sexta-feira, 31 de janeiro de 2025

A PROSPERIDADE DOS BEM-AVENTURADOS

                                              


                                                  A PROSPERIDADE DOS BEM-AVENTURADOS

A Verdadeira prosperidade - A Vida cristã abundante

Mateus 5:1-12, conhecido como as Bem-aventuranças, é um trecho do Sermão da Montanha, onde Jesus descreve as características de um verdadeiro seguidor do Reino dos Céus.

Contexto:

  • Local: Um monte, provavelmente perto do Mar da Galileia.
  • Público: Seus discípulos e uma grande multidão.
  • Objetivo: Revelar os princípios do Reino dos Céus e o caráter dos que herdarão esse Reino.

Bem-aventuranças:

  1. Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o reino dos céus.
    • Pobre de espírito: Reconhecer sua dependência de Deus e humildade.
    • Reino dos céus: A vida eterna com Deus.
  2. Bem-aventurados os que choram, porque serão consolados.
    • Chorar: Tristeza pelo pecado, sofrimento ou injustiça no mundo.
    • Consolados: Deus trará consolo e alegria.
  3. Bem-aventurados os mansos, porque herdarão a terra.
    • Mansos: Humildes, pacientes e que controlam sua ira.
    • Herdarão a terra: Desfrutarão da vida plena e da paz.
  4. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque serão fartos.
    • Fome e sede de justiça: Desejo intenso por fazer o que é certo.
    • Fartos: Serão saciados pela justiça de Deus.
  5. Bem-aventurados os misericordiosos, porque alcançarão misericórdia.
    • Misericordiosos: Compassivos e perdoadores.
    • Alcançarão misericórdia: Receberão a misericórdia de Deus.
  6. Bem-aventurados os limpos de coração, porque verão a Deus.
    • Limpos de coração: Puros em seus pensamentos e intenções.
    • Verão a Deus: Terão a experiência de comunhão com Deus.
  7. Bem-aventurados os pacificadores, porque serão chamados filhos de Deus.
    • Pacificadores: Promovem a paz e a reconciliação.
    • Filhos de Deus: Reconhecidos como pertencentes à família de Deus.
  8. Bem-aventurados os perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
    • Perseguidos por causa da justiça: Sofrem por defender o que é certo.
    • Reino dos céus: A recompensa eterna.

Relevância:

As Bem-aventuranças nos convidam a:

  • Refletir: Sobre nossos valores e prioridades.
  • Buscar: Um relacionamento íntimo com Deus.
  • Praticar: A humildade, a mansidão, a justiça, a misericórdia e a paz.
  • Esperar: Na recompensa eterna.

As Bem-aventuranças são um guia para uma vida plena e feliz, sob a bênção de Deus.

 

TEXTO BÍBLICO

“O ESPÍRITO do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração” (Lc 4.18).

VERDADE PRÁTICA

A verdadeira prosperidade não reside no acúmulo de bens materiais, mas se encontra na abundância dos bens espirituais que a graça de Nosso Senhor JESUS CRISTO nos proporciona.

LEITURA BÍBLICA - Mateus 5.1-12.

1 - E JESUS, vendo a multidão, subiu a um monte, e, assentando-se, aproximaram-se dele os seus discípulos; 2 - e, abrindo a boca, os ensinava, dizendo: 3 - Bem-aventurados os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos céus; 4 - bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; 5 - bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 6 - bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 7 - bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 8 - bem-aventurados os limpos de coração; porque eles verão a DEUS; 9 - bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de DEUS; 10 - bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o Reino dos céus; 11 - bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem, e perseguirem, e, mentindo, disserem todo o mal contra vós, por minha causa. 12 - Exultai e alegrai-vos, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram os profetas que foram antes de vós.

5.1 O SERMÃO DO MONTE. Nos capítulos 5 e 7, temos o que é comumente chamado de o Sermão do Monte. Contém a revelação dos princípios divinos da justiça, segundo os quais todos os cristãos devem viver pela fé no Filho de DEUS (Gl 2.20), e mediante o poder do ESPÍRITO que neles habita (cf. Rm 8.2-14; Gl 5.16-25). Todos nós, que pertencemos ao reino de DEUS, devemos ter uma intensa fome e sede da justiça de que trata este sermão de CRISTO (ver5.6).

5.3 BEM-AVENTURADOS OS POBRES DE ESPÍRITO. A palavra bem-aventurados refere-se ao estado abençoado daqueles que, por seu relacionamento com CRISTO e a sua Palavra, receberam de DEUS o amor, o cuidado, a salvação e sua presença diária (ver 14.19; Lc 24.50). Há certas condições necessárias para recebermos as bênçãos do reino de DEUS. Para recebê-las, devemos viver segundo os padrões revelados por DEUS nas Escrituras, e nunca pelos do mundo. A primeira destas condições é ser pobre de espírito, o que significa reconhecermos que não temos qualquer autossuficiência espiritual; que dependemos da vida do ESPÍRITO; do poder e graça divinos para podermos herdar o reino de DEUS.

5.4 OS QUE CHORAM. Aqui, chorar é contristar-se profundamente por causa das nossas próprias fraquezas quando nos medimos com o padrão divino de justiça (v. 6; 6.33). É também sentirmos pesar por aquilo que entristece a DEUS. É ter nossos sentimentos em sintonia com os sentimentos de DEUS. É sentir aflição em nosso espírito por causa do pecado, da imoralidade e da crueldade prevalecentes no mundo (ver Lc 19.41; At 20.19; 2 Pe2.8).

5.5 OS MANSOS. Os mansos são os humildes e submissos diante de DEUS. Acham nEle o seu refúgio e lhe consagram todo o seu ser. Preocupam-se mais com a obra de DEUS e o povo de DEUS do que com aquilo que lhes possa acontecer pessoalmente (cf. Sl 37.11). Os mansos, e não os violentos, herdarão pôr fim a terra.

5.6 FOME E SEDE DE JUSTIÇA. Este é um dos versículos mais importantes do Sermão do Monte.

(1) A condição fundamental para uma vida santa em todos os aspectos é ter fome e sede de justiça (cf. 6.33). Tal fome é vista em Moisés (Êx 33.13, 18), em Davi (Sl 42.1,2; 63.1,2) e no apóstolo Paulo (Fp 3.8-10). O estado espiritual do cristão durante toda sua vida dependerá da sua fome e sede da presença de DEUS (Dt 4.29), da Palavra de DEUS (Sl 119), da comunhão com CRISTO (Fp 3.8-10), da justiça (5.6) e da volta do Senhor (2 Tm 4.8).

(2) A fome que o cristão tem das coisas de DEUS pode ser destruída pelas preocupações deste mundo, pelo engano das riquezas (13.22), pela ambição pelas coisas materiais (Mc 4.19), pelos prazeres do mundo (Lc 8.14) e por deixar de permanecer em CRISTO (ver Jo 15.4). Quando a fome de DEUS cessa no crente, este morre espiritualmente (ver Rm 5.21). É então indispensável que sejamos sensíveis ao ESPÍRITO SANTO ao convencer-nos do pecado (ver Jo 16.8-13; Rm 8.5-16). Aqueles que sinceramente têm fome e sede de justiça serão fartos.


5.7 OS MISERICORDIOSOS. Os misericordiosos estão cheios de compaixão e dó para com os que sofrem por causa do pecado ou de aflições. Os misericordiosos desejam minorar os sofrimentos, conduzindo os sofredores à graça de DEUS por meio de JESUS CRISTO (cf. 18.33-35; Lc 10.30-37; Hb 2.17). Sendo misericordiosos para com os outros, eles alcançarão misericórdia

 
5.8 OS LIMPOS DE CORAÇÃO
. Os limpos de coração são os que foram libertos do poder do pecado mediante a graça de DEUS, e que agora se esforçam sem dolo para agradar e glorificar a DEUS e serem parecidos com Ele.

(1) Procuram ter a mesma atitude interior que DEUS tem amor à justiça e ódio ao mal (ver Hb 1.9). Seu coração (que inclui a mente, a vontade e as emoções) está em harmonia com o coração de DEUS (1 Sm 13.14; Mt 22.37; 1 Tm 1.5).

(2) Somente os limpos de coração verão a DEUS. Ver a DEUS significa ser seu filho e habitar na sua presença, tanto agora como no seu reino futuro (Êx 33.11; Ap 21.7; 22.4).

5.9 OS PACIFICADORES. Os pacificadores são aqueles que se reconciliaram com DEUS. Têm paz com Ele mediante a cruz (Rm 5.1; Ef 2.14-16). E agora se esforçam, mediante seu testemunho e sua vida, para levarem outras pessoas, inclusive seus inimigos, à paz com DEUS.

5.10 PERSEGUIDOS POR CAUSA DA JUSTIÇA. Todos que procuram viver de acordo com a Palavra de DEUS, por amor à justiça sofrerão perseguição.

(1) Aqueles que conservam os padrões divinos da verdade, da justiça e da pureza e que, ao mesmo tempo, se recusam a transigir com a presente sociedade pecaminosa e com o modo de vida dos crentes mornos (Ap 2; 3.1-4,14-22) sofrerão impopularidade, rejeição e críticas. O mundo lhes moverá perseguição e oposição (10.22; 24.9; Jo 15.19) e, às vezes, da parte de membros da igreja professa (At 20.28-31; 2 Co 11.3-15; 2 Tm 1.15; 3.8-14; 4.16). Ao experimentar tal sofrimento, o cristão deve regozijar-se (5.12), porque DEUS outorga a maior bênção àqueles que sofrem mais (2 Co 1.5; 2 Tm 2.12; 1 Pe 1.7; 4.13).

(2) O cristão deve precaver-se da tentação de transigir quanto à vontade de DEUS, a fim de evitar a vergonha, a ridicularização, o constrangimento, ou algum prejuízo (10.33; Mc 8.38; Lc 9.26; 2 Tm 2.12). Os princípios do reino de DEUS nunca mudam: Todos os que piamente querem viver em CRISTO JESUS padecerão perseguições (2 Tm 3.12). A promessa aos que enfrentam e suportam perseguições por causa da justiça é que dos tais é o reino dos céus.
5.13 SAL DA TERRA. Os cristãos são o sal da terra. Dois dos valores do sal são: o sabor e o poder de preservar da corrupção. O cristão e a igreja, portanto, devem ser exemplos para o mundo e, ao mesmo tempo, militarem contra o mal e a corrupção na sociedade.

(1) As igrejas mornas apagam o poder do ESPÍRITO SANTO e deixam de resistir ao espírito predominante no mundo. Elas serão lançadas fora por DEUS (ver Ap 3.16).

(2) Tais igrejas serão destruídas, pisoteadas pelos homens (v.13); i.e., os mornos serão destruídos pelos maus costumes e pelos baixos valores da sociedade ímpia (cf. Dt 28.13, 43,48; Jz 2.20-22).
 

SOMOS CARTAS VIVAS DE CRISTO AO MUNDO:

2Co 4.1,Pelo que, tendo este ministério, assim como já alcançamos misericórdia, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas ocultas, que são vergonhosas, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de DEUS; mas, pela manifestação da verdade, nós nos recomendamos à consciência de todos os homens diante de DEUS.

VOCÊ PODE SE RECOMENDAR A SI MESMO DIANTE DOS HOMENS, COMO EXEMPLO DE CRISTÃO?

A VERDADEIRA FELICIDADE ESTÁ FUNDAMENTADA NO SER E NÃO NO TER

- Em primeiro lugaro que não significa ser humilde [pobre] de espírito.

Há muita confusão acerca do termo "pobre de espírito”. Há quatro realidades que não expressam o que é ser pobre de espírito:

a) não significa pobreza financeiro. Francisco de Assis foi o patrono daqueles que pensam que renunciar às riquezas financeiras para viver na pobreza ou em um monastério dava crédito ao homem diante de Deus. Tal opinião violenta as Escrituras. A pobreza em si não é um bem, da mesma forma que a riqueza em si não é um mal. Uma pessoa pode ser pobre financeiramente e não ser pobre de espírito. Concordo com Martyn Loyd-Jones quando diz: "Não há mérito nem vantagem na nobreza. A pobreza não serve de garantia da espiritualidade”. A pobreza bem-aventurada é a do "pobre de espírito", a do espírito que reconhece sua própria falta de recursos para enfrentar as exigências da vida e encontrar ajuda e fortaleza em Deus.

b) não significa ter uma vida espiritual pobre. Jesus não está elogiando aqueles que são espiritualmente pobres, descuidados com a vida espiritual. Ser pobre em santidade, verdade, fé e amor é uma grande tragédia. Jesus disse à igreja de Laodicéia: "Sei que tu és pobre, miserável, cego e nu" (Ap.3:17).

Vivemos em uma época faminta de riquezas terrenas e sem apetite das riquezas espirituais. A maioria dos crentes vive uma vida espiritual rasa; são crentes fracos, tímidos, vulneráveis, espiritualmente trôpegos.

c) não significa pobreza de autoestima. Jesus não está falando que as pessoas que pensam menos a respeito de si mesmas são felizes. Baixa autoestima não é um bem, mas um mal. Há muitas pessoas realmente infelizes que vivem esmagadas pelo complexo de inferioridade, com as emoções confusas e a alma ferida por uma autoestima arranhada pelos revezes da vida.

Ser pobre ou humilde de espírito significa ter uma opinião adequada a respeito de si mesmo (Rm.12:3).

Ser "pobre de espírito" não é uma falsa humildade, como a pessoa que diz: "não lenho valor algum, não sou capaz de fazer nada". Os espias de Israel, que foram avistar a Terra Prometida, ao ver os gigantes com suas cidades fortificadas, olharam para si mesmos e disseram: “Somos como gafanhotos!”. Eles viram a si mesmos como insetos, como gafanhotos. Eles foram derrotados não pelas circunstâncias, mas pelos seus próprios sentimentos.

- Em segundo lugar, o que significa ser pobre de espírito?

a) Ser pobre de espírito é a base para as outras virtudes. Se Jesus começasse com a pureza de coração, não haveria esperança para nós. Primeiro precisamos estar vazios, para depois ser cheios. Não podemos ser cheios de Deus, enquanto não formos esvaziados de nós mesmos. Esta virtude é a raiz, as outras são os frutos.

Uma pessoa não pode chorar pelos seus pecados até saber que não tem méritos diante de Deus.

Você jamais sentirá fome e sede de justiça a não ser que saiba que carece totalmente da graça. Alguém disse que está bem-aventurança é o rico solo em que as outras graças crescem e florescem. O topo dos montes normalmente é estéril porque é lavado pelas chuvas; mas o vale é fértil porque é para ali que as chuvas levam os mais ricos nutrientes. De modo semelhante, o coração soberbo é estéril. Nele nenhuma graça pode crescer; mas o coração humilde é solo fértil onde frutificam as mais sublimes virtudes cristãs.

b) Ser pobre de espírito é reconhecer nossa total dependência de Deus. Feliz é o homem que reconhece sua total carência e coloca a sua confiança em Deus. No hebraico, a palavra "pobre” designava o homem humilde que põe toda sua confiança em Deus.

Feliz é o homem que reconhece que o dinheiro, o poder e a força não significam nada, mas Deus significa tudo.

Feliz é o homem que sabe que Deus é o único que pode oferecer-lhe ajuda, esperança e fortaleza. Ele sabe que as coisas materiais nada significam, mas Deus significa tudo para ele. Martinho Lutero, o monge agostiniano, quando jovem, entrou para um monastério a fim de conquistar a salvação por meio de sua piedade, mas, só depois que se esvaziou de sua vã confiança em si mesmo, correu para os braços de Jesus a fim de receber a salvação.

 

Ser pobre de espírito é agir como o publicano: "Senhor, compadece-te de mim, pecador". João Calvino disse: "Só aquele que, em si mesmo, foi reduzido a nada, e repousa na misericórdia de Deus, é pobre de espírito".

Moisés disse: "Senhor, quem sou eu, eu não sei falar".

O profeta Isaias clamou: "Ai de mim, estou perdido...''.

O apóstolo Pedro gritou: "Senhor, afasta-te de mim, porque sou pecador".

O apóstolo Paulo clamou: "Miserável homem que eu sou".

Portanto, ser pobre de espírito é expor suas feridas ao óleo do divino médico. Se uma pessoa não é pobre de espírito, não acha sabor no pão do céu, não sente sede da água da vida; ela pisará nas riquezas da graça e jamais desejará a redenção ou terá prazer na santificação.

- Em terceiro lugar, por que devemos ser pobre de espírito?

Destacamos três pontos:

a) Enquanto não formos pobres de espírito, jamais Cristo será precioso para nós.  Enquanto não enxergarmos nossa própria miséria, jamais veremos a riqueza que temos em Cristo. Enquanto não percebermos que estamos perdidos, jamais buscaremos refúgio em Cristo. Enquanto não percebermos a feiura do nosso pecado, jamais desejaremos o perdão e a graça de Cristo.

b) Enquanto não formos pobres de espírito, não estaremos prontos para recebermos a graça de Deus. Aqueles que abrigam sentimentos de autossuficiência e se sentem saciados jamais terão sede de Deus. Aqueles que se sentem cheios de si mesmos jamais poderão ser cheios de Deus. Aqueles que pensam que estão sãos jamais buscarão o Médico.  Aqueles que pensam que têm méritos jamais desejarão ser cobertos pela justiça de Cristo. O evangelho é para pecadores. As boas novas de salvação só podem ser iguarias apetitosas para os famintos. Só anelaremos as riquezas de Deus depois de constatarmos nossa absoluta pobreza.

c) Enquanto não formos pobres de espírito, não poderemos ir para o céu. O Reino de Deus pertence aos pobres de espírito. A porta do céu é estreita e aqueles que se consideram grandes aos seus próprios olhos não podem entrar lá. John Stott explica esse princípio com clareza:

“O reino é concedido ao pobre, não ao rico; ao frágil, não ao poderoso; às criancinhas bastante humildes para aceitá-lo; não aos soldados que se vangloriam de poder obtê-lo através de sua própria bravura. Nos tempos de nosso Senhor, quem entrou no reino não foram os fariseus, que se consideravam ricos, tão ricos em méritos, que agradeciam a Deus por seus predicados; nem os zelotes, que sonhavam com o estabelecimento do reino com sangue e espada; mas foram os publicanos e as prostituías, o refugo da sociedade humana, que sabiam que eram tão pobres, que nada tinham para oferecer nem para receber. Tudo o que podiam fazer era clamar pela misericórdia de Deus; e ele ouviu o seu clamor”.

- Em quarto lugar, como podemos saber que somos pobres de espírito?

a) quando toda a base da nossa aceitação por Deus está nos méritos de Cristo. Uma pessoa pobre de espírito não tem nada que exigir, merecer, reclamar. Ela se vê desamparada até refugiar-se em Cristo. Não tem descanso para a alma até estar firmada na rocha que é Cristo. Não busca nenhum outro tesouro ou experiência além de Cristo. Está plenamente satisfeita com Cristo.

b) quando o nosso coração está desprovido de toda a vaidade. Jó, mesmo sendo um homem piedoso, que se desviava do mal, suportou provas tremendas sem negociar sua fidelidade a Deus. Ele disse: "Por isso, me abomino e me arrependo no pó e na cinza" (Jó 42:6). Quanto mais graça recebemos, mais humildes nos tornamos, porque mais devedores reconhecemos.

EM RESUMO

As Bem-aventuranças nos convidam a uma profunda reflexão sobre nossos valores e prioridades. Hoje confundem o SER pelo TER, na Teologia da Prosperidade, Elas nos mostram que a verdadeira felicidade não está nas coisas deste mundo, mas sim em um relacionamento íntimo com Deus e na prática dos valores do Seu Reino.

 

quinta-feira, 30 de janeiro de 2025

A Chamada de Amós: Um Pastor de Ovelhas Tornando-se Profeta

                            A Chamada de Amós: Um Pastor de Ovelhas Tornando-se Profeta

Amós, um homem simples com uma mensagem poderosa

Amós, um pastor de ovelhas e cultivador de figos silvestres, era um homem improvável para ser um profeta. Ele vivia em Tecoa, uma pequena cidade próxima a Jerusalém. No entanto, Deus o escolheu para uma missão extraordinária: profetizar ao reino do norte de Israel.

Uma convocação inesperada

A chamada de Amós foi nada convencional. Ele não frequentava escolas de profetas e não possuía a oratória elaborada de outros profetas. Sua vocação surgiu de forma direta e pessoal. Deus o chamou enquanto ele exercia suas tarefas cotidianas, revelando-lhe uma visão e uma missão. Amós, inicialmente hesitante, obedeceu à voz de Deus e se tornou um porta-voz da divindade.

A mensagem de Amós

A mensagem de Amós era contundente e direcionada aos pecados do povo de Israel. Ele denunciava a injustiça social, a opressão dos pobres, a corrupção dos líderes e a hipocrisia religiosa. Amós alertava que o julgamento de Deus estava próximo e que o povo deveria se arrepender e voltar-se para Deus.

  • Principais temas da mensagem de Amós:
    • Justiça social: Amós condenava a exploração dos pobres e a busca desenfreada por riqueza.
    • Religiosidade superficial: Ele criticava os rituais religiosos vazios e a falta de um coração sincero para com Deus.
    • Julgamento de Deus: Amós profetizava sobre o castigo divino que viria sobre Israel por causa de seus pecados.
    • Esperança em meio ao julgamento: Apesar das duras palavras de condenação, Amós também falava sobre a esperança da restauração de Israel.

O impacto de Amós

A mensagem de Amós foi desafiadora para o seu tempo. Ele não se intimidou diante da oposição e continuou a profetizar, mesmo sendo ameaçado e perseguido. Seu legado se estende até os dias de hoje, inspirando pessoas a buscar justiça, a praticar a fé de forma autêntica e a confiar na soberania de Deus.

Em resumo

A chamada de Amós nos mostra que Deus pode usar qualquer pessoa, independentemente de sua origem ou posição social, para realizar Seus propósitos. A história de Amós nos ensina a importância de ouvir a voz de Deus, a buscar justiça e a viver uma vida que agrade a Ele.

AMÓS: ADORAÇÃO COM JUSTIÇA

OBJETIVOS

EXPOR os principais conteúdos apresentados na profecia de Amós:
COMPREENDER quem foi o profeta Amos, sua origem. trabalho e estilo profético,
DEFENDER que a prática da justiça e um elemento insubstituível para a verdadeira adoração

TEXTO BÍBLICOS

“Vos que dilatais o dia mau e vos chegais ao lugar de violência que cantais ao som do alaúde e inventais para vós instrumentos músicos, como Davi.” (Am 6.3.5.)

SÍNTESE

A profecia de Amós nos ensina que justiça e retidão são elementos fundamentais para a adoração.

 

INTERAÇÃO

Amos Veremos que o profeta, pastor e cultivador de figas (11) foi enviado ao seu povo com uma palavra contundente contra a idolatria que havia se tornado uma ‘praga no meio do povo de Deus. Ele também fez graves denúncias contra as injustiças sociais. O livro de Amós nos mostra que a prosperidade de Israel foi à causa da corrupção da nação Infelizmente, algumas pessoas ainda hoje depois de prosperarem se esquecem do Senhor e das ordenanças da sua Palavra.

As prédicas de Amós foram precisas e alcançaram o âmago da nação israelita. Contudo, ele não apenas assinalou o pecado, mas advertiu o povo a buscar o arrependimento, pois Deus é bom e misericordioso, ‘e se arrepende do mal” (Jl 213).

 

É um grito profético em favor da justiça e da retidão, baseado no caráter de Deus

Ilustra vividamente quando abominável é para Deus a religião quando divorciada de uma conduta reta

É uma confrontação radical e vigorosa entre Amós e o sacerdote Amazias (7.10-17)

Seu estilo audaz e enérgico, reflete a inabalável lealdade do profeta a Deus em usar pessoas que lhe são tementes ainda que desprovidas de credenciais formais para que proclamem a sua mensagem numa era de profissionalismo

 TEXTO BÍBLICO - Amós 5.21-23

21 Aborreço desprezo as vossas festas e as vossas assembleias solenes não me dão nenhum prazer.

22 E, ainda que me ofereçais holocaustos e ofertas de manjares, não me agradarei delas nem atentarei para as ofertas pacíficas de vossos animais gordos.

23 Afasta de mim o estrépito dos teus cânticos porque não ouvirei as melodias dos teus instrumentos.

INTRODUÇÃO

O livro de Amós é surpreendentemente atual. Sua profecia condena a idolatria e denuncia as injustiças sociais que às vezes são normatizadas pelo “status quo de um determinado grupo social. O mais triste é saber que o sistema religioso, assim como os demais (político, jurídico e social) podem se mancomunar junto à corrupção. Amós não pensou duas vezes em tocar a dedo na ferida de Israel e desafiá-los ao arrependimento, caso contrário, a nação receberia o juízo de Deus.

Ele profetizou aproximadamente três décadas antes da destruição de Israel pelas tropas da Assíria. Ainda hoje. a voz do profeta continua a ecoar alteando a bandeira da justiça no estandarte da adoração cristã. O livro de Amós é conhecido como o livro da justiça de Deus e nos ensina que a adoração não pode desassociar-se da retidão e dos princípios bíblicos e justos” revelados na Palavra de Deus.

 

1- O PROFETA AMÓS

1. Sua vida. O nome Amós significa ‘carregador de fardos’. Em. alusão ao seu nome, podemos dizer que sua fala era pesada e a sua palavra, uma carga do Senhor. Por causa de sua origem humilde o profeta não apresenta seu sobrenome, indicando que sua família não era conhecida (Am 11). Ele provinha de uma classe trabalhadora portanto estava acostumado a “carregar fardos” Deus chamou um homem calejado para uma dura tarefa. Amós permaneceu integro em cumprir sua missão.

Foi duro nas denúncias e exortações porque sabia que se o povo não ouvisse suas palavras o peso do juízo divino derramado sobre Israel seria ainda maior. Ele era natural de Tecoa (Am 1.1). Essa cidade ficava a uns 20 km ao sul de Jerusalém junto ao deserto da Judeia. Essa região ficava próxima à estrada que ligava Jerusalém a Hebrom e Berseba. Foi nessa região que João Batista se levantou como profeta. Amos foi um profeta sulista que atuou como missionário no Reino do Norte (Israel). A certeza do chamado divino revestiu o profeta da coragem para denunciar.

 

2. Um homem simples. Amós fala a partir de sua realidade, por isso se apresenta como um legitimo representante de uma classe explorada, que não tinha voz nem vez. Ele era pastor boleiro e cultivador de sicômoros (Am 11: 7:14). Possuía múltiplos empregos. Era um homem trabalhador que fez questão de identificar sua origem humilde (Am 7.54 15). Sabia que seu ministério era ratificado, não pela tradição por trás de um nome, mas pelo chamado divino: Tal como Davi, era pastor, entretanto, suplementava o seu trabalho cultivando sicômoros (figueiras bravas). Durante os meses de verão, os pastores mudavam o rebanho para lugares mais baixos e pegavam serviços paralelos como “boieiro” ou “cultivador de sicômoros para terem o direito de pastar com seus gados naquelas regiões.

Sicômoros era a fruta consumida pelos mais pobres. Os ricos se deliciavam com o figo comum. O pecado do orgulho combatido por ele, não fazia parte de sua vida Ele era um homem simples. João Crisóstomo ensinou que a humildade é a raiz a mãe a ama-de-leite, o alicerce o vínculo de todas as virtudes. O cristão deve expressar a humildade em sua vida, pois Deus se agrada dos simples (SI 24.4). Israel ensoberbou-se; por isto foi humilhado de modo contrastante, os humildes são honrados por Deus (Tg 4.10).

 


3. Um homem preparado. Como pastor, ele passava muito tempo sozinho, meditando e observando a natureza. As ilustrações utilizadas em suas profecias foram extraídas da vida diária, indicando a originalidade dos seus pensamentos, Era leigo no sentido que não havia recebido formação em um estabelecimento oficial, visto que não tinha estudado nas escolas de profetas. No entanto, não era um homem ignorante. Embora não tivesse passado por uma educação profética formal, cie demonstrou muito conhecimento.

Assim como Moisés e Davi, o tempo com o gado lhe proporcionou uma cultura mental destinada a reflexão Amos demonstrou um grande conhecimento da lei de Moisés. Não devemos desprezar as pessoas que não tiveram a oportunidade de passar por um sistema de formação oficial pois aprendemos com Amos que todos podem ser usados por Deus, independente da classe social ou do currículo formativo Deus procura ‘corações piedosos’ e não somente ‘mentes brilhantes’, pois seu Espírito capacita aqueles que são chamados (Dn 2.21; Tg 1.5).

 

II – O CONTEXTO HISTÓRICO DE SUA PROFECIA

1. Período de paz. Amós desenvolveu o seu ministério na época em que Jeroboão II reinava em Israel, e Uzias, em Judá. Foi um período de grande prosperidade para ambos os reinos. De acordo com o Antigo Testamento ele foi contemporâneo de Oseias, Jonas Isaias e Miqueias O clima do governo entre Jeroboão II e Uzias era amistoso. As nações que poderiam perturbar Israel tinham sido dominadas. A luta contra a Síria terminou com a vitória de Israel. O rei tinha restabelecido os termos de Israel Rs 14.25). Os reinos do Norte e Sul expandiram seus territórios de tal modo que conseguiram recuperar quase todo o território do império davídico-salomónico.

Esse período ficou conhecido como a idade de ouro para ambos os reinos. A ideia de um juízo divino parecia não se adequar as circunstâncias daquela época. As ameaças assírias de Tiglate-Pileser III (745-727 aC.) se manifestariam apenas algum tempo depois. A paz experimentada pelos israelitas lhes trouxe uma sensação enganosas de segurança, por isto rejeitaram a mensagem de Amós. Que Deus nos livre das sensações enganosas da vida! Devemos guardar o nosso coração (Pv 4.23 Jr 17.9) entregando-o a autoridade de Cristo.

 

2. Período de prosperidade. A paz política e a expansão territorial conduziram Israel para um período de prosperidade material. As nações vizinhas eram tributarias do Norte. As riquezas a afluíam para Israel Os novos ricos perdiam a paciência com as restrições de trabalho impostas pelas leis do sábado. A vontade de acumular riquezas se tomou maior do que o anseio de obedecer a Lei do Senhor. A ganância tem sido uma fonte de tropeço para multos (1 Tm 6.9.10). Os pobres não eram tratados de forma justa (Dt 15.11; 24.15). A luxuria dos ricos era conseguir à custa da opressão e exploração (Am 2.6-8).

Os ricos controlavam tudo inclusive o judiciário. As decisões dos tribunais eram todas favoráveis aos ricos e extremamente opressivas aos pobres, Amós se levantou contra as injustiças sociais e combateu os sistemas desonestos que pervertiam o direito dos necessitados. Os homens de sua época estavam tão contumazes em acumular riquezas que se esqueciam de atentar para a necessidade de seus irmãos. Lembremo-nos de que o desprezo ao pobre e um grave pecado diante de Deus (Dt 24.15: Is 3.15)

 

3. Paganismo religioso. A força material de Israel contrastava com sua fraqueza moral. O sumo sacerdote Amacias, por exemplo, era de classe leiga e não provinha da descendência sacerdotal; tal questão era um grande ultraje a fé verdadeira em Israel. Quando Amós profetizou que Israel só achava fora do prumo por causa dos pecados de idolatria e materialismo introduzidos pela casa de Jeroboão (Am 77-9), Amazias demonstrou que era um sacerdote comprado” defendendo os interesses do rei ao tentar proibi-lo de continuar profetizando (Am 7.12.13).

As leis divinas estavam sendo burladas, a religião tinha se corrompido (Am 7.10-14), Jeroboão II incentivou a prática dos cultos a fertilidade por meio de um sistema de adoração ao bezerro de ouro (2 Rs 14.24-25). A adoração a Jeová permanecia concomitantemente ac paganismo (Os 2.13,16,17). Centros pagãos foram construídas nas principais cidades do Norte Gilgal Betel, Da Samaria (Am 4.4: 8.14). Alguém precisava combater estes pecados, o por este motivo, Deus levantou o corajoso Amós.

 

III – ADORAÇÃO COM JUSTIÇA

1. A mensagem do profeta. O livro de Amos pode ser dividido em duas partes principais. Na primeira seção situam-se os oráculos que vieram pela palavra (Am 1-6) aqui encontramos juízos entregues para oito nações Damasco, Gaza, Tiro Edom, Amom, Moabe Judá e Israel (Am 1-2). O profeta apresentou uma série de discursos de julgamento contra Israel (Am 3-6). As denúncias de Amós partem do geral para o específico. Primeiro falou as nações, depois foi específico em detalhar os pecados de Israel.

Na segunda seção do seu livro estão as visões (Am 7-9). Para fortalecer sua intimação, Amós apresentou uma série de símbolos do juízo vindouro (Am 7,8 e 9) e por fim. terminou sua mensagem apresentando a restauração futura de Israel (Am 9.11-15). Sua profecia confrontou, principalmente as instituições de Israel ao denunciar os pecados que destruíamos fundamentos sociais, morais e espirituais da nação. Estamos preparados para pregar uma mensagem de confronto?

 

2. Responsabilidade social. Amós encontrou um mau governo em Israel, Oseias seu contemporâneo, fez denúncias semelhantes (Os 5.1;7.5-7). As instituições de Israel transformaram a justiça em alosna, uma erva daninha (Am 5.7). Elas perverteram o direito do próximo. Não aceitavam a repreensão. Aborreciam na porta aqueles que os repreendiam (Am 5.10). O portão de qualquer cidade era o lugar onde a justiça era administrada (Dt 22.15). Se um profeta ou juízos repreendessem, sofreria represálias. Por uma questão de conveniência, muitos se silenciaram (Am 5.13).

Os pobres eram pisados, extorquidos e explorados (Am 510) também eram rejeitados nos tribunais de justiça (Am 5.12). Seus direitos eram violados (Am 2.7;4.1; 5.11). Amós denunciou a prática do suborno (Am 8.4,6) e cumpriu o seu papel de responsabilidade social ao denunciar a injustiça. A ira de Deus. na pregação de Amós era a justiça divina reagindo contra as injustiças humanas.

 

3. Adoração com justiça. Conforme vimos, apesar dos múltiplos pecados e das injustiças sociais a adoração nos espaços supostamente “sagrados” continuava de forma natural. Os “ricos injustos’ gostavam de frequentar os santuários e exibirem seus sacrifícios sonegando a Deus a verdadeira adoração (Os 8.13; Am 5.22). O sacrifício desprovido de justiça representava uma transgressão ao Senhor. Os cultos foram embelezados.com a contratação de levitas muitos músicos profissionais que não descendiam da linhagem de Levi foram contratados para tocar nestes templos. A música oferecida para as pessoas era excelente, enquanto a adoração sincera a Deus era precária (Am 5.23).

O espetáculo em volta do culto maquiava a superficialidade da adoração. Amós declarou que a adoração era como “estrepito: um “barulho ensurdecedor” diante dos ouvidos do Senhor (Am 5.23); Deus não estava aceitando aquela adoração sincrética, espetaculosa teatral e desprovida de justiça. Os cânticos cultuais perdem o valor quando não há arrependimento sincero (Am 8.3). A adoração cristã não é apenas um item da liturgia, mas uma prática de vida uma resposta obediente a Palavra de Deus (Sl 51.17; 119.10; 1 Jo 2.24). Mais do que adorar a Deus somente com os lábios, adoramos ao Senhor com nossas vidas.

 

CONCLUSÃO

A justiça social pregada por Amos aponta para a obediência aos princípios da Palavra de Deus. Devemos lembrar de que os fundamentos da verdadeira religião são constituídos pela forma como tratamos o próximo. Adoração sem justiça é uma ofensa a Deus. Uma religião que diz honrar a Deus, mas despreza, explora ou oprime o semelhante e uma fraude. Amos nos ensina que a verdadeira adoração exige comunhão vertical, com Deus, e horizontal com o próximo.

 

quarta-feira, 29 de janeiro de 2025

AS PRAGAS DIVINAS NO EGITO E AS PROPOSTAS DE FARAÓ

 AS PRAGAS DIVINAS NO EGITO E AS PROPOSTAS DE FARAÓ

TEXTO BIBLICO:       Êxodo 3:19,20;7:4,5;8:8,25;10:8,11,24

“Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef 6:11)

 

INTRODUÇÃO

As Pragas do Egito foram dez calamidades divinas enviadas por Deus sobre o Egito, narradas no livro do Êxodo na Bíblia. A história conta que elas ocorreram porque o faraó se recusou a libertar o povo hebreu da escravidão.

As dez pragas foram:

  1. Água em sangue: O rio Nilo e todas as fontes de água se transformaram em sangue, matando os peixes e tornando a água imprópria para consumo.
  2. Rãs: Uma grande quantidade de rãs invadiu todo o Egito, causando incômodo e transtornos.
  3. Piolhos: Uma infestação de piolhos cobriu pessoas e animais por toda a terra.
  4. Moscas: Enxames de moscas invadiram as casas e causaram doenças.
  5. Peste nos animais: Uma doença matou grande parte do gado egípcio.
  6. Úlceras: Feridas dolorosas apareceram na pele das pessoas e animais.
  7. Chuva de granizo: Uma forte tempestade de granizo destruiu plantações e causou muitos danos.
  8. Gafanhotos: Uma nuvem de gafanhotos consumiu todas as plantações que restavam.
  9. Trevas: Uma escuridão densa cobriu o Egito por três dias.
  10. Morte dos primogênitos: Todos os primogênitos do Egito, tanto humanos quanto animais, morreram.

A resposta do Faraó:

Inicialmente, o faraó se mostrou resistente aos pedidos de Moisés para libertar o povo hebreu. A cada praga, ele endurecia seu coração e se recusava a ceder. Somente após a décima praga, a morte dos primogênitos, o faraó permitiu que os hebreus partissem do Egito.

Interpretações:

As pragas do Egito são vistas por muitos como um exemplo do poder de Deus e de sua justiça. Para outros, são interpretadas como fenômenos naturais amplificados ou como relatos simbólicos.



I. AS PRAGAS ENVIADAS E A PRIMEIRA PROPOSTA DE FARAÓ

As dez pragas foram todas de caráter judicial. Abateram-se sobre o Egito após cada recusa do Faraó em permitir a partida de Israel. A última dessas pragas foi a morte dos primogênitos, que atingiu até mesmo a própria família do Faraó. Cada praga era uma afirmação da superioridade de Jeová sobre a divindade (ou deuses) responsável pela área da natureza que estava sendo particularmente atingida. Elas eram autênticos derramamentos da ira de um soberano Deus que desejou mostrar, paro todo o Egito e também para o seu povo, que Ele é o Senhor de toda Terra e Céu, o único perfeitamente capaz de resgatar o seu povo da penosa escravidão no Egito, fazendo com eles uma aliança, tornando-os seus servos. Quando sobreveio a última praga, havendo Jeová destruído toda autoconfiança humana, Faraó rendeu-se e permitiu que Moisés e seu povo partissem (Ex 12:31,32). Deus poderia simplesmente retirar Ele mesmo o povo da escravidão, mas preferiu usar Moisés como instrumento para aquela obra. Isso nos deve fazer lembrar de que Deus tem todo o poder, e pode fazer o que desejar, mas ainda assim, em muitas situações, prefere se valer de instrumentos humanos para executar sua vontade.

 

1. Pragas atingem o Egito (Êx 7:19-12:33). Segundo Paul Hoff, as pragas foram a resposta de Deus à pergunta de Faraó: "Quem é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei?" (veja 7:17). Cada praga foi, por outro lado, um desafio aos deuses egípcios e uma censura à idolatria. Os egípcios prestavam culto às forças da natureza tais como o rio Nilo, o Sol, a Lua, a Terra, o touro e muitos outros animais. Com o juízo de Deus sobre o Egito, as divindades egípcias davam evidente demonstração de sua impotência perante o Senhor, não podendo proteger os egípcios nem intervir a favor de ninguém.

Calcula-se que o período das pragas tenha durado pouco menos de um ano. As primeiras três pragas - sangue, rãs e piolhos -, caíram em todo o Egito, ou seja, tanto o povo hebreu como os egípcios foram atingidos, pois Deus quis ensinar a ambos os povos quem era o Senhor. Mas as sete seguintes castigaram somente os egípcios, para que soubessem que o Deus que cuidava de Israel era também o soberano do Egito e mais forte do que seus deuses (Ex 8:22; 9:14). As pragas foram progressivamente mais severas até que quase destruíram o Egito (Ex 10:7).

Os feiticeiros egípcios imitaram as duas primeiras pragas, mas, quando o Egito foi ferido de piolhos, confessaram que o poder de Deus era superior ao deles e que essa praga era realmente sobrenatural (Ex 8:18,19). Os magos não poderiam reproduzir a praga de úlceras porque eles próprios estavam cheios delas desde os pés até a cabeça. Não puderam livrar a si mesmos dos terríveis juízos, muito menos a todo o Egito.

Em resumo, as pragas cumpriram os seguintes propósitos:

- Demonstraram que o Senhor é o Deus supremo e soberano. Tanto os israelitas como os egípcios souberam quem era o Senhor.

- Derrotaram as divindades do Egito.

- Castigaram os egípcios por haverem oprimido aos israelitas e por lhes haverem amargado tanto a vida.

- Efetuaram o livramento de Israel e o prepararam para conduzir-se em obediência e fé.

 

A ORDEM DAS PRAGAS É A SEGUINTE:

a) A água do Nilo converteu-se em sangue (Êx 7:14-25). Foi um golpe contra Hapi, o deus das inundações do Nilo.

b) A praga das rãs (Êx 8:1-15). A terra ficou infestada de rãs. Os egípcios relacionavam as rãs com os deuses Hapi e Ekte. “Hapi”, o deus do Nilo, portador da fertilidade; “Hekt”, a deusa da fecundidade com cabeça de sapo. Em Êxodo 12:12, vemos o Senhor dizendo: “e sobre todos os deuses do Egito farei juízos”.

c) A praga dos piolhos (talvez mosquitos, Êx 8:16-19). O pó da terra, considerado sagrado no Egito, converteu-se em insetos muito importunadores.

d) Praga das moscas (Êx 8:20-32). Enormes enxames de moscas encheram o Egito. Deve ter sido um tormento para os egípcios. Foi um juízo de Deus sobre o deus “kheper”. Este deus egípcio tinha a forma de um besouro.

e) Morte do gado dos egípcios (Êx 9:1-7). Amom, rei dos deuses e protetor de faraós, era adorado em todo o Egito. Ele era representado por uma figura masculina com cabeça de carneiro ou como carneiro com uma tríplice coroa. No Baixo Egito eram adoradas diversas divindades cujas formas eram de carneiro, de bode ou de touro. A deusa Íris, rainha dos deuses, era representada com chifres de carneiro ou vaca na cabeça.

f) A praga das úlceras (Ex 9:8-12). As cinzas que os sacerdotes egípcios espalhavam como sinal de bênção causaram úlceras dolorosas. Deus estava avisando os egípcios de que Seus julgamentos não tinham limites.

g) A tempestade de trovões, raios e saraiva devastou a vegetação, destruiu as colheitas de cevada e de linho e matou os animais do Egito (Ex 9:13-35). Esse tipo de tempestade era quase desconhecido no Egito. O termo "trovão" em hebraico significa literalmente "vozes de Deus", e aqui se insinua que Deus falava em juízo. Os egípcios que escutaram a advertência misericordiosa de Deus, salvaram seu gado (Ex 9:20). Os hebreus não foram atingidos (cf. Êx 9:26).

h) A praga dos gafanhotos (Ex 10:1-6). A praga dos gafanhotos trazida por um vento oriental consumiu a vegetação que havia sobrado da tempestade de saraiva (Ex 10:1-20). Os deuses Isis Seráfis foram impotentes, eles que supostamente protegiam o Egito dos gafanhotos.

i) As trevas (Ex 10:21-29). Foram três dias de densas trevas. As trevas que caíram sobre o Egito foram o grande golpe contra todos os deuses, especialmente contra , personificação do sol, rei dos deuses e pai da humanidade. Os luminares celestes, objetos de culto, eram incapazes de penetrar a densa escuridão. Foi um golpe direto contra o próprio Faraó, suposto filho do Sol.

j) A morte dos primogênitos (cap. 11 e 12:29-36). O Egito havia oprimido o primogênito do Senhor e agora eles próprios sofriam a perda de todos os seus primogênitos. O primogênito era a esperança, força e herdeiro da família. Nenhuma família do Egito estaria isenta. Quando o homem se recusa a ouvir, Deus sabe como falar de maneira que ele ouça. Nenhum israelita morreu. Foi a graça da redenção que fez a diferença. Há segurança em Jesus Cristo. Os hebreus foram uma figura de todos aqueles que foram comprados pelo sangue de Cristo em todas as épocas.

 

2. A primeira proposta: permitiu que os israelitas oferecessem sacrifícios dentro dos limites do Egito - “Então, chamou Faraó a Moisés e a Arão e disse: Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra” (Êx 8:25).

Com a incidência das pragas dos piolhos e das moscas, a vida dos egípcios se tornou um inferno. Com essas pragas, Faraó chama Moisés e Arão e lhes faz a seguinte proposta: “Ide e sacrificai ao vosso Deus nesta terra”. Ao que parece, Faraó foi convencido pelos piolhos e moscas enviados por Deus, por isso fez essa contraproposta. Mas essa contraproposta exigia que Israel cultuasse a Deus no próprio Egito, em meio aos falsos deuses. Veja que a escolha do local do sacrifício pertencia a Faraó, não a Deus. Mas esse não era o plano de Deus. Um povo separado por Deus e para Deus, e ao mesmo tempo misturado com os ímpios egípcios, como sendo um só povo, seria uma abominação ao Senhor. Deus exige santidade do seu povo: "E ser-me-eis santos, porque eu, o Senhor sou santo, e separei-vos dos povos, para serdes meus" (Lv 20:26).

Faraó barganha fraudulosamente. Mas, quando Deus ordena, não há lugar para barganhas com homens perversos. Moisés tinha a resposta na ponta da língua: “Não convém que façamos assim, porque sacrificaríamos ao SENHOR, nosso Deus, a abominação dos egípcios; eis que, se sacrificássemos a abominação dos egípcios perante os seus olhos, não nos apedrejariam eles?” (Ex 8:26). A adoração pretendida por Deus não foi planejada para ser feita em terras egípcias. Naquelas terras muitos israelitas morreram em sofrimento. Muitos bebês meninos foram lançados ao Nilo para morrerem afogados ou comidos por crocodilos. Naquelas terras os filhos de Deus haviam perdido sua liberdade. Deus pretendia receber culto e dar de presente aos filhos de Abraão uma nova terra para viverem.

II. FARAÓ NÃO DESISTE


1. A segunda proposta de Faraó (Êx 8:28). “Então, disse Faraó: Deixar-vos-ei ir, para que sacrifiqueis ao SENHOR, vosso Deus, no deserto; somente que indo, não vades longe; orai também por mim”.

Faraó estava tão angustiado e humilhado pela praga das moscas que começou a negociar os termos de sua rendição. Na primeira proposta, ele fez uma oferta para que Israel adorasse dentro das fronteiras do Egito (8:25), mas Moisés tinha a resposta na ponta da língua: não conviria aos israelitas sacrificarem no Egito, porque o sacrifício de animais sagradas aos egípcios lhes seria uma “abominação” (8:26), levando-os provavelmente a apedrejar os israelitas. Moisés indica que o local adequado à adoração seria a três dias de distância do Egito. Faraó reconheceu que Moisés tinha razão. Ele concordou em deixar Israel ir, mas somente a curta distância deserto a dentro – “não vades longe”. Faraó chega a pedir que Moisés “ore” por ele também, mas não parece um daqueles pedidos sinceros de oração, e sim a finalização de um discurso que não tem por objetivo ser realizado.

Moisés deu crédito na proposta de Faraó (talvez, entendendo as palavras “não vades longe” como referência aos três dias de viagem) e prometeu rogar ao Senhor (Êx 8:29). Deus, conforme a palavra de Moisés, retirou as moscas e não ficou uma só (Ex 8:31). A completa suspensão desta praga fez com que o rei ficasse mais inflexível e “não deixou o povo ir” (Ex 8:32). Apesar de tão grande apresentação do poder de Deus sobre os deuses egípcios, a vontade de Faraó estava cada vez mais renitente contra Deus e seu povo.

Podemos ver no Faraó uma ilustração do fato de que o temor, sozinho, nunca produz o verdadeiro arrependimento. Somente alguém convencido pelo Espírito Santo pode mudar de direção, mudar de vida, se arrepender de verdade.

2. A terceira proposta de Faraó (Êx 10:7). “E os servos de Faraó disseram-lhe: Até quando este nos dá de ser por laço? Deixa ir os homens, para que sirvam ao SENHOR, seu Deus; ainda não sabes que o Egito está destruído?”.

Deus enviaria outra praga ao Egito: a praga dos gafanhotos. Por causa das pragas anteriores, o Egito estava severamente arruinado em todos os seus segmentos, econômicos e sociais. Os prejuízos materiais estavam se avolumando, tornando insuportável a permanência dos israelitas em solo egípcio. Mas Faraó não pareceu entender assim. Ele não entendeu que estava lidando com um poder pessoal sobrenatural, sem precedentes na história do Egito. Ele não entendeu que estava lidando com o próprio Deus, que estava dando a ele oportunidades para que voltasse atrás em suas atitudes e deliberações e liberasse Israel. Então, os seus servos decidiram envolver-se na questão. Eles perceberam que enquanto o Deus de Moisés não recebesse seu culto, os egípcios sofreriam terrivelmente as consequências. Por esta razão, Moisés e Arão foram levados outra vez à presença de Faraó (Ex 10:8). Pela primeira vez, Faraó cedeu antes do início da praga. Deu permissão para os israelitas partirem, mas tentou fazer outro acordo. Ele permitiria a ida dos homens se deixassem suas famílias e rebanhos. Certamente, a proposta de faraó era uma proposta cruel, pois obrigaria os israelitas a separarem-se de seus filhos para que Deus fosse adorado.

Faraó manda lançar fora de sua presença Moisés e Arão, e deixa claro que as crianças não iriam, somente os homens - “Então, ele lhes disse: Seja o SENHOR assim convosco, como eu vos deixarei ir a vós e a vossos filhos; olhai que há mal diante da vossa face. Não será assim; andai agora vós, varões, e servi ao SENHOR; pois isso é o que pedistes. E os lançaram da face de Faraó”. Com esta proposta, Faraó garantiria a próxima geração de escravos no Egito. Com esta proposta, que é o mesmo desejo de Satanás, haveria uma miscigenação devastadora: as jovens deixadas no Egito se casariam com os incrédulos egípcios; por sua vez, os jovens hebreus a caminho de Canaã se casariam com moças pagãs, idólatras. Para ambos os casos as consequências seriam devastadoras aos descendentes de Abraão, pois haveria perda de identidade dos hebreus como povo do Senhor.

III. A PROPOSTA FINAL DE FARAÓ

Faraó destaca-se por sua teimosia ao enfrentar os juízos de Deus. Seu arrependimento foi superficial, transitório e motivado apenas pelo medo, não pelo reconhecimento da necessidade que tinha de Deus. Embora se mantivesse obstinado, quebrando sua promessa toda vez que uma praga era suspensa, ia cedendo mais e mais às exigências de Moisés. Primeiro, permitiu que os israelitas oferecessem sacrifícios dentro dos limites do Egito (Ex 8:25); depois, fora do Egito, mas não muito longe (Êx 8:28); mais tarde no deserto, distante, porém com a condição de que fossem somente os homens (Êx 10:7), e por fim, permitiu que todos pudessem ir longe para sacrificar, mas deixando seu gado no Egito (Ex 10:24).

1. A situação caótica do Egito. As pragas anteriores não ensinaram o Egito e seu monarca, e por isso Deus mandou outra praga: as trevas. Todo o Egito durante três dias seguidos ficou sem luz. Só havia luz na casa dos hebreus (Ex 10:21-23). A maioria dos estudiosos concorda que foi o hamsin, uma tempestade de areia tão temida no Oriente que ocasionou estas trevas. O milagre estava em que veio segundo a Palavra de Deus (Ex 10:21). As trevas eram tão densas que os homens não se viam uns aos outros. Toda a atividade comercial e empresarial cessou e a população egípcia ficou em casa. Era, sem dúvida, uma situação caótica.

2. A quarta e última proposta. Por três dias os egípcios conviveram com a escuridão. Isso foi grandiosamente caótico e deprimente ao povo e ao seu rei. O certo é que se no último encontro Moisés e Arão foram lançados da presença de Faraó, desta vez foram chamados com a seguinte proposta: "Ide, servi ao Senhor; somente fiquem ovelhas e vossas vacas" (Ex 10:24). O que esta proposta representava? A falta de sacrifícios, de entrega ao Senhor e de adoração. Como se não bastasse os anos de escravidão, Faraó queria impedir que aquilo que eles tinham conseguido com trabalho fosse negado a Deus. Todavia, Deus queria ser adorado com tudo o que o povo de Israel possuía, e isso incluía os animais para o sacrifício. Se o nosso tesouro estiver no Egito, a nossa adoração não terá nenhum valor (vide Mt 6:24-34). Evangelho sem a cruz de Cristo não é evangelho autêntico. Pense nisso!

Muitas pessoas sucumbem às sugestões malignas e aceitam as suas propostas. Mas, Moisés não! Ele declarou: “nem uma unha ficará(Ex 10:26). Moisés sabia qual era a ordem de Deus, embora ainda não dispusesse de todas as razões. Esperava mais instruções conforme o desenrolar dos acontecimentos.

CONCLUSÃO

Cada proposta de Faraó foi rejeitada. Façamos o mesmo. Que tenhamos o discernimento adequado para, da mesma forma, rejeitar aquilo que o mundo tenta nos impor como correto. Satanás vai nos tentar com muitas propostas. Ele tentou o Filho de Deus, mas foi derrotado. Jesus derrotou o Diabo utilizando a Palavra de Deus. Portanto, faça uso da Bíblia, a Palavra de Deus, pois ela é uma arma poderosa contra as propostas ardilosas do Inimigo.

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