TEXTO
ÁUREO
"Tu
és tão puro de olhos, que não podes ver o mal e a vexação não podes contemplar;
por que, pois, olhas para os que procedem aleivosamente e te calas quando o
ímpio devora aquele que é mais justo do que ele?" (Hc 1.13).
VERDADE
PRÁTICA
A
fim de cumprir os seus planos DEUS age soberanamente na vida de todas as nações
da terra
LEITURAS
BIBLICAS
2
Rs 17.23 - DEUS usou a
Assíria contra Israel
Sf
2.13 - O castigo contra a
Assíria
Jr
25.9 - DEUS usou a
Babilônia contra Judá
Jr
25.12 - O castigo contra a
Babilônia
Jr
27.5-7 - As nações sob a
autoridade divina
Hc
2.20 - Perante o Senhor a
Terra se cala
Habacuque
1.1-6
1
O peso que viu o profeta Habacuque. 2 Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não
me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás? 3 Por que razão me fazes ver
a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de
mim; há também quem suscite a contenda e o litígio. 4 Por esta causa, a lei se
afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo
pervertido. 5 Vede entre as nações, e olhai, e maravilhai-vos, e admirai-vos;
porque realizo, em vossos dias, uma obra, que vós não crereis, quando vos for
contada. 6 Porque eis que suscito os caldeus, nação amarga e apressada, que
marcha sobre a largura da terra, para possuir moradas não suas.
Habacuque
2.1-4
1 Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei, e vigiarei, para ver o que fala comigo e o que eu responderei, quando eu for arguido. 2 Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa. 3 Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até o fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará. 4 Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá.
Habacuque
e sua importante teologia da fé
Habacuque 2:4
Eis que a sua alma está orgulhosa, não é reta nele; mas o justo pela
sua fé viverá.
Habacuque 3:17-19 - Em forma de poesia ou salmo
Porque
ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione
o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as
ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu
me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação. O SENHOR Deus é a
minha força, e fará os meus pés como os das cervas, e me fará andar sobre as
minhas alturas.
Paulo
e sua importante teologia da salvação pela graça, mediante a fé, baseada em
Habacuque.
Romanos
5:1-5 :Tendo sido, pois,
justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso Senhor Jesus Cristo; Pelo
qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes, e nos
gloriamos na esperança da glória de Deus. E não somente isto, mas também nos
gloriamos nas tribulações; sabendo que a tribulação produz a paciência, E a
paciência a experiência, e a experiência a esperança. E a esperança não traz
confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nossos corações pelo
Espírito Santo que nos foi dada.
Romanos
8:35-39 - Em forma de poesia ou salmo !!
Quem
nos separará do amor de Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a perseguição,
ou a fome, ou a nudez, ou o perigo, ou a espada? Como está escrito: Por amor de
te somos entregues à morte todo o dia; somos reputados como ovelhas para o
matadouro. Mas em todas estas coisas somos mais do que vencedores, por aquele
que nos amou. Porque estou certo de que, nem a morte, nem a vida, nem os anjos,
nem os principados, nem as potestades, nem o presente, nem o porvir, Nem a
altura, nem a profundidade, nem alguma outra criatura nos poderá separar do
amor de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.
REFLEÇÃO
BIBLICA
Os
judeus deveriam compreender rápida e claramente a mensagem do profeta de DEUS,
Habacuque:
DEUS
havia julgado e condenado Judá a uma correção imediata por seus delitos e
pecados, Idolatria, Juízo pervertido, Escravidão de seus irmãos mais pobres,
Contenda e litígio, adultérios nos casamentos, Corrupção ativa e passiva de
seus líderes e juízes, bem como de seus sacerdotes, destruição e violência
generalizada, abandono da Palavra de DEUS.
O
juízo seria aplicado através do império babilônico liderado por Nabucodonosor.
Aquele que se submetesse a essa correção pacificamente seria levado cativo ou
feito escravo de Nabucodonosor, aqueles, porém, que se rebelassem contra a
correção de DEUS e enfrentassem o exército babilônico seriam mortos.
Assim
os justos se livrariam da morte porque aceitariam a correção de DEUS pela sua
fé NELE, sendo levados cativos por um período determinado por DEUS.
Os
ímpios, porém, não se sujeitariam à correção de DEUS e morreriam por sua falta
de fé em DEUS.
DEUS
explica que depois irá julgar a nação ímpia que estava utilizando para
corrigi-los. Eles deveriam aceitar pela fé a correção de DEUS, com promessas de
libertação e paz no futuro.
Jeremias 27.1-8
No
princípio do reinado de Jeoaquim, filho de Josias, rei de Judá, veio esta
palavra a Jeremias da parte do SENHOR, dizendo: Assim me disse o SENHOR: Faze
uns grilhões e jugos, e põe-nos ao teu pescoço. E envia-os ao rei de Edom, e ao
rei de Moabe, e ao rei dos filhos de Amom, e ao rei de Tiro, e ao rei de Sidom,
pela mão dos mensageiros que vêm a Jerusalém a ter com Zedequias, rei de Judá.
E lhes ordenarás, que digam aos seus senhores: Assim diz o SENHOR dos
Exércitos, o Deus de Israel: Assim direis a vossos senhores: Eu fiz a terra, o
homem, e os animais que estão sobre a face da terra, com o meu grande poder, e
com o meu braço estendido, e a dou a quem é reto aos meus olhos. E agora eu
entreguei todas estas terras na mão de Nabucodonosor, rei de babilônia, meu
servo; e ainda até os animais do campo lhe dei, para que o sirvam. E todas as
nações servirão a ele, e a seu filho, e ao filho de seu filho, até que também
venha o tempo da sua própria terra, quando muitas nações e grandes reis se
servirão dele. E acontecerá que, se alguma nação e reino não servirem o mesmo
Nabucodonosor, rei de babilônia, e não puserem o seu pescoço debaixo do jugo do
rei de babilônia, a essa nação castigarei com espada, e com fome, e com peste,
diz o SENHOR, até que a consuma pela sua mão;
Daí
se conclui que aqueles que tivessem fé em DEUS e em sua Palavra, pela sua fé
livrariam suas vidas da morte. Aqueles que não obedecessem a ordem de DEUS é
porque não tinha fé em DEUS e seriam, portanto, mortos.
CONCLUSÃO
- O JUSTO, PELA SUA FÉ VIVERÁ.
I. As
Perguntas de Habacuque (1.2—2.20)
A. Primeira Pergunta: Como DEUS Pode Permitir Que a Ímpia Judá Fique sem
Castigo? (1.2-4)
B. Resposta: DEUS Usará a Babilônia para Castigar Judá (1.5-11)
C. Segunda Pergunta: Como DEUS Pode Usar uma Nação Mais Ímpia Que Judá Como
Instrumento de Juízo? (1.12—2.1)
D. Resposta: DEUS Também Julgará Babilônia (2.2-20)
1. Introdução à Resposta (2.2,3)
2. Pecados de Babilônia (2.4,5)
3. Série de Cinco “Ais” contra Babilônia (2.6-19)
4. O Senhor de Toda a Terra (2.20)
II. O Cântico de Habacuque (3.1-19)
A. A Oração de Habacuque, Pedindo Misericórdia (3.1,2)
B. O Poder do Senhor (3.3-7)
C. Os Atos
Salvíficos do Senhor (3.8-15)
D. A Fé Inabalável de Habacuque (3.16-19)
Autor: Habacuque
Tema: Viver pela Fé
Data: Cerca de 606 a.C.
Considerações Preliminares
O autor deste livro identifica-se como “o profeta Habacuque” (1.1; 3.1).
Além disso, não oferece nenhum outro dado acerca de sua pessoa nem de sua
família. Seu nome, que significa “abraço”, não aparece em nenhum outro lugar
das Escrituras. A referência de Habacuque ao “cantor-mor sobre os meus
instrumentos de música” (3.19), sugere que ele pode ter sido um músico levita a
serviço do santo templo em Jerusalém.
Ao contrário de outros profetas, Habacuque não data a sua profecia mediante
referências aos reis que foram seus contemporâneos. Mas o fato de ficar
perplexo com o uso que DEUS faz dos babilônios (os “caldeus” de 1.6) como
instrumento de seu juízo contra Judá, sugere um período em que Babilônia já era
uma potência mundial. Portanto, a invasão de Judá era iminente (c. 608—598
a.C.). Nabucodonosor já havia derrotado os egípcios na batalha de Carquemis
(605 a.C.). O Egito, aliás, foi a última potência a se opor à expansão dos
babilônios. Se a descrição do exército babilônico em 1.6-11 refere-se à marcha
babilônica em direção à Carquemis, conforme interpreta-se, a data da profecia
de Habacuque seria entre 606e605 a.C., durante os primeiros anos do rei Joaquim
de Judá.
As consequências da ascensão de Babilônia como potência mundial foram
devastadoras à apóstata Judá (ver 2 Rs 24,25). Retornando do Egito,
Nabucodonosor invadiu Judá, e levou a Babilônia um número considerável de
cativos, entre os quais Daniel e seus três amigos (605 a.C.). Em 597 a.C., as
forças babilônicas tornaram a invadir Jerusalém, saqueando lhe o templo, e
levando outros 10.000 cativos para Babilônia, entre os quais o profeta
Ezequiel. Quando o rei Zedequias intentou livrar Judá do controle babilônico,
onze anos mais tarde (586 a.C.), Nabucodonosor, enfurecido, sitiou Jerusalém,
incendiou o templo, destruiu totalmente a cidade, e deportou para Babilônia a
maioria dos judeus sobreviventes. É provável que Habacuque haja vivido na maior
parte deste período, onde o juízo divino revelou-se contra Judá.
Propósito
Diferentemente da maioria dos outros profetas, Habacuque não profetiza à
desviada Judá. Escreveu para ajudar o remanescente piedoso a compreender os
caminhos de DEUS no tocante à sua nação pecaminosa, e ao seu castigo iminente.
Habacuque, após haver considerado o intrigante problema de os caldeus, uma
nação deploravelmente ímpia, serem usados por DEUS para tragar o seu povo em
juízo (1.6-13), garante aos fiéis que DEUS lidará com toda a iniquidade no
tempo determinado. Entrementes, “o justo, pela sua fé, viverá” (2.4), e não
pelo seu entendimento. Em seguida, o profeta afiança: “exultarei no DEUS da
minha salvação” (3.18).
Visão Panorâmica
Os capítulos 1 e 2 registram as perguntas que Habacuque faz, em sua
perplexidade, acerca dos caminhos de DEUS, bem como as respostas que o Senhor
lhe deu. Após ter visto tanta iniquidade e idolatria em Judá, a primeira
pergunta do profeta é: Como DEUS poderia deixar seu povo rebelde escapar sem o
devido castigo? DEUS responde, mostrando-lhe que, dentro em breve, estaria
usando os babilônios para castigar Judá. A segunda pergunta de Habacuque
segue-se imediatamente: Como DEUS poderia permitir que uma nação ainda mais
ímpia e cruel que Judá castigasse a esta? A isto DEUS responde, garantindo ao
profeta que o dia de prestação de contas também chegaria para os babilônios. No
decurso de todo o livro, Habacuque expressa a sua fé na soberania de DEUS e na
certeza de que Ele é justo em todos os seus caminhos. A revelação do amor
divino aos justos, e de seu propósito em destruir a ímpia Babilônia, evoca um
hino profético de louvor a DEUS, e reafirma as promessas a respeito da salvação
em Sião (cap. 3).
Características Especiais
Cinco aspectos
básicos caracterizam a profecia de Habacuque. (1) Ao invés de profetizar a
respeito da apóstata Judá, registra, em seu “diário” pessoal, suas conversações
particulares com DEUS, e a subsequente revelação profética. (2) Contém pelo
menos três formas literárias distintas entre si: “diálogo” entre o profeta e
DEUS (1.2—2.5); “ais proféticos” clássicos (2.6-20); e um cântico profético
(cap. 3) — todas com dicção vigorosa e com metáforas pitorescas. (3) O profeta
manifesta três características em meio aos tempos adversos: faz perguntas
honestas ao Senhor (cap. 1); revela fé inabalável na soberania divina (2.4;
3.18,19); e manifesta zelo pelo avivamento (3.2). (4) A visão que o profeta tem
de DEUS no capítulo três é uma das mais sublimes da Bíblia, e relembra a
teofania no monte Sinai. Outros trechos inesquecíveis em Habacuque são: 1.5;
2.3,4,20; 3.2,17-19. (5) Nenhum profeta do AT fala com mais eloquência a
respeito da questão da fé que Habacuque — não somente na sua declaração, “o
justo, pela sua fé, viverá” (2.4), como também em seu testemunho pessoal
(3.17-19).
O Livro de Habacuque ante o NT
A declaração de Habacuque de que o justo viverá por sua fé (2.4) é o
texto-chave do AT usado por Paulo em sua teologia da justificação. O apóstolo
cita o versículo em Rm 1.17 bem como em Gl 3.11 (cf. também Hb 10.37,38).
1.1 HABACUQUE. Habacuque profetizou a Judá entre a derrota dos assírios, em Nínive, e a invasão de Jerusalém pelos babilônios (605-597 a.C.).
(1) O livro é
único no seu gênero por não ser uma profecia dirigida diretamente a Israel, mas
sim um diálogo entre o profeta e DEUS. Habacuque
queria saber por que DEUS não fazia algo a respeito da iniquidade que
predominava em Judá. DEUS lhe responde, então, que enviaria os babilônios para
castigar a Judá.
(2) Esta
resposta deixou o profeta ainda mais confuso: "Por que DEUS castigaria seu povo
através de uma nação mais ímpia do que ele"? No fim, Habacuque aprende a
confiar em DEUS, e a viver pela fé da maneira como DEUS o requer:
independentemente das circunstâncias.
1.2-4 ATÉ QUANDO... CLAMAREI EU? Habacuque ora a DEUS, pedindo-lhe que
pusesse fim à iniquidade que reinava entre o povo do concerto. DEUS, no
entanto, parecia nada fazer a respeito, a não ser tolerar a violência, a
injustiça e a destruição dos justos. As perguntas do profeta têm a ver com um
antiquíssimo tema: "Por que DEUS demora tanto em castigar a
iniquidade?" e "Por que nossas orações geralmente não são prontamente
atendidas?". Note, todavia, que tais queixas vinham de um coração cheio de
fé num DEUS justo.
1.5-11 REALIZO... UMA OBRA. DEUS responde a Habacuque, e diz-lhe já
ter planos para castigar Judá pelos seus pecados. DEUS lançaria mão dos
implacáveis babilônios a fim de corrigir a Judá. O fato de DEUS usar um povo
tão ímpio e pagão para castigar o seu povo deixara o profeta atônito. Era algo
que parecia incrível ao povo de DEUS.
1.12 NÃO ÉS TU DESDE SEMPRE? Habacuque fica horrorizado pelo fato de
DEUS usar uma nação tão iníqua para atacar a Judá. Mas ele sabe que DEUS não
permitiria que os babilônios aniquilassem a nação judaica, pois, mediante tal
destruição, estaria cancelando seu propósito redentor à raça humana.
1.13 NÃO PODES VER O MAL. Esta expressão não significa que DEUS seja
incapaz de perceber o mal, pois Ele a tudo observa. Ele é onisciente. Pelo
contrário: significa que DEUS jamais contempla o mal para tolerá-lo ou
apoiá-lo. O que deixou Habacuque perplexo foi o uso que DEUS fez dos ímpios
babilônios. Tem-se a impressão de que Ele tolerava os pecados destes enquanto
castigava Judá que, a despeito de todos os seus pecados, não deixava de ser uma
nação mais justa que os filhos de Babilônia.
2.2-20 ESCREVE A VISÃO. No capítulo 2, DEUS responde a Habacuque
acerca da predominância do mal no mundo, e do possível aniquilamento dos
justos. O Senhor declara que viria um tempo em que todos os ímpios haveriam de
ser destruídos, e que os únicos a ficarem firmes seriam os justos - os que se
relacionam com DEUS através da fé (ver v. 4).
2.3 A VISÃO... PARA O TEMPO DETERMINADO. A solução do problema de
Habacuque viria somente no "tempo determinado" por DEUS. (1) Então,
seria colocado um ponto final à iniquidade do mundo. Os fiéis de DEUS teriam de
"esperá-lo", ainda que parecesse levar tanto tempo. (2) A semelhança
de Habacuque, devemos esperar a justa intervenção de DEUS no fim desta era.
Quando CRISTO levar os justos deste mundo, toda a iniquidade será aniquilada
(ver 1 Ts 4.16-17)
2.4 O JUSTO, PELA SUA FÉ, VIVERÁ. É o "justo" que, no fim,
emergirá vitorioso.
(1) Os retos
são contrastados com os orgulhosos e ímpios. Os corações dos justos voltam-se a DEUS, pois o têm como
Pai. Possuem estreita comunhão com Ele, e lhe obedecem a vontade.
(2) Os justos
devem viver neste mundo mediante a sua fé em DEUS. "Fé", aqui, significa firme
confiança em DEUS e na retidão dos seus caminhos. É uma lealdade pessoal a Ele
como Salvador e Senhor. É também a perseverança moral para seguir os seus
caminhos. Paulo desenvolve este tema em Rm 1.17 e Gl 3.11 (cf. Hb 10.38.
2.6-20 AI DAQUELE. Estes versículos pronunciam os ais do juízo contra
todo aquele cuja "alma... não é reta nele" (v. 4). Tais pessoas serão
condenadas por causa de sua agressão (vv. 6-8), injustiça (vv. 9-11), violência
e crime (vv. 12-14), imoralidade (vv. 15-17) e idolatria (vv. 18-20).
3.1-19 ORAÇÃO. Este capítulo retrata o modo pelo qual Habacuque reage
à resposta que DEUS lhe dera no capítulo dois. Entre o pecado do mundo e o
juízo divino, o profeta aprendera a viver pela fé em DEUS, e a confiar na
sabedoria dos seus caminhos.
3.2 AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA NO MEIO DOS ANOS. Habacuque sabia que
o povo de DEUS havia pecado, e, consequentemente, seria submetido ao juízo
divino. Nestas circunstâncias, faz duas petições:
(1) Pede a DEUS
que apareça entre o seu povo com nova manifestação de poder. Habacuque está ciente de que o povo
não sobreviveria se o Senhor não interviesse com um derramamento de sua graça e
de seu ESPÍRITO. Somente assim haveria verdadeira vida espiritual entre os
fiéis.
(2) Habacuque
ora para que DEUS se lembre da misericórdia em tempos de aflição e angústia. Sem a sua misericórdia, o povo
haveria de perecer. Hoje, com os alicerces da igreja sendo abalados, quando há
aflição por todos os lados, imploremos ao Senhor que torne a manifestar sua
misericórdia e poder para que haja vida e renovação entre o seu povo.
3.3-16 DEUS VEIO. Nestes versículos, Habacuque refere-se à ocasião em
que DEUS livrou o seu povo do Egito (ver Êx 14). O mesmo DEUS que viera com
salvação no passado, voltaria em toda a sua glória. Todos quantos esperavam sua
vinda, viveriam e veriam seu triunfo sobre impérios e nações.
3.18-19 EU ME ALEGRAREI NO SENHOR. Habacuque testifica que servia a
DEUS não por causa das suas dádivas, mas porque o Senhor é DEUS. Mesmo em meio
ao castigo divino derramado sobre Judá (v. 16), o profeta opta por regozijar-se
no Senhor. DEUS seria a sua salvação e o manancial inesgotável de suas forças.
Ele sabia que um remanescente fiel haveria de sobreviver à invasão babilônica,
por isso proclama com confiança a derradeira vitória dos que vivem pela fé em
DEUS (cf. 2.4).
-
Profetas Menores
1-
Habacuque - seu contexto e personalidade
São
poucas, porém preciosas, as informações históricas fornecidas neste tópico.
Algumas foram extraídas de fontes comuns a qualquer estudante; outras dos
livros dos Reis e das Crônicas; o profeta Jeremias também contribuiu, e é
claro, o próprio livro de Habacuque. Leia-as atentamente. Elas oferecem
subsídios para o estudo da lição.
a)
Em 722 a.C, o território de Israel foi tomado e sua população levada em
cativeiro para a Assíria.
-
Cerca de cem anos após, Jeremias chamou aquele evento de "libelo de
divórcio", dado por Deus aos israelitas por causa de sua idolatria (Jr
3.8). Judá não tomou isto como aviso, antes, tornou-se pior que sua irmã do
norte. Por causa da grandeza das suas prostituições, sua fama correu entre as
nações (Jr 3.9).
b) Habacuque (621-609), foi contemporâneo de Jeremias, e seu ministério ocorreu durante a reforma religiosa de Josias
- Percebeu, contudo, que a conversão do povo
era falsa (Jr 3.11), e as palavras da profetiza Hulda ao rei: "... eis que
trarei mal sobre este lugar..."(2Rs 22.16), faziam-no temer pelo destino
do seu povo: pois se a crescente onda de corrupção não fosse imediatamente
freada, seria o fim. E, onde está Deus, que não vê? Que não ouve? Será que Ele
desistiu de Judá (1.2)?
C) Pelo seu próprio livro, ficamos sabendo que Habacuque pertencia a uma escola de profetas {Hc 1.1)
- Lemos também, que ele era compositor
e músico profissional (Hc 3.19), a esta informação pode-se acrescentar sua
origem levítica, pertencendo a uma das famílias designadas para o ministério de
louvor (2Cr 20.19). Estamos, portanto diante de uma pessoa susceptível a
conflitos íntimos pela sua notável sensibilidade e grande capacidade de
apreensão das coisas da alma e do espírito.
2-
Habacuque viveu em meio à crise moral do seu país
"Até
quando, Senhor, clamarei eu, e Tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não
salvarás?". Estas são expressões de desespero e de angústia, de um cidadão
que assiste, impotente, seu povo caindo no abismo profundo da impiedade. Seu
único refúgio é o Senhor, o Justo e Santo Juiz. Mas, onde está Ele? Onde estás
meu Santo (Hc 1.12)? São palavras proferidas em meio à agonia de um crente
inconformado, íntegro, e intercessor, ansioso pela resposta de Deus.
a)
Inconformado
- Em Judá, o afastamento nacional de
Deus dera origem à violência física e de direitos (Hc 1.2), a provocação de
demandas judiciais com o fim levar vantagem (Hc 1.3c), e a juízes que adiavam
as sentenças para fazer perecer o direito do litigante mais fraco (Hc 1.4). O
profeta não se conformava àquela situação, antes, de contínuo orava a Deus para
que Ele subjugasse a impiedade do seu povo.
b)
íntegro
- A maioria das pessoas sentem-se incomodadas
com situações de violência e injustiça, mas se são expostas a elas durante
algum tempo, logo se acostumam, e algumas até passam a praticar aquilo que
antes lhes causavam repulsa. E a política que todo mundo faz, por que não eu?
Habacuque, ao contrário, mantinha a sua integridade em tempo de crise. Não
usava a corrupção generalizada como desculpa para também transgredir.
c)
Intercessor
- Habacuque intercedeu pela cura de
Judá para evitar que ela tivesse o mesmo fim de Israel, o cativeiro. Diante da
resposta de Deus, que usaria no Reino do Sul, os mesmos métodos curativos que
usara no Reino do Norte, variando apenas no instrumento, a Babilônia, ele
intensificou a intercessão a ponto de apresentar-se ao Senhor com uma apelação
a favor de Judá (Hc 1 1? -17)
3-
Habacuque viveu em meio à crise de sua própria fé
Pessoas
íntegras, tementes ao Senhor e conhecedoras do Seu caráter não se conformam com
a aparente vitória do mal sobre o bem, do injusto sobre o justo, do mau sobre o
bom, da imoralidade sobre a pureza, do profano sobre o santo. Muitos entram em
crise de fé. Habacuque foi um deles. Obteve, entretanto a vitória por meio de
três recursos infalíveis:
a)
Recorreu à Deus em oração
A
fé de Habacuque entrou em crise com o silêncio de Deus diante do mal, e pela
falta de resposta às suas constantes orações. Mas, ao invés de abandonar o
posto de intercessor, seus rogos se intensificaram dia a dia, até que se
tornaram em gritos de agonia perante a face de Deus. "Até quando, Senhor,
clamarei e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás"
(1.2)?
b)
Persistiu até a dúvida dar lugar a fé
- Depois de um longo e constrangedor
silêncio, finalmente Habacuque ouviu a voz de Deus, mas a resposta que ela
trouxe (Hc 1.5-11) encheu sua alma de apreensão. Ele mergulhou numa nova crise
que o levou a interrogar a Deus mais uma vez: "Por que, Senhor, Tuas
providências para purificar Judá, parecem estar em desacordo com aquilo que eu
conheço acerca do Teu caráter?" (Hc 1.12,13). "Não importa quanto
tempo, eu esperarei para ouvir o que Tu tens a dizer-me" (Hc 2.1).
c)
Permaneceu a sós com Deus, vigiando, enquanto esperava pela resposta dele
- Para não pôr tudo a perder, o profeta
decidiu guardar silêncio a respeito daquela questão - não murmuraria, não
reclamaria, nem faria coisa alguma até obter resposta ao que perguntara ao
Senhor. Habacuque sabia que precisava estar com olhos e ouvidos bem abertos e
atentos. É isto que significa: "Ficarei de guarda, e no meu posto de
sentinela, vigiarei..." (Hc 2.1).
Deus promete exercer juízo sobre Babilônia depois e isso alivia um
pouco a angústia do profeta e sua compreensão dos planos de DEUS que são muito
mais altos do que os do homem.
INTERAÇÃO
"O
justo viverá pela fé". Esta sentença tornou-se uma das mais importantes
temáticas do Novo Testamento. Foi um dos lemas da Reforma Protestante. O
apóstolo Paulo é um dos que descrevem a graça de DEUS de maneira mais intensa e
bela: "Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de
vós; é dom de DEUS" (Ef 2.8). Tal perspectiva da graça de DEUS foi
precedida pelo profeta Habacuque, quando ele declarou: "O justo, pela sua
fé, viverá" (2.4).
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