quarta-feira, 30 de abril de 2025

A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO

 


 A PROVISÃO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO

TEXTO BÍBLICO

"E Disse Abraão: DEUS Proverá Para Si O Cordeiro Para O Holocausto, Meu Filho. Assim, Caminharam Ambos Juntos."(Gn 22.8)

VERDADE PRÁTICA

A Declaração De Abraão Se Cumpriu Plenamente Quando CRISTO Morreu Na Cruz Para Perdão Dos Nossos Pecados.
 

LEITURAS BÍBLICAS:

Gn 22.3 A obediência de Abraão e a provisão no monte do sacrifício
Gn 22.6 Um altar é erguido no monte do sacrifício
Hb 11.18 A fé do patriarca e a provisão no monte do sacrifício
Gn 22.9 A obediência do filho e a provisão no monte do sacrifício
Gn 22.13,14 O cordeiro substituto no monte do sacrifício
Gn 22.17 A bênção de DEUS no monte do sacrifício
 

REFERÊNCIAS BÍBLICA - Gênesis 22.1-3

1 - E aconteceu, depois destas coisas, que tentou DEUS a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. 2 - E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. 3 - Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que DEUS lhe dissera.

 

22:1-19. A oferta sacrificial de Isaque.

O pai e o filho são-nos revelados com especial clareza nesse momento supremo. De Abraão, a perturbadora exigência só evoca amor e fé, certo como ele está de que a “loucura de Deus” é sabedoria ainda não descoberta.5 Assim, fica ele capacitado, pela entrega do seu filho, a refletir o ainda maior amor de Deus, enquanto a sua fé lhe propicia um primeiro vislumbre de ressurreição. Ver comente. do v. 5. A prova, em vez de quebrantá-lo, leva-o ao ponto culminante da peregrinação de sua vida toda andando com Deus. Isaque também chega logo ao cume em sua jornada — não pelo que faz e sim pelo que sofre. Neste acontecimento está o seu papel, por mais que ele mesmo não se torne personagem distinguido. Outros farão proezas; ele aí fica na condição de vítima calada, num único episódio, para demonstrar o plano de Deus quanto à “semente” escolhida: ser um servo sacrificado.

1. Tentou (AV) é mais bem expresso por provou ou testou (cf. RV, RSV, AA). A confiança de Abraão teria de ser posta na balança contra o senso comum, o afeto humano e a ambição de toda a sua vida; de fato, contra tudo que é terrenal.

2. Cada uma das frases iniciais acrescenta um grau à tensão. Moriá reaparece apenas em 2 Cr 3:1, onde se identifica com o lugar em que Deus suspendeu a praga de Jerusalém e onde Salomão edificou o templo. Nos termos do Novo Testamento, ficava nas vizinhanças do Calvário.

3. Sobre a partida de Abraão bem cedo.

A indicação da data, ao terceiro dia, incidentalmente se harmoniza com a localização de Moriá anotada acima, mas fala principalmente da prolongada prova e da obediência mantida.

5. A certeza de que Isaque, como Abraão, voltaria do sacrifício não era simples frase vazia; era a plena convicção de Abraão, baseada na promessa: “por Isaque será chamada a tua descendência” (21:12).

Hb 11:17-19 revela que ele esperava que Isaque ressuscitasse. Daí em diante o consideraria como devolvido dos mortos. Quanto a uma extensão desta atitude, ver as reflexões de Paulo sobre a vida mediante a morte em 2 Co, especialmente 5:14.

6. A colocação da lenha sobre Isaque traz inevitavelmente à memória o pormenor de Jo 19:17: “e ele próprio, carregando a sua cruz, saiu”. Mas o fogo e o cutelo estão nas mãos do pai. O fato de a vítima e o ofertante caminharem ambos juntos (o pungente refrão retorna no v. 8), prefigura a coparticipação maior expressa em Is 53:7,10.

8. O Deus proverá de Abraão haveria de imortalizar-se no nome do lugar; ver o v. 14. Quase se poderia dizer que constitui o moto da sua vida toda. Muitos são os que viveram por esse lema daí por diante. Sua completa certeza de Deus, juntamente com uma completa abertura quanto aos pormenores, faz desta um modelo de resposta a uma questão agonizante. O método de Deus competia a Ele; tomá-los-ia de surpresa.

9,10. Von Rad assinala a diminuição no ritmo da narrativa rumo ao momento fatal; nos vers. 10 “mesmo os movimentos singelos” são captados. Trata-se de obra-prima na arte da narração.

11,12. O momento exato da intervenção extrai da experiência a última gota de significado. Do lado humano, o sacrifício último é enfrentado e determinado; do lado divino, nem um vestígio de ferimento é permitido, e nem um leve sinal de devoção passa despercebido (como o esclarece a frase o filho, o teu único filho, eco do v. 2, repetido no v. 16). É a resposta à interrogação levantada por Miquéias (6:6,7), resposta vividamente conclusiva, embora de modo nenhum fácil.

13. Pela segunda vez (cf. 21:19) acha-se a provisão de Deus pronta e à espera. Note-se que, ao menos neste sacrifício, a vítima foi substituta (em lugar de seu filho). E aquilo que aqui está explícito, o posterior ritual de Levítico 1:4 parece bem apropriado para expressar.

14. Jehovah-jireh (AV; AA: “o Senhor proverá”), independentemente do seu uso como nome de Deus, é a expressão empregada por Abraão no v. 8. Prover (proverá) é um sentido secundário do verbo simples “ver” (cf. o nosso see to it; como também o português “veja que”), como em 1 Sm 16:1, AV. Ambos os sentidos provavelmente coexistem na pequena expressão contida no v. 14, a saber: “No monte ... ficará evidente” (AV: “ ...se verá."; AA: “ ...se proverá”).

15-18. Obedecer é achar nova segurança como Abraão descobrira em 13:14; observe-se também a nova promessa em 17. O melhor comentário do juramento de Deus encontra-se em Hb 6:16-18.

OBJETIVO GERAL

Ressaltar a provisão de DEUS no monte do sacrifício.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS

Mostrar que é necessário ter fé para subir ao monte do sacrifício;

Compreender que a fé de Abraão o fez vencer a provação no monte do sacrifício;

Explicar que JESUS é o Cordeiro de DEUS que subiu ao monte do sacrifício por amor a nós.

PONTO CENTRAL - Pela fé Abraão pôde ver a provisão de DEUS no monte do sacrifício.


RESUMO:  
A Provisão De DEUS No Monte Do Sacrifício 



I - FÉ PARA SUBIR O MONTE DO SACRIFÍCIO
1. Abraão é provado.

2. No limite da capacidade humana.

3. Um pedido difícil.

II - PROVAÇÃO NO MONTE DO SACRIFÍCIO

1. Amor, obediência e fé no monte do sacrifício.

2. O clímax da prova.

3. O momento decisivo da prova.

III - JESUS, O CORDEIRO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO

1. O sacrifício do Cordeiro de DEUS (Jo 1.29).

2. A reconciliação mediante o sacrifício do Cordeiro.

3. A justificação mediante o Cordeiro de DEUS.

SÍNTESE DO TÓPICO I - É necessário ter fé para subir o monte do sacrifício.

SÍNTESE DO TÓPICO II - Todo crente é provado pelo Senhor no monte do sacrifício.

SÍNTESE DO TÓPICO III - JESUS é o Cordeiro de DEUS que foi imolado por nós no monte do sacrifício.

PARA REFLETIR - A respeito da provisão de DEUS no monte do sacrifício, responda: DEUS nos dá tentação além do que podemos suportar? Confirme a resposta com uma referência.

Não. O apóstolo Paulo escrevendo aos coríntios declarou: "Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é DEUS, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes, com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar" (1 Co 10.13).

O que DEUS pediu a Abraão?
DEUS pediu que ele sacrificasse seu único filho como oferta.
Quantos dias Abraão e Isaque tiveram que caminhar até chegar à terra de Moriá?
Acredita-se que eles caminharam durante três dias.
Qual a resposta de Abraão a Isaque quando perguntou a respeito do animal para o sacrifício?
"DEUS proverá para si o cordeiro" (Gn 22.8).
Quem é o Cordeiro de DEUS que tira o pecado do mundo?
JESUS CRISTO.

I. FÉ PARA SUBIR O MONTE DO SACRIFÍCIO


A prova que Abraão passou, quando Deus pede a ele o seu único filho em sacrifício, é uma demonstração convincente de amor por Deus. Este episódio retrata uma das experiências mais tremendas registradas em Gênesis. Deus provou Abraão não para fazê-lo tropeçar e assistir a sua queda, mas para aprofundar sua capacidade de obedecer a Deus e verdadeiramente desenvolver seu caráter. Assim como o fogo refina o minério para extrair metais preciosos, Deus nos refina através de circunstâncias difíceis.

1. Abraão é provado. Certa feita, provavelmente à noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera(Gn 22:2,3). Em Hebreus 11:17 diz: “Pela fé, ofereceu Abraão a Isaque, quando foi provado, sim, aquele que recebera as promessas ofereceu o seu unigênito(Hb.11:17).

Deus prometeu um filho a Abraão, e demorou 25 anos para cumprir a promessa. Agora que o filho já é um jovem, Deus pede esse filho a Abraão em holocausto. Isto parece um paradoxo diante do Deus amoroso, justo e que jamais aceitaria um sacrifício humano. Esse tipo de prática era realizado em rituais das religiões pagãs na terra de Canaã (Dt.18:10). Mas o desafio foi feito e Abraão teria de provar sua lealdade e seu amor ao Senhor. Abraão obedece prontamente, sem questionar, por entender que Deus era poderoso para ressuscitar seu filho (Hb.11:18). Sem fé, esse ato seria loucura e paranoia. Sem fé, o gesto de Abraão seria um atentado criminoso. Sem fé, Abraão seria um carrasco sem coração, e não um gigante de Deus. A fé verdadeira sempre é provada. Ela não se enfraquece nas provas, mas torna-se ainda mais robusta e combativa. Veja que a qualidade do metal é comprovada por aquilo que pode suportar. A coragem de um soldado se evidencia na luta. Só uma casa edificada sobre a rocha enfrenta a fúria da tempestade sem desabar. A fé de Abrão foi provada. Ele atravessou, resiliente, o vale da provação.

2. No limite da capacidade humana. Deus pede a Abraão seu filho amado, o melhor que ele tem. Na verdade, Deus pede tudo; pede mais do que a vida de Abraão, pede seu amor, pede seu filho em sacrifício. A prova a que Abraão fora submetido fez com que ele chegasse ao máximo da sua capacidade espiritual e emocional. Deus promete na sua Palavra que Ele não permitirá sermos provados além do que podemos suportar (cf.1Co.10:13). Segundo o Rev. Hernandes Dias Lopes, “as provas não só testam a fé, mas a revigoram. Os músculos exercitados tornam-se mais rijos. O corredor bem treinado tem melhor desempenho na corrida. As tribulações produzem paciência, e esta conduz a ricas e profundas experiências”.

O autor da prova é o próprio Deus. Deus prova Abraão não para envergonhá-lo ou derrotá-lo, mas para elevá-lo. Abraão crê em Deus e lhe obedece sem questionar.

3. Um pedido difícil. Quando Isaque nasceu foi uma grande alegria para o lar de Abraão. Foi um grande e notório milagre. Isaque era tratado com grande carinho e desvelo, como se fosse a joia preciosa jamais encontrada. Mas, agora que Isaque já é um jovem, Deus pede esse filho, o filho da promessa, em holocausto. Foi a prova suprema da fé do patriarca. Foi um pedido muito difícil. Segundo Paul Hoff, o pedido lhe era muito difícil porque:

·         A alma de Abraão se desfazia ante o conflito de seu amor paternal e a obediência a Deus.

·         Parecia-lhe estranho porque Abraão já sabia que não agradava a Deus o conceito pagão de ganhar o favor dos deuses sacrificando seres humanos.

·         O pedido era contrário à promessa de que somente por Isaque se formaria a nação escolhida.

Parecia um paradoxo, um contrassenso. Parece que Deus estava contra Deus, fé contra fé e promessa contraordem. Isto, portanto, pregava contra a lógica humana. Mas Deus nunca precisou da lógica humana para realizar os seus planos. Abraão obedece prontamente, sem questionar, por entender que Deus era poderoso para ressuscitar seu filho, como está escrito em Hebreus 11.19: porque considerou que Deus era poderoso até para ressuscitá-lo dentre os mortos...”.

Quantas vezes, em meio às dificuldades e provações, dizemos para Deus que não podemos obedecê-lo, que não podemos suportar o que Ele nos pede. Deus não quer o nosso mal, pois nos prova para que o conheçamos melhor.

II. PROVAÇÃO NO MONTE DO SACRIFÍCIO



O propósito da prova era aumentar a fé que Abraão tinha, dar-lhe a oportunidade de alcançar uma vitória maior e receber uma revelação mais profunda ainda de Deus e de seu plano. É bom ressaltar que Deus não tentou a Abraão como algumas versões da Bíblia traduzem Gn.22:1. A tentação é do diabo e tem o propósito de conduzir o homem ao pecado (Tg.1:12-15). Ao contrário, Deus prova o homem para dar-lhe a oportunidade de demonstrar sua obediência e crescer espiri­tualmente.

1. Amor, obediência e fé no monte do sacrifício. No Monte do Sacrifício, Abraão demonstrara amor, obediência e fé. E nós? Quando estamos sendo provados por Deus demonstramos essas qualidades? Embora Abraão não tenha entendido o motivo da ordem de Deus, obedeceu imediatamente, a despeito de o momento ser muito difícil e tribuloso para Abraão. O apóstolo Paulo diz que as tribulações produzem paciência, e esta conduz a ricas e profundas experiências. Deus provou Abraão não para envergonhá-lo ou derrotá-lo, mas para aprová-lo, elevá-lo. A fé sempre é provada, para mostrar que ela é verdadeira, resiliente, que resiste a todas as provas.

Não somente foi uma prova de fé, mas também de grande amor a Deus. Abraão amava o seu filho Isaque, mas obedecendo a Deus, deixou claro que era o Senhor que ocupava o primeiro lugar em sua vida. Foi um ato de fé e amor a Deus, mas também uma mera demonstração de obediência incondicional e ultra circunstancial. Abraão prontamente obedeceu ao pedido que o Senhor lhe fizera, mesmo não compreendendo o porquê de tal petição.

2. O clímax da prova. Em Gênesis 22:3-5 está escrito: Levantou-se, pois, Abraão de madrugada e, tendo preparado o seu jumento, tomou consigo dois dos seus servos e a Isaque, seu filho; rachou lenha para o holocausto e foi para o lugar que Deus lhe havia indicado. Ao terceiro dia, erguendo Abraão os olhos, viu o lugar de longe. Então, disse a seus servos: Esperai aqui, com o jumento; eu e o rapaz iremos até lá e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós”.

Tendo deixado os dois moços ao pé do monte, Abraão e seu filho tomaram a lenha e o cutelo e subiram ao monte do sacrifício (Gn.22:4-6). Enquanto subiam o monte, Abraão e Isaque conversavam. Entrementes, Isaque percebendo que não havia nenhum cordeiro sendo levado para o holocausto, perguntou ao seu pai: "[...]onde está o cordeiro para o holocausto?" (Gn.22:7), e Abraão, de forma incisiva e confiante, respondeu: [...] "Deus proverá para si o cordeiro [...]" (Gn.22:8).

Parece que enquanto caminhava para o monte do sacrifício Abraão meditava sobre o conflito entre a ordem de sacrificar Isaque e as promessas de perpetuar a aliança por meio dele. Teria pensado que a solução era crer que mesmo quando atravessasse com o cutelo o coração de Isaque e acendesse o fogo para que o corpo de seu filho fosse reduzido a cinzas, Deus ressuscitaria a Isaque do montão de cinzas. Por isso, ao deixar seus criados, disse-lhes que tornariam a eles (Gn.22:5; Hb.11:19).

Só uma fé inabalável faz com que o ser humano aja dessa maneira. Sem fé, esse ato seria loucura, seria paranoia. Sem fé, o gesto de Abraão seria um atentado criminoso. Sem fé, Abraão seria um carrasco sem coração, e não um homem de Deus. Crer no poder divino para ressuscitar os mortos foi o auge de sua fé. Não havia ainda registro de ressurreição na História, mas Abraão cria no impossível, via o invisível e tomava posse do intangível. Ele já tinha experimentado o poder da ressurreição de Deus em seu corpo (Rm.4:19-21). Por isso, ele já sabia que Deus era poderoso para levantar Isaque da morte (Hb.11:19).

Quando estivermos no “monte da prova”, nas provas mais profundas, precisamos saber que para Deus não há impossível, e que podemos todas as coisas naquele que nos fortalece (Fp.4:13).

3. O momento decisivo da prova. Enfim, Abraão e Isaque chegaram ao local do sacrifício. Isaque, como um filho obediente e compreensível, permitiu que fosse amarrado sobre a lenha. E no momento que Abraão levantou o cutelo para imolar Isaque, o anjo do Senhor bradou forte e não deixou que ele o fizesse. Bem perto deles havia um cordeiro substituto. Deus proveu o Cordeiro, e este tomou o lugar de Isaque (Gn.22:13). Assim, Abraão descobriu um novo nome para Deus: Jeová-Jirê, que significa "o Senhor provera”. Esse nome de Deus nos ajuda a entender algumas verdades sobre a provisão do Senhor (adaptado do livro “Quatro homens, um destino”, do Rev. Hernandes Dias Lopes):

a) Deus provê às nossas necessidades no lugar em que Ele determinar. Abraão estava no lugar em que Deus mandou que estivesse. Do jeito que Deus mandou. Na hora que Deus mandou. Por isso, Deus proveu para ele. A estrada da obediência é a porta aberta da provisão. Não temos o direito de esperar a provisão de Deus se não estivermos no centro da vontade de Deus.

b) O Senhor provê às nossas necessidades exatamente quando nós temos a necessidade, nem um minuto antes. Do ponto de vista humano, isso pode parecer muito tarde, mas Deus nunca chega atrasado. O relógio de Deus não se atrasa. Veja o exemplo de Ana, mãe de Samuel. Veja o exemplo do nascimento de João o Batista. Veja o exemplo da ressurreição de Lázaro.

c) O Senhor provê às nossas necessidades por caminhos naturais e também sobrenaturais. Deus não enviou um anjo com um sacrifício, mas mostrou um cordeiro preso pelos chifres. Abraão só precisava de um cordeiro, por isso Deus não lhe mostrou um rebanho. Mas, ao mesmo tempo, Abraão ouviu a voz de Deus. O natural se mistura com o sobrenatural.

d) Deus dá sua provisão a todos os que confiam Nele e obedecem às Suas instruções. Quando você está onde Deus o mandou estar, fazendo o que Deus o mandou fazer, então pode esperar a provisão de Deus em sua vida. Quando a obra de Deus é feita do jeito que Deus manda, nunca falta a Sua provisão. O Senhor não tem obrigação de abençoar minhas ideias e meus projetos. Mas Deus é fiel para cumprir Suas promessas.

e) Deus provê às nossas necessidades para a glória de Seu próprio nome. Deus foi glorificado no monte Moriá porque Abraão e Isaque fizeram a vontade de Deus. A intervenção divina no Monte Moriá é uma antecipação da expressão mais profunda do amor de Deus por nós: a entrega de seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar no Monte Calvário. Ele nos substituiu na cruz, morrendo por nossos pecados. Na verdade, Abraão viu, pela revelação da fé, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.

4. Nas provações, procure glorificar ao Senhor. Em tempos de provações é muito fácil pensarmos apenas em nossas necessidades e em nossos fardos, em vez de focarmos nossa atenção em trazer glória ao nome de Cristo. Normalmente, perguntamos: "Como posso sair dessa situação de provação?". Em vez disso, deveríamos perguntar: "Como posso trazer glória ao nome do Senhor nessa situação?".

III. JESUS, O CORDEIRO DE DEUS NO MONTE DO SACRIFÍCIO

Como em nenhum outro episódio, a experiência de Abraão e Isaque aponta para o amor do Pai e o sacrifício de Jesus na cruz. A entrega de Isaque é um farol a apontar o amor eterno e sacrificial do Pai que deu Seu Filho para morrer por nós, pecadores.  No miraculoso nascimento de Isaque, Abraão viu o dia do nascimento de Cristo.  No casamento de Isaque, ele viu o dia da vinda de Cristo para Sua noiva, a Igreja. Mas no monte Moriá, quando Isaque foi colocado no altar, Abraão viu o dia da morte e da ressurreição de Cristo.

Algumas semelhanças entre esse gesto de Abraão e o amor do Pai podem ser identificadas nesta experiência (adaptado do livro “Quatro homens, um destino”, do Rev. Hernandes Dias Lopes):

 1. Assim como Abraão, Deus não poupou Seu próprio Filho (Hb.11:17; Rom .8:32) 

Abraão entregou seu filho a Deus, e Deus entregou Seu Filho para morrer pelos pecadores.

2. Isaque foi o filho do coração - Jesus foi o Filho amado (Gn.22:2; João 3:16). 

Assim como Isaque era o filho da promessa, Jesus é o Filho amado, em quem Deus tem todo o prazer.

3. Isaque foi a Moriá sem reclamar - Jesus, como ovelha muda, foi obediente até a morre, e morte de cruz.

A atitude de Isaque, caminhando três dias para o monte Moriá, lança luz sobre a atitude de Jesus caminhando para o Calvário, sem abrir a boca e sem lançar maldição sobre seus exatores.

4. Isaque foi o filho da promessa - Jesus é o Filho prometido antes da fundação do mundo.

Isaque foi prometido por Deus. Seu nascimento foi profetizado. Seu nascimento veio por uma intervenção miraculosa de Deus, no tempo oportuno de Deus. Assim, também, Jesus veio ao mundo para cumprir um propósito do Pai. Sua vinda foi prometida, preparada. Ele nasceu para cumprir um plano perfeito do Pai.

5. Isaque teve seu sacrifício preparado (Gn.22:2,3) - o sacrifício de Jesus foi planejado na eternidade (Ap.13:8). 

Assim como Deus estabeleceu os detalhes do sacrifício de Isaque, também planejou desde a eternidade a entrega, o sacrifício e a morte vicária de Seu Filho na cruz.

6. Abraão e Isaque caminham sós para o Moriá - Jesus também bebeu o cálice sozinho, mas conversando com o Pai.

Os servos de Abraão ficaram no sopé do Monte Moriá; os homens abandonaram Cristo, inclusive Seus discípulos. Jesus, quando suou sangue no Getsêmani, estava só; somente Ele e o Pai travaram aquela batalha de sangrento suor. Jesus marchou para a cruz sob as vaias da multidão e tendo como único refúgio a intimidade com o Pai.

7. Isaque carregou a madeira para o sacrifício - Jesus carregou a cruz.

Assim como Isaque levou a lenha para o sacrifício no monte Moriá, Cristo carregou a cruz para o Gólgota, onde morreu por nossos pecados. Jesus, o Filho de Deus, teve de carregar o fardo do pecado de toda a humanidade sobre Seus ombros. A lenha é mencionada cinco vezes no capítulo 22 de Gênesis. O versículo seis diz que Abraão colocou sobre Isaque, seu filho, a lenha do holocausto. Deus fez cair sobre Jesus a iniquidade de todos nós. Ele foi transpassado pelas nossas transgressões. Jesus carregou o lenho maldito sob as vaias da multidão tresloucada e ensandecida. Foi pregado no lenho e exposto ao vitupério público. Carregou a cruz e na cruz morreu.

8. Abraão e Isaque caminham sempre juntos - o Pai e o Filho fizeram na eternidade um pacto de sangue para salvar o homem e andaram sempre juntos.

Sempre houve comunhão perfeita entre o Pai e o Filho. Sempre andaram juntos nesse glorioso propósito de remir-nos. Quando caminhamos pela fé, mostramos ao mundo não só nossa fidelidade a Deus, mas revelamos ao mundo o próprio coração de Deus.

9. Deus poupou Abraão e Isaque, mas não poupou Seu Filho. 

Deus não providenciou um cordeiro substituto para Jesus. Ele viu Seu clamor e não O amparou. A Bíblia diz que Deus não poupou Seu próprio Filho, antes O entregou por todos nós (Rm.8:32). Diz ainda que Deus prova Seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm.5:8).

10. Isaque morreu apenas em sentido figurado (Hb.11:19), mas Jesus realmente morreu e ressuscitou. 

O texto não diz que Isaque retornou com Abraão aos seus dois servos (Gn.22:19). A próxima vez que ouvimos falar em Isaque é quando ele se encontra com sua noiva (Gn.24:62). Isso mostra-nos que o próximo glorioso evento no calendário de Deus é o retorno de Jesus Cristo para encontrar-se com a Sua noiva, a Igreja.

Jesus, o Cordeiro de Deus, assumiu o castigo que era nosso. Ele tomou sobre si a nossa condenação. Na cruz, Cristo cumpriu a nossa pena, justificando-nos perante o Pai. Ele nos libertou da lei do pecado. Uma vez livres e justificados pela fé, temos paz com Deus (Rm.5:1).

CONCLUSÃO

No topo do Calvário, há uma bandeira que tremula e proclama: Jeová-Jirê - "Deus proverá". Ele providenciou para nós perdão e salvação. Creia que Deus provê todas as nossas necessidades, em qualquer hora e lugar, desde que estejamos dispostos a reconhecer sua soberania e suprema vontade. Olhe para o Cordeiro de Deus. Olhe para Jesus, com fé, e seja um filho de Abraão, seja um filho de Deus.

 

JESUS E A GRAÇA LIBERTADORA DO PERDÃO

 


Olá! Que bom que você pediu isso. Aqui está um texto bíblico e motivacional sobre o perdão, com palavras de encorajamento:

Título: A Graça Libertadora do Perdão

Assim como o sol da manhã dissipa a escuridão da noite, o perdão tem o poder de iluminar os cantos sombrios do nosso coração, libertando-nos do peso da mágoa e da amargura. As Escrituras nos lembram em Colossenses 3:13: "Suportem-se uns aos outros e perdoem-se mutuamente, caso alguém tenha queixa contra o outro. Assim como o Senhor os perdoou, perdoem também vocês."

Essas palavras ecoam a essência do amor divino, um amor que não guarda rancor, mas que se estende em graça e misericórdia. Perdoar não significa esquecer a dor que nos foi causada, nem justificar a ação de quem nos feriu. Em vez disso, é uma escolha corajosa de liberar o controle que essa dor exerce sobre nós. É um ato de amor-próprio, uma decisão de não permitir que o passado continue a aprisionar o nosso presente e a obscurecer o nosso futuro.

Lembre-se das palavras de Jesus em Mateus 6:14-15: "Pois, se vocês perdoarem as ofensas uns dos outros, o Pai celestial também lhes perdoará; mas, se vocês não perdoarem as ofensas dos outros, o Pai de vocês não lhes perdoará." Este ensinamento nos mostra a profunda conexão entre o nosso perdão aos outros e a graça que recebemos.

Perdoar pode parecer um desafio árduo, uma montanha íngreme a escalar. Haverá momentos em que a dor será intensa e a vontade de guardar a ofensa parecerá mais forte. No entanto, é nesses momentos que devemos buscar força em Deus, lembrando que Ele nos perdoou infinitamente através de Seu Filho Jesus Cristo. Esse perdão incondicional é a nossa maior inspiração e o nosso modelo.

Ao escolhermos perdoar, abrimos espaço para a cura, para a restauração e para a paz que excede todo entendimento (Filipenses 4:7). Não estamos apenas libertando o outro, mas principalmente a nós mesmos. Estamos nos desvencilhando das correntes invisíveis do ressentimento, permitindo que a leveza e a alegria floresçam em nosso coração.

Que a graça de Deus nos capacite a sermos instrumentos de perdão, espalhando a mesma misericórdia que recebemos. Que possamos olhar para aqueles que nos feriram com olhos de compaixão, reconhecendo a nossa própria humanidade falha e a nossa necessidade constante de perdão.

Portanto, encorajo você hoje: escolha perdoar. Permita que a graça libertadora do perdão transforme a sua vida e o conduza a uma jornada de paz e reconciliação. Lembre-se sempre: assim como fomos perdoados, somos chamados a perdoar.

terça-feira, 29 de abril de 2025

O PERDÃO


 

O PERDÃO


 PERDOAR

Perdoar setenta vezes sete

Mateus 18:21-22 Então Pedro, aproximando-se dele, Lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu hei de perdoar? Até sete? Respondeu-lhe Jesus: Não te digo que até sete; mas até setenta vezes sete.

O amor do Senhor

Mateus 22:37-39 Respondeu-lhe Jesus: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento. Este é o grande e primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás ao teu próximo como a ti mesmo.

Dessas duas passagens, uma fala de perdão e a outra fala de amor. Esses dois tópicos realmente destacam a obra que o Senhor Jesus quis realizar na Era da Graça.

Quando Deus tornou-Se carne, Ele trouxe junto com isso um estágio de Sua obra — Ele trouxe a obra específica e o caráter específico que Ele queria expressar nessa era. Naquele período, tudo o que o Filho do homem fez girava em torno da obra que Deus queria realizar nessa era. Ele não aceitaria fazer mais nem menos. Cada coisa que Ele disse e cada tipo de obra que Ele realizou estava relacionado com essa era. Independentemente de ter expressado isso ou não de uma maneira humana, com linguagem humana, ou através da linguagem divina — não importa de que maneira, ou de qual perspectiva — o Seu objetivo era ajudar as pessoas a entenderem o que Ele queria fazer, qual era a Sua vontade e quais eram as Suas exigências em relação às pessoas. Ele podia usar vários meios, de diversas perspectivas, para ajudar as pessoas a compreenderem e conhecer a Sua vontade, compreender a Sua obra de salvar a humanidade.

Assim, na Era da Graça, vemos o Senhor Jesus usando com frequência a linguagem humana para expressar o que Ele queria comunicar à humanidade. Ainda mais, nós O vemos da perspectiva de um guia comum conversando com as pessoas, suprindo suas necessidades, ajudando-as com aquilo que elas pediam. Esse modo de operar não era visto na Era da Lei, que antecedeu a Era da Graça. Ele se tornou mais íntimo e mais compassivo com a humanidade, bem como mais capaz de alcançar resultados práticos, tanto na forma como na maneira. A expressão “perdoar setenta vezes sete” realmente esclarece esse ponto. O objetivo alcançado pelo número nessa expressão é permitir que as pessoas compreendessem a intenção do Senhor Jesus quando Ele disse isso. Sua intenção era que as pessoas perdoassem os outros — não uma ou duas vezes, nem sete vezes, mas setenta vezes sete. Que tipo de ideia é esse “setenta vezes sete”? É fazer com que as pessoas façam do perdão sua própria responsabilidade, algo que elas precisam aprender e um caminho que elas precisam conservar. Embora isso fosse apenas uma expressão, serviu como um ponto crucial. Ajudou as pessoas a apreciarem profundamente o que Ele quis dizer e a encontrar os caminhos adequados da prática, e os princípios e normas na prática. Essa expressão ajudou as pessoas a entenderem claramente e lhes deu um conceito preciso de que deveriam aprender o perdão — perdoar sem condições e sem limitações, mas com uma atitude de tolerância e compreensão para os outros. Quando o Senhor Jesus disse isso, o que estava em Seu coração? Estaria Ele realmente pensando em setenta vezes sete? Não estava. Existirá um número de vezes que Deus perdoará o homem? Há muitas pessoas muito interessadas no “número de vezes” mencionado, que realmente querem entender a origem e o significado desse número. Querem entender por que esse número saiu da boca do Senhor Jesus; acreditam que há uma implicação mais profunda nesse número. Na verdade, essa foi apenas a expressão de Deus em meio à humanidade. Qualquer implicação ou significado deve ser tomado juntamente com as exigências do Senhor Jesus para com a humanidade. Quando Deus ainda não havia Se tornado carne, as pessoas não compreendiam boa parte do que Ele dizia, porque provinha da divindade completa. A perspectiva e o contexto do que Ele dizia era invisível e inatingível para a humanidade; era expresso a partir de um reino espiritual que as pessoas não podiam ver. Para as pessoas que viviam na carne, elas não podiam passar através do reino espiritual. Mas depois que Deus tornou-Se carne, Ele falou à humanidade da perspectiva da humanidade; Ele saiu e ultrapassou o escopo do reino espiritual. Ele podia expressar o Seu caráter divino, Sua vontade e Sua atitude, por meio de coisas que os humanos eram capazes de imaginar e coisas que eles viam e encontravam em sua vida, usando métodos que os humanos podiam aceitar, numa linguagem que eles conseguiam entender e um conhecimento que elas eram capazes de captar, para permitir à humanidade compreender e conhecer a Deus, compreender a Sua intenção e as normas que Ele exige, dentro do âmbito da capacidade delas, na medida em que elas eram capazes. Esse foi o método e o princípio da obra de Deus em meio à humanidade. Embora os caminhos de Deus e Seus princípios de operar na carne tenham sido alcançados sobretudo pela humanidade, ou através da humanidade, realmente alcançaram resultados que não poderiam ser alcançados operando diretamente na divindade. A obra de Deus na humanidade foi mais concreta, autêntica e direcionada, os métodos eram muito mais flexíveis e, na forma, superavam a Era da Lei.

Adiante, vamos falar sobre amar o Senhor e amar o próximo como a si mesmo. Isso é algo expresso diretamente na divindade? É bem claro que não! Tudo isso foram coisas que o Filho do homem disse em Sua humanidade; só gente diria algo como “Ame seu próximo como a si mesmo. Amar os outros é o mesmo que prezar sua própria vida” e só gente falaria dessa maneira. Deus nunca falou dessa maneira. No mínimo, Deus não tem esse tipo de linguagem na Sua divindade porque Ele não precisa desse tipo de preceito: “ame seu próximo como a si mesmo”, para reger o Seu amor pela humanidade, pois o amor de Deus pela humanidade é uma revelação natural daquilo que Ele tem e é. Quando vocês já ouviram falar que Deus disse algo como “Eu amo a humanidade como amo a Mim mesmo”? Porque o amor está na essência de Deus e no que Ele tem e é. O amor de Deus pela humanidade e o modo como Ele trata as pessoas e a Sua atitude são uma expressão natural e reveladora de Seu caráter. Ele não precisa fazer isso deliberadamente de uma certa maneira, ou seguir deliberadamente um certo método ou um código moral para conseguir amar o próximo como a Si Mesmo — Ele já possui esse tipo de essência. O que você vê nisto? Quando Deus operou em humanidade, muitos dos Seus métodos, palavras e verdades foram expressos de maneira humana. Mas, ao mesmo tempo, o caráter de Deus, o que Ele tem e é, e a Sua vontade foram expressos para que as pessoas os conhecessem e os compreendessem. O que eles conheciam e compreendiam era, exatamente, a Sua essência e o que Ele tem e é, o que representa a identidade inerente e o status do Próprio Deus. Ou seja, o Filho do homem na carne expressou o caráter inerente e a essência do Próprio Deus até o máximo grau possível e com a maior precisão possível. Não só a humanidade do Filho do homem não era um obstáculo nem uma barreira para a comunicação e a interação do homem com Deus no céu, mas era, na verdade, o único canal e a única ponte para a humanidade se conectar ao Senhor da criação. Nesse ponto, vocês não acham que há muitas semelhanças entre a natureza e os métodos da obra realizada pelo Senhor Jesus na Era da Graça e o atual estágio da obra? O estágio atual da obra também usa muita linguagem humana para expressar o caráter de Deus e usa muita linguagem e muitos métodos da vida cotidiana da humanidade e do conhecimento humano para expressar a própria vontade de Deus. Uma vez que Deus Se torna carne, não importa se Ele está falando de uma perspectiva humana ou de uma perspectiva divina, grande parte da Sua linguagem e dos Seus métodos de expressão são comunicados por meio da linguagem humana e dos métodos humanos. Isto é, quando Deus Se torna carne, é a melhor oportunidade para vocês verem a onipotência de Deus e a Sua sabedoria, e conhecer cada aspecto real de Deus. Quando Deus tornou-Se carne, na Sua fase de crescimento, Ele veio a compreender, aprender e captar parte dos conhecimentos da humanidade, do bom senso, da linguagem e dos métodos de expressão da humanidade. O Deus encarnado possuía essas coisas que vinham dos humanos que Ele havia criado. Elas se tornaram ferramentas do Deus feito carne para expressar o Seu caráter e a Sua divindade e permitiram que Ele tornasse Sua obra mais pertinente, mais autêntica e mais precisa quando Ele operava em meio à humanidade, de uma perspectiva humana e usando a linguagem humana. Isso a tornou mais acessível e mais facilmente compreendida pelas pessoas, alcançando assim os resultados que Deus desejava. Não é mais prático para Deus operar na carne desta maneira? Não é isso a sabedoria de Deus? Quando Deus tornou-Se carne, quando a carne de Deus foi capaz de assumir a obra que Ele queria realizar, foi quando Ele expressou na prática o Seu caráter e a Sua obra, e também foi a época em que Ele pôde iniciar oficialmente o Seu ministério como Filho do homem. Isso significava que não havia mais um abismo entre Deus e o homem, que Deus cessaria logo Sua obra de comunicar-Se por meio de mensageiros, e que o Próprio Deus podia expressar pessoalmente todas as palavras e operar na carne tal como queria. Isso também significava que as pessoas que Deus salvou estavam mais próximas Dele e que a Sua obra de gerenciamento havia entrado em um novo território, e que toda a humanidade estava prestes a se ver diante de uma nova era.

 

PERDOAMOS PORQUE FOMOS PERDOADOS


texto bíblico: Mateus 18:21-35

"assim vos fará também meu pai celestial, se do coração não perdoardes, cada um a seu irmão, as suas ofensas" (mt.18:35).

INTRODUÇÃO

dando continuidade ao estudo das parábolas de jesus, estudaremos nesta aula a respeito da parábola do credor incompassivo, ou seja, o credor que não tem compaixão, o credor que não tem misericórdia.

ela é uma ilustração que jesus faz a respeito do perdão ilimitado como uma nota do caráter que deve ter o filho de deus (mt.5:45).

se Deus nos perdoa por intermédio de sua infinita graça, por outro lado, temos a responsabilidade de perdoar aqueles que nos ofendem.

quem não tem condição de perdoar, mostra, com este gesto, que não nasceu de novo e que não pertence, pois, ao reino de deus.

I. interpretando a parábola do credor incompassivo

vejamos os elementos destacados na parábola.

1. o rei.

embora o credor incompassivo seja a personagem principal da parábola, não é o primeiro elemento que surge.

o primeiro elemento da parábola é o rei. ele é o símbolo de Deus.

disto temos absoluta convicção, porque jesus, ao término da parábola, faz a aplicação, ao dizer que, assim como o rei tratou o servo incompassivo, assim seu pai haveria de tratar aquele que não perdoasse os seus irmãos, indicando, deste modo, que o rei não é outro senão o pai celestial (mt.18:35).

2. o credor incompassivo.

é o personagem de destaque na parábola.

as circunstâncias da parábola permitem-nos afirmar que esse servo se tratava de uma alta autoridade do reino, de um participante da corte real. é, portanto, alguém que está junto ao reinado do rei, de um assessor importante do rei.

esta é a condição dos integrantes da igreja, a agência do reino de Deus aqui na terra.

os salvos são servos de Deusestão a seu serviço, mas gozam de um relacionamento íntimo com o senhor, têm livre acesso ao trono e desfrutam da confiança de Deus.

não é à toa que, no reino milenial de cristo, teremos participação ativa no governo pessoal de jesus na terra.

contudo, esse servo tem também o seu simbolismo explicitamente mencionado por jesus na conclusão da parábola: é o discípulo de jesus que não sabe perdoar de coração as ofensas de seus “irmãos” (mt.18:35).

agir dessa maneira corre o risco tremendo de ficar fora do reino (mt.18:34).

3. uma dívida impagável.

o credor incompassivo (o servo) possuía uma dívida muito alta, quiçá a maior de todos os devedores, daí porque ter sido chamado logo no início da prestação de contas.

a dívida desse servo era de 10(dez) mil talentos. um valor humanamente impagável.

na verdade, jesus não contou apenas uma parábola, ele contou uma hipérbole, porque nenhum judeu podia dever 10 mil talentos no primeiro século da era cristã.

o que são 10 (dez) mil talentos? 

1(um) talento são 35 quilos de ouro ou prata. 10 (dez) mil talentos são 350 mil quilos de ouro ou prata.

para você ter uma ideia, à época de jesus, todos os impostos da galiléia, Judéia, peréia e Samaria, durante um ano, eram 800 talentos. portanto, 10 mil talentos eram os impostos de toda a região durante treze anos.

naquela época o salário diário de um trabalhador era 1(um) denário.

para um homem ajuntar 10 mil talentos ganhando 1(um) denário por dia ele teria que trabalhar, ininterruptamente, durante 150 mil anos.

portanto, quando aquele homem promete pagar a sua dívida ele estava fazendo uma promessa que não podia cumprir.

jesus quer nos informar que esta é o tamanho da dívida que Deus perdoou a você e a mim, uma dívida impagável.

nós jamais podíamos pagar essa dívida com Deus, mas jesus cristo, seu amado filho, pagou toda essa dívida (cl.2:14).

“havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”.

nesta parábola, jesus não indica como se realizou o pagamento da dívida, pois não era este o seu objetivo.

o propósito da parábola é mostrar o valor e o significado do perdão na igreja, para o salvo. daí porque não ter adentrado nesta questão.

mas é importante sabermos que o perdão realizado por Deus não se deu gratuitamente.

para nós, foi de graça, nada custou, mas, para a satisfação da justiça divina, representou o preço do sangue de cristo (1pd.1:18,19).

4. a recusa em perdoar.

o servo saiu da presença do rei, estava livre e deveria esperar tão somente a formalização do perdão, mediante a quitação da dívida, o que ocorreria, certamente, ao término da sessão real de prestação de contas.

eis que o servo encontrou com um conservo seu, ou seja, com alguém que também estava sob o governo do rei, com alguém que pertencia ao mesmo grupo que participava da corte real.

o conservo devia ao servo uma quantia irrisória.

a dívida era de cem denários, quantia correspondente a cem dias de trabalho de um assalariado, ou seja, três meses e um terço dias de serviço, valor perfeitamente passível de pagamento.

a quantia era, realmente, insignificante em si mesma. alguns intérpretes entendem que a quantia representava menos de 30g de ouro.

ao encontrar o conservo, o servo não se conteve e logo lhe foi cobrar a dívida.

o conservo usou das mesmas palavras que o servo havia usado perante o rei:

“sê generoso para comigo e tudo te pagarei” (mt.18:29).

ele não discute a dívida, pede apenas um prazo para pagar.

entretanto, o servo, sem usar de misericórdia, lançou mão do seu colega e executou a dívidasufocando-o e exigindo o pagamento (mt.18:28).

o gesto de sufocar significa, provavelmente, que o servo fazia questão de maltratar o seu devedor, provavelmente torcendo o seu pescoço, que era um costume, inclusive entre os judeus, de levar o devedor ao tribunal com o pescoço torcido.

o servo, assim, demonstrou que usava dos seus direitos nos mínimos detalhes, não deixava passar uma só vírgula daquilo que lhe era permitido por lei.

o servo mostrou, assim, que, apesar de ter sido alvo da benevolência, do favor do rei, preferiu seguir o caminho da lei. lei, aliás, que nunca lhe favoreceria enquanto devedor.

o servo poderia ter atendido o clamor do conservo devedor, mas o texto sagrado diz que ele não quis (mt.18:30).

o servo não quis fazer o bem ao seu semelhante, não quis usar de misericórdia.

ele que foi perdoado de uma dívida de 150 mil anosmas não se dispôs a perdoar uma dívida de três meses e 10 dias, facilmente pagável.

Deus quer a nossa misericórdia, deus quer que nos guiemos pelo amor que ele derramou nos nossos corações.

Deus exige de seus servos perdoados o mesmo critério de graça, o mesmo critério de misericórdia.

a lei vigente na igreja é a misericórdia, é a compaixão. misericórdia é colocar o coração na miséria do outro.

o servo, por causa do perdão recebido, estava obrigado a dar a moratória pedida pelo conservo. não apenas isso, mas estava obrigado a perdoar a dívida, assim como havia sido perdoado.

o perdão das ofensas cometidas contra nós não é, no reino de Deus, uma faculdade, uma permissão dada ao ofendido, como é na lei civil, como é na lei dos homens, mas um dever do filho do reino.

o perdão é a nota distintiva da ética do reino de Deus e não se pode, portanto, querer pertencer a ele sem que se tenha esta qualidade de perdoar.

sem o perdão, não agiremos como filhos do reino.

sem o perdão, não seremos igreja.

sem o perdão, não teremos como dizer que temos parte com Deus.

sem perdão, não poderemos ser chamados de cristãos.

o rei, ao verificar a falta de perdão por parte do servo, viu nele a ausência da natureza divina, viu nele a falta de comunhão com o rei.

o perdão já não mais lhe servia, pois havia cometido nova iniquidade.

antes de receber a quitação, demonstrara maldade.  por isso, o rei não formalizou o perdão, que revogou.

o servo incompassivo perdeu a salvação e não teve mais chance de arrependimento, não porque Deus seja mau, não porque deus seja contraditóriomas simplesmente porque o servo não quis ser salvo, não quis obedecer à lei do amor.

para alcançarmos a salvação, precisamos perseverar até o fim (m.24:13), ou seja, precisamos querer ser salvos desde o momento do perdão dos nossos pecados até o instante de sua passagem para a eternidade, seja pela morte física, seja pelo arrebatamento da igreja. você quer ser salvo?

querer não é uma questão de falar, mas uma questão de agir.

5. o perdão é ilimitado.

qual o limite do perdão?

Pedro um dia perguntou, talvez num momento imediatamente anterior àquele em que o senhor jesus proferiu esta parábola:

“…senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? até sete? (mt.18:21,22).

tendo por base algumas passagens do livro de Amós (am.1:11,13; 2:1,6), onde se anunciava a expressão divina: “por três transgressões ou por quatro, não retirarei o castigo”, entendia-se que uma pessoa poderia ser perdoada três ou quatro vezes por alguém, que seria este o limite do perdão a alguém.

alguns, mais “liberais”, chegaram mesmo a afirmar que o limite do perdão seria de sete vezesbaseando-se em pv.24:16, tendo sido, talvez, está a discussão que levou Pedro a indagar a jesus qual o limite do perdão que se deveria dar, adotando, inclusive, a corrente mais favorável existente.

para sua surpresa, porém, jesus mostra-lhe que a dimensão do reino de deus está bem acima do mais liberal intérprete da lei.

simplesmente, não haveria limite para o perdão.

não se teria sete perdões, mas, muito mais do que isto, setenta vezes sete, expressão que não significa, literalmente, quatrocentas e noventa vezes, mas que tem como sentido “sempre”, ou seja, não há limite para o perdão entre os filhos do reino.

portanto, para ilustrar este ensino, jesus proferiu a parábola do credor incompassivo, retratando a grande disposição de deus em perdoar e a sua exigência de que o homem perdoado tenha a capacidade de liberar o perdão aos seus devedores, também de forma ilimitada.

jesus quer nos ensinar que nunca poderemos dizer: não perdoo fulano, não perdoo sicrano, porque fui muito humilhado, muito machucado, muito ferido.

a bíblia diz que devemos perdoar assim como Deus em cristo nos perdoou.

a bíblia diz que Deus perdoa nossos pecados e deles não mais se lembra.

só que as pessoas pensam que quando a bíblia diz que deus perdoa e esquece acham que Deus tem amnésia. mas, Deus não tem amnésia. Deus é onisciente.

então o que quer dizer que Deus perdoa e esquece? quer dizer que Deus nunca lança em seu rosto aquele pecado que ele já perdoou.

Deus nunca mais vai cobrar uma dívida de você que ele já perdoou.
é assim que é perdãojamais você esquecerá uma sena. mas, quando vier à memória você dirá: essa dívida já foi paga. por isso perdoar é lembrar sem sentir dor.

portanto, não guarde mágoas. tome a decisão de perdoar. porque o perdão cura, o perdão liberta, o perdão restaura, o perdão renova a alma.

vejamos o exemplo do diácono Estevão, o primeiro mártir do cristianismo.

no momento que estava sendo apedrejado e morto ele não pediu vingança e nem juízo de Deus aos seus algozes. está escrito assim a respeito dele:

 “e, pondo-se de joelhos, clamou com grande voz: senhor, não lhes imputes este pecado” (atos 7:30).

II. em cristo, Deus pagou as nossas dívidas


1. a nossa dívida era impagável.

na parábola, o servo foi apresentado diante do rei e sua dívida era de dez mil talentos.

como já disse anteriormente, 10 mil talentos correspondiam a 350 mil quilos de ouro ou prata. para um homem ajuntar 10 mil talentos ganhando 1(um) denário por dia ele teria que trabalhar, ininterruptamente, durante 150 mil anos.

jesus quis mostrar que se tratava de uma quantia impagável.

esta dívida impagável simboliza o pecado do homem e o que ele representa diante de Deus.

assim como o servo não tinha como pagar uma dívida desta natureza, o homem, por si só, não tem como saldar a sua dívida diante de deus resultante do pecado que cometeu.

como o homem é um ser dotado de livre-arbítrio, de liberdade, ele pôde escolher entre obedecer a Deus, ou não (gn.2:16,17).

com a queda, tornou-se devedor de Deus, ficou em débito, perdeu o crédito que tinha diante do senhor.

uma dívida impagável para com deus. todos os recursos existentes no universo são insuficientes para o resgate de uma só alma (sl.49:6,8).

“aqueles que confiam na sua fazenda e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles, de modo algum, pode remir a seu irmão ou dar a Deus o resgate dele (pois a redenção da sua alma é caríssima, e seus recursos se esgotariam antes)”.

na parábola, jesus diz, claramente, que o servo não tinha com que pagar a dívida. assim é a situação do homem: não há como se pagar a dívida gerada pelo pecado, que é representado, aqui, por dez mil talentos.

o pecado tem de ser removido, pois o homem não consegue, por si só, remover o pecado.

foi este o trabalho efetivado por cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (joão 1:29b). ele pagou plenamente as nossas dívidas.

ali na cruz ele eliminou a grande dívida que era contra nós; deus em cristo pagou as nossas dívidas.

na parábola, enquanto o servo pedia um prazo para fazer o pagamento, prazo que seria mais uma tolerância, já que a dívida era impagávelo rei resolve, simplesmente, dado a sua condição de soberano, perdoar a dívida.

jesus mostra-nos, portanto, que, por vontade unilateral de Deus, pela sua graça salvadora, alcançamos a possibilidade, não de ter um prazo maior para pagamento, não de adiamento da execução da dívida, mas, muito mais do que isto, temos a possibilidade de termos a nossa dívida simplesmente perdoada, quitada, paga.

o rei eterno quis fazê-lo. para tanto, mandou jesus para morrer em nosso lugar na cruz do calvário.

por isso, na cruz, jesus exclamou: “teletestai”, ou seja, “está consumado”; que significa: está pago”, quitado.

jesus pagou o preço da nossa salvação, pagou, com a sua vida imaculada, a dívida que tínhamos para com deus.

“havendo riscado a cédula que era contra nós nas suas ordenanças, a qual de alguma maneira nos era contrária, e a tirou do meio de nós, cravando-a na cruz”.

portanto, estamos livres da condenação do pecado. são as escrituras sagradas que nos asseguram que "nenhuma condenação há para os que estão em cristo jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o espírito" (rm.8:1).

2. o perdão foi decidido, mas não formalizado.

o texto sagrado diz que o rei soltou o servo e lhe perdoou a dívida (mt.18:27).

mas, era necessário que se tivesse a quitação, ou seja, um ato pelo qual atestasse inequivocamente que o devedor pagou a dívida. é o que o povo comumente chama de “recibo”.

segundo a lei judaica, uma obrigação assumida por escrito, somente seria considerada cancelada quando se destruísse o documento que a continha, o que, aliás, também se dava na lei romana, o que explica a figura usada pelo apóstolo Paulo na carta aos colossenses, para dizer que a nossa cédula (isto é, o documento que continha a nossa dívida) fora riscada e se encontrava cravada na cruz de cristo (cl.2:14).

o rei estava ainda em prestação de contas e não há notícia na parábola de que a cédula havia sido riscada, de que o perdão havia sido formalizado.

portanto, não tinha ocorrido a quitaçãoapesar de já haver a decisão de perdão, tanto que o servo foi solto e não mandado para a prisão.

isto nos fala de que o fato de adorarmos a Deus, aceitado nos submeter a ele, assim como o servo fez diante do rei, não garante, de pronto, que nos mantenhamos nesta situação até o final.

com efeito, somos perdoados e, imediatamente, somos libertos, somos soltos, pois conhecemos a verdade e a verdade nos libertou (jo.8:36).

entretanto, isto não significa que não se possa perdê-lo, pois ainda não há o “recibo” da quitação, a formalização deste perdão.

na parábola, o perdão só seria tornado irreversível no instante em que, trazido novamente à presença do rei, o servo obtivesse o “comprovante” de quitação, a destruição dos documentos do débito.

até então, deveria continuar servindo, agora liberto da dívida, agradando ao rei.

no entanto, na sequência da parábola, vemos que o servo assim não procedeu, e a dívida voltou a status quo.

espiritualmente falando, isto pode ocorrer com qualquer um de nós.

fomos libertos pelo senhor jesus dos nossos pecados. a partir de entãodevemos correr com paciência a carreira que nos está proposta, ou seja, passar a viver de acordo com a vontade de Deus, mantendo-nos separados do pecado a cada instanteaté o fim de nossa carreira, quando, então, seremos novamente chamados à presença do senhor, seja por ocasião de nossa morte (hb.9:27), seja por ocasião do arrebatamento da igreja (i ts.4:17).

III. uma vez perdoados, agora perdoamos

o perdão do rei estava exclusivamente fundado em seu amor, em sua misericórdia. jesus diz que o rei foi movido de íntima compaixão.

o servo não tinha direito algum, seja ao perdão da dívida, seja a um novo prazo. o que lhe foi dado foi por causa da compaixão, da misericórdia do rei.

entretanto, o servo não usou de misericórdia e lançou o conservo na prisão.

sabendo disso, o rei revogou o perdão da dívida e mandou lançá-lo na prisão, deixando-o à disposição dos atormentadores.

jesus exortou dizendo que assim seu pai tratará os que não perdoarem as ofensas dos seus irmãos.

portanto, uma vez que recebemos o perdão de Deus, devemos agora perdoar aqueles que nos tem ofendido.

·       o perdão é uma necessidade vital para nossa alma, para nosso bem-estar.

todavia, perdoar não é fácil. um certo escritor disse que o perdão “tem a enlouquecedora qualidade de ser não merecido, injusto e sem mérito “. ele está certo.

é fácil pregar um sermão sobre o perdão até se deparar com alguém para perdoar.

mas jesus cristo nos informa e nos ensina que:

Se eu não perdoar não posso orar.

Se eu não perdoar não posso adorar.

Se eu não perdoar não posso ofertar.

Se eu não posso perdoar eu não posso ser perdoado.

Se eu não perdoar, eu adoeço fisicamente, emocionalmente, espiritualmente.

Se eu não perdoar, a minha alma, a minha vida será entregue aos verdugos da consciência e eu ficarei cativo e prisioneiro, sem paz.

·       o perdão é uma terapia para a alma, um tônico para o coração, uma condição indispensável para a saúde emocional e física.

muitas enfermidades deixariam de existir se aprendêssemos a terapia do perdão.

quem não perdoa adoece física, emocional e espiritualmente.

o perdão é o remédio necessário que tonifica o coração para caminharmos pela vida sem amargura.

sem perdão a vida torna-se um fardo insuportável e a alma fica prisioneira do ódio e da vingança.

sem perdão somos destruídos pelos nossos sentimentos.

·       o perdão não é simplesmente uma questão de ação, mas de reação.

jesus ilustra isso no sermão do monte (mt.5:39-41). ele diz que:

- Quando uma pessoa nos ferir a face direita, devemos voltar-lhe a outra face.

- Quando a pessoa nos forçar a andar uma milha, devemos ir com ela duas milhas.

- Quando uma pessoa procurar nos tirar a capa, devemos dar-lhe também a túnica.

o que, na verdade, jesus estava ensinando? ele não estava falando de ação, mas de reação.

o que representa essas três figuras alistadas por jesus? 

primeiro, quando uma pessoa nos fere no rosto, ela agride a nossa honra.

segundo, quando uma pessoa nos força a fazer o que não desejamos, ela agride a nossa vontade.

terceiro, quando uma pessoa nos toma as vestes pessoais, ela agride o nosso bem mais íntimo e sagrado.

jesus, então, realça que mesmo que os pontos mais vitais da vida sejam atingidos - como a honra, a vontade e os bens inalienáveis -, devemos reagir transcendentalmente, ou seja, com perdão.

·       o perdão é a transcendência do amor, é vencer o mal com o bem.

- Perdoar é tratar o outro não como ele merece, mas segundo a misericórdia exige.

- Perdoar é renunciar aos seus direitos.

- Perdoar é colocar o outro na frente do eu.

- Perdoar é não se ressentir do mal, mas vencer o mal com o bem, abençoando o próprio malfeitor.

·       o perdão é uma via de mão dupla.

“... perdoai e sereis perdoados” (lc.6:37). aqui, jesus mostra que o perdão é uma via de mão dupla.

você já percebeu que na palavra perdoar tem a palavra doar?

quem perdoa está doando alguma coisa.

de certa forma misteriosa, o perdão de deus depende de nosso perdão.

o que jesus ensinou na oração do pai nosso? (mt.6:12). duas vezes ele fala sobre o perdão.

ele diz assim“perdoa as nossas dívidas, assim como nós perdoamos”. depois no versículo 15 ele diz: “se, porém, não perdoardes aos homens vosso pai celestial também não vos perdoará”.

portanto, se eu não perdoar, eu também não recebo perdão de deus, pois é uma via de não dupla.

jesus termina a parábola do credor incompassivo assim:

“assim também meu pai celeste vos fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão”.

CONCLUSÃO

aprendemos nesta aula que o perdão deve ser, antes de tudo, uma decisão pessoal, uma manifestação que venha do interior da pessoa.

muitos se contentam com o “perdão de boca”, com o “perdão sem esquecimento”, com o “perdão aparente”, com o “perdão cerimonial”.

entretanto, jesus não é aquele que se impressiona com as aparências, mas que conhece o que há no coração do homem (joão 2:24,25).

de nada adiantam as encenações, as lágrimas de crocodilo, os choros e as representações teatrais.

o perdão deve ser algo que venha do coração, sem o que nenhum valor terá diante de Deus.

Deus nos perdoou do seu íntimo, de sua própria essência e quer que assim façamos.

somente este perdão verdadeiro, que lança no mar do esquecimento as ofensas sofridas, que não tem rancor, receio ou desconfiança, é o perdão que produz a manutenção de nossa comunhão com Deus.

tudo o mais é hipocrisia que redundará, implacavelmente, em prejuízo espiritual eterno. APRENDAMOS, POIS, A PERDOAR!

 

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