Maná
- O Pão da Vida - JESUS
João
6:32 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo:
Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do
céu.
1.
Vinha do Céu.
2.
Não havia outro alimento. Atos 4:12
3.
Só veio naquele tempo. Hebreus 9:28
4.
Foi provido por Deus. Efésios 2:8
5.
Era gratuito. Isaias 55:1
6.
Era para todos. João 1:12
7.
Era preciso a cooperação pessoal. João 1:39
8.
Sustentava a vida. João 6:35
9.
Era presente. Só podia ser encontrado no tempo marcado por Deus. Isaias 55:6
10.
Nunca falhava. Hebreus 7:25
11.
Se alguém perecesse, era por sua própria culpa. João 5:40
PARA RECOLHER O MANÁ DE CADA DIA TINHA QUE SE ENCLINAR, OU
AJOELHAR, NÃO EXISTIA OUTRO JEITO, OU ENCLINAVA OS JOELHOS OU VOLTAVA DE MÃOS
VAZIAS.
MANÁ
– JESUS – PALAVRA DE DEUS
Êx
16.31- O povo de Israel
chamou maná àquele pão. Era branco como semente de coentro e tinha gosto de
bolo de mel.
Nm
11.7- O maná era como
semente de coentro e tinha aparência de resina.
Branco como nos tornamos ao sermos lavados no sangue de JESUS.
Na primeira vez que o comemos a palavra de DEUS achamos gostoso
como mel.
Êx 16.32- Disse Moisés: “O SENHOR ordenou-lhes que recolham um jarro de maná e que o guardem para as futuras gerações, para que vejam o pão que lhes dei no deserto, quando os tirei do Egito”.
Recolher significa ler e guardar no coração, na mente, a Palavra
de DEUS.
Guardar para futuras gerações, significa que a família deve possuir uma bíblia para que todos tenham acesso à palavra de DEUS.
Êx 16.33- Então Moisés disse a Arão: “Ponha numa vasilha a medida de um jarro de maná, e coloque-a diante do SENHOR, para que seja conservado para as futuras gerações”.
Significa
que a Palavra de DEUS é para ser usada no julgamento de cada um e é eterna na
presença de DEUS.
Êx 16.34- Em obediência ao que o SENHOR tinha ordenado a Moisés, Arão colocou o maná junto às tábuas da aliança, para ali ser guardado.
Junto às tábuas da Aliança faz lembrar que a nova aliança em CRISTO é perpétua. Aliança está feita na Palavra de DEUS.
Ex 16.35- Os israelitas comeram maná durante quarenta anos, até chegarem a uma terra habitável; comeram maná até chegarem às fronteiras de Canaã.
Nos
lembra de que para chegarmos à Canaã celestial temos que nos alimentar
diariamente do maná celeste, a Palavra de DEUS – JESUS.
Nm 11.6- Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este “maná”!
Isso
fala da falta de interesse em ler que vem depois de um período de satisfação na
leitura, enquanto tudo era novidade.
Nm 11.8- O povo saía recolhendo o maná nas redondezas, e o moía num moinho manual ou socava-o num pilão; depois cozinhava o maná e com ele fazia bolos. Tinha gosto de bolo amassado com azeite de oliva.
Recolhendo
é igual a lendo,
Moía
é igual a estudar,
Cozinhava
é igual a meditar,
Fazer
bolos precisa de ingredientes;
Significa
procurar livros, dicionários, enciclopédias, tudo o que for possível para
melhor assimilar a Palavra de DEUS.
Dt 8.3- Assim, ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os sustentou com maná, que nem vocês nem os seus antepassados conheciam, para mostrar-lhes que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca do SENHOR.
Maná
é relacionado ao pão espiritual, Palavra que sai da boca de DEUS.
Sl 78.24- fez chover maná para que o povo comesse, deu-lhe o pão a dos céus.
Jo
6.31- Os nossos
antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a
comer pão dos céus”.
Novamente
Maná relacionado com pão do céu, desceu do céu.
Jo 6.49- Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram.
Apesar
de comerem do Maná vindo do céu, este Maná era material, comida material, não
foram agradecidos, não se arrependeram de seus pecados, por isso morreram pelo
deserto.
Jo 6.51- Este é o pão que desceu dos céus. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre”.
Este
pão que agora é apresentado, é JESUS, o Pão Espiritual, alimento eterno, pão
que dá vida, a Palavra viva de DEUS, o verbo divino.
Jo 6.51- Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”.
JESUS
é o pão vivo, pão que dá vida eterna, este que por nós foi moído, foi
triturado, sofreu e morreu na cruz pelos nossos pecados.
Ap 2.17- “Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei do maná escondido.
Também
lhe darei uma pedra branca com um novo nome nela inscrito, conhecido apenas por
aquele que o recebe.
A
promessa para quem lê, ouve, ensina esta Palavra é o maná escondido dos
pecadores, mas revelado aos salvos, é JESUS mesmo.
Quem não comer da carne beber do sangue não tem parte com ELE.
Isso
fala da ceia do Senhor - pão é verdadeiramente comida - é corpo de CRISTO.
Vinho é verdadeiramente bebida - sangue de JESUS.
Maná - O Pão da Vida
JESUS – O PÃO DA VIDA
Texto Bíblico: João 6:1-14
“Eu sou o pão da vida” (João
6:48)
INTRODUÇÃO
Ninguém
além de Jesus é o Pão que dá a vida eterna. Ele mesmo disse: ‘Eu sou o pão da vida” (João 6:35). Ao dizer
que é o Pão da vida é para Ele o mesmo que dizer: “Eu
sou o sustento da vida de vocês”. Estas palavras de Cristo são ricas
em significado espiritual. Veja alguns pontos que ajudam a explicar esta
passagem:
Fonte
de sustento espiritual. Assim
como o pão é essencial para a nutrição física, Jesus se apresenta como
essencial para a nutrição espiritual. Ele oferece sustento e vida eterna para
aqueles que acreditam nele.
Satisfação
completa. Jesus
afirma que aqueles que vêm a Ele nunca terão fome ou sede espiritual. Isso
significa que Ele satisfaz completamente as necessidades espirituais dos
crentes.
Vida
eterna. Ao se referir
a si mesmo como o "pão da vida", Jesus
está falando sobre a vida eterna que Ele oferece. Através de Sua morte e
ressurreição, Ele proporciona a salvação e a vida eterna para todos que creem.
Comunhão. O pão também simboliza a comunhão.
Jesus convida os crentes a terem uma relação íntima e contínua com Ele, assim
como o ato de comer é uma experiência diária e necessária.
Portanto,
da mesma forma que o pão fornece aos nossos corpos força e nutrição, Jesus, o
verdadeiro Pão do Céu, veio para fortalecer e nutrir o seu povo, para que
jamais tenham fome.
Por ocasião da jornada do povo de Israel no deserto, Deus o
proveu de “maná”, o pão que descia do céu, mas o “maná” foi um pão físico e
temporal. O povo o comia e se
sustentava por um dia. Mas era necessário que conseguissem mais pão todos os
dias, e este pão não poderia impedi-los de morrer. Mas Jesus apresentou a Si
mesmo como o Pão espiritual do Céu, que satisfaz completamente e que conduz à vida
eterna.
Esta
Lição visa demonstrar que somos dependentes de Deus. Essa dependência não se
limita às necessidades materiais, mas, acima de tudo, refere-se à nossa
necessidade espiritual, que só o “Pão da Vida” pode satisfazer plenamente.
I.
JESUS, A MULTIDÃO E O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO
1.
A multiplicação de pães e peixes
O
milagre da multiplicação dos pães e peixes, descrito em João 6:1-15, é um dos
mais impactantes do ministério de Jesus, demonstrando Sua compaixão, poder e
soberania sobre a criação. Esse episódio não apenas satisfez a fome física da
multidão, mas apontou para uma realidade espiritual mais profunda: Jesus é o
verdadeiro alimento que sustenta o crente em sua jornada para a Cidade Celeste.
Ao
destacar que havia “cinco pães e dois peixinhos” (João
6:9), João mostra a insuficiência dos recursos humanos diante da necessidade,
ressaltando que a provisão abundante vem de Cristo. Além disso, o fato de o
milagre ser registrado nos quatro Evangelhos (Mt.14:13-21; Mc.6:32-44;
Lc.9:10-17) revela sua importância teológica e prática: Jesus não apenas supre
as necessidades físicas, mas ensina que a verdadeira saciedade está em confiar
n’Ele como o Pão da Vida.
A expressão “Depois disso”, em João 6:1, conecta esse evento aos acontecimentos
anteriores, provavelmente à Festa da Páscoa mencionada no capítulo 5,
estabelecendo um contexto significativo. Como a Páscoa celebrava a libertação
de Israel do Egito e a provisão do maná no deserto, esse milagre antecipa a
revelação de Jesus como o verdadeiro pão que desceu do céu (João 6:32-35),
oferecendo uma nova dimensão da redenção divina.
2.
O milagre
Com
relação ao milagre da multiplicação dos pães e peixes, o Rev. Hernandes Dias
Lopes narra o seguinte:
“O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes é o mais
documentado e o mais público dos milagres. Está registrado em todos os evangelhos. Embora João omita
vários detalhes do registro dos Evangelhos Sinóticos, oferece outros pormenores
que não estão contemplados naqueles. Os Evangelhos Sinóticos, por exemplo,
mencionam dois motivos pelos quais Jesus e seus discípulos foram para o lado
oriental do Mar da Galileia. Primeiro, eles andavam muito atarefados com as
demandas variegadas das multidões e nem sequer tinham tempo para comer.
Segundo, estavam abatidos com a notícia trágica da morte de Joao Batista, por
ordem do rei Herodes.
Hernandes
Dias Lopes, citando Warren Wiersbe, diz que, com respeito ao milagre da
multiplicação dos pães e dos peixes, foram propostas quatro soluções: Em
primeiro lugar, os discípulos sugeriram que Jesus mandasse o povo embora
(Mc.6:35); a segunda solução veio de Filipe, em resposta ao “teste” de Jesus:
juntar dinheiro suficiente para comprar pão para o povo (João 6:5-7); a
terceira sugestão veio de André, mas ele não estava seguro de como o problema
seria resolvido (João 6:8,9); a quarta solução foi apresentado por Jesus, a
verdadeira solução (João 6:10-13).
Se
Filipe acentua a falta de dinheiro para alimentar a multidão, André destaca a pequena provisão disponível - cinco pães
de cevada e dois peixinhos - para alimentar tanta gente. Mas ele mesmo,
tomado pela lógica, deu seu parecer: “[...] o que é isto para tanta gente?”.
Nenhum dos dois discípulos conseguiu discernir a disposição de Jesus para
resolver o problema. Quando olhamos para a insignificância dos nossos recursos
e a grandeza dos desafios, ficamos desesperados. Jamais poderemos atender à
demanda das multidões se nos fiarmos em nossos próprios recursos.
O
milagre de Deus ocorre quando o homem decreta sua falência. Eles tinham um
déficit imenso. Era um orçamento desfavorável: cinco pães e dois peixes para
alimentar uma grande multidão. O rapaz entregou seu lanche a André, que o levou
a Jesus, e Jesus então o multiplicou. Não podemos fazer o milagre, mas podemos
levar o que temos às mãos de Jesus. Deus não nos chama para prover para sua
obra. Essa é a responsabilidade dele. Deus nos chama para colocarmos em suas
mãos o que nós temos, ainda que sejam apenas alguns pães e peixes, e Ele
cuidará da multiplicação.
Jesus
opera o milagre valendo-se do pouco que eles tinham. O pouco nas mãos de Jesus
é uma provisão suficiente para uma grande multidão. Há um ritual seguido por
Jesus: Ele toma os pães e os peixes e dá graças; Ele os entrega aos discípulos,
que os repartem com a multidão. A multidão come até
se fartar. Foram cinco mil homens, além de mulheres e crianças alimentadas (Mt.14:21).
Nenhuma
necessidade houve. Nenhuma escassez de provisão houve. Jesus tem pão com
fartura. Aquele que se alimenta dele não tem mais fome. Ele satisfaz
plenamente. Assim como Deus alimentou o povo com maná no deserto, agora Jesus
está alimentando uma multidão. O mesmo Deus que multiplicou o azeite da viúva
está agora multiplicando pães e peixes. O mesmo Jesus que transformou água em
vinho está agora exercendo o seu poder criador para multiplicar os pães e os
peixes.
O
milagre da multiplicação é da economia de Cristo; a obra da distribuição é da
responsabilidade dos discípulos. Jesus sempre tem pão com fartura para os
famintos; cabe-nos, porém, a sublime tarefa de alimentá-los! Somos cooperadores
de Deus. O milagre vem de Jesus, mas nós o repartimos com a multidão. Não temos
o pão, mas o distribuímos a partir das mãos de Jesus”.
3. Qual era o interesse da multidão?
A
multidão que seguia Jesus demonstrava um interesse superficial e utilitarista
em relação ao Mestre. Em João 6:2, o evangelista destaca que o povo buscava
Jesus “porque via os sinais que operava sobre os
enfermos”. Isso revela uma motivação equivocada: em vez de desejar um
relacionamento genuíno com Cristo e absorver seus ensinamentos, muitos estavam
apenas interessados nos benefícios imediatos que Ele podia proporcionar.
No
dia seguinte à multiplicação dos pães, Jesus confronta diretamente essa
atitude, afirmando: “Em verdade, em verdade vos
digo que me buscais, não porque vistes os sinais, mas porque comestes do pão e
vos saciastes” (João 6:26). Ele deixa claro que sua missão não se
limitava a suprir necessidades materiais, mas a oferecer o verdadeiro pão da
vida – a salvação e o alimento espiritual que satisfaz eternamente (João
6:27,35).
A
postura daquela multidão reflete uma realidade ainda presente em nossos dias.
Muitos buscam a Deus apenas por aquilo que Ele pode dar – bênçãos,
prosperidade, cura.... – Mas não têm interesse em um compromisso real com
Cristo. No entanto, Jesus não veio apenas para atender às necessidades
terrenas, mas para transformar o ser humano por meio de sua Palavra e de uma
nova vida em comunhão com Deus. Assim, Ele nos ensina que a verdadeira fé não
se baseia no que podemos receber d’Ele, mas na entrega e na adoração ao único
que pode dar sentido e plenitude à existência.
II. JESUS DESAFIA A FÉ DOS DISCÍPULOS
1.
“E Jesus subiu ao monte” (João 6:3)
A
menção de que Jesus subiu ao monte não aponta para um local geograficamente
definido, mas simboliza um padrão comum em seu ministério. Em diversos
momentos, Ele se retirava para montes ou lugares elevados para ensinar, orar e
preparar os discípulos (Mt.5:1; 14:23; Lc.6:12). Esse gesto reflete um
propósito pedagógico e espiritual, criando um ambiente propício para instrução
e reflexão.
Ao
sentar-se com os discípulos, Jesus demonstra uma postura de mestre, típica dos
rabis judeus ao ensinar seus seguidores. Nesse contexto, Ele percebe a
aproximação da multidão e inicia um teste de fé com Filipe ao perguntar sobre a
possibilidade de alimentar aquela grande quantidade de pessoas. Essa pergunta
não era uma busca por informação, mas um desafio à visão espiritual dos
discípulos. O Senhor frequentemente usava situações cotidianas para expandir a
compreensão de seus seguidores, ensinando-lhes que a provisão divina vai além
dos recursos humanos.
Esse
momento ressalta que a fé é construída em meio aos desafios. Jesus já sabia o
que faria (João 6:6), mas queria que seus discípulos aprendessem a confiar Nele
e não apenas em soluções lógicas e materiais. Assim, essa passagem nos ensina
que, muitas vezes, Deus nos coloca diante de situações impossíveis para que
aprendamos a depender totalmente dele e não dos nossos próprios meios.
Possíveis
localizações do Monte
Embora
o Evangelho de João não identifique especificamente qual monte Jesus subiu em
João 6:3, algumas conjecturas podem ser feitas com base na geografia da região
e nos relatos dos Evangelhos Sinóticos:
a) Colinas
ao leste do mar da Galileia. A
tradição cristã e estudiosos sugerem que esse monte poderia estar localizado
nas colinas próximas a Betsaida, uma cidade situada ao norte do mar da
Galileia. Essa região possuía terrenos elevados que poderiam servir como um
local adequado para Jesus se afastar e ensinar.
b) Monte
das Bem-Aventuranças. Algumas
tradições apontam que o local do sermão da montanha (Mt.5–7) e o local da
multiplicação dos pães poderiam estar na mesma região. O Monte das
Bem-Aventuranças fica a noroeste do mar da Galileia e possui uma vista ampla da
região, o que se encaixa na descrição de João 6:3.
c) Região
de Golã. Alguns
estudiosos sugerem que Jesus poderia ter se dirigido a uma área montanhosa ao
leste do mar da Galileia, na região das colinas de Golã, que possuía elevações
suficientes para permitir que Ele avistasse a multidão se aproximando.
Independentemente
da localização exata, o ato de Jesus subir ao monte carrega um significado
simbólico importante. Nos Evangelhos, os montes frequentemente são lugares de
comunhão com Deus, revelação e ensino. Moisés subiu ao monte Sinai para receber
a Lei (Êx.19), Elias teve um encontro com Deus no monte Horebe (1Rs.19), e
Jesus frequentemente se retirava a montes para orar e ensinar (Mt.14:23;
Lc.6:12).
Assim,
o monte em João 6:3 não é apenas um local geográfico, mas um espaço onde Jesus
prepara um grande ensinamento: Ele não apenas provê pão físico, mas
apresenta-se como o verdadeiro Pão da Vida (João 6:35).
2. O desafio para os discípulos
Jesus
utilizou a necessidade da multidão como um meio de ensinar uma lição profunda
aos seus discípulos sobre fé, dependência de Deus e a limitação do esforço
humano. Quando confrontado com a fome de milhares de pessoas, Filipe reagiu de
maneira lógica e racional, calculando o custo necessário para alimentar a
multidão: “Duzentos dinheiros de pão não lhes
bastarão, para que cada um deles tome um pouco” (João 6:7). Sua resposta
reflete uma mentalidade comum aos seres humanos, que muitas vezes limitam sua
visão ao que é materialmente possível, esquecendo-se do poder sobrenatural de
Deus.
O
teste aplicado a Filipe (João 6:6) não foi apenas um questionamento sobre como
resolver um problema prático, mas uma oportunidade para ele perceber que,
diante das impossibilidades humanas, Deus pode intervir milagrosamente. A
solução apresentada por André também revela um senso de inadequação: “Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois
peixinhos, mas o que é isto para tantos?” (João 6:9). A incredulidade diante da limitação dos recursos mostra
como os discípulos ainda precisavam amadurecer na fé.
Jesus,
no entanto, não repreendeu a lógica humana de Filipe e André, mas demonstrou
que a fé verdadeira ultrapassa a razão. Ele tomou os pães e peixes, deu graças
e multiplicou o alimento, mostrando que a provisão divina é abundante e
suficiente para suprir todas as necessidades. Esse milagre ensina que, para
cumprir a missão do Reino, os discípulos não devem confiar apenas em seus
próprios recursos ou estratégias, mas devem aprender a confiar na provisão
sobrenatural de Deus.
Assim,
esse episódio reforça que o Senhor desafia a fé dos seus seguidores não para
expô-los ao fracasso, mas para expandir sua confiança n'Ele e ensiná-los a
depender inteiramente do poder divino.
3.
Uma lição de provisão
A
multiplicação dos pães e peixes revela uma poderosa lição sobre a provisão
divina. O fato de a solução ter vindo de um simples menino, com um pequeno
lanche, ilustra que Deus pode usar os recursos mais improváveis para cumprir os
seus propósitos. Os cinco pães de cevada e dois peixinhos representavam uma
oferta humilde e aparentemente insignificante diante da grande necessidade da
multidão. No entanto, quando colocados nas mãos de Jesus, tornaram-se mais do
que suficientes.
Ao
tomar os pães e peixes, Jesus deu graças ao Pai, demonstrando dependência e
gratidão antes mesmo da multiplicação acontecer. Esse gesto ensina que a
provisão de Deus vem acompanhada de fé e reconhecimento de que tudo pertence a
Ele. Após a distribuição, o milagre não apenas supriu a fome do povo, mas
sobrou alimento, de modo que os discípulos recolheram doze cestos cheios (João
6:12,13). O número doze pode simbolizar a suficiência de Deus para suprir seu
povo, incluindo os doze discípulos, reforçando a ideia de que o Senhor nunca dá
apenas o necessário, mas abundantemente além do que pedimos ou pensamos
(Ef.3:20).
Essa
passagem ensina que a provisão de Deus não se limita à lógica humana. Muitas
vezes, olhamos para nossas limitações e dificuldades e nos esquecemos de que
Deus é poderoso para transformar o pouco em muito. Ele nos convida a confiar
n’Ele, oferecendo o que temos, por mais insignificante que pareça, pois nas
mãos de Cristo, até o menor recurso se torna suficiente para suprir grandes
necessidades.
Assim,
a multiplicação dos pães e peixes não foi apenas um ato de provisão física, mas
uma lição de fé e confiança. Deus deseja que dependamos d’Ele em todas as áreas
da vida, certos de que Ele é o nosso provedor fiel, capaz de surpreender com
soluções extraordinárias para aqueles que confiam plenamente em Seu poder.
III. JESUS – O PÃO QUE DESCEU DO CÉU
1.
Qual é o real interesse da multidão?
O
interesse da multidão por Jesus estava profundamente enraizado na satisfação de
suas necessidades imediatas e materiais. Quando chegaram a Cafarnaum e
encontraram Jesus, sua preocupação não era compreender o significado do milagre
da multiplicação dos pães e peixes, mas sim descobrir como Ele havia chegado
ali. A pergunta deles: "Rabi, quando
chegaste aqui?" (João 6:25) revela um interesse
superficial e carnal, baseado mais na curiosidade do que em um desejo genuíno
de aprender dele.
Jesus,
conhecendo os corações, não responde diretamente à pergunta, mas confronta suas
intenções: "Em verdade, em verdade vos
digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos
saciastes” (João 6:26). Essa
declaração expõe uma realidade preocupante: eles não estavam buscando Jesus
como o Messias ou como Aquele que revelava a vontade do Pai, mas apenas como
alguém que poderia suprir suas necessidades materiais. Eles haviam
experimentado a provisão milagrosa, mas não compreenderam o significado
espiritual por trás do sinal.
Em
resposta, Jesus exorta a multidão: "Trabalhai,
não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a
qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou” (João
6:27). Aqui, o Mestre redireciona o foco da multidão, contrastando as
necessidades temporais com as eternas. O sustento físico é necessário, mas não
deve ser o centro da vida. Mais importante que o pão material é o verdadeiro
alimento que nutre a alma e conduz à vida eterna: Ele mesmo, o Pão que desceu
do Céu.
Essa
advertência de Jesus continua sendo essencial para a Igreja hoje. Muitos buscam
a Cristo apenas pelos benefícios terrenos, como prosperidade, cura ou soluções
imediatas para problemas. No entanto, Jesus nos convida a um relacionamento
mais profundo, no qual Ele não é apenas o provedor de bênçãos materiais, mas a
própria essência da vida espiritual. Buscar apenas o que é passageiro nos
afasta da verdadeira comunhão com Deus. Portanto, como discípulos, devemos ter
fome e sede da Palavra de Deus, entendendo que somente Jesus pode satisfazer
plenamente as necessidades mais profundas da alma humana (João 6:35).
2. O Pão do Céu – A identidade de Jesus
A
identidade do "pão do céu" é
inquestionavelmente atribuída ao próprio Cristo. Ao declarar: "Eu
sou o pão da vida" (João 6:35,48,51), Jesus não apenas revela sua
missão de saciar a fome espiritual da humanidade, mas também faz uma afirmação
contundente sobre sua natureza divina. A expressão "Eu sou” usada por Ele diversas vezes
no Evangelho de João, ecoa a autodeclaração de Deus a Moisés na sarça
ardente: "Eu Sou o que Sou” (Êx.3:14). Isso evidencia que
Jesus não é apenas um profeta ou mestre, mas o próprio Deus encarnado.
As
sete declarações "Eu Sou" no Evangelho de João
João
enfatiza a divindade de Cristo por meio de sete afirmações fundamentais, nas
quais Jesus se identifica com aspectos essenciais da vida espiritual:
a) "Eu
Sou o Pão da vida" (João
6:35,48,51). Jesus é o verdadeiro sustento espiritual, diferente do alimento
físico que é temporário.
b) "Eu
Sou a Luz do mundo" (João
8:12; 9:5). Ele ilumina a escuridão do pecado e guia à verdade.
c) "Eu
Sou a Porta das ovelhas" (João
10:7,9). A única entrada legítima para a salvação e para o Reino de Deus.
d) "Eu
Sou o Bom Pastor" (João
10:11,14). Ele cuida, protege e dá a vida por suas ovelhas.
e) "Eu
Sou a Ressurreição e a Vida" (João
11:25). O poder sobre a morte e a promessa da vida eterna.
f) "Eu
Sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (João 14:6). A única via de acesso ao Pai.
g) "Eu
Sou a Videira verdadeira" (João
15:1,5). A fonte da comunhão e do crescimento espiritual para os crentes.
Cada
uma dessas declarações reforça que Jesus não apenas veio para ensinar sobre
Deus, mas para ser o próprio meio pelo qual Deus se revela e concede vida
eterna aos que creem Nele.
O
Maná e o verdadeiro Pão do Céu
Jesus
faz uma comparação direta entre o maná dado a Israel no deserto e o verdadeiro
pão do céu (João 6:32). No tempo de Moisés, Deus supriu milagrosamente
o povo com o maná, um alimento físico temporário. Contudo, aqueles que comeram
do maná ainda morreram. Jesus, por outro lado, afirma:
“Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não
morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá
para sempre” (João 6:50,51).
Essa
afirmação deixa claro que Ele não está falando de um alimento terreno, mas de
uma realidade espiritual. O maná era um símbolo provisório da provisão de Deus,
enquanto Jesus é a provisão definitiva. Quem se alimenta dele, ou seja, quem
crê e recebe sua vida, não apenas terá sustento espiritual, mas a garantia da
vida eterna (João 6:50,51).
Assim,
essa passagem nos ensina que a busca pelo sustento verdadeiro não deve estar
focada apenas nas coisas terrenas, mas em Cristo, o Pão da Vida (João 6:35),
que satisfaz plenamente a fome espiritual e concede vida eterna aos que Nele
confiam.
3.
O que é “comer o pão”?
A
expressão "comer o pão" no discurso de Jesus em João 6:51 tem um
significado profundamente espiritual e simbólico. Ao afirmar que "o pão que eu der é a minha carne", Jesus aponta para sua morte sacrificial na cruz.
Ele não está falando literalmente de comer sua carne, mas sim de receber, pela
fé, o benefício de sua obra redentora.
A
associação entre o “pão da vida” e
sua “carne dada pela vida do mundo” se
relaciona diretamente com o sacrifício vicário de Cristo. Ele morreu para que
todo aquele que nele crê tenha vida eterna. Mais tarde, o apóstolo Paulo
reafirma esse princípio ao associar o pão da Ceia do Senhor ao corpo de Cristo,
dizendo: "Isto é o meu corpo, que é
partido por vós; fazei isto em memória de mim” (1Co.11:24).
Assim, comer
o pão significa aceitar, pela fé, a obra redentora de Jesus,
apropriando-se de sua vida e sacrifício.
A
diferença entre o maná e o Pão da vida
Jesus
faz uma distinção fundamental entre o maná dado a Israel no deserto e Ele
próprio como o Pão da vida:
a) O
maná era provisório; Jesus é eterno
Os
israelitas que se alimentaram do maná no deserto acabaram morrendo fisicamente
(João 6:49).
Aqueles
que se alimentam de Cristo pela fé terão vida eterna (João 6:50,51).
b) O
maná era um sustento físico; Jesus é o sustento espiritual
O
maná supria a necessidade corporal dos israelitas.
O
Pão da Vida alimenta a alma, dando sentido, propósito e salvação eterna.
c) O
maná era ingerido fisicamente; o Pão da Vida é recebido pela fé
O
maná era mastigado e digerido, servindo apenas para a nutrição física.
Jesus,
como o Pão da Vida, deve ser recebido espiritualmente por meio da fé.
O
Pão não deve apenas ser conhecido, mas apropriado
Um
dos ensinamentos centrais dessa passagem é que Cristo não deve ser apenas
reconhecido como Salvador, mas experimentado pessoalmente como
Senhor e Redentor.
Muitas
pessoas ouvem sobre Jesus, mas poucas realmente se
alimentam dele. espiritualmente
Receber
Cristo como o Pão da Vida significa:
- Crer nele
de forma genuína (João 6:47).
- Apropriar-se
de sua graça e viver por Ele (João 6:57).
- Depender dele
como única fonte de vida e salvação.
Assim,
a metáfora do “comer o pão” nos
ensina que a fé verdadeira exige mais do que conhecimento intelectual; exige um
compromisso total e uma comunhão profunda com Cristo. Somente aqueles que se
alimentam dele, vivendo por Ele, desfrutarão da plenitude da vida eterna.
CONCLUSÃO
Aprendemos
nessa Lição sobre a identidade e a missão de Jesus como o verdadeiro Pão da
Vida. A multidão que O seguia buscava apenas satisfação material, mas Cristo os
desafiou a enxergar além do pão terreno e a desejar o alimento que conduz à
vida eterna. Assim como o maná sustentou Israel no deserto, mas não os livrou
da morte, Jesus se apresenta como o verdadeiro Pão do Céu, aquele que sacia
plenamente a fome espiritual e concede vida eterna àqueles que Nele creem.
Comer
deste Pão significa mais do que apenas conhecer a Cristo; envolve apropriar-se dele
pela fé, reconhecendo que sua morte e ressurreição são a única fonte de
salvação. Ele nos convida a uma vida de total dependência dele, não apenas para
provisão terrena, mas para a nutrição espiritual que transforma e sustenta
eternamente.
Portanto,
que nossa busca não se limite às necessidades temporais, mas que desejemos
continuamente nos alimentar de Cristo, pois somente Ele satisfaz a alma e nos
conduz à vida abundante e eterna.
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