As
parábolas de Jesus são um dos métodos de ensino mais notáveis e eficazes
encontrados nos Evangelhos. Elas representam cerca de um terço dos ensinamentos
de Jesus, sendo contadas principalmente nos livros de Mateus, Marcos e Lucas.
O
que são parábolas?
A
palavra parábola vem do grego parabolé, que significa
"colocar lado a lado" ou "comparação". De forma simples,
uma parábola é uma história curta e figurativa que usa exemplos do cotidiano,
como agricultura, pesca, festas de casamento ou situações familiares, para
ilustrar uma verdade moral ou espiritual mais profunda.
Jesus
as usava como um meio de:
- Revelar
a verdade: Para
aqueles que tinham o coração aberto para entender.
- Ocultar
a verdade: Para
aqueles que tinham o coração endurecido e não estavam prontos para
recebê-la. Jesus explicou isso em Mateus 13:10-13, dizendo que a parábola
servia para que "vendo, não vejam; e, ouvindo, não entendam".
Características
principais
- Linguagem
Simples e Acessível:
Jesus usava referências que eram familiares para a população da época,
como semeadores, pastores, pescadores e donas de casa.
- Impacto
Duradouro: Por serem
histórias memoráveis, as parábolas eram fáceis de serem lembradas e
recontadas, permitindo que a mensagem se espalhasse de forma eficaz.
- Convocação
à Reflexão: As
parábolas não oferecem uma resposta direta; em vez disso, elas desafiam o
ouvinte a pensar, a buscar o significado e a aplicar a lição à sua própria
vida.
Exemplos
de parábolas e suas lições
1.
A Parábola do Semeador (Mateus 13:1-9)
História: Um semeador espalha sementes que caem em
quatro tipos de solo:
- À
beira do caminho: As
sementes são comidas pelos pássaros.
- Em
solo rochoso: As
sementes brotam rápido, mas murcham por falta de raiz.
- Entre
espinhos: As sementes
crescem, mas são sufocadas.
- Em
terra boa: As
sementes dão muito fruto. Lição: A semente representa a Palavra
de Deus, e os solos representam os diferentes tipos de coração das
pessoas que a ouvem. A parábola ensina sobre a importância de ter um
coração receptivo e fértil para que a mensagem de Deus possa crescer e dar
frutos.
2. A Parábola do Filho Pródigo (Lucas 15:11-32)
História: Um filho mais novo pede sua herança, a
gasta de forma irresponsável e, quando está na miséria, decide voltar para a
casa do pai. O pai, cheio de compaixão, o recebe com festa e alegria. O irmão
mais velho, que nunca deixou a casa, se ressente disso. Lição: Esta é
uma das parábolas mais famosas sobre o amor incondicional de Deus, o arrependimento
e o perdão. Ela mostra a alegria de Deus ao ver um pecador que se
arrepende e retorna para Ele. A figura do irmão mais velho também levanta
questões sobre o julgamento e a falta de misericórdia.
3. A Parábola do Bom Samaritano (Lucas 10:25-37)
História: Um homem é atacado por ladrões, espancado
e deixado à beira da morte. Um sacerdote e um levita passam e o ignoram. No
entanto, um samaritano, que era considerado inimigo dos judeus, para, cuida do
homem ferido e o leva para uma hospedaria, pagando por seu tratamento. Lição:
Jesus conta essa parábola para definir o que é o próximo. A parábola
quebra as barreiras de preconceito e religião, ensinando que o amor e a
compaixão devem ser estendidos a todos, independentemente de sua origem, crença
ou status social. O verdadeiro "próximo" é aquele que demonstra
misericórdia.
Essas
e outras parábolas de Jesus continuam a inspirar e a ensinar as pessoas até
hoje, oferecendo verdades atemporais sobre a natureza de Deus, o Reino dos
Céus, a justiça e a forma como devemos viver nossas vidas.
1.
O
mordomo infiel (ou administrador desonesto) (Lucas 16:1-9)
2.
O
amigo importuno (Lucas 11:5-8)
3.
As
bodas ou o Banquete de casamento (Mateus 22:1-14)
4.
O bom
samaritano (Lucas 10:29-37)
5.
A casa
vazia (Mateus 12:43-45)
6.
Coisas
novas e velhas (Mateus 13:51-52)
7.
O
construtor de uma torre (Lucas 14:28-30)
8.
O
credor incompassivo (Mateus 18:23-35)
9.
O
dever dos servos (Lucas 17:7-10)
10.
As dez
virgens (Mateus 25:1-13)
11.
Os
dois alicerces (Mateus 7:24-27)
12.
Os
dois devedores (Lucas 7:40-43)
13.
Os
dois filhos (Mateus 21:28-32)
14.
A
dracma perdida (Lucas 15:8-10)
15.
O
fariseu e o publicano (Lucas 18:9-14)
16.
O
fermento (Mateus 13:33)
17.
A
figueira (Mateus 24:32-33)
18.
A
figueira estéril (Lucas 13:6-9)
19.
A
porta estreita (Lucas 13:22-30)
20.
O
filho pródigo (Lucas 15:11-32)
21.
A
grande ceia (Lucas 14:15-24)
22.
Jejum
e casamento (Lucas 5:33-35)
23.
O joio
e o Trigo (Mateus 13:24-30,36-43)
24.
O juiz
iníquo (Lucas 18:1-8)
25.
Os
lavradores maus (Mateus 21:33-46)
26.
Os
meninos na praça (Mateus 11:16-19)
27.
A
ovelha perdida (Lucas 15:3-7)
28.
O pai
vigilante (Mateus 24:42-44)
29.
A
pedra rejeitada (Mateus 21:42-44)
30.
A
pérola de grande valor (Mateus 13:45-46)
31.
Os
primeiros lugares (Lucas 14:7-11)
32.
A rede (Mateus
13:47-50)
33.
O rei
que vai para a guerra (Lucas 14:31-32)
34.
O
remendo com pano novo (Lucas 5:36)
35.
O rico
e Lázaro (Lucas 16:19-31)
36.
O rico
avarento (Lucas 12:16-21)
37.
O
servo fiel e prudente (Lucas 12:42-48)
38.
O
semeador (Mateus 13:3-9;18-23)
39.
A
semente (Marcos 4:26-29)
40.
A
semente de mostarda (Mateus 13:31-32)
41.
O
servo fiel (Mateus 24:45-51)
42.
Os
servos vigilantes (Marcos 13:33-37)
43.
Os
talentos (Mateus 25:14-30)
44.
O
tesouro escondido (Mateus 13:44)
45.
Os
trabalhadores da vinha (Mateus 20:1-16)
46.
O
vinho e os odres (Lucas 5:37)
47.
O grão
de mostarda (Lucas 13:18-19)
48.
O
jovem rico (Marcos 10:17-31)
49.
Vinhateiros
maus (Mateus 21:33-46)
50.
O
servo vigilante (Lucas 12:35-40)
51.
A
videira e os ramos (João 15:1-12)
PARÁBOLA: UMA LIÇÃO PARA A VIDA

Texto
Bíblico Mateus 13:10-17
"E sem parábolas nunca lhes falava, porém tudo declarava em
particular aos seus discípulos" (Mc.4:34).
INTRODUÇÃO
Estudaremos
a respeito das “Parábolas de Jesus:
as verdades e princípios divinos para uma vida abundante”. Por ser uma das
principais formas de ensino utilizadas pelo Senhor, as Parábolas merecem
dedicada atenção e profundo interesse de nossa parte. Delas podemos extrair as
inspirações e os ensinamentos divinos para a vida cristã. O próprio Senhor
Jesus quer que as entendamos, pois elas produzirão mudanças necessárias que
resultará em transformação de vida (Mt.15:15,16). Portanto, se estudarmos as
Parábolas de Jesus com os corações abertos e dispostos a aprender, como
discípulos verdadeiros, em busca de sabedoria e entendimento das verdades
espirituais profundas, certamente, obteremos preciosas promessas de bênçãos
espirituais destinadas a todos quantos acolhem suas mensagens e se dispõem a
compreender as verdades que elas ensinam.
I.
O QUE É PARÁBOLA
1. Definição etimológica. O termo
“parábola” vem do grego “parabolé” que, por sua vez, é uma palavra
composta de duas outras palavras - “para”, que quer dizer “ao lado de”,
e “bolé”, que era uma medida de distância correspondente um tiro de
pedra (cfr. Lc.22:41). Na verdade, “bolé” é derivado de “ballo”,
que significa lançar, jogar, arremessar. A palavra “parábola”, portanto, tem o
sentido de “lançamento ao lado”, “arremesso ao lado”, um “lançamento feito com
desvio de alvo”, ou seja, uma “aproximação”, uma “comparação”. Portanto, uma
pequena história real, ou uma figura conhecida que possa ser usada de forma
comparativa para ilustrar um ensino moral ou religioso é o que se depreende do
sentido literal da expressão grega “parabolé” cujo significado é
comparação, ou colocar uma coisa ao lado de outra.
Expressando
de uma forma mais simples, parábola é o método de ensino usado para revelar
verdades desconhecidas com base em verdades e fatos conhecidos. Estas verdades
conhecidas são extraídas, normalmente, de pequenas histórias colhidas da
natureza ou de ocorrências diárias normais das quais se pode extrair lições de
natureza moral, ou espiritual.
No
Antigo Testamento, a palavra traduzida por parábola é “mashal”, que
sempre designa uma comparação, uma ilustração que é feita para trazer
ensinamentos espirituais, quase sempre vinculados a profecias, como nos ditos
de Balaão (Nm.23:7,18;24:3,15,20), de Jó (Jó 27:1; 29:1), como as profecias de
Ezequiel(Ez.17:2; 18:2) de Habacuque (Hc.2:6), ou pelo salmista do Salmo 49:4.
O salmista, aliás, deixou registrado o uso de parábolas pelo Messias – “Abrirei
a boca numa parábola; proporei enigmas da antiguidade” (Sl.78:2).
2. Definição hermenêutica. Segundo a hermenêutica, que é a
ciência que tem como objetivo interpretar corretamente a Bíblia Sagrada, a
parábola é uma narrativa alegórica constituída de personagens, coisas,
incidentes e atitudes que através de comparações, facilita a compreensão de
realidades que se acham além do nosso entendimento. Um exemplo prático pode-se
ver na Parábola do Filho Pródigo, onde Jesus mostra aos seus contemporâneos o
singular e incomparável amor de Deus. Só assim eles poderiam entender que Deus
como Amoroso Pai sempre estar pronto para receber o filho que se desviou e que,
agora, acha-se arrependido e desejoso para retornar a casa paterna.
O
Senhor Jesus fez uso, como ninguém fez igual, do método de ensino das
parábolas. Notabilizou-se sobre todos os demais mestres porque as Suas
parábolas eram sempre extraídas de fatos ou coisas simples, tiradas do
quotidiano conhecido de todo povo. Jesus nunca fez uso de história fantasiosas,
de coisas complexas, de enigmas que exigissem capacidade invulgar para
decifrá-los. Usava figuras, ou pessoas que todo povo conhecia, tal como a
figura de um Semeador que saiu a semear; da Semente que caiu na boa ou na terra
ruim; de um Pastor que perdeu uma ovelha; de um Filho que abandonou a casa de
seu pai; de uma Moeda perdida por uma mulher; de um Vestido novo que não podia
ser remendado com pano velho; de um Pescador jogando sua rede para pescar; de
um Construtor que construiu sua casa sobre a areia. Dezenas de histórias e de
figuras sobejamente conhecidas foram contadas por Jesus.
As
Parábolas de Jesus são uma das mais eloquentes demonstrações da “simplicidade
que há em Cristo” (2Co.11:3). Ao lê-las, devemos sempre lembrar que o
ministério do ensino na Igreja deve ser exercido com simplicidade, pois não
será a complicação, a erudição excessiva que conferirá profundidade ao ensino,
e as Parábolas são a prova disto. A mensagem do Evangelho é para todo o mundo,
para toda a criatura (Mc.16:15) e, por isso, temos de usar de uma linguagem
facilmente acessível, como são as Parábolas de Jesus.
3. Distinção entre a parábola e outras figuras de linguagem. Embora tenham
uma certa semelhança, as parábolas distinguem-se de algumas figuras de
linguagem, que também compõem o que se passou a denominar de “linguagem
simbólica”. Aliás, a palavra “símbolo” tem a mesma raiz da palavra
“parábola”, sendo, nada mais, nada menos, como explica R.N. Champlin, “comparar
uma coisa com outra ao lançá-las uma junto com a outra”. “Símbolo é algo que
sugere outra coisa mediante um relacionamento, uma associação, como, por
exemplo, um leão simbolizando a coragem…” (Enciclopédia de Bíblia, Teologia
e Filosofia).
A
Bíblia Sagrada emprega várias figuras de linguagem que são necessárias para
ilustrar verdades divinas e profundas, mas não podem ser confundidas com as
parábolas.
a)
Figuras de linguagem. São
recursos estilísticos que utilizamos em nosso dia a dia para enriquecer a
linguagem escrita ou falada. Várias são essas figuras de linguagem existentes
na Bíblia Sagrada; dentre elas destacamos: a símile, a catacrese, a metáfora, a
metonímia, o eufemismo, a hipérbole, a alegoria.
Símile. É uma comparação em que uma coisa
lembra outra explicitamente (assim como, tal qual, tal como, como).
- “...toda carne é como a erva...” (1Pd.1:24).
Catacrese. É o emprego de um termo figurado, geralmente por falta de um
termo mais específico.
- “E tomou a mulher a tampa, e a estendeu sobre a boca do
poço, e espalhou grão descascado sobre ela; assim
nada se soube” (2Sm.17:19).
A rigor, quem tem boca são as pessoas e os animais, e não poço. Mas, por
falta de um termo mais específico para designar a abertura do poço,
chamamo-la de boca, uma forma de comparação com a boca humana. Da mesma
forma, espalhar, como se percebe, vem da palavra palha e
deveria, portanto, designar o ato de separar a palha. Mas já está
consagrado o uso de espalhar para quaisquer elementos que se
dispersem. Podemos dizer que a catacrese é, na verdade, uma reciclagem
vocabular.
Metonímia. É
a substituição de uma palavra por outra com a qual mantém algum vínculo. A
metonímia tem várias faces.
- “Guarda o teu pé quando entrares na casa de Deus...” (Ec.5:1). Devemos nos guardar por
inteiro, e não apenas os pés. Metonímia do tipo: a parte
pelo todo.
- “Os olhos, porém, de Israel eram carregados de
velhice, já não podia ver bem, e fê-los chegar a ele, e beijou-os, e
abraçou-os” (Gn.48:10).
Israel tinha os olhos carregados de cegueira, consequência da velhice.
Metonímia do tipo: a causa pelo efeito.
Metáfora. É o emprego de uma palavra fora do
sentido normal, por efeito de analogia. A metáfora é uma comparação sem o
elemento de ligação (conjunção ou locução conjuntiva) entre os termos
comparados. Por exemplo, se dissermos: “ela é
perigosa como uma cobra”, estamos fazendo uma comparação;
mas, se dissermos: “ela é uma cobra”, estamos
fazendo uma metáfora.
- “Porque tu, Senhor, és a minha candeia; e o Senhor
esclarece as minhas trevas” (2Sm.22:29).
Assim como a candeia ilumina a escuridão, o Senhor ilumina a minha vida.
- “Toda a carne é erva” (Is.40:6).
Eufemismo. Ocorre quando se utilizam palavras
ou expressões menos chocantes, no lugar de outras que têm sentido
grosseiro, desagradável, ou que causem vergonha ou constrangimento.
- “E Davi dormiu com seus pais, e foi
sepultado na cidade de Davi” (1Rs.2:10).
Dormir em lugar de morrer.
- “E conheceu Adão a Eva, sua mulher, e ela
concebeu e teve a Caim...” (Gn.4:1).
O verbo conhecer está no sentido sexual.
Hipérbole. É o
exagero na afirmação.
- “Torrentes de água derramaram os meus olhos por causa
da destruição da filha do meu povo” (Lm.3:48).
- “Aqueles que me aborrecem sem causa são mais do que os
cabelos da minha cabeça...” (Sl.69:4)
Alegoria. Enquanto a parábola é uma história, é
uma narrativa, a alegoria indica a explicação ou expressão de alguma coisa por
meio do nome ou imagem de outra coisa. Assim, por exemplo, quando
analisamos o Tabernáculo de Moisés e nele percebemos uma figura, um símbolo de
Jesus Cristo, estamos fazendo uso da alegoria.
- “Porque está escrito que Abraão teve dois filhos, um da
escrava e outro da livre. Todavia, o que era da escrava nasceu segundo a
carne, mas o que era da livre, por promessa, o que se entende por alegoria;
porque estes são os dois concertos: um, do monte Sinai, gerando filhos
para a servidão, que é Agar” (Gl.4:22-24).
Aqui,
Paulo aponta para o aspecto da servidão espiritual. Aqueles que se
tinham deixado escravizar espiritualmente, tinham-se tornado descendentes
espirituais de Hagar e seu filho, e não de Sara e seu filho, o qual nasceu
livre.
- “E lhes respondeu: Ide e dizei àquela raposa: eis que eu
expulso demônios, e efetuo curas, hoje e amanhã, e, no terceiro dia, sou
consumado” (Lc.13:32).
Aqui,
Jesus refere-se a Herodes, que demonstrava possuir a natureza ardilosa e má de
uma raposa.
b)
A Parábola. É uma forma de
transmissão de conhecimento e de verdades através do uso de elementos que já
são conhecidos do ouvinte, a fim de que ele possa entender, com clareza, a
profundidade do que será transmitido. Os povos da Antiguidade fizeram uso desta
técnica a fim de poder transmitir, ao longo das gerações, os conhecimentos que
haviam adquirido a respeito do mundo e a respeito de Deus.
Sendo
preponderantemente escrita em linguagem simbólica, a Bíblia Sagrada não
deixaria de ter parábolas, até porque, entre os israelitas, sempre foi este um
modo de ensino das verdades eternas. Esta técnica, que é anterior a Jesus
Cristo, permanece até hoje entre os rabinos judeus, que está repleta de
narrativas deste gênero nos seus escritos (a começar do Talmude, o segundo
livro mais sagrado do judaísmo).
4. Aplicação de uma Parábola. A parábola era um meio pelo qual o
Senhor procurava transmitir um ensinamento, uma orientação, fazer uma
advertência para o Seu povo. Na Antiga Aliança, esta era a função do ofício
profético, que era o porta-voz do Espírito do Senhor para Israel. A parábola,
assim, desempenha este papel de comunicação direta entre Deus e o homem.
Desta
feita, vemos que Jesus não poderia deixar de usar do expediente das parábolas
na pregação do Evangelho. Sendo um de Seus ofícios o ofício profético, Cristo
teria, a exemplo dos profetas que o antecederam, de usar deste método que,
afinal de contas, era bem conhecido do povo israelita. Tendo a missão de fazer
conhecido o Pai aos homens (João15:15), o Senhor tinha de trazer Deus ao nível
do intelecto humano e isto impunha o uso de uma linguagem que fosse acessível
ao ser humano. O uso das parábolas, portanto, era um dos mais apropriados,
porque, além de ser conhecido da população em geral, dava plenas condições para
que houvesse a compreensão da parte dos ouvintes.
Certa
feita, quando os discípulos estavam a sós com Jesus, eles o interrogaram por
que motivo falava em parábolas. Ele lhes explicou que somente aqueles com
coração receptivo poderiam conhecer o mistério do reino de Deus (cf.
Mc.4:10-12); mas, para aqueles que não tinham o coração receptivo, as parábolas
obscureciam o entendimento para que não entendessem a verdade.
Deus
revela segredos do Seu Reino à sua família, àqueles cujos corações estão
abertos, receptivos e obedientes, enquanto deliberadamente esconde a verdade
dos que rejeitam a luz que lhes é dada. Essas são as pessoas a quem Jesus se
referiu como “aos de fora” (Mc.4:11).
“Assim, para que a parábola seja explicada e aplicada,
primeiramente é indispensável examinar sua relação com o que a precede e a
segue, e descobrir, com base nisso, antes de qualquer outra coisa, a sua ideia
principal”.
II.
POR QUE JESUS ENSINAVA POR PARÁBOLAS
“E, acercando-se dele os discípulos, disseram-lhe: Por que
lhes falas por parábolas?” (Mt.13:10).
Visto que o Senhor usou do método de parábolas como ninguém para ensinar os seus discípulos, alguém pode indagar: por que Jesus usou deste expediente? Por que não teria sido “mais claro” nos seus ensinamentos, ainda mais quando parece que o uso de parábolas era para que o Senhor não fosse entendido por Israel? Não seria este um contrassenso diante da missão de Jesus aqui na Terra? Acho que os discípulos de Jesus, também, pensaram dessa forma (cf. Mt.13:10-17).
Por
que Jesus ensinava por parábolas? Segundo meu entendimento e segundo o
entendimento de alguns estudiosos como, por exemplo, o Dr. Caramuru Afonso
Francisco, que argumentou a respeito desse assunto no PortatalEBD de 2005 - na postagem: “As Parábolas nos Ensinos de Jesus” -,
Jesus ensinava por parábolas:
1. Porque as Escrituras Sagradas tinham que ser cumpridas
(Sl.78:2; Mt.13:34,35).
“Tudo isso disse Jesus por parábolas à multidão e nada lhes
falava sem parábolas, para que se cumprisse o que fora dito pelo profeta, que
disse: Abrirei em parábolas a boca; publicarei coisas ocultas desde a criação
do mundo” (Mt.13:34,35).
2. Porque Ele tinha uma missão a cumprir. Jesus tinha uma missão singular em seu ministério: fazer o Pai
conhecido dos homens; proclamar o Evangelho, ou seja, dizer ao mundo que Ele
havia vindo para salvar o mundo e tirar o pecado do mundo. Para
trazer o conhecimento do Pai ao homem, Jesus tinha de ser, antes de tudo,
Mestre. Este foi um título que Jesus jamais negou receber – “Vós me chamais Mestre e Senhor e dizeis bem, porque
eu o sou” (João 13:13).
Uma
das características fundamentais do mestre é ter e compreender os alvos do seu
ministério de ensino. Jesus, o Mestre dos mestres, tinha esta compreensão e
sabia que tinha de fazer o Pai conhecido dos homens. Para tanto, era necessário
dar atenção especial aos alunos, e para que o aluno fosse o elemento mais
importante, Jesus tinha que se fazer entendido e compreendido por eles, e isto
só seria possível se descesse ao nível do aluno, ou seja, se utilizasse de um
método a que o aluno estivesse acostumado e de elementos que permitissem que o
aluno entendesse as verdades espirituais a respeito de Deus. Para atingir este
objetivo, Jesus tinha de usar as parábolas, pois era o método que, a um só
tempo, permitiria que todo o povo de Israel, que eram os seus potenciais alunos
(Jesus havia vindo para as ovelhas perdidas da casa de Israel – Mt.15:24;
Jo.1:11), pudesse ter real acesso ao conhecimento do Pai, seja pelo fato de que
já estavam acostumados a este método de ensino, seja porque a linguagem
empregada permitiria uma fácil compreensão de todos quantos quisessem aprender.
3. Porque Jesus queira impedir que houvesse um bloqueio que
tornasse inacessível a Palavra de Deus ao seu povo. Como
entender desta forma, haja vista que Mateus informa que Jesus falava por
parábolas para que não fosse compreendido, tanto que só explicava as parábolas
para os discípulos? Jesus adaptou Seus métodos de ensino à capacidade de
entendimento daqueles que O seguiam. Ele não falou por meio de parábolas para
confundir as pessoas, mas para desafiá-las a descobrir o significado das
palavras que Ele proferia. A maior parte dos ensinamentos de Jesus era contra a
hipocrisia e as motivações erradas, características dos líderes religiosos
judeus da época. Se Jesus tivesse falado abertamente contra eles, Seu
ministério teria sido muito inábil. Aqueles que ouviam Jesus diligentemente
sabiam do que estava falando.
A
degradação espiritual dos israelitas, o orgulho e a teimosia do coração deles
tornaram impossível para eles ouvirem e entender as palavras de Deus. Toda a
sabedoria que os israelitas ouviram da boca de Jesus, e todas as maravilhas que
viram de sua mão nada tinha significado, porque “o coração deles estava
endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos, e fecharam os olhos”
(Mt.13:15).
E
mais: as Parábolas de
Jesus eram um abanador nas Suas mãos, que limparia sua eira da palha enquanto
purificava o trigo. Elas eram uma penetrante espada de dois gumes para
determinar se o coração de Seus ouvintes era orgulhoso ou humilde, teimoso ou
contrito (Hb.4:12). Esse é o significado da frase proferida por Ele: “pois ao que tem se lhe dará, e terá em abundância;
mas ao que não tem, até o que tem lhe será tirado” (Mt.13:12).
Todavia, aqueles que possuíam humildade em seu raciocínio e percepção estavam
destinados a ter um entendimento rico e verdadeiro do Reino do Céu, mas aqueles
que não tinham nada, ou pouco desse espírito, estavam destinados a perder até o
pouco entendimento que tinham. O Evangelho do Reino está assim moldado para
atrair e informar os humildes, enquanto afasta e confunde os orgulhosos.
O
maior juízo de Deus é entregar o homem aos seus próprios desejos
(Rm.1:24,26-28). Deus deu a Faraó muitas oportunidades para submeter-se às
advertências de Moisés. Diante da sua resistência, Deus disse: muito bem,
Faraó, faça-se a tua vontade. O Senhor então endureceu o coração de Faraó
(Ex.9:12). Deus não endureceu o coração de Faraó contra sua vontade. Ele
simplesmente confirmou o que Faraó livremente escolheu: resistir a Deus
(Rm.9:14-18).
Ouvir
a Palavra de Deus é uma experiência dinâmica. Seremos melhores ou piores por
ela. O mesmo sol que derrete a cera endurece a argila. Mas isso é a escolha que
o ouvinte, não o mestre, faz. As Parábolas não tornarão orgulhoso um coração
humilde, mas podem tornar humilde um coração orgulhoso, se estivermos dispostos
a permiti-lo. Isso, certamente, é o desejo maior do Mestre Jesus.
4. Porque Jesus desejava atrair a atenção do povo. Jesus desejava despertar a indagação,
despertar os indiferentes e impressionar-lhes o coração com a Verdade. Esse
tipo de ensino era popular e atraía a atenção do povo. O ouvinte sincero que
desejava obter maior conhecimento e compreensão das coisas divinas, poderia
compreender Suas palavras, pois o Mestre estava sempre pronto a explicá-las,
assim como fez com os discípulos na Parábola do Semeador (cf.Mt.13:36-39).
5. Porque o povo de Israel não poderia ter qualquer desculpa
com relação à rejeição do Messias. Jesus
ensinava por parábolas, usando imagens que todos pudessem compreender. Jesus
usou de elementos e de situações do dia a dia dos Seus ouvintes para transmitir
conhecimentos profundos a respeito de Deus e do relacionamento de Deus com o
ser humano. Cada aspecto da natureza era utilizado por Cristo para ilustrar
verdades. Os cenários da natureza criada por Ele, foram todos relacionados com
uma verdade espiritual, de tal forma que a própria natureza está revestida das
Parábolas do Mestre.
As
coisas espirituais estão acima da capacidade do homem natural, pois elas se
discernem espiritualmente e, sem o Espírito de Deus, não há como o homem
entender as coisas divinas (1Co.2:9-16). O ser humano, no pecado, não tem o
Espírito Santo e, portanto, é preciso que o ensino a respeito de Deus se faça
mediante instrumentos que permitam o ser humano, ao ouvir pela Palavra de Deus,
entender o que se está pregando, para que possa receber a fé, que é dom de
Deus, e, assim, se arrepender dos seus pecados e alcançar a salvação.
6. Para mostrar que só não compreende o Evangelho quem não
quer. As simples
palavras de Jesus podiam ser perfeitamente compreendidas por ouvintes sinceros,
e torná-los sábios para a salvação. Ao ensinar por parábolas, Jesus foi claro,
se fazia compreensível a todos, mas esta compreensão exigia uma disposição de aprendizado
por parte dos ouvintes, uma vontade de um maior aprofundamento, tanto que
somente os discípulos, depois de algumas parábolas, demonstravam interesse em
aprender as coisas de Deus e, assim, chegavam a pedir ao Senhor que lhes
explicasse a parábola do Semeador de forma mais detalhada. Jesus, assim, tinha
o objetivo de conhecer claramente quem estava e quem não estava interessado em
conhecer o Deus Pai; ou seja, Jesus queria saber quem, realmente, amava a Deus,
a ponto de não ser mais chamado servo, mas amigo do Senhor (João 15:15).
7. Porque o Mestre Jesus queria saber quem estava interessado
na salvação eterna. Através
do uso das Parábolas Jesus deixava bem claro, patente aos olhos de todos, quem
queria ser salvo e quem não queria. É, por isso, que, ao final do sermão do
monte, em uma das suas lições mais primorosas, Jesus equiparou aquele que ouvia
e praticava as Suas palavras como o homem sábio que edificou a sua casa sobre a
rocha. Ouvir Jesus é muito mais do que ouvir um mestre, do que assistir a uma
aula, é tomar uma decisão a favor ou contra o Reino de Deus, a favor ou contra
a Salvação da alma.
8. Porque era uma estratégia de sabedoria e de prudência de
Jesus. Entendemos
que o uso de Parábolas por Jesus estaria, também, relacionado com uma
estratégia de sabedoria e de prudência do Senhor para que, diante da oposição
crescente ao seu ministério, não tivessem seus adversários do que acusar o
Senhor antes de chegar o momento determinado. Entre as multidões que O
rodeavam, havia sacerdotes e rabinos, escribas e anciãos, herodianos e
maiorais, amantes do mundo, beatos ambiciosos que desejavam, antes de tudo,
achar alguma acusação contra Ele. Espias seguiam os seus passos, dia a dia,
para apanhá-lo nalguma palavra que lhe causasse a condenação e fizesse silenciar
aquele que atraia a Si o mundo todo. O Salvador compreendia o caráter desses
homens e apresentava a verdade de maneira tal, que nada podiam achar que lhes
desse ensejo de levar seu caso perante o Sinédrio. Em parábolas, Ele censurava
a hipocrisia e o procedimento ímpio daqueles que ocupavam altas posições, e, em
linguagem figurada, vestia a verdade de tão penetrante caráter que, se elas
fossem apresentadas como acusações diretas, eles não dariam ouvidos às suas
palavras e teriam tentado, a destempo, interromper o Seu ministério para o qual
foi designado pelo Deus Pai.
III.
COMO ENTENDER AS PARÁBOLAS DE JESUS
Sendo
de linguagem simbólica, as Parábolas pertencem ao grupo de textos da Bíblia
Sagrada cuja interpretação deve ser feita de forma cuidadosa e criteriosa, a
fim de se evitarem distorções doutrinárias que, infelizmente, são cada vez mais
comuns nos nossos dias.
Querer
entender as Parábolas de Jesus é sinal de que a pessoa está disposta a aprender
as verdades espirituais, teve despertada a sua atenção para as “coisas de cima”
(Cl.3:2). Somente os discípulos do Senhor podem ter reveladas as verdades
contidas nas Parábolas de Jesus (Mt.13:16,17).
Segundo
o Ev. Dr. Caramuru Afonso Francisco - em seu texto “As Parábolas nos Ensinos de
Jesus”, postado no PortalEBD de 2005 -, um correto entendimento das Parábolas
de Jesus exige:
1. Agir como os discípulos de Jesus. Para
que compreendamos as parábolas é necessário que nos aproximemos de Jesus como
fizeram os Seus discípulos. Estes, ao perceberem que a linguagem usada por
Jesus era simbólica, que se estava diante de uma parábola, eles se acercaram do
Senhor e procuram uma explicação (cf.Mt.13:10). E como nos aproximamos de
Jesus? Tendo uma vida de comunhão com Ele. Como se obtém comunhão com o Senhor?
Separando-se do pecado e vivendo uma vida de oração e de meditação nas
Escrituras Sagradas.
2. Ter o desejo e estar disposto a ouvir Jesus. A
pessoa deve estar disposta a ouvir Jesus, isto é, sua Palavra, acolhendo as
interpretações que já estão na Bíblia sem qualquer discussão. Antes de ser
indagado pelos discípulos, Jesus determinou que quem tivesse ouvidos, ouvisse
(Mt.13:9). É preciso que tenhamos condições de ouvir a Jesus, de ouvir a sua
Palavra, pois são as Escrituras que testificam do Senhor (João 5:39). Não se
poderá, pois, compreender corretamente uma parábola se não partir das próprias
Escrituras, pois quem interpreta a Bíblia é a própria Bíblia. Nos casos, em que
o próprio Jesus deu a interpretação para os discípulos, não há o que se
discutir, nem o que inventar. Estamos diante do que
os estudiosos da ciência da interpretação (a chamada “hermenêutica”) chamam
de “interpretação autêntica”, que é a interpretação feita pelo próprio autor do
discurso que será interpretado. Jesus interpretou algumas de suas parábolas e,
nestes casos, basta-nos apenas meditar e apreender o que Jesus explicou.
3. Seguir o mesmo método que Jesus usou, quando não houver uma
interpretação do próprio Jesus a respeito da parábola. Quando
observamos as interpretações que Jesus fez de Suas parábolas, percebemos
algumas atitudes que devem sempre ser seguidas por nós na interpretação
daquelas parábolas cuja interpretação não foi registrada na Bíblia, a saber:
a) Cada
elemento ou personagem da parábola está associado a uma verdade espiritual.
A parábola tem aplicação espiritual e esta
associação é a prova disto. Assim, por exemplo, na parábola do semeador, a
semente é a Palavra de Deus; o semeador é o pregador; o semeado é o ouvinte.
b) A
parábola tem sempre uma lição central, uma verdade a ser transmitida, que é
espiritual. O caráter espiritual, a verdade prática da Parábola é
o mais importante, e não algum pormenor ou detalhe insignificante. Assim, na
Parábola do Semeador, a semente que está à beira do caminho é o ouvinte de quem
foi tirado a Palavra pelo maligno. Não é caso de ficarmos discutindo de que
natureza é este caminho, os motivos pelos quais o semeador, ao semear, foi tão
negligente ou qualquer outro ponto que não é o cerne do ensino. Não devemos,
portanto, exagerar em pontos secundários das parábolas, pois estamos sujeitos a
obscurecer o principal. Outro exemplo é a parábola do Filho Pródigo, onde
devemos considerar os seguintes elementos: o pai representa o Amoroso Deus; o
filho mais novo ilustra o pecador espiritualmente perdido; e o filho mais velho
lembra o crente inconformado com a misericórdia divina em relação ao filho que
volta a usufruir os favores imerecidos do Pai Celeste. Por conseguinte, não se
deve preocupar em achar significado para os porcos, para as alfarrobas que
estes comiam etc.
c) Conhecer
o ambiente cultural e social da época em que a Parábola foi proferida. No
estudo das parábolas, é indispensável que tenhamos conhecimento do ambiente
cultural e social dos dias de Jesus, para que compreendamos bem o que Jesus
quis transmitir aos seus ouvintes daquela época, a fim de que façamos a devida
contextualização, ou seja, que tragamos a parábola para os nossos dias, pois,
embora as verdades transmitidas sejam eternas, é fundamental que, assim como
Jesus fez, tenhamos condições de, também, usarmos elementos do cotidiano, do
dia-a-dia dos nossos ouvintes (ou de nós mesmos), para que bem apliquemos os
ensinamentos do Senhor em nossas vidas. Afinal de contas, o objetivo de Jesus
não se dirigia apenas aos seus contemporâneos, mas a todos quantos aceitam o
seu nome (João 17:20).
Bem
diz o Pr. Wagner Gaby: “torna-se impossível entender as parábolas sem
vinculá-las ao seu contexto cultural e social, pois elas se referem às
experiências de pessoas que viveram na época de Jesus. Para tanto, torna-se
necessário identificar a conexão com as estruturas daquela sociedade. Quase um
terço dos ensinamentos de Jesus foi realizado através de parábolas. Ele contou
parábolas sobre a natureza (Mt.13:24-30), trabalho e salário (Lc.17:7-10),
e até sobre casamentos e festas (Mt.25:1-13). Jesus não falava de forma
genérica acerca da busca de Deus pelo perdido, mas sempre através de histórias
de experiências cotidianas, tais como a história sobre uma mulher que perdera
uma de suas dez moedas de prata, e que não descansou até encontrá-la
(Lc.15:8-10)” (LBM.CPAD).
d) Não
estabelecer doutrinas com base numa Parábola. As parábolas são
ilustrações de verdades bíblicas, portanto, não podem ser consideradas como
elementos capazes de produzir doutrina. Elas servem para ilustrar doutrinas e
não para estabelecê-las. Seu objetivo é ilustrar as verdades que Jesus quis
ensinar. A parábola tem por escopo mostrar um fato importante, dela não se deve
tirar, à força, lições de cada pormenor, pois algumas partes são apenas
complementos da história apresentada. Infelizmente, alguns intérpretes não
observam estes detalhes e avançam o sinal, trazendo ensinamentos estranhos à
Palavra de Deus.
4. Identificar a aplicação prática da Parábola. “Por meio de suas Parábolas Jesus levou aos seus ouvintes
a mensagem de salvação, conclamando-os a se arrependerem e crerem. Aos crentes,
desafiava-os a colocarem a fé em prática, exortando seus seguidores à
vigilância. Quando seus discípulos tinham dificuldade para entender as
parábolas, Jesus as interpretava (Mc.4:13-20). Assim, uma boa maneira de
identificar a aplicação prática de uma parábola é fazer as seguintes perguntas:
para quem a Parábola foi contada? Por que a Parábola foi contada? Qual é a moral
da Parábola? Existe algum ponto culminante na Parábola? Alguma interpretação é
dada na passagem para a Parábola?” (LBM.CPAD).
CONCLUSÃO
Como
exímio Mestre no uso das parábolas, Jesus estimulava o prazer de aprender,
retirava os alunos da condição de espectadores passivos dos conhecimentos para
que se tornassem agentes ativos do processo educacional, do processo de
transformação. Nas situações mais tensas, Ele não Se apertava, pois sempre
achava um espaço para pensar e contar uma parábola interessante que envolvesse
as pessoas que o cercavam. Jesus expressava ensinamentos complexos com
histórias simples; utilizava-se de fatos do dia a dia de farto conhecimento do
povo; estava sempre contando uma parábola que pudesse atrair as pessoas e
estimulá-las a pensar. Um mestre eficiente não apenas cativa a atenção dos seus
alunos e não causa náuseas quando os ensina, mas os conduz a imergir no conhecimento
que transmite.

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