LÁZARO O AMIGO DE JESUS
Quando
Jesus chegou finalmente a Betânia, Marta foi ao seu encontro e expressou sua
dor, dizendo que, se Jesus estivesse ali antes, seu irmão não teria morrido.
Jesus, porém, tranquilizou Marta, dizendo que Lázaro ressuscitaria. Ele foi até
o túmulo e, após uma oração, ordenou que Lázaro saísse. Milagrosamente, Lázaro
ressuscitou, saindo vivo do túmulo, ainda envolto nos panos de sepultamento.
A
ressurreição de Lázaro é um dos maiores milagres de Jesus e carrega lições
profundas. Primeiro, demonstra o poder de Jesus sobre a morte, apontando para
sua própria ressurreição. Além disso, o episódio ensina sobre a importância da
fé, pois Marta e Maria confiaram em Jesus mesmo em meio à dor. Também revela a
compaixão de Jesus, que chorou com as irmãs, mostrando que entende nosso
sofrimento.
Esse
acontecimento aumentou a fama de Jesus, mas também intensificou a perseguição a
ele, pois as autoridades religiosas viam nele uma ameaça crescente. A história
de Lázaro é uma lembrança poderosa do poder de Deus sobre a vida e a morte.
Principais
acontecimentos na história de Lázaro
- Amizade
com Jesus: Lázaro
era um amigo íntimo de Jesus.
- Doença
de Lázaro: Lázaro
adoeceu gravemente, e suas irmãs enviaram uma mensagem a Jesus pedindo
ajuda.
- Atraso
de Jesus: Jesus,
ao receber a notícia, deliberadamente atrasou sua visita a Betânia, mesmo
sabendo da gravidade da situação.
- Falecimento: Enquanto Jesus ainda estava a
caminho, Lázaro morreu. Ele foi sepultado e permaneceu no túmulo por
quatro dias.
- Chegada
de Jesus: Quando
Jesus chegou a Betânia, Lázaro já estava morto há 4 dias. Marta e Maria
expressaram sua tristeza e fé em Jesus.
- Ressurreição
de Lázaro: Jesus
foi ao túmulo e, após orar, ordenou que Lázaro saísse. Lázaro ressuscitou
e saiu do sepulcro, ainda envolto em faixas.
- Impacto
do milagre: A
ressurreição de Lázaro gerou grande comoção entre os presentes e fez com
que muitos acreditassem em Jesus, enquanto também aumentou a oposição dos
líderes religiosos.
O
que podemos aprender com a história de Lázaro
A
vida de Lázaro, contada no livro de João 11, traz lições importantes sobre fé,
amizade e a compaixão de Jesus. Lázaro era um amigo íntimo de Jesus, e sua
doença e morte mostraram a profundidade dessa relação.
Quando
Jesus atrasou sua visita, muitos se perguntaram por que Ele não veio antes para
curá-lo. Isso nos ensina que, mesmo em momentos de sofrimento, devemos confiar
no tempo de Deus, que pode ser diferente do nosso.
A
ressurreição de Lázaro, 4 dias após sua morte, destaca o poder de Jesus sobre a
morte e a promessa de vida eterna. Quando Jesus ordenou que Lázaro saísse do
túmulo, isso simbolizou não apenas a vitória sobre a morte, mas também a
esperança de uma nova vida.
Além
disso, a história mostra a compaixão de Cristo, que chorou com as irmãs de
Lázaro, demonstrando que Ele se importa com nossas dores. Isso nos encoraja a
buscarmos consolo e apoio em momentos difíceis, lembrando que não estamos
sozinhos em nosso sofrimento. Em resumo, a vida de Lázaro nos ensina a confiar
em Deus, mesmo em meio à dor, e a valorizar a amizade e a compaixão.
Estudo
bíblico sobre Lázaro
A
morte de Lázaro
A
morte de Lázaro é um dos momentos mais emocionantes do Evangelho de João.
Quando Lázaro ficou doente, suas irmãs enviaram uma mensagem a Jesus, pedindo
ajuda. No entanto, Jesus decidiu esperar antes de ir à Betânia. Ele sabia que
essa situação serviria para revelar a glória de Deus.
Infelizmente,
Lázaro morreu antes que Jesus chegasse. Ele foi sepultado e ficou no túmulo por
quatro dias. Quando Jesus finalmente chegou, Marta e Maria estavam
profundamente tristes, lamentando a perda do irmão. A dor delas foi tão intensa
que Jesus, ao ver o sofrimento de suas amigas, também se emocionou e chorou
(João 11:35). Este momento revela o lado humano de Jesus e sua profunda
compaixão.
A
Bíblia não especifica a causa exata da morte de Lázaro, mas podemos afirmar que
ele morreu de uma doença grave, que não pôde ser curada a tempo. A tristeza de
suas irmãs e a dor de Jesus mostram o impacto da morte sobre aqueles que ficam.
A
ressurreição de Lázaro, que aconteceu logo depois, é um dos maiores milagres de
Jesus. Ele chamou Lázaro para fora do túmulo, demonstrando seu poder sobre a
morte.
Essa
história não apenas destaca a capacidade de Jesus de trazer vida onde parece
haver apenas morte, mas também nos ensina sobre a importância da fé em momentos
difíceis. A amizade entre Lázaro e Jesus nos lembra que, mesmo diante da morte,
sempre há esperança em Deus.
A
ressurreição de Lázaro
A
ressurreição de Lázaro é um dos milagres mais poderosos de Jesus. Lázaro, amigo
de Jesus, havia morrido e estado sepultado por quatro dias. Quando Jesus chegou
a Betânia, encontrou suas irmãs, Maria e Marta, em luto profundo.
Jesus
chorou ao se aproximar do túmulo de Lázaro e ver a dor de suas irmãs (João
11:35). Ele conversou com Marta, afirmando que Lázaro ressuscitaria e revelando
sua identidade como a ressurreição e a vida (João 11:25-26). Marta expressou
sua fé, mas Jesus queria que todos compreendessem o que estava prestes a
acontecer.
Jesus
pediu que a pedra que selava o túmulo fosse removida. Após essa ação, Ele olhou
para o céu e orou, agradecendo a Deus pela sua presença. Em seguida, chamou em
alta voz: “Lázaro, vem para fora!” (João 11:43). Para a surpresa de todos,
Lázaro saiu do túmulo, ainda envolto em faixas de sepultamento. Esse ato
demonstrou o poder de Jesus sobre a morte e sua capacidade de trazer vida.
A
ressurreição de Lázaro traz importantes ensinamentos sobre fé e esperança.
Mostra que, mesmo em situações que parecem sem solução, a intervenção de Jesus
pode mudar tudo.
Embora
a Bíblia não especifique quanto tempo Lázaro viveu após sua ressurreição, sua
volta à vida impactou muitos e fortaleceu a fé dos que estavam ao seu redor.
Esse milagre nos lembra que, em Jesus, há sempre a possibilidade de um novo
começo.
Lázaro:
amigo de Jesus
A
amizade entre Lázaro e Jesus, é um exemplo poderoso sobre amor incondicional.
Morador de Betânia, Lázaro vivia com suas irmãs, Maria e Marta, e tinha uma
relação especial com o Senhor (João 11:1-3).
Quando
soube da doença de Lázaro, Jesus decidiu atrasar sua visita, o que gerou
angústia nas irmãs. Após a morte de Lázaro, Jesus chegou e, ao ver a dor de
Maria e Marta, chorou (João 11:35). Este gesto revela não apenas sua compaixão,
mas também a profundidade de seu amor por aqueles que amava.
A
ressurreição de Lázaro, quatro dias após sua morte, não apenas demonstrou o
poder de Jesus sobre a morte, mas também simbolizou a esperança de vida eterna
(João 11:43-44). A história nos ensina que, mesmo em meio à dor e à perda,
podemos confiar no plano de Deus e em sua capacidade de trazer novos começos.
Para
sermos amigo de Jesus, devemos buscar um relacionamento íntimo com Ele por meio
da oração, leitura da Bíblia e prática do amor ao próximo (João 15:14-15). A
amizade com Jesus nos fortalece e nos dá esperança em tempos de dificuldade,
lembrando-nos de que nunca estamos sozinhos.
Aprendemos
que a Amizade de Lazaro com Jesus não isentou que ele ficasse doente, enfermo e
veio a morrer. João 11: 3 Mandaram, pois, as irmãs
dizer a Jesus: Senhor, eis que está enfermo aquele que tu amas.
A
Demora que Dói pois o tempo de Deus é diferente do Nosso João 11: 6 Quando, pois, ouviu que estava enfermo, ficou
ainda dois dias no lugar onde se achava.
Morreu aquele que Jesus Amava – João 11: 14 Então Jesus lhes
disse claramente: Lázaro morreu;
O choro de Jesus antes do Milagre – João 11: 35 Jesus chorou.
Jesus pode sentir a Dor e comoção da Morte e perda de um Ente
Querido
A voz daquele que tem poder e Autoridade- chama lazaro paras
Fora: João 11: 43 E, tendo dito isso, clamou em alta voz: Lázaro, vem
para fora!
“EU
SOU A RESSURREIÇÃO E A VIDA”
Texto Bíblico: João 11:14,15,17-21,23-27
“Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e
a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá” (João 11:25).
INTRODUÇÃO
Neste
Estudo daremos ênfase ao episódio do capítulo 11 do Evangelho de Jesus Cristo
segundo escreveu João, em que será destacado o milagre da ressurreição de
Lázaro. A ressurreição de Lázaro, narrada em João 11, é um dos milagres mais
impactantes do ministério de Jesus e uma poderosa demonstração de Sua soberania
sobre a morte. Esse evento não apenas revelou o amor e a compaixão de Cristo,
mas também validou Sua identidade divina como "a Ressurreição e a
Vida", apontando para a esperança da vida eterna oferecida àqueles que n’Ele
creem. Analisaremos três aspectos fundamentais deste episódio:
- O
propósito divino de Jesus. O
Mestre não age conforme a urgência humana, mas segundo o plano soberano de
Deus, para que a glória do Pai seja manifestada. A demora intencional de
Jesus em atender ao chamado de Marta e Maria ensina que os caminhos de
Deus transcendem nossas expectativas e que o sofrimento pode servir para
revelar a majestade divina.
- O
encontro transformador de Marta com Jesus. Diante da dor da perda, Marta
expressa sua fé, mas ainda sem plena compreensão do poder de Cristo. No
entanto, Jesus a conduz a uma revelação mais profunda, declarando que Ele
não apenas ressuscita os mortos, mas é a própria ressurreição e a vida.
Esse diálogo fortalece a fé não apenas de Marta, mas de todos os que
testemunham o milagre.
- A
doutrina da ressurreição do corpo. A ressurreição de Lázaro aponta para a vitória
definitiva de Cristo sobre a morte, que se concretiza em Sua própria
ressurreição. A promessa bíblica nos assegura que, assim como Lázaro foi
chamado para fora do túmulo, todos os que creem em Cristo experimentarão a
ressurreição final, recebendo um corpo glorificado na eternidade.
Dessa
forma, esta lição não apenas reafirma o senhorio de Jesus sobre a vida e a
morte, mas também fortalece nossa esperança na ressurreição futura, quando a
morte será tragada na vitória (1Co.15:54).
I.
O PROPÓSITO DE JESUS
1.
Recebimento da notícia sobre Lázaro
O
relato da ressurreição de Lázaro, registrado em João 11, é um marco fundamental
no ministério de Jesus, pois demonstra Seu poder sobre a morte e prepara o
cenário para os eventos da Sua própria crucificação e ressurreição. Esse
episódio ocorre no contexto da crescente hostilidade dos líderes religiosos,
sendo o último e mais grandioso dos sinais realizados publicamente por Cristo
antes de Seu sacrifício vicário na cruz.
Ao
receber a notícia da enfermidade de Lázaro, Jesus não se apressa em ir a
Betânia, mas permanece ainda dois dias em que estava (João 11:6). Essa aparente
demora não foi fruto de negligência, mas de um propósito divino: manifestar a
glória de Deus e fortalecer a fé dos discípulos e de todos que testemunhariam o
milagre (João 11:4,15). Esse aspecto é crucial, pois revela que os planos de
Deus transcendem as circunstâncias humanas – aquilo que parecia um abandono por
parte de Jesus se tornaria a maior demonstração de Seu poder e amor.
É
interessante notar que, antes desse episódio, Jesus já havia realizado outras
ressurreições, como a do filho da viúva de Naim (Lucas 7:11-15) e a da filha de
Jairo (Marcos 5:22-42). Contudo, o milagre em Lázaro possuía características
únicas:
- Lázaro
já estava morto há quatro dias,
tempo suficiente para que não houvesse dúvida de sua morte e que seu corpo
já estivesse em decomposição (João 11:39). Isso elimina qualquer suposição
de que ele poderia estar apenas inconsciente ou em estado de catalepsia (condição
transitória na qual o paciente apresenta uma incapacidade na movimentação
dos membros, na cabeça ou até na fala. Em alguns casos, podem ser
confundidos com a morte, pois a respiração também é afetada).
- O
impacto foi muito maior,
pois muitos judeus estavam em Betânia para consolar Marta e Maria, o que
fez com que o número de testemunhas fosse considerável (João 11:19,45).
- Esse
foi o milagre decisivo que
levou os fariseus e sacerdotes a planejarem a morte de Jesus, pois temeram
que Seu poder inquestionável atraísse ainda mais seguidores e
comprometesse sua posição diante do povo e das autoridades romanas (João
11:47-53).
Essa
tensão já vinha se acumulando desde João 10, quando Jesus havia declarado
"Eu e o Pai somos um" (João 10:30), o que fez com que os judeus
tentassem apedrejá-lo por blasfêmia. Diante dessa hostilidade, Jesus se retirou
para além do Jordão (João 10:40), onde permaneceu até o momento de voltar a
Betânia após receber a notícia da doença de Lázaro. Seu retorno à Judeia foi um
ato de coragem e obediência ao plano do Pai, pois Ele sabia que esse milagre
selaria a decisão dos líderes religiosos de levá-lo à cruz.
Assim,
a ressurreição de Lázaro não foi apenas uma demonstração do poder divino, mas
também uma preparação para a revelação suprema da vitória de Cristo sobre a
morte na Sua própria ressurreição. Esse evento dividiu opiniões, pois, como bem
afirmou Hernandes Dias Lopes, “o mesmo sol que amolece a cera endurece o barro.
O mesmo milagre que produz fé em alguns provoca a fúria de outros”. Isto é, o
mesmo milagre que desperta fé nos corações sinceros, endurece aqueles que
rejeitam a verdade.
2.
O desapontamento de Maria e Marta
O
desapontamento de Marta e Maria diante da demora de Jesus em atender ao seu
chamado revela uma realidade comum à experiência cristã: o confronto entre a fé
e a aparente demora de Deus em agir. Ao enviaram um mensageiro a Jesus para
informar sobre a enfermidade de Lázaro (João 11:3), elas não apresentaram um
pedido explícito de cura, mas confiaram que o amor de Jesus por Lázaro bastaria
para que Ele viesse imediatamente socorrê-lo. No entanto, Jesus não agiu
conforme a expectativa delas, permanecendo onde estava por mais dois dias (João
11:6).
Essa
demora gerou um profundo desapontamento nas irmãs, que acreditavam que, se
Jesus estivesse presente, Lázaro não teria morrido (João 11:21,32). A dor delas
representa a angústia que muitos enfrentam quando oram e não recebem resposta
imediata, quando as dificuldades aumentam e parece que Deus está distante.
Contudo, esse episódio ensina verdades fundamentais sobre a soberania divina e
o propósito de Deus em meio às crises:
a) As
crises são inevitáveis.
Lázaro, mesmo sendo amigo de Jesus, adoeceu. Isso nos lembra que a proximidade
com Deus não nos isenta das aflições da vida (João 16:33). Ser amado por Cristo
não significa viver uma existência sem dificuldades.
b) As
crises podem piorar antes de melhorar.
Lázaro não apenas adoeceu, mas morreu. Isso nos ensina que, muitas vezes, Deus
permite que as circunstâncias se agravem antes de manifestar Sua glória. Ele
não age conforme a nossa pressa, mas conforme Seu plano perfeito (Isaías
55:8,9).
c) As
crises produzem angústia.
O sofrimento das irmãs de Lázaro ilustra o sentimento de desamparo e frustração
quando as respostas divinas parecem tardar. Assim como os discípulos no caminho
de Emaús (Lucas 24:21), somos tentados a pensar que nossas esperanças foram
frustradas. No entanto, o tempo de Deus nunca falha, e sua resposta sempre
chega no momento exato.
Ao
chegar a Betânia quatro Dias após o sepultamento de Lázaro, Jesus demonstrou
que o tempo de Deus é perfeito e que Sua soberania não está limitada às
circunstâncias humanas. O propósito de Sua demora não era ignorar a dor das
irmãs, mas revelar algo muito maior: Seu poder absoluto sobre a morte. Assim,
aprendemos que Jesus nunca chega atrasado nem adiantado, mas sempre no momento
certo para cumprir a vontade do Pai e manifestar Sua glória.
3.
O tempo divino
O
tempo divino (kairós) muitas vezes contrasta com o tempo humano (cronos),
criando em nós a sensação de demora e incerteza. Muitas vezes, Jesus parece
demorar. Vejamos alguns exemplos:
-Deus
prometeu um filho a Abraão e Sara, e só cumpriu a promessa 25 anos depois.
-Jesus
só foi ao encontro dos discípulos quando eles enfrentavam uma terrível
tempestade no mar da Galileia, apenas na quarta vigília da noite.
-Jairo
foi pedir socorro a Jesus, mas, quando Jesus chegou a sua casa, a filha de
Jairo já estava morta. Jesus não se atrasou; Ele chegou no tempo dele, e a
filha de Jairo volto à vida.
No
caso da ressurreição de Lázaro, Jesus não chegou tarde, mas no tempo certo para
revelar a glória de Deus. A demora intencional de Cristo não foi um descuido ou
falta de amor, mas parte de um plano soberano, cujo objetivo era fortalecer a
fé dos discípulos e demonstrar Seu poder absoluto sobre a morte.
Marta
e Maria enfrentaram três grandes provas de fé:
a) A
ausência de Jesus (João 11:3). Quando
Lázaro adoeceu, enviaram um mensageiro pedindo ajuda, mas Jesus não foi
imediatamente. Esse silêncio divino muitas vezes nos desafia, pois queremos
respostas rápidas.
b) A
demora de Jesus (João 11:21). Quando
finalmente chegou, parecia ser tarde demais. Esse atraso gerou questionamentos
profundos: "Por que Ele não veio antes?"
"Será que Ele realmente se importa conosco?".
c) A
morte de Lázaro (João 11:39). Diante
do sepulcro, Marta hesitou ao ouvir Jesus ordenar que removessem a pedra. Ela
estava presa à lógica humana, mas Jesus a convidava a crer no impossível.
Esses
desafios nos ensinam que a fé verdadeira se sustenta mesmo quando Deus parece
não responder conforme nossas expectativas.
A
demora intencional de Jesus tinha um propósito maior: demonstrar Sua divindade.
O costume judaico acreditava que um morto poderia ser ressuscitado até o
terceiro dia por ação divina indireta, mas que no quarto dia somente Deus
poderia intervir pessoalmente. Jesus, ao ressuscitar Lázaro no quarto dia,
estava deixando claro que Ele mesmo era Deus encarnado, a verdadeira
ressurreição e a vida.
Além
disso, essa demora resultou em dois impactos cruciais:
a) Para
os discípulos: Fortaleceu
a fé deles ao testemunharem um milagre inegável.
b) Para
os líderes judeus: Acendeu
neles uma fúria irreversível, levando à decisão de eliminar Jesus (João 11:53),
precipitando os eventos da crucificação.
Jesus
age segundo a agenda do Pai (João 2:4; 7:6,8,30) e não segundo a nossa pressa.
Muitas vezes, queremos respostas imediatas, mas Deus trabalha com propósitos
eternos.
Assim
como aconteceu com Marta e Maria, podemos nos sentires frustrados diante do
silêncio de Deus. Mas essa história nos ensina que Ele nunca chega atrasado.
Seu tempo é perfeito e suas demoras não são negativas, mas pedagógicas,
revelando o que é maior e melhor para nós.
O
que parecia um atraso foi, na verdade, uma oportunidade para que Jesus
manifestasse Sua glória de maneira ainda mais poderosa. O mesmo acontece em
nossas vidas: quando parece que Deus está demorando, Ele está, na verdade,
preparando algo grandioso para Sua glória e para o nosso bem.
II.
O ENCONTRO DE MARTA COM JESUS
1.
O encontro
Quando
Jesus chegou a Betânia, Lázaro já estava sepultado há quatro dias. O cenário
era de luto intenso, com amigos e parentes reunidos para consolar Marta e
Maria. Segundo a tradição judaica, o luto incluía um período de sete dias, no
qual os enlutados eram acompanhados por amigos que expressavam pesar e
solidariedade. No entanto, com a chegada de Jesus, o cenário de tristeza
começou a ser transformado pela esperança.
Marta,
sendo de personalidade ativa e determinada, não esperou que Jesus entrasse na
aldeia, mas correu ao seu encontro. Maria, por outro lado, permaneceu em casa.
Essa atitude reflete bem as diferenças entre as duas irmãs: Marta era mais
impulsiva e prática, enquanto Maria era mais contemplativa e reflexiva.
Ao
se aproximar de Jesus, Marta expressa uma mistura de dor, decepção e fé. Suas
palavras revelam o dilema de alguém que acredita no poder de Cristo, mas ainda
luta com as limitações da lógica humana:
"Senhor, se estivesses aqui, meu irmão não teria morrido.
Mas sei que, mesmo agora, Deus te concederá tudo quanto lhe pedires."
(João 11:21,22)
Nessa
declaração, percebe-se um equilíbrio entre frustração e esperança. Marta
lamenta a ausência de Jesus no momento crítico, mas, ao mesmo tempo, afirma sua
confiança de que Deus responderá às Suas orações. No entanto, seu entendimento
sobre Jesus ainda não estava completo. Ela cria no poder da intercessão de
Cristo, mas ainda não compreendia plenamente Sua divindade e autoridade sobre a
vida e a morte.
A
reação de Marta representa a experiência de muitos crentes que creem no poder
de Deus, mas lutam para enxergar além das circunstâncias. Seu diálogo com Jesus
mostra como a fé pode vacilar diante da dor e da aparente demora divina. No
entanto, essa conversa também marca um momento crucial de revelação, pois logo
Jesus declararia: "Eu sou a ressurreição e a vida" (João 11:25).
Esse
encontro de Marta com Jesus não foi apenas um diálogo de lamento, mas uma
oportunidade para que ela aprofundasse sua fé e compreendesse que Cristo não
era apenas um intermediário de Deus, mas o próprio Deus encarnado, com poder
sobre a morte e a vida.
2.
Quando Lázaro ressuscitará?
O
diálogo entre Marta e Jesus revela uma tensão comum à experiência da fé: a luta
entre o passado, o futuro e a dificuldade de crer no presente. Marta acreditava
que Jesus poderia ter impedido a morte de Lázaro (João 11:21), olhando para
trás com um sentimento de perda irreparável. Ao mesmo tempo, tinha fé na
ressurreição futura no último dia (João 11:23,24), mas não concebia a
possibilidade de um milagre imediato.
Marta
representa muitos de nós, que não duvidamos dos grandes feitos de Deus no
passado, nem de Suas promessas para o futuro, mas hesitamos em confiar no Seu
poder ativo no presente. Essa oscilação entre fé e lógica é evidenciada na sua
resposta a Jesus:
“Eu sei que ele há de ressurgir na ressurreição, no último dia.”
(João 11:24)
Mas
Jesus corrige sua visão limitada e a convida a enxergar a realidade da fé no
agora:
“Eu sou a ressurreição e a vida” (João 11:25)
Jesus
não é apenas alguém que agiu no passado ou agirá no futuro, mas Aquele que está
presente e poderoso para agir hoje. Ele não se limita ao nosso tempo humano. O
grande erro de Marta foi não reconhecer o poder de Cristo no momento presente.
Muitos
crentes caem nesse mesmo erro. Alguns vivem apenas de memórias do que Deus fez
no passado, lembrando de avivamentos, milagres e intervenções divinas como
eventos distantes. Outros depositam sua esperança apenas no futuro, esperando a
volta de Cristo e a vida eterna, mas sem experimentar o poder de Deus hoje.
Entretanto,
o tempo de Deus é o presente. O grande Eu Sou não está preso às categorias
humanas de passado ou futuro. Ele age no hoje, no agora. Como bem diz o Pr.
Hernandes Dias Lopes: “O tempo presente é onde a
eternidade toca a história”.
Por
isso, Jesus convida Marta – e a todos nós – a uma fé viva e atual: não apenas
lembrar o que Deus fez, nem apenas esperar o que Ele fará, mas confiar que Ele
ainda opera no presente.
3.
A promessa de vida
O
ponto central do milagre da ressurreição de Lázaro está na promessa grandiosa
que Jesus faz a Marta:
"Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que
morra, viverá; e todo aquele que vive e crê em mim, jamais morrerá" (João
11:25,26).
Este
não é apenas um ensino sobre a ressurreição futura, mas uma declaração do
próprio caráter e poder de Cristo. Jesus não apenas realiza ressurreições; Ele
é a ressurreição. Ele não apenas dá vida; Ele é a vida.
a)
A soberania de Jesus sobre a vida e a morte
Jesus
afirma que Ele tem autoridade sobre a morte, tanto no sentido físico quanto
espiritual. Ele não depende de circunstâncias ou limitações humanas para dar
vida, pois Ele mesmo é a fonte da vida.
A
Bíblia ensina que a morte entrou no mundo pelo pecado (Rm.5:12), mas Jesus veio
para derrotar esse poder. Em Apocalipse 1:18, Ele declara:
"Eu sou aquele que vive; estive morto, mas eis que estou
vivo para todo o sempre! E tenho as chaves da morte e do Hades".
Ao
declarar-se "a ressurreição e a vida", Jesus não apenas antecipa a
ressurreição final, mas também afirma que todo aquele que crê Nele já possui
vida eterna. A morte não tem mais domínio sobre os que pertencem a Cristo.
b)
A promessa de vida para quem crê em Jesus
A
promessa de Jesus envolve duas realidades complementares:
"Quem
crê em mim, ainda que morra, viverá". Isso significa que a morte
física não é o fim para os crentes. Embora experimentemos a morte terrena,
nossa vida eterna está assegurada pela ressurreição em Cristo (1Co.15:51-54).
"Todo aquele que vive e crê em mim jamais morrerá". Aqui, Jesus está falando sobre a vida
espiritual. Quem tem fé Nele nunca experimentará a morte eterna, ou seja, a
separação definitiva de Deus. A salvação em Cristo nos garante uma vida
abundante aqui e na eternidade.
A
vida que Jesus promete não é apenas futura, mas presente. Ele nos dá vida em
abundância (João 10:10), transformando nossa existência não apenas após a
morte, mas agora. Uma vida entregue a Cristo não é apenas mais longa, mas mais
profunda, significativa e repleta de propósito.
Portanto,
Jesus convidou Marta – e convida a todos nós – a crer Nele como a fonte de toda
vida. O verdadeiro cristianismo não se limita a um conjunto de crenças sobre o
passado ou o futuro, mas a um relacionamento vivo com Cristo no presente.
Diante
dessa declaração de Jesus, Ele faz uma pergunta essencial a Marta: "Crês
tu isso?" (João 11:26). Essa pergunta ressoa até hoje: Cremos
verdadeiramente que Jesus é a ressurreição e a vida? Se sim, nossa vida e nossa
esperança são transformadas, pois a morte já não tem a última palavra.
III.
A DOUTRINA BÍBLICA DA RESSURREIÇÃO DO CORPO
1.
A Ressurreição do corpo
A
doutrina da ressurreição do corpo é um dos pilares centrais da fé cristã e
distingue-se do conceito de mera imortalidade da alma. O milagre da
ressurreição de Lázaro, registrado em João 11, prefigura a ressurreição final,
mas difere dela em um aspecto fundamental: Lázaro voltou à vida, porém ainda
estava sujeito à morte física, enquanto a ressurreição escatológica dos justos
resultará em corpos glorificados e incorruptíveis, livres da presença e do
poder do pecado, da morte e da decadência (1Co.15:42-44).
No
ensino de Jesus (João 5:28,29), vemos que todos os mortos ressuscitarão, mas em
momentos distintos e para destinos diferentes. O apóstolo Paulo detalha esse
evento, especialmente em 1Coríntios 15 e 1Tessalonicenses 4:13-17, revelando a
ordem e a natureza da ressurreição:
a) A
ressurreição dos justos. Ocorrerá
no arrebatamento da Igreja, quando os crentes falecidos terão seus corpos
transformados em corpos glorificados, semelhantes ao corpo ressurreto de Cristo
(Fp.3:21). Nesse evento, os vivos também serão transformados instantaneamente,
para encontrarem o Senhor nos ares (1Co.15:51,52).
b) A
ressurreição dos ímpios.
Ocorrerá após o reino milenar de Cristo, no Juízo Final (Ap.20:11-15), quando
os incrédulos receberão um corpo destinado à condenação eterna, para
comparecerem diante do grande trono branco e serem julgados conforme suas
obras.
A
ressurreição do corpo evidencia a vitória definitiva de Cristo sobre a morte e
a restauração da criação conforme o plano original de Deus. Para os crentes, a
promessa da ressurreição traz esperança e consolo, pois assegura que a vida
eterna não será apenas espiritual, mas também física e gloriosa, em um estado
de comunhão plena com Deus.
2.
Da morte para a vida
A
declaração de Jesus em João 11:25,26 apresenta uma verdade fundamental da fé
cristã: a vida em Cristo transcende a morte física. Quando Ele diz: "quem
crê em mim, ainda que esteja morto, viverá", está revelando a certeza da
ressurreição futura para os crentes. E quando acrescenta: "e todo aquele
que vive e crê em mim nunca morrerá", afirma que a vida eterna já começa
no presente para aqueles que creem, pois, a morte espiritual não tem poder
sobre eles.
Jesus
distingue duas dimensões da existência:
a) A
vida natural (biológica)
– que é passageira e sujeita à morte física.
b) A
vida eterna – que é
concedida aos crentes em Cristo e não pode ser interrompida nem anulada pela
morte física.
Portanto,
a morte do crente não é um fim desesperador, mas uma transição gloriosa. Paulo
reforça essa verdade ao declarar que "o morrer é lucro" (Fp.1:21) e
que, ao deixarmos este corpo, estaremos "presentes com o Senhor"
(2Co.5:8). A morte física se torna, assim, uma porta de entrada para a
plenitude da comunhão com Deus, e não uma derrota final.
A
ressurreição do corpo marcará a consumação desse processo, quando os crentes
receberão corpos glorificados (1Co.15:42-44), semelhantes ao corpo ressurreto
de Cristo (Fp.3:21). Assim, a promessa de Jesus assegura que aqueles que creem
n'Ele jamais experimentarão a morte no sentido definitivo, pois estarão para
sempre vivos na presença de Deus.
Essa
verdade deve gerar esperança e consolo, especialmente diante da perda de entes
queridos ou do medo da morte. Para o cristão, a morte não é o fim, mas o início
da vida plena na eternidade, aguardando a ressurreição gloriosa no Dia da vinda
de Cristo e do arrebatamento da Igreja (1Ts.4:16,17).
3.
Uma viva esperança
A ressurreição de Lázaro não foi apenas um milagre isolado, mas
uma demonstração visível do poder soberano de Jesus sobre a morte. O choro de
Cristo (João 11:35) revela que
Ele não é indiferente à dor humana, mas se compadece dos que sofrem. No
entanto, sua resposta final não foi apenas um gesto de empatia, mas uma
afirmação do poder divino ao ordenar: "Lázaro,
vem para fora!" (João 11:43). Esse chamado antecipa a grande
promessa da ressurreição futura dos crentes.
Jesus
já havia ensinado que "vem a hora em que todos
os que estão nos túmulos ouvirão a sua voz e sairão" (João
5:28,29). Assim, a ressurreição de Lázaro serviu como um sinal da ressurreição
final – tanto dos justos para a vida eterna quanto dos ímpios para a condenação
eterna. Para aqueles que estão em Cristo, a morte não é o fim, mas uma passagem
para a eternidade com Deus (João 14:3).
A
"viva esperança" mencionada na Bíblia (1Pd.1:3) não é um otimismo
vago, mas uma certeza fundamentada na ressurreição de Jesus. Ele mesmo disse: "Porque eu vivo, vós também vivereis"
(João 14:19). Isso significa que, assim como Lázaro foi chamado para fora da
sepultura, os que morreram em Cristo também ressuscitarão glorificados
(1Ts.4:16,17).
Portanto,
a ressurreição de Lázaro aponta para a vitória final sobre a morte
(1Co.15:54,55) e assegura aos crentes que a sepultura não é o destino final.
Nossa esperança está firmada em Cristo, o Senhor da Vida, que garantiu um
futuro glorioso para todos os que confiam Nele. Essa certeza nos fortalece em
meio às tribulações e nos consola diante da perda de entes queridos, pois
sabemos que a morte não tem a palavra final.
CONCLUSÃO
O
estudo desta lição nos conduziu à essência da fé cristã: Jesus Cristo é a
ressurreição e a vida. A narrativa da ressurreição de Lázaro revela que o tempo
de Deus é perfeito, mesmo quando parece haver demora. Assim como Marta e Maria
foram desafiadas a crer no poder presente de Cristo, também somos chamados a
confiar que Ele continua operando milagres hoje.
Além
disso, aprendemos que a ressurreição do corpo é uma realidade futura para
todos. Os que creem em Cristo receberão a vida eterna, enquanto os que o
rejeitam enfrentarão a condenação eterna. A promessa da ressurreição não apenas
nos dá esperança diante da morte, mas também nos desafia a viver com os olhos
voltados para a eternidade.
Portanto,
a declaração de Jesus "Eu sou a ressurreição e a vida" não é apenas
uma afirmação teológica, mas uma garantia de vitória sobre a morte para todos
os que creem Nele. Que essa verdade fortaleça nossa fé, traga consolo aos
nossos corações e nos motive a viver uma vida que glorifique aquele que tem o
poder de conceder a vida eterna.

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