A
VERDADEIRA ADORAÇÃO
“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade” (João 4:24).
Texto
Bíblico: Joao 4:5-7,9,10,19-24
5.Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada
Sicar, junto da herdade que Jacó tinha dado a seu filho José.
6.E estava ali a fonte de Jacó. Jesus, pois,
cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. Era isso quase à hora
sexta.
7.Veio uma mulher de Samaria tirar água.
Disse-lhe Jesus: Dá-me de beber.
9.Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: Como,
sendo tu judeu, me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana (porque os
judeus não se comunicam com os samaritanos)?
10.Jesus respondeu e disse-lhe: Se tu
conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: Dá-me de beber, tu lhe
pedirias, e ele te daria água viva.
19.Disse-lhe a mulher: Senhor, vejo que és
profeta.
20.Nossos pais adoraram neste monte, e vós
dizeis que é em Jerusalém o lugar onde se deve adorar.
21.Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que
a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai.
22.Vós adorais o que não sabeis; nós
adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus.
23.Mas a hora vem, e agora é, em que os
verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade,
porque o Pai procura a tais que assim o adorem.
24.Deus é Espírito, e importa que os que
o adoram o adorem em espírito e em verdade.
A
passagem bíblica de Jesus e a mulher de Samaria, narrada em João 4:1-42,
é um dos encontros mais ricos e significativos do Novo Testamento. Ela vai
muito além de uma simples conversa, sendo um exemplo poderoso de como Jesus
quebra barreiras sociais, religiosas e de gênero para oferecer salvação e vida
eterna.
O
Contexto da Época
Para
entender a profundidade desse encontro, é essencial conhecer o contexto. Havia
uma profunda inimizade entre judeus e samaritanos. Os samaritanos eram vistos
pelos judeus como impuros, uma mistura de povos que não seguiam a religião
judaica de forma "correta". Além disso, a mulher em questão era de
Samaria e tinha uma reputação questionável, tendo se casado e se divorciado
várias vezes e vivendo com um homem que não era seu marido.
Jesus,
no entanto, ignorou todas essas convenções. Ele estava viajando da Judeia para
a Galileia e, em vez de fazer o desvio comum para evitar a Samaria, ele
intencionalmente passou por lá. Cansado da viagem, ele se sentou perto de um
poço em Sicar, conhecido como o poço de Jacó, e aguardou.
O
Diálogo no Poço
A
mulher de Samaria veio ao poço para buscar água na hora mais quente do dia, um
horário incomum, talvez para evitar o contato com outras pessoas. Jesus, quebra
o protocolo ao iniciar a conversa, pedindo a ela "dá-me de beber". A
mulher, surpresa, questiona como um judeu poderia pedir algo a uma samaritana.
É
a partir desse momento que a conversa se aprofunda, indo do físico para o
espiritual.
- A
"Água Viva":
Jesus oferece a ela algo muito mais valioso do que a água do poço. Ele
fala sobre a "água viva", uma metáfora para a salvação e
o Espírito Santo. Ele diz que quem bebe dessa água nunca mais terá sede. A
mulher, a princípio, interpreta a fala de forma literal, mas Jesus a
conduz a uma compreensão maior.
- O
Conhecimento de Jesus:
Para provar que Ele é mais do que um simples viajante, Jesus demonstra ter
um conhecimento sobrenatural sobre a vida dela. Ele revela que ela teve
cinco maridos e que o homem com quem vivia não era seu marido. Em vez de
julgá-la, ele a expõe para que ela reconheça sua necessidade de salvação.
- A
Adoração em Espírito e em Verdade:
A mulher tenta desviar o assunto, questionando sobre o lugar correto de
adoração. Jesus, então, faz uma das revelações mais importantes: a
adoração a Deus não está ligada a um lugar físico (como Jerusalém ou o
monte Gerizim), mas sim a uma atitude interior. Deus busca adoradores que
o adorem "em espírito e em verdade". Essa frase resume a
universalidade da fé em Cristo, que transcende barreiras geográficas,
culturais ou religiosas.
O
Reconhecimento e a Missão
Após
essa profunda revelação, a mulher reconhece Jesus como o Messias. Deixando o
seu pote, ela corre para a cidade, algo que alguém em sua posição social
normalmente não faria, e convida o povo a ir ver o homem que "disse tudo o
que eu tenho feito". Sua atitude, de alguém marginalizada, se torna um
instrumento de evangelização.
O
encontro transforma não apenas a vida da mulher, mas de toda a cidade. Muitos
samaritanos creram em Jesus por causa do testemunho dela. Jesus permaneceu ali
por dois dias, ensinando-os, e muitos outros creram não apenas por causa do que
a mulher disse, mas porque eles mesmos o ouviram e reconheceram que ele era
verdadeiramente o Salvador do mundo.
As
Lições da Passagem
A
história de Jesus e a mulher de Samaria é rica em ensinamentos, como:
- A
quebra de barreiras:
Jesus ignora as convenções sociais e religiosas da época para alcançar uma
pessoa marginalizada. Ele nos ensina a não julgar as pessoas e a levar a
mensagem de salvação a todos, independentemente de sua origem, status
social ou passado.
- O amor
incondicional: Jesus
não condena a mulher por seu passado, mas a acolhe com amor e a oferece
uma nova vida.
- A
universalidade da salvação:
A salvação não se restringe a um grupo ou lugar, mas é para todos que
creem em Jesus.
- A
importância do testemunho pessoal:
A mulher de Samaria, após seu encontro com Jesus, se torna a primeira
missionária a Samaria, mostrando que o testemunho pessoal de uma vida
transformada é uma ferramenta poderosa para espalhar o evangelho.
INTRODUÇÃO
Adoração nem no Monte Gerizim (Samaria) e nem no Monte Moriá
(Jerusalém), mas no interior, individual, íntima. Em espírito (só salvo que
nasceu de novo e tem o ESPÍRITO SANTO morando em si) e em verdade. (Em CRISTO -
JESUS que disse EU SOU A VERDADE).
A
ADORAÇÃO A DEUS
Ne
8.5,6 “E Esdras abriu o livro perante os olhos de todo o povo;
porque estava acima de todo o povo; e, abrindo-o ele, todo o povo se pôs em pé.
E Esdras louvou o SENHOR, o grande DEUS; e todo o povo respondeu: Amém! Amém!
levantando as mãos; e inclinaram-se e adoraram o SENHOR, com o rosto em terra.”
A adoração consiste nos atos e atitudes que reverenciam e honram à majestade do
grande DEUS do céu e da terra. Sendo assim, a adoração concentra-se em DEUS, e
não no ser humano. No culto cristão, nós nos acercamos de DEUS em gratidão por
aquilo que Ele tem feito por nós em CRISTO e através do ESPÍRITO SANTO. A
adoração requer o exercício da fé e o reconhecimento de que Ele é nosso DEUS e
Senhor.
I. O ENCONTRO EM SAMARIA E DUAS PRECIOSAS LIÇÕES
1.
A necessidade de passar em Samaria
Em
João 4:4, o apostolo João declara que “era-lhe
necessário passar por Samaria”, indicando não apenas uma necessidade
geográfica, mas, sobretudo, um propósito divino. Embora o caminho mais curto
entre a Judeia e a Galileia passasse por Samaria, os judeus geralmente evitavam
essa rota devido à rivalidade histórica e ao preconceito contra os samaritanos.
No entanto, Jesus não estava sujeito a essas barreiras culturais; seu
compromisso era com a vontade do Pai, e sua missão incluía alcançar aqueles que
estavam à margem da sociedade, como a mulher samaritana.
Ao chegar a Sicar, junto à "fonte de Jacó" (João 4:6,7), Jesus encontra essa mulher e
inicia um diálogo que transformaria sua vida. Esse encontro revela o caráter
universal do evangelho, que rompe barreiras étnicas, sociais e religiosas. Além
disso, o diálogo abordou um tema crucial: o verdadeiro lugar de adoração. Os samaritanos adoravam no Monte Gerizim, enquanto os
judeus defendiam o templo de Jerusalém. No
entanto, Jesus ensinou que a verdadeira adoração não está presa a locais
físicos, mas deve ser feita "em espírito e em verdade"
(João 4:23,24).
Dessa
forma, ao "passar por Samaria", Jesus
não apenas resgatou uma alma, mas revelou verdades profundas sobre a adoração e
a inclusão no Reino de Deus. Esse evento demonstra que Deus busca adoradores
genuínos, independentemente de sua origem ou condição, e que o evangelho é uma
mensagem de salvação acessível a todos.
2. A necessidade do ser humano
O
encontro entre Jesus e a mulher samaritana revela uma das verdades mais
profundas da condição humana: a sede espiritual que somente Deus pode saciar.
Esse evento não foi um acaso, mas parte do plano divino para demonstrar que
todos, independentemente de sua história ou condição, necessitam de um encontro
pessoal com Cristo.
Jesus,
cansado da viagem, senta-se junto à fonte de Jacó na hora sexta (meio-dia), o
momento mais quente do dia. Esse detalhe é significativo, pois sugere que a
mulher samaritana evitava encontrar-se com outras pessoas, provavelmente devido
ao estigma social que carregava. No entanto, aquele que é a Fonte da vida
estava ali para transformar sua realidade. Quando Jesus lhe pede: "Dá-me de beber” (João
4:7), Ele não apenas inicia um diálogo, mas também cria uma ponte para revelar
sua verdadeira identidade e oferecer a ela uma água incomparável: “uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (João 4:14).
A
resposta da mulher demonstra sua incompreensão inicial, pois ela pensava apenas
em termos naturais. Mas Jesus estava falando de algo muito maior: a vida
abundante que vem da comunhão com Deus. A metáfora
da água viva simboliza o Espírito Santo, que transforma o coração humano e
supre sua necessidade mais profunda.
Dessa
conversa surge uma lição essencial: toda pessoa, independentemente de sua
cultura, passado ou situação, tem um vazio que apenas Deus pode preencher.
Assim como Jesus aproveitou essa ocasião para revelar a verdade do evangelho,
também devemos estar atentos às oportunidades para compartilhar essa “água da vida”, que satisfaz a sede da alma e
conduz à vida eterna.
A
conversa entre Jesus e a mulher samaritana avança para um tema fundamental: o
verdadeiro local de adoração. A mulher, ao perceber que estava diante de alguém
especial, traz à tona uma antiga controvérsia entre judeus e samaritanos sobre
onde era o lugar correto para cultuar a Deus. Os
samaritanos defendiam o Monte Gerizim como o local sagrado, enquanto os judeus
afirmavam que apenas Jerusalém era o centro legítimo do culto.
A
resposta de Jesus quebra paradigmas e introduz uma nova dimensão da adoração:
“Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores
adorarão o Pai em espírito e em verdade” (João
4:23).
Com
essa afirmação, Cristo ensina que o culto genuíno não depende de um espaço
físico específico, mas sim da atitude interior do adorador. Deus não está
restrito a templos ou montes; Ele busca corações sinceros que se aproximem
d'Ele com devoção verdadeira.
Adorar "em espírito e em verdade” significa que a verdadeira adoração ocorre
quando o nosso espírito está em sintonia com Deus, impulsionado pelo Espírito
Santo, e quando essa adoração é fundamentada na verdade da Sua Palavra. Não se
trata apenas de rituais exteriores, mas de um culto que nasce de um coração
transformado e sincero.
Isto
é crucial para compreendermos que a adoração transcende espaços religiosos e
tradições. O verdadeiro culto acontece em qualquer lugar onde um coração
quebrantado e sincero se volta para Deus. Mais do que um local sagrado, Deus
deseja uma relação íntima com seus filhos, onde a adoração seja expressão de
amor, fé e obediência genuína.
Sinopse
I – O ENCONTRO EM SAMARIA E DUAS PRECIOSAS LIÇÕES
O
encontro entre Jesus e a mulher samaritana, narrado em João 4, revela verdades
profundas sobre a necessidade espiritual do ser humano e a essência da
verdadeira adoração.
-Primeiramente, Jesus "tinha de passar por
Samaria” (João 4:4), não por obrigação geográfica, mas por um
propósito divino: transformar a vida daquela mulher e, por meio dela, impactar
toda uma cidade. Esse encontro mostra que a graça de Deus alcança todas as
pessoas, independentemente de barreiras culturais ou sociais.
Na
conversa junto ao poço de Jacó, Jesus revela à
mulher samaritana que Ele possui “água viva”, uma fonte que
sacia completamente a sede espiritual (João 4:14). Isso ensina a primeira
grande lição: toda pessoa tem uma necessidade profunda de Deus, ainda que não a
reconheça de imediato. Somente Cristo pode preencher o vazio da alma humana.
II.
O ENSINO DE JESUS A RESPEITO DA VERDADEIRA ADORAÇÃO
1.
A adoração
O
ensino de Jesus sobre a verdadeira adoração, no diálogo com a mulher
samaritana, rompe paradigmas religiosos e redefine o significado do culto a
Deus. Ao prometer a “água viva” (João
4:14), Cristo revela que a adoração genuína nasce de uma transformação interior
operada pelo Espírito Santo. Esse ensinamento aponta para uma mudança radical
na relação do ser humano com Deus: a adoração não está mais limitada a templos
físicos, como Jerusalém ou o Monte Gerizim, mas acontece no coração dos
verdadeiros adoradores.
Jesus declara que “Deus é Espírito” (João 4:24), enfatizando que Ele não pode
ser confinado a um local específico. No Antigo Testamento, a presença divina
estava especialmente associada ao Tabernáculo e, posteriormente, ao Templo de
Jerusalém. Contudo, com a vinda de Cristo, inaugura-se uma nova realidade
espiritual, onde cada crente se torna um verdadeiro templo do Espírito Santo
(1Co.6:19). Assim, a adoração não depende de rituais exteriores, mas da
comunhão íntima entre o adorador e Deus.
O conceito de adorar “em espírito e em verdade” implica que a adoração deve ser guiada pelo
Espírito Santo e fundamentada na Palavra de Deus. Isso significa que não se
trata apenas de emoções ou formalidades, mas de uma entrega sincera e
consciente a Deus. Somente uma adoração movida pelo Espírito e alicerçada na
verdade do Evangelho é aceitável diante do Senhor.
Portanto,
o ensino de Jesus sobre a adoração nos leva a compreender que Deus não busca
apenas práticas externas, mas corações rendidos a Ele. A verdadeira adoração
não se limita a locais ou cerimônias, mas é um estilo de vida, um
relacionamento vivo com Deus, baseado na fé, na obediência e na comunhão com o
Espírito Santo.
2. Jesus é a verdadeira adoração
Ao
perguntar a Jesus sobre o local correto da adoração (João 4:20,21), a mulher
samaritana demonstrava uma preocupação comum entre judeus e samaritanos: qual
seria o espaço legítimo para se render culto a Deus? No entanto, a resposta de
Cristo revela que a adoração verdadeira não depende de um templo físico, mas
está centrada n’Ele próprio. Jesus é o fundamento da adoração genuína, pois Ele
é o único mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5).
Essa
verdade se confirma plenamente na obra redentora de Cristo. O Calvário e o
sepulcro vazio são símbolos poderosos desse evento central na história da
salvação, mas o significado da cruz vai além de qualquer localização
geográfica. A morte e ressurreição de Jesus inauguraram um novo e vivo caminho
de acesso a Deus (Hb.10:19,20). Por meio de Sua obra, a verdadeira adoração
tornou-se acessível a todos os povos, independentemente de sua origem ou
cultura.
A
Ceia do Senhor é um exemplo claro de como essa verdade transcende o espaço
físico. Sempre que participamos da Santa Ceia, fazemos memória do sacrifício de
Cristo, independentemente de onde estivermos (1Co.11:23-25). Isso reforça a
ideia de que a adoração cristã não está presa a um lugar específico, mas está
fundamentada na obra redentora de Jesus.
Portanto,
Jesus não apenas ensina sobre a verdadeira adoração, mas Ele mesmo é o centro
dela. Sua vida, morte e ressurreição são o motivo pelo qual os cristãos adoram.
Assim, a verdadeira adoração é Cristocêntrica: não depende de rituais,
tradições ou locais sagrados, mas de um relacionamento pessoal com o Salvador,
que nos leva a glorificar a Deus em espírito e em verdade.
Sinopse II – O ENSINO DE JESUS A RESPEITO
DA VERDADEIRA ADORAÇÃO
Neste tópico, exploramos o ensino de Jesus
sobre a verdadeira adoração, conforme revelado em Seu diálogo com a mulher
samaritana. Primeiramente, aprendemos que a
adoração genuína não está vinculada a um local específico, mas deve ser
exercida "em espírito e em verdade"
(João 4:24). Isso significa que a presença de Deus não se restringe a templos
ou montes sagrados, mas se manifesta onde houver adoradores sinceros. A
adoração verdadeira transcende rituais e formalismos e acontece no mais
profundo do coração humano, sendo uma experiência espiritual transformadora.
Além disso, compreendemos que Jesus é a
própria essência da adoração. Sua obra redentora no Calvário e Sua ressurreição
são os fundamentos que tornam possível o acesso do ser humano a Deus. O
sacrifício de Cristo eliminou barreiras geográficas e culturais, permitindo que
todos, em qualquer lugar, possam render culto ao Pai. Essa verdade se reflete,
por exemplo, na Ceia do Senhor, que mantém viva a memória da obra redentora de
Cristo, independentemente do lugar onde é celebrada.
Portanto, Jesus nos ensina que a verdadeira
adoração não se limita a um espaço físico ou a tradições humanas, mas é um ato
espiritual centrado n’Ele, conduzindo-nos a uma comunhão autêntica com Deus.
III. A ADORAÇÃO BÍBLICA
1.
O conceito bíblico de adoração
O
conceito bíblico de adoração vai além de simples ritos religiosos ou práticas
externas. Ele envolve uma atitude profunda de reverência e entrega total a
Deus. No Antigo Testamento, a palavra hebraica “hishtaha wa” expressa
essa ideia de prostrar-se diante do Senhor em temor reverente e admiração. Esse
ato de submissão era um reconhecimento da soberania e majestade divinas.
No
Novo Testamento, a adoração é descrita por dois termos gregos importantes: “latreia” e
“proskuneô”. O primeiro (latreia) está relacionado ao serviço
prestado a Deus, como uma vida devotada a Ele, indo além de simples expressões
litúrgicas. Já “proskuneô”, utilizado no diálogo de Jesus com a mulher
samaritana (João 4:20-26), enfatiza o gesto de se inclinar em adoração,
demonstrando submissão e devoção ao Senhor.
Na
língua portuguesa, o verbo "adorar" carrega a ideia de atribuir valor
e honra a alguém. Quando aplicado a Deus, significa reconhecer Sua grandeza,
render-se à Sua vontade e exaltá-lo por quem Ele é e pelo que faz. Essa
compreensão amplia o conceito de adoração para além de cânticos ou cultos
formais, revelando que a verdadeira adoração está ligada a uma vida de
obediência e devoção sincera a Deus.
2. Adoração como ato de rendição a Deus
A
adoração verdadeira não é apenas um ato externo, mas uma postura do coração que
expressa total rendição e submissão ao Senhor. No Novo Testamento, o termo
grego “proskuneô” carrega um significado profundo e simbólico,
originalmente associado ao ato de "beijar", como um gesto de
reverência e humildade. Esse termo remete à prática de prostrar-se diante de
alguém em sinal de total entrega e reconhecimento de autoridade.
Um
exemplo marcante dessa atitude é visto no relato da mulher pecadora em Lucas
7:37,38. Ela, movida por um profundo arrependimento e amor por Jesus, derramou
lágrimas aos Seus pés, enxugando-os com os próprios cabelos e ungindo-os com
perfume. Esse gesto não foi apenas uma demonstração de gratidão, mas um
reconhecimento prático da superioridade e santidade de Cristo.
Dessa
forma, adorar a Deus implica reconhecer nossa posição diante d’Ele, assumindo
uma postura de humildade e reverência. Esse ato de rendição não se limita a um
culto ou a expressões litúrgicas, mas deve ser refletido em uma vida de
obediência, devoção e amor incondicional ao Senhor.
3.
Adoração como ato de serviço a Deus
A
verdadeira adoração não se limita a cânticos ou momentos devocionais, mas se
manifesta em uma vida de serviço a Deus. No contexto bíblico, adorar e servir
estão intimamente relacionados, pois o culto ao Senhor não é apenas um ato
litúrgico, mas uma entrega prática e diária à Sua vontade. O apóstolo Paulo
expressa essa verdade ao exortar os crentes a oferecerem suas vidas como um
"sacrifício vivo, santo e agradável a Deus", o que constitui um culto
racional (Rm.12:1).
Essa
entrega total implica reconhecer que Deus tem soberania absoluta sobre todas as
áreas da vida. Servir ao Senhor com fidelidade significa priorizá-lo em tudo,
pois não podemos dividir nossa lealdade entre Deus e outras influências ou
ambições (Mt.6:24). A adoração genuína exige exclusividade, comprometimento e
disposição para obedecer à vontade de Deus.
Portanto,
a adoração verdadeira se traduz em atitudes concretas, como amar o próximo,
praticar a justiça, buscar a santidade e cumprir o propósito divino. Adorar a
Deus é servi-lo de coração, em cada decisão, palavra e ação, vivendo de modo
que nossa existência glorifique o Seu nome.
4. Uma experiência interior de adoração
A
adoração verdadeira não se resume a atos externos ou rituais religiosos, mas
nasce de uma experiência interior profunda com Deus. O Salmo 42 expressa a sede
espiritual do ser humano pelo Criador, comparando-a à necessidade vital da água
para a sobrevivência:
"A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo; quando
entrarei e me apresentarei ante a face de Deus?" (Sl.42:2).
Essa
sede espiritual revela que o coração do homem só encontra plena satisfação na
presença do Senhor.
A
adoração autêntica não depende de circunstâncias externas, mas de um coração
rendido a Deus. Jesus enfatizou essa verdade ao afirmar que o Pai busca
adoradores que O adorem "em espírito e
em verdade" (João
4:23,24), ou seja, com sinceridade, entrega e comunhão genuína. Essa adoração
transcende locais físicos e formalidades religiosas, pois se manifesta no mais
profundo do ser, onde a presença do Espírito Santo transforma e preenche a alma
do crente.
Portanto,
a experiência interior da adoração implica reconhecer Jesus Cristo como Senhor
e Salvador, rendendo-lhe todo o nosso ser. A
verdadeira adoração é um relacionamento vivo e pessoal com Deus, onde
encontramos descanso, propósito e alegria na comunhão com Ele.
Sinopse
III – A ADORAÇÃO BÍBLICA
A
verdadeira adoração, conforme ensinada nas Escrituras, envolve não apenas atos
exteriores, mas, principalmente, uma entrega interior a Deus.
-O
conceito bíblico de adoração é expresso pelas palavras “hishtaha
wa” (hebraico), que denota temor reverente, e “latreia” e “proskuneo” (grego),
que indicam serviço e rendição ao Senhor. Dessa forma, adorar a Deus significa
reconhecer Sua grandeza e exaltar Seu nome.
-A
adoração também se manifesta como um ato de rendição total a Deus, refletindo
humildade e submissão, como ilustrado no episódio da mulher pecadora
(Lc.7:37,38). Além disso, ela está intimamente ligada ao serviço prestado ao
Senhor, pois servir a Deus é um ato de adoração, conforme ensinado em Romanos
12:1 e Mateus 6:24.
-Por
fim, a verdadeira adoração é uma experiência interior e profunda. Assim como o
salmista expressa sede espiritual por Deus (Sl.42:2), o adorador genuíno
encontra plenitude na comunhão com o Senhor. Essa adoração não se limita a um
local específico, mas acontece em espírito e em verdade, promovendo uma conexão
íntima e transformadora com Deus.
CONCLUSÃO
Diante
deste estudo, aprendemos que a verdadeira adoração não está restrita a um local
físico ou a rituais externos, mas é uma atitude do coração que reflete uma
comunhão sincera com Deus. O encontro de Jesus com a mulher samaritana revela
que o Pai busca adoradores que O adorem em espírito e em verdade (João
4:23,24), ou seja, com sinceridade e submissão à Sua vontade.
A
adoração genuína envolve rendição total, serviço fiel e uma experiência
interior profunda que transforma a vida do adorador. Adorar a Deus é
reconhecê-Lo como Senhor absoluto, exaltá-Lo por Sua grandeza e viver em
obediência a Ele. Que, à luz deste estudo, possamos oferecer ao Senhor uma
adoração verdadeira, centrada n’Ele e expressa através de nossa vida em
santidade e entrega.


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