O MINISTÉRIO DOS PROFETAS ELIAS E ELISEU
O ministério dos profetas Elias e Eliseu é um dos mais ricos
e fascinantes do Antigo Testamento. Elias, um homem do deserto conhecido por
sua ousadia e confrontação contra a idolatria em Israel, é chamado por Deus em
um tempo de grande apostasia liderada pelo rei Acabe e sua esposa Jezabel. Seus
milagres, como fechar os céus para que não chovesse e desafiar os profetas de
Baal no Monte Carmelo, demonstram o poder e a soberania de Deus.
Em um ponto crucial de seu ministério, Deus ordena que Elias
unja Eliseu como seu sucessor (1 Reis 19:16). O chamado de Eliseu é dramático:
ele deixa para trás sua vida de lavrador para seguir Elias (1 Reis 19:19-21).
Eliseu torna-se assistente e discípulo de Elias, acompanhando-o em suas
jornadas proféticas.
O livro de 2 Reis narra a transição do ministério de Elias
para Eliseu. Elias, sabendo que seu tempo na terra estava chegando ao fim,
testa a lealdade de Eliseu pedindo que ele permanecesse em diferentes lugares
enquanto ele seguia adiante. No entanto, Eliseu demonstra uma devoção
inabalável, declarando repetidamente: "Vive o Senhor, e vive a tua alma,
que não te deixarei" (2 Reis 2:2, 4, 6).
Finalmente, às margens do rio Jordão, Elias realiza seu
último milagre, dividindo as águas com seu manto. Do outro lado, enquanto
caminhavam, um carro de fogo e cavalos de fogo separam os dois, e Elias é
levado ao céu em um redemoinho (2 Reis 2:11). Eliseu presencia essa ascensão e,
ao ver o manto de Elias cair, pega-o, simbolizando a transferência da
autoridade profética.
Eliseu, agora investido do espírito de Elias (ele havia
pedido uma porção dobrada - 2 Reis 2:9-10), retorna ao Jordão e, com o mesmo
manto, realiza o mesmo milagre de dividir as águas, provando que o poder de
Deus estava agora com ele (2 Reis 2:13-14).
O ministério de Eliseu é marcado por uma série de milagres
que demonstram a compaixão e o poder de Deus em diversas situações: cura de
Naamã da lepra, multiplicação do azeite da viúva, ressurreição do filho da Sunamita,
purificação de águas contaminadas e muitos outros.
A história de Elias e Eliseu é um relato bíblico poderoso
sobre discipulado, lealdade, a transferência da unção de Deus e a continuidade
do ministério profético em Israel. Eles são lembrados como homens de Deus que
confrontaram o mal e realizaram grandes feitos através do poder divino.
O profeta Elias, cujo nome significa "O Senhor é meu
Deus", foi uma figura proeminente no Antigo Testamento, atuando como
profeta em Israel durante o século IX a.C., um período marcado pela intensa
idolatria sob o reinado do rei Acabe e sua esposa Jezabel. Elias se destacou
por sua ousadia em confrontar a apostasia e defender a adoração ao Deus de
Israel.
Seu ministério foi caracterizado por:
- Confrontação
da Idolatria: Elias desafiou abertamente o culto a Baal, o deus
cananeu popularizado por Jezabel. O ponto culminante desse confronto
ocorreu no Monte Carmelo, onde Elias desafiou 450 profetas de Baal para um
teste de poder divino. O milagre do fogo que consumiu o sacrifício de
Elias demonstrou inequivocamente a soberania do Senhor, levando o povo a
exclamar: "O Senhor é Deus! O Senhor é Deus!" (1 Reis 18).
- Proclamação
da Palavra de Deus: Elias não hesitou em transmitir as mensagens de
Deus, mesmo quando eram de juízo contra reis e nações. Ele anunciou uma
seca severa sobre Israel como consequência da idolatria (1 Reis 17:1) e
posteriormente orou pelo fim da seca, que Deus atendeu (1 Reis 18:41-45).
- Realização
de Milagres: Deus operou poderosamente através de Elias. Alguns de
seus milagres incluem:
- Sustento
miraculoso por corvos enquanto se escondia da ira de Acabe (1 Reis
17:4-6).
- Multiplicação
da farinha e do azeite da viúva de Sarepta, sustentando-a e a seu filho
durante a fome (1 Reis 17:14-16).
- Ressurreição
do filho dessa mesma viúva (1 Reis 17:17-24).
- Fazer
descer fogo do céu no Monte Carmelo (1 Reis 18:38).
- Dividir
as águas do rio Jordão com seu manto (2 Reis 2:8).
- Discipulado
de Eliseu: Elias ungiu Eliseu como seu sucessor (1 Reis 19:16) e o
treinou para continuar o ministério profético em Israel. A relação entre
eles é um exemplo notável de discipulado e transferência de liderança
espiritual.
- Ascensão
ao Céu: O fim do ministério terreno de Elias foi marcado por um evento
extraordinário. Ele não morreu, mas foi levado ao céu em um redemoinho,
com carros e cavalos de fogo, enquanto Eliseu testemunhava (2 Reis 2:11).
Elias é lembrado como um dos maiores profetas de Israel, um
homem de fé inabalável e coragem que se manteve firme na defesa do verdadeiro
Deus em um tempo de grande escuridão espiritual. Sua vida e ministério servem
como um poderoso exemplo de fidelidade e ousadia para todos os que buscam
servir a Deus. Sua figura é tão significativa que ele aparece no Novo
Testamento, inclusive na transfiguração de Jesus, ao lado de Moisés (Mateus
17:1-8), representando a Lei e os Profetas.
Elias fez durante sua vida o total de 7 milagres
Eliseu fez durante a sua vida o total de 14 milagres.
Portanto Eliseu fez o dobro dos milagres de Elias. (PORÇÃO
DOBRADA)
Os Sete Milagres operados por Elias.
1) três anos e seis meses de seca por causa de sua
palavra (I Rs.17:1) |
2) multiplicação do azeite e da farinha na panela da
viúva de Zarefate (I Rs.17:18-16) |
3) ressurreição do filho da viúva de Zarefate (I
Rs.17:17-24) |
4) descida de fogo do céu em resposta à sua oração
(I Rs.18:30-40) |
5) chuva depois de três anos e seis meses de seca
por causa de sua oração (I Rs.18:41-45) |
6) descida de fogo do céu para matar os soldados que
vinham lhe prender (II Rs.1:9-12) |
7) travessia a seco
pelo rio Jordão (II Rs.2:7,8). |
Os 14 Milagres operados por Eliseu?
1) a
travessia a seco pelo rio Jordão (II RS.2:13-15) |
2) a
purificação das águas (II Rs.2:19-22) |
3) a
morte dos que o insultavam diante de sua maldição (II Rs.2:23-25) |
4) a
cheia das cisternas no deserto sem que houvesse chuva (II Rs.2:17-20) |
5) a
multiplicação do azeite na botija na casa da viúva de um dos filhos dos
profetas (II Rs.4:2-7) |
6) a
abertura da madre Sunamita (II Rs.4:14-17) |
7) a
ressurreição do filho da Sunamita (II Rs.4:23-37) |
8) a
retirada da morte que havia na panela (II Rs.4:28-41) |
9) a
multiplicação dos pães para alimentar cem homens (II Rs.4:42-44) |
10) a
cura da lepra de Naamã (II Rs.5:1-14) |
11) a
imposição da lepra de Naamã a Geazi (II Rs.5:25-27) |
12) a
flutuação do machado que caíra na água (II Rs.6:1-7) |
13) a
imposição de cegueira ao exército da Síria, levando-os até Samaria (II
Rs.6:18,19) |
14) a
ressurreição de um homem jogado no sepulcro de Eliseu e que tocou seus ossos
(II Rs.13:21). |
*LOCALIDADES
QUE ELIAS LEVOU ELISEU PARA SEU DISCIPULADO*
Discipulado
de Elias com Eliseu – 2 Reis 2.20 (Este discipulado pode ter durado até 9
anos, segundo alguns estudiosos. Particularmente acredito que bem menos).
O início de qualquer nova etapa na vida de uma pessoa é sempre repleto de
desafios e incertezas. A falta de orientação durante o caminhar pode fazer com
que haja erros com consequências desproporcionais ou mesmo irreparáveis – seja
na vida profissional, sentimental, intelectual etc. A importância de ser guiado
por uma pessoa experiente em um assunto nos capacita para enfrentarmos
situações que aparentemente não haveria saída. Assim também acontece no
caminhar de um cristão.
Lugar de aliança, circuncisão, lugar de se oferecer água a DEUS como adoração.
Lugar de Páscoa.
Gilgal foi o primeiro acampamento de Israel depois de cruzar o Jordão, e o
principal centro de operações militares durante as campanhas da conquista (Js
4.19; 9.6; 10.6,43; 14,6). Pedras retiradas do leito do Jordão foram dispostas
em um marco memorial.
*BETEL*
(“casa de Deus”). Lugar de encontro com DEUS, de adoração, de Intimidade.
Lugar de desafio. Convivência entre irmãos. Lugar de ex-.... e todos teem que
conviver um com o outro.
Uma cidade na fronteira entre Benjamim e Efraim, cerca de 16 quilômetros ao
norte de Jerusalém e ao sul de Siló (Jz 21.19), perto de Aí (Gn 12.8).
Originalmente chamada de Luz (q.v. Gn 28.19; Js 18.13), foi visitada por Abrão
no início de sua peregrinação pela terra prometida (Gn 12.8). Posteriormente
ele parou aqui em seu retorno do Egito e do Neguebe (Gn 13.3). Jacó teve seu
sonho aqui enquanto estava a caminho de Padã-Arã (Gn 28.19). pp. 15-18; #199,
pp. 59-65).
*JERICÓ*
Lugar de divisa entre o
material e o espiritual e sobrenatural. Cidade das Palmeiras, cidade malcheirosa,
muros altos, palmeiras fora e cheiro ruim dentro dos muros. Lado de fora
bonito, lado de dentro ruim.
Jericó é onde morava Raabe, a mulher prostituta que se tornou uma mulher de fé
e que se tornou da família de JESUS. Ela queria preservar sua família. Jericó
caiu, mas Raabe se manteve de pé.
*JORDÃO*
Divisa de territórios - divisa entre mundo físico e espiritual. Local da
trasladação de Elias. Águas do Jordão levavam vida a toda região, mas morriam
no Mar Morto (Mar e Sal) onde não há vida.
Eliseu
tinha muita relação com o Jordão - Elias trasladado, Abertura do rio, Machado
flutuou, Naamã curado.
Em hebraico, o nome do rio mais famoso da Bíblia é yarden. A maior parte dos
estudiosos considera essa palavra como sendo de origem semítica, derivada da
raiz “yarad” ou “descender”. Portanto, o nome significa “descendente”, que é
uma fiel descrição desse rio.
O PROFETA ELIAS E ELISEU, SEU SUCESSOR
Texto
Bíblico: 2 Reis 2:1-15
“Sucedeu,
pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que
te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção
dobrada de teu espírito sobre mim” (2Rs.2:9).
V.P.:
“A história de Elias e Eliseu nos inspira a andarmos com pessoas que desfrutam
de intimidade com Deus e que, por isso, vale a pena serem seguidas e imitadas”.
2
Reis 2:
1.Sucedeu,
pois, que, havendo o SENHOR de elevar a Elias num redemoinho ao céu, Elias
partiu com Eliseu de Gilgal.
2.E
disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Betel. Porém
Eliseu disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim
foram a Betel.
3.Então,
os filhos dos profetas que estavam em Betel saíram a Eliseu e lhe disseram:
Sabes que o SENHOR, hoje, tomará o teu senhor de cima da tua cabeça? E ele
disse: Também eu bem o sei; calai-vos.
4.E
Elias lhe disse: Eliseu, fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou a Jericó.
Porém ele disse: Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim
vieram a Jericó.
5.Então,
os filhos dos profetas que estavam em Jericó se chegaram a Eliseu e lhe
disseram: Sabes que o SENHOR, hoje, tomará o teu senhor de cima da tua cabeça?
E ele disse: Também eu bem o sei; calai-vos.
6.E
Elias disse: Fica-te aqui, porque o SENHOR me enviou ao Jordão. Mas ele disse:
Vive o SENHOR, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim ambos foram
juntos.
7.E
foram cinquenta homens dos filhos dos profetas e, de longe, pararam defronte; e
eles ambos pararam junto ao Jordão.
8.Então
Elias tomou a sua capa, e a dobrou, e feriu as águas, as quais se dividiram
para as duas bandas; e passaram ambos em seco.
9.Sucedeu,
pois, que, havendo eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que
te faça, antes que seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção
dobrada de teu espírito sobre mim.
10.E
disse: Coisa dura pediste; se me vires quando for tomado de ti, assim se te
fará; porém, se não, não se fará.
11.E
sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um carro de fogo, com cavalos
de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.
12.O
que vendo Eliseu, clamou: Meu pai, meu pai, carros de Israel e seus cavaleiros!
E nunca mais o viu; e, tomando das suas vestes, as rasgou em duas partes.
13.Também
levantou a capa de Elias, que lhe caíra; e voltou-se e parou à borda do Jordão.
14.E
tomou a capa de Elias, que lhe caíra, e feriu as águas, e disse: Onde está o
SENHOR, Deus de Elias? Então, feriu as águas, e se dividiram elas para uma e
outra banda; e Eliseu passou.
15.Vendo-o,
pois, os filhos dos profetas que estavam defronte em Jericó, disseram: O
espírito de Elias repousa sobre Eliseu. E vieram-lhe ao encontro e se
prostraram diante dele em terra.
I.
A DESPEDIDA DE ELIAS
No
Monte Horebe, Deus fez uma revelação surpreendente a Elias: ele seria sucedido
por outro profeta; ele teria que ungir outro profeta em seu lugar (1Rs.19:16).
Elias não questionou, simplesmente obedeceu. Este é um dos elementos do legado
de Elias: a obediência. Elias nos ensina a necessidade de obedecermos a vontade
e a direção de Deus. Sabemos que nesta vida tudo tem o seu tempo, por isso,
chegou o dia em que o ministério de Elias se encerrou. Como um líder fiel,
obediente e íntegro diante do Pai Celeste, teve o cuidado de seguir a
orientação divina na escolha do seu sucessor. O Senhor continua a falar em
nossos dias, o problema é que nem todos desejam lhe ouvir, pois a voz de Deus
pode frustrar alguns ideais pessoais.
1.
O ministério de Elias termina
Todo
líder, de qualquer seguimento, um dia terá que deixar o cargo. Isso é um
processo natural. Acontece que muitos pensam que são insubstituíveis, ou não
querem "largar" a liderança para não perder status, vantagens,
benefícios, privilégios.... É aí que surgem os problemas. Alguns líderes
evangélicos na atualidade tratam igrejas e convenções como propriedade
particular, empresa ou negócio de família. Esquecem que a Igreja tem um dono e
o seu nome é Jesus.
O
ministério de Elias foi admirável. Seu legado, magnificente. Aparentemente,
tinha muito para oferecer, mas Deus disse que o tempo de passar o bastão tinha
chegado. Elias saiu no tempo certo, não resistiu diante da vontade de Deus
(2Rs.2:11). Não tinha ao que se apegar (cargos, bens, dinheiro, status etc.).
Acredito que se atualmente um carro de fogo, com cavalos de fogo, fosse enviado
pelo Senhor para buscar alguns líderes, eles pediriam para não ir, ficariam
somente para continuar desfrutando das honras humanas, do luxo e dos
privilégios que conquistaram. Você tem dúvida disso?
Devemos
estar cônscios de que todos temos um tempo definido por Deus para trabalhar
para Ele. Quando formos desafiados por Deus a ser substituídos, não devemos
imaginar que estamos sendo descartados, ou que Deus não nos quer mais em seu
serviço. Além disso, as novas gerações precisam ter sua oportunidade de servir
com seus talentos ao Senhor. O próprio Jesus deixou claro que seus seguidores
fariam coisas maiores do que Ele mesmo fez, exceto a salvação, é claro (João
14:12). Se o Mestre deu o exemplo de humildade, por que não o podemos seguir?
2.
Um profeta com grandeza de alma
O
profeta Elias, embora considerado um dos mais poderosos do Antigo Testamento,
não há registro que ele tenha escrito algum livro, por isso é considerado um
dos profetas orais da Bíblia; também não proferiu profecia de longo prazo, seu
ministério foi praticamente pontual – direcionado ao reino de Acabe, e teve uma
curta atuação no reinado de Acazias, sucessor de Acabe, quando foi usado por
Deus para aplicar juízo condenatório a este rei (cf.2Rs.1:3-17). Após isso,
Elias não teve contato com mais nenhum rei.
Elias
é considerada o famoso e dramático dos profetas de Israel. Ele predisse o
início e o fim de uma seca de três anos e meio. Foi usado por Deus para
ressuscitar uma criança. Representou Deus em uma demonstração contra os
sacerdotes de Baal e Aserá. Ordenou que descesse fogo do Céu e consumisse 100
homens (2Rs.1:9-12). Apareceu com Moisés a Jesus no episódio da transfiguração
no Novo Testamento (Mt.17:3).
Não
obstante do seu extraordinário ministério e de seus grandes feitos, Elias deve
ser notado pela integridade e grandeza de sua alma. É interessante pensar nos
incríveis milagres que Deus realizou através de Elias, mas faríamos bem em
enfocar a comunhão que eles compartilhavam. Embora possamos desejar milagres
incríveis para o Senhor, devemos em vez disso enfocar o desenvolvimento de
nossa comunhão com Ele. O verdadeiro milagre da vida de Elias foi a sua amizade
extremamente pessoal com Deus; e este milagre também está disponível a nós.
Elias
aparece nas páginas das Escrituras em 1Reis 17:1, e de forma repentina, sem
qualquer explicação; nem mesmo a sua genealogia é mostrada, como é costumeiro
fazer-se quando se trata, pelo menos, de personagens da história de Israel. É
apresentado apenas como “Elias, o tisbita, dos moradores de Gileade”. Seu nome,
que em hebraico é “Eliáhu” (“Elias” é a forma grega do nome), significa “Javé é
Deus” e sintetiza, de forma sublime, todo o seu ministério profético:
demonstrar ao povo do reino de Israel que o seu Deus é Javé, o mesmo “EU SOU O
QUE SOU” que havia se revelado a Moisés.
O
final do ministério de Elias foi diferente de todos os outros profetas
anteriores e posteriores a ele. Ele foi levado ao Céu, num redemoinho, sem ver
a morte (2Rs.2:11). Ele é a segunda pessoa mencionada nas Escrituras Sagradas a
passar por tal experiência. Enoque foi o primeiro (Gn.5:21-24). Teve uma
comitiva magnífica para conduzi-lo em triunfo ao Céu. A trasladação de Enoque e
Elias assemelha-se ao arrebatamento futuro do povo fiel de Deus, à segunda
vinda de Cristo (1Ts.4:16,17).
O
traslado milagroso de Elias ao Céu foi o selo divino da aprovação com destaque,
da obra, do caráter e ministério desse profeta. Elias permanecera em tudo fiel
à palavra de Deus no decurso de todo o seu ministério. Até ao último momento,
viveu em prol da honra de Deus, tomou posição firme contra o pecado e a
idolatria de um povo apóstata e despertou o remanescente fiel de Israel.
3.
Gilgal, um lugar de boas recordações
Gilgal
é conhecido por ter sido o primeiro acampamento do povo de Israel após cruzar o
Jordão, e o principal centro estratégico de operações militares utilizado por
Josué durante as campanhas de conquista em Canaã (Js.4:19; 9:6; 10:6,43; 14:6).
Por intermédio de Josué, o nome Gilgal foi utilizado por Deus como uma espécie
de lembrete a Israel acerca do livramento da escravidão no Egito. Isso fica
claro quando Deus disse a Josué que “hoje retirei sobre vós o opróbrio do
Egito” (Js.5:9). O versículo continua dizendo: “por isso o nome daquele
lugar se chamou Gilgal até ao dia de hoje “.
Gilgal
aparece como cenário em diversas passagens importantes do Antigo Testamento
como estes a seguir:
· Gilgal
foi a principal base de operações de Israel na conquista da Terra Prometida,
sendo estabelecidas ali doze pedras comemorativas. Foi dali também que Josué
liderou a campanha contra Jericó e na região sul (Js.4:19,20; 6:11,14;
10:1-43).
· Foi
em Gilgal que a geração que cresceu no deserto foi circuncidada (Js.5:1-8).
· Foi
em Gilgal que foi celebrada a primeira Páscoa em Canaã (Js.5:10).
· Foi
em Gilgal que o maná cessou (Js.5:9,10).
· Foi
de Gilgal que Josué começou a distribuir os territórios conquistados entre as
tribos de Israel (Js.14:6)
· Foi
em Gilgal que o reinado de Saul foi confirmado com sacrifícios de regozijo
(1Sm.11:14,15), porém foi ali que Saul também ofereceu sacrifício precipitado
(1Sm.13:8-14).
· Foi
em Gilgal que Saul e Samuel se separaram definitivamente, depois da
desobediência de Saul em relação à guerra contra os amalequitas (1Sm.15:12-35).
· Foi
em Gilgal que Eliseu misturou um pouco de farinha na panela onde havia um caldo
feito com frutos de uma trepadeira venenosa, e o veneno cessou (2Rs.4:38). Vale
lembrar que alguns comentaristas consideram essa Gilgal diferente da citada no
livro de Josué.
· Depois
da revolta de Absalão, os judeus receberam Davi de volta a Gilgal
(2Sm.19:15,40).
· Elias
e Eliseu passaram por Gilgal, antes de Elias ser
arrebatado ao céu (2Rs.2:1). Tanto em Gilgal como em Betel havia centros de
treinamento dos jovens profetas, e uma importante estrada ligava as duas
cidades.
· O
Profeta Miqueias, usado por Deus, relembrou o povo sobre a viagem que Israel
fez desde Sitim até Gilgal, ou seja, a travessia do rio Jordão para entrarem na
Terra Prometida, enfatizando a evidência da justiça de Deus e de Seu poder
salvador a favor deles (Mq.6:5).
· Foi
em Gilgal que o Espírito de Deus revelou a Elias, a Eliseu e aos jovens
profetas que estava próxima a hora em que Elias partiria da terra (2Rs.2:1,3,5)
– “Sabes que o Senhor, hoje, tomará o teu senhor de cima da tua cabeça?”
(2Rs.2:3).
II.
O PEDIDO OUSADO DE ELISEU
1.
A fidelidade de Eliseu
Antes
de Deus levar Elias “num redemoinho ao céu” (2Rs.2:1b), ele mandou o profeta
fazer uma viagem da cidade de Gilgal à Betel. Então, “Elias disse a Eliseu:
Fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Betel. Porém Eliseu disse: Vive o
Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim foram a Betel” (2Reis
2:2).
Outra
vez o Senhor ordenou Elias ir a Jericó. Então, “Elias lhe disse: Eliseu,
fica-te aqui, porque o Senhor me enviou a Jericó. Porém ele disse: Vive o
Senhor, e vive a tua alma, que te não deixarei. E assim vieram a Jericó” (2Reis
2:4).
Outra
vez o Senhor ordenou Elias ir ao Jordão. Então, “Elias disse: Fica-te aqui,
porque o Senhor me enviou ao Jordão. Mas ele disse: Vive o Senhor, e vive a tua
alma, que te não deixarei. E assim ambos foram juntos” (2Reis 2:6).
Eliseu
demonstrou perseverança e fidelidade ao se recusar largar Elias. Ele fez
questão de permanecer junto do profeta durante todo o tempo. Diferentemente dos
“filhos dos profetas”, ele acompanhou seu mestre até o seu traslado.
O
cristão, igualmente, que se diferencia neste mundo, segue a Jesus de perto. Em
Lucas 22:54, que trata da prisão de Jesus, lemos: “e Pedro seguia-o de longe”.
Em seguida, o evangelista nos afirma das três negativas de Pedro para com
Jesus. Hoje, muitos há que seguem Jesus de longe e o resultado disso é
escândalo para o Evangelho. Se Eliseu tivesse seguido Elias de longe não teria
sido o homem de Deus que foi. Somente os perseverantes conseguem chegar até o
fim!
2.
A porção dobrada
Antes
de ser levado ao Céu pelo Senhor, Elias perguntou a Eliseu sobre o que ele
gostaria de receber de sua parte. E Eliseu mais que depressa pediu porção
dobrada do espírito de Elias sobre ele (2Rs.2:9) – “Sucedeu, pois, que, havendo
eles passado, Elias disse a Eliseu: Pede-me o que queres que te faça, antes que
seja tomado de ti. E disse Eliseu: Peço-te que haja porção dobrada de teu
espírito sobre mim”.
“Porção dobrada”. Esta
frase tem sido muitas vezes mal interpretada como um pedido para receber o
dobro do Espírito que estava na vida de Elias, e os maiores milagres que ele
realizou foram considerados como indicação desta assertiva. No entanto, esse
pedido estava baseado em Deuteronômio 21:15-17, onde a mesma expressão “porção
dobrada” é aplicada àquilo que o primogênito recebia da herança de seu pai, ou
seja, o filho primogênito recebia o dobro da herança que os demais (Dt.21:17).
Eliseu estava pedindo que seu pai espiritual (Elias) fizesse dele o seu
principal herdeiro do seu espírito profético, para, deste modo, ele executar a
missão de Elias. A resposta de Elias era que não podia conceder esse pedido;
somente Deus tinha o poder para tanto. Porém, se o Senhor permitisse a Eliseu
presenciar a sua subida ao céu, então ele receberia a “porção dobrada”
(2Rs.2:10).
Deus
atendeu ao pedido de Eliseu, sabendo que o jovem profeta estava disposto a
permanecer fiel a Ele, apesar de toda a apostasia espiritual e moral nos dois
reinos - de Israel e de Judá. Seu principal objetivo não era ser melhor ou mais
poderoso que Elias, mas realizar mais para o Senhor. Se nossos motivos forem
honestos, não precisamos ter medo de pedir grandes coisas a Deus. Quando
pedimos ao Senhor grande poder ou capacidade é necessário que examinemos nossos
desejos e livremo-nos de qualquer egoísmo que encontramos. Se desejarmos obter
a ajuda do Espírito Sano, devemos estar prontos para pedir isso.
Na
verdade, Eliseu realizou o dobro de milagres de Elias - este, sete; aquele,
quatorze, exatamente o dobro. Os 14 milagres de Eliseu registrados são: (a)
dividiu as águas do Jordão (2Rs.2:14); (b) saneou uma fonte (2Rs.2:21); (c)
amaldiçoou zombadores (2Rs.2:24); (d) encheu os poços com água (2Rs.3:15,26);
(e) multiplicou o azeite de uma viúva (2Rs.4:1-7); (f) predisse uma gestação
(2Rs.4:17); (g) fez voltar à vida um jovem morto (2Rs 4:32-37); (h) neutralizou
veneno (2Rs.4:38-41); (i) multiplicou pães (2Rs 4:42-44); (j) curou a lepra de
Naamã (2Rs.5:1-19); (k) amaldiçoou Geazi com lepra (2Rs.5: 20-27); (l) preparou
armadilha para a força militar Síria (2Rs.6:8-25); (m) revelou um exército de
anjos (2Rs.6:15-16); e (n) predisse o alívio para a sitiada Samaria
(2Rs.6:24-7:20).
3.
Elias, a inspiração de Eliseu
O
pedido de Eliseu foi bastante ousado, e a resposta de Elias foi que ele não
podia conceder esse pedido; somente Deus tinha o poder para tanto. Porém, se o
Senhor permitisse a Eliseu presenciar a sua subida ao Céu, então ele receberia
a “porção dobrada”. A condição para receber o que pediu era não retirar os
olhos em Elias (2Rs.2:10) – “se me vires quando for tomado de ti, assim se te
fará; porém, se não, não se fará”. Isso era fácil, haja vista que Elias era sua
inspiração. Eliseu, portanto, obedeceu ao que Elias lhe propôs, então a
promessa foi cumprida. Eliseu provou ser um homem vigilante quando “viu” Elias
sendo levado ao Céu num redemoinho (2Rs.2:12).
Elias
deixou um rico legado espiritual que deve ser imitado por todos aqueles que
cristãos dizem ser. Mas, o seu legado não foi somente espiritual, foi também
moral. Ele era portador de singulares predicados morais. Um padrão moral
moldado pela Bíblia é a maior necessidade de um cristão, principalmente
daqueles que lideram na Casa do Senhor.
As
pessoas podem até achar que você não tem grandes habilidades administrativas,
técnicas, didáticas ou pedagógicas, mas elas precisam ver que você é um homem
ou uma mulher temente a Deus. Quando uma pessoa é salva existem evidências da
sua salvação. Se alguém diz “eu sou salvo”, mas continua a mentir, roubar e
viver imoralmente, é muito claro que não está salvo. Se você é salvo, sua
conduta muda como evidência de que alguma coisa mudou no seu interior – no
coração. Em 2Corintios 5:17 está escrito: “Se alguém está em Cristo, nova
criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo”. Se não há
uma mudança de conduta, então o coração não mudou. A maior mensagem pregada é
pelo exemplo. Bem diz o pr. Claiton Ivan Pommerening: “as melhores oportunidades
para aprender e crescer ministerialmente acontecem quando podemos nos espelhar
em alguém que realmente serve a Deus com amor e fidelidade”.
III.
ELISEU TOMA A CAPA DE ELIAS
1. A comunhão de Elias e Eliseu
Em
certo momento, quando Elias e Eliseu caminhavam juntos, o primeiro foi levado
ao Céu (2Rs.2:11) - “E sucedeu que, indo eles andando e falando, eis que um
carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao
céu num redemoinho”. Esse fenômeno de fogo que apareceu com cavalos e
carruagens, era uma característica das revelações especiais de Deus (cf.
Ex.19:16-25; Sl.18:7-15). Foi um espetáculo jamais visto. Eliseu recebeu a
permissão de testemunhar essa translação e, clamando disse: “Meu pai, meu pai”
(2Rs.2:12). Esta atitude demonstra o reconhecimento por parte de Eliseu de que
Elias era o seu líder espiritual e o seu reverenciado predecessor; na verdade
existia uma intimidade e comunhão inabalável entre os dois. Concordo com pr. Claiton
Ivan Pommerening quando diz que “a amizade sincera e a comunhão na igreja,
entre irmãos que se amam e se respeitam, sempre resulta em bênçãos
extraordinárias para a obra de Deus”.
2.
A Capa de Elias
A
Capa de Elias caiu onde Eliseu podia apanhar (2Rs.2:13). A disponibilidade da
Capa autenticava que Eliseu havia recebido a “porção dobrada”. Na verdade, ela
representava o endosso de Deus como sucessor de Elias e o símbolo de que o
poder do Senhor permaneceria em Eliseu, da mesma forma como havia se
estabelecido em Elias. A prova inicial deste fato foi a divisão das águas do
rio Jordão; ao tocar a Capa nas águas do rio e dizer: “Onde está o Senhor, Deus
de Elias?”, “as águas se dividiram em duas partes; e Eliseu passou” (2Reis
2:14). Esse episódio foi visto pelos filhos dos profetas de Jericó, que
imediatamente reconheceram que a unção de Elias estava sobre Eliseu (cf.
2Rs.2:15). Quando somos escolhidos por Deus para realizar uma grande obra, Ele
nos legitima diante de todos.
Deus
atendeu ao pedido de Eliseu porque os seus motivos eram puros. Seu principal
objetivo não era ser melhor ou mais poderoso que Elias, mas realizar mais para
o Senhor. Se nossos motivos forem honestos, não precisamos ter medo de pedir
grandes coisas a Deus. Quando pedimos ao Senhor grande poder ou capacidade, é
necessário que examinemos nossos desejos e livremo-nos de qualquer egoísmo que
encontrarmos. Pense nisso!
CONCLUSÃO
“O
que identifica um profeta de Deus atualmente não é o uso de uma capa, mas o
modo de viver, suas virtudes e comportamento. A exemplo de Eliseu, devemos nos
espelhar em homens e mulheres de Deus que sejam genuínos imitadores de Cristo.
E não apenas isso: precisamos também ser exemplo para os outros, refletindo a
imagem do Senhor, não somente nas palavras, mas, principalmente, nas ações”
(pr. Claiton Ivan Pommerening – LBM).
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