ARREPENDIMENTO, E A PROMESSA
TEXTO
BÍBLICO:
“e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e
orar, e buscar a minha face, e se converter dos seus maus caminhos, então, eu
ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra” (2Cr 7:14).
INTRODUÇÃO
O versículo 2 Crônicas 7:14 é um dos textos mais conhecidos e citados da
Bíblia. Ele está inserido em um contexto de grande importância para a nação de
Israel e carrega uma mensagem profunda e atemporal.
Contexto Histórico
Para
entender o significado de 2 Crônicas 7:14, é fundamental analisar o que
acontece antes e depois dele.
- A
Dedicação do Templo:
O capítulo 6 de 2 Crônicas descreve a oração de dedicação do Templo de
Salomão. Salomão intercede a Deus em favor do seu povo, pedindo perdão e
restauração caso a nação se desvie e sofra com calamidades. Ele clama pela
misericórdia de Deus (2 Cr 6:24-25, 26-27).
- O Fogo
do Céu: O capítulo 7
começa com uma resposta espetacular de Deus. Quando Salomão termina de
orar, um fogo desce do céu e consome o holocausto e os sacrifícios. A
glória do Senhor enche o Templo (2 Cr 7:1-3).
- A
Promessa de Deus: Em
seguida, Deus aparece a Salomão à noite para responder diretamente à sua
oração. É nesse diálogo que Ele faz a promessa do versículo 14, que é
condicional e cheia de esperança.
Análise do Versículo (2 Crônicas 7:14)
"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e
orar, buscar a minha face e se converter dos seus maus caminhos, então eu
ouvirei do céu, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra."
O
versículo apresenta uma fórmula divina para restauração. Ele estabelece
uma clara relação de causa e efeito, composta por quatro condições humanas
e três promessas divinas.
As
Quatro Condições (Ação Humana):
1.
Se o meu povo, que se chama pelo meu nome...": A promessa é direcionada ao povo de Deus,
àqueles que o reconhecem como Senhor. Isso indica uma aliança, um
relacionamento de pertencimento.
- "...se humilhar...": A humildade é o ponto de partida. Não
se trata apenas de uma postura física, mas de um reconhecimento interior
da própria fraqueza e dependência de Deus. É o oposto da soberba e da
autossuficiência.
- "...e orar, buscar a minha face...": A oração e a busca pela face de Deus
são atos de intimidade e súplica. A busca pela "face" de Deus
não é apenas orar, mas ter um desejo genuíno de estar na Sua presença, de
conhecê-Lo mais profundamente.
- "...e se converter dos seus maus caminhos...": Este é o passo crucial do
arrependimento. A mudança de atitude deve ser acompanhada por uma mudança
de direção na vida. O arrependimento genuíno se manifesta na prática.
As
Três Promessas (Ação Divina):
- "...então eu ouvirei do céu...": Deus se compromete a escutar a oração
de um coração arrependido e humilde.
- "...perdoarei os seus pecados...": O perdão é o resultado direto do
arrependimento e da busca por Deus. É a restauração do relacionamento com
Ele.
- "...e sararei a sua terra.": O "sarar a terra" é a
consequência final da restauração espiritual. Naquele contexto,
significava o fim das pragas, da fome e da seca. Em um sentido mais amplo,
representa a restauração de todas as áreas da vida que foram afetadas pelo
pecado, incluindo a paz social, a prosperidade e a bênção de Deus sobre a
nação.
Aplicação
para os Dias Atuais
Embora
o versículo tenha sido dito a Israel em uma época específica, seus princípios
são universais e se aplicam à vida cristã hoje.
- Para a
Igreja: A Igreja,
como o "povo que se chama pelo nome de Deus", é chamada a viver
esses mesmos princípios de humildade, oração e arrependimento para que a
bênção de Deus se manifeste.
- Para a
Nação: Muitos usam
este versículo para orar por suas nações. Ele nos lembra que a cura e a
transformação de uma sociedade começam com a humilhação e o arrependimento
do povo de Deus que nela vive.
- Para o
Indivíduo: Em nível
pessoal, o versículo nos convida a examinar nossas vidas. A verdadeira
cura e restauração vêm do arrependimento sincero, da busca por Deus e da
mudança de vida.
Em
essência, 2 Crônicas 7:14 é uma promessa de que Deus sempre responde ao coração
humilde e arrependido. É um convite à restauração, que começa na atitude do ser
humano e culmina na graça e no poder de Deus.
I. OS RESULTADOS DE UM GENUÍNO AVIVAMENTO
1. Arrependimento e confissão de pecados (Ne 9:1). Deus sempre alertou o povo de Israel
acerca da maldição causada pela desobediência. Mas o povo não atentou para o
que Deus disse, e sofreu as consequências do pecado da desobediência. A
dispersão e o cativeiro foram juízos de Deus contra o Seu povo por causa do
pecado. O pecado sempre atrai juízo, derrota, dispersão. Mas Deus é compassivo.
Ele é o Deus de toda graça, aquele que restaura o caído e não rejeita o coração
quebrantado. Neemias sabia que se o povo se arrependesse, viria um tempo novo
de restauração e refrigério. Isto aconteceu. O povo, ao ouvir e entender a
Palavra de Deus, chorou pelos pecados cometidos (8:9). Isso e um sinal claro de
arrependimento. Arrependimento começa com choro, humilhação e quebrantamento
diante de Deus (2Cr 7:14). Aliás, arrependimento é a tristeza profunda e
suficiente para não repetir o erro.
Hoje vemos muita adesão e pouca conversão, muito ajuntamento e pouco
quebrantamento. Estranhamente, vemos a pregação da fé sem o arrependimento e da
salvação sem a conversão. O pragmatismo com a sua numerolatria está em voga
hoje. Muitos pregadores abandonaram a pregação bíblica para alcançar um número
maior de pessoas. Pregam o que o povo quer ouvir e não o que ele precisa ouvir.
Pregam sobre cura e prosperidade e não sobre salvação. Pregam para agradar e
não para conduzir ao arrependimento. Desta forma, multidões estão entrando para
a igreja sem conversão. A Palavra de Deus tem sido deixada de lado para atrair
as pessoas e isso é um mal.
2. Sinais do verdadeiro arrependimento. O verdadeiro
arrependimento implica na mudança de atitude e conduta daquele que pecou. A
orientação amorosa do Senhor Jesus é: “vai-te e não peques mais”
(João 8:11). Deus restaura o pecador que verdadeiramente se arrepende e muda de
atitude.
Vimos no capítulo 8 de Neemias [Aula 06] que o povo se reuniu para ouvir a
Palavra. A leitura, a explicação e a aplicação da Palavra trouxeram choro pelo
pecado (8:9). Este é um dos efeitos da Palavra de Deus no coração daqueles que
a ouvem; ela produz quebrantamento, arrependimento e choro pelo pecado. Quanto
mais você lê e entende a Palavra de Deus, mais perto de Deus você fica; logo,
mais consciência você tem de que é pecador e mais chora pelo pecado. O
emocionalismo é inútil, mas a emoção produzida pelo entendimento é parte essencial
do cristianismo. É impossível compreender a verdade sem ser tocado por ela.
Não podemos adorar o Rei da glória antes de contemplarmos a triste realidade
do nosso pecado. Observe que o choro do povo não foi mero remorso, pois as
atitudes e gestos que eles demonstraram pregam um sincero arrependimento; o
povo jejuou e cobriu-se com pano de saco. Esses são sinais de
contrição, arrependimento e profundo quebrantamento. O povo reconheceu o seu
pecado.
O verdadeiro arrependimento resulta em mudança de vida. Veja o exemplo
do Filho Pródigo. Ele, distante do pai, sem dinheiro ou condições dignas de,
inclusive, se alimentar reconheceu seu pecado e resolveu voltar. Confessou suas
transgressões ao pai e pediu-lhe perdão. O importante, porém, foi que a oração
o levou à ação. Ele foi, fez tudo o que havia proposto e alcançou misericórdia
(Lc 15:11-24). O povo de Israel também demonstrou com atos sinceros e profundos
o arrependimento, vindo da alma.
3. Apartaram-se dos povos idólatras - “E a geração de
Israel se apartou de todos os estranhos” (9:2a). Um dos sintomas mais
sérios de que o avivamento estava chegando entre o povo de Deus é que eles
foram desafiados a afastarem-se dos povos estranhos. Arrependimento sincero
envolve obediência! O povo toma a decisão de deixar todos aqueles que não eram
da linhagem de Israel para se consagrar ao Senhor. Aqueles que não havia se
convertido ao judaísmo não participariam dessa reunião. Eles não tinham a mesma
fé e o mesmo Deus. Não há comunhão fora da verdade. O problema aqui não é
racial, mas teológico (10:28). Unir-se aos outros povos era transigir com a fé,
era aceitar o sincretismo, era uma espécie de ecumenismo. Em 1Co 10:14-22,
Paulo ataca com vigor a tese da união entre todas as religiões; ele resiste
fortemente ao ecumenismo universalista. O pensamento de que toda religião é boa
e todo caminho leva a Deus está em completo descompasso com a Escritura. Não há
comunhão verdadeira fora da verdade. “Não há comunhão entre a luz e as
trevas” (2Co 6:14; João 3:19-21).
Para que fique claro o propósito de Deus em relação às outras nações, devemos
entender que Israel foi chamado para ser uma nação santa, ou seja,
separada para Deus. Mas como ser separado em um mundo decaído? Em
primeiro lugar, nunca se afastando da Palavra de Deus e de sua
prática. Em segundo lugar, influenciando pelo testemunho as pessoas
que estão à nossa volta. A influência do testemunho do povo de Israel deveria
ser um grande exemplo, mas como eles se afastaram de Deus, foram influenciados
pelas práticas e cultos daqueles que os cercavam. Israel misturou-se com esses
povos, e foi influenciado por eles. O povo não apenas se esqueceu da lei de
Deus, como adotou diversos costumes das nações à sua volta, e entre esses
costumes, contrair casamentos não permitidos pela Lei de Moisés. O rei
Acabe casou-se com Jezabel, uma estrangeira, e ela o conduziu à
idolatria, matando profetas do Senhor e mergulhando Israel numa grave rebeldia
contra Deus, além de praticar diversas injustiças contra a sociedade de
Israel. Salomão casou-se com muitas mulheres estrangeiras, que
trouxeram seus deuses para o casamento e perverteram o coração do homem tido
como mais sábio do Antigo Testamento. Esses são alguns dos exemplos que a
Bíblia traz sobre não haver uniões entre ímpios e servos de Deus. Deus
foi favorável ao término daquelas uniões ilícitas, pois foram frutos da
desobediência e desprezo à Palavra de Deus. Esse exemplo nos mostra
o quanto Deus espera que mantenhamos a obediência aos seus preceitos. Que
busquemos uniões que o agradem, entre pessoas tementes a Deus. Uma união sem a
bênção de Deus costuma trazer problemas terríveis para a vida espiritual
daquele que pertence ao Senhor. [1]
O apóstolo Paulo foi enfático: “Não vos
prendais a um jugo desigual com os infiéis; por que que sociedade tem a justiça
com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas?” (6:14).
A expressão “jugo desigual” contém a ideia de alguém estar num jugo
desnivelado. Assim como água e óleo não se misturam, a comunhão dos santos com
os infiéis equivale a um jugo desigual. Aprofundar a comunhão com pessoas
descompromissadas com o Evangelho de Jesus Cristo é abrir brechas para Satanás.
A associação entre o cristão e o incrédulo deve ser o mínimo necessário à
conveniência social ou econômica. Leia e medite no Salmo 1. O crente, portanto,
não deve ter comunhão ou amizade íntima com incrédulos, porque tais
relacionamentos corrompem sua comunhão com Cristo.
II. A LEI DO SENHOR E REMINISCÊNCIA
1. Valorizando a Lei do Senhor –
“E, levantando-se no seu posto, leram no livro
da Lei do Senhor, seu Deus, uma quarta parte do dia...” (Ne 9:3a). A
Bíblia era o anseio do povo. Eles se reuniram como um só homem (8:1), com os
ouvidos atentos (8:3), reverentes (8:6), chorando (8:9) e alegrando (8:12) e
prontos a obedecer (8:17). Eles valorizaram sobremodo a Palavra de Deus; foram
seis horas de ensino; e todos a ouviram atentamente; ninguém deixou o lugar
onde estava sendo realizada a leitura da Lei do Senhor.
O Salmo 119 nos revela de forma sublime o valor da Palavra de Deus
e a necessidade que temos de colocá-la como nosso guia, como a lâmpada para
nossos pés, como luz para o nosso caminho, como a preciosa joia que devemos
esconder em nossos corações para não pecarmos contra o Senhor. Esta Palavra que
temos prazer em estudar em cada Escola Bíblica Dominical; esta Palavra que
temos a graça divina de ouvir, meditar e seguir; este tesouro que o Senhor nos
dá de dia e de noite; deve ser cada vez mais valorizada em nosso meio, pois num
mundo onde os fundamentos se transtornam, onde não há mais absolutos, verdades
ou certezas, somente aqueles que conhecem e praticam a Palavra de Deus poderão
ter esperança, a esperança de um novo céu e uma nova terra onde habitam a
justiça.
2. A confissão dos pecados. A confissão dos pecados é o maior
sinal do arrependimento (Pv 28:13); é o caminho para o reavivamento. Logo após
a Festa dos Tabernáculos, isto é, no vigésimo quarto dia desse movimentado mês,
o povo retornou, provavelmente a convite de Esdras, para passar um dia em jejum
e oração, e em um profundo exame da alma. Em jejum e lamentação, leram as
Escrituras por três horas; e, em seguida, fizeram confissão e adoração por três
horas.
Não podemos ter por hábito apenas dizer para Deus o que fizemos como se
lêssemos para Deus uma lista de nossas infelizes decisões e atos. Mais que
enumerar pecados, Deus espera que concordemos com Ele que erramos e que
precisamos do seu perdão. E o povo de Israel, naquela ocasião, reconheceu os
seus erros e confessou os seus pecados: “... fizeram confissão; e adoraram o
Senhor, seu Deus” (Ne 9:3b). Alguém disse que
“enquanto a verdade condena, a verdade e a graça juntas restauram o pecador”.
Qual é a garantia de que a confissão é importante para Deus? A
própria Palavra de Deus. Ela garante que a confissão é premiada com a
misericórdia - “O que encobre as suas transgressões
nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia”
(Pv 28:13).
Deus sabe que estamos sujeitos às leis deste mundo, mas exige que pautemos uma
vida dentro dos padrões estabelecidos por Ele. E quando nos afastamos desse
padrão, Ele espera que admitamos nossa falha e retornemos para Ele por meio da
confissão. Todos nós conhecemos o texto áureo da confissão: “Se confessarmos os nossos pecados, Ele é fiel e justo
para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça” (1João
1:9).
Pecado é a transgressão deliberada e consciente das leis estabelecidas por
Deus. O pecado afronta o caráter de Deus e a sua santidade. O pecado nos
afasta de Deus (Is 59:2). Quando se peca, é somente através da oração que se
chega a Deus para confessar as culpas, pedir-lhe o seu perdão e demonstrar
profundo arrependimento. A oração que Davi fez, logo após ser confrontado pelo
profeta Natã a respeito de seu adultério (com Bate-Sebá) seguido de assassinato
(de Urias), é um exemplo do que se deve fazer ao pecar, a fim de alcançar
misericórdia diante de Deus (vide Salmo 51).
3. Relembrando a história do seu povo (Ne 9:4-38). Depois da
confissão dos pecados, sob a liderança dos levitas (9:5), talvez com Esdras
como seu principal porta-voz, eles relataram detalhadamente, as muitas
ocasiões, através de toda a história de sua nação, durante as quais Deus
providencialmente cuidou deles. Eles reconheceram que, apesar de sua rebeldia e
dos muitos atos de desobediência, o Senhor havia sido extremamente
misericordioso. Admitiram, livremente, que sua atual aflição se devia a seus
próprios pecados e aos de seus antepassados. Foi somente pela grande
misericórdia de Deus que eles não foram completamente destruídos (9:31).
Essa reminiscência da história de Israel, exarada em Neemias 9:4-38, contém
uma das orações mais longas da Bíblia. Ela pode ser esboçada da
seguinte forma: a criação (9:6); o chamado de Abraão e a aliança que Deus fez
com ele (9:7,8); o êxodo do Egito(9:9-12); a entrega da lei no monte
Sinai(9:13,14); a providência divina durante a jornada pelo deserto(9:15); as
repetidas rebeliões do povo no deserto, em contraste com a imutável bondade de
Deus(9:16-21); a conquista de Canaã(9:22-25); a era dos juízes(9:26-28); a
falta de atenção às advertências, resultando no cativeiro(9:29-31); os apelos
por perdão e libertação das consequências do cativeiro(9:32-37) e o desejo do
povo de estabelecer aliança com Deus(9:38). Este versículo é, de várias
maneiras, a parte mais importante da oração. Os judeus perceberam que o
problema eram eles, não o Senhor. Com base nisso, se dispuseram a fazer um novo
concerto com o Senhor.
Todos os acontecimentos são observados do ponto de vista de Deus. A fidelidade
do Senhor é reconhecida através da história, e sua misericórdia e graça são
reconhecidas como o único fundamento no qual Israel pode se firmar.
III. A GRANDE MISERICÓRDIA DE DEUS
“As
misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas
misericórdias não têm fim” (Lm
3:22).
“Ao Senhor, nosso Deus, pertencem a misericórdia
e o perdão” (Dn 9:9).
“O Senhor é bom para todos, e as suas
misericórdias estão sobre todas as suas obras” (Sl 145:9).
“Embora entristeça a alguém, contudo terá compaixão
segundo a grandeza da sua misericórdia” (Lm 3:32).
1.” Deus clemente e misericordioso” (Ne 9:31). Israel foi
devastado em épocas de intensa rebelião e pecado. Contudo, quando o povo se
arrependia e se voltava para Deus, Ele o livrava. Deus não limita o número de
vezes que podemos ir a Ele para obter misericórdia. No entanto, devemos
reconhecer nossa necessidade e pedir-lhe ajuda. Este milagre da graça deve nos
inspirar a dizer: Tu “és um Deus clemente e
misericordioso!”.
Não estamos imunes ao pecado em um mundo decaído. Não podemos dizer que
jamais pecaremos, ou que ficaremos o tempo todo em vigilância. Mas podemos ter
certeza de que Deus, em sua grande misericórdia, aceitará o pecador arrependido
e o restaurará à comunhão perdida.
2. A súplica de Israel. Os israelitas, já arrependidos de
seus pecados e prestes a firmar o “concerto” com o Senhor,
suplicaram pelo perdão e libertação das consequências do cativeiro (9:32-37).
Eles encontravam-se numa situação estranha de serem escravos em sua própria
terra, tendo que entregar uma parte de seus recursos, todo ano, a um domínio
estrangeiro. Que situação irônica, uma vez que Deus lhes havia dado a terra.
Eles suplicaram, portanto, ao Senhor para que Ele não os abandonasse (9:34,35).
A oração é o modo pelo qual o homem fala com Deus e coloca diante dele suas
alegrias, tristezas, necessidades, anseios, enfim, tudo o que aflige sua alma.
3. Um firme Concerto. Depois de anos de decadência e exílio,
o povo uma vez mais levou a sério sua responsabilidade de seguir a Deus e
praticar suas leis com sinceridade. Após narração detalhada das muitas ocasiões
ocorridas com Israel ao longo de sua história (9:4-38), o povo, cheio de
humildade, e sem implorar qualquer alívio de sua aflição, prometeu estabelecer
um “concerto” de lealdade e obediência para as épocas
vindouras. Era através desses remanescentes de Israel que o Messias, o Salvador
do mundo, chegaria. Vemos, portanto, como foi importante que, depois de um
longo período, acontecesse uma completa reconciliação entre Deus e o povo que
Ele havia escolhido, apesar de toda a rebeldia e de todos os pecados praticados
por esse povo.
Neemias e Esdras, de acordo com as palavras de Ezequiel, estiveram “tapando
o muro” (Ez 22:30), ao trazerem a nação de volta para Deus e ao assegurarem
a continuidade do movimento redentor. Isso tudo aconteceu em um momento em que,
sob um ponto de vista exclusivamente humano, toda esperança de um reavivamento
espiritual e nacional da nação de Israel parecia totalmente perdida.
Esse “firme concerto” foi feito com base na Palavra e para
guardarem a Palavra (Ne 10:30-38). O compromisso era para andar, guardar e
cumprir os mandamentos, juízos e estatutos da Palavra. Além dos líderes,
homens, mulheres e crianças assumiram o compromisso de andar com Deus e de
obedecer à Sua Palavra. Fica completamente claro que todos, até mesmo as
crianças menores que podiam compreender (8:12; 10:28), participaram desse
juramento.
Possivelmente, um dos mais graves problemas da Igreja contemporânea não seja
falta de conhecimento, mas de obediência. Muitos dizem crer na Bíblia, mas não
obedecem aos seus ensinos. A autoridade da Bíblia tem sido atacada por
"amigos" de dentro da Igreja e inimigos de fora.
Os grandes avivamentos surgiram quando o povo entrou em aliança com Deus
para O buscar, O conhecer e O obedecer. Vivemos hoje uma espiritualidade
centrada no homem e no que podemos receber de Deus. Não é mais o homem quem
está a serviço de Deus, mas Deus é quem está a serviço do homem. Não é mais a
vontade de Deus que deve ser feita na terra como no céu, mas a vontade do homem
que deve ser imperativa no céu. Precisamos voltar-nos para Deus por causa de
Deus e não apenas por causa de Suas bênçãos. Deus é melhor do que Suas bênçãos,
o doador é mais importante do que a dádiva.
CONCLUSÃO
Nosso misericordioso
Senhor está pronto a acolher de volta aqueles que O abandonaram e que pecaram
contra a Sua Palavra, tão logo se arrependam. Ao mesmo tempo, Ele é paciente e
longânimo com as faltas e fraquezas de seus filhos, sempre que a vontade manifesta
deles for segui-lo sem reservas e obter vitória total contra o pecado, Satanás
e o mundo. [2]


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