O MILÊNIO – UM
TEMPO GLORIOSO PARA A TERRA
Texto Bíblico: Apocalipse 20:1-6
“[...]que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam
o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20:4).
O Milênio na Bíblia
O
Milênio é um período de mil anos mencionado no livro de Apocalipse, o último
livro da Bíblia. A palavra "milênio" vem do latim mille (mil) e annus
(ano), e é um conceito teológico que descreve um período futuro e literal de
mil anos em que Cristo reinará sobre a Terra.
A
principal passagem que fundamenta essa crença está em Apocalipse 20:1-6, que
descreve os seguintes eventos:
- A
prisão de Satanás: Um
anjo desce do céu, prende o Diabo (Satanás) e o lança no abismo, onde ele
fica acorrentado por mil anos. Isso o impede de enganar as nações.
- O
reinado de Cristo e dos santos:
Aqueles que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da
Palavra de Deus, e todos os que não adoraram a besta ou sua imagem,
ressuscitarão e reinarão com Cristo durante os mil anos.
- A
primeira ressurreição:
A ressurreição desses fiéis é chamada de "primeira
ressurreição", e a Bíblia afirma que eles são "bem-aventurados e
santos". A segunda morte (a condenação eterna) não tem poder sobre
eles.
Como
Será o Milênio?
Embora
a Bíblia não forneça todos os detalhes, as escrituras dão algumas indicações de
como será esse período:
- Paz e
justiça globais: O
reinado de Cristo será caracterizado por paz, justiça e equidade.
Profecias do Antigo Testamento, como as de Isaías, descrevem um tempo em
que as nações não mais aprenderão a guerra (Isaías 2:4) e a natureza será
restaurada, com animais selvagens convivendo pacificamente (Isaías
11:6-9).
- Presença
física de Cristo:
Jesus reinará fisicamente de Jerusalém, e o Seu governo será perfeito e
justo. Ele julgará as nações com retidão e governará com autoridade.
- Longevidade
e prosperidade:
Isaías 65:20 sugere que a longevidade será restaurada, e a vida não será
mais interrompida precocemente. A prosperidade material e espiritual será
abundante.
- Conversão
de Israel: Muitos
estudiosos bíblicos acreditam que o Milênio será o período em que as
promessas de Deus a Israel, que ainda não foram cumpridas, serão
realizadas. O povo de Israel, restaurado e convertido, terá um papel
central nesse tempo.
Após
os mil anos, Satanás será solto por um breve período para enganar as nações.
Ele reunirá um exército para lutar contra os santos, mas será derrotado e
lançado no lago de fogo e enxofre. Em seguida, ocorrerá o Juízo do Grande Trono
Branco, onde os mortos que não participaram da primeira ressurreição serão
julgados, e por fim, os novos céus e a nova terra serão criados, inaugurando a
eternidade.
Existem
diferentes interpretações teológicas sobre o Milênio (pré-milenismo,
pós-milenismo e amilenismo), mas a visão que descreve um reinado literal de
Cristo de mil anos é a mais popularmente conhecida como pré-milenismo, por
acreditar que Cristo volta antes do Milênio.
As diferentes interpretações sobre o Milênio são um dos pontos de debate mais significativos na teologia cristã. As três visões principais são: Pré-milenismo, Pós-milenismo e Amilenismo. Cada uma delas tem uma abordagem diferente sobre o tempo do retorno de Cristo em relação ao período do Milênio.
1. Pré-milenismo
O
Pré-milenismo é a visão mais literal do Milênio e a que a maioria dos cristãos
conhece. Ele acredita que o retorno de Cristo (a Segunda Vinda) acontecerá antes
de um reinado literal de mil anos.
- O que é:
Cristo retornará à Terra e estabelecerá Seu reino físico e literal em
Jerusalém, onde Ele reinará por mil anos. Este período é o Milênio.
- Eventos
chave: A Segunda Vinda de Cristo, seguida da ressurreição dos santos (a
primeira ressurreição), a prisão de Satanás e, então, o estabelecimento do
reinado de Cristo na Terra por mil anos. Ao final do Milênio, Satanás será
solto para uma última batalha, e depois virão o Juízo Final e a criação
dos novos céus e nova terra.
- Base
bíblica: É a interpretação mais direta de Apocalipse 20:1-6, além de
passagens do Antigo Testamento que descrevem um reino futuro de paz e
justiça.
2. Pós-milenismo
O
Pós-milenismo acredita que o retorno de Cristo acontecerá depois do Milênio.
Para essa visão, o Milênio não é um período literal de mil anos, mas uma era
espiritual e progressiva.
- O que é:
O Milênio é um período de grande prosperidade e paz espiritual, causado
pela pregação do Evangelho e a influência crescente do cristianismo no
mundo. A igreja, por meio da evangelização, transformará a sociedade,
levando a um "reino de paz" na Terra. O mundo se tornará cada
vez mais cristão, e só então Cristo retornará.
- Eventos
chave: O Milênio é a era atual ou uma era futura de grande sucesso da
igreja. No clímax dessa era, Cristo retornará para o Juízo Final e para
inaugurar o estado eterno.
- Base
bíblica: Esta visão se apoia mais nas passagens que falam do crescimento
do "Reino dos Céus" como uma semente de mostarda ou fermento,
sugerindo um crescimento gradual (Mateus 13).
3. Amilenismo
O
Amilenismo é a visão que nega a existência de um Milênio literal. O
"a" na frente de "milenismo" significa "não", ou
seja, "não Milênio".
- O que é:
O Milênio de Apocalipse 20 não é um período literal de mil anos na Terra,
mas um reinado espiritual e simbólico de Cristo, que acontece agora, no
Céu, entre Sua primeira e segunda vindas. O reinado de Cristo é sobre a
igreja e no coração dos crentes. A prisão de Satanás é vista como uma
limitação de seu poder para impedir o avanço do Evangelho.
- Eventos
chave: A Segunda Vinda de Cristo (retorno de Jesus à Terra) é o próximo
grande evento profético, que marcará o fim dos tempos. Não há um reino
literal de mil anos na Terra. O retorno de Cristo, a ressurreição dos
justos e dos ímpios, o Juízo Final e o estado eterno acontecerão
simultaneamente.
- Base
bíblica: Os amilenistas interpretam Apocalipse 20 como um simbolismo. Eles
veem as passagens do Antigo Testamento sobre um reino de paz como já
cumpridas espiritualmente em Cristo e na igreja.
Cada
uma dessas interpretações afeta a maneira como os cristãos veem o futuro e a
maneira como eles interpretam as profecias bíblicas.
INTRODUÇÃO
O
Milênio refere-se ao período de mil anos em que Jesus Cristo reinará sobre toda
a Terra, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Será o cumprimento das
profecias preditas por intermédio dos profetas nas Escrituras do Antigo
Testamento (Is 11:4-9; 60:1-22; 65:8-25; Zc 14:6-9; 16-21). Será o melhor
período da história de toda a humanidade. Na Plenitude do Reino haverá uma
renovação de toda a criação, que atualmente geme esperando por este ditoso Dia
(Rm 8:19-21). Durante todo esse período, Satanás estará preso (Ap 20:2) e o
mundo gozará de uma genuína Paz que nunca houve até então; haverá a perfeita
justiça, “e o efeito
da justiça será paz; e a operação
da justiça, repouso e segurança para sempre” (Is 32:17); “... a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85:10).
Nossa esperança é a efetivação do Reino de Jesus Cristo, que terá seu início na
vinda de Cristo em glória, após a Grande Tribulação. O Senhor Jesus, na Oração
Dominical, ensinou aos seus discípulos a orar assim:” Venha o teu Reino”
(Mt 6:10). A resposta desta oração será plenamente respondida quando o Senhor
Jesus vier estabelecer o seu Reino Milenar, aqui na Terra, juntamente com os
seus santos (a Igreja glorificada – Ap 5:10).
I. O REINO MILENIAL
Todos os textos que se referem ao reino de Cristo falam de que, já nos primeiros dias da Igreja, esse reino era esperado com ansiedade. Pois eles deveriam esperar a vinda e o reino de Cristo como um lavrador aguarda o precioso fruto da terra (Tg 5:7,8). Portanto, é bem patente nas Escrituras que o Milênio é prometido aos judeus e, depois, aos que viverem fisicamente naquela época, quando tudo será abundante (Zc 8:4-12; Ez 47:9-12; Jr 31,13; Is 65:21-23).
1. A restauração da Terra. O planeta Terra foi dado por Deus
"aos filhos dos homens" (Sl 115:16). No princípio, "tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do
Éden para o lavrar e o guardar" (Gn 2:15). Além de cuidar do
planeta, o homem teria o domínio da Terra, com autoridade delegada pelo Criador
sobre todos os reinos naturais (Gn 1:28). Era o plano original de Deus que o
homem, feito à sua imagem e semelhança, o representasse, cuidando do planeta.
Todavia, o homem fracassou em cuidar de si mesmo e da Terra. Com a entrada do
pecado no mundo e a Queda do homem, toda a natureza foi perturbada e atingida
pelos nefastos efeitos do rompimento da comunhão do homem com o Criador (Gn
3:17,18). Diz Paulo: "Porque a criação
ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou,
na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da
corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que
toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm
8:20-22). A Terra ou a criação aguarda a gloriosa redenção do homem e da
própria natureza, quando Cristo assumir o Reino Milenial – “E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias
do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a
redenção do nosso corpo” (Rm 8:23).
2. A Terra será governada por Jesus (Zc 14:9) - “E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu nome”.
A Terra será regida, não por monarquia, nem por democracia, nem por autocracia, mas sim por uma teocracia, isto é, o próprio Deus regerá o mundo na pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo (Lc 1:32,33; Dn 7:13,14). Todas as formas de governo que já existiram e as que existem são falhas, umas mais, outras menos. Mostrando assim que elas não são perfeitas. Mas Cristo quando reinar será diferente, pois este será um período de completa glória divina no Seu domínio, governo, justiça e reino (Is 9:6; Is 11:4; Dt 18:18,19; Is 33:21,22; At 3:22). O Espírito Santo de Deus revelou aos profetas Miquéias e Isaías os detalhes de como será este governo milenar de Jesus Cristo:
Miquéias 4:3
"E julgará entre muitos povos, e arbitrará entre nações
poderosas e longínquas; e converterão as suas espadas em relhas de arado, e as
suas lanças em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação,
nem aprenderão mais a guerra."
Isaías 2:4
"E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos
povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em
foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais
a guerrear."
É muito importante ressaltar que esse será o único e verdadeiro governo de paz e justiça mundial, cujo Rei será Jesus Cristo. O que estamos vendo hoje são governantes mundiais prometendo falsas promessas de paz com o objetivo de se autopromoverem.
Os judeus serão a cabeça federativa desse governo. A sede do governo milenial será em Israel e Jerusalém será a capital do mundo. O domínio de Cristo será universal (Is 2:2-4; 4:2,3; Jl 3:17-20; Mq 4:2).
3. Jerusalém será a capital do mundo (Is 24:23) - “...quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte de Sião e em Jerusalém”. Estas palavras se coadunam com as do anjo que anunciou a Maria o nascimento de Jesus: “... O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. E reinará eternamente na casa de Jacó...” (Lc 1:32,33). Aqui, a casa de Jacó é a terra que Deus deu por herança eterna aos seus descendentes, o povo de Israel. E o trono de Davi é em Jerusalém, que foi a cidade onde Davi se fortaleceu e manteve o seu trono. Jesus Cristo é descendente de Jacó e de Davi (Mt 1:1,2). O anjo afirmou que o Filho de Deus reinará em Jerusalém, e seu reino não terá fim. De Jerusalém sairão diretrizes religiosas, leis civis e principalmente a Lei do Senhor. Para ela afluirão todas as nações: “E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do SENHOR no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações” (Is 2:2). “E irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém” (Mq 4:2).
II. O GOVERNO DE JESUS CRISTO
1. Jesus governará com os seus servos. Será uma Teocracia. Cristo
reinará diretamente através de seus representantes. A profecia inicial disto
está em Gn 49:10 - “O cetro não se arredará de
Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se
congregarão os povos”. Outras referências: Isaias 1:25,26; Daniel
7:27. Todos os reinos da Terra estarão sob o senhorio de Cristo. Cumprir-se-á
em sua plenitude Filipenses 2:10,11:” Para que ao nome de Jesus se dobre
todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que
Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”. Será realmente uma
Nova Era na Terra e verdadeiramente aqueles que amam a Jesus serão
sacerdotes de Deus com Ele, confirmando ainda mais sua herança em
Deus e co-herança em Cristo - " E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros
também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele
padecemos, para que também com ele sejamos glorificados" (Rm
8:17).
Os judeus serão a cabeça federativa do governo. Daniel obteve esta mesma revelação, por parte do Espírito Santo de Deus (Dn 7:22, 27): "Até que veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do [Deus] Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão”.
2. A Igreja reinará com Cristo (1Co 6:2; Ap 5:10) – “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?...”; “e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”.
Não sabemos os detalhes de que forma a Igreja participará do Reino de Cristo no Milênio, sabemos apenas aquilo que o Senhor nos revelou em sua Palavra, a saber: teremos um corpo glorioso; espiritual; incorruptível; imortal (1Co 15:42-44; 53,54), e reinaremos com Cristo (Ap 5:10). Sabemos também que o Senhor Jesus, após a sua ressurreição, passou quarenta dias na Terra e apareceu aos seus discípulos e a vários irmãos (1Co 15:1-8); andou com seus discípulos (Lc 24:15); apareceu repentinamente dentre eles estando as portas fechadas (João 20:19,20); foi tocado (Mt 28:9; Lc 24:36-40) e; comeu com eles (Lc 24:41-43). Teremos igualmente um corpo glorioso (Rm 8:29,30; 1Co 15:49; 1João 3:2), sem limitações e superior a matéria (Lc 24:15,30,31,36-43; João 20:19,26,27; João 21:4-14; Fp 3:21).
Não podemos querer descobrir detalhes os quais Deus não nos revelou; para isso devemos saber apenas que existem realidades que a nossa mente jamais poderá imaginar por serem coisas sublimes e inexistentes nesta vida, as quais homem algum ou a nossa própria experiência pôde vivenciar ou ao menos ver (Dt 29:29).
3. A Nova Jerusalém.
A Nova Jerusalém é a cidade celestial que foi feita para ser
o local onde Deus habitará juntamente com os homens que lhe foram fiéis e
aceitaram a sua oferta de submissão e obediência à sua Palavra. É o
local que substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é
explicitamente mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse,
mas, antes da visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas
Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por
Ele preparado para que os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor
(João 14:1-3). O objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um lugar
onde possamos habitar com Deus, e a Nova Jerusalém é este local. Ela
é “... a cidade que tem fundamento, da qual a artífice e construtor é Deus”
(Hb 11:10), na qual Abraão, pela fé, esperava morar (Hb 11:10). Ela é a cidade
desejada por Paulo, quando disse: “Mas a nossa cidade está nos céus...” (Fp
3:20). Ela é “... o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles
habitará, e eles serão o seu povo e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus”
(Ap 21:3).
A Nova Jerusalém foi vista por João descendo do Céu – “E levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a Santa Jerusalém, que de Deus descia do céu” (Ap 21:10). Isto, por certo, deverá acontecer no início do Milênio. Ao descer do Céu, ela não tocará a Terra, mas, como um Satélite, ficará entre o céu e a terra, sobre a Jerusalém terrestre, de onde poderá ser vista, quando, durante o Milênio, as nações e os reis da Terra subirem à Jerusalém para adorar a Deus, conforme declara Zacarias 14:16: “E acontecerá que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos Exércitos...”.
Da Jerusalém terrestre, acreditamos que levantarão seus olhos e verão, de longe, a Formosa Jerusalém Celestial, pois, “... não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro” (Ap 21:27).
III. ASPECTOS RELEVANTES DO MILÊNIO
O que vou citar aqui são apenas alguns exemplos do que ocorrerá no glorioso Reino milenial de Cristo.
1. Quem vai participar desse Reino. No Reino milenial de Cristo haverá dois grupos distintos de pessoas: a Igreja glorificada e os povos naturais.
a) Os crentes glorificados. São os constituídos dos santos do Antigo e do Novo Testamento, e dos santos advindos da Grande Tribulação. Estes reinarão com Cristo durante todo o Seu reinado aqui na terra. No estado glorificado os salvos não estarão limitados à Terra. Terão o constante privilégio de acesso ao trono do Pai, no Céu. Seus corpos ressurretos não estarão limitados pelas coisas físicas como os mortais. Serão como os anjos, que por terem corpos espirituais não são limitados pela matéria. Nossos corpos serão apropriados para estarmos na Terra e no Céu. Veja o exemplo de Jesus: quando apareceu aos discípulos; quando Ele foi reconhecido por Maria Madalena; estando entre os homens Seu corpo era tão semelhante ao de um homem comum que dois de seus discípulos, no caminho de Emaús, nada de mais notaram até o momento em que Ele desapareceu da presença deles.
b) Os povos naturais: judeus e gentios. Estes estarão em estado físico normal, vivendo na Terra. Os Judeus e gentios vivos que entrarem no Milênio, estarão no mesmo corpo que temos hoje, ou seja, não estarão em um corpo glorioso, logo, poderão multiplicar e encher a Terra novamente.
- Os judeus. Entre a família de nações milenares, a nação de Israel ocupará o lugar central (Dt 32:8-10). O anjo revelou a Maria, mãe de Jesus, que Ele estava destinado, como o Messias prometido, a reinar sobre o trono de Davi (Lc 1:32,33). É verdade que a Igreja recebeu as bênçãos espirituais dadas primeiramente aos judeus (Ef 1:18; 3:6; 1Pe 2:9,10), mas esse fato não muda o propósito de Deus para aquele povo (Is 61:1-62:4; 66:7-24; Jr 31:31-40; Rm 11:13-28). Assim, com respeito ao Milênio, as promessas divinas aos judeus são irrevogáveis, e eles as estão aguardando. Israel acolherá a Jesus como Senhor e Messias, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Zc 12:10; 13:6; 14:8,9,16,20,21). Será a nação líder e Jerusalém será a capital do mundo, conforme texto sagrado a seguir.
· “E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR” (Is 2:3).
· “Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas vestes formosas, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. Sacode o pó, levanta-te e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião” (Is 52:1,2).
· “Assim virão muitos povos, e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos Exércitos, e suplicar a benção do Senhor” (Zc 8:22).
A sede do culto ao Senhor na Terra será Jerusalém. Os cultos não terão a finalidade de sacrifícios para bênçãos ou como tipos visando profecias futuras, e sim, como memoriais. É como se fosse a Santa Ceia para nós hoje.
É válido ressaltar que o Antigo Testamento traz mais detalhes sobre o Milênio do que o Novo Testamento, isto se deve ao fato do Milênio ser uma promessa referente a Israel e as bênçãos do Milênio se estenderão sobre as nações da Terra partindo do governo de Jesus em Israel.
- Os gentios. Na volta triunfal de Cristo, haverá um juízo das nações gentias, citados por Mateus como as nações “ovelhas” e as nações “bodes” (Mt 25:31-36). As nações “ovelhas” serão julgadas aptas para a bênção do reino com base no tratamento dos “irmãos” (Israel) do Senhor. Alguns textos bíblicos deixam claro que haverá gentios no Milênio (Ap 20:7,8; Is 2:1-5; 11:5-10; 60:1-5; Zc 14:16-21). Na visão do profeta Daniel foi revelado que o Cristo teria domínio sobre um reino que abrangeria todas as nações (Dn 7:13,14).
Outrossim, os gentios que participarão do Milênio serão pessoas que terão se negado a adorar a Besta durante a Grande Tribulação, por força da pregação do evangelho nesse período tenebroso. Assim, por sua fidelidade, muitos gentios não morrerão com as pragas da consumação da ira divina nem na batalha do Armagedom (Ap 14:9,10). Por isso muitos gentios entrarão no Milênio.
2. Haverá um grande derramamento do Espírito Santo. Sendo o Milênio o Reino do Messias, e sendo o Espírito Santo aquele que glorifica a Cristo (João 16:14), é de se esperar um sublime e incomparável derramamento do Espírito Santo. O profeta Zacarias enfatizou muito bem o dia em que o Espírito Santo será derramado em toda a sua plenitude sobre o povo de Israel:
“Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito” (Zc 12:10).
Esse derramamento do Espírito será no momento mais cruciante da história de Israel, será quando os israelitas se virem cercados pelas nações da Terra (o exército do Anticristo e os advindos do Oriente) para destruí-los, e neste instante, sabendo que não escaparão da destruição fatal, clamarão ao Senhor por socorro. Nessa ocasião crucial, Jesus haverá de se manifestar com grande poder e majestade sobre Jerusalém e, juntamente com a sua Igreja glorificada, livrará Israel da certeira destruição. Israel pranteará, humilhado e arrependido, aceitando o Senhor Jesus, a quem rejeitaram na sua primeira vinda (Ap 1:7, Is 66:15,16; Zc 12:9,10).
O derreamento do Espírito Santo se estenderá por todo o Milênio (Ez 36:27; 39:29). Deus disse, por meio de Ezequiel:
- “E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36:27).
- “Nem esconderei mais a minha face deles, quando eu houver derramado o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor JEOVÁ” (Ez 39:29).
3. Haverá um conhecimento universal de Deus (Is 11:9; 54:13; Mt 24:14). Haverá abundância de salvação (Is 33:6). Os judeus serão os mensageiros do Rei (Mq 4:1-3). Eles realizarão um grande movimento missionário (Is 52:7). “... a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9b). Com a difusão do conhecimento do Senhor, muitas pessoas se converterão. A evangelização será de fato uma das atividades primordiais dos seguidores de Cristo, como vaticinou o profeta Isaias: “Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52:7).
Haverá um avivamento mundial – “Assim, virão muitos povos e poderosas nações buscar, em Jerusalém, o SENHOR dos Exércitos e suplicar a bênção do SENHOR. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco (Zc 8:22,23).
4. Haverá paz e justiça na Terra. No governo humano, sob a orientação e influência de Satanás a Terra nunca conheceu a paz e nunca foi governada com justiça. No Milênio haverá paz e justiça, na Terra - “... a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85:10).
- Haverá paz. Haverá paz porque um dos nomes de Jesus é “Príncipe da Paz” (Is 9:6). “... e ele anunciará a paz às nações...” (Zc 9:10). “... e converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais guerra. Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem o espante...” (Mq 4:3,4).
Não apenas entre as nações, não apenas entre os homens, em particular, mas haverá paz, também, entre os próprios animais - “E morará o lobo com o cordeiro, o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho do leão, e a nédia ovelha viverão juntas, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e os seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspede, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade...” (Is 11:6-9).
- Haverá justiça. “E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade, o cinto dos seus rins” (Is 11:5). O pecado gerou uma situação de injustiça, de desigualdade entre os homens. Como explica a Bíblia, todo pecado é iniquidade (1João 5:17) e, por causa do pecado, foi gerada uma situação de domínio egoístico entre os homens. Portanto, para que Jesus desfaça todas as obras do diabo, é necessário que se instale, ainda nesta Terra, um governo de justiça, de equidade, um governo onde não haja dominação egoística e exploradora de homens sobre homens. Por isso é necessário que haja o Milênio, para instaurar, nesta Terra onde vivemos, a justiça entre os homens.
5. A natureza será transformada. Um dos objetivos do Milênio é promover a redenção da natureza, que geme desde que o pecado entrou no mundo por força da desobediência do primeiro casal. E a situação vai piorar muito no decurso da Grande Tribulação. A situação ecológica do mundo estará, após a batalha do Armagedom, em situação de calamidade total. O governo desumano, belicista e ganancioso do Anticristo e as pragas divinas lançadas durante a Grande Tribulação causarão um enorme transtorno em toda a natureza, mas isto será a preparação para a redenção que se operará durante o reino milenial de Cristo. Assim como a mulher sofre dores antes de dar à luz um filho, assim, também, antes de promover a restauração da natureza, esta gemerá como nunca por causa do pecado e da rebeldia do ser humano.
Um dos grandes problemas na atualidade e que se intensificará como nunca na Grande Tribulação é o da água. Se hoje já começa a faltar água para a humanidade, a Bíblia diz que, na Grande Tribulação, a água dos mares e dos rios tornar-se-á imprestável para uso, notadamente após o derramamento das taças da consumação da ira de Deus. Mas, no Milênio, a Bíblia diz que haverá abundância de água (Is 30:25) e simplesmente desaparecerão os desertos (Is 35:1,2,7). Tudo isto contribuirá muitíssimo para a fertilidade do solo e o desaparecimento da fome.
Mas não será apenas a natureza sem vida que será restaurada. Também os seres vivos irracionais serão alcançados pela restauração da criação a ser promovida no Milênio. Além dos vegetais, que, com as mudanças climáticas, terão melhores condições de vida e não sofrerão mais o ataque depredador do homem, pois que a produção será voltada para a alimentação e a satisfação das necessidades, sem ganância, o que fará com que seja respeitado naturalmente o equilíbrio ecológico, os animais todos serão, como eram no princípio, herbívoros e será retirada a ferocidade atualmente existente, que nada mais é que a reação da natureza ao homem que a violenta diariamente e a violentou permitindo o ingresso do pecado no mundo. A Bíblia fala-nos que, durante o Milênio, o lobo e o cordeiro pastarão juntamente, o leão comerá palha como o boi (Is 65:25), assim como o leopardo se deitará com o cabrito e um menino pequeno guiará tanto o bezerro, quanto a ovelha e o filhote de leão (Is 11:6) e os animais jamais farão qualquer dano ao ser humano (Is 11:9; 65:25). Será, enfim, um ambiente de perfeita harmonia e paz entre o homem e a natureza.
6. Os judeus possuirão toda a Terra Prometida. Esse território vai do Mediterrâneo ao rio Eufrates (Gn 15:18; 17:8; Ex 23:31). Atualmente a maior parte da terra de Israel é um deserto seco e estéril. A fim de restaurá-lo, Deus fará fluir sob o templo milenar um volumoso rio (Ez 47:1-12) – o mar morto será local de muitos peixes (Ez 47:10) -, o qual, juntamente com as copiosas chuvas que cairão, fará esse deserto florescer (Is 35:1).
7. A saúde será perfeita, por isso a vida humana será prolongada como no princípio da história humana (ler Is 65:20,22 e Zc 8:4). Haverá abundância de saúde para todos (Is 33:24). Isto em muito contribuirá para prolongar a vida. Não haverá deformado, nem paralíticos, nem aleijados (Is 35:5,6). Haverá muito mais luz (Is 30:26), e isto resultará em benefícios em muitos sentidos: influenciará no clima e na vegetação. Haverá um elevado índice de natalidade (Zc 8:5; 10:8). Com o prolongamento da vida e muita saúde, será elevado o índice de natalidade e a população da Terra durante o Milênio será restaurada da redução que sofreu durante a Grande Tribulação (Zc 10:8).
8. Os velhos terão prazer (Is 65:20-22) – “Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até a velhice”.
9. Não haverá déficit habitacional – todos terão moradia (Is 65:21,22):” E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até a velhice”. Haverá, portanto, um vasto programa de reconstrução (Ez 36:33-36).
10. A morte será apenas em caráter punitivo pela desobediência e rebeldia. Durante o Milênio ainda haverá morte na Terra. Isto ocorrerá porque os seus habitantes não estarão em corpo glorioso; entretanto, a morte será exceção e não regra e terá um caráter punitivo pela desobediência e rebeldia - “E sairão e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror para toda a carne” (Is 66:24).
Diante
de tudo isso que ocorrerá no Milênio eclode em nosso coração um desejo
superlativo pela volta do Senhor. “Vem Senhor Jesus!”.
CONCLUSÃO
Como
vimos, o Milênio será o período mais espetacular e glorioso da história humana.
Será um tempo de paz, justiça, prosperidade e harmonia jamais vistos. Nele, o
mundo experimentará um governo perfeito, conforme está escrito nas Escrituras
Sagradas - “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em
que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e
praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5). Este “Renovo
justo” será o próprio Jesus. Então, é certo que todos os problemas hoje
existentes, e que nenhum governante pode e nem poderá resolver, o Rei Jesus
terá para todos e para cada um a necessária solução -
“Porque o Senhor consolará a Sião; consolará todos os seus lugares
assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do
Senhor; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia” (Is
51:3). Acima de tudo, será um Reino de justiça, onde Cristo será o Rei e
governará com absoluta retidão (Is 11:3-5). Vale a pena ser crente! Vale a pena
ser um seguidor fiel de Cristo!



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