sexta-feira, 8 de agosto de 2025

TABERNÁCULO - UM LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS.

 

 TABERNÁCULO - UM LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS.

 

TEXTO BÍBLICO:

“E me farão um santuário, e habitarei no meio deles.” (Êx 25.8)

 

Desde a criação Deus estabeleceu com os homens um relacionamento íntimo e de comunhão (Gn.3:8), para que lhe fosse prestado culto de louvor e adoração. Noé e seus descentes, assim como os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó mantinham viva essa relação cultual por meio de sacrifícios prestados em altares de pedra (Gn.8:20; Gn.12:7; 26:25; 35:1,2).

Após o Êxodo, Deus desejava habitar no meio de Israel, por isso Ele ordenou e orientou a Moisés que, juntamente com o povo recém-liberto da escravidão do Egito, estabelecesse um local e um ritual para o culto que deveriam prestar a Ele (Êx.25-30). Esse lugar seria o “Tabernáculo” (hebraico mikadesh, santuário), um lugar de adoração ao único Deus verdadeiro.

O Tabernáculo é descrito na Bíblia com várias acepções e uma delas é a de "Tenda", que se podia armar e desarmar. A sua função principal era a de servir como o lugar de encontro entre Deus e o homem.

O Tabernáculo é também chamado de "Tenda do Testemunho" (Nm.9:15). Era neste recinto, relativamente simples, que Deus encontrava-se com seu povo - "...à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali" (Êx.29:42). Este lugar era santo e consagrado ao culto de Jeová, o Deus vivo e eterno.

Como é grande o contraste entre este Santuário e os santuários ou templos encontrados no Egito, Babilônia e Grécia, nos quais eram entronizados os ídolos mudos e mortos das religiões falsas; no culto a estas divindades prevalecia a mais vergonhosa imoralidade. Mas, no Santuário do Deus santo de Israel encontramos a santidade, a pureza e a reverência.

O Tabernáculo, bem como o Templo de Salomão simbolizavam a Igreja edificada "para morada de Deus em Espírito" (Ef.2:22). Simbolizavam também o próprio crente cujo corpo "é o templo do Espírito Santo" (1Co.6:19). Ademais, o Tabernáculo representava, por tipos, a realidade suprema do Céu, onde agora mesmo, Cristo, o nosso Sumo Sacerdote, comparece "por nós, perante a face de Deus" (Hb.9:24).

O Tabernáculo foi, durante os anos de peregrinação pelo deserto, o lugar de encontro de Deus com o seu povo; ali, o Todo-poderoso revelou-se e recebeu adoração (Êx.40:34,35). Esse santuário simbolizava a verdade de que lugares secos e áridos se enchem de vida com a presença de Deus entre o Seu povo.

“Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo, de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo” (Êx.40:34,35).

A ideia central do Tabernáculo era que Deus habitava entre o seu povo; sua plena realização encontra-se na encarnação de Cristo:

“E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (literalmente, fez tabernáculo entre nós, João 1:14).

Daí que se chama Emanuel, “Deus conosco” (Mt.1:23). Em nossos dias a presença de Deus se manifesta na Igreja por meio do Espírito Santo que habita nos cristãos (Ef.2:21,22).

“no qual [Jesus Cristo] todo o edifício, bem ajustado, cresce para templo santo no Senhor, no qual também vós juntamente sois edificados para morada de Deus no Espírito”.

O Tabernáculo chamava-se, em regra geral:

"tenda" ou "tabernáculo", porque a sua cobertura exterior asseme­lhava a uma tenda.

"tenda da congregação", porque ali Deus se reunia com o seu povo (Êx.29:42-44).

"tabernáculo do testemunho" (Êx.38:21), porque continha a Arca e as Tábuas da Lei - testificava da santidade de Deus e da pecaminosidade do homem.

 "santuário" (Êx.25:8), porque era um lugar de culto ao Senhor e de sua santa presença.

O propósito divino

Embora em sentido literal seja impossível que a presença de Deus se limite a um lugar (Atos 7:48,49), pois "o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos", o Tabernáculo tinha um propósito precípuo: lembrar ao povo que ele possuía o privilégio incomparável de ter o Senhor no meio de Israel.

No Tabernáculo, Deus se fazia presente como Rei do seu povo e recebia culto de louvor e adoração. Para além disso, o Tabernáculo também era o símbolo do relacionamento e da intimidade do ser humano com Cristo.

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração (…). Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois, quem fez a promessa é fiel” (Hb.10:19-23).

Entendendo melhor...

O Tabernáculo, descrito com detalhes a partir do capítulo 25 do livro de Êxodo, foi o santuário móvel que Deus ordenou que o povo de Israel construísse no deserto. Sua principal finalidade era ser a habitação de Deus no meio de seu povo, um lugar onde a sua presença pudesse residir e onde o povo pudesse se encontrar com Ele de forma ordenada e santa.

A construção do Tabernáculo não foi uma ideia humana, mas um projeto divino. Deus forneceu a Moisés no Monte Sinai as instruções exatas sobre como construí-lo, desde a estrutura geral até os menores detalhes dos utensílios e as vestimentas sacerdotais. A Bíblia ressalta que tudo deveria ser feito "conforme o modelo que eu te mostrarei" (Êxodo 25:9). Isso demonstra a importância da obediência aos comandos divinos e o caráter sagrado de cada elemento.

A construção do Tabernáculo dependeu da generosidade do povo. Moisés solicitou ofertas voluntárias de materiais preciosos como ouro, prata, bronze, tecidos e peles, e a resposta dos israelitas foi tão grande que, em certo momento, foi preciso pedir que parassem de trazer ofertas, pois já havia mais do que o suficiente.

As Partes do Tabernáculo

O Tabernáculo era dividido em três partes principais, que representavam uma progressão na aproximação a Deus:

  • O Pátio Externo: Era o espaço ao ar livre cercado por uma cortina de linho. Ali ficavam o Altar de Holocausto, onde os sacrifícios eram feitos para a expiação dos pecados, e a Pia de Bronze, usada pelos sacerdotes para a purificação. O bronze, frequentemente associado ao julgamento divino, servia como lembrete da necessidade de purificação e perdão.
  • O Santo Lugar: Dentro da tenda, o Santo Lugar era a primeira divisão, acessível apenas aos sacerdotes. Neste espaço, encontravam-se três objetos:
    • A Mesa dos Pães da Proposição: Onde doze pães (um para cada tribo de Israel) eram colocados, simbolizando a provisão e a comunhão de Deus com seu povo.
    • O Candelabro de Ouro (Menorá): A única fonte de luz no compartimento, que simbolizava a luz de Deus em meio ao seu povo.
    • O Altar de Incenso: Onde os sacerdotes queimavam incenso, representando as orações do povo subindo a Deus.
  • O Santo dos Santos: O lugar mais sagrado, separado do Santo Lugar por um véu espesso. Somente o sumo sacerdote podia entrar aqui, e apenas uma vez por ano, no Dia da Expiação. No Santo dos Santos ficava a Arca da Aliança, a peça central do Tabernáculo, que continha as tábuas da Lei, um pote de maná e a vara de Arão. A tampa da arca era chamada de Propiciatório, o trono de misericórdia onde Deus se encontrava com seu povo.

O Significado do Tabernáculo

O Tabernáculo não era apenas uma estrutura física; ele era uma rica representação da presença de Deus e da forma como o ser humano pode se relacionar com Ele. Cada detalhe, desde as cores dos tecidos até os materiais usados, apontava para verdades espirituais.

O principal simbolismo do Tabernáculo é o da presença de Deus no meio do seu povo. Era um sinal visível de que, apesar da santidade de Deus e do pecado do homem, Ele desejava habitar entre os israelitas e conduzi-los. Além disso, a estrutura e os rituais do Tabernáculo prefiguravam a obra redentora de Jesus Cristo.

Com a morte de Jesus na cruz, o véu do templo de Jerusalém (que sucedeu o Tabernáculo) se rasgou de alto a baixo. Esse evento, registrado nos evangelhos, simbolizou que o caminho para a presença de Deus não estava mais restrito a um lugar ou a um sumo sacerdote. Jesus se tornou o sacrifício perfeito e o acesso direto a Deus, cumprindo o que o Tabernáculo e seus rituais apenas antecipavam.

O Tabernáculo tinha os seguintes propósitos:

-Primeiro, proporcionar um lugar onde Deus se manifestasse entre seu povo (Êx.25:8; 29:42-46; Nm.7:89). Ali o Rei invisível podia encontrar-se com os representantes de seu povo e eles com o Rei. Até aquele momento, Deus já havia se manifestado várias vezes em favor de Israel, mas não fora visto ainda “no meio deles”. Quando Deus falava a Moisés no Monte Sinai, o povo assistia à distância, impactado pela visão dos raios projetados lá de cima. Agora, porém, Deus está dizendo que a sua presença, que os assistira até ali, estaria permanentemente no meio do arraial, representada por um santuário erguido sob Sua orientação. O Tabernáculo lembrava também aos israelitas que Deus os acompanhava em sua peregrina­ção.

-Segundo, ser o centro da vida religiosa, moral e social. O Tabernáculo sempre se situava no meio do acampamento das doze tribos (Nm.2:17), e era o lugar de sacrifício e centro de celebração das festas nacionais.

-Terceiro, representar grandes verdades espirituais que Deus desejava gravar na mente humana, tais como sua majestade e santidade, sua proximidade e a forma de aproximar-se de um Deus santo. Os objetos e ritos do Tabernáculo também prefiguravam as realidades cristãs (Hb.8:1,2, 8:11; 10:1). Desempenhavam um papel importante em preparar o povo de Israel para receber a obra sacerdotal de Jesus Cristo.

Observação: O Tabernáculo não é morada de Deus, mas dos homens, e seu principal objetivo é o de aperfeiçoar a condição humana à condição divina. Está escrito: “... e habitarei no meio deles (Êx.25:8b), ou seja, entre eles, e não “nele”. Com isso se chega à absoluta negação do antropomorfismo, no sentido de morada de Deus.

A planta do Tabernáculo



Todos os detalhes foram feitos de acordo com o desenho que Deus mostrou a Moisés no Monte Sinai (Êx.25:9,40; 26:30;35:10). Isto nos ensina que foi o próprio Deus quem determinou os pormenores relacionados com o culto verdadeiro.

“Conforme tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis, assim mesmo o fareis. Atenta, pois, que o faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte” (Êx.25:9,40).

Podemos entender com isto que Deus não aceita as invenções religiosas humanas nem o culto prestado segundo prescrições de homens (Cl.2:20-23). Temos de adorar a Deus da forma indicada em sua Palavra.

Ao construir o Tabernáculo estritamente conforme às ordenanças de Deus, os israeli­tas foram recompensados, pois a glória do Senhor encheu a “tenda” e a nuvem do Senhor permaneceu sobre ela (Êx.40:34-38). Igualmente conosco, se desejamos a presença e bênção divinas, temos de cumprir as condições expressas na Palavra de Deus.

34. Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo,

35. de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo.

36. Quando, pois, a nuvem se levantava sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas.

37. Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até o dia em que ela se levantava;

38. porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas.

Divisão do Tabernáculo

O Tabernáculo, assim como o homem é composto de três partes principais: o Pátio, o Lugar santo e o Santo dos santos.

Uma curiosidade é que quando o Tabernáculo era montado, a cada vez que o povo de Israel parava no deserto, ele era montado de dentro para fora, ou seja, do Santo dos santos até o Pátio. Aprendemos aqui que o Eterno inicia seu tratamento conosco a partir de dentro, daquilo que temos de mais interior: o espírito.

As divisões citadas do Tabernáculo aludem ao corpo, alma e espírito do ser humano. E é justamente por causa disso que o Eterno inicia seu processo de redenção no homem a partir do espírito, pois o Espírito de Deus tem comunhão com o nosso espírito nos religando ao nosso Criador.

Diante do que foi exposto, de forma sucinta, concluímos que o estudo do Tabernáculo com seus materiais, ritos, cerimônias e sistema sacerdotal, expõe diante de nós um rico e vasto campo de lições espirituais que poderemos aproveitar durante os estudos deste trimestre letivo.

 

INTRODUÇÃO

Estamos iniciando mais um estudo a respeito de “o “Tabernáculo: símbolo da Obra Redentora de Cristo”. Após o êxodo, Deus queria habitar no meio de seu povo, por isso Ele ordenou e orientou a Moisés que, juntamente com o povo recém-liberto da escravidão do Egito, estabelecesse um local e um ritual para o culto que deveriam prestar a Ele (Êx.cap.25-30). Esse lugar seria o “Tabernáculo” (hebraico mikadesh, santuário), um lugar de adoração ao único Deus verdadeiro.

A ideia central do Tabernáculo era que Deus habitava entre o seu povo; sua plena realização encontra-se na encarnação de Cristo: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós” (literalmente, fez tabernáculo entre nós, João 1:14). Daí que se chama Emanuel - “Deus conosco” (Mt.1:23). Em nossos dias a presença de Deus se manifesta na igreja por meio do Espírito Santo que habita nos cristãos (Ef.2:21,22).

O Tabernáculo tinha vários nomes; em regra geral, chamava-se "tenda" ou "tabernáculo", porque a sua cobertura exterior assemelhava a uma tenda. Também se denominava "tenda da congregação", porque ali Deus se reunia com o seu povo (Êx.29:42-44). Visto como continha a Arca e as tábuas da lei, chamava-se "tabernáculo do testemunho" (Êx.38:21; Nm.9:15) - testificava da santidade de Deus e da pecaminosidade do homem. Além disso, chamava-se "santuário" (Êx.25:8), porque era uma habitação santa para o Senhor.

Era nesse recinto, relativamente simples, que Deus encontrava-se com seu povo - “... à porta da tenda da congregação, perante o Senhor, onde vos encontrarei, para falar contigo ali" (Êx.29:42).

I. A PARCERIA DE DEUS COM SEU POVO PARA A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO (Êx.25:1-7)

1. Por que construir um Tabernáculo no deserto? Desde o início, na criação, Deus estabeleceu com o ser humano um relacionamento íntimo e de comunhão (Gn.3:8), para que lhe fosse prestado um culto de louvor e adoração. Noé e seus descendentes, assim como os patriarcas Abraão, Isaque e Jacó mantinham viva essa relação cultual por meio de sacrifícios prestados em altares de pedra (Gn.8:20; Gn.12:7; 26:25; 35:1,2).

Quando o povo de Israel saiu do Egito em direção à Terra Prometida, Deus mandou Moisés construir o Tabernáculo - “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles (Ex.25:8). Foi construído conforme as orientações concedidas por Deus a Moisés, para que Ele pudesse manifestar Sua presença e receber a devida adoração. O “Tabernáculo” era de caráter provisório, pois podia ser armada e desarmada durante a caminhada israelita pelo deserto.

Embora em sentido literal seja impossível que a presença de Deus se limite a um lugar (Atos 7:48,49), pois "o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens" (Atos 7:48; 1Rs.8:27), o Tabernáculo tinha um propósito precípuo: lembrar ao povo que ele possuía o privilégio incomparável de ter o Senhor no meio de Israel. No Tabernáculo, Deus se fazia presente como Rei do seu povo e recebia culto de louvor e adoração. Além disso, o Tabernáculo também era o símbolo do relacionamento e da intimidade do ser humano com Cristo.

“Tendo, pois, irmãos, intrepidez para entrar no Santo dos Santos, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou pelo véu, isto é, pela sua carne, e tendo grande sacerdote sobre a casa de Deus, aproximemo-nos, com sincero coração (…). Guardemos firme a confissão da esperança, sem vacilar, pois, quem fez a promessa é fiel” (Hb.10:19-23).

Em resumo, o Tabernáculo tinha os seguintes propósitos:

Proporcionar um lugar onde Deus se manifestasse entre seu povo (Êx.25:8; 29:42-46; Nm.7:89). Ali, o Todo Poderoso podia encontrar-se com os representantes de seu povo, e eles com Deus. Até aquele momento, Deus já havia se manifestado várias vezes em favor de Israel, mas não tinha sido visto ainda “no meio deles”. Quando Deus falava a Moisés no monte, o povo assistia à distância, impactado pela visão dos raios projetados lá de cima. Agora, porém, Deus está dizendo que a sua presença, que os assistira até ali, estaria permanentemente no meio do arraial, representada por um santuário erguido sob Sua orientação. O Tabernáculo lembrava também aos israelitas que Deus os acompanhava em sua peregrina­ção.

Ser o centro da vida religiosamoral e social. O Tabernáculo sempre se situava no meio do acampamento das doze tribos (Nm.2:17), e era o lugar de sacrifício e centro de celebração das festas nacionais.

Representar grandes verdades espirituais que Deus desejava gravar na mente humana, tais como sua majestade e santidade, sua proximidade e a forma de aproximar-se de um Deus santo. Os objetos e ritos do Tabernáculo mostravam essas verdades espirituais, que eram figuras para o povo de Deus da Nova Aliança (Hb.8:1,2,8-11; 10:1). Os cerimoniais também desempenhavam um papel importante em preparar os hebreus para receber a obra sacerdotal de Jesus Cristo.

Observação: o “Tabernáculo” não se trata de morada de Deus. O principal objetivo do Tabernáculo (Mikadesh, santuário) é “... e habitarei no meio deles” (Êx 25:8b), ou seja, entre eles, e não “nele” (“shakan”). Com isso se chega à absoluta negação do antropomorfismo, no sentido de morada de Deus. O Templo, Tabernáculo, não é morada de Deus, mas dos homens, e seu principal objetivo é o de aperfeiçoar a condição humana à condição divina.

O Tabernáculo foi, durante os anos de peregrinação pelo deserto, o lugar de encontro de Deus com o seu povo; ali, o Todo-poderoso revelou-se e recebeu adoração (Êx.40:34,35). Esse santuário simbolizava a verdade de que lugares secos e áridos enchem-se de vida com a presença de Deus entre o Seu povo.

“Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo, de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo” (Êx.40:34,35).

2. A materialização da obra de Deus (Êx.40:2,17). Foi Deus quem projetou o Tabernáculo, e sua materialização no deserto do Sinai, no primeiro mês do segundo ano, após a saída do povo hebreu do Egito.

“E aconteceu no mês primeiro, no ano segundo, ao primeiro do mês, que o tabernáculo foi levantado “(Êx.40:17).

Deus exigiu que o Tabernáculo fosse construído exatamente de acordo com os padrões divinos. Ele ensinou a Israel muitas lições median­te o livramento do Egito, das experiências no deserto e das leis dadas no Sinai.

Não obstante, há lições que podem ser aprendidas somente trabalhando em cooperação com Deus e na forma como ele deseja. Se essa verdade se aplica à construção física, muito mais importante é edificar congregações (pessoas) em nome de Cristo de acordo com o padrão divino do Novo Testamento.

3. As ofertas (Êx.25:2-7). Para construção do Tabernáculo a primeira coisa que Deus pediu foi uma oferta. O tabernáculo foi construído com as ofertas voluntárias do povo. Ninguém foi obrigado a dar. Não devia haver obrigação de nenhum tipo, exceto a que nasce do amor e da gratidão.

Moisés foi instruído a pedir ao povo uma oferta de materiais para construir o Tabernáculo. Sem dúvida, os metais e pedras preciosas, tecidos, especiarias e óleo correspondiam ao pagamento que os israelitas receberam dos egípcios quando saíram do Egito. Eles trabalharam arduamente (mais que isso, foram escravizados) por essas riquezas e agora as ofereciam ao Senhor em sacrifício. Deus desejava ver um coração bem-disposto. Ninguém foi obrigado a ofertar, mas não poderia ofertar qualquer coisa; teriam que se enquadrar dentro de uma lista predeterminada pelo Senhor (cf. Êx.25:2-7). Como no passado, ainda hoje os templos são construídos graças à oferta do povo. De outra maneira não seria possível. A obra de Deus requer parceria humana.

2. Fala aos filhos de Israel que me tragam uma oferta alçada; de todo homem cujo coração se mover voluntariamente, dele tomareis a minha oferta alçada.

3. E esta é a oferta alçada que tomareis deles: ouro, e prata, e cobre,

4. e pano azul, e púrpura, e carmesim, e linho fino, e pelos de cabras,

5. e peles de carneiros tintas de vermelho, e peles de texugos, e madeira de cetim,

6. e azeite para a luz, e especiarias para o óleo da unção, e especiarias para o incenso,

7. e pedras sardônicas, e pedras de engaste para o éfode e para o peitoral.

II - O TABERNÁCULO FOI UM PROJETO DE DEUS (Êx.25:8,9)

Sou Tabernáculo

 

1. Deus arquitetou o Tabernáculo (Êx.25:8). Quando o povo de Israel saiu do Egito em direção à Terra Prometida, Deus mandou Moisés construir o Tabernáculo - “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles”. Todos os detalhes foram feitos de acordo com o desenho que Deus mostrou a Moisés no Monte Sinai (Êx.25:9,40; 26:30; 35:10).

Por quarenta dias e quarenta noites Moisés esteve no Monte para ouvir a Deus (Êx.24:18). Ali, o Altíssimo deu a Moisés as diretrizes para construir o lugar onde Ele estaria. Isto nos ensina que é o próprio Deus quem determina os pormenores relacionados com o culto verdadeiro. Ele não aceita as invenções religiosas humanas nem o culto prestado segundo prescrições de homens (Cl.2:20-23). Temos de adorar a Deus da forma indicada em sua Palavra.

Ao construir o Tabernáculo estritamente conforme as ordenanças de Deus, os israeli­tas foram recompensados, pois a glória do Senhor encheu a “tenda” e a nuvem do Senhor permaneceu sobre ela (Êx.40:34-38).

“Então, a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo, de maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem ficava sobre ela, e a glória do SENHOR enchia o tabernáculo”.

“Quando, pois, a nuvem se levantava sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. Se a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até o dia em que ela se levantava; porquanto a nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas jornadas”.

Igualmente conosco, se desejamos a presença e bênção divinas, temos de cumprir as condições expressas na Palavra de Deus.

2. O plano térreo do Tabernáculo (Êx.25:9). O Tabernáculo era composto por três partes: Pátio, Santo Lugar e Santo dos Santos. Cada parte do Tabernáculo carregava um ensinamento espiritual sobre a pessoa e a obra de Cristo, assim como a respeito de como devemos nos aproximar de Deus.

Observação: O Termo Tabernáculo algumas vezes se refere à tenda central em que se situava o lugar Santo e o Santo dos Santos, área coberta com cortinas bordadas. Entretanto, em outras passagens se refere a toda a construção, incluindo o Pátio e a cerca de proteção.

2.1. O Pátio do Tabernáculo (Êx.27:9-19) - “Farás também o pátio do tabernáculo; ao lado do meio-dia, para o sul, o pátio terá cortinas de linho fino torcido; o comprimento de cada lado será de cem côvados(Êx.27:9).

O Pátio tinha um formato retangular e media cerca de 45 metros de comprimento por 22,5 metros de largura (Êx.27:18). Ele era cercado por cortinas e havia uma única entrada para ele. Isto simbolizava a separação que deve haver para adoração a Deus.

Segundo Mattew Henry, o “Pátio era um tipo da igreja, fechada e separada do resto do mundo, encerrada por colunas, indicando a estabilidade da igreja, fechada com o linho limpo, que está escrito que é a justiça dos santos (Ap.19:8). Este era o local que Davi ansiava estar e onde ele anelava residir (Sl.84:2,10), e onde o povo de Deus entrava com louvor e agradecimentos” (Sl.100:4).

O Pátio era descoberto. Isso significava que quem estava ali (e a maioria dos crentes ainda estão no pátio) estava exposto às intempéries do tempo - sol, chuva, ventos etc., além de tipificar a primeira experiência que todo homem deve ter para com Deus. Esta fase nos fala que o Pátio é somente uma parte do caminho a ser percorrido.

O Pátio compunha-se de três elementos: a Porta, o Altar e a Pia.

a) A PORTA. Só existia uma porta de entrada para o Pátio; representava Cristo, que é a única Porta de acesso a Deus, o único Caminho para o Céu (João 10:9;14:6). Ficava virada para o leste, o lado onde nasce o sol. Quando o dia nascia, a primeira coisa que viam era o nascimento do sol, que simboliza Jesus Cristo. Isto nos fala de nossa primeira experiência com o Eterno: a salvação. Quando passamos pela Porta (Jesus), saímos do mundo e entramos numa nova vida. Nossa vida recomeça então a partir do zero, pois iniciamos uma nova caminhada, só que agora com Deus. Nosso objetivo e alvo é crescermos até a estatura de varão perfeito em Cristo.

b) O ALTAR. Era a primeira coisa vista pela pessoa que adentrava o Pátio; era feito de madeira de cetim (acácia) coberta de bronze, e seu formato era de um quadrado com 2,25 metros de cada lado por 1,35 metro

Desenho de uma caixa de papelão

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de altura (Êx.27:1,2). Cada canto do Altar tinha uma ponta que se sobressaía em forma de chifre de boi. Os animais para o sacrifício eram atados a este chifre (Salmo 118:27). Também, se alguma pessoa era perseguida, podia apegar-se aos chifres do Altar a fim de obter misericórdia e proteção (1Reis 1:50,51). Ali os animais eram imolados em sacrifício para expiação dos pecados. O sangue das vítimas era colocado nas pontas do Altar e o restante dele era derramado na sua base (Lv.4:7).

O Altar, portanto, é o local de morte; é ali que nossa vida é colocada como um sacrifício para Deus. No Altar nós morremos para as nossas próprias convicções, vontades, desejos, expectativas etc. Ali tem fim o velho homem. O desejo do coração do Eterno é que, após termos um verdadeiro encontro com Ele, possamos verdadeiramente morrer.

Quando o sacrifício queimava, subia um cheiro que se desprendia da vítima. E é isso que o Deus espera, que quando nossa vida for a Ele oferecida, possamos liberar um cheiro suave a fim de agradarmos ao Senhor - Assim queimarás todo o carneiro sobre o altar; é um holocausto para o Senhor, cheiro suave; uma oferta queimada ao Senhor(Êx.29:18).

c) A PIA DE BRONZE (Êx.30:17-21). A Pia de bronze era utilizada para o sacrifício de purificação (Êx.30:17-21). Essa lavagem cerimonial era feita com água constantemente substituída, já que não havia

O Tabernáculo: A bacia de bronze

sistema de torneiras ou bicas disponíveis. Os sacerdotes deveriam se lavar sempre nela antes de ministrarem no interior do Tabernáculo ou no Altar dos Holocaustos.

Para o cristão, a Pia simboliza o batismo. Ela nos fala de limpeza, onde os pecados são lavados publicamente e somos integrados a uma nova realidade. Tipifica nossa morte e ressurreição a fim de vivermos uma nova vida com Cristo - “De sorte que fomos sepultados com Ele pelo batismo na morte; para que, como Cristo foi ressuscitado dentre os mortos, pela glória do pai, assim andemos nós também em novidade de vida(Rm.6:4).

2.2. A Tenda do Testemunho. A Tenda do Testemunho era a parte coberta do Tabernáculo. Dividia-se em duas câmaras. A entrada ficava ao oriente e conduzia ao Lugar Santo; este media nove metros de comprimento. Mais para dentro estava o Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo. Entre os dois compartimentos havia um Véu de linho com desenhos em cor azul, púrpura e carmesim, adornado com figuras de querubins.

 

a) O Lugar Santo. Era neste Lugar que os sacerdotes adentravam na presença do Eterno, pois todos os mobiliários do Lugar Santo são de ouro, e o ouro nos fala da divindade, nos fala da realeza e da eternidade. No Lugar Santo encontravam-se três móveis: a mesa dos pães, o castiçal e o altar do incenso.

-À direita estava a mesa dos pães da proposição, feita de acácia e revestida de ouro; média noventa e um centímetros de comprimento por quarenta e seis de largura, com uma altura de sessenta e sete centímetros. Todos os sábados os sacerdotes punham doze pães sem fermento sobre a mesa e retiravam os pães envelhecidos que os sacerdotes comiam no Lugar Santo.

-Ao lado esquerdo do Lugar Santo encontrava-se o Castiçal ou Candelabro de ouro com suas sete lâmpadas (Ex.25:31-40). Sua "cana" ou tronco descansava sobre um pedestal. Tinha sete braços, três de cada lado e um no centro. Cada um com figuras de maçãs, flores e copos lavrados em derredor. Todas as tardes os sacerdotes limpavam as mechas e enchiam as lâmpadas com azeite puro de oliva a fim de que ardessem durante toda a noite (Êx.27:20,21; 30:7,8).

-Diante do véu no Lugar Santo estava o Altar do Incenso, no qual se faziam intercessões pelo povo de Deus (Êx.30:1-10; 37:25-28). À semelhança dos outros móveis da Tenda, era feito de acácia e revestido de ouro. Tinha seus quatro lados iguais; cada lado média meio metro e sua altura era aproximadamente de um metro. Sobressaindo da superfície, havia em seus quatro cantos umas pontas em forma de chifre. Todas as manhãs e todas as tardes, quando preparavam as lâmpadas, os sacerdotes queimavam sobre esse Altar do incenso utilizando-se de fogo tirado do Altar do holocausto. O Altar do Incenso relacionava-se mais estreitamente com o Lugar Santíssimo do que com os demais móveis do Lugar Santo. É descrito como o Altar "que está perante a face do Senhor" (Lv.4:18) como se não existisse o véu entre ele e a arca.

b) O Lugar Santíssimo. O Lugar Santíssimo tinha a forma de um cubo, e continha um único móvel: a Arca do Concerto (Nm.10:33) ou Arca do Testemunho (Êx.25:22), ou também “Arca da Aliança”, na qual se guardavam as “Tábuas da Lei” (Êx.31:18); era o objeto mais sagrado de Israel. A Arca era um cofre de 1,15m por 0,70m construído de acácia e revestido de ouro por dentro e por fora. Sobre a coberta da Arca estavam dois querubins (figuras de seres angelicais) diante um do outro, feitos de ouro, que com suas asas cobriam o local conhecido como "propiciatório".

Para os israelitas o Lugar Santíssimo e em especial o propiciatório (coberta) da Arca representavam a imediata presença de Deus. Ali se manifestava a glória de Deus, que representava sua própria presença. A coberta se dava o nome de "propiciatório", pois ali o mais perfeito ato de expiação era realizado uma vez por ano pelo sumo sacerdote.

As figuras dos querubins, com as asas estendidas para cima, e o rosto de cada um voltado para o rosto do outro, representavam reverência e culto a Deus.


A Arca continha as duas tábuas da leium vaso com maná, e mais tarde se incluiu a vara de Aarão. Todos esses objetos lembravam a Israel o concerto e o amor de Deus. As tábuas da lei simbolizavam a santidade de Deus e a pecaminosidade do homem; também lembrava aos hebreus que não se pode adorar a Deus em verdade sem se dispor a cumprir sua vontade revelada.


O Véu que separava o Lugar Santíssimo do Lugar Santo, e excluía todos os homens com exceção do sumo sacerdote, acentuava que Deus é inacessível ao homem pecador. Somente por via do mediador nomeado por Deus e do sacrifício de um inocente podia o homem aproximar-se de Deus.

Para o crente de hoje estas coisas servem de "alegoria para o tempo presente" (Hb.9:9), onde Jesus Cristo, nosso Sumo Sacerdote, entrou de uma vez para sempre com seu próprio sangue para fazer propiciação por nossos pecados e expiá-los. É interessante notar a relação que existe entre o "propiciatório" e as palavras do apóstolo Paulo quando disse, referindo-se a Cristo: "ao qual Deus propôs para propiciação" (Rm.3:25). Pela obra de Cristo no Calvário, "o Véu do templo se rasgou em dois, de alto a baixo" (Mt.27:51). Este símbolo da separação entre Deus e os homens foi entretecido por nossos pecados; agora está rasgado e os crentes têm acesso à presença de Deus (Hb.10:19,20; 4:14-16; Rm.5:1,2). Aleluia!

“Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne” (Hb.10:19,20).

CONCLUSÃO

O Tabernáculo arquitetado por Deus no deserto foi um modelo futurista da Igreja que iria surgir com a vinda de Cristo. Mas, também, apontava para a Pessoa de Jesus Cristo, que viria a esse mundo para mostrar, na prática, o desejo de Deus em habitar entre os homens. Ele fez isso na encarnação de seu Filho, o Tabernáculo divino. O Tabernáculo e o Templo de Salomão não existem mais, porém a Bíblia diz que, desde o dia em que entregamos nossa vida a Cristo, passamos a ser templos – tabernáculos - do Espírito Santo (1Co.6:19,20), peregrinando no deserto desta vida, aguardando o Dia em que seremos transportados para a nossa Terra Prometida – a Cidade Celestial (Fp.3:20). Portanto, onde quer que estejamos, carreguemos e manifestemos a glória do Senhor em nossa vida; e para que isso se torne uma realidade, que os seus mandamentos estejam sempre gravados no fundo do nosso ser. Amém!

 

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