, uma vez "abertos" à
fé, sejamos capazes de testemunhar e anunciar as maravilhas de Deus.
- A
Universalidade da Salvação:
O fato de o milagre ocorrer em território gentio reforça a ideia de que a
salvação e o poder de Jesus são para todos, independentemente de sua
origem.
"Efatá" no Batismo
A
palavra "Efatá" também é utilizada em algumas tradições
cristãs, especialmente no rito do batismo de crianças. Ali, ela é proferida
simbolicamente para que os ouvidos da criança se abram para a Palavra de Deus e
para que ela possa, um dia, proclamar a fé.
A
passagem de Marcos 7:31-37, e especialmente a palavra "Efatá",
nos lembra do poder transformador de Jesus e do chamado para que nos abramos à
sua graça, permitindo que Ele cure nossas surdezes e mudezes, tanto físicas
quanto espirituais.
"Efatá" é uma palavra de origem aramaica que aparece no Novo Testamento da Bíblia, mais precisamente na passagem de Marcos 7:31-37. Conforme o próprio versículo revela, a palavra "efatá" significa "abre-te".
Então voltou os olhos para o céu e, com um profundo suspiro,
disse-lhe: "Efatá!", que significa "abra-se!" - Marcos 7:37
Nesta
passagem, Jesus realiza a cura de um homem surdo e com dificuldades na fala.
Quando o homem foi levado até Jesus, Ele o levou para um lugar isolado, colocou
os dedos nos ouvidos do homem e, em seguida, cuspiu e tocou a língua dele.
Então, olhando para o céu, Jesus pronunciou a palavra “efatá”.
No
versículo seguinte, em Marcos 7:35, narra-se que os ouvidos do homem surdo
foram curados, a sua língua foi solta e ele começou a falar corretamente. É
importante destacar que nem a palavra “efatá” nem a saliva foram os fatores que
curaram o homem, mas sim o poder de Cristo Jesus.
Tanto
a palavra “efatá” quanto o cuspe utilizado por Jesus na cura do homem surdo
tiveram um efeito simbólico no processo da cura. Podemos entender a saliva na
boca como uma intervenção física, simbolizando a ação divina de purificação e
cura. Já a palavra “efatá” representa a ordem divina a ser seguida pelo homem,
que correspondeu com obediência, sendo curado.
A seguir Jesus saiu dos arredores de Tiro e atravessou Sidom,
até o mar da Galiléia e a região de Decápolis. Ali algumas pessoas lhe
trouxeram um homem que era surdo e mal podia falar, suplicando que lhe
impusesse as mãos.
Depois de levá-lo à parte, longe da multidão, Jesus colocou os
dedos nos ouvidos dele. Em seguida, cuspiu e tocou na língua do
homem. Então voltou os olhos para o céu e, com um profundo suspiro,
disse-lhe: “Efatá!”, que significa “abra-se!” Com isso, os
ouvidos do homem se abriram, sua língua ficou livre e ele começou a falar
corretamente.
Jesus
ordenou-lhes que não o contassem a ninguém. Contudo, quanto mais ele os
proibia, mais eles falavam. O povo ficava simplesmente maravilhado e
dizia: “Ele faz tudo muito bem. Faz até o surdo
ouvir e o mudo falar”. Marcos 7:31-37
Pensamento: Diferente do ministério de Jesus,
hoje às vezes parece que os milagres só são realizados para milhões assistirem.
A rosa ungida, o pano sagrado, a camisa em nó. De quantos desses amuletos Jesus
precisou para curar o surdo-mudo? Quantas testemunhas ele queria para confirmar
seu poder? Com uma só palavra e “longe da multidão” Jesus curou o homem.
Se
as “curas” que assistimos na televisão são realmente pelo poder de Jesus, por
que não fazem como Jesus e levam onde os doentes estão? Por que não vão para os
corredores dos hospitais públicos superlotados, para a ala dos pacientes
terminais no hospital do câncer? Será que lá não há fé o suficiente para curar?
Vai dizer para a mãe assistindo seu filho de sete anos sendo consumido por
leucemia que Deus não pode ajudar por causa da falta de fé dela? Jesus faz
milagres hoje. Ele ainda cura. E aqueles que realmente creem nele são ouvidos,
ainda que a cura às vezes não venha.
Surdo
é aquele que pensa que o preço do amor de Deus é medido em ofertas ou
manipulado por talismãs. Jesus está falando, mas poucos estão ouvindo. O volume
das vozes dos “profetas modernos” é ensurdecedor. Olhe para Jesus. Leia o que
os lábios dele estão dizendo. “Efatá!” Ele está dizendo “Eu te amo”. Ainda que
você tenha que andar por todo o vale da sombra da morte, ele estará contigo.
Ela vai junto. Ele já esteve lá. Ele foi por você.
Oração: Bendito Deus e Pai, obrigado por um
Senhor que não cobra nada, que não precisa de nada de nós. Obrigado porque ele
nos ama tanto, que deu sua vida, sabendo que poderíamos nunca acreditar nele,
nem agradecer o seu sacrifício. Isso é amor, Pai! Ninguém tem maior amor por
nós do que Jesus. Que possamos dar ouvidos a Ele todos os dias desta vida e
confiar no amor dele. É só isso que precisamos e mais nada. Em nome de Jesus
oramos e agradecemos. Amém.
O SENHOR JESUS CURA HOJE
Texto Base: Isaias 53:4-6; Mateus 8:16,17
“Ele que perdoa todas as tuas iniquidades e sara todas as tuas
enfermidades” (Salmos
103:3).
Isaias 53:
4.Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e
as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e
oprimido.
5.Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas
nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas
suas pisaduras, fomos sarados.
6.Todos nós andamos desgarrados como ovelhas; cada um se
desviava pelo seu caminho, mas o SENHOR fez cair sobre ele a iniquidade de nós
todos.
Mateus
8:
16.E, chegada à tarde, trouxeram-lhe muitos endemoninhados, e
ele, com a sua palavra, expulsou deles os espíritos e curou todos os que
estavam enfermos,
17.para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta Isaías,
que diz: Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e levou as nossas doenças.
INTRODUÇÃO
Nesta
Aula trataremos da cura divina. O Senhor Jesus ainda cura hoje, pois isto está
dentro do espectro de sua vontade, de sua soberania. Se quiser, Ele cura
qualquer tipo de enfermidade, pois Ele é o Deus Todo-Poderoso. Tudo Ele pode.
Porém, a intervenção divina se manifesta quando não há nenhuma possibilidade da
intervenção humana. Jesus nunca condenou que os seus servos procurassem os
médicos para obterem cura. O apóstolo Paulo tinha sempre por perto o médico
amado Lucas, até mesmo nos instantes finais de seu ministério terreno. Quando
tudo parece impossível o médico curar, como aconteceu com a mulher do fluxo de
sangue (cf.Lc.8:43-48), aí Jesus entra em ação. Como curou no passado, Ele
continua curando atualmente. Sua compaixão pelos que o buscam no momento de
desespero, é visível, é crível. Inúmeros são os testemunhos!
I.
A CURA DIVINA NA BÍBLIA
A
promessa da cura divina descrita na Bíblia Sagrada é uma realidade para os
nossos dias, mas precisamos crer que Jesus cura. Ela tem sido uma das marcas
identificadoras da pregação pentecostal ao redor do mundo. É algo destinado aos
que creem; é uma realidade atual e indispensável para que demonstremos a
presença de Deus no meio da Igreja, para que o nome do Senhor seja glorificado;
mas não devemos nos esquecer de que o propósito da cura divina não é a saúde
física de alguém, mas, sim, a glorificação do nome do Senhor, a confirmação da
palavra da pregação e a comprovação da presença de Deus no meio do seu povo.
Por causa disso, nem sempre Jesus cura, pois a cura tem propósitos que não se
confundem com a nossa vontade ou com os nossos caprichos. Por isso é importante
sabermos por que alguém está doente, a fim de que compreendamos qual o
propósito do Senhor nesta doença. Uma vez tendo compreendido isto, o que nem
sempre será o enfermo que conseguirá entender sozinho, pois, muitas vezes,
necessitará do auxílio dos servos de Deus neste discernimento, então deve-se
clamar a Deus para que a sua vontade seja feita.
1.
A saúde pública no Antigo Testamento
No
Antigo Testamento, entre os israelitas, Deus prometeu saúde física ao seu povo;
mas, o cumprimento dessa promessa era condicional, o povo deveria fazer a sua
parte (cf. Êx.15:26) – “E disse: Se ouvires atento
a voz do SENHOR, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e
inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus
estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito; porque
eu sou o SENHOR, que te sara”.
Deus
prometeu que, se o povo lhe obedecesse, estaria salvo dos males que infligiam
aos povos circunvizinhos. Mas eles sabiam que muitas leis morais recebidas de
Deus também tinham o propósito de mantê-los a salvo das doenças. Por exemplo,
obedecer à lei de Deus contra a prostituição os manteria livres das doenças
venéreas. Com frequência as leis de Deus destinam-se a proteger o seu povo de
males. Como seres complexos, as áreas física, sentimental e espiritual de nossa
vida estão entrelaçadas. A medicina moderna está agora reconhecendo o
significado dessas leis. Se desejamos que Deus cuide de nós, precisamos nos
submeter à sua direção e controle.
2.
A prevenção de doenças é bíblica
Vários
trechos da Bíblia mostram o conceito de Deus sobre como devemos tratar nosso
corpo. Por exemplo, a Bíblia condena excessos, incluindo a embriaguez e a gula
(Pv.23:20). A Lei de Deus dada ao Israel antigo incluía medidas para controlar
e, em alguns casos, até para prevenir doenças (cf.Lv.15).
As
leis da nação de Israel refletiam conceitos médicos e de higiene que estavam
muito à frente do seu tempo. Uns 35 séculos atrás, a nação de Israel estava
para entrar na Terra Prometida. Naquela ocasião, Deus disse que os protegeria
contra as “doenças terríveis” que eles
haviam conhecido no Egito (Dt.7:15). Uma maneira de fazer isso foi dar àquela
nação instruções detalhadas sobre controle de doenças e higiene. Por exemplo:
- As leis
da nação exigiam que os israelitas tomassem banho e lavassem as roupas
(cf. Lv.15:4-27).
- Sobre o
excremento humano, Deus disse: “Deve-se determinar um lugar privativo fora
do acampamento, e é para lá que você deve ir. Entre os seus equipamentos
você deve ter uma estaca pequena; quando você se abaixar lá fora, deve
cavar um buraco com ela e cobrir seu excremento” (Dt.23:12,13).
- Quando
havia a suspeita de que alguém tinha uma doença contagiosa, ele precisava
ficar de quarentena, ou seja, tinha que ficar afastado de outros por um
tempo. Antes de voltar para junto dos outros, aqueles que haviam se
recuperado de uma doença precisavam lavar as roupas e tomar banho para
serem considerados puros (cf. Lv.14:8,9).
- Quem
tocasse em um cadáver devia ficar de quarentena (cf. Lv.5:2,3; Nm.19:16).
- A Lei
também continha normas de segurança específicas para a prevenção de
ferimentos (Dt.22:8).
Assim,
fica claro que a Bíblia nos incentiva a cuidar do corpo e tomar medidas
razoáveis para proteger nossa saúde física. No Antigo e no Novo Testamento,
Deus permitia que existissem profissionais da área médica entre seus servos
(Gn.38:28; Col.4:14); e nenhuma parte da Bíblia indica que Deus reprovou o uso
de plantas medicinais, pomadas, prescrição de dietas e outros tratamentos de
saúde. Vale lembrar que Jesus reconheceu que “as
pessoas com saúde não precisam de médico, mas sim os enfermos” (Mt.9:12).
É
bom afirmar que a melhor prevenção contra as doenças é o estilo de vida
saudável, ou seja: alimentação equilibrada, prática regular de exercícios
físicos, controle de peso e de estresse, sono reparador e check-ups periódicos.
3.
O Novo Testamento: as curas de Jesus
Jesus,
quando pregava o Evangelho do Reino, curou inúmeras enfermidades. Os milagres
que Cristo operava destinavam-se a chamar a atenção para o seu ministério, e
provar que Ele era o Messias esperado (Mt.4:23-25). A vinda de Cristo havia
sido predita pelos profetas, séculos antes. Os milagres que Ele operou eram
evidências da sua divindade, e para ser acreditado como sendo o enviado de
Deus. Após o homem pecar, Deus prometeu a vinda de Cristo ao mundo; Ele devia
vir como Filho de Deus, com poder divino. Jesus veio ao mundo para salvar os
pecadores (1Tm1:5), no entanto, por causa da miséria humana, operou inúmeras
curas, dentre outros milagres, prodígios e maravilhas. Sua compaixão era
imensa, e ainda continua; Ele continua curando por meio da Igreja.
Algumas
curas realizadas por Jesus:
· Cura
do filho do Oficial (João 4:46-54).
· Cura
do paralítico de Betesda (João 5:1-9).
· Cura
da sogra de Pedro (Mt.8:14,15; Marcos 1:29-31; Lucas 4:38,39).
· Purificação
do leproso (Mt.8:2-4; Marcos 1:40-45; Lucas 5:12-16).
· Cura
do paralítico (Mt.9:2-8; Marcos 2:3-12; Lucas 5:18-26).
· Cura
da mão ressequida (Mt.12:9-13; Marcos 3:1-5; Lucas 6:6-10).
· Cura
do criado do centurião (Mt.8:5-13; Lucas 7:1-10).
· Ressurreição
do filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-15).
· Cura
de um endemoninhado mudo (Mt.12:22 e Lucas 11:14).
· Cura
da mulher enferma (Mt.9:20-22; Marcos 5:25-34; Lucas 8:43-48).
· Ressurreição
da filha de Jairo (Mt.9:18,23-26; Mc.5:22-24, 35-43; Lc.8:41,42,49-56).
· Cura
de dois cegos (Mt.9:27-31).
· Cura
da filha da Cananéia (Mt.15:21-28; Marcos 7:24-30).
· Cura
de um surdo e gago (Marcos 7:31-37).
· Cura
do cego de Betsaida (Marcos 8:22-26).
· Cura
de um cego (João 9:1-7).
· Cura
de uma mulher enferma (Lucas 13:10-17).
· Cura
de um hidrópico (Lucas 14:1-6).
· Cura
dos leprosos (Lucas 17:11-19).
· Cura
do cego Bartimeu (Mt.20:29-34; Marcos 10:46-52; Lucas 18:35-43).
· Restauração
da orelha de Malco (Lucas 22:49-51; João 18:10).
II.
A CURA DIVINA COMO PARTE DA SALVAÇÃO
A Salvação e a cura divina caminham juntas, mas a cura divina não é atestado de salvação, nem de quem ora, nem de quem recebe a cura. Não é por outro motivo que Jesus, ao encontrar-se com o ex-paralítico que ficava junto ao tanque de Betesda aconselhou o homem para que não pecasse mais, a fim de que não lhe sucedesse algo pior (João 5:14), quando, então, soube ele que quem o curara havia sido Jesus. Pelo que se verifica desta passagem elucidativa, o homem havia sido curado, mas ainda não tinha consciência de que havia sido salvo. Sua fé, até aquele instante, havia sido apenas para cura, mas, posteriormente, foi confrontado com a salvação e a necessidade de uma vida de santidade, até para que a sua saúde perdurasse. Estava no templo, demonstrando, assim, ter tido desejo de passar a adorar a Deus, mas não tinha consciência do que isto significava. Assim como Jesus fez com que ele tivesse fé para ser curado, também o orientou para que alcançasse a salvação.
De
igual modo, vemos no episódio do cego de nascença, quando ele, curado e salvo,
já testificava de Jesus, sem sequer saber que Ele era o Filho de Deus. Ao ser
confrontado pelo Senhor com esta verdade, de pronto creu em Jesus e O adorou
(João 9:38), demonstrando, assim, claramente que não só havia sido curado, como
também alcançara a salvação. E é neste episódio do cego de nascença que temos,
de forma bem clara, o propósito da promessa da cura divina: a manifestação das
obras de Deus na pessoa do enfermo (João 9:3). O propósito da cura divina é tão
somente o de confirmar a palavra da pregação (Mc.16:20; 1Ts.1:5), o de promover
a glória de Deus (At.4:21), o de provar a presença de Deus no meio do Seu povo
(At.10:38; 1Co.2:4,5).
1.
A Salvação
A
Salvação é o restabelecimento da comunhão entre Deus e o homem, o retorno à
condição originalmente prevista para o ser humano, demonstrando, desta maneira,
tanto a fidelidade divina, quanto a Sua misericórdia.
A
palavra “Salvação” significa, em primeiro lugar, ser tirado de um
perigo, livrar-se, escapar. No Antigo Testamento, vemos diversas ações de Deus
em favor do seu povo - livrando-o da escravidão, da fome, das guerras e das
enfermidades.
A
Bíblia também fala da salvação como libertação do perigo de uma vida sem Deus
(At.26:18; Cl.1:13). Segundo o Pr. Antônio Gilberto, Salvação é uma milagrosa
transformação espiritual, operada na alma e na vida – no caráter – de toda
pessoa que, pela fé recebe Jesus Cristo como seu único Salvador pessoal
(Ef.2:8,9; 2Co.5:17; João 1:12;3:5).
Pessoalmente
- isto é, em relação à pessoa -, a Salvação que Cristo realiza abrange:
-
A Regeneração da pessoa,
aqui e agora (Tt.3:5; 2Co.3:18).
“Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo
a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do
Espírito Santo”.
“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um
espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
-
A Redenção do corpo do crente,
no futuro (Rm.8:23; 1Co.15:44).
“E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do
Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção
do nosso corpo”.
“Semeia-se corpo animal, ressuscitará corpo espiritual. Se há
corpo animal, há também corpo espiritual”.
-
A glorificação integral do
crente, também no futuro (Cl.3:4; Ef.5:27).
“Quando Cristo, que é a nossa vida, se manifestar, então, também
vós vos manifestareis com ele em glória”.
“Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem
ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.
O
desejo de Deus é que todos os seres humanos sejam salvos, mas para isso cada
pessoa precisa se arrepender dos seus pecados e se converter ao Senhor Jesus
(At.17:30; 1Tm.2:4).
A
Salvação não se trata apenas de livramento da condenação do Inferno; a Salvação
abarca todos os atos e processos redentores, bem como transformadores da parte
de Deus para com o ser humano e o mundo (isto é, a criação), através de Jesus
Cristo, nesta vida e na outra (Rm.13:11; Hb.7:25; 2Co.3:18).
“E isto digo, conhecendo o tempo, que é já hora de despertarmos
do sono; porque a nossa salvação está, agora, mais perto de nós do que quando
aceitamos a fé”.
“Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se
chegam a Deus, vivendo sempre para interceder por eles”.
“Mas todos nós, com cara descoberta, refletindo, como um
espelho, a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória, na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
2.
Cura Divina
A
doença e a morte física não estavam projetadas para o homem, não faziam parte
do propósito divino, mas que são resultado do pecado, consequências do pecado.
Assim, quando Deus apresentou o Seu plano de salvação, esta teria,
necessariamente, de propiciar um mecanismo de erradicação da doença e da morte
física.
A
saúde do homem, portanto, é um objetivo perseguido por Deus quando do
estabelecimento do plano da salvação. O Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo (João 1:29), ao tirar o pecado, haveria, também, de tirar tudo aquilo que
era consequência do pecado, ou seja, a morte física e o seu corolário, que é a
doença. Não é por acaso que, durante Seu ministério terreno, Jesus tenha, por
inúmeras vezes, curado enfermos, como comprovação de que Seu trabalho, sobre a
face da Terra, era restaurar aquele estado anterior ao pecado, um estado onde a
doença simplesmente inexistia (Mt.8:16; 12:15; 14:14; 19:2; 21:14; Mc.1:34;
6:5; Lc.7:21). Na sua feliz síntese do ministério de Cristo, o apóstolo Pedro
não deixou de lembrar que Jesus “…andou fazendo bem
e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com Ele” (At.10:38b).
3.
Salvação e cura
O
plano de Deus para a Salvação do homem abrange a cura das enfermidades, a
erradicação da doença, o restabelecimento da saúde. Como Jesus é o mesmo ontem,
hoje e eternamente (Hb.13:8), continua a ser Aquele que deu saúde ao criado do
centurião romano (Mt.8:7), que deu saúde a Enéias (At.9:34). Por isso, dentre
as tarefas que o Senhor deixou à Sua Igreja, está a de curar os enfermos
(Mc.16:18).
No
entanto, o fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação não
significa que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita
a Jesus Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser
salvo não nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do
pecado, e que acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não
estamos imunes à doença.
O
corpo humano será redimido pela obra salvadora de Cristo Jesus, mas isto não é
algo que já tenha acontecido, mas algo que ainda esperamos (Rm.8:23), algo que
acontecerá somente com a glorificação, estágio final do processo da salvação
(1Co.15:5056), que, para a Igreja, se dará quando do arrebatamento. A morte é o
último inimigo a ser vencido (1Co.15:26), algo que se dará tão somente com a
destruição do sistema mundano, como nos mostra, claramente o capítulo 25 do
livro do profeta Isaías.
4.
Isaias 53:3,4
"Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades
e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus
e oprimido; Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e esmagado
por causa das nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre
ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados” (Is.53.4,5).
Isaias
53 é a provisão de Deus em Cristo para cura física e espiritual. Essa provisão
foi efetivada na Cruz. A Cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de
Deus por nós. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter
Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.
Você
é tão especial para Deus, que ele amou você de tal maneira que deu tudo, deu a
Si mesmo, deu o seu único Filho. A cruz de Cristo não foi um acidente, mas uma
agenda de Deus desde a eternidade. Cristo veio para morrer. Ele foi morto desde
a fundação do mundo. Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e
fiador.
A
cruz sempre esteve incrustrada no coração de Deus, sempre esteve diante dos
olhos de Cristo. Ele jamais recuou da cruz. Ele marchou em direção a ela como
um rei caminha para a coroação. A cruz de Cristo foi o gesto mais profundo e
significativo de sacrifício. Jesus Cristo deixou a glória, o trono,
esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido,
pregado na cruz. Sendo Deus, se fez homem; sendo Senhor, se fez servo; sendo
Santo, se fez pecado; sendo Bendito, se fez maldição; sendo o Autor da vida,
deu a Sua vida.
Ao
profeta Isaias foi revelado esse acontecimento 700 a.C. O registro detalhado,
preciso e meticuloso, que Isaias faz acerca da morte de Cristo é tão grande que
nos causa espanto. Boa parte dos verbos que compõem o texto de Isaias 53 está
no passado, como se Isaias estivesse vendo um ato já ocorrido, já
historicizado. É grande a precisão com que ele registra e relata o sacrifício
de Cristo, que é o ponto nevrálgico do Cristianismo.
Você
e eu não podemos desconsiderar a grandeza e a profundidade desta verdade,
porque na mente de Deus, nos decretos de Deus, o Cordeiro de Deus foi morto
desde a fundação do mundo. Ele nasceu para morrer. Ele nasceu para ser o nosso
substituto. Ele nasceu para ser o nosso representante, o nosso fiador. Ele
nasceu para nos dar a cura de nosso corpo físico e espiritual.
Portanto,
a cruz de Cristo, além de ser um fato já planejado na eternidade, expressa para
você e para mim o gesto do grande amor de Deus. Se você ainda tem dúvida do
amor de Deus, entenda que não há possibilidade de nós expressarmos de forma
mais eloquente e mais profunda o amor de Deus por nós do que a manifestação da
Cruz. Ali aconteceu o maior de todos os sacrifícios, porque o Filho de Deus
deixou a glória, deixou o céu, deixou a companhia dos anjos, deixou a glória do
Pai, e veio e se humilhou, se fez Servo; foi perseguido, foi preso, foi
insultado, foi cuspido, foi zombado, foi escarnecido, foi pregado na cruz.
Muitas
perguntas têm sido feitas ao longo da história da Igreja: Por que Jesus foi
para a cruz, o que levou Jesus a cruz? Eu digo que a morte de Cristo não foi
determinada por fatores circunstanciais. Cristo não foi morto porque os
sacerdotes o prenderam, porque o sinédrio o sentenciou, porque Pilatos o
entregou, porque os judeus o acusaram, porque Judas o traiu, porque Pedro o
negou, porque os soldados o pregaram na cruz. Não. Quem levou Jesus à cruz,
então?
a)
Os nossos pecados levaram Jesus à cruz
“ele foi traspassado pelas nossas transgressões e moído
pelas nossas iniquidades” (Is.53:5).
“por causa da transgressão do meu povo, foi ele ferido” (Is.53:8b).
“levou sobre si o pecado de muitos” (Is.53:12).
“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e
as nossas dores levou sobre si” (Is.53:4).
Portanto,
o que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da
cruz; fomos nós, foram os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele
foi moído pelos nossos pecados. Na cruz ele sorveu o cálice da ira de Deus
sobre o pecado. Na cruz Ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu
sobre Ele, pois era o nosso substituto.
b)
O Pai levou seu Filho Jesus à cruz
“O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is.53:6).
“Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar” (Is.53:10).
“e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus e
oprimido” (Is.53:4b).
Jesus
não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta gritou: crucifica-o,
crucifica-o. Ele não foi a cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja;
porque Judas o traiu, por ganância; porque Pilatos o sentenciou, por covardia;
e porque os soldados o pregaram na cruz, por crueldade. Não. Ele foi à cruz
porque o Pai o entregou por amor.
c)
Jesus, voluntariamente, foi à cruz
“Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e
as nossas dores levou sobre si” (Is.53:4).
“quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado” (Is.53:10).
“O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a
muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (Is.53:11).
O
apóstolo Paulo diz que o amor de Cristo nos constrange. Ele nos amou e a si
mesmo se entregou por nós (2Co.5:14).
III.
A CURA DIVINA E OS DESAFIOS ATUAIS
O
Senhor Jesus ainda cura hoje, mas precisamos de discernimento para saber sobre
a natureza da enfermidade, se o problema é físico ou espiritual, e sobre a
vontade de Deus na operação da cura.
1.
As doenças
A
enfermidade física é um fato incontestável, e a Escritura afirma que o primeiro
motivo deste terrível mal sobre a humanidade foi a queda de Adão e Eva. O
pecado é a razão pela qual o mal natural impera sobra a humanidade, todavia,
nem toda enfermidade é consequência do pecado pessoal. Há debilidades físicas
que são o efeito do pecado, outras procedem de causas espirituais e naturais, e
algumas ocorrem de acordo com o propósito divino. Veja a seguir os diversos
motivos de enfermidades, segundo as Escrituras.
Motivos |
Referências |
Pecado |
2Cr.26:16-19;
João 5:14; 9:1,2 |
Possessão ou influência demoníaca |
Lc.13:10-12;
Mt.9:33,34; 17:18-21 |
Permissão
divina |
Jó
1:10-12; 1Co.12:7-10 |
Causas
naturais, calamidade |
Mt.8:2,3;
9:18-26 |
Glória
de Deus |
João
9:2; Êx.7:3-5 (pragas) |
2.
As enfermidades entre os crentes
Os salvos podem adoecer? Claro que sim. Vivemos no mundo sujeito às consequências
do pecado, e a terra foi maldita por causa do pecado do homem (Ex.3:17).
Portanto, enquanto estivermos aqui estaremos sujeitos às doenças e à morte,
todavia, quando o nosso corpo for revestido da incorruptibilidade, aí sim,
gozaremos, para sempre, uma vida de plena saúde.
Mas,
há ainda aqueles que insinuam em dizer que os crentes não podem adoecer, como é
o caso dos “teólogos” da teologia da prosperidade.
Segundo esses "teólogos", quem fica doente não está reivindicando
seus direitos como filho de Deus ou não tem fé. Que falácia! Tudo
isso porque as suas mensagens visam agradar o ser humano e atendê-lo em suas
necessidades restritas a essa vida, como saúde, prosperidade e
bem-estar. O ensino bíblico, porém, é claro ao ensinar que muitas
são as aflições do justo (Sl.34:19). Muitos durante essa pandemia que assola o
mundo afirmaram essa mesma tese, e milhares deles foram dizimados pelo
Covid-19.
O
ser humano se desgasta, pois, o seu corpo é corruptível (2Co.4:16). Por
enquanto, embora Jesus tenha poder para nos curar, segundo a sua vontade (1João
5:14; Mt.6:9,10), estamos sujeitos às enfermidades. Um dia, os salvos se
revestirão de incorruptibilidade (1Co.15:54).
Os
pregadores da saúde perfeita sempre exigem a cura e dizem que o Senhor cura
sempre, pois a saúde é um direito do crente. Por
que, então, Eliseu morreu em decorrência de uma enfermidade (2Rs.13:14)?
Por que Timóteo e Trófimo não foram curados (1Tm.5:23;
2Tm.4:20)? Se a saúde é um direito do crente, por que ele fica doente? Em
Salmos 41:3, está escrito: “O Senhor o sustentará
no leito de enfermidade; tu renovas a sua cama na doença”.
O
fato de que a saúde faz parte do plano de Deus para a salvação não significa
que a doença venha a ser erradicada da vida de todo aquele que aceita a Jesus
Cristo como Senhor e Salvador da sua vida. Assim como o fato de ser salvo não
nos livra da morte física, consequência praticamente inevitável do pecado e que
acomete tanto os salvos quanto os ímpios, assim também não estamos imunes à
doença.
3.
Não confundir doença com possessão maligna
Nem
todas as doenças provêm do maligno. A Bíblia está repleta de exemplos de homens
e mulheres de Deus que, apesar de terem uma vida de comunhão com o Senhor,
adoeceram e, por vezes, até morreram doentes, sem que esta doença significasse
qualquer desvio espiritual ou pecado por parte do servo do Senhor. A propósito,
o profeta que maior número de milagres fez no Antigo Testamento, Eliseu, em que
repousava porção dobrada do Espírito Santo que havia estado em Elias, diz-nos
as Escrituras, morreu por causa de uma doença (2Rs.13:14).
O
corpo ainda não está plenamente salvo. Na cruz, Jesus garantiu a salvação de
nosso espírito, alma e corpo, dando-nos direito à vida eterna e à cura das
enfermidades, em seu nome (Is.53.4,5; Mc.16.18). Entretanto, quanto ao corpo, o
efeito da obra salvífica ainda não se manifestou plenamente; isso porque,
enquanto o espírito e a alma (o homem interior - 2Co.4:16) são salvos no
momento da conversão a Cristo, o corpo ainda aguarda a completa redenção
(Rm.8.23; 1Co.15:42-45,53,54). Todavia, isto não significa que não podemos ter
uma vida saudável.
Um
dia não haverá mais doenças nem morte (Ap.21.4), porém, enquanto estamos aqui,
devemos zelar pela nossa saúde física, mental e emocional. Precisamos lembrar
que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, por isso, temos de cuidar de
nossa saúde por meio de uma alimentação correta, repouso adequado, exercícios
físicos, jejum e oração.
CONCLUSÃO
Conscientizem-nos
de que a cura divina é atual e real; ela é uma promessa dada por Deus aos que
creem no Seu poder, mas cujo propósito é a glorificação do nome do Senhor.
Jesus cura os enfermos, e este é um sinal de que Ele venceu a morte e o
inferno, de que é o Salvador do mundo.
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