O AVIVAMENTO
DE DEUS
AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA
Texto Bíblico: Habacuque 3:1-19
“Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3:2).
No
contexto da Obra de Deus, o avivamento é um fenômeno espiritual em que a fé e a
devoção da comunidade cristã são renovadas e intensificadas. É um tempo de
despertar espiritual, onde as pessoas sentem uma profunda busca por Deus,
arrependimento por seus pecados e um desejo ardente de viver em obediência à
Sua palavra.
O
avivamento não é algo que pode ser planejado ou forçado por humanos, mas sim
uma manifestação soberana da graça de Deus, que se derrama sobre a vida dos
crentes e da igreja. Ele pode ocorrer de forma individual, em uma comunidade ou
até mesmo em uma nação.
Características do Avivamento
O
avivamento costuma apresentar algumas características principais:
- Arrependimento
e Confissão de Pecados:
As pessoas são levadas a um profundo reconhecimento de suas falhas e se
humilham diante de Deus, buscando perdão.
- Intensa
Oração: Há um aumento
significativo na oração, tanto individual quanto coletiva. As pessoas oram
com fervor e persistência, buscando a face de Deus.
- Reconciliação
e Unidade: As
divisões e conflitos entre os crentes são superados, e a comunidade se une
em amor e propósito.
- Fervor
na Adoração: A
adoração se torna mais genuína e expressiva, com um senso palpável da
presença de Deus.
- Impacto
na Sociedade: O
avivamento não se limita às paredes da igreja. A vida transformada dos
crentes tem um impacto positivo na sociedade, com um aumento na justiça,
na generosidade e na moralidade.
O
Papel do Espírito Santo
O
avivamento está intrinsecamente ligado à atuação do Espírito Santo. É
Ele quem convence o ser humano do pecado, da justiça e do juízo. É Ele quem
capacita os crentes para viverem uma vida de santidade e quem dá poder para a
pregação do Evangelho.
Avivamento
no Passado e no Presente
Ao
longo da história, houve grandes avivamentos que impactaram nações inteiras,
como o Primeiro Grande Despertamento nos Estados Unidos e o Avivamento
de Gales. Atualmente, muitas igrejas e movimentos buscam e oram por um novo
avivamento, reconhecendo a necessidade de um despertar espiritual em um mundo
cada vez mais secularizado.
Em
essência, o avivamento é um lembrete do poder e da fidelidade de Deus para
restaurar, renovar e transformar vidas e comunidades. É uma resposta à oração
de que "venha o Teu Reino" e que a vontade de Deus seja feita
"assim na terra como no céu".
I. O QUE É O
AVIVAMENTO
Retorno aos
princípios que caracterizavam a Igreja Primitiva. Retorno à Bíblia como a
nossa única regra de fé e prática. Retomada da oração. Regresso à Grande
Comissão, cujo lema continua a ser: Até aos confins da terra.
II. HABACUQUE E O AVIVAMENTO (Hc 3.2)
Despertamento dos judeus a reerguerem-se como sua particular herança, a fim de que proclamem o seu conhecimento entre as nações.
3.2
AVIVA, Ó SENHOR, A TUA OBRA NO MEIO DOS ANOS.
Habacuque sabia
que o povo de DEUS havia pecado, e, consequentemente, seria submetido ao juízo
divino. Nestas circunstâncias, faz duas petições:
(1) Pede
a DEUS que apareça entre o seu povo com nova manifestação de poder. Habacuque
está ciente de que o povo não sobreviveria se o Senhor não interviesse com um
derramamento de sua graça e de seu ESPÍRITO. Somente assim haveria verdadeira
vida espiritual entre os fiéis.
(2)
Habacuque ora para que DEUS se lembre da misericórdia em tempos de aflição e
angústia. Sem a sua misericórdia, o povo haveria de perecer. Hoje, com os
alicerces da igreja sendo abalados, quando há aflição por todos os lados,
imploremos ao Senhor que torne a manifestar sua misericórdia e poder para que
haja vida e renovação entre o seu povo.
III. O
AVIVAMENTO E A PALAVRA DE DEUS
O avivamento
promovido pelo bom rei Josias teve início com a descoberta do Livro da Lei na
Casa do Senhor (2 Rs 22.8).
O
LIVRO DA LEI. O "livro da lei" que Hilquias achou,
tratava-se da lei que fora dada "pelas mãos de Moisés" (2 Cr 34.14);
era, sem dúvida, um exemplar do Pentateuco, ou seja: os cinco primeiros livros
da Bíblia (cf. 23.25; Dt 31.24-26). Essa descoberta dá testemunho da mão
providente e soberana de DEUS, cuidando da sua Palavra inspirada, protegendo-a
da destruição pelos idólatras e apóstatas. Realmente, a inspirada Palavra de
DEUS escrita é indestrutível (Is 40.8).
1. Um avivamento
superficial (2 Rs 23.25). Morrendo o rei, morreu o avivamento (2 Rs
23.31-37).
23.25
E ANTES DELE NÃO HOUVE REI SEMELHANTE. Josias é descrito aqui como o mais
fiel e consagrado de todos os reis que já tinham reinado sobre o povo de DEUS,
inclusive o próprio Davi (ver 2 Sm 12.7-15). Em termos da dedicação pessoal a
DEUS e fidelidade à sua Palavra, Josias foi o maior de todos os reis (cf. 18.5;
Dt 6.5; Jr 22.15,16).
23.26
O SENHOR SE NÃO DEMOVEU... DA SUA GRANDE IRA. Apesar da liderança moral
de Josias e do avivamento e reformas espirituais que ele promoveu, Judá como
nação se arruinara a tal ponto que sua recuperação nacional, geral e duradoura
já não seria possível. A condenação de Judá foi apenas adiada (ver Jr 11; 13.27),
pois tanto o povo como os sacerdotes tinham um coração maligno.
Por isso, depois
da morte de Josias, rapidamente a nação degenerou-se espiritual e moralmente, e
DEUS teve de destruir o Reino do Sul em apenas vinte e dois anos mais tarde.
2. Um avivamento
mais duradouro. Sob a liderança de homens como Zorobabel e Neemias,
começaram a ser instruídos por Esdras na Lei de DEUS. Leia Neemias 8.
De Esdras
a João Batista, anunciando a chegada do Reino de DEUS com a vinda de JESUS
CRISTO (Mt 3.1-11).
1.1
A PALAVRA DO SENHOR, POR... JEREMIAS. Jeremias tinha
predito que os judeus permaneceriam no cativeiro, no país de
Babilônia por
setenta anos, para então voltar a Judá (Jr 25.11,12; 29.10). Pode-se calcular o
cativeiro de setenta anos, a partir da
primeira leva de
cativos em 605 a .C., no terceiro ano de Jeoiaquim (2 Rs 24.1; Dn
1.1) até 538 a .C. (aproximadamente setenta anos
depois), quando,
então, o povo começou a retornar a sua pátria (ver 2.1 *).
1.1
DESPERTOU O SENHOR O ESPÍRITO DE CIRO. O Senhor DEUS executa o plano da
redenção no decurso da história, até o seu final determinado. No cumprimento
disto, DEUS, às vezes, resolve humilhar governantes poderosos (e.g.,
Nabucodonosor, Dn 4), ordenar juízo destruidor contra reis (e.g., Faraó, por
ocasião do êxodo, Êx 14; Belsazar, em Babilônia, Dn 5), ou elevar um dirigente
internacional (e.g., o rei Ciro da Pérsia, v. 2), a fim de cumprir a sua
palavra e realizar os seus propósitos. Ao despertar o espírito de Ciro, para
ser benevolente para com os vencidos e exilados, DEUS fez cumprir-se a tempo a
sua promessa feita através de Jeremias. Provérbios declara que o coração do rei
é como ribeiros de águas na mão do SENHOR; a tudo quanto quer o inclina, a fim
de garantir a marcha contínua da redenção e desfecho da história (Pv 21.1).
1.2
CIRO, REI DA PÉRSIA. Cerca de 160 anos antes do aparecimento de Ciro,
Isaías predissera a respeito de um governante chamado Ciro, que permitiria a
volta dos judeus à sua pátria, para reedificarem Jerusalém e o templo (Is 41.2;
44.26-28; 45.1,4,5,13).
1.5
AQUELES CUJO ESPÍRITO DEUS DESPERTOU. Mediante o ESPÍRITO SANTO, DEUS
despertou o coração dalguns do seu povo para voltarem à sua pátria (ver Fp
2.13). Cerca de 50.000 pessoas atenderam ao chamado do Senhor para participarem
dessa primeira viagem de retorno à Palestina. Note que os outros permaneceram
no exílio (vv. 4,6); o propósito desses era animar e apoiar os que agora
voltavam à terra de Judá.
1.8
SESBAZAR. Sesbazar, o primeiro governador nomeado, dos exilados que voltavam
(cf. 5.14,16), pode ter sido outro nome de Zorobabel (cf. 2.2; 3.2,8; 4.3).
IV. O ESTUDO DA
PALAVRA DE DEUS
Os judeus foram despertados pelo ensino amoroso e persistente da Palavra de DEUS.
1. O
anseio do povo pelo ensino da Palavra. (Ne 8.1). Desejo pela Palavra é o princípio do
avivamento.
2. O
compromisso de Esdras com a Palavra. Observemos o compromisso de Esdras
com o ensino das Sagradas Escrituras (Ne 8.2).
3. O
ensino persistente da Palavra. A instrução bíblica estendeu-se da
alva ao meio dia (Ne 8.3).
4. A explicação da
Palavra. Ensino da Palavra de DEUS inteligível e claro para toda a nação
(Ne 8.8).
5. O
avivamento que vem do ensino da Palavra. Já devidamente instruído na
Palavra de DEUS, o povo pôs-se a chorar; a Palavra de DEUS era irresistível; o
avivamento havia chegado. Entretanto, o que era choro, converteu-se em júbilo
(Ne 8.12).
I. BUSCANDO O AVIVAMENTO
A busca do aviamento deve
ser uma constante na vida do povo de Deus. Nossa natureza carnal ainda não foi
extirpada, ela continua em stand by, ou seja, a qualquer momento pode vir à
tona se não houver uma rigorosa vigilância de nossa posição espiritual diante
de Deus. Por isso Jesus alertou os seus discípulos: “Vigiai e orai, para que
não entreis em tentação; na verdade, o espírito está pronto, mas a carne é fraca”
(Mt 24:41).
Na Bíblia, foram registrados grandes avivamentos em que muitas
pessoas se voltou para Deus e desistiu de seu modo pecaminoso de viver. Os
avivamentos foram liderados por alguém que reconheceu a crise espiritual da
nação, superou o medo e tornou a vontade de Deus conhecida às pessoas.
Destacamos alguns:
· Moisés (Êxodo cap. 35). Aceitaram as leis de Deus e construíram o
Tabernáculo.
· Samuel (1Samuel 7: 2-13). Prometeram colocar Deus em
primeiro lugar em sua vida e destruíram os ídolos.
· Davi (2Samuel cap. 6). Levaram a Arca da Aliança para
Jerusalém e louvaram a Deus com cânticos e instrumentos musicais.
· Josafá (2Crônicas cap 20). Decidiram confiar somente na
ajuda de Deus, e o desânimo deu lugar à alegria.
· Ezequias (2Crônicas cap. 29-31). Purificaram o Templo,
livraram-se dos ídolos e levara os dízimos à Casa de Deus.
· Josias (2Crônicas cap. 34,35). Fizeram um compromisso de obedecer
às ordens de Deus e remover as influências pecaminosas de sua vida.
· Esdras (Esdras cap. 9,10; Ageu 1). Pararam de associar-se
com aqueles que os faziam transigir em sua fé, renovaram seu compromisso com os
mandamentos de Deus e começaram a reconstruir o Templo.
· Neemias e Esdras (Neemias cap. 8-10). Jejuaram, confessaram seus
pecados, leram a Palavra de Deus publicamente e prometeram por escrito (Neemias
9:38) servir novamente a Deus, de todo o coração.
1. O Livro da Lei é encontrado. O
avivamento é necessário, pois a tendência do homem é a de esquecer-se das
coisas de Deus com o passar do tempo. A história de Israel nos mostra exemplos
desse fato. Josias, rei em Judá, decidiu reformar o templo do Senhor.
Nessa reforma, o sumo sacerdote Hilquias encontrou o Livro da Lei perdido na
casa do Senhor (ler 2Cr 34:8-17). Quando o rei Josias leu o Livro da Lei,
rasgou suas vestes e conclamou o povo a um conserto com Jeová (ler 2Cr
34:19-33). Dessa forma, aconteceu um avivamento em Judá, quando o povo se
arrependeu e retornou às práticas descritas por Deus em sua Lei. Aquele
avivamento trouxe maravilhosos resultados ao Reino de Judá. Os judeus
puseram-se, com temor e com o coração cheio de júbilo a celebrar as festas do
Senhor (2Cr 35:18).
Não é de estranhar que em muitas de nossas igrejas, o” Livro da Lei” de Deus
esteja perdido. Não no mundo, mas na própria igreja, vemos a carência de que a
pregação genuína e o ensino da Palavra de Deus sejam mais consistentes. Para
que possamos ver o verdadeiro avivamento acontecer, precisamos retornar à
Palavra. Nenhum avivamento é possível sem um retorno incondicional à Palavra de
Deus.
2. Quando a Palavra de Deus é ensinada. Desde o Antigo Testamento,
sempre vemos que os momentos de avivamento do povo de Deus são caracterizados
por uma busca da lei do Senhor, por uma renovação no interesse e na observância
das Escrituras. Todo e qualquer movimento que menosprezar a Palavra de Deus,
que não der espaço ao estudo e ao ensino da Palavra, não é um verdadeiro
avivamento espiritual, mas um movimento místico, que se misturará facilmente
com manifestações sobrenaturais de procedência maligna.
Dizer que se está diante de uma igreja avivada sem que haja ensino, exposição e
meditação na Palavra do Senhor, onde há uma sequência interminável de cânticos,
de "operações de maravilhas" (divulgações intermináveis de visões, de
revelações, de diálogos intermináveis com demônios, de teatralizações, de
sessões de exorcismo e de operações similares, carregadas de misticismo e
histeria etc. etc.), é um engano, é mentira, é ilusão. Deus Se revela através
da Sua Palavra e as operações e manifestações de poder existem para confirmar a
Sua Palavra (Mc 16:20). Não há como se concordar
com um “avivamento” que deixa de lado as Escrituras e se apegam a invencionices
humanas. Sejamos vigilantes e não deixemos que o adversário, com seus
ardis, que não podemos ignorar (2Co 2:10,11), venha a nos enganar e a nos
golpear.
O avivamento no tempo de Esdras teve início com a volta incondicional de todos
ao estudo e à obediência da Palavra de Deus (Ed 7:10) - “Porque Esdras tinha preparado o seu coração para buscar a
Lei do SENHOR, e para cumpri-la, e para ensinar em Israel os seus estatutos e
os seus direitos”. Esdras propôs no seu coração ensinar a Palavra de
Deus para preservar a verdade, a retidão e a pureza entre o povo de Deus (ler
Ed 10:10-12). A igreja, hoje, precisa de líderes como Esdras.
3. Os frutos do avivamento. O avivamento sempre resulta em frutos
que denotam claramente mudança no padrão moral e espiritual das pessoas. Na
época de Esdras e Neemias, como frutos do avivamento ocorrido no povo Deus,
houve uma notória restauração moral e espiritual da nação judaica (ver Ne
8:1-18;0:1-38;10:29).
O avivamento liderado por Esdras conduziu a um firme compromisso do povo à
vontade de Deus. O povo, uma vez dedicado, assim se manifestou: serviram
fielmente ao Senhor, segundo os seus mandamentos (Ne 10:29); conservaram-se
puros e separados do mundo (10:30,31; cf Tg 1:27); e sustentaram a obra de
Deus, dando seu tempo, dinheiro e bens (10:32-39).
Podemos, ainda, dizer que o avivamento na vida do crente produz os seguintes
frutos:
a)
Mantém o crente afastado do mundo. Em
Efésios 4:25-31 encontramos uma relação de vícios e práticas mundanas, emanadas
do velho homem, que muitas vezes atingem sorrateiramente a vida do crente.
Precisamos não somente abandonar, mas abominar estas coisas que entristecem o
Espírito de Deus: "Não comuniqueis com as
obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as". Pela
renovação espiritual nos mantemos firmes no processo de despir-se do velho
homem e revestir-se do novo (Ef 4:22-24).
b) Aprofunda o crente na Palavra de Deus. Quando somos renovados, nosso espírito é impelido pelas verdades eternas da Palavra (João 6:63), e nossa fé cresce abundantemente (Rm 10:17).
c) Perseverança nas orações. Uma igreja avivada não para de orar,
faz contínua oração. A história dos avivamentos mostra que sempre o povo foi
levado a buscar ao Senhor, a orar, a jejuar e a adorá-lo na beleza da Sua
santidade.
Diz a Bíblia que a igreja recém-nascida era uma igreja que perseverava na
oração (At 2:42) e que todos viviam orando, desde os apóstolos (At 3:1) até os
crentes mais jovens (At 12:12,13). Paulo afirmou que devemos orar em todo o
tempo, sendo a oração o verdadeiro exercício que mantém o soldado de Cristo em
forma para que use com eficácia da armadura de Deus (Ef 6:18). A oração é a
forma pela qual nos comunicamos com Deus e, se temos comunhão com Ele,
quereremos, sempre, orar.
d) Louvor a Deus (At 2:47). Um avivamento exalta o nome de Deus, coloca-o acima de tudo. Quando falamos em louvor, falamos em exaltação de Deus, em cânticos, hinos e salmos que enalteçam o Senhor e não o homem, que trazem enlevo à alma e ao espírito, e, por conseguinte, não agridem o corpo, nem promovem qualquer sentimento carnal. “Avivamentos” feitos com base em “louvorzões”, que suprimem a Palavra do Senhor, que promovam a sensualidade e a emoção, que agitem as pessoas e que se utilizem de ritmos criados para adoração ao diabo ou a seus agentes, que privilegiem o “eu” do crente em detrimento do Senhor, nunca podem ser verdadeiros e autênticos avivamentos.
e) Temor a Deus (At 2:43). Um verdadeiro avivamento não produz bagunça ou anarquia. É um ambiente de ordem e de decência, onde o nome do Senhor é glorificado e onde os incrédulos, ao invés de se escandalizarem, sentem a presença do Senhor. Um avivamento traz ao povo uma devida reverência às coisas de Deus, um respeito a tudo o que se relaciona com o culto.
II. O CLAMOR DO PROFETA HABACUQUE
O profeta Habacuque foi
contemporâneo de Jeremias e viveu numa época de crescente deterioração moral e
espiritual em Judá (o reino do sul). Ele sabia que o juízo de Deus se
aproximava e viria por meio da invasão babilônica, ocorrida em 586 antes de
Cristo. Ele não se conformava com a iniquidade do seu povo nem com o avanço de
Nabucodonosor. É nesse contexto que aparece o famoso clamor por avivamento de
Habacuque: “... aviva, ó SENHOR, a tua obra
no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia” (Hc 3:2).
“... NO MEIO DOS ANOS...”. É uma frase difícil de interpretar e muitos simplesmente a ignoram. Alguns estudiosos entendem assim: “Nestes últimos tempos de nossa história, faze a tua obra conhecida”. Esse é o momento mais adequado para que Deus traga o avivamento para o seu povo. É no meio dos anos que a frieza vem, que o desânimo e a incredulidade nos assaltam em meio à obra de Deus. É no meio dos anos que muitos crentes se acomodam com este mundo. E justamente nesse momento Deus traz o avivamento necessário para que seu povo permaneça fiel. Com o avivamento, Ele nos enche de amor por sua obra e Palavra, renovando-nos com seu Espírito e removendo os obstáculos humanos e espirituais que tentam impedir o prosseguimento de sua obra.
1. Um homem preocupado com o estado espiritual do seu povo. Habacuque,
apesar de seus questionamentos, sempre demonstrou uma fé inabalável na
soberania divina (Hc 2:4; 3:17-19). Como profeta de Deus, tinha ele consciência
que o povo de Deus havia pecado, e, consequentemente, seria submetido ao juízo
divino. Nestas circunstâncias, faz duas petições:
a)
Pede a Deus que apareça entre o seu povo com nova manifestação de poder. Habacuque está ciente de que o povo
não sobreviveria se o Senhor não interviesse com um derramamento de sua graça e
de seu Espírito. Somente assim haveria verdadeira vida espiritual entre os
fiéis.
b) Habacuque ora para que Deus se lembre da misericórdia em tempos
de aflição e angústia. Sem a sua misericórdia, o povo haveria de perecer.
Hoje, com os alicerces da igreja sendo abalados, quando há aflição por todos os
lados, imploremos ao Senhor que torne a manifestar sua misericórdia e poder
para que haja vida e renovação entre o seu povo.
2. A restauração virá (Hc 3:3-16). Lembrando-se dos atos
portentosos de Deus na história da nação, principalmente do êxodo do povo de
Israel do Egito (Ex 14:1-31), o profeta roga ao Senhor que faça novamente as
mesmas obras realizadas no passado. Habacuque estava ciente de que o mesmo Deus
que viera com salvação no passado, voltaria em toda a sua glória. Todos quantos
esperavam sua vinda viveriam e veriam seu triunfo sobre impérios e nações.
Mesmo em meio ao castigo divino derramado sobre Judá (Hc 3:16), o profeta opta
por regozijar-se no Senhor. Deus seria a sua salvação e o manancial inesgotável
de suas forças. Ele sabia que um remanescente fiel haveria de sobreviver à
invasão babilônica. Essa convicção trouxe-lhe alegria e ânimo: "Todavia,
eu me alegrarei no Senhor, exultarei no Deus da minha salvação" (Hc 3:18).
3. Avivamento gera mudança de vida. Habacuque estava ciente de que
o povo pecara contra o Senhor. Havia injustiças, violência e idolatria entre o
povo de Deus (Hc 2:9-11,17-19). Desta feita, era necessária uma mudança de
comportamento entre os filhos de Israel. Então, o profeta clama por um
avivamento (Hc 3:2).
O avivamento é necessário, porque o pecado é excessivo, a religião
é decadente e o julgamento é iminente (Hc 1:4; 2:18-20). O tempo do avivamento
é hoje, agora – no meio dos anos. O modo do avivamento é pela oração. A
esperança do avivamento está na misericórdia de Deus.
Somente um real e contínuo avivamento é capaz de restringir, deter e
neutralizar na igreja a atual avalanche de secularismo, de mundanismo, de
comodismo, de conformismo, de transigência com o erro, com o pecado e com o
mal. Segundo o modelo bíblico, o reavivamento resulta em santidade do crente em
toda a sua maneira de viver (1Pe 1:15). Se um avivamento não resultar nisso —
nessa mudança de vida —, tudo não passará de mero entusiasmo, mecanicismo e
emoção, como acontece com certos ‘avivamentos’ orquestrados pelos homens. O
avivamento sob Esdras e Neemias, nesse sentido, obteve grandioso resultados (Ne
8; 9:1-38).
Portanto, à semelhança de Habacuque, clamemos a Deus para que a igreja destes
últimos dias se empenhe por uma vida de justiça, pureza e santidade e, assim,
venha a desfrutar de um genuíno avivamento (1João 1:9).
III. CONSERVANDO A CHAMA DO AVIVAMENTO
Muitas pessoas foram
batizadas com o Espírito Santo, viveram dias maravilhosos, foram usadas por
Deus, mas depois se esfriaram na fé e se esqueceram da gloriosa experiência que
tiveram. Para conservar uma vida renovada, cheia da graça divina, é preciso:
1. Leitura bíblica. A Bíblia Sagrada é o único padrão inerrante e infalível de avivamento. Uma vez que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática, é ela e somente ela que nos pode dar a direção certa deste assunto. A relação entre a Bíblia e o avivamento é tão intrínseca que é impossível um avivamento de verdade sem que a Bíblia faça parte dele.
A Bíblia foi, é e sempre será a espada do Espírito Santo em todo avivamento
bíblico. Não existe verdadeira espiritualidade sem a Bíblia. Observando os
avivamentos ocorridos na Bíblia e na história da igreja, notamos que os objetos
do Espírito eram sempre persuadidos com e para a Bíblia. Avivamento onde a
Bíblia não está presente não passa de um mero pentecostalismo convencional.
Estabilidade na vida espiritual é resultado de um conhecimento profundo da
Palavra - “Não cesses de falar deste Livro da Lei;
antes, medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo
quanto nele está escrito; então farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido”
(Js 1: 8).
A conservação do avivamento só é possível quando a Igreja de Cristo se volta ao
estudo sistemático e à obediência incondicional da Bíblia Sagrada.
2. Oração. O livro todo de Habacuque é um diálogo entre ele e Deus. É o único livro na Bíblia apresentado dessa maneira. Como profeta, Habacuque teve de alimentar e liderar o povo, mas, antes, teve de interceder pelo povo. Quantas vezes muitos dos líderes, que assumem posições de liderança, são "agentes" que se esquecem desse papel tão importante. No Novo Testamento, Pedro disse que estabeleceria para si duas prioridades: a Palavra de Deus e a oração. Essa é a primeira responsabilidade de um líder espiritual.
Os cristãos primitivos estavam sempre cheios do Espírito e renovados porque
viviam em oração (At 4: 31). É triste ver como muitas igrejas estão perdendo o
calor em suas mensagens porque o fervor da oração está desaparecendo. Muitos
crentes estão se vendo confusos porque os bens materiais têm tomado o tempo da
oração. Oração é questão de disciplina pessoal. Procure reservar alguns
minutos, todos os dias, para estar na presença do Senhor.
3. Santificação. A santificação deve ocorrer em ‘todo o vosso
espírito, e alma, e corpo’, conforme lemos em 1Tessalonicenses 5:23. Isso
significa que devemos ser santos em nosso viver, e em nossa conduta, isto é, em
nosso caráter, internamente, e em nosso proceder, externamente. Mantenhamo-nos,
pois, separados do mundo pecaminoso. Não nos conformemos, pois, nem com a vida
nem com o modo de pensar deste mundo (Rm 12:2).
4.
Buscar constantemente a face de Deus. “Muitos, por estarem interessados apenas em milagres,
curas e prosperidade material, já não buscam a Deus pelo que Ele é. Na verdade,
não querem conhecera Deus, mas somente barganhar com o Senhor. A Bíblia,
contudo, através do profeta Oséias, ensina-nos que devemos agir piedosamente:
"Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor: como a alva, será a sua
saída; e ele a nós virá como a chuva, como chuva serôdia que rega a terra"
(Os 6:3). Que possamos ter fome e sede de Deus. Se nos achegarmos a Ele,
certamente Ele a nós se achegará (Tg 4:8; Sl 24:3-6)” (pr. Elienai Cabral –
LBM-CPAD).
CONCLUSÃO
“O fogo
arderá continuamente sobre o altar; não se apagará” (Lv 6:13). Que possamos nos colocar
inteiramente nas mãos do Pai, orando como fez o profeta Habacuque: “Aviva, ó Senhor a tua obra no meio dos anos” (Hc
3:2) e obedecendo incondicionalmente a Palavra de Deus.
A
chama do avivamento deve permanecer brilhante, pois Deus deseja que a Igreja
cumpra sua missão aqui na Terra integralmente. “Uma
igreja sem renovação espiritual constante cai na rotina, isto é, fica parada no
tempo, no espaço e no trabalho. Ela pode até trabalhar, mas não avança, não
progride, porque algum fruto que surja é destruído pelas contendas, inveja,
ganância, desunião e outras obras da carne. Tal igreja não resiste, nem supera
as rápidas mutações de comportamento da sociedade ímpia ao seu redor”. Que
o Senhor Jesus desperte um grande avivamento na sua Igreja; estamos precisando
urgentemente.


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