quarta-feira, 3 de setembro de 2025

A HISTÓRIA DE PEDRO E CORNÉLIO

 


HISTÓRIA DE PEDRO E CORNÉLIO

TEXTO BÍBLICO :

“Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o ESPÍRITO SANTO?” (At 10.47)

VERDADE PRÁTICA

O episódio da igreja hebreia na casa do gentio Cornélio demonstra que DEUS não faz acepção de pessoas.

LEITURAS E CONCORDANCIAS:

Rm- 15.12- Os gentios no plano da salvação  

At- 10.34- DEUS não faz acepção de pessoas

Mc- 16.15- A pregação do Evangelho a todo tipo de pessoa

Jo- 3.16- O amor de DEUS por todos

Tt- 2.11- A graça salvadora dispensada a todos

At- 10.44- O ESPÍRITO derramado sobre todos

 

LEITURA BÍBLICA - Atos 10.1-8, 21-23, 44-48

1- E havia em Cesareia um varão por nome Cornélio, centurião da coorte chamada Italiana, 2- piedoso e temente a DEUS, com toda a sua casa, o qual fazia muitas esmolas ao povo e, de contínuo, orava a DEUS.

3- Este, quase à hora nona do dia, viu claramente numa visão um anjo de DEUS, que se dirigia para ele e dizia: Cornélio!

4- Este, fixando os olhos nele e muito atemorizado, disse: Que é, Senhor? E o anjo lhe disse: As tuas orações e as tuas esmolas têm subido para memória diante de DEUS.

5- Agora, pois, envia homens a Jope e manda chamar a Simão, que tem por sobrenome Pedro. 6- Este está com um certo Simão, curtidor, que tem a sua casa junto do mar. Ele te dirá o que deves fazer.

7- E, retirando-se o anjo que lhe falava, chamou dois dos seus criados e a um piedoso soldado dos que estavam ao seu serviço. 8- E, havendo-lhes contado tudo, os enviou a Jope.

21- E, descendo Pedro para junto dos varões que lhe foram enviados por Cornélio, disse: Sou eu a quem procurais; qual é a causa por que estais aqui?  

22 -E eles disseram: Cornélio, o centurião, varão justo e temente a DEUS e que tem bom testemunho de toda a nação dos judeus, foi avisado por um santo anjo para que te chamasse a sua casa e ouvisse as tuas palavras.

23- Então, chamando-os para dentro, os recebeu em casa. No dia seguinte, foi Pedro com eles, e foram com ele alguns irmãos de Jope.

44- E, dizendo Pedro ainda estas palavras, caiu o ESPÍRITO SANTO sobre todos os que ouviam a palavra.

45- E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO se derramasse também sobre os gentios.

46- Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a DEUS.

47- Respondeu, então, Pedro: Pode alguém, porventura, recusar a água, para que não sejam batizados estes que também receberam, como nós, o ESPÍRITO SANTO?

48- E mandou que fossem batizados em nome do Senhor. Então, rogaram-lhe que ficasse com eles por alguns dias.

Qual é a história de Pedro e Cornélio?

A história de Pedro e Cornélio, relatada em Atos 10 da Bíblia, narra o encontro do apóstolo Pedro com o centurião romano Cornélio, um pagão temente a Deus, marcando a primeira vez em que os gentios (não-judeus) receberam o Evangelho e o batismo, evidenciando que Deus não faz acepção de pessoas e que sua salvação é para todos que o temem e praticam a justiça. A história envolve uma visão que Pedro teve, onde Deus lhe ensinou a não considerar impuro o que Ele purificava, e um anjo que apareceu a Cornélio, instruindo-o a chamar Pedro. 

A Visão de Pedro

  • Pedro estava em Jope, hospedado na casa de Simão, o curtidor. 
  • Enquanto orava, teve uma visão de um grande lençol descendo do céu com todos os tipos de animais, répteis e aves. 
  • Uma voz lhe disse para matar e comer, mas Pedro recusou, pois eram animais considerados impuros pela lei judaica. 
  • A voz então o repreendeu, dizendo para não chamar de impuro o que Deus havia purificado, e isso aconteceu três vezes. 

A Visão de Cornélio 

  • Cornélio, um centurião romano piedoso, temente a Deus e que praticava a caridade, recebeu a visita de um anjo.
  • O anjo disse-lhe que suas orações e esmolas haviam chegado diante de Deus e o instruiu a enviar homens a Jope para buscar o apóstolo Pedro.

O Encontro

  • Os homens enviados por Cornélio encontraram Pedro em Jope e o convidaram para ir até Cesareia. 
  • O Espírito Santo instruiu Pedro a ir com eles sem hesitação. 
  • Pedro foi à casa de Cornélio, encontrando-a cheia de parentes e amigos. 
  • Ao se encontrarem, Cornélio se prostrou, mas Pedro o fez levantar, e explicou que Deus havia mostrado que não deveria considerar nenhum homem impuro. 

As Consequências

  • Pedro percebeu que Deus não é parcial e aceita a todos que o temem. 
  • Ele pregou o Evangelho de Jesus a todos, e Cornélio e sua família creram e foram batizados. 
  • Este evento foi um marco na expansão do cristianismo, mostrando que a salvação por meio de Jesus não era restrita aos judeus, mas para todos os que tivessem fé. 

1. INTRODUÇÃO

Neste Estudo estudaremos um dos momentos mais marcantes da história da Igreja: a visita do apóstolo Pedro à casa do centurião Cornélio. Esse episódio revela que o plano de salvação em CRISTO não está restrito a um povo ou cultura, mas se estende a todas as nações. Através da ação do ESPÍRITO SANTO, DEUS rompe barreiras étnicas e culturais, mostrando que não faz acepção de pessoas. Veremos como a mensagem do Evangelho alcançou os gentios com poder, a partir da igreja em Jerusalém.

2. APRESENTAÇÃO DA LIÇÃO

A) Objetivos da Lição:

I) Mostrar que DEUS incluiu os gentios em seu plano de salvação; II) Ressaltar que a salvação é oferecida a todos os que creem em JESUS, independentemente de sua origem étnica ou cultural; III) Enfatizar a obra do ESPÍRITO SANTO como confirmação do agir de DEUS entre os gentios, demonstrando que o Pentecostes não foi exclusivo dos judeus.

B) Motivação: A lição de hoje nos mostra que o Evangelho rompe barreiras e convida a Igreja a viver a missão com abertura, compaixão e obediência ao ESPÍRITO. Que nossos corações estejam sensíveis à voz de DEUS e prontos a levar sua salvação a todos.

C) Sugestão de Método: Para reforçar o ensino do Tópico III – O ESPÍRITO Derramado sobre os Gentios, você pode aplicar o método comparativo reflexivo. Sugerimos que utilize um quadro ou cartolina com duas colunas: uma para o Pentecostes entre os judeus (Atos 2) e outra para o Pentecostes entre os gentios (Atos 10). Peça que os alunos apontem elementos em comum, como o derramamento do ESPÍRITO, o falar em línguas e a manifestação da presença de DEUS. Após essa análise, promova um momento de reflexão em grupo: “O que essa igualdade espiritual entre judeus e gentios nos ensina sobre o agir de DEUS hoje?” Isso fortalecerá a compreensão doutrinária e despertará a aplicação pessoal do ensino.

A) Aplicação: A presente lição nos convida a que tenhamos corações abertos à direção do ESPÍRITO e dispostos a acolher todos aqueles que DEUS chama para o seu Reino.

COMENTÁRIO – INTRODUÇÃO

Nesta semana, estudaremos sobre como a igreja judaica de Jerusalém deu um passo gigantesco quando foi chamada por DEUS para compartilhar sua fé com pessoas de outras nações. O apóstolo Pedro foi escolhido divinamente para pregar as Boas-Novas da salvação aos gentios, o que na época não era aceitável. Atos 10 é uma das mais impressionantes histórias da Bíblia, onde fica evidente o grande amor e graça de DEUS em salvar a todos aqueles que demonstrem fé na pessoa do seu bendito Filho, JESUS CRISTO .Lucas destaca em seu livro que os gentios foram salvos e receberam o dom do ESPÍRITO da mesma forma que os judeus no Pentecostes.

I – A REVELAÇÃO DE DEUS AOS GENTIOS

1. A visão de Cornélio

Cornélio, um centurião romano da cidade de Cesareia, orava por volta das três horas da tarde quando teve uma revelação de DEUS. Ele viu um anjo de DEUS (At 10.3). Não é incomum, nas páginas das Escrituras, DEUS se revelar por meio de anjos. Contudo, essa revelação se distingue de outras por conta de seu propósito: a inclusão dos gentios à Igreja do Senhor. Cornélio era um homem que tinha desejo de salvação, pois mesmo sendo um gentio, era piedoso e temente a DEUS com toda a sua casa (At 10.2). No entanto, isso não era suficiente para salvá-lo. Ele precisava ouvir acerca da mensagem da cruz e o anjo de DEUS estava ali para instruí-lo a como fazer. Não sendo a pregação do Evangelho missão para um anjo, Cornélio foi instruído a chamar o apóstolo Pedro para fazer isso (At 10.22).

2. A experiência espiritual de Pedro

Assim como Cornélio, Pedro também teve uma revelação (At 10.10). Pedro teve uma experiência espiritual com visão e revelação divina, que o deixou perplexo (At 10.11,12). DEUS sabia do impacto que a missão na casa do gentio Cornélio teria sobre as convicções de Pedro e, por isso, por meio dessa experiência espiritual, o prepara para o que viria pela frente. Pedro levaria as Boas-Novas do Evangelho a um povo que, para ele, estava excluído do plano salvífico de DEUS. Ele sentiu o caráter excepcional dessa revelação e achou por bem levar consigo outros seis irmãos judeus naquela missão (At 10.23, 11.12; 15.7).  

3. A urgência da pregação do Evangelho

DEUS ainda pode revelar a alguém o seu plano salvífico de forma excepcional, inclusive usando anjos eleitos, como fez na casa de Cornélio. Contudo, essa não é a maneira usual do Senhor trabalhar. A partir da verdade bíblica de que DEUS quer salvar a todos (1 Tm 2.4), a igreja deve levar adiante a grandiosa missão de pregar o Evangelho a toda criatura (Mc 16.15). Paulo afirmou que DEUS achou por bem salvar os que creem por meio da pregação (1 Co 1.21). Devemos, portanto, pregar. Não é preciso ninguém ficar esperando um anjo comissioná-lo a pregar o Evangelho. DEUS já fez isso.

 

SINÓPSE I - DEUS revelou seu plano de salvação a Cornélio e preparou Pedro para anunciar o Evangelho aos gentios.

AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO - CORNÉLIO E PEDRO

Vejamos com mais detalhe a conversão de Cornélio e sua família.

Cornélio era um oficial militar romano. Como centurião, comandava cerca de cem homens e fazia parte da coorte chamada Italiana. O que mais chama a atenção, porém, não é sua proeminência militar, e, sim, sua piedade. Era um homem piedoso e temente a Deus que fazia muitas esmolas ao povo judeu necessitado e orava com frequência (Atos 10:1,2).
Um dia, por volta das quinze horas, Cornélio teve uma visão clara na qual um anjo de Deus se aproximava dele e chamou-o pelo nome. Uma vez que era gentio, o centurião provavelmente não tinha conhecimento do ministério dos anjos como um judeu teria, de modo que se encheu de temor e pensou que o anjo era o Senhor. O anjo o tranquilizou, falou do reconhecimento de Deus por suas orações e esmolas e disse-lhe que enviasse mensageiros a Jope (que distava de Cesaréia cerca de 50 quilômetros) e mandasse chamar Pedro que estava hospedado com um homem chamado Simão, curtidor, à beira mar. Cornélio obedeceu sem questionar e enviou dois dos seus servos domésticos e dos seus assistentes, um soldado que também era temente a Deus (cf Atos 10:3-8).


No dia seguinte, por volta do meio-dia, subiu Pedro ao terraço da casa de Simão em Jope a fim de orar. O apostolo sentiu fome e quis comer, mas a refeição ainda estava sendo preparada no piso inferior da casa. Sem dúvida, sua fome foi um prelúdio adequado para o que sucederia. Sobreveio-lhe um êxtase, e ele viu o céu aberto e descendo um lençol, o qual era baixado à terra pelas quatro pontas. O lençol continha toda sorte de quadrúpedes, répteis e aves, limpos e imundos. Uma voz do céu disse ao apóstolo faminto: “Levanta-te [...] mata e come”. Lembrando-se da lei de Moisés que proibia o judeu de ingerir qualquer criatura imunda, Pedro proferiu as famosas palavras de recusa: “De modo nenhum, Senhor!” (cf Atos 10:9-14).


Quando Pedro explicou seu histórico de observância fiel às leis alimentares, a voz do céu disse: “Ao que Deus purificou não considere comum”. Esse diálogo se repetiu três vezes, e, em seguida, o lençol foi recolhido ao céu (cf Atos 10:15,16).


Evidentemente, o significado da visão ia além da questão de ingerir alimentos limpos ou imundos. Com o nascimento da fé cristã, as leis alimentares haviam sido revogadas, mas a tônica da visão era outra: Deus estava prestes a abrir as portas da fé para os gentios. Pedro, como judeu, ao longo de toda a sua vida havia considerado os gentios impuros, estrangeiros, forasteiros, distantes e ímpios. Agora, Deus faria algo novo. Os gentios (representados pelos animais imundos) receberiam o Espírito Santo da mesma forma que os judeus (animais limpos) já o haviam recebido. Distinções nacionais e religiosas seriam extintas e todos aqueles que cressem no Senhor Jesus estariam, em pé de igualdade dentro da comunhão cristã.
Enquanto Pedro meditava sobre a visão, os servos de Cornélio chegaram à porta e perguntaram pelo apóstolo. Ao descobrir o propósito da visita dos homens, Pedro convidou-os a entrar e hospedou-os até o dia seguinte. Os servos demonstraram grande respeito por seu senhor, referindo-se a ele como homem reto e temente a Deus e tendo bom testemunho de toda a nação judaica (cf Atos 10:17-23).


No dia seguinte, Pedro partiu para Cesaréia com três servos de Cornélio e alguns irmãos dos que habitavam em Jope. Ao que parece, o grupo viajou o dia todo, pois só no dia imediato chegou a Cesaréia.

Em preparação para a chegada do apóstolo, Cornélio havia reunido seus parentes e amigos íntimos. Quando Pedro chegou, Cornélio prostrou-se aos pés dele em sinal de reverencia. O apóstolo recusou essa adoração e disse que também era apenas homem. Seria bom os “sucessores” autodesignados de Pedro imitarem sua humildade e proibirem as pessoas de se prostrarem diante deles!

Ao encontrar toda aquela gente reunida na casa, Pedro explicou que os judeus não costumavam entrar na casa de gentios, mas Deus havia lhe revelado que não devia mais pensar nos gentios como párias. Em seguida, perguntou por que razão haviam mandado chamá-lo.
Cornélio descreveu prontamente a visão que havia tido quatro dias antes, na qual um anjo lhe assegurou que sua oração fora ouvida e o instruiu a mandar chamar Pedro. Esse homem gentio demonstra anseio louvável pela palavra de Deus: “Agora, pois, estamos todos aqui, na presença de Deus, prontos para ouvir tudo o que te foi ordenado da parte do Senhor” (cf Atos 10:30-33). O espírito aberto e receptivo ao ensino é sempre recompensado com instrução divina.
Antes de iniciar sua mensagem, Pedro reconheceu honestamente que, até então, a seu ver, o favor de Deus estava limitado à nação de Israel. Naquele momento, porém, percebeu que “Deus não faz acepção de pessoas” em razão de nacionalidade, mas busca quem tem o coração honesto e contrito, seja judeu, seja gentio. Em qualquer nação, aquele que teme e faz o que é justo lhe é aceitável (cf Atos 10:34-35). Entretanto, mesmo que uma pessoa tema a Deus e realize obras de justiça, não será salva em razão disso. A salvação se dá somente pela fé no Senhor Jesus Cristo.


Atos 10:44-48 diz que Pedro ainda estava pregando quando caiu o Espírito Santo sobre os gentios. Todos falaram em línguas, louvando a Deus. Esse dom foi um sinal de que Cornélio e sua casa havia, de fato, recebido o Espírito Santo. Os visitantes judeus vindos de Jope admiraram-se ao ver que gentios podiam receber o Espírito Santo sem se tornar prosélitos do judaísmo. Uma vez que Pedro não se encontrava mais tão preso aos seus preconceitos judaicos, percebeu, no mesmo instante, que Deus não fazia distinção entre judeus e gentios e, assim, propôs que os membros da família de Cornélio fossem batizados.
Esses gentios haviam sido salvos da mesma forma que os judeus, a saber, pela fé. Não há nenhuma indicação da necessidade de guardar a lei, ser circuncidado ou de seguir qualquer outra prática ou ritual.


Ao chegar em Jerusalém, Pedro teve de se justificar diante da igreja por ter batizado os gentios. E seu depoimento só foi aceito porque o apóstolo disse que o Espírito Santo veio sobre os gentios e os encheu, como encheu os crentes israelitas no Pentecostes. Não fosse a atuação do Espírito Santo, que interveio de forma sobrenatural, provavelmente os judeus demorariam mais a entender a ordem do Senhor, de pregar o Evangelho por todo o mundo.

III. JUDEUS E GENTIOS UNIDOS POR DEUS MEDIANTE A CRUZ

Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derribando a parede de separação que estava no meio, na sua carne, desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz, e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo, matando com ela as inimizades(Ef 2:14-16).
Até os tempos do Novo Testamento, o mundo estava dividido em duas classes de pessoas – o judeu e o gentio. Nosso Salvador criou uma terceira classe – a igreja de Deus (1Co 10:32). Nos versículos supracitados o apóstolo Paulo diz que os crentes judeus e gentios são feitos um só em Cristo e são inseridos numa nova comunidade, onde não há judeu nem gentio.
Em Ef 2:14, o apostolo Paulo diz que Cristo é a nossa paz – “Porque ele é a nossa paz”. Como pode ser isso? A resposta é a seguinte: quando um judeu crê no Senhor Jesus, ele perde a sua identidade nacional. Daí em diante passa a esta em Cristo. Ele sucede quando um gentio recebe o Salvador. A partir desse momento ele está “em Cristo”. Em outras palavras, os crentes, tanto judeus como gentios, antes separados pela inimizade, agora se aproximam, uma vez que Deus fez de “ambos um” em Cristo. Visto que são unidos com Cristo, forçosamente são unidos uns aos outros. Por isso é correto dizer que o homem Jesus Cristo “é a paz”, conforme profetizou Miquéias (Mq 5:5).

 1. Aspectos da obra de Jesus como “a nossa paz”. Os aspectos da obra de Jesus Cristo como a nossa paz encontram-se pormenorizados em Ef 2:14-18.


a) A obra da união: “de ambos fez um” – a saber, de crentes judeus e gentios”. Agora eles não são mais judeus ou gentios, mas cristãos. Rigorosamente falando, não é certo referir-se a eles como cristãos judeus ou cristãos gentios. Todas as distinções ligadas à carne, como, por exemplo, a nacionalidade, foram cravadas na cruz.


b) A obra de demolição: “e, derribando a parede de separação que estava no meio”. Evidentemente não era uma parede, mas uma barreira invisível criada pela lei de Moises, com mandamentos na forma de ordenanças. Isso separou o povo de Israel de todas as demais nações. Para ilustrar esse fato, muitos usam como exemplo a parede que existia no templo judaico e que restringia o acesso de quem não fosse judeu, limitando a permanência dessas pessoas ao átrio dos gentios. Nessa parede havia um letreiro que dizia: “Ninguém das demais nações ouse ultrapassar a barreira ao redor do Lugar Santo. Quem o fizer será responsável pela morte que a seguir lhe será aplicada”.


c) O terceiro aspecto da obra de Cristo foi a abolição da “inimizade” que existia entre os judeus e os gentios e também entre o homem e Deus: “desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças” (Ef 2:15). Paulo identifica a causa da “inimizade”, a saber, a “a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças”. A Lei de Moisés era um simples código legal. Porém consistia em dogmas ou decretos que cobriam quase todas as áreas da vida. A lei em si era santa, justa e boa (Rm 7:12), porém a natureza pecaminosa se serviu dela para expressar revolta e ódio. Como a lei colocava Israel num pedestal, dignificando-o como povo escolhido de Deus, muitos dentre os judeus se tornaram arrogantes e desprezaram os gentios. Os gentios por sua vez responderam com profunda hostilidade, hoje conhecida na forma de antissemitismo. De que modo Cristo removeu a lei como causa de inimizade? Em primeiro lugar ele morreu para sofrer a penalidade da lei transgredida. Assim, Ele satisfez perfeitamente as justas exigências de Deus. Agora a lei nada tem para apontar contra os que estão “em Cristo”. A penalidade foi paga completamente em favor deles. Os crentes não estão mais sob a lei, mas debaixo da graça (Rm 6:14). Isso não significa que podem viver a seu bel-prazer, mas que servem a lei de Cristo e devem fazer o que lhe agrada.


2. O alcance da Obra de Cristo: a criação de “um novo homem” - a Igreja (Ef 2:15). Como resultado da abolição da hostilidade levantada pela Lei de Moisés, o Senhor pôde iniciar uma nova criação. “Dos dois”, ou seja, dos judeus e gentios crentes, criou em si mesmo “um novo homem”: a Igreja.

Através da união com Ele, os antigos combatentes são unidos uns aos outros numa nova comunhão. A Igreja é nova no sentido de que é uma espécie de organismo que nunca existiu antes. É importante entender isso. A Igreja do Novo Testamento não é a continuação do povo de Israel do Antigo Testamento. É distinta de tudo o que a precedeu ou que ainda vai surgir. Isso é evidente pelo seguinte:


a) É novidade os gentios desfrutarem dos mesmos direitos e privilégios que os judeus.


b) É novidade tanto os judeus quanto os gentios perderem a sua identidade nacional ao se tornarem cristãos.

c) É novidade os judeus e gentios serem membros unidos do Corpo de Cristo.

d) É novidade um judeu ter a esperança de reinar com Cristo em vez de ser um simples súdito de Cristo.


e) É novidade um judeu não estar sob a lei.


É evidente que a igreja é uma nova criação com vocação e destino distintos, ocupando um lugar excepcional nos propósitos de Deus. Porém, o alcance da obra de Cristo não termina aí. Ele também fez a paz entre judeu e o gentio – “fazendo a paz” (Ef 2:15, final). Obteve isso removendo a causa da hostilidade, dando uma nova natureza aos crentes e criando uma união. A cruz é a resposta de Deus para a discriminação racial, a segregação, o antissemitismo, a intolerância e todas as demais formas de divisão entre os homens.

3. Tendo reconciliado o judeu com o gentio, Cristo ainda reconciliou ambos com Deus – “e, pela cruz, reconciliar ambos com Deus em um corpo” (Ef 2:16). Embora fossem amargamente opostos entre si, os judeus e os gentios estavam unidos num aspecto: estavam unidos na sua hostilidade contra Deus. A causa dessa hostilidade era o pecado. Por sua morte na cruz, o Senhor Jesus removeu a inimizade e assim anulou sua causa. Os que o recebem são considerados justos, perdoados, redimidos, resgatados e libertos do poder do pecado. A inimizade desapareceu. Agora têm paz com Deus. O Senhor Jesus uniu em um só corpo os judeus e os gentios crentes, formando a Igreja.

II – A SALVAÇÃO DOS GENTIOS  

1. Pregação aos gentios

Pedro recebeu a missão de pregar para Cornélio e sua casa (At 11.14). Sua pregação é totalmente cristocêntrica, sempre apontando para a cruz de CRISTO. Assim, podemos perceber alguns eixos principais que sua mensagem percorria. Primeiramente, DEUS ama a todos (At 10.34). Todas as pessoas, quer judeus quer gentios, são objeto do amor de DEUS. Em segundo lugar, DEUS quer salvar a todos (At 10.35). DEUS não somente ama a todos, mas quer salvar a todos. Pedro agora reconhece que a salvação não é apenas para os judeus que guardam a Lei, mas também para todo aquele que em qualquer nação o “teme”. Em terceiro lugar, CRISTO é o Senhor de todos (At 10.36). CRISTO é o centro do Evangelho. Ele é o eixo em torno do qual todas as bênçãos espirituais se encontram. Estar em CRISTO é estar salvo; não estar em CRISTO é não estar salvo!

2. A conversão dos gentios

A mensagem da cruz é um chamado ao arrependimento (At 10.43). Todos os que, arrependidos, creem em CRISTO, serão perdoados, e, portanto, salvos. Na sua soberania e graça, DEUS havia incluído no seu plano de salvação todos os não judeus que, arrependidos, professariam o nome do Senhor JESUS. Ninguém é salvo à força; é preciso crer em CRISTO para receber a salvação. Tanto judeus quanto gentios necessitam se arrepender para ser salvos. Os judeus acreditavam que o privilégio da salvação era exclusividade deles e que, portanto, os gentios estavam excluídos. O Criador havia mostrado que isso era um erro. Posteriormente, os judeus convertidos reconheceram maravilhados que DEUS, por meio do arrependimento, abriu a porta da fé para os gentios (At 11.18). Portanto, Ele salvou os gentios que demonstraram fé em JESUS e se arrependeram de seus pecados. 

SINÓPSE II - A mensagem de Pedro mostrou que todos, judeus e gentios, são chamados à salvação pela fé em CRISTO.

III – O ESPÍRITO DERRAMADO SOBRE OS GENTIOS

1. O ESPÍRITO prometido

O batismo com o ESPÍRITO SANTO experimentado pelos gentios na casa de Cornélio (At 10.44-46) foi um dos fatos mais marcantes que aconteceu nos dias da Igreja Primitiva. Anos mais tarde, durante o primeiro Concílio da Igreja em Jerusalém, Pedro faz referência a esse fato como sendo uma das promessas feitas por DEUS aos gentios (At 15.16). Assim, o recebimento do ESPÍRITO SANTO, incluindo a experiência pentecostal do batismo com o ESPÍRITO SANTO, era a “bênção de Abraão” feita aos gentios (Gl 3.14). Pedro já havia dito, citando a profecia do profeta Joel (Jl 2.28), que o batismo com o ESPÍRITO SANTO era uma promessa de DEUS a “toda carne” (At 2.17). A promessa, portanto, não se limitava mais aos judeus, nem tampouco a uma classe especial (reis, profetas e sacerdotes), mas a todos quantos nosso DEUS chamar (At 2.39). Eu, você e todos os que creem em CRISTO somos contemplados com essa promessa de DEUS.

2. O ESPÍRITO recebido

Como vimos, logo após os gentios terem “recebido a Palavra de DEUS” (At 11.1), isto é, se convertido a fé cristã, o ESPÍRITO SANTO foi derramado sobre os crentes gentios de Cesareia: “E os fiéis que eram da circuncisão, todos quantos tinham vindo com Pedro, maravilharam-se de que o dom do ESPÍRITO SANTO se derramasse também sobre os gentios” (At 10.45). Esse derramamento do ESPÍRITO veio acompanhado pela evidência física do falar em outras línguas e expressões de louvor, que aparece aqui como um padrão já aceito pela comunidade cristã: “Porque os ouviam falar em línguas e magnificar a DEUS” (At 10.46). 

3. Um pentecoste “visto” e “ouvido”

Posteriormente, quando questionado e censurado por outros judeus por ter ido à casa de um gentio em Cesareia, Pedro usou a experiência pentecostal ocorrida na casa de Cornélio como argumento a favor da autenticidade da fé gentílica. Na argumentação de Pedro, os gentios haviam recebido a mesma experiência pentecostal que eles haviam recebido no dia de Pentecostes (At 2.4), inclusive com a manifestação do fenômeno das línguas (At 11.15-18). Em outras palavras, o Pentecostes gentílico, assim como o Pentecostes judaico, foi marcado pela experiência do ESPÍRITO. Em ambos os casos, foi um Pentecostes “visto” e “ouvido”. 

SINÓPSE III - O ESPÍRITO SANTO foi derramado sobre os gentios como confirmação divina de que eles também fazem parte da Igreja.

AUXÍLIO BÍBLICO-TEOLÓGICO - “DEUS NÃO FAZ ACEPÇÃO DE PESSOAS

DEUS mostrou-me que a nenhum homem chame comum ou imundo. Reconheço por verdade que DEUS não faz acepção de pessoas’. Há pessoas de certas nações que consideram os habitantes de todas as outras um amontoado de raças inferiores. Outras, até crentes, pensam que seu pequeno grupo é a esfera limitada do favor de DEUS. O racismo, ou preconceito racial, não pode ser adotado por crentes. Ninguém foi consultado, antes de nascer, quanto à raça à qual gostaria de pertencer. Portanto, não é base para alguém se orgulhar ou desprezar seu próximo. DEUS ‘de um só fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra’ (At 17.26). Nenhum cientista verá diferença entre amostras de sangue de pessoas de todas as raças. CRISTO veio oferecer a salvação a todos aqueles que creem, independentemente de raça (Gl 3.28). A Igreja é uma fraternidade espiritual em que não se reconhecem distinções dessa natureza. Todos somos um em CRISTO” (PEARLMAN, Myer. Atos: Estudo do Livro de Atos e o Crescimento da Igreja Primitiva. Rio de Janeiro: CPAD, 2023, p.126).

CONCLUSÃO

A graça de DEUS se manifestou trazendo salvação a todas as pessoas (Tt 2.11). A missão da igreja na casa do gentio Cornélio mostra como o amor de DEUS pode alcançar todas a pessoas, independentemente de cor e raça, que abrem o seu coração à poderosa mensagem da cruz. Aqui também vemos que a fé evangélica não é algo subjetivo, mas marcada pela ação e presença real do ESPÍRITO SANTO na vida daquele que crer.

 

 

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