Texto
Bíblico:
Juízes
4:9- Respondeu ela: Certamente irei contigo; porém não será tua a honra
desta expedição, pois à mão de uma mulher o Senhor venderá a Sísera.
Levantou-se, pois, Débora, e foi com Baraque a Quedes.
Jael
é uma figura notável e, por vezes, controversa no Livro de Juízes da Bíblia
(capítulos 4 e 5). Sua história é um exemplo poderoso de como Deus pode usar
pessoas inesperadas para cumprir Seus propósitos.
Contexto da História
A
narrativa de Jael se desenrola durante um período de opressão em Israel. O povo
de Israel estava sendo severamente oprimido pelos cananeus, liderados pelo rei
Jabim e seu comandante, Sísera, por cerca de vinte anos. Clamando a Deus por
socorro, os israelitas foram levantados por Débora, uma profetisa e juíza de
Israel, e Baraque, o comandante do exército israelita.
Débora
profetizou que a vitória sobre Sísera viria, mas que a honra não seria de
Baraque, e sim de uma mulher.
O Papel de Jael na Vitória de Israel
A
batalha entre israelitas e cananeus culmina com a derrota do exército de
Sísera. Em meio ao caos, Sísera foge a pé e busca refúgio na tenda de Jael,
esposa de Héber, o queneu. É importante notar que havia um acordo de paz entre
o rei Jabim (o inimigo de Israel) e a casa de Héber.
Jael
recebe Sísera com aparente hospitalidade, convidando-o para sua tenda e
oferecendo-lhe leite quando ele pede água. Sísera, exausto pela batalha e pela
fuga, adormece profundamente.
É
nesse momento crucial que Jael age. Ela pega uma estaca de tenda e um martelo –
ferramentas que faziam parte de seu cotidiano como habitante de tendas – e
crava à estaca nas têmporas de Sísera, matando-o. Quando Baraque chega à tenda
de Jael procurando Sísera, ela o chama para mostrar o corpo do comandante
inimigo, confirmando a profecia de Débora.
O Significado da Ação de Jael
A
atitude de Jael é celebrada no "Cântico de Débora" (Juízes 5),
onde ela é proclamada "bendita entre as
mulheres nas tendas". Sua ação é vista como um ato de coragem e
astúcia que foi fundamental para a libertação de Israel.
JUIZES
5: CÂNTICO DE DÉBORA
24- Bendita entre todas as mulheres
será Jael, mulher de Heber, o queneu; bendita será entre as mulheres nômades.
25- Água pediu ele, leite lhe deu ela; em taça de príncipes lhe ofereceu coalhada.
26- Â estaca estendeu a mão esquerda, e ao martelo dos trabalhadores a direita, e matou a Sísera, rachando-lhe a cabeça; furou e traspassou-lhe as fontes.
27- Aos pés dela ele se encurvou, caiu, ficou estirado; aos pés dela se encurvou, caiu; onde se encurvou, ali caiu morto.
29- As mais sábias das suas damas responderam, e ela respondia a si mesma:
30- Não estão, porventura, achando e repartindo os despojos? uma ou duas donzelas a cada homem? para Sísera despojos de estofos tintos, despojos de estofos tintos bordados, bordados de várias cores, para o meu pescoço?
31- Assim ó Senhor, pereçam todos os teus inimigos! Sejam, porém, os que te amam, como o sol quando se levanta na sua força.
Essa
história levanta alguns pontos importantes:
- Deus
usa o inesperado:
Jael não era uma guerreira ou uma figura de liderança proeminente em
Israel. Ela era uma mulher queneia, vivendo em uma tribo que tinha
relações pacíficas com os cananeus. Sua ação demonstra que Deus pode usar
qualquer pessoa, independentemente de sua posição social ou origem, para
cumprir Seus propósitos.
- Coragem
e determinação: Jael
demonstrou uma coragem extraordinária ao enfrentar sozinha o temido
comandante Sísera. Ela usou o que tinha em mãos, transformando ferramentas
do dia a dia em instrumentos de libertação.
- Quebra
de expectativas: A
história de Jael desafia as noções tradicionais de heroísmo e poder. A
morte de um poderoso comandante militar nas mãos de uma mulher, utilizando
um objeto doméstico, é um lembrete da soberania de Deus e de como Ele pode
subverter as expectativas humanas para alcançar Seus objetivos.
- Contraste
com a hesitação: A
coragem de Jael contrasta com a hesitação inicial de Baraque em ir para a
batalha sem Débora. A profecia de que a honra seria de uma mulher se
cumpriu de forma literal e surpreendente através de Jael.
A
história de Jael em Juízes é um testemunho da providência divina e da
capacidade de indivíduos, mesmo os mais improváveis, de desempenhar um papel
vital nos planos de Deus.
SÍSERA
FOGE E É MORTO POR JAEL, MULHER DO QUENEU HÉBER
Vemos o exército dos cananeus totalmente aniquilado. Lemos (a derrota desse exército é vista como um exemplo do que Deus fez em épocas posteriores, Salmos 88.9,10) que eles vieram a servir de estrume para a terra. Temos aqui:
A queda do seu general, Sísera, capitão do exército, em quem, possivelmente, Jabim, seu rei, depositou sua completa confiança e, portanto, não estava presente na ação. Vamos traçar os passos da queda desse homem poderoso.
1.
Ele abandonou seu carro e fugiu a pé
(vv. 15,17). Seus carros tinham sido seu orgulho e confiança; e podemos supor
que ele tinha, portanto, desprezado e afrontado os exércitos do Deus vivo,
porque estes estavam todos a pé e não tinham nem carro nem cavalo, como ele
tinha. Portanto, de maneira legítima, ele é humilhado em relação à sua
confiança e forçado a abandoná-lo, e acha que está mais seguro ao descer do seu
carro, embora possamos supor que tenha sido o melhor de todos os carros. As
pessoas que confiam na criatura acabam desapontadas; é semelhante a uma cana
quebrada, que não só quebrará debaixo deles, mas entrará pela mão, a furará e
causará muita tristeza (veja Is 36.6). O ídolo pode rapidamente se tornar um
peso (Is 46.1), e aquilo que tanto nos atiçava pode nos saturar. Sísera parece
tão miserável agora que está desmontado. É difícil dizer se estava mais
envergonhado ou mais trêmulo. Não coloque sua confiança em príncipes, porque
eles podem rapidamente ser colocados numa posição semelhante à de Sísera, esse
homem que há pouco confiava em suas armas com tanta segurança e que agora não
tem em quem confiar.
2.
Ele fugiu buscando abrigo nas tendas dos queneus, não tendo um lugar seguro
para se refugiar. Talvez
tivesse desprezado e ridicularizado anteriormente a maneira de vida humilde e
solitária dos queneus, ainda mais porque a religião foi conservada no meio
deles; mas agora ele está feliz em colocar-se debaixo da proteção de uma dessas
tendas. Ele escolhe a tenda ou canto de uma mulher, talvez para parecer menos
suspeito ou porque era a tenda que estava mais próxima na sua fuga (v. 17). O
que o encorajou a ir para lá era que nessa época havia paz entre seu mestre e a
casa de Héber: não que houvesse qualquer aliança (ofensiva ou defensiva) entre
eles, somente que naquele momento não havia indicações de hostilidade. Jabim
não lhes causava mal, não os oprimia como fazia com os israelitas. A sua
maneira de viver simples, quieta e inofensiva não os tornava suspeitos ou
temidos. Talvez Deus permitiu que fosse dessa forma como recompensa pela sua
lealdade à verdadeira religião. Por isso, Sísera achava que estaria seguro no
meio deles; não considerando que, embora não estivessem sofrendo debaixo do
poder de Jabim, eles se compadeciam de todo coração com o Israel de Deus por
causa do sofrimento deles.
3.
Jael convidou Sísera para entrar e o cumprimentou. Provavelmente, ela estava parada à porta
da tenda, para receber notícias do exército e do sucesso da batalha que estava
ocorrendo não longe dali. (1) Ela o convidou para entrar. Talvez ela estivesse
esperando uma oportunidade para mostrar bondade a qualquer israelita aflito, se
houvesse oportunidade para tal; mas ao ver Sísera vindo apressadamente,
ofegante, ela o convidou para repousar na sua tenda, na qual, enquanto ela
parecia propor-se a aliviar sua fadiga, talvez ela realmente tencionasse
atrasar sua fuga, para que pudesse cair nas mãos de Baraque, que estava agora à
caça dele (v. 18). Pode ser questionado se ela num primeiro momento teve um
plano de tirar a vida dele, ou se Deus, mais tarde, colocou esse plano em seu
coração. (2) Ela o tratou com muito carinho e parecia estar muito interessado
em ajudá-lo, como seu hóspede convidado. Como ele estava muito cansado, ela
encontrou um lugar conveniente para que ele pudesse descansar e recuperar suas
forças. Como Sísera estava com sede, ela lhe oferece leite, a melhor bebida que
a sua tenda podia oferecer (v. 19). Podemos supor que ele o bebeu
entusiasticamente e, sendo revigorado com ele, estava pronto para dormir. Será
que ele estava com frio ou com receio de pegar um resfriado, ou ele desejava se
esconder dos perseguidores que poderiam revistar aquela tenda? De qualquer
forma ela o cobriu com uma coberta (v. 18). Todas essas ações são expressões de
cuidado pela sua segurança. Somente quando ele pediu para Jael contar uma
mentira acerca dele, dizendo que ele não estava lá, ela não lhe deu resposta
(v. 20). Não devemos pecar contra Deus, nem para favorecer aqueles por quem
gostaríamos mostrar favor. Por último, devemos supor que ela procurou manter a
sua tenda livre de barulho, para que ele pudesse adormecer o mais rapidamente
possível. Na verdade, Sísera estava menos seguro quando estava mais seguro.
Quão incerta e precária é a vida humana! Qual é a garantia que podemos ter
dela, quando pode tão facilmente ser traída por aqueles a quem a confiamos?
Qual é a segurança da vida se aqueles que esperávamos que agissem como
protetores dela acabam destruindo-a? É melhor ter Deus como amigo, porque Ele
não nos enganará.
4.
Quando ele estava dormindo profundamente ela atravessou uma estaca comprida nas
têmporas dele, prendendo sua cabeça na terra, e o matou (v. 21). E, embora o serviço estivesse
terminado, para assegurar-se do seu trabalho (se formos fiéis à tradução,
5.26), ela cortou sua cabeça e a deixou ali presa ao chão. Se tinha planejado
isso ou não quando o convidou para entrar na sua tenda não está claro.
Provavelmente, esse pensamento ocorreu a ela quando o viu deitado tão
convenientemente para receber um golpe fatal; e, sem dúvida, existe evidência
suficiente para assegurar que esse pensamento não veio de Satanás, como matador
e destruidor, mas de Deus, como um juiz justo e vingador. Ela teve a percepção
de que isso honraria a Deus e traria libertação a Israel. Não havia nela a
escuridão da malícia, ódio ou vingança pessoal. (1)
Foi o poder divino que a capacitou a fazê-lo e a inspirou com uma coragem
varonil. E se a sua mão tremesse, e se errasse o golpe? O que
aconteceria se ele acordasse quando ela estava prestes a fazê-lo? Ou, suponha
que alguns dos seus próprios serventes o seguissem e a surpreendessem no ato,
quão caro seria o preço que ela e todos os seus pagariam por isso? No entanto,
obtendo a ajuda de Deus, ela o fez com eficácia. (2) Foi
uma ordem divina que a inocentou para fazê-lo; consequentemente, visto
que nenhuma comissão tão extraordinária como essa pode agora ser aspirada, esse
ato não deve ser imitado sob hipótese alguma. As leis de amizade e
hospitalidade devem ser observadas religiosamente, e devemos abominar o
pensamento de trair alguém que convidamos e encorajamos para colocar sua
confiança em nós. E, em relação a esse ato de Jael (semelhante ao de Eúde no
capítulo anterior), temos motivos para pensar que ela estava consciente de um
impulso divino sobre o seu espírito para fazê-lo, que a satisfez plenamente (e
deveria, portanto, satisfazer a nós) de que tinha sido bem-feito. O instrumento
da execução foi uma estaca da tenda, isto é, um grande pino ou cravo, com o
qual a tenda era fixada. Pelo fato de removerem as tendas com frequência, ela
estava acostumada a cravar essas estacas e, portanto, soube como fazê-lo com
toda habilidade nessa grande ocasião. Aquele que
tinha a intenção de destruir Israel com seus muitos carros de ferro é destruído
com uma estaca de ferro. Assim, as coisas fracas deste mundo confundem os
fortes (veja 1 Co 1.17). Observe aqui a glória de Jael e a vergonha
de Sísera.
1 Esse grande comandante morre em seu
profundo sono e cansaço. Ficamos impressionados porque ele não se mexeu ou
oferecesse algum tipo de resistência. Na verdade, ele estava tão preso às
correntes do sono que não conseguiu movimentar suas mãos. Assim, os que são ousados de coração são despojados à tua
repreensão, ó Deus de Jacó... Eles são lançados num sono profundo e assim são
preparados para dormir seu sono derradeiro (Sl 76.5,6).
Que o forte não se glories na sua força; por que no
seu sono onde fica a sua força? Ela é frágil e ele nada pode fazer; uma
criança pode insultá-lo e roubar a vida dele; no entanto, quando não dorme, ele
logo está exausto e fatigado e não pode fazer coisa alguma. Essas palavras
estando ele já cansado (v. 21) não são encontradas dessa forma nas outras
versões antigas. As versões siríaca e arábica trazem: ele debateu-se (ou fez um
movimento brusco, como costumamos dizer) e morreu. A versão caldaica traz:
Exagitans sese mortuus est. Ele desfaleceu e morreu. A LXX diz: Ele foi
obscurecido e morreu. O latim comum traz: consocians morte soporem, unindo o
sono e a morte, reconhecendo que eles são tão parecidos. Ele desfaleceu e
morreu. [2] Ele morre com sua cabeça cravada ao solo, um símbolo da sua
inclinação terrena. O curve in terram animæ! Sua orelha (diz o bispo Hall)
estava presa à terra, como se seu corpo estivesse ouvindo o que tinha
acontecido com a sua alma. [3] Ele morre pela mão de uma mulher. Isso aumentava
sua vergonha diante dos homens; e se tivesse tomado conhecimento desse fato,
como ocorreu com Abimeleque (Jz 9.54), podemos imaginar quanto maior seria a
sua vergonha.
A
GLÓRIA E ALEGRIA DE ISRAEL.
1.
Baraque, seu líder,
encontra seu inimigo morto (v. 22) e, sem dúvida, ele estava muito satisfeito
em ver o “serviço” tão bem-feito, para a glória de Deus e para a perplexidade e
vergonha dos seus inimigos. Se Baraque tivesse pensado somente na sua própria
honra, teria ficado ressentido e consideraria uma afronta ver o general morto
por qualquer outra mão senão a sua. Mas agora ele deve ter se lembrado que essa
diminuição da sua honra, para a qual ele tinha sido sentenciado, ocorreu pelo
fato de insistir na presença da Débora com ele (à mão de uma mulher o SENHOR
venderá a Sísera). Dificilmente alguém poderia imaginar que a predição se
cumpriria dessa forma.
2.
Israel é completamente liberto das mãos de Jabim, rei de Canaã (vv. 23,24). Eles não somente se livraram
do seu jugo nesse dia de vitória, mas, posteriormente, deram continuidade à
guerra contra ele, até que o destruíram completamente. Ele e sua nação tinham
sido entregues à ruína por decreto divino e não deveriam ser poupados. Os
israelitas, tendo sofrido por causa da sua piedade tola por não o ter feito
antes, percebem agora que está no seu poder não os tolerar mais, mas livrar-se
completamente deles, como um povo a quem mostrar misericórdia era contra o
próprio interesse deles, bem como contra a ordem divina. Provavelmente para
lembrá-los da sentença sob a qual estavam, esse inimigo é citado três vezes
nestes dois últimos versículos. Ele é chamado de rei de Canaã e, como tal,
precisava ser destruído. Ele foi destruído de forma tão cabal que não me lembro
ler a respeito de reis de Canaã depois desse episódio. Os filhos de Israel
teriam evitado muita dor e tristeza, se tivessem destruído os cananeus mais
cedo, como Deus lhes tinha ordenado e capacitado. Mas, é melhor ser sábio
tarde, e adquirir sabedoria por experiência, do que nunca ser sábio.
CONCLUSÃO:
Deus
levanta Débora, uma Juíza e Profetiza para liderar Israel, Ela convoca Baraque
para guerrear contra os Cananeus, A Vitoria é garantida por uma Palavra Profética
“O Senhor Entregara Sísera nas mãos de uma Mulher. (Juízes
4:9).
Esta profecia se cumpre de forma surpreendente não nas Mãos de
Débora a Juíza, mas Nas Mãos de JAEL uma mulher do povo Queneu, um grupo aliado
dos Cananeus,
JAEL
não era Guerreira, nem profetiza, mas se tornou instrumento da Justiça Divina,
uma Mulher sem Espada, sem Exército sem título de Liderança, mudou o Destino de
uma Nação com o que tinha nas mãos e ousadia no coração.
Deus
não está limitado a Hierarquia, nem estrutura de poder, nem aparência Exterior,
Ele Usa quem ele quer, que tenha coragem para servir no momento certo.
O
Agir silencioso de Deus, quando ninguém espera, por meio de que ninguém imagina,
não precisa ser num Palco mais numa Tenda.
OS ENTENDORES ENTENDERÃO!!!!
Nenhum comentário:
Postar um comentário