O
TEMPO DE DEUS NA MINHA VIDA
Texto
Bíblico: Eclesiastes 3:1-8
Eclesiastes
3.1-8
1-Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o
propósito debaixo do céu:
O
tema do tempo de Deus em nossas vidas é um dos mais profundos e desafiadores da
Bíblia. Ele nos convida a confiar, ter paciência e aprofundar nosso
relacionamento com Ele, entendendo que Sua perspectiva é muito maior que a
nossa.
Aqui
está um estudo bíblico sobre o tempo de Deus, dividido em três pontos
principais.
1.
O Tempo de Deus é Perfeito e Soberano
A Bíblia nos mostra que Deus não está limitado pelo tempo da
mesma forma que nós. Enquanto vivemos em um "tempo cronológico" (a
sequência de horas, dias e anos), Deus opera em um "tempo de
oportunidade" ou "tempo perfeito" (kairoˊs em grego).
- Eclesiastes
3:11 é um dos
versículos mais conhecidos sobre isso: "Tudo fez formoso em seu
tempo; também pôs o mundo no coração do homem, sem que este possa
descobrir a obra que Deus faz desde o princípio até o fim." Essa
passagem revela que Deus tem um plano e um momento certo para cada coisa.
Ele não está apressado nem atrasado. Tudo o que Ele faz é perfeito e belo
no Seu devido tempo.
- 2
Pedro 3:8 nos dá uma
perspectiva eterna: "Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia
para o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia." Este
versículo nos lembra que o tempo de Deus é infinitamente diferente do
nosso. Nossos mil anos de espera podem ser um dia para Ele, e um dia de
espera pode nos parecer uma eternidade. A nossa ansiedade não altera o Seu
cronograma.
A
soberania de Deus sobre o tempo significa que Ele determina a hora certa para
que Suas promessas se cumpram. A pressa humana, muitas vezes, nos leva a tomar
atitudes precipitadas, como o rei Saul, que ofereceu um sacrifício antes da
chegada de Samuel, desobedecendo a Deus e perdendo seu reinado (1 Samuel
13:8-14).
2.
Paciência e Espera: o Teste da Nossa Fé
Se
o tempo de Deus é perfeito, então a nossa resposta deve ser a paciência. A
espera não é um período de inatividade, mas um tempo de amadurecimento e
fortalecimento da fé.
- Salmo
27:14 nos encoraja:
"Espera no Senhor, anima-te, e ele fortalecerá o teu coração; espera,
pois, no Senhor." Esperar em Deus é uma atitude ativa que envolve
ânimo, força e confiança. Não é passividade, mas uma espera com esperança.
- Hebreus
10:36 nos ensina:
"Porque necessitais de paciência, para que, depois de haverdes feito
a vontade de Deus, possais alcançar a promessa." A paciência é um
ingrediente essencial para receber as promessas de Deus. Ela nos prepara
para o que está por vir, moldando nosso caráter para que estejamos prontos
quando o tempo perfeito de Deus chegar.
Um
dos maiores exemplos de paciência é Abraão. Deus o chamou e fez uma promessa de
uma grande nação, mas ele teve que esperar muitos anos para ter seu primeiro
filho, Isaque. Durante esse tempo, ele cometeu erros, mas também demonstrou uma
fé extraordinária, que o tornou "pai da fé" (Hebreus 11:8-12). A
espera de Abraão não foi vazia, mas cheia de aprendizado e crescimento.
3.
Aproveitando o Tempo Presente: Remindo o Tempo
Entender
o tempo de Deus não significa ficar parado esperando. Pelo contrário, significa
viver cada dia com sabedoria, aproveitando as oportunidades que Ele nos dá.
- Efésios
5:15-16 nos exorta:
"Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como
sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus." "Remir o
tempo" significa aproveitar cada momento, fazendo o bem, buscando a
vontade de Deus e vivendo de forma que O honre.
- Gálatas
6:9 nos lembra:
"E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se
não houvermos desfalecido." Nossa perseverança em fazer o bem, mesmo
sem ver resultados imediatos, é uma semente que, no tempo certo de Deus,
dará frutos.
O
tempo de Deus em nossa vida é um chamado à confiança, à paciência
e à ação sábia. Ele está no controle e trabalha em nosso favor, mesmo
que não possamos ver ou entender tudo agora. A nossa parte é confiar, esperar e
viver cada dia com o coração voltado para Ele.
A MORDOMIA DO TEMPO –
"Portanto,
vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, remindo o
tempo, porquanto os dias são maus" (Ef.5:15,16).
Eclesiastes
3.1-8
1-Tudo
tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu:
2-há
tempo de nascer e tempo de morrer; tempo de plantar e tempo de arrancar o que
se plantou;
3-tempo
de matar e tempo de curar; tempo de derribar e tempo de edificar;
4-tempo
de chorar e tempo de rir; tempo de prantear e tempo de saltar;
5-tempo
de espalhar pedras e tempo de ajuntar pedras; tempo de abraçar e tempo de
afastar-se de abraçar;
6-tempo
de buscar e tempo de perder; tempo de guardar e tempo de deitar fora;
7-tempo
de rasgar e tempo de cozer; tempo de estar calado e tempo de falar;
8-tempo
de amar e tempo de aborrecer; tempo de guerra e tempo de paz.
INTRODUÇÃO
Neste
Estudo trataremos da Mordomia do Tempo. O Tempo é um fator fundamental da vida.
Saber administrá-lo é imprescindível, porém, é um grande desafio. Como
criaturas, somos submetidas ao tempo, mormente depois que entrou o pecado na
humanidade, de modo que a administração do tempo é um dos importantes desafios
que o crente tem para poder servir fielmente ao Senhor.
Uma
das grandes armas de nosso adversário está, precisamente, na tarefa de roubar o
nosso tempo. Muitas pessoas têm usado o seu tempo disponível de forma
desordenada e sem disciplina, e por isso tem a sensação de que o tempo é curto
para tudo o que realiza. Em qualquer cidade grande o que se observa é: pessoas
correndo, nervosas, atrasadas; motoristas avançando sinal, buzinando,
desesperados; pessoas que não conseguem cumprir os horários, pessoas que não
comparecem para cumprir compromissos assumidos, pessoas impontuais...escravos
“nas mãos” do tempo. A causa de tudo isto está na má administração do tempo. O
homem tem que ser senhor, e não escravo do tempo; precisa dominá-lo, e não ser
dominado por ele.
O
tempo é precioso e devemos remi-lo, como nos recomendam as Escrituras Sagradas
(Ef.5:16; Cl.4:5). Que possamos orar como o salmista: “Ensina-nos a contar os
nossos dias, de tal maneira que alcancemos coração sábio” (Salmos 90:12).
I.
CONCEITOS IMPORTANTES
1.
A palavra Tempo
A
expressão tempo deriva-se do latim, “tempus”, significando um período contínuo
e indefinido no qual os eventos se sucedem. No grego, língua na qual foi
escrito o Novo Testamento, tempo deriva-se “chronos”; de “chronos” temos
duas expressões bem populares: Cronologia e Cronômetro. Cronologia é
a ciência que cuida da medição do tempo, ou é a ciência das divisões do tempo e
da determinação da ordem e sucessão dos acontecimentos. Cronômetro é
um instrumento de precisão capaz de medir o tempo em frações de segundos.
Literalmente,
o tempo é uma sucessão de dias, meses, anos, horas, minutos e segundos, que dá
ao indivíduo uma noção de passado, presente e futuro. Enquanto o tempo é
dividido em milênios, séculos, anos, meses, semanas, dias, horas, minutos,
segundos, milésimos de segundos, a nossa vida é construída de incontáveis
momentos. O momento é uma unidade indivisível de tempo que ninguém pode
calcular.
2.
O Tempo na Bíblia e na Teologia
O
Tempo na Bíblia e na Teologia relaciona-se com os aspectos temporais e eternos
da vida humana.
a)
No princípio - a Eternidade. Só
Deus tem o atributo da eternidade. Ele não tem princípio e nem fim. Está
escrito: “... de eternidade a eternidade, tu és Deus’’(Sl.90:12). De Jesus, o
texto sagrado diz que Ele é o “... Pai da eternidade...” (Is.9:6).
Por
definição, eterno é o que não tem princípio e não terá fim; é diferente de
imortal. O imortal teve um princípio, só não terá fim. O eterno está acima
do tempo; o imortal está limitado dentro dele. O homem, bem como todas as
criaturas que compõem o mundo espiritual, incluindo Satanás, são imortais, mas
não são eternas, visto que tiveram um princípio de existência, o que os vincula
ao tempo.
Na
eternidade, onde Deus habita (Is.57:15), não se mede o tempo como nós medimos.
O Senhor pode, simultaneamente, responder as orações de milhões de pessoas
(Jr.33:3), dar comida aos corvos (Lc.12:24), fazer maravilhas (Sl.72:18), e
ainda compadecer-se e abençoar o parto das cabras monteses, bem como das
gazelas nas savanas africanas (Jó 39:1-3), dentre muitas outras tarefas
espalhadas por todo o imenso universo de aproximadamente trezentos bilhões de
galáxias. Isso não é nada para o Todo-Poderoso, o qual é o Pai da eternidade
(Is.9:6).
b)
A vida humana é temporal (Sl.90:10; Sl.103:15,16; Tg.4:14). Estes textos, dentre outros, afirmam que
vida física do ser humano é passageira, é temporal, por isso o tempo de sua
vida é precioso e precisa ser administrado de forma a aproveitá-lo bem.
“A duração da nossa vida é de setenta anos, e se alguns, pela
sua robustez, chegam a oitenta anos, o melhor deles é canseira e enfado, pois
passa rapidamente, e nós voamos” (Sl.90:10).
“Porque o homem, são seus dias como a erva; como a flor do
campo, assim floresce; pois, passando por ela o vento, logo se vai, e o seu
lugar não conhece mais” (Sl.103:15,16).
c)
O Tempo da vida do ser humano após a morte. Neste mundo terrenal, a vida do ser humano é temporal.
Todavia, após a morte, ele vai viver eternamente, com Deus ou sem Deus. A
escolha é do ser humano. A garantia de uma eternidade ditosa está na mordomia,
sábia e piedosa, do tempo em que vivermos nesta vida. Aqui, no mundo terrenal,
a vida é mais que respirar, comer, beber, dormir, trabalhar e se mover sobre a
terra. Há algo além dessa vida física e material que deve estar na nossa
consciência. Jesus disse: “Não é a vida mais do que o mantimento, e o corpo
mais que o vestido?” (Mt.6:25). Disse o apóstolo Paulo: “Se esperamos em Cristo
só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens” (1Co.15:19).
3.
Deus é o Criador e o Senhor do Tempo
Foi
Deus quem criou o tempo; ele foi criado para que pudéssemos estabelecer uma
ordem nas tarefas que nos foram determinadas para fazer. Deus é um Deus de
ordem e quer que o homem, como Sua imagem e semelhança, seja, também, ordenado
como Ele. Para tanto, criou o tempo.
Deus
estabeleceu um tempo para todas as coisas debaixo do sol (Ec.3:1), e tem um
propósito para todas as suas obras, pois não faz nada ao acaso. Ele criou o
mecanismo para contar e dividir o tempo.
“E disse Deus: haja luminares na expansão dos céus, para
haver separação entre dia e noite; e sejam eles para sinais e para tempos
determinados e para dias e anos” (Gn.1:14).
Isto
Deus fez não porque ele precisasse do tempo; Ele é o Senhor do Tempo e não pode
ser limitado por ele - “um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como
um dia” (2Pd.3:8). Quando Deus criou todas as coisas, fê-lo sobre a perspectiva
do tempo. Com efeito, as Escrituras indicam, logo no seu início, que "no
princípio, criou Deus os céus e a terra"(Gn.1:1), revelando, portanto, que
o tempo é algo próprio e adequado para as criaturas. A maioria dos estudiosos
da Bíblia concorda que esse "princípio" é indefinido, pois é o
"tempo de Deus", ou o seu kairós. João 1:1,2 expressa
esse mesmo princípio – “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com
Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus”.
3.1.
A origem do Tempo - Chronos. A partir do século XX, com o surgimento da teoria
do Big Bang, a maioria dos cientistas passou a defender que o
universo teve um marco inicial há mais de 13 bilhões de anos, quando um
"átomo primordial" teria explodido, dando origem a tudo.
Porém,
inexistem dados aferíveis cientificamente que comprovem a hipótese do Big
Bang, como também não há revelação bíblica que indique a ocorrência de uma
grande explosão no passado remoto, que tivesse liberado energia criadora.
Aliás, uma explosão tem como resultado uma desorganização, e o universo é
perfeitamente organizado e equilibrado, regido por leis impressionantemente e
intencionalmente definidas.
Tanto
a Bíblia como a ciência concordam que o universo teve um início. Assim, se
houve um início para o universo, é inegável admitir que existiu uma época -
antes de Génesis 1:1 - em que não havia matéria, nem espaço para a conter, como
também não havia tempo a ser contado (chronos). Era apenas a eternidade.
Então, Deus decidiu criar todas as coisas, submetendo-as às regras do tempo.
Portanto,
o “chronos” - termo grego para "tempo", que pode ser
medido, contado e definido -, teve um princípio, foi criado por Deus; ele pode
ser medido, dividido, analisado ou estudado. Além de incluir o "dia"
de 24 horas, também se refere a semanas, meses, anos, décadas etc.
A
importância do “chronos” se dá, dentre outras coisas, pela
necessidade do estabelecimento de ciclos para todas as obras formadas, bem como
para que o homem, a obra prima da criação, pudesse conhecer e buscar a Deus.
3.2.
O tempo de Deus - Kairós. “Kairós” é
uma palavra de origem grega, que significa "momento certo",
"tempo oportuno", em oposição a “chronos”, que traz
a ideia de tempo sequencial, cronológico, quantitativo.
-O
salmista sabia disso,
por isso se expressou: “Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem
que passou, e como a vigília da noite” (Sl.90:4).
-O
apóstolo Pedro revelou
que, para Deus, o tempo não pode ser avaliado com as mesmas categorias humanas
de medição: "Mas, amados, não ignoreis uma coisa: que um dia para
o Senhor é como mil anos, e mil anos, como um dia" (2Pd.3:8).
-Jesus também ensinou que não se pode
definir o tempo de Deus, o “Kairós” - "E disse-lhes: Não vos
pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu
próprio poder" (At.1:7).
3.3.
Chronos x Kairós. O
nosso tempo é o “Chronos”, que significa o tempo medido em
semanas, horas e minutos, o tempo que corre; nós o usamos para alcançar um fim.
Queremos o máximo de chronos para fazer o máximo de coisas.
Por isso é que andamos fisicamente fatigados e emocionalmente estressados.
O
Tempo de Deus é o “Kairós”, o
tempo indeterminado em que algo especial acontece. Não pode ser medido e sim
vivido. Dificilmente, Chronos coincidirá com Kairós. Portanto,
estabelecer prazo para Deus cumprir o desejo de alguém, por mais piedosa que
ele seja, é atentar contra a soberania de Deus.
Muitas
vezes queremos que as coisas aconteçam na nossa hora, mas Deus sabe o momento
certo para agir na nossa vida. A grande lição é saber esperar o tempo certo,
pois é assim que o livro de Eclesiastes 3:1-10 nos ensina – “tudo tem o
seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu” (Ec.3:1).
Todavia,
esperar não é uma tarefa fácil, principalmente na atualidade, onde as pessoas
vivem sob a pressão do imediatismo. Hoje, tudo tem que ser instantâneo,
imediato; até mesmo as bênçãos de Deus ninguém quer esperar. Contudo, saber
aguardar o momento certo, o Kairós de Deus, é uma virtude que
toda pessoa de Deus precisa apreender.
Em
determinadas situações, não podemos fazer absolutamente nada, a não ser esperar
e confiar que os planos do Eterno jamais poderão ser frustrados. Essa certeza
faz com que os servos de Deus esperem, com paciência e sem amargura ou dor,
naquele que pode todas as coisas.
II.
A MORDOMIA DO TEMPO
A
Doutrina da Mordomia se assenta em dois pilares: na existência de um Senhor, o
dono dos bens, e na existência de um servo a quem o Senhor confia os seus bens
para serem administrados, ou cuidados. Pela Bíblia sabemos que Deus é o
Senhor, o dono de todas as coisas que por Ele foram feitas ou criadas. Entre
todas estas coisas está o Tempo. Assim, o tempo não apenas pertence como também
está sob o controle de Deus. As coisas, as mais variadas, como salientou
Salomão em Eclesiastes 3:1-8, só acontecem por sua vontade e determinação, e de
acordo com o tempo que Ele estabelecer.
1.
Remindo o Tempo
O
tempo é um bem precioso e devemos remi-lo, como nos recomendam as Escrituras
(Ef.5:16; Cl.4:5). Remir o tempo significa usá-lo com sabedoria para as
coisas que são verdadeiramente importantes.
“Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas
como sábios, remindo o tempo, porquanto os dias são maus" (Ef.5:15,16).
O
Tempo é irreversível, é
o único bem que não podemos recuperar. As Escrituras ensinam que nem todo tempo
é igual e que, passado este tempo, não haverá mais o que se fazer (Dn.5:26;
Mt.25:10-13). Um provérbio chinês muito conhecido diz que quatro coisas não
voltam atrás, e uma delas é o tempo perdido. Quando vemos a narrativa da
criação, verificamos que, quando um dia terminava, ele não podia voltar mais.
Ao dia primeiro, seguiu-se o segundo, ao segundo, o terceiro, e assim por
diante, precisamente porque o tempo é irreversível. Várias passagens das
Escrituras mostram-nos esta realidade.
Se
há um tempo determinado para cada coisa, este tempo, também, é único. Não se
pode perder a oportunidade.
-Salomão deixou bem claro que há um tempo para
cada ação e que, passado este tempo, ele é irreversível (Ec.3:1-8).
-O
salmista afirma que
fazia a sua oração num tempo aceitável (Sl.69:13).
-O
profeta diz que Deus
ouviu o Seu servo no tempo favorável (Is.49:8) e que devemos buscar ao Senhor
enquanto se pode achá-lo (Is.55:6).
-O
poeta, por sua vez,
afirma que o inverno passou, assim como a chuva cessou e que o tempo de cantar
chegou (Ct.2:11,12).
-O
próprio Deus, ao
informar a Noé o Seu compromisso com o homem em não mais mandar um dilúvio
sobre a terra, fez questão de lembrar o patriarca a respeito da sucessão
irreversível do tempo (Gn.8:22).
Portanto,
“remir o tempo”, é a palavra de ordem bíblica que deve ser atendido por todos
os crentes. Infelizmente, milhares de pessoas que se dizem crentes, não estão
remindo o seu tempo, mas desperdiçando-o com coisas inúteis e fofocas nas redes
sociais. Certamente, Deus requererá de cada um de nós a devida prestação de
contas.
2. Contar
o Tempo
Moisés,
certa vez, orou a Deus pedindo: "Ensina-nos a contar os nossos dias, de
tal maneira que alcancemos coração sábio" (Sl.90.12). O grande problema de
muitas pessoas é que deixam para pensar sobre o fim da existência terrena
somente quando lhes resta bem pouco tempo.
Contar
os dias é uma atitude de sabedoria, pois significa ter em perspectiva a
iminência da morte, o que garante um melhor entendimento sobre como aproveitar
os dias de vida. É preciso nos conscientizar de que a vida é passageira, “e um
vapor que aparece por um pouco, e depois desaparece” (Tg.4:14).
Muitos
dizem, principalmente nestes tempos pós-modernos: “não tenho tempo”. Mas, a
questão toda não é a falta de tempo, e, sim, nosso critério de prioridades no
tempo que dispomos. Algumas ocasiões podem causar a expressão “não tenho
tempo”: primeiro, a sobrecarga de atividades; segundo, as coisas que fazemos
dentro desse tempo, são elas prioritárias, ou são secundárias? terceiro, qual é
o critério de prioridades que usamos na escolha das coisas que vamos fazer?
Está escrito que na vida do serviço cristão devemos dar prioridades ao “reino e
Deus” (Mt.6:33).
Um
homem normal possui muitos sonhos; é natural que possua; sonhar é preciso. Um
homem normal possui muitos projetos de vida. Porém, o tempo de vida nunca será
suficiente para a realização de todos os nossos sonhos e para a concretização
de todos os nossos projetos. Daí, se esse homem normal for um homem de Deus,
conhecedor da Bíblia Sagrada, uma vez consciente da brevidade desta vida
presente e da eternidade da vida futura, ele terá, então, que eleger
prioridades para o uso do seu tempo.
Deus
quer, portanto, que aprendamos a contar os nossos dias, isto é, que
administremos o nosso tempo, de tal forma que nos faça bem e que glorifique a
Deus.
3. A
prestação de contas
Deus
deu o tempo (chronos) exclusivamente para o ser humano. Ele é nosso, é próprio
da humanidade, é um dom de Deus a cada ser humano. Ora, se o tempo é um dom que
Deus nos concedeu, concluímos que, como dom, devemos saber como administrá-lo.
Um Dia nos apresentaremos diante de Deus, e Ele nos cobrará por tudo que
fazemos, inclusive a má administração do nosso tempo.
Tudo
o que administramos com relação ao nosso corpo, alma e espírito - as faculdades
físicas, emocionais e espirituais -, daremos conta a Deus. Sim, o Criador nos
cobrará acerca do que fizemos com o nosso tempo. Está escrito: “Porque todos
devemos comparecer ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o
que tiver feito por meio do corpo, ou bem ou mal” (2Co.5:10).
III.
COMO APROVEITAR BEM O TEMPO
Dentro
dos princípios da Mordomia do Tempo, devemos aproveitar o tempo de forma sábia,
equilibrada e abalizada nas Escrituras Sagradas.
1.
Prioridades para aproveitar o Tempo
Pela
ordem crescente, estas são as principais prioridades para o servo de Deus
aproveitar o seu Tempo: o Tempo deve ser dedicado a Deus; o Tempo deve ser
dedicado à Família; o Tempo deve ser dedicado à Igreja; o Tempo deve ser
dedicado a si mesmo.
a)
Tempo para ser dedicado a Deus. Entre
os que não conhecem a Palavra de Deus há quem deixe Deus para o fim da fila de
suas prioridades. Porém, para o verdadeiro cristão, Deus tem que ser uma
prioridade ímpar. O Senhor Jesus disse: “Mas buscai primeiro o Reino de Deus, e
sua justiça...” (Mt.6:33).
Por
mais ocupados que sejamos, o tempo de Deus tem que ser encontrado, separado e
dedicado a Ele. Deus não pode ficar na dependência do “se houver tempo”. Moisés
exortou Israel neste sentido: “Guarda-te, e que te não esqueças do Senhor, que
te tirou da terra do Egito, da casa da servidão” (Dt.6:12). Não encontrar tempo
para Deus, esquecer-se dele é tão grave que o Salmista declarou: “Os ímpios
serão lançados no inferno e todas as gentes que se esquecem de Deus” (Salmo
9:17).
No
exercício da Mordomia Cristã do tempo, o bom Mordomo tem que dar prioridade a
Deus no tempo de sua vida. Davi entendeu isto, face à sua declaração no
Salmo 27:4: “Uma coisa pedi ao Senhor, e a buscarei: que possa morar na casa do
Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a formosura do Senhor, e
aprender no seu Templo”. Sem esta prioridade dedicada a Deus as demais coisas
podem não existir.
Portanto,
todo cristão autêntico precisa reservar tempo para Deus. Devocional diário,
oração e estudo da Palavra não podem faltar em nossa vida piedosa.
b)
Tempo para ser dedicado à Família. Na
ordem das prioridades, segundo a Bíblia, a Família deve ocupar o segundo lugar
na vida de um homem de Deus – em primeiro lugar, Deus; em segundo lugar, a
Família.
No
exercício da Mordomia Cristã do Tempo qualquer homem que não encontrar tempo
para sua família, será um mau Mordomo do Tempo. Exorta o apóstolo Paulo: "Mas,
se alguém não tem cuidado dos seus e principalmente dos da sua família, negou a
fé e é pior do que o infiel" (1Tm.5:8).
Qualquer
pessoa, homem ou mulher, que ocupar todo o seu tempo, mesmo que seja em causas
nobres e meritórias, como o estudar e trabalhar visando dar condições melhores
à própria família, falhará no exercício da Mordomia do Tempo, porque a Família
poderá não subsistir para desfrutar desse futuro melhor. Isto tem ocorrido, com
frequência.
O
homem precisa ter tempo para sua esposa; a esposa precisa ter tempo para seu
marido. Qualquer atividade, incluindo aquela desenvolvida na Obra do Senhor que
vier tirar o tempo de convivência do casal, será uma atividade indevida no
exercício da Mordomia do Tempo.
É
claro que não estamos afirmando que marido e esposa devam dedicar todo tempo
disponível um ao outro, em prejuízo da Igreja ou da Obra do Senhor. Estamos
afirmando que parte desse tempo disponível tem que ser dedicado, com prioridade
à família, porque são as famílias que formam a Igreja. Famílias bem
estruturadas formam Igrejas bem estruturadas.
Ouve-se
falar de jovens que se casam e continuam dedicando todo o tempo disponível às
atividades da Igreja, contrariando o ensino de Paulo, em 1Corintios 7:33;
ouve-se falar em Obreiros, principalmente evangelistas e irmãs missionárias que
dedicam todo o tempo à Obra do Senhor, relegando a família a um plano
terciário, visitando-a quando possível. Deus não separa casais. Quem age desta
forma está falhando no exercício da Mordomia do Tempo e quebrando a prioridade
estabelecida pela Palavra de Deus. Para estas pessoas, talvez Paulo diria: “Não
vos defraudeis um ao outro...” (1Co.7:5).
Os
pais, no exercício da
Mordomia do Tempo, se forem bons Mordomos, terão que encontrar tempo para o
convívio com os filhos, principalmente, se menores.
Os
filhos, mesmo os
casados, terão que encontrar tempo para o convívio com os pais. Os pais serão
sempre pais e como tal precisam ser tratados.
A
Bíblia diz a todos os filhos, de todas as idades, casados ou não, seja qual for
a posição social, financeira ou econômica: “honra a teu pai e a tua mãe...” (Ef.6:2).
Não haverá bom crente, sendo mal pai; não haverá bom crente, sendo mal filho.
c)
Tempo para ser dedicado à Igreja. No
exercício da Mordomia do Tempo o bom Mordomo tem que encontrar tempo para a
Igreja, para se dedicar à Obra do Senhor. Tem que, na vocação em que foi
chamado, dar a sua contribuição. Ninguém que conhece a Palavra de Deus poderá
alegar ser desnecessário na Obra do Senhor.
A
Igreja é comparada a um corpo. Paulo diz que o corpo “é um, e tem muitos
membros, e todos os membros, sendo muitos, são um só corpo” (1Co.12:12). Nenhum
dos muitos membros foi colocado no corpo, sem função. Toda vez que um membro,
por mais insignificante que possa parecer, não cumpre a sua função, prejudica
todo o funcionamento do corpo. Assim é, também, na Igreja.
É
necessário, pois, que cada crente encontre tempo para cumprir a sua função na
Igreja, do contrário, falhará no exercício da Mordomia Cristã do Tempo.
d) Tempo para ser dedicado a si mesmo. O
apóstolo Paulo exortou a Timóteo a cuidar de si mesmo (1Tm.4:16) – “Tem cuidado
de ti mesmo...”.
O
apóstolo João desejou ao destinatário de sua terceira Carta que tudo fosse bem
em toda as coisas (3Jão 1:2) – “Amado, desejo que te vá bem em todas as
coisas e que tenhas saúde, assim como bem vai a tua alma”.
Assim,
além de cuidar da vida espiritual, a Palavra de Deus mostra que é importante
cuidar da parte física, emocional, buscando o equilíbrio interior, que tanto
beneficia a mente e o corpo.
2.
Usar o Tempo sabiamente
Deus
dá ao indivíduo 24 (vinte quatro horas): 08(oito) horas para trabalhar,
08(oito) para descansar, e ainda sobra 08(oito) horas. Mesmo assim, por falta
de um bom planejamento do tempo, ou por causa do mau uso dele, o indivíduo,
muitas vezes, se queixa da falta de tempo. Para aproveitar bem o tempo,
sabiamente, devemos:
a)
não desperdiçar o Tempo disponível. Não
há banco de acumulação de tempo; ele não é como o dinheiro que podemos acumular
e utilizar depois. O tempo tem que ser usado à medida que ele é disponibilizado
em nossa vida. Uma vez que se deixe de utilizá-lo, não se pode mais recuperá-lo
definitivamente. Por isso, cada momento em nossa vida é precioso.
Quantas
vezes perdemos tempo em atitudes fúteis e inúteis, e em atividades que
prejudicam a alma e o corpo! Muitas dessas atividades inúteis afetam a
consciência e entristecem o Espírito Santo (Ef.4:30,31). Davi, quase que perde
o trono, e bem pior, a presença do Espírito Santo de forma definitiva em sua
vida, por causa de atitudes inúteis. Infelizmente, milhões se perdem porque
desperdiçam o seu tempo com coisas inúteis, fúteis, que resultam em perdição
eterna.
b)
planejar bem o Tempo disponível. Devemos
planejar todas as nossas atividades de forma a preencher o tempo disponível.
Qualquer atividade nossa sem planejamento, corre o risco de não ser executada.
A Mordomia do Tempo requer inteligência, por isso nesse planejamento deve haver
precisão, objetivos e programação. A previsão visa estimar o futuro de nossas
atividades. Com os objetivos estabelecidos podemos determinar os resultados a
serem alcançados.
c)
manter-se equilibrado no uso do Tempo disponível. A palavra “equilíbrio” leva-nos a
pensar numa balança de dois pratos. O desiquilíbrio do tempo está em dar mais
peso para um lado da balança que o necessário. A Bíblia fala de equilíbrio
quando diz: “Andeis como é digno da vocação com que fostes chamados” (Ef.4:1).
A palavra “digno” tem na sua raiz o sentido de equilíbrio.
Ter
equilíbrio não é algo que se conquista ou cai do céu. Equilíbrio se aprende, e
aprende muitas vezes errando, outras vezes estudando, meditando, praticando e
sendo provado.
Muitas
pessoas dentro das igrejas, hoje, encontram-se desequilibradas, pois não foram
transformadas pelo evangelho; são pessoas montanha russa: hoje está lá em cima,
amanhã lá embaixo; hoje crê em Deus, amanhã já não sabe mais se Deus existe e
ouve suas orações; vive de emoções e moveres espirituais sem fundamento
bíblico.
Para
encontrar equilíbrio o cristão deve: conhecer a Deus e obedecer aos seus
mandamentos (João 17:3); renunciar a si mesmo (Mt.16:24); seguir o exemplo de
Cristo (1João 2:6); viver em humildade (Gl.5:26); ter domínio próprio
(Gl.5:22); exercitar o amor, que é o fruto excelente do Espírito (João 13:34;
Gl.5:22; 1Co.cap.13).
CONCLUSÃO
Aprendemos
que no exercício da Mordomia Cristã do Tempo o indivíduo tem que ser senhor e
não escravo do tempo. Não podendo realizar todos os seus sonhos e concretizar
todos os seus projetos, precisa, então, remir o tempo e eleger as prioridades,
de acordo com a Palavra de Deus. Assim é que:
Se
o indivíduo tiver tempo para tudo, mas não encontrar tempo para Deus, será um
mau mordomo do tempo.
Se
o indivíduo tiver tempo para tudo, mas não encontrar tempo para sua Família,
será um mau mordomo do tempo.
Se
o indivíduo tiver tempo para tudo, mas não encontrar tempo para a Igreja, será
um mau mordomo do tempo.
Se
o indivíduo gastar o seu tempo em coisas fúteis, ou sem valor, terá que prestar
conta desse tempo perdido, porque o tempo pertence a Deus.
Devemos
remir o tempo, aproveitando-o de modo a glorificar a Deus e a honrá-lo enquanto
estivermos neste mundo terreno, com os nossos olhos voltados para "Sião
celeste". Ali, junto ao Senhor Jesus, desfrutaremos plenamente da vida
eterna. A morte não terá poder sobre nós. Amém!
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