SAULO , PAULO E SUA CORAGEM DIANTE DA MORTE
Antes
de ser conhecido como o apóstolo Paulo, ele era Saulo de Tarso, um fariseu
zeloso e fervoroso. Saulo era um judeu de alta estirpe, bem-educado e fluente
em grego, que se dedicava a perseguir os primeiros cristãos. Ele os via como
uma seita que desviava o judaísmo de sua pureza e tradição. A Bíblia relata que
ele foi testemunha do apedrejamento de Estevão, o primeiro mártir cristão, e
consentiu com sua morte.
A conversão na estrada para Damasco
O
ponto de virada na vida de Saulo aconteceu na estrada para Damasco, onde ele
estava a caminho para prender mais seguidores de Jesus. Por volta do ano 33-36
d.C., Saulo foi subitamente envolto por uma luz celestial e caiu por terra. Ele
ouviu uma voz que lhe perguntou: "Saulo,
Saulo, por que me persegues?" Ele respondeu: "Quem és tu,
Senhor?", e a voz lhe disse: "Eu sou Jesus, a quem tu
persegues."
Após
esse encontro, Saulo ficou cego por três dias e foi levado para Damasco. Lá, um
discípulo de Jesus chamado Ananias foi instruído em uma visão a procurar Saulo.
Ananias, embora receoso, obedeceu. Ao impor as mãos sobre Saulo, a visão dele
foi restaurada e ele foi cheio do Espírito Santo. Este evento marcou o início
de uma nova vida para ele, que se tornou um seguidor devoto de Jesus.
Paulo:
O Apóstolo dos Gentios
Após
sua conversão, Saulo adotou o nome de Paulo. Ele não só parou de perseguir os
cristãos, como se tornou um dos seus mais ardentes defensores e o principal
evangelista dos gentios (não judeus). Sua experiência pessoal com o Cristo
ressuscitado deu-lhe uma autoridade única para pregar.
Paulo
dedicou o resto de sua vida a três grandes viagens missionárias, viajando por
todo o mundo romano (hoje parte da Turquia, Grécia e Itália). Ele fundou
igrejas, ensinou sobre a salvação pela graça através da fé em Jesus, e escreveu
a maior parte do Novo Testamento, que consiste em 13 cartas (epístolas) que ele
enviou às comunidades cristãs que ele ajudou a estabelecer.
As
cartas de Paulo, como Romanos, 1 Coríntios, Efésios e Filipenses, são
fundamentais para a teologia cristã. Nelas, ele aborda temas como a
justificação pela fé, a natureza do pecado e da graça, e a importância da
unidade na igreja.
Fim
da vida e legado
Paulo
sofreu muitas adversidades em sua missão: foi preso, açoitado, apedrejado e
enfrentou naufrágios. No entanto, sua fé permaneceu inabalável. Ele foi preso
em Roma e, segundo a tradição, foi decapitado durante o reinado do imperador
Nero, por volta do ano 67 d.C.
O
legado de Paulo é imenso. Sua conversão demonstra o poder da graça e do perdão.
Seu trabalho incansável como missionário garantiu que o cristianismo não
ficasse restrito a um pequeno grupo de judeus, mas se espalhasse pelo mundo,
tornando-se uma religião global. Por isso, ele é considerado uma das figuras
mais importantes da história do cristianismo.
Aprendendo com o apóstolo Paulo
O
apóstolo Paulo foi sem dúvida alguma o maior evangelista, o maior teólogo, o
maior missionário e o maior plantador de igrejas de toda a história do
cristianismo. Nenhum homem exerceu tanta influência sobre a nossa civilização,
como Paulo. Nenhum escritor foi tão conhecido e teve suas obras tão divulgadas
e comentadas no mundo quanto ele. Embora tenha vivido sob fortes pressões
internas e externas, nunca deixou jamais sua alma ficar amargurada.
Em
Filipenses 1.12, Paulo
diz: “E quero, irmãos, que saibais que
as coisas que me aconteceram contribuíram para maior avanço do
evangelho”. Agora, surge a pergunta: “Que coisas são
essas que contribuíram para o avanço do evangelho”?
Percorrendo o livro de Atos e outras passagens do N.T iremos “descobrir” que “coisas” eram essas que contribuíram para
o avanço do evangelho. Veremos algumas a seguir:
A)
Ele foi perseguido em Damasco (At 9.23-25).
Após
converter-se na capital da Síria, Paulo anunciou Jesus nessa cidade (At
9.20,21). Dali foi para região da Arábia, onde ficou cerca de três anos,
fazendo uma reciclagem em sua teologia (Gl 1.15-17). Voltou a Damasco (Gl 1.17)
e agora, não apenas prega, mas demonstra cuidadosamente que Jesus é o Cristo
(At 9.22). Então, em vez de ser acolhido, é perseguido. Precisa fugir da cidade
para salvar a sua vida (At 9.23-25).
B)
Ele foi rejeitado em Jerusalém (At 9.26-28).
Quando
chegou em Jerusalém, na igreja mãe, os apóstolos não confiaram nele. Paulo,
então, sentiu a dor de ser rejeitado. A aceitação é uma necessidade básica da
vida humana. Não somos uma ilha. Foi então que apareceu Barnabé, o filho da
consolação, para abraçá-lo, valorizá-lo e integrá-lo na vida da Igreja (At
9.27).
C)
Ele foi dispensado do campo missionário pelo próprio Deus (At 22.17-21).
No
apogeu de seu entusiasmo, no auge de seu trabalho, Deus mesmo aparece a ele em
sonhos e o dispensa da obra. Deus o manda arrumar as malas e sair de Jerusalém.
Paulo não entende e discute com Deus. Para ele, Deus estava cometendo um erro
estratégico, tirando-o de cena. Deus, porém, não muda; é Paulo quem precisa
mudar e mudar-se. Diz o texto sagrado em Atos 9.31, que, quando Paulo arrumou
as malas e foi embora, a igreja passou a ter paz e crescer. Que golpe no
orgulho do apóstolo!
D)
Ele foi colocado na sombra de outro líder (At 13.2)
Convocado
por Barnabé para estar em Antióquia da Síria, reinicia seu ministério. Depois
de um ano intenso de trabalho nessa igreja, o Espírito Santo disse: “Separai-me a Barnabé e a Saulo para obra que os tenho
chamado (At 13.2)”. Perceba que os escolhidos não são Saulo (1º) e Barnabé
(2º), mas Barnabé (1º) e Saulo (2º). Você
já foi segundo alguma vez? Já ficou na sombra de outra pessoa? Antes de você
ser o primeiro, você terá que aprender ser um ótimo segundo. Paulo precisou
aprender a ser submisso, antes de ser um grande líder. Hoje em algumas
igrejas, a pessoa se converte, um mês depois é diácono, 3 meses depois é
presbítero, mais 3 meses é pastor, e não muito depois é apóstolo! Oh Deus,
dá-nos discernimento!
E)
Ele foi apedrejado e arrastado como morto da cidade de Listra (At 14.19).
Paulo
estava fazendo a obra de Deus, no tempo de Deus, dentro dos propósitos de Deus,
e mesmo assim foi apedrejado. Contudo ele não ficou amargurado nem se
decepcionou com o ministério. Ao contrário, prosseguiu fazendo a obra com
alegria.
F)
Ele foi preso e açoitado com varas em Filipos (At 16.19-26).
Mesmo
estando no centro da vontade de Deus, Paulo foi preso, açoitado com varas e
jogado no cárcere. Em vez de ficar revoltado e colocar a Deus na parede, ele
orou e cantou à meia noite, e Deus abriu as portas da prisão e o coração do
carcereiro.
G) Ele enfrenta um naufrágio na viagem para Roma (At 27.9; 28.1-10).
Já
que o próprio Deus o queria em Roma, era de se esperar que a viagem fosse tranquila.
No entanto, quando Paulo embarcou para Roma, enfrentou uma terrível tempestade.
Durante quatorze dias, o navio foi açoitado com rigor, e todos os prisioneiros
perderam a esperança de salvamento, exceto Paulo (At 27.20-26). Chegando em
Malta, uma víbora ataca sua mão. Note que
haviam outras 275 pessoas no navio, mas a víbora ataca justamente a
Paulo. Os malteses, fizeram um juízo precipitado dele, chamando-o de
assassino. Parecia que tudo dava errado para Paulo. No
entanto, em vez de cair morto pelo veneno da víbora, ele curou os enfermos da
ilha.
Um
homem que tinha tudo para se abater, desistir, abandonar, nos deixou este
legado indelével de uma vida piedosa, de sofrimento, de renúncia, e acima de
tudo, amor pelo verdadeiro evangelho, e pelo Cristo que o capturou na estrada
de Damasco, antes que ele capturasse algum cristão. Poderia falar muito
mais, pois basta lermos 2 Co 6.4-10 e 2 Co 11.23-33, e vermos o que este homem
passou pela causa do evangelho.
Que
venhamos a seguir suas pisadas, imitarmos seu exemplo, e seremos cidadãos de um
reino eterno, onde o Deus de Paulo nos coroará para todo o sempre. Amém.
“Sede
meus imitadores, como também sou de Cristo” 1 Co 11.1
A CORAGEM DO APÓSTOLO PAULO DIANTE DA MORTE
Texto
Bíblico: Atos 21:7-15
“E assim nós, que vivemos, estamos sempre entregues à morte por
amor de Jesus, para que a vida de Jesus se manifeste também em nossa carne
mortal” (2Co.4:11).
V.P: “O Espírito Santo nos prepara
para sofrer por Jesus Cristo e suportar as angústias e aflições na obra de
Deus”.
Atos
21:
7.E nós, concluída a navegação de Tiro,
viemos a Ptolemaida, e, havendo saudado os irmãos, ficamos com eles um dia.
8.No dia seguinte, partindo dali Paulo e nós
que com ele estávamos, chegamos a Cesareia; e, entrando em casa de Filipe, o
evangelista, que um dos sete, ficamos com ele.
9.Tinha estas quatro filhas donzelas, que
profetizavam.
10.E, demorando-nos ali por muitos dias,
chegou da Judeia um profeta, por nome Ágabo;
11.e, vindo ter conosco, tomou a cinta de
Paulo e, lingando-se os seus próprios pés e mãos, disse: Isto diz o Espírito
Santo; assim ligarão os judeus, em Jerusalém, o varão de quem é esta cinta e o
entregarão nas mãos dos gentios.
12.E, ouvindo nós isto, rogamos-lhe, tanto
nós como os que eram daquele lugar, que não subisse a Jerusalém,
13.Mas Paulo respondeu: Que fazeis vós,
chorando e magoando-me o coração? Porque eu estou pronto não só a ser ligado,
mas ainda a morrer em Jerusalém pelo nome do Senhor Jesus.
14.E, como não podíamos convencê-lo, nos
aquietamos, dizendo: Faça-se a vontade do Senhor!
15.Depois daqueles dias, havendo feito os
nossos preparativos, subimos a Jerusalém.
INTRODUÇÃO
Neste
Estudo trataremos da “coragem de Paulo diante da
morte”. Durante todo o seu ministério, desde a sua conversão, Paulo
correu risco de morte, mas nunca a temeu. Ele sempre estava preparado para esse
momento. Isto era o resultado concreto da dimensão profunda da fé salvífica que
dominava a sua vida. Para ele, ter de escolher entre estar com Cristo e
permanecer neste mundo, não havia dúvida: escolheria estar com Cristo. Para
Paulo, permanecer neste mundo só se justificaria se fosse para desgastar-se
pela causa do Evangelho. Certa feita ele disse: “Mas
em nada tenho a minha vida por preciosa, contanto que cumpra com alegria a
minha carreira” (Atos 20:24).
Ser
chamado para cumprir uma missão para o Reino de Deus tem um custo alto, muitas
vezes, a própria vida. Não se deve pensar em amenidades quando o assunto é
trabalhar para Cristo de forma dedicada e abnegada. O inimigo nunca deixa o
missionário e o evangelista livre de perseguição. Ele sabe que pregar o
evangelho é a mais poderosa força que Jesus colocou na sua Igreja para livrar
as pessoas da perdição eterna. Por isso, o pregador do evangelho nunca está
livre da perseguição e do risco de morte. Mas, aquele que tem a coragem que
Paulo tinha, está pronto a dizer: “Porquanto, para
mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Fp.1:21).
I.
A CONSCIÊNCIA DE PAULO QUANTO A PADECER POR JESUS
1.
A insistência de Paulo em ir a Jerusalém
Depois
de cumprir o tempo de sua Terceira Viagem Missionária, Paulo se despede dos
pastores da cidade de Éfeso e propõe em seu coração viajar a Jerusalém, mesmo
sabendo que lá lhe aguardavam tribulações e cadeias (Atos 20:22,23). Apesar dos
avisos que ele padeceria em Jerusalém (Atos 20:23), não arrefeceu o seu ânimo,
insistiu em ir (Atos 20:22). Com relação às tribulações e prisões que sofreria
em Jerusalém, ele disse: “nada considero a vida
preciosa para mim mesmo, contanto que complete a minha carreira e o ministério
que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus” (Atos
20:24). Ao que parece, tratava-se de uma compulsão interior que ele não podia
ignorar. Paulo sabia que cadeias e tribulações se tornaram parte de sua vida.
Segundo Lucas, o Espírito Santo vinha revelando esse fato ao apóstolo de cidade
em cidade (Aos 20:23), talvez por intermédio do ministério de profetas, ou
talvez pela comunicação interior misteriosa dos desígnios de Deus.
Mesmo
sabendo que haveria de padecer em Jerusalém, Paulo não considerou sua vida
preciosa para si mesmo (Atos 20:24). Seu maior desejo era agradar e obedecer a
Deus; cumprir a missão que Jesus estabelecera para ele: levar a mensagem do
evangelho sob quaisquer circunstâncias. Se, para isso, fosse necessário
oferecer sua vida, estava disposto a entregá-la. Tendo em vista Aquele que
havia morrido por ele, nenhum sacrifício era grande demais; importava-lhe
apenas completar a sua carreira e o ministério que havia recebido do Senhor
Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus (Atos 20:24).
Nenhum
título poderia expressar de maneira mais apropriada o evangelho que Paulo
pregava do que este: “o evangelho da graça de Deus”
(Atos 20:24). Esta é a mensagem que toca profundamente e trata do favor
de Deus concedido aos pecadores culpados e ímpios que não mereciam outra coisa
senão a eternidade no inferno. Esta mensagem conta como o Filho do amor de Deus
se despiu da glória suprema do Céu para sofrer, derramar seu sangue e morrer no
Calvário a fim de oferecer o perdão dos pecados e a vida eterna a todos os que
creem Nele.
Paulo
tinha sido avisado em muitos lugares que seu sofrimento era inevitável, tanto
em Jerusalém como em Cesareia; mesmo assim não desistiu do seu intento. É
preciso que todos os que são chamados para cumprirem a Grande Comissão tenha
pleno discernimento das circunstâncias por fazer a vontade de Deus.
2.
De Mileto para Tiro
Paulo
estava de malas prontas para viajar rumo a Jerusalém. Seria a última vez que o
velho apóstolo colocaria os pês na cidade de Davi. Embora um dos propósitos da
sua viagem fosse levar uma oferta colhida entre os crentes gentios para os
crentes judeus, ele sabia que as estações do futuro lhe reservavam cadeias e
tribulações. Paulo não nutria esperanças falsas;
sabia que seria preso; não caminhava na direção dos holofotes, mas rumo à
prisão e à morte. Paulo chegou a pedir oração à Igreja de Roma para não ser
morto pelos rebeldes judeus nessa arriscada viagem a Jerusalém (cf.
Rm.15:30,31).
Com
destemor, Paulo partiu para o seu destino, que era Jerusalém. Nada mais o
prenderia de cumprir esta missão, pois achava que era da vontade Deus. Depois
de uma despedia afetuosa em Mileto, porto nas proximidades de Éfeso, ele tomou
uma embarcação que ia para a cidade de TIRO, na Fenícia (Atos 21:6,7). Mas para
chegar até Tiro, ele passou por várias cidades.
Segundo
a narração de Lucas em Atos 21:1-6, primeiramente, Paulo e seus companheiros
navegaram para a ILHA de CÓS, pequena ilha ao sul de Mileto, onde passaram a
noite. No dia seguinte, prosseguiram para a ilha de RODES, a sudoeste. Depois
de deixarem a extremidade norte da ilha, navegaram para o leste em direção a
PÁTARA, um porto marítimo da Lícia, na costa sul da Ásia Menor. Em Pátara,
embarcaram num navio que ia para a Fenícia, a região litorânea da Síria, da
qual TIRO era uma das principais cidades. Ao cruzarem o Mediterrâneo em direção
ao sudoeste, passaram próximo da ilha de Chipre. Sua primeira parada na
Palestina foi TIRO. Uma vez que o navio devia ser descarregado naquele porto,
Paulo e os outros procuraram os cristãos que viviam na cidade e ficaram com
eles sete dias (Atos 21:4).
Durante
a semana que Paulo passou com esses cristãos de Tiro, eles, movidos pelo
Espírito, recomendaram ao apóstolo que não fosse a Jerusalém (Atos 21:4b). Após
uma semana entre os crentes de Tiro, Paulo se despediu em clima de profunda
emoção e cordialidade. Esses irmãos oraram de joelhos na praia pelo e com o
apóstolo (Atos 21:3-5). Foi uma demonstração clara de amor cristão. Ali havia o
bálsamo espiritual misturado à tristeza da despedida. Esse episódio mostra o
quanto devemos orar pelos outros e pelos missionários que se dedicam com
integridade e lealdade na Obra do Senhor, principalmente, quando eles se
encontram numa missão espiritual. Após isso, Paulo prosseguiu sua viagem rumo a
Jerusalém (Atos 21:5,6).
3.
Passando por Cesareia
Depois
de Tiro, a próxima parada foi Ptolomada (Atos 21:7), uma cidade portuária
acerca de quarenta quilômetros ao sul de Tiro, conhecida hoje como Akko (Acre),
próximo a Haifa. Seu nome era uma homenagem a Ptolomeu. O navio ficou ali um
dia, e os servos do Senhor tiveram tempo de procurar os irmãos que viviam na
cidade. No dia seguinte, embarcaram para a parte final da viagem, os cinquenta
quilômetros até CESARÉIA (Atos 21:8). Nesta cidade, ficaram hospedados na casa
de Filipe, o evangelista (que não deve ser confundido com o apóstolo de mesmo
nome). Esse Filipe foi escolhido para ser diácono
na Igreja de Jerusalém; pregou o evangelho em Samaria e levou o eunuco etíope a
Cristo.
Paulo
se hospedou na casa de Filipe, que fugira de Jerusalém por causa da
perseguição, quando Estêvão, seu companheiro, foi morto com a participação de
Saulo. No passado, Filipe teve que fugir do perseguidor Saulo; agora, os dois
estão juntos como irmãos; o perseguidor como hóspede na casa do perseguido. O
evangelho é realmente transformador!
Filipe
se estabelecera na cidade havia cerca de vinte anos (Atos 8:40); desde então,
sua família crescera. Ele era pai de quatro filhas donzelas, que tinham o dom
de profecia (Atos 21:9); isto significa que elas tinham o dom concedido pelo
Espírito Santo de receber mensagens diretamente do Senhor e transmiti-las a
outros.
Durante
a estada de Paulo em Cesaréia, desceu da Judeia um profeta chamado Ágabo (Atos
21:10). Outrora, esse mesmo profeta havia ido de Jerusalém a Antioquia da Síria
e predito a fome que ocorreria durante o governo de Cláudio (Atos 11:28). Em
Cesaréia, ele tomou o cinto de Paulo e usou-o para amarrar os próprios pés e
mãos. Utilizando do mesmo método de muitos profetas antes dele, Ágabo
transmitiu sua mensagem por meio de uma dramatização e interpretou-a em seguida
(Atos 21:10,11). Assim como ele havia amarrado os próprios pés e mãos, os
judeus em Jerusalém amarrariam os pés e mãos de Paulo e o entregariam às
autoridades gentias. Paulo seria prezo pelos judeus em decorrência de seu
serviço a ele (simbolizado pelo cinto).
Quando
os companheiros do apóstolo e os cristãos de Cesaréia ficaram sabendo disso,
rogaram a Paulo que não subisse a Jerusalém (Atos 21:12), mas ele não
compartilhava dessa preocupação. As lágrimas dos irmãos serviram apenas para
partir o coração do apóstolo. Por mais que os irmãos o advertissem do
sofrimento que ele passaria em Jerusalém, não o impediu de fazer aquilo que, a
seu ver, era da vontade de Deus. Informou-os que estava” pronto não só para ser preso, mas até para morrer em Jerusalém
pelo nome do Senhor Jesus” (Atos 21:13). Paulo agiu como alguns soldados
da Guerra Civil Espanhola: “prefiro morrer de pé a
viver de joelhos”. Uma vez que Paulo estava determinado ir a Jerusalém,
mesmo sabendo que acabaria sendo preso, só restou os irmãos dizer a Paulo: “faça-se a vontade do Senhor!” (Atos 21:14).
II.
A CORAGEM PARA ENFRENTAR AS AMEAÇAS DE MORTE
1.
A coragem do apóstolo pela voz do Espírito
Os
cristãos de Éfeso, os cristãos de Tiro e os cristãos de Cesaréia esforçaram-se
para dissuadir o apóstolo Paulo de ir a Jerusalém, pois segundo eles, Paulo
sofreria cadeias e prisão, e seria entregues as autoridades gentias, mas não
conseguiram. Paulo estava convicto de que Deus estava no controle de tudo isso.
Note que em Mileto Paulo disse aos presbíteros de Éfeso que estava indo a
Jerusalém “obedecendo ao Espírito Santo” (Atos
20:22, BLH), apesar das cadeias e tribulações. Lucas narra assim:
“E, agora, constrangido em meu espírito, vou para Jerusalém, não
sabendo o que ali me acontecerá, senão que o Espírito Santo, de cidade em
cidade, me assegura que me esperam cadeias e tribulações” (Atos 20:22,23).
A
grande questão é como conciliar essa convicção de Paulo com as profecias
recebidas em Tiro (Atos 21:4) e Cesaréia (Atos 21:11), pois em ambas o Espírito
Santo é evocado. Em Tiro, as pessoas que falaram foram movidas pelo Espírito, e
em Cesaréia, Ágabo afirmou: “Isto diz o Espírito
Santo”. Apesar disso, Paulo ignorou as duas mensagens e prosseguiu rumo
a Jerusalém (Atos 21:14). Como resolver esse problema? John Stott afirmou assim
acerca disto: “Com certeza não se pode concluir que
o Espírito Santo se contradisse, ordenando a Paulo que fosse, no capítulo 20, e
anulando sua instrução no capítulo 21.
John
Stott defende que a melhor solução para esse impasse é fazer uma distinção
entre uma predição e uma proibição. Com certeza, Ágabo apenas predisse que
Paulo seria amarrado e entregue aos gentios (Atos 21:11); os apelos
subsequentes a Paulo não são atribuídos ao Espírito e podem ter sido deduções
falíveis feitas por homens, por causa da profecia proferida. Pois, se Paulo
tivesse ouvido os apelos de seus amigos, a profecia de Ágabo não teria se
cumprido. Para Warren Wiersbe, os pronunciamentos proféticos podem ser
entendidos como avisos (“prepare-se”), não como proibições (“você não deve
ir”). O propósito de Lucas é mostrar que, à semelhança de Jesus, Paulo
manifestou no seu rosto a intrépida resolução de ir a Jerusalém, mesmo sabendo
o que lhe esperava nessa cidade.
Em
vez de considerarmos que Paulo se recusou a obedecer a uma profecia, devemos
admirá-lo por sua coragem e perseverança, pois não recusou nem mesmo diante da
profecia de seu sofrimento. Ao ir a Jerusalém, ele
tomou a vida nas próprias mãos, a fim de resolver o problema mais premente da
Igreja: a fenda cada vez mais larga entre os judeus legalistas da “extrema
direita” e os cristãos gentios. Precisamos entender a voz do Espírito Santo em
todas as nossas decisões.
2.
A chegada em Jerusalém
De
Cesaréia para Jerusalém - uma distância de 80 quilômetros por terra. Ao chegar
em Jerusalém, Paulo ficou hospedado na casa de um dos companheiros de viagem –
um irmão em Cristo chamado Mnasom (Atos 21:15,16); ele era natural de Chipre, e
um dos primeiros discípulos de Jesus na Ilha. Ele estava morando em Jerusalém e
teria o privilégio de hospedar Paulo e seus companheiros na última visita do
apóstolo àquela cidade.
Ao
chegar a Jerusalém, o apóstolo e seus amigos foram recebidos com toda a
cordialidade pelos irmãos (Atos 21:17). No dia seguinte, realizou-se uma
reunião com Tiago, e todos os presbíteros (Atos 21:18). Há um consenso entre os
estudiosos de que esse Tiago era irmão do Senhor; ele era um dos principais
líderes da Igreja em Jerusalém (Gl.2:9). Durante esse encontro, Paulo contou
minuciosamente o que Deus fizera entre os gentios por seu ministério (Atos
21:19). Seu relatório foi motivo de grande alegria (Atos 21:19).
3.
Paulo se depara com seus oponentes judeus
Quando
os apóstolos e os demais irmãos presentes ouviram o relatório de Paulo a
respeito do que Deus estava operando entre os gentios, “eles
deram glória a Deus e disseram: bem vês, irmão, quantas dezenas de milhares há
entre os judeus que creram, e todos são zelosos da lei” (Atos 21:20).
Depois
de um relatório tão brilhante e motivador, os judaizantes se preocuparam logo
em relatar as fofocas trazidas por aqueles que estavam presos ao judaísmo
tradicional (Atos 21:21). Esses judeus queriam um cristianismo judaizante, com
costumes e ritos, tais como a circuncisão, a guarda do sábado, as festas, entre
outros.
Os
“grupos judaizantes” existem desde o início da história da Igreja, tendo sido a
causa da realização do chamado “Concílio de Jerusalém”, a primeira reunião
cristã para dirimir dúvidas e questões doutrinárias, registrada em Atos 15,
cuja conclusão é a base para o repúdio a estes ensinamentos que, ainda hoje,
persuadem e colocam em risco milhares de almas que aceitaram a Cristo como seu
Salvador. Neste primeiro Concílio ficou decidido que a observância da lei não
era exigível aos gentios, porque não havia qualquer papel a ser exercido pela
lei na salvação do ser humano. Ficou estabelecido, para que não houvesse mais
dúvidas, que os gentios deveriam, tão somente, absterem-se das coisas
sacrificadas aos ídolos, do sangue, da carne sufocada e da fornicação (At.15:29),
não se devendo, pois, cumprir a lei judaica, nem mesmo a guarda do sábado. Mas,
por que o Espírito Santo assim decidiu, usando dos apóstolos e anciãos da
Igreja primitiva no concílio de Jerusalém? Porque o Espírito Santo sabia que ao
longo da história da Igreja, os crentes seriam perturbados de novo pela
“doutrina judaizante”, doutrina esta que dentro da sua sutileza, também tem
como objetivo menosprezar o sacrifício vicário de Cristo na cruz do Calvário.
Na
medida em que exigimos a observância da lei mosaica para a salvação da pessoa,
estamos a dizer que o sacrifício de Jesus é insuficiente para que o ser humano
seja salvo, que a pessoa somente será salva se fizer as obras da lei, o que
equivale a dizer que Jesus não é o Salvador. Entretanto, a Bíblia é claríssima
ao mostrar que as obras da lei são incapazes de salvar o homem e que o homem é
justificado pela fé, sem as obras da lei (Rm.3:28). A defesa da guarda da lei
é, pois, uma demonstração de incredulidade no poder do sacrifício de Cristo.
E
agora, novamente, os judaizantes foram os principais perseguidores do apóstolo
Paulo, acusando-o de pregar contra a lei (Atos 21:28). Paulo podia muito bem
ter rebatido essas acusações, mas diante do espírito conciliatório que ele
sempre apresentava, mais uma vez preferiu não destratar a cultura e tradição
judaica. E em comum acordo com o pastor de Jerusalém, Tiago, ele se dispunha
passar por alguns rituais de purificação a fim de acalmar os escrúpulos dos
judeus. Paulo se submeteu a isto, para o bem da evangelização e/ou pelo bem da
solidariedade judaica-gentia.
III.
ACUSAÇÕES E A PRISÃO DE PAULÒ NO TEMPLO
1.
As acusações mentirosas contra Paulo
A
notícia da chegada de Paulo rapidamente se espalhou pela cidade de Jerusalém. A
ocasião era festiva, e Jerusalém estava recebendo judeus de todas as partes do
Império Romano para a tradicional festa de Pentecostes. Contudo, os irmãos
judeus estavam apreensivos; anteviam problemas que poderiam surgir em
decorrência dos boatos de que Paulo havia ensinado e pregado contra a Lei de
Moises. Paulo estava sendo acusado especialmente de ensinar todos os judeus em
terras estrangeiras a apostatarem de Moisés, dizendo-lhes que não deviam
circuncidar os filhos, nem andar segundo os costumes judaicos (Atos 21:20-22).
Mas, era isso mesmo que o apóstolo ensinava? De fato, ele ensinava que Cristo
era o fim da Lei para a justiça daqueles que creem. Afirmava que, com o advento
da fé cristã, os judeus que aceitavam Cristo não se encontravam mais sob a Lei.
Ensinava, também, que, se um homem recebia a circuncisão como meio de obter a
salvação, desligava-se da salvação em Jesus Cristo, pois voltar aos tipos e
sombras da Lei depois da vinda de Cristo era uma afronta a Cristo. Não é
difícil entender, portanto, o ódio dos judeus pelo apóstolo.
Os
irmãos judeus em Jerusalém traçaram um plano para apaziguar seus compatriotas
cristãos e incrédulos. Sugeriram que Paulo fizesse um voto judaico. Quatro
homens já estavam no processo de fazer esse voto. Paulo devia purificar-se com
eles e pagar a despesa necessária (Atos 21:23,24). O texto não fornece detalhes
acerca desse voto judaico; porém, deixa claro que, ao ver o apóstolo cumprir o
ritual associado ao voto, seus compatriotas teriam provas de que ele não estava
induzindo outros a se desviarem da Lei de Moisés. Seria uma indicação para os
judeus de que o próprio Paulo guardava a Lei.
Segundo
Willian Macdonald, a atitude do apóstolo ao tomar sobre si esse voto judaico é
defendido por alguns e criticada por outros. Em defesa de Paulo, argumenta-se
que ele estava agindo de acordo com o próprio princípio de ser “tudo para com todos, com o fim de, por todos os
modos, salvar alguns” (1Co.9:19-23). Em contrapartida, Paulo é criticado
por ir longe demais na tentativa de aplacar os judeus e, portanto, dar a
impressão de estar debaixo da Lei. Em outras palavras, Paulo é acusado de ser
incoerente com sua convicção de que os cristãos não estão sujeitos à Lei, nem
para sua justificação nem como norma de vida. Somos propensos a concordar com
essa crítica, mas devemos tomar cuidado ao julgar a motivação do apóstolo.
William Barclay afirma que há momento em que fazer concessões não denota fraqueza,
mas força. Paulo queria naquela ocasião evitar problemas e divisões. Todo
seguidor de Cristo deve estar pronto contra as falsas acusações dos oponentes
da fé, quer os de fora, quer os de dentro.
2.
A prisão do apóstolo e o enfrentamento contra seus algozes
Mesmo
demonstrando seu lado judaico com ações, Paulo foi atacado e preso pelos judeus
impiedosos e incrédulos (Atos 21:27-32). Era a Festa de Pentecostes, e havia
milhares de judeus em Jerusalém de todas as partes do mundo. Os judeus
incrédulos vindos da Ásia, ao verem Paulo no Templo, movidos pelo preconceito
inflexível e pela violência fanática, numa atitude completamente diferente dos
líderes da Igreja de Jerusalém, alvoroçaram o povo e prenderam Paulo com
extrema violência. Assim narra Lucas:
“Quando já estavam por findar os sete dias, os judeus que tinham
vindo da província da Ásia, ao verem Paulo no templo, alvoroçaram todo o povo e
o agarraram, gritando: — Israelitas, socorro! Este é o homem que por toda parte
anda ensinando todos a serem contra o povo, contra a Lei e contra este lugar. E
mais ainda: introduziu até gregos no templo e profanou este recinto sagrado.
Disseram isso, pois antes tinham visto Trófimo, o efésio, em sua companhia na
cidade e pensavam que Paulo o havia levado para dentro do templo. Toda a cidade
ficou em grande alvoroço, e o povo veio correndo. Agarraram Paulo e o
arrastaram para fora do templo; e imediatamente as portas foram fechadas.
Procurando eles matá-lo, chegou ao conhecimento do comandante das tropas
romanas que toda a Jerusalém estava amotinada. Então este, levando logo
soldados e centuriões, correu para o meio do povo. Ao verem chegar o comandante
e os soldados, pararam de espancar Paulo” (Atos 21:27-32).
Pr.
Hernandes Dias Lopes argumenta que os judeus foram os grandes adversários de
Paulo e os grandes opositores do evangelho. Foram os judeus que por todos os
cantos provocaram tumultos e agora mais uma vez alvoroçam a multidão contra o
servo do Senhor. Nesse clima de motim, os judeus agarraram e prenderam Paulo
com violência.
Os
judeus radicais acusaram Paulo de profanar o Templo, introduzindo Trófimo, o
efésio, no recinto sagrado. As acusações foram tidas por verdadeiras e a
multidão se arremeteu contra Paulo com ensandecida violência. Na verdade, Paulo
não estava profanando o Templo, mas passando pela cerimônia de purificação,
exatamente para não cometer profanação. Antes de investigar a veracidade das
acusações e antes de oferecer ao acusado chance de defesa, os judeus
deliberaram matá-lo.
Embora não haja como comparar os sofrimentos de Cristo (que
foram vicários) com os sofrimentos de Paulo, Lucas coteja o que Cristo
enfrentou em Jerusalém com os sofrimentos de Paulo - ambos foram rejeitados
pelo povo e presos sem motivo; ambos foram acusados injustamente e prejudicados
por testemunhas falsas; ambos apanharam no rosto diante do tribunal; ambos
foram vítimas de planos secretos dos judeus; ambos ouviram o barulho
aterrorizante de uma multidão que gritava: “mata-o”; ambos foram sujeitados a
uma série de cinco julgamentos – no caso e Cristo: por Anás, pelo Sinédrio,
pelo rei Herodes Antipas e duas vezes por Pilatos; no caso de Paulo: pela
multidão, pelo Sinédrio, pelo rei Herodes Agripa II e por dois procuradores,
Felix e Festo.
Atualmente,
no mundo inteiro, principalmente nos países comunistas e nos países islâmicos,
milhares de cristãos têm sua liberdade cerceada por causa de sua fé em Cristo.
Não esqueçamos deles; devemos orar continuamente por eles.
3.
Paulo dialoga com Lísias (Atos 21:37-40)
Quando
a multidão de judeus estava prestes a concretizar a sua danosa intenção contra
Paulo, ocorreu uma intervenção providencial. O comandante Claudio Lísias foi
informado do motim e imediatamente se dirigiu à praça do Templo com sua
soldadesca, abortando a intenção dos judeus. Os judeus cessaram de espancar
Paulo quando o comandante mandou acorrentá-lo, para saber quem era e o que
havia feito o prisioneiro. Nesse ínterim a multidão ensandecida gritava de
forma desordenada sem saber por que vociferava contra o apóstolo. Por essa
razão o comandante mandou recolher Paulo à fortaleza Antônia – quartel-general
da força de ocupação romana – para não ser despedaçado pela multidão
tresloucada, que clamava pela sua morte. A multidão gritava “mata-o” (Atos
21:36), da mesma forma que, quase trinta anos antes, outra multidão gritava
contra outro prisioneiro, Jesus Cristo (Lc.23:18).
Quando
estavam prestes a recolher Paulo à fortaleza, o apóstolo perguntou ao
comandante se podia dizer algo. O comandante Lísias ficou surpreso de ouvir
Paulo falar em grego (Atos 21:37). Ao que parece, ele pensava ter prendido um
egípcio que havia incitado uma rebelião e conduzido ao deserto quatro mil
salteadores (Atos 21:38). Mais que depressa, Paulo lhe garantiu que era judeu
natural de Tarso, uma cidade da Cilícia (Atos 21:39). Assim, era originário de
uma cidade importante. Tarso era conhecida como um centro de cultura, ensino e
comércio. Como Paulo se declarou cidadão romano, Lísias não mais o confundiu
com esse egípcio rebelde e mudou a forma de tratamento com o apóstolo.
Com
sua intrepidez de sempre, o apóstolo pediu permissão para falar ao povo. Obtida
a permissão, Paulo, em pé na escada, fez com a mão sinal para aquietar a
multidão. O silêncio foi tão grande quanto o tumulto que o havia precedido
(Atos 21:40). Paulo estava pronto para dar seu testemunho aos judeus de
Jerusalém. Mesmo ferido pelos açoites, manchado com o próprio sangue, mas
estimulado pelo sentimento de martírio pelo seu Senhor, o apóstolo não perdeu a
oportunidade de usar sua defesa para proclamar o Evangelho. Concordo com o
argumento do pr. Elienai Cabral ao afirmar que “as
vezes somos provados por Deus e percebemos que sua vontade é para que o
Evangelho seja anunciado por meio de nós ao enfermo no hospital, ao preso numa
penitenciária, ao viciado numa Cracolândia ou em qualquer outra
circunstância desconfortável que Ele nos colocar. Estejamos atentos para os
caminhos que o Espírito Santo quer nos levar”.
CONCLUSÃO
A
coragem de Paulo diante da morte tinha como base a esperança cristã no porvir.
Se cultivarmos diariamente essa esperança, tendemos a perder o medo do tempo
presente. Quem perde esse medo é capaz de fazer coisas extraordinárias. Se
cultivarmos a verdadeira esperança no porvir, lidaremos melhor com as coisas
presentes. Quanto mais ligados ao futuro celestial, melhor lidaremos com o
presente mundo material. É tempo de aprofundar essa certeza cristã invisível,
para viver num mundo visível, materialista e anticristão. Paulo tinha essa
certeza, por isso enfrentava a morte com destemor. Ele assim nos consola: “Por que a nossa leve e momentânea tribulação produz para
nós um peso eterno de glória mui excelente” (2Co.4:17). Atentemos para
essência do que Jesus nos ensinou: “o meu Reino não
é deste mundo” (João 18:36).


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