ESTUDO DOS MODISMOS NAS IGREJAS ATUAIS
Os
modismos, ou tendências passageiras, sempre estiveram presentes na história das
igrejas, refletindo as mudanças culturais e sociais. Em vez de focarmos em
práticas perenes, este estudo se aprofunda nos fenômenos contemporâneos que,
muitas vezes, surgem rapidamente e desaparecem com a mesma velocidade.
1. A Espetacularização do Culto
Essa
tendência transforma a experiência religiosa em um evento de entretenimento,
buscando atrair e reter fiéis por meio de elementos que se assemelham a um
show.
- Luzes
e Cenários: Uso de
iluminação de palco profissional, fumaça, telões de LED e cenários
elaborados. O objetivo é criar uma atmosfera visualmente impactante,
similar a um concerto de rock.
- Música
e Performance: A
música de adoração se torna um espetáculo, com bandas de alta qualidade e
performances que se assemelham a shows. O foco muda da adoração
comunitária para a experiência individual e emocional.
- Mensagens
Otimistas: A pregação
é simplificada para se tornar motivacional e positiva, evitando temas
considerados "pesados" como pecado, arrependimento e juízo. A
ênfase é na prosperidade e no bem-estar pessoal.
Análise: Embora a espetacularização possa atrair um
público maior, ela corre o risco de diluir a profundidade teológica. A
superficialidade pode levar a uma fé focada em emoções e experiências
passageiras, em vez de um relacionamento sólido com o sagrado.
2. O Cristianismo de Consumo
Neste
modismo, a fé é tratada como um produto ou serviço. A igreja, por sua vez, age
como uma empresa que precisa oferecer uma experiência "satisfatória"
para seu "cliente", o fiel.
- Identidade
de Marca: As igrejas
investem em logotipos modernos, slogans de impacto e presença massiva nas
redes sociais, construindo uma marca que compete no mercado religioso.
- Serviços
e Conveniência: A
igreja passa a oferecer uma gama de serviços que vão além do culto.
Existem cafés modernos, livrarias com produtos personalizados, e até mesmo
aplicativos de celular para doações e conteúdo exclusivo. O objetivo é
criar um ecossistema completo para a vida do fiel.
- O
Pastor-Celebridade: O
líder religioso se torna uma figura midiática, com muitos seguidores nas
redes sociais. A sua popularidade é um dos principais atrativos, e a
mensagem que ele prega se torna uma extensão de sua própria marca pessoal.
Análise: O cristianismo de consumo pode criar uma
comunidade baseada em preferências e conveniências, em vez de princípios
teológicos. A relação entre o fiel e a igreja pode se tornar transacional, onde
a pessoa "compra" uma experiência religiosa que atenda às suas
necessidades, em vez de se entregar a uma jornada de fé.
3. A Cultura de "Relevância"
Essa
tendência prioriza a adaptação da mensagem e das práticas religiosas para se
encaixar na cultura popular, na tentativa de se tornar mais
"relevante" para o mundo atual.
- Linguagem
Casual: A pregação
utiliza jargões, gírias e referências da cultura pop (filmes, séries,
memes) para parecer mais acessível.
- Temas
Sociais em Evidência:
A igreja se posiciona ativamente em pautas sociais, adotando um discurso
alinhado com as tendências progressistas ou conservadoras da época. A
mensagem do evangelho é frequentemente reinterpretada sob a lente dessas
pautas.
- Minimalismo
e Design: O ambiente
e o design da igreja se tornam minimalistas e "instagramáveis",
refletindo a estética de startups e espaços modernos.
Análise: A busca por relevância é um desafio
constante, mas pode levar à diluição da mensagem. O risco é que a igreja se
torne um eco da cultura, perdendo sua voz profética e sua capacidade de
transformar a sociedade, em vez de apenas se adaptar a ela.
REFLEXÃO:
Os
modismos nas igrejas atuais são um reflexo de uma sociedade que valoriza a experiência,
o consumo e a relevância. Embora alguns desses fenômenos possam
abrir portas para novas pessoas, eles trazem o perigo de criar uma fé
superficial e passageira, desconectada de suas raízes históricas e teológicas.
MODISMOS SUPERTICIOSOS NO COTIDIANO DO POVO EVANGÉLICO
Profecia
e Misticismo
I. INTRODUÇÃO
Uma das principais características destes tempos trabalhosos em que estamos a
viver é a apostasia, ou seja, o afastamento do
homem do caminho do Senhor, o desvio espiritual de muitos que, uma vez, haviam
sido resgatados da sua vã maneira de viver (cfr. 2Pedro 2:1). E a
apostasia não se dá apenas pela rejeição pura e simples do Evangelho, mas,
também, pela substituição da Palavra de Deus, da sã doutrina, por doutrinas
outras, criadas pelos homens. A Igreja de Cristo não precisa de novidades, e
sim, de constante renovação no Espírito Santo. É dever de todo crente sincero e
temente a Deus, preservar a sã doutrina.
Crendices, práticas e comportamentos totalmente sem respaldo bíblico têm
conseguido invadir as igrejas locais e desvirtuado a fé de muitos. Quem já não
viu alguém procurar se proteger com um galho de arruda, com ferradura de cavalo
na porta de casa, com sal grosso ou usar uma figa esperando obter sucesso? Os
supersticiosos estão inclinados a acreditar em tudo, menos na Palavra de Deus.
Normal seria esperar que a superstição não tivesse lugar nem espaço no meio do
povo de Deus, já que não há comunhão entre a luz e as trevas (2Corintios 6:14),
e quem está em Cristo, anda na luz (1João 1:7; 2:10). Contudo, existem aqueles
que dizem estar na luz, mas estão em trevas (1João 2:9), os falsos cristãos,
aqueles que embora estejam entre nós, não são dos nossos (1João 2:19) e que, no
tempo de Deus, serão revelados (Mateus 10:26; Marcos 4:22; Lucas 12:2). Daí
porque haver, lamentavelmente, em nosso meio, práticas supersticiosas, numa
onda de “misticismo” que tem causado enorme prejuízo espiritual.
II. O QUE É SUPERSTIÇÃO?
Segundo o dicionário
Aurélio, é o sentimento religioso baseado no temor ou na ignorância, e que
induz ao conhecimento de falsos deveres, ao receio de coisas fantásticas e à
confiança em coisas ineficazes; crendice; apego exagerado e/ou infundado a
qualquer coisa.
A superstição seria uma tentativa do desejo humano de solucionar seus
problemas, através de práticas que possam manipular forças sobrenaturais para o
seu próprio proveito. A ideia inclui fazer com que Deus, os anjos ou até mesmo
demônios possam estar ao seu serviço. Eles seriam uma espécie de
gênio-da-lâmpada-de-Aladim. O “xis” da questão está
no fato de a pessoa achar que ela mesma poderá resolver todos os seus
problemas, independente de Deus. Na proporção em que o homem se desvia
do Deus verdadeiro, ele se inclinará à superstição.
A superstição é a fé desviada de seu curso natural, Deus. A raiz da superstição
está no fato de o homem, criado à imagem e semelhança de Deus, feito para sua
glória, recorrer a objetos e fórmulas aparentemente mágicas a fim de resolver
seus próprios problemas, sem levar em conta seu Criador. Tal desejo de
independência de Deus é um pecado, um desvio da verdadeira fé, que é
direcionada para coisas, como rezas, talismãs, cristais, pêndulos, pirâmides
etc.
A superstição produz no ser humano um comportamento descontrolado, irrazoável,
sem qualquer critério de racionalidade ou de dignidade para com o homem. Por
isso, vemos os homens praticando atos totalmente sem sentido e sem propósito,
não raras vezes levando as pessoas à morte ou a comprometimentos sérios seja de
sua vida, seja de sua saúde, seja de sua moral ou, mesmo, de sua vida
financeira. Quantos prédios não partem do 12º para o 14º andar, só para evitar
o número “13”? Quantos não se intoxicam por causa
de ingestão de substâncias para satisfazer as “simpatias” ou atender a
conselhos de “benzedeiros” e curandeiros de toda espécie? Quantos não se
endividam por causa de “trabalhos”, de “sacrifícios” ou “fogueiras santas” para
ter prosperidade e “sorte no amor?”.
Bem diferente, porém, é o servo de Deus. Seu comportamento é pautado
pela moderação, pelo equilíbrio, pois, como alguém que produz o fruto do
Espírito, é uma pessoa que tem como qualidade de seu caráter a temperança
(Gálatas 5:22), ou seja, o autodomínio, o autocontrole, a moderação. É uma
pessoa que, mesmo passando por grande aflição, como a Sunamita, não se
descabela, nem se desespera, mas vai até a presença de Deus para solicitar a
solução para o seu problema.
III. ALGUNS EXEMPLOS DE MODISMOS SUPERSTICIOSOS NO COTIDIANO DO POVO
EVANGÉLICO
1. Unção de Objetos. A unção de objetos é uma prática
supersticiosa, que não tem qualquer respaldo bíblico. Para proceder à unção de
objetos, os defensores desta prática costumam recorrer a textos do Antigo
Testamento, onde se relata que objetos eram ungidos, em especial, as peças do
tabernáculo, que foram ungidos por Moisés (Lv 8:10). Com base nisto, entendem
ser possível a unção de objetos na atualidade. Temos aqui, uma vez mais, uma
distorção do texto bíblico, ou seja, a prática da Eisegese.
Só para lembrar: a Eisegese é o inverso da exegese. A
preposição grega “eis”, “para dentro”, indica movimento de “fora para dentro”.
Trata-se de uma maneira de contrabandear para o texto das Escrituras Sagradas
as crenças e práticas particulares do intérprete. A
serpente, no Éden, argumentou com Eva algo que Deus não havia falado (Gn
2.16,17; 3.1).
A unção de objetos é
relatada na Bíblia única e exclusivamente no Antigo Testamento. Por quê? Porque
tudo o que foi escrito ali foi escrito para nosso ensino (Rm 15:4). O
tabernáculo que Deus mandou Moisés construir era figura de Cristo, era sombra
da realidade espiritual que seria revelada plenamente com a vinda do Senhor
Jesus (Hb 8:5; 10:1). Desta maneira, o fato de Moisés ter ungido as peças do
tabernáculo na sua consagração tem um significado simbólico, qual seja, o de
que Jesus, que é tipificado pelo tabernáculo (que era, a exemplo de Jesus, a
presença de Deus no meio do povo, o Emanuel, o Deus conosco), seria ungido pelo
Espírito Santo para cumprir a Sua missão sobre a face da Terra (At.10:38).
Depois que Jesus veio e cumpriu a Sua missão, realizando-se, assim, aquilo que
fora figurado na antiga aliança, não há mais motivo algum para que se proceda à
unção de objetos, pois um objeto não é santificado ou consagrado pelo
derramamento de azeite em si, mas, sim, nós, como filhos de Deus, é que devemos
ter a unção do Espírito Santo e, em função da nossa santificação, utilizarmos
dos nossos bens para que façamos boas obras e, por meio destas obras, os homens
glorifiquem ao nosso Pai que está nos céus (Mt.5:16).
A prática de ungir objetos, para que eles sejam
“santificados” é pura superstição, é resquício de animismo, pois só tem sentido
falarmos em “purificação”, “santificação” ou “consagração” de objetos na
medida em que entendemos que este objeto possui uma “energia vital”, uma “alma”
e isto nada mais é que “animismo”. Muitos assim agem, porque são idólatras e
reconhecem nas coisas e nas criaturas não só a presença de espíritos ou almas,
mas até mesmo uma condição divina.
Só para lembrar: Animismo é a crença que atribui vida espiritual ou alma a
coisas inanimadas. Os animistas acreditam que plantas e animais possuem alma,
que a natureza está carregada de seres espirituais e que o espírito dos mortos
vagueia pelos lugares onde as pessoas viviam ou costumavam frequentar (Isaias
34.14). A crença de que fenômenos e forças da natureza são capazes de intervir
nos assuntos humanos constitui o fundamento de todas as ideias religiosas
consideradas animistas.
Há, ainda, aqueles que dizem que devemos ungir os objetos apenas como um
“reforço à fé”, uma “materialização da fé”, um “meio” para que a fé das pessoas
progrida, cresça, desenvolva-se. Este argumento, porém, não tem cabimento
algum. A fé existe quando não precisamos “ver algo”. Ela é a prova das coisas
que não se veem. A fé não é por vista (2Corintios 5:7), mas, pelo contrário,
quem realmente crê é aquele que não vê (João 20:29).
A única unção que se verifica autorizada nas Escrituras, depois da vida, morte
e ressurreição de Cristo, é a unção com óleo sobre os crentes enfermos (Tiago
5:14), unção a ser feita apenas pelos presbíteros da Igreja, isto é, pelos
ministros do Evangelho, nos casos de enfermidade, e esta unção deve ser feita à
moda bíblica, ou seja, na cabeça, pois assim é a unção que se encontra nas
Escrituras (2Reis 9:3,6; Salmo 133:2). Não há
qualquer base para se fazer a unção nas partes enfermas, como tem sido feito em
alguns lugares, para não dizer de unção de partes íntimas para “santificação”,
“purificação sexual” ou “libertação da prostituição”, como se veem nestes
“encontros” gedozistas. Fora esta hipótese, não se deve proceder a qualquer
unção, pois a “necessidade de unção” em outras hipóteses, mesmo sobre pessoas,
é fruto de superstição, é resquício de animismo, sem qualquer base bíblica.
Práticas de unção de pessoas separadas para o ministério, também, não têm
respaldo bíblico. Esta prática também é supersticiosa, porque repete costumes
gentílicos, observados nas várias religiões pagãs e que acabou sendo absorvida,
inadvertidamente, por algumas igrejas ditas cristãs e pelas Igrejas orientais
ao longo dos séculos. A unção dos profetas, reis e sacerdotes na antiga
aliança, a exemplo do que ocorre com a unção de objetos, apontava para o
tríplice ofício de Cristo, que é Rei (Mateus 2:2), Profeta (João 4:19) e Sacerdote
(Hebreus 6:20). Agora, os ministros devem ter a unção do Espírito Santo (At
1:8; 6:3), devendo, no ato da separação, haver tão somente a imposição das mãos
sobre os escolhidos (At 6:6; 13:3; 1Tm 4:14).
2. Amuletos e talismãs. Diz o Dicionário Houaiss da Língua
Portuguesa que amuleto é “objeto, fórmula escrita ou figura (medalha, figa
etc.) que alguém guarda consigo e a que se atribuem virtudes sobrenaturais de
defesa contra desgraças, doenças, feitiços, malefícios etc.”; palavra que vem
do latino “amuletum”, que era “remédio supersticioso que preservava contra
feitiços, venenos etc.”. Também é conhecido como “talismã”, “objeto a que é
atribuído um poder mágico efetivo fora do comum”, “efeito desse poder mágico;
encantamento”, “tudo que produz um efeito súbito e fantástico”, palavra de
origem grega, vinda do árabe, que significa “rito religioso”, “amuleto”.
É comum associarmos o uso de amuletos ou de talismãs ao baixo espiritismo ou a
práticas animistas de povos primitivos, mas, lamentavelmente, também os há no
meio daqueles que se dizem cristãos, apesar de isto ser explicitamente
condenado pelas Escrituras (Levíticos 20:27; Deuteronômio 18:11).
· Porventura, não se trata de amuleto uma Bíblia que esteja aberta seguidamente
no Salmo 91, como se vê em muitas casas de crentes? Não é a Bíblia um amuleto
quando posta nestas circunstâncias, como se ela, enquanto um objeto, um livro,
tivesse poder para proteger o ambiente ou o lar das pessoas? A Bíblia diz que
quem nos protege é o próprio Deus, sob cujas asas encontramos descanso (Salmo
91:1). Não é o salmo que traz proteção, mas, sim, “habitar
no esconderijo do Altíssimo”, ou seja, viver em comunhão com Deus,
obedecer-Lhe e ter os pecados perdoados pela nossa fé em Cristo Jesus. Quando
vamos a Cristo, somos recebidos em Sua mão e ali estamos bem seguros (João
6:37; 10:27-29).
· Porventura, não se tem um amuleto, um talismã quando se usa a Bíblia para
repreender um espírito maligno que esteja a possuir alguém, como se a Bíblia
fosse o objeto dotado de poder para tal libertação? (há, ainda, as pessoas que
não se contentam em usar a Bíblia, mas em batê-la na pessoa possessa, muitas
vezes na cabeça…). Entretanto, a Bíblia diz que a expulsão de demônios não é
resultado do uso deste ou daquele objeto, pois é um sinal que segue aquele que
tem fé em Cristo Jesus (Marcos 16:17). Trata-se, portanto, de um poder trazido
pela aceitação do Evangelho, o poder de Deus para a salvação de todo aquele que
crê (Romanos 1:16,17).
· Não é sequer o nome de Jesus, enquanto uma fórmula mágica, que opera a
expulsão dos demônios, como nos mostra claramente o episódio que envolveram os
filhos de Ceva, que, embora tivessem usado “a fórmula do nome de Jesus”, foram
humilhados pelo inimigo, pois não tinham o essencial, que é a comunhão com
Cristo (At.19:13-16).
· Porventura não se tem a Bíblia como um amuleto, como um talismã, quando é ela
aberta aleatoriamente, para se “tirar uma palavra”, num verdadeiro exercício de
“bibliomancia”, que é “adivinhação do futuro através da interpretação de uma
passagem de um livro, aberto ao acaso”? É triste vermos pessoas que têm
reduzido a Palavra de Deus a um mero exercício de futurologia, a uma simples
questão de sorte ou de palpite. A Bíblia não é para
ser consultada ao acaso, como se fosse um instrumento de adivinhação, mas deve
ser lida diariamente, com devoção, para que saibamos qual é a vontade de Deus
para as nossas vidas. Não somos contra as pessoas terem uma “caixinha de promessas”,
mas desde que esta “caixinha” não seja um instrumento divinatório, desde que
não substitua a leitura constante e profunda das Escrituras, que é dever de
todo o cristão. Não se deve “consultar” a Bíblia, mas, sim, lê-la, pois, caso
contrário, estaremos diante de uma prática supersticiosa. Lembremos que Jesus
não leu as Escrituras a esmo, mas achou onde estava escrito (Lucas
4:17).
3. “Bênção da Água”. Na prática da “bênção da água”, tem-se, mais uma vez, nítido animismo inserido indevidamente no meio do povo de Deus. Esta prática nada mais é que uma “roupagem evangélica” para a “água benta”, umas das primeiras práticas pagãs absorvidas pelo romanismo.
Não é pela água que se purifica alguma coisa, nem que se consegue alguma
bênção, muito menos que se espantam demônios ou espíritos malignos, mas por uma
vida de comunhão com Cristo Jesus. A água, na Bíblia, é símbolo da Palavra de
Deus e é por ela que somos santificados e regenerados (João 17:17; Efésios
5:26; 1João 5:7,8). O único momento em que usamos água com significado
espiritual é o instante do batismo, em que, por imersão em água, testificamos
publicamente que cremos em Jesus, nascemos de novo e estamos mortos para o
mundo (Romanos 6:3,4). É um instante singular, único em que usamos a água.
4.” Coreografias”. Estes movimentos têm invadido muitas igrejas locais, para a “invocação do Espírito de Deus”. Há pessoas que, na atualidade, para “sentirem a presença de Deus”, começam a dançar, a criar “círculos de dança” em volta de pessoas, para que elas sejam “batizadas com o Espírito Santo” ou “sintam o poder de Deus”, em meio a cantorias e ritmos que são verdadeiras repetições de “pontos de macumba” e sons a eles muito semelhantes. Trata-se de pura superstição, quando não de absorção de rituais satânicos dentro da liturgia evangélica, sob o pretexto de “avivalismo” e “presença do poder de Deus”.
A verdadeira adoração a Deus, o culto que se presta ao Senhor é “racional’
(Romanos 12:1,2), ou seja, não é feito sem propósito, sem objetivo, sem
finalidade. É uma adoração genuína e que é marcada pela simplicidade que há em
Cristo Jesus (2Coríntios 11:3).
O culto genuíno a Deus traz alegria aos corações,
uma sensação de comunhão com Deus, não uma histeria ou uma situação de transe e
de inconsciência, como temos visto em diversas manifestações que se dizem
“demonstradoras do poder de Deus”, tais como “risadas santas”, “vômitos
santos”, “quedas pelo poder de Deus” e tantas outras coisas que pela sua
extravagância e pela falta de edificação espiritual e de resultado no
comportamento das pessoas só nos fazem lembrar as estranhas e sobrenaturais
artimanhas feitas pelo adversário de nossas almas, com seus encantamentos e
manifestações ao longo da história sagrada.
5. “queima dos pedidos de oração”, “queima das necessidades”
ou, ainda, “queima dos pecados dos antepassados” ou “queimas das maldições
hereditárias”.
Esta
prática de se levar ao fogo para destruição ou purificação de algo é,
nitidamente, uma prática retirada dos cultos pagãos, que o digam os sacrifícios
feitos a Moloque, abomináveis aos olhos do Senhor (2Reis 16:3; 17:17; 21:6;
23:10; 2Crônicas 33:6; Ezequiel 20:31; 23:37). Por que fazer algo que o Senhor
já declarou, explicitamente, em Sua Palavra, que abomina? Isto é puro animismo,
pois é dar ao fogo o poder espiritual de atendimento às nossas preces, o que
contraria totalmente o que ensinam as Escrituras. Repudiemos este “falso
ensino”, verdadeiro exercício de feitiçaria!
O fogo não tem mais nenhum papel no culto a Deus, sendo, tão somente, símbolo
da presença do Espírito Santo em nossas vidas, verdadeiro fogo purificador
(Mateus 3:11; Lucas 3:16; Atos 2:3), ou, então, símbolo do julgamento divino
dos homens, crentes ou não (Mateus 3:12; 5:22; 25:41; João 15:6; 1Coríntios
3:13).
Dizem os defensores desta prática que os sacrifícios eram levados ao fogo, para
serem consumidos e que o fogo representaria a prova desta confiança na
consumação, na destruição da dificuldade e da necessidade. Trata-se, mais uma vez, de grande distorção da Palavra de
Deus. Os sacrifícios do antigo concerto apontavam para Cristo, que, tendo
morrido uma só vez, aboliu a prática de sacrifícios. Nossos sacrifícios, agora,
são apenas ofertas pacíficas ao Senhor, representados pelo nosso culto racional
(Romanos 12:1,2) e pelos louvores (Hebreus 13:15), porquanto Jesus já se
sacrificou por nós, removendo o pecado do mundo (João 1:29).
6. “Oração no monte”. É muito praticada pelos evangélicos
neopentecostais. Há aqueles que somente adoram a Deus “no monte”, que somente
sentem a presença do Senhor “no monte”, já que lá Deus realmente se manifesta,
até porque costumam ocorrer certas manifestações “sobrenaturais”, como o
“brilho de galhos de árvore, de plantas” e outras “provas da presença do
Senhor”. Para dar “respaldo bíblico” a suas teses,
os defensores da “oração no monte” não cessam de dar exemplos de várias
manifestações divinas nos montes, como Abraão no monte Moriá, Moisés no monte
Sinai e até mesmo de Jesus no monte da transfiguração, para não dizer que Jesus
morreu no monte Calvário e ascendeu aos céus no monte das Oliveiras, aonde
retornará para derrotar o Anticristo…
A utilização de montes como lugar de adoração, no entanto, nada tem que ver com
estas narrativas bíblicas. Jesus orou no monte, é bem verdade, mas também orou
no jardim do Getsêmani, que fica ao pé do Monte das Oliveiras, portanto em
lugar plano, uma das orações mais fervorosas de seu ministério. O próprio Jesus
nos ensina que não é o lugar da adoração o que importa, mas, sim, que sejamos
verdadeiros adoradores, que adoram ao Pai em espírito e em verdade, ou seja, em
qualquer lugar (João 4:20-24). Aliás, há uma recomendação de Jesus que deve ser
atendida por todos nós: “Mas tu, quando orares,
entra no teu aposento e, fechando a tua porta, ora a teu Pai, que vê o que está
oculto; e teu Pai, que vê o que está oculto, te recompensará” (Mateus
6:6).
A utilização dos montes e dos lugares altos como local de adoração é algo que
remonta à Antiguidade e que era comum nos cultos idolátricos e pagãos. As
Escrituras não cessam de dizer que os israelitas, imitando os costumes dos
outros povos (Isaias 16:12; Jeremias 48:35), cultuavam a Deus e a outras
divindades nos “lugares altos”, algo que era reprovado pelo Senhor, vez que não
era está a prescrição da lei de Moisés (1Reis 3:3; 13:33; 22:43; 2Reis 15:4,35;
16:4; 17:32; 2Crônicas 28:4; 33:17 Ezequiel 16:16).
7. “purificação de ambientes”, para “proteção do crente e de sua família”.
Nestas chamadas “purificações” são utilizados os mais variados
elementos tais como “sal grosso”, “rosa ungida”, “óleo de Israel”, “água do rio
Jordão” e tantas outras besteiras. Queridos
irmãos em Cristo, isto é pura idolatria, misturada com a mais banal feitiçaria.
Como pode um servo de Deus, lavado e remido no sangue do Cordeiro, crer que,
para estar livre dos espíritos malignos, deve ter sal grosso em casa, rosa
ungida ou ter um frasco com água do rio Jordão? Qual a diferença deste proceder
com aqueles que usam patuás, fitas benzidas, pés de coelho, figas ou outros
conhecidos amuletos e talismãs? Evidentemente que é nenhuma!
As pessoas crentes que se deixam levar por isto são tão cegas quanto os
incrédulos, para não dizer que estão ainda mais longe da salvação do que
aqueles, pois, por pura ignorância, não sabem que Jesus liberta de tudo isto e
não impõe estas coisas, como é defendido pelos pregadores deste falso e
supersticioso evangelho. Tudo isto é resultado da ignorância espiritual, da
falta do ensino da Palavra de Deus, do menosprezo que o ensino da Bíblia tem
tido nas nossas igrejas locais. Somente a verdade pode libertar do pecado (João
8:32,36) e a verdade é a Palavra de Deus (João 17:17), a única que testifica de
Cristo (João 5:39).
8. “Campanhas seriadas”. Prática supersticiosa que se tem
disseminado é a da “campanha seriada”, também chamadas de “correntes de
oração” e outras denominações decorrentes da criatividade marqueteira
dos mercenários da fé. Tem sido costume dos mercenários da fé estabelecer “novenas”,
“sete semanas de oração”, “quarenta dias de oração”, “mês de jejum” e
outras iniciativas, que procuram enfatizar o caráter “mágico” de certos números
que se encontram na Bíblia, o que nada mais é que uma versão “evangélica” de “numerologia”,
que é o ”estudo do significado oculto dos números e sua influência no
comportamento e no destino dos homens”, algo que, como admite o próprio
dicionário, é vinculado diretamente ao “ocultismo”, a práticas de magia e de
adivinhação.
Dizer que é preciso orar “sete semanas”, “sete
sextas-feiras”, “quarenta dias”, “quarenta semanas” é pura superstição. Não é
na repetição que Deus nos ouvirá (Mt.6:7), nem podemos prender Deus a alguma
“força oculta” na quantidade de semanas, dias ou reuniões que compareçamos.
Também, não têm fundamento algum as “correntes de oração”, como se fosse
necessário que houvesse a formação de um “cerco de Jericó perpétuo” para que
Deus atenda aos pedidos do Seu povo. Verdade é que devemos promover a oração intercessora,
ou seja, que uns devem orar pelos outros e que podemos nos unir em oração em
busca da bênção divina (1Tm 2:1; Tg.5:16); trata-se de uma demonstração de amor
e de fé em direção a Deus, jamais de uma “tática” ou “estratégia” para “mover a
mão de Deus” de forma obrigatória e inexorável, como creem os defensores destas
“correntes de oração”, que, assim, nada mais fazem do que reafirmar antigas
superstições do paganismo.
A propósito, notamos, também, uma certa superstição com relação aos “dias”
das campanhas. Há em relação a “campanhas de libertação”, “descarrego” e
coisas similares uma preferência pelas “sextas-feiras”, a denunciar a inegável
inspiração que tais movimentos têm dos cultos afro-brasileiros e do espiritismo
em geral, que também escolheram este dia da semana como o preferencial para
seus rituais e sessões. Pode coisa assim ser considerada como genuína de um
servo de Deus? Tudo isto é resultado da ignorância espiritual, da falta de
leitura e estudo devocional da Palavra de Deus. PENSE
NISTO, AMADO IRMÃO E AMIGO EM CRISTO!
IV – CONCLUSÃO
Viver de modo
supersticioso, pois, é distanciar-se de Deus, é criar uma indesejável distância
entre o homem e a verdade, que é Cristo. Uma pessoa que se diz crente e que
começa a adotar modismos supersticiosos é alguém que, voluntariamente, vai se
distanciando de Deus. A superstição é feitiçaria, e sendo feitiçaria é uma
expressão de rebeldia contra Deus, de insubmissão à vontade do Senhor (1Samuel
15:23). Crer em coisas triviais, ou nas aparentemente bíblicas, é rejeitar a fé
em Deus ou acrescentar algo além dele. Nós cremos num Deus que pode guardar-nos
de todos os males (2Timóteo 1:12).
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