terça-feira, 6 de maio de 2025

O MINISTÉRIO DOS PROFETAS ELIAS E ELISEU

 

O MINISTÉRIO DOS PROFETAS ELIAS E ELISEU

O ministério dos profetas Elias e Eliseu é um dos mais ricos e fascinantes do Antigo Testamento. Elias, um homem do deserto conhecido por sua ousadia e confrontação contra a idolatria em Israel, é chamado por Deus em um tempo de grande apostasia liderada pelo rei Acabe e sua esposa Jezabel. Seus milagres, como fechar os céus para que não chovesse e desafiar os profetas de Baal no Monte Carmelo, demonstram o poder e a soberania de Deus.

Em um ponto crucial de seu ministério, Deus ordena que Elias unja Eliseu como seu sucessor (1 Reis 19:16). O chamado de Eliseu é dramático: ele deixa para trás sua vida de lavrador para seguir Elias (1 Reis 19:19-21). Eliseu torna-se assistente e discípulo de Elias, acompanhando-o em suas jornadas proféticas.

O livro de 2 Reis narra a transição do ministério de Elias para Eliseu. Elias, sabendo que seu tempo na terra estava chegando ao fim, testa a lealdade de Eliseu pedindo que ele permanecesse em diferentes lugares enquanto ele seguia adiante. No entanto, Eliseu demonstra uma devoção inabalável, declarando repetidamente: "Vive o Senhor, e vive a tua alma, que não te deixarei" (2 Reis 2:2, 4, 6).

Finalmente, às margens do rio Jordão, Elias realiza seu último milagre, dividindo as águas com seu manto. Do outro lado, enquanto caminhavam, um carro de fogo e cavalos de fogo separam os dois, e Elias é levado ao céu em um redemoinho (2 Reis 2:11). Eliseu presencia essa ascensão e, ao ver o manto de Elias cair, pega-o, simbolizando a transferência da autoridade profética.

Eliseu, agora investido do espírito de Elias (ele havia pedido uma porção dobrada - 2 Reis 2:9-10), retorna ao Jordão e, com o mesmo manto, realiza o mesmo milagre de dividir as águas, provando que o poder de Deus estava agora com ele (2 Reis 2:13-14).

O ministério de Eliseu é marcado por uma série de milagres que demonstram a compaixão e o poder de Deus em diversas situações: cura de Naamã da lepra, multiplicação do azeite da viúva, ressurreição do filho da Sunamita, purificação de águas contaminadas e muitos outros.

A história de Elias e Eliseu é um relato bíblico poderoso sobre discipulado, lealdade, a transferência da unção de Deus e a continuidade do ministério profético em Israel. Eles são lembrados como homens de Deus que confrontaram o mal e realizaram grandes feitos através do poder divino.

O profeta Elias, cujo nome significa "O Senhor é meu Deus", foi uma figura proeminente no Antigo Testamento, atuando como profeta em Israel durante o século IX a.C., um período marcado pela intensa idolatria sob o reinado do rei Acabe e sua esposa Jezabel. Elias se destacou por sua ousadia em confrontar a apostasia e defender a adoração ao Deus de Israel.

Seu ministério foi caracterizado por:

  • Confrontação da Idolatria: Elias desafiou abertamente o culto a Baal, o deus cananeu popularizado por Jezabel. O ponto culminante desse confronto ocorreu no Monte Carmelo, onde Elias desafiou 450 profetas de Baal para um teste de poder divino. O milagre do fogo que consumiu o sacrifício de Elias demonstrou inequivocamente a soberania do Senhor, levando o povo a exclamar: "O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!" (1 Reis 18).
  • Proclamação da Palavra de Deus: Elias não hesitou em transmitir as mensagens de Deus, mesmo quando eram de juízo contra reis e nações. Ele anunciou uma seca severa sobre Israel como consequência da idolatria (1 Reis 17:1) e posteriormente orou pelo fim da seca, que Deus atendeu (1 Reis 18:41-45).
  • Realização de Milagres: Deus operou poderosamente através de Elias. Alguns de seus milagres incluem:
    • Sustento miraculoso por corvos enquanto se escondia da ira de Acabe (1 Reis 17:4-6).
    • Multiplicação da farinha e do azeite da viúva de Sarepta, sustentando-a e a seu filho durante a fome (1 Reis 17:14-16).
    • Ressurreição do filho dessa mesma viúva (1 Reis 17:17-24).
    • Fazer descer fogo do céu no Monte Carmelo (1 Reis 18:38).
    • Dividir as águas do rio Jordão com seu manto (2 Reis 2:8).
  • Discipulado de Eliseu: Elias ungiu Eliseu como seu sucessor (1 Reis 19:16) e o treinou para continuar o ministério profético em Israel. A relação entre eles é um exemplo notável de discipulado e transferência de liderança espiritual.
  • Ascensão ao Céu: O fim do ministério terreno de Elias foi marcado por um evento extraordinário. Ele não morreu, mas foi levado ao céu em um redemoinho, com carros e cavalos de fogo, enquanto Eliseu testemunhava (2 Reis 2:11).

Elias é lembrado como um dos maiores profetas de Israel, um homem de fé inabalável e coragem que se manteve firme na defesa do verdadeiro Deus em um tempo de grande escuridão espiritual. Sua vida e ministério servem como um poderoso exemplo de fidelidade e ousadia para todos os que buscam servir a Deus. Sua figura é tão significativa que ele aparece no Novo Testamento, inclusive na transfiguração de Jesus, ao lado de Moisés (Mateus 17:1-8), representando a Lei e os Profetas.

Elias fez durante sua vida o total de 7 milagres 

Eliseu fez durante a sua vida o total de 14 milagres.

Portanto Eliseu fez o dobro dos milagres de Elias. (PORÇÃO DOBRADA)

 Os Sete Milagres operados por Elias.

1) três anos e seis meses de seca por causa de sua palavra (I Rs.17:1)

2) multiplicação do azeite e da farinha na panela da viúva de Zarefate (I Rs.17:18-16)

3) ressurreição do filho da viúva de Zarefate (I Rs.17:17-24)

4) descida de fogo do céu em resposta à sua oração (I Rs.18:30-40)

5) chuva depois de três anos e seis meses de seca por causa de sua oração (I Rs.18:41-45)

6) descida de fogo do céu para matar os soldados que vinham lhe prender (II Rs.1:9-12)

7) travessia a seco pelo rio Jordão (II Rs.2:7,8).

 

 Os 14 Milagres operados por Eliseu?

1) a travessia a seco pelo rio Jordão (II RS.2:13-15)

2) a purificação das águas (II Rs.2:19-22)

3) a morte dos que o insultavam diante de sua maldição (II Rs.2:23-25)

4) a cheia das cisternas no deserto sem que houvesse chuva (II Rs.2:17-20)

5) a multiplicação do azeite na botija na casa da viúva de um dos filhos dos profetas (II Rs.4:2-7)

6) a abertura da madre Sunamita (II Rs.4:14-17)

7) a ressurreição do filho da Sunamita (II Rs.4:23-37)

8) a retirada da morte que havia na panela (II Rs.4:28-41)

9) a multiplicação dos pães para alimentar cem homens (II Rs.4:42-44)

10) a cura da lepra de Naamã (II Rs.5:1-14)

11) a imposição da lepra de Naamã a Geazi (II Rs.5:25-27)

12) a flutuação do machado que caíra na água (II Rs.6:1-7)

13) a imposição de cegueira ao exército da Síria, levando-os até Samaria (II Rs.6:18,19)

14) a ressurreição de um homem jogado no sepulcro de Eliseu e que tocou seus ossos (II Rs.13:21).

 

*LOCALIDADES QUE ELIAS LEVOU ELISEU PARA SEU DISCIPULADO* 

Discipulado de Elias com Eliseu – 2 Reis 2.20 (Este discipulado pode ter durado até 9 anos, segundo alguns estudiosos. Particularmente acredito que bem menos).


O início de qualquer nova etapa na vida de uma pessoa é sempre repleto de desafios e incertezas. A falta de orientação durante o caminhar pode fazer com que haja erros com consequências desproporcionais ou mesmo irreparáveis – seja na vida profissional, sentimental, intelectual etc. A importância de ser guiado por uma pessoa experiente em um assunto nos capacita para enfrentarmos situações que aparentemente não haveria saída. Assim também acontece no caminhar de um cristão.

  *GILGAL*

Lugar de aliança, circuncisão, lugar de se oferecer água a DEUS como adoração. Lugar de Páscoa.
 
Gilgal foi o primeiro acampamento de Israel depois de cruzar o Jordão, e o principal centro de operações militares durante as campanhas da conquista (Js 4.19; 9.6; 10.6,43; 14,6). Pedras retiradas do leito do Jordão foram dispostas em um marco memorial.
 
*BETEL*
(“casa de Deus”). Lugar de encontro com DEUS, de adoração, de Intimidade. Lugar de desafio. Convivência entre irmãos. Lugar de ex-.... e todos teem que conviver um com o outro.

Uma cidade na fronteira entre Benjamim e Efraim, cerca de 16 quilômetros ao norte de Jerusalém e ao sul de Siló (Jz 21.19), perto de Aí (Gn 12.8).

Originalmente chamada de Luz (q.v. Gn 28.19; Js 18.13), foi visitada por Abrão no início de sua peregrinação pela terra prometida (Gn 12.8). Posteriormente ele parou aqui em seu retorno do Egito e do Neguebe (Gn 13.3). Jacó teve seu sonho aqui enquanto estava a caminho de Padã-Arã (Gn 28.19). pp. 15-18; #199, pp. 59-65).

*JERICÓ*

Lugar de divisa entre o material e o espiritual e sobrenatural. Cidade das Palmeiras, cidade malcheirosa, muros altos, palmeiras fora e cheiro ruim dentro dos muros. Lado de fora bonito, lado de dentro ruim.

Jericó é onde morava Raabe, a mulher prostituta que se tornou uma mulher de fé e que se tornou da família de JESUS. Ela queria preservar sua família. Jericó caiu, mas Raabe se manteve de pé.

*JORDÃO*
Divisa de territórios - divisa entre mundo físico e espiritual. Local da trasladação de Elias. Águas do Jordão levavam vida a toda região, mas morriam no Mar Morto (Mar e Sal) onde não há vida.

Eliseu tinha muita relação com o Jordão - Elias trasladado, Abertura do rio, Machado flutuou, Naamã curado.

Em hebraico, o nome do rio mais famoso da Bíblia é yarden. A maior parte dos estudiosos considera essa palavra como sendo de origem semítica, derivada da raiz “yarad” ou “descender”. Portanto, o nome significa “descendente”, que é uma fiel descrição desse rio.

O PROFETA ELIAS E ELISEU, SEU SUCESSOR

 Texto Bíblico: 2 Reis 2:1-15

 “Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim” (2Rs.2:9).

V.P.: “A história de Elias e Eliseu nos inspira a andarmos com pessoas que desfrutam de intimidade com Deus e que, por isso, vale a pena serem seguidas e imitadas”.

2 Reis 2:

1.Sucedeu, pois, que, havendo o SENHOR de elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias partiu com Eliseu de Gilgal.

2.E disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Betel. Porém Eliseu disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim foram a Betel.

3.Então, os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram a Eliseu e lhe disseram: Sabes que o SENHOR, hoje, tomará o teu senhor de cima da tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.

4.E Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Jericó. Porém ele disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim vieram a Jericó.

5.Então, os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu e lhe disseram: Sabes que o SENHOR, hoje, tomará o teu senhor de cima da tua cabeça? E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.

6.E Elias disse: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou ao Jordão. Mas ele disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim ambos foram juntos.

7.E foram cinquenta homens dos filhos dos profetas e, de longe, pararam defronte; e eles ambos pararam junto ao Jordão.

8.Então Elias tomou a sua capa, e a dobrou, e feriu as águas, as quais se dividiram para as duas bandas; e passaram ambos em seco.

9.Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim.

10.E disse: Coisa dura pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará.

11.E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.

12.O que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros! E nunca mais o viu; e, tomando das suas vestes, as rasgou em duas partes.

13.Também levantou a capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se e parou à borda do Jordão.

14.E tomou a capa de Elias, que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o SENHOR, Deus de Elias? Então, feriu as águas, e se dividiram elas para uma e outra banda; e Eliseu passou.

15.Vendo-o, pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro e se prostraram diante dele em terra.

I. A DESPEDIDA DE ELIAS

No Monte Horebe, Deus fez uma revelação surpreendente a Elias: ele seria sucedido por outro profeta; ele teria que ungir outro profeta em seu lugar (1Rs.19:16). Elias não questionou, simplesmente obedeceu. Este é um dos elementos do legado de Elias: a obediência. Elias nos ensina a necessidade de obedecermos a vontade e a direção de Deus. Sabemos que nesta vida tudo tem o seu tempo, por isso, chegou o dia em que o ministério de Elias se encerrou. Como um líder fiel, obediente e íntegro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a orientação divina na escolha do seu sucessor. O Senhor continua a falar em nossos dias, o problema é que nem todos desejam lhe ouvir, pois a voz de Deus pode frustrar alguns ideais pessoais.

1. O ministério de Elias termina

Todo líder, de qualquer seguimento, um dia terá que deixar o cargo. Isso é um processo natural. Acontece que muitos pensam que são insubstituíveis, ou não querem "largar" a liderança para não perder status, vantagens, benefícios, privilégios.... É aí que surgem os problemas. Alguns líderes evangélicos na atualidade tratam igrejas e convenções como propriedade particular, empresa ou negócio de família. Esquecem que a Igreja tem um dono e o seu nome é Jesus.

O ministério de Elias foi admirável. Seu legado, magnificente. Aparentemente, tinha muito para oferecer, mas Deus disse que o tempo de passar o bastão tinha chegado. Elias saiu no tempo certo, não resistiu diante da vontade de Deus (2Rs.2:11). Não tinha ao que se apegar (cargos, bens, dinheiro, status etc.). Acredito que se atualmente um carro de fogo, com cavalos de fogo, fosse enviado pelo Senhor para buscar alguns líderes, eles pediriam para não ir, ficariam somente para continuar desfrutando das honras humanas, do luxo e dos privilégios que conquistaram. Você tem dúvida disso?

Devemos estar cônscios de que todos temos um tempo definido por Deus para trabalhar para Ele. Quando formos desafiados por Deus a ser substituídos, não devemos imaginar que estamos sendo descartados, ou que Deus não nos quer mais em seu serviço. Além disso, as novas gerações precisam ter sua oportunidade de servir com seus talentos ao Senhor. O próprio Jesus deixou claro que seus seguidores fariam coisas maiores do que Ele mesmo fez, exceto a salvação, é claro (João 14:12). Se o Mestre deu o exemplo de humildade, por que não o podemos seguir?

2. Um profeta com grandeza de alma

O profeta Elias, embora considerado um dos mais poderosos do Antigo Testamento, não há registro que ele tenha escrito algum livro, por isso é considerado um dos profetas orais da Bíblia; também não proferiu profecia de longo prazo, seu ministério foi praticamente pontual – direcionado ao reino de Acabe, e teve uma curta atuação no reinado de Acazias, sucessor de Acabe, quando foi usado por Deus para aplicar juízo condenatório a este rei (cf.2Rs.1:3-17). Após isso, Elias não teve contato com mais nenhum rei.

Elias é considerada o famoso e dramático dos profetas de Israel. Ele predisse o início e o fim de uma seca de três anos e meio. Foi usado por Deus para ressuscitar uma criança. Representou Deus em uma demonstração contra os sacerdotes de Baal e Aserá. Ordenou que descesse fogo do Céu e consumisse 100 homens (2Rs.1:9-12). Apareceu com Moisés a Jesus no episódio da transfiguração no Novo Testamento (Mt.17:3).

Não obstante do seu extraordinário ministério e de seus grandes feitos, Elias deve ser notado pela integridade e grandeza de sua alma. É interessante pensar nos incríveis milagres que Deus realizou através de Elias, mas faríamos bem em enfocar a comunhão que eles compartilhavam. Embora possamos desejar milagres incríveis para o Senhor, devemos em vez disso enfocar o desenvolvimento de nossa comunhão com Ele. O verdadeiro milagre da vida de Elias foi a sua amizade extremamente pessoal com Deus; e este milagre também está disponível a nós.

Elias aparece nas páginas das Escrituras em 1Reis 17:1, e de forma repentina, sem qualquer explicação; nem mesmo a sua genealogia é mostrada, como é costumeiro fazer-se quando se trata, pelo menos, de personagens da história de Israel. É apresentado apenas como “Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade”. Seu nome, que em hebraico é “Eliáhu” (“Elias” é a forma grega do nome), significa “Javé é Deus” e sintetiza, de forma sublime, todo o seu ministério profético: demonstrar ao povo do reino de Israel que o seu Deus é Javé, o mesmo “EU SOU O QUE SOU” que havia se revelado a Moisés.

O final do ministério de Elias foi diferente de todos os outros profetas anteriores e posteriores a ele. Ele foi levado ao Céu, num redemoinho, sem ver a morte (2Rs.2:11). Ele é a segunda pessoa mencionada nas Escrituras Sagradas a passar por tal experiência. Enoque foi o primeiro (Gn.5:21-24). Teve uma comitiva magnífica para conduzi-lo em triunfo ao Céu. A trasladação de Enoque e Elias assemelha-se ao arrebatamento futuro do povo fiel de Deus, à segunda vinda de Cristo (1Ts.4:16,17).

O traslado milagroso de Elias ao Céu foi o selo divino da aprovação com destaque, da obra, do caráter e ministério desse profeta. Elias permanecera em tudo fiel à palavra de Deus no decurso de todo o seu ministério. Até ao último momento, viveu em prol da honra de Deus, tomou posição firme contra o pecado e a idolatria de um povo apóstata e despertou o remanescente fiel de Israel.

3. Gilgal, um lugar de boas recordações

Gilgal é conhecido por ter sido o primeiro acampamento do povo de Israel após cruzar o Jordão, e o principal centro estratégico de operações militares utilizado por Josué durante as campanhas de conquista em Canaã (Js.4:19; 9:6; 10:6,43; 14:6). Por intermédio de Josué, o nome Gilgal foi utilizado por Deus como uma espécie de lembrete a Israel acerca do livramento da escravidão no Egito. Isso fica claro quando Deus disse a Josué que hoje retirei sobre vós o opróbrio do Egito” (Js.5:9). O versículo continua dizendo: “por isso o nome daquele lugar se chamou Gilgal até ao dia de hoje “.

Gilgal aparece como cenário em diversas passagens importantes do Antigo Testamento como estes a seguir:

·     Gilgal foi a principal base de operações de Israel na conquista da Terra Prometida, sendo estabelecidas ali doze pedras comemorativas. Foi dali também que Josué liderou a campanha contra Jericó e na região sul (Js.4:19,20; 6:11,14; 10:1-43).

·     Foi em Gilgal que a geração que cresceu no deserto foi circuncidada (Js.5:1-8).

·     Foi em Gilgal que foi celebrada a primeira Páscoa em Canaã (Js.5:10).

·     Foi em Gilgal que o maná cessou (Js.5:9,10).

·     Foi de Gilgal que Josué começou a distribuir os territórios conquistados entre as tribos de Israel (Js.14:6)

·     Foi em Gilgal que o reinado de Saul foi confirmado com sacrifícios de regozijo (1Sm.11:14,15), porém foi ali que Saul também ofereceu sacrifício precipitado (1Sm.13:8-14).

·     Foi em Gilgal que Saul e Samuel se separaram definitivamente, depois da desobediência de Saul em relação à guerra contra os amalequitas (1Sm.15:12-35).

·     Foi em Gilgal que Eliseu misturou um pouco de farinha na panela onde havia um caldo feito com frutos de uma trepadeira venenosa, e o veneno cessou (2Rs.4:38). Vale lembrar que alguns comentaristas consideram essa Gilgal diferente da citada no livro de Josué.

·     Depois da revolta de Absalão, os judeus receberam Davi de volta a Gilgal (2Sm.19:15,40).

·     Elias e Eliseu passaram por Gilgal, antes de Elias ser arrebatado ao céu (2Rs.2:1). Tanto em Gilgal como em Betel havia centros de treinamento dos jovens profetas, e uma importante estrada ligava as duas cidades.

·     O Profeta Miqueias, usado por Deus, relembrou o povo sobre a viagem que Israel fez desde Sitim até Gilgal, ou seja, a travessia do rio Jordão para entrarem na Terra Prometida, enfatizando a evidência da justiça de Deus e de Seu poder salvador a favor deles (Mq.6:5).

·     Foi em Gilgal que o Espírito de Deus revelou a Elias, a Eliseu e aos jovens profetas que estava próxima a hora em que Elias partiria da terra (2Rs.2:1,3,5) – “Sabes que o Senhor, hoje, tomará o teu senhor de cima da tua cabeça?” (2Rs.2:3).

II. O PEDIDO OUSADO DE ELISEU

1. A fidelidade de Eliseu

Antes de Deus levar Elias “num redemoinho ao céu” (2Rs.2:1b), ele mandou o profeta fazer uma viagem da cidade de Gilgal à Betel. Então, “Elias disse a Eliseu: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Betel. Porém Eliseu disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim foram a Betel” (2Reis 2:2).

Outra vez o Senhor ordenou Elias ir a Jericó. Então, “Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Jericó. Porém ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim vieram a Jericó” (2Reis 2:4).

Outra vez o Senhor ordenou Elias ir ao Jordão. Então, “Elias disse: Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou ao Jordão. Mas ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim ambos foram juntos” (2Reis 2:6).

Eliseu demonstrou perseverança e fidelidade ao se recusar largar Elias. Ele fez questão de permanecer junto do profeta durante todo o tempo. Diferentemente dos “filhos dos profetas”, ele acompanhou seu mestre até o seu traslado.

O cristão, igualmente, que se diferencia neste mundo, segue a Jesus de perto. Em Lucas 22:54, que trata da prisão de Jesus, lemos: “e Pedro seguia-o de longe”. Em seguida, o evangelista nos afirma das três negativas de Pedro para com Jesus. Hoje, muitos há que seguem Jesus de longe e o resultado disso é escândalo para o Evangelho. Se Eliseu tivesse seguido Elias de longe não teria sido o homem de Deus que foi. Somente os perseverantes conseguem chegar até o fim!

2. A porção dobrada

Antes de ser levado ao Céu pelo Senhor, Elias perguntou a Eliseu sobre o que ele gostaria de receber de sua parte. E Eliseu mais que depressa pediu porção dobrada do espírito de Elias sobre ele (2Rs.2:9) – “Sucedeu, pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu espírito sobre mim”.

“Porção dobrada”. Esta frase tem sido muitas vezes mal interpretada como um pedido para receber o dobro do Espírito que estava na vida de Elias, e os maiores milagres que ele realizou foram considerados como indicação desta assertiva. No entanto, esse pedido estava baseado em Deuteronômio 21:15-17, onde a mesma expressão “porção dobrada” é aplicada àquilo que o primogênito recebia da herança de seu pai, ou seja, o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt.21:17). Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual (Elias) fizesse dele o seu principal herdeiro do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a missão de Elias. A resposta de Elias era que não podia conceder esse pedido; somente Deus tinha o poder para tanto. Porém, se o Senhor permitisse a Eliseu presenciar a sua subida ao céu, então ele receberia a “porção dobrada” (2Rs.2:10).

Deus atendeu ao pedido de Eliseu, sabendo que o jovem profeta estava disposto a permanecer fiel a Ele, apesar de toda a apostasia espiritual e moral nos dois reinos - de Israel e de Judá. Seu principal objetivo não era ser melhor ou mais poderoso que Elias, mas realizar mais para o Senhor. Se nossos motivos forem honestos, não precisamos ter medo de pedir grandes coisas a Deus. Quando pedimos ao Senhor grande poder ou capacidade é necessário que examinemos nossos desejos e livremo-nos de qualquer egoísmo que encontramos. Se desejarmos obter a ajuda do Espírito Sano, devemos estar prontos para pedir isso.

Na verdade, Eliseu realizou o dobro de milagres de Elias - este, sete; aquele, quatorze, exatamente o dobro. Os 14 milagres de Eliseu registrados são: (a) dividiu as águas do Jordão (2Rs.2:14); (b) saneou uma fonte (2Rs.2:21); (c) amaldiçoou zombadores (2Rs.2:24); (d) encheu os poços com água (2Rs.3:15,26); (e) multiplicou o azeite de uma viúva (2Rs.4:1-7); (f) predisse uma gestação (2Rs.4:17); (g) fez voltar à vida um jovem morto (2Rs 4:32-37); (h) neutralizou veneno (2Rs.4:38-41); (i) multiplicou pães (2Rs 4:42-44); (j) curou a lepra de Naamã (2Rs.5:1-19); (k) amaldiçoou Geazi com lepra (2Rs.5: 20-27); (l) preparou armadilha para a força militar Síria (2Rs.6:8-25); (m) revelou um exército de anjos (2Rs.6:15-16); e (n) predisse o alívio para a sitiada Samaria (2Rs.6:24-7:20).

3. Elias, a inspiração de Eliseu

O pedido de Eliseu foi bastante ousado, e a resposta de Elias foi que ele não podia conceder esse pedido; somente Deus tinha o poder para tanto. Porém, se o Senhor permitisse a Eliseu presenciar a sua subida ao Céu, então ele receberia a “porção dobrada”. A condição para receber o que pediu era não retirar os olhos em Elias (2Rs.2:10) – “se me vires quando for tomado de ti, assim se te fará; porém, se não, não se fará”. Isso era fácil, haja vista que Elias era sua inspiração. Eliseu, portanto, obedeceu ao que Elias lhe propôs, então a promessa foi cumprida. Eliseu provou ser um homem vigilante quando “viu” Elias sendo levado ao Céu num redemoinho (2Rs.2:12).

Elias deixou um rico legado espiritual que deve ser imitado por todos aqueles que cristãos dizem ser. Mas, o seu legado não foi somente espiritual, foi também moral. Ele era portador de singulares predicados morais. Um padrão moral moldado pela Bíblia é a maior necessidade de um cristão, principalmente daqueles que lideram na Casa do Senhor.

As pessoas podem até achar que você não tem grandes habilidades administrativas, técnicas, didáticas ou pedagógicas, mas elas precisam ver que você é um homem ou uma mulher temente a Deus. Quando uma pessoa é salva existem evidências da sua salvação. Se alguém diz “eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e viver imoralmente, é muito claro que não está salvo. Se você é salvo, sua conduta muda como evidência de que alguma coisa mudou no seu interior – no coração. Em 2Corintios 5:17 está escrito: “Se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Se não há uma mudança de conduta, então o coração não mudou. A maior mensagem pregada é pelo exemplo. Bem diz o pr. Claiton Ivan Pommerening: “as melhores oportunidades para aprender e crescer ministerialmente acontecem quando podemos nos espelhar em alguém que realmente serve a Deus com amor e fidelidade”.

III. ELISEU TOMA A CAPA DE ELIAS

1. A comunhão de Elias e Eliseu


Em certo momento, quando Elias e Eliseu caminhavam juntos, o primeiro foi levado ao Céu (2Rs.2:11) - “E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho”. Esse fenômeno de fogo que apareceu com cavalos e carruagens, era uma característica das revelações especiais de Deus (cf. Ex.19:16-25; Sl.18:7-15). Foi um espetáculo jamais visto. Eliseu recebeu a permissão de testemunhar essa translação e, clamando disse: “Meu pai, meu pai” (2Rs.2:12). Esta atitude demonstra o reconhecimento por parte de Eliseu de que Elias era o seu líder espiritual e o seu reverenciado predecessor; na verdade existia uma intimidade e comunhão inabalável entre os dois. Concordo com pr. Claiton Ivan Pommerening quando diz que “a amizade sincera e a comunhão na igreja, entre irmãos que se amam e se respeitam, sempre resulta em bênçãos extraordinárias para a obra de Deus”.

2. A Capa de Elias

A Capa de Elias caiu onde Eliseu podia apanhar (2Rs.2:13). A disponibilidade da Capa autenticava que Eliseu havia recebido a “porção dobrada”. Na verdade, ela representava o endosso de Deus como sucessor de Elias e o símbolo de que o poder do Senhor permaneceria em Eliseu, da mesma forma como havia se estabelecido em Elias. A prova inicial deste fato foi a divisão das águas do rio Jordão; ao tocar a Capa nas águas do rio e dizer: “Onde está o Senhor, Deus de Elias?”, “as águas se dividiram em duas partes; e Eliseu passou” (2Reis 2:14). Esse episódio foi visto pelos filhos dos profetas de Jericó, que imediatamente reconheceram que a unção de Elias estava sobre Eliseu (cf. 2Rs.2:15). Quando somos escolhidos por Deus para realizar uma grande obra, Ele nos legitima diante de todos.

Deus atendeu ao pedido de Eliseu porque os seus motivos eram puros. Seu principal objetivo não era ser melhor ou mais poderoso que Elias, mas realizar mais para o Senhor. Se nossos motivos forem honestos, não precisamos ter medo de pedir grandes coisas a Deus. Quando pedimos ao Senhor grande poder ou capacidade, é necessário que examinemos nossos desejos e livremo-nos de qualquer egoísmo que encontrarmos. Pense nisso!

CONCLUSÃO

“O que identifica um profeta de Deus atualmente não é o uso de uma capa, mas o modo de viver, suas virtudes e comportamento. A exemplo de Eliseu, devemos nos espelhar em homens e mulheres de Deus que sejam genuínos imitadores de Cristo. E não apenas isso: precisamos também ser exemplo para os outros, refletindo a imagem do Senhor, não somente nas palavras, mas, principalmente, nas ações” (pr. Claiton Ivan Pommerening – LBM).

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Postagens

  FÉ Romanos 1:17:   -"PORQUE O JUSTO VIVERÁ DA FÉ. A fé é um dos pilares fundamentais da vida cristã, sendo amplamente abordada em...

Postagens Mais Visitadas