TRABALHO E PROSPERIDADE
INTERAÇÃO
O trabalho é um dom de
Deus para a humanidade. Ele eleva a dignidade do homem e a da mulher. Esta, no
entanto, conquistou um papel de destaque no mercado profissional. Não se pode
ignorar o advento da mulher no mercado de trabalho como elemento revolucionário
para o modelo tradicional da família. Hoje, na maioria dos casos, mesmo que a
mulher opte por não mais trabalhar fora, o homem não consegue prover a família
com o próprio salário. O custo de vida é caro, o salário é pequeno, fazendo com
que até os aposentados retornem ao mercado formal do trabalho. O fato é que
para prosperarem na vida, tanto o homem quanto a mulher devem trabalhar,
trabalhar... É através do trabalho que prosperamos.
LEITURA BIBLICA-
PROVERBIOS
Pv 10.22 A
bênção do Senhor prospera
Pv 3.9,10 A generosidade gera prosperidade
Pv 3.13-15 O conhecimento gera prosperidade
Pv 22.13; 24.3 4A preguiça afasta a prosperidade
Pv 24.30 A preguiça gera displicência
Pv 30.25 Poupar também é prosperar
Provérbios 3.9,10; 22.13; 24.30-34
9 Honra ao
SENHOR com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda;10e se encherão
os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus lagares.
13 Diz o
preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das ruas.
30 Passei pelo
campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento; 31 e eis
que toda estava cheia de cardos, e a sua superfície, coberta de urtigas, e a
sua parede de pedra estava derribada. 32 O que tendo eu visto, o considerei; e,
vendo-o, recebi instrução. 33 Um pouco de sono, adormecendo um pouco,
encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado, 34 assim sobrevirá a tua
pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado.
DEUS é
trabalhador - Jesus disse: “Meu Pai trabalha
até agora, e eu trabalho também” (João 5:17)
Só
há verdadeira prosperidade quando há verdadeiro trabalho.
Só
há verdadeiro trabalho quando DEUS está em primeiro lugar na vida do
trabalhador.
O primeiro
homem já aprendeu desde sua criação que deveria trabalhar.
Gêneses 2:15: “Tomou, pois, o Senhor Deus o homem, e o pôs no jardim do
Éden para o lavrar e guardar”
Marcos
6.3 Não é este o carpinteiro,
filho de Maria, e irmão de Tiago, e de José, e de Judas e de Simão? e não estão
aqui conosco suas irmãs? E escandalizavam-se nele. (grifo nosso).
Isaías 53.3 Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens, homem
de dores, e experimentado nos trabalhos; e, como um de quem os
homens escondiam o rosto, era desprezado, e não fizemos dele caso algum. (grifo
nosso).
Efésios 6:7-8 -
Sirvam aos seus senhores de boa vontade, como
servindo ao Senhor, e não aos homens, porque vocês sabem que o Senhor
recompensará cada um pelo bem que praticar, seja escravo, seja livre.
1 Coríntios 3:8 O que planta e o que rega têm um só
propósito, e cada um será recompensado de acordo com o seu próprio trabalho.
1
Tessalonicenses 2:9 Irmãos, certamente vocês se
lembram do nosso trabalho esgotante e da nossa fadiga; trabalhamos noite e dia
para não sermos pesados a ninguém, enquanto pregávamos o evangelho de Deus a
vocês.
Atos dos
Apóstolos 20:35 Em tudo o que fiz, mostrei a vocês
que mediante trabalho árduo devemos ajudar os fracos, lembrando as palavras do
próprio Senhor Jesus, que disse: 'Há maior felicidade em dar do que em receber'
".
2
Tessalonicenses 3.10 Porque, quando ainda
estávamos convosco, vos mandamos isto, que, se alguém não quiser trabalhar, não
coma também.
HÁ UMA GRANDE DIFERENÇA ENTRE POSSE E MORDOMIA:
DEUS
é o possuidor de todas as coisas (Gn
14.19-22; Sl 24.1; 50.1-12; 68.19; 89.11; Ag 2.8).
Enquanto
Mordomia implica que não somos donos; somos apenas mordomos responsáveis que
devem prestar contas (Mt 25.14-30;
Lc 19.11-26). Temos diferentes relações entre dono-mordomo:
a) Vida, o que recebemos (Gn 1.27-28; At 17.25; Tg 1.17).
b) Tempo, o que nos foi outorgado (Pv 24.30-34); Sl 90:12).
c) Talentos, o que nos foi dado para usar (Mt 25.14-30).
d) Possessões, o que nos é confiado (Mt 6.19-21; Co 3.1- 2).
e) Finanças, o que ganhamos com o nosso trabalho (I Co 16.1-2).
Para
sermos um bom mordomo são necessários os requisitos:
a) Fidelidade (I Co
4.1-2).
b) Disposição a receber ensino (Sl 27.11).
c) Desejo de servir as pessoas (Rm 12.10-13).
d) Um coração de servo (Gl 5.13).
e) Disposição para dar (Lc 6.38).
INTRODUÇÃO
A
necessidade de trabalhar faz parte da natureza do homem.
Esta afirmação é verdadeira pelo fato de o homem ter sido criado “a imagem e
conforme à semelhança de Deus”. Assim, o homem não foi criado para
ser inerte, parado, sem vida. Trabalhar é estar em ação, em atividade. O
trabalho feito com prazer, especialmente por aqueles que têm consciência de que
estão cumprindo a vontade de Deus, não apenas dignifica o homem como também o
vitaliza, pois, conforme afirmou Salomão, “em
todo o trabalho há proveito...” (Pv 14:23).
Para
o homem sem Deus, ou até para aquele que se diz “crente”, mas
não conhece a Palavra de Deus, trabalhar se torna uma obrigação, um agente
gerador de ansiedade. Trabalham, mas, trabalham de mal com o trabalho, vendo na
pessoa do patrão, um agente escravizador. Isto não pode acontecer com aquele
que conhece a Palavra de Deus. Afirmo que o trabalho foi instituído por Deus,
mesmo antes da queda do homem. Trabalhar, portanto, significa cumprir a vontade
de Deus. Para um filho de Deus ter um trabalho e poder tirar dele sua
subsistência deve ser considerada como uma benção, não como um sacrifício. Você
já agradeceu a Deus, hoje, pelo seu emprego, ou pela sua profissão?
Nesta
Aula, trataremos “algumas das metáforas usadas pelo sábio para tratar da
natureza do trabalho e sua importância. Elas revelam que o labor é uma condição
necessária à expressão humana”. Para aqueles que ainda não sabem, metáfora é
a comparação de palavras em que um termo substitui outro. É uma comparação
abreviada em que o verbo não está expresso, mas subentendido. Por exemplo, ao
dizer que o irmão "está forte como um touro", certamente, não
significa que ele se pareça fisicamente com o animal, mas que ele está tão
forte que faz lembrar um touro, comparando a força entre o animal e o
indivíduo. Usando a metáfora da formiga: “vai
ter com a formiga, ó preguiçoso” (Pv 6:6). Isto quer dizer: mova-se,
tome uma atitude na vida, sai dessa preguiça, trabalhe com ousadia e
determinação! “Era dessa forma que os sábios da antiguidade ensinavam, pois
quando se entende tais metáforas, compreende-se melhor a natureza do trabalho”,
afirma o pr. José Gonçalves.
I. A METÁFORA
DO CELEIRO E DO LAGAR (Pv 3:9,10)
“Honra
ao SENHOR com a tua fazenda e com as primícias de toda a tua renda; e se
encherão os teus celeiros abundantemente, e trasbordarão de mosto os teus
lagares”.
Lagar:
“Palavra
que é usada indiscriminadamente a respeito do instrumento no qual as uvas eram
esmagadas, ou a respeito do balde que aparava o suco daí resultante. Sua
plenitude era sinal de prosperidade, enquanto quando o lagar estava ‘seco’
havia a representação simbólica de fome.
“É
o vocábulo usado metaforicamente em Is 63:3, e também em Jl 3:13, onde o lagar
cheio e transbordante indica a grandeza do morticínio de que o povo estava
ameaçado. Faz parte de um notável símile, em Lm 1:15; e em Ap 14:28-20, forma
parte da linguagem apocalíptica que se segue à predição sobre a queda de
Babilônia” (Novo Dicionário da Bíblia – J.D. Douglas).
1. A dádiva que faz prosperar. Dentre as muitas metáforas usadas por
Salomão para se referir ao trabalho, encontramos a metáfora do “celeiro” e do
“lagar”. O sábio aconselha: “Honra ao SENHOR com a tua fazenda e com as
primícias de toda a tua renda; e se encherão os teus celeiros abundantemente, e
trasbordarão de mosto os teus lagares”. Aqui, temos um apelo a favor
do uso apropriado das posses materiais. No final das contas, o homem é um
mordomo, e tudo que ele tem pertence a Deus (Salmos 50:10-12 e 24:1). Quando
ele honra a Deus com parte do seu progresso, ele vai ser abençoado materialmente
- “e se encherão os teus celeiros”. Temos aqui um princípio de mordomia
e não uma garantia de riquezas materiais. Podemos confiar a Deus as nossas
dádivas e que Ele garante a provisão das nossas necessidades materiais (Mt
6:33). O mordomo cristão nunca precisa temer que vai ser o perdedor ao dar a
Deus (Ml 3:8-10). Ninguém perde porque crê ou porque obedece. O homem de Deus
não é um servo relutante, mas um mordomo feliz e responsável.
É
válido ressaltar que uma vida próspera não é somente resultado do sucesso
financeiro, mas, sim, da obediência a Deus, da fidelidade e da santidade (Pv
3:3,4). Como cristãos, podemos afirmar que nossas riquezas são e serão sempre
intangíveis e nunca somente monetárias. Atualmente, os crentes têm sido
iludidos quando o assunto é prosperidade. Eles tendem a relacionar o “ser
próspero” ao dinheiro e bens materiais. Muitos estão buscando desesperadamente
os bens materiais. Querem ser ricos a todo o custo e acabam desprezando a Deus,
tropeçando e perdendo o bem precioso, a salvação. Por isso Jesus adverte: “Pois
que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se perder a sua alma? Ou que
dará o homem em recompensa da sua alma?” (Mt 16:26). “Mas Deus lhe disse: Louco! esta
noite te pedirão a tua alma; e o que tens preparado, para quem será?” (Lc
12:20).
Não
podemos ser influenciados pela maneira de pensar deste mundo (Rm 12:2). Para
alguns, o "TER" passou a ser mais importante que o "SER". O
materialismo estimula as pessoas a viverem para TER. Porem, a ênfase do
cristianismo bíblico está em viver para SER. Somos desafiados a viver para
sermos santos, luz do mundo e sal da terra em meio a uma geração que vive para
TER. É evidente que como seres terrenos temos que trabalhar com ousadia,
integridade e dedicação para conquistar os recursos materiais necessários para
nossa sobrevivência e contribuir para o reino de Deus. Contudo, a Bíblia
condiciona a prosperidade do homem a uma vida de obediência ao Senhor. Não é
possível ter-se felicidade, bem-estar, alegria, sucesso e êxito se o indivíduo
não cumprir a lei do Senhor, não O buscar de todo o seu coração.
A
Verdadeira prosperidade, portanto, é o resultado da obediência, é fruto de um
estado espiritual de comunhão com Deus. Jesus encontrou pessoas materialistas,
como o jovem rico, que preferiu suas próprias riquezas em vez das riquezas do
reino. Mas ele também encontrou pessoas como Zaqueu, que foram capazes de
trocar o materialismo pelos valores do reino. Pertencer ao Reino de Deus é está
diretamente ligado ao "SER" - ser benigno, ético, compassivo etc.
2. A bênção que enriquece - “A bênção do Senhor é que
enriquece, e ele não acrescenta dores” (Pv
10:22). Não podemos negar e nem deixar de ser gratos por essa vida, pois, para
os crentes e demais homens, ela é um testemunho da bondade e misericórdia de
Deus. Os bens materiais, inclusive o dinheiro, são bênçãos que Deus nos concede
para usufruirmos dele e beneficiar o próximo e a obra de Deus. Seria hipocrisia
de nossa parte negar que o dinheiro é um bem apreciável, pois quanto mais
recursos financeiros uma pessoa possui, mais oportunidades ela tem para
oferecer uma educação melhor aos seus descendentes, investir em sua saúde,
adquirir bens que serão utilizados de forma razoável e confortável, e abençoar
a obra de Deus de forma generosa. Mas, precisamos entender também que o
dinheiro é um ótimo servo, mas um senhor impiedoso se o colocarmos nessa posição
também. Se não tivermos nossas vidas diante de Deus, perderemos o foco da
verdadeira prosperidade: um relacionamento com o Doador, e não com a dádiva.
Não foi à toa que Jesus falou contra Mamom e os perigos do relacionamento com
ele.
Fazer
a vontade de Deus e manter uma estreita comunhão com Ele é o segredo para se
ter uma vida próspera. Independentemente das circunstâncias que estejamos
passando, temos a certeza de que o bom Pastor e Bispo de nossas almas nunca nos
desampara. Ele está conosco em meio aos pastos verdejantes, e não nos abandona
quando temos que enfrentar os vales e os desertos da vida. Somente em Jesus
temos a verdadeira prosperidade. É somente quando a bênção de Deus estiver
presente que o celeiro e o lagar se encherão e transbordarão. “É a bênção divina que faz a distinção entre ter
posses e ser verdadeiramente próspero, pois é possível ser rico, mas não ser
feliz”.
II. A METÁFORA DA FORMIGA (Pv 6:6-11)
“Vai
ter com a formiga, ó preguiçoso; olha para os seus caminhos e sê sábio. A qual,
não tendo superior, nem oficial, nem dominador, prepara no verão o seu pão; na
sega ajunta o seu mantimento. Ò preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando
te levantarás do teu sono? Um pouco de sono, um pouco tosquenejando, um pouco
encruzando as mãos, para estar deitado, assim te sobrevirá a tua pobreza como
um ladrão, e a tua necessidade, como um homem armado” (Pv 6:6-11).
1. As formigas sabem poupar. Em Pv 6:6-11, o sábio nos adverte a
aprender com as formigas. Numa época em que as mudanças ocorrem numa rapidez
que nos atordoa, nossa única defesa é a tentativa de antecipar, como as
formigas fazem, o amanhã e nos prepararmos, desde já, para responder aos
desafios que o futuro nos apresentará. O segredo para ter mais segurança quanto
ao futuro é fazermos planos e trabalharmos baseados neles agora. A conhecida
passagem de Tiago 4:13-16 nos diz para não fazer planos para o futuro, e sim
para nos darmos conta de que todos os planos para o crente são declarações de
fé. É à nossa maneira de dizermos: “Senhor, é isso
o que acreditamos que quer que façamos, e é isso que temos a intenção de fazer.
Se quiseres nos dirigir para o outro caminho, estamos abertos à tua orientação.
Enquanto isso, prosseguimos pela fé”. Portanto, precisamos fazer planos
e oferecê-los como declarações de fé ao Senhor como nosso compromisso a Ele.
Prepare-se, pois seu futuro depende, em grande parte, do que você fizer hoje.
2. A Bíblia condena o preguiçoso. Sobre
a Preguiça, a Bíblia diz: “A preguiça faz cair em
profundo sono, e a alma enganadora padecerá fome” (Pv 19:15); “Pela
muita preguiça se enfraquece o teto, e pela frouxidão das mãos goteja a casa” (Ec
10:18). Num mundo competitivo como o nosso, ninguém pode se dar ao luxo da
preguiça. Com acerto afirmou Elifaz a Jó: “Mas
o homem nasce para o trabalho, como as faíscas das brasas se levantam para voar”
(Jó 5:7). Isto corrobora a nossa afirmação de que o trabalho foi
instituído por Deus e que é uma exigência da natureza do homem. Em sendo assim,
e assim é, então queremos crer que não existe crente que conhece a Palavra e
que seja preguiçoso. Isto porque o crente, sendo nascido de novo, é filho de
Deus; como filho, ele é participante da natureza divina, conforme declara
Pedro: “Visto como o seu divino poder nos deu tudo o que diz respeito à vida
e piedade, pelo conhecimento daquele que nos chamou por sua glória e virtude,
pelas quais ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por
elas fiqueis participantes da natureza divina...” (2Pedro 1:3-4). Assim,
crente que é filho de Deus não pode ser preguiçoso, pois, a inércia, a
inatividade, e outros atributos que caracterizam a preguiça, não fazem parte da
natureza Divina. Lembre-se: o tempo é matéria-prima da vida. Precisamos tomar
consciência de sua importância e de como aproveitá-lo melhor.
III. A METÁFORA
DO LEÃO (Pv 22:13; 26:13)
“Diz o preguiçoso: Um leão está lá fora; serei morto no meio das
ruas” (Pv 22:13).
“Diz o preguiçoso: Um leão está no caminho; um leão está nas
ruas” (Pv 26:13).
Aqui
nestas duas metáforas, vemos as desculpas esfarrapadas do preguiçoso. Esse é o
tipo de pessoa que sempre acha boas razões para justificar a sua preguiça – “mais
sábio é o preguiçoso a seus olhos do que sete homens que bem respondem” (Pv
26:16). Note-se que o preguiçoso não é nenhum anormal. Frequentemente é um
homem comum que usou desculpas demais, recusas demais e adiamentos demais. Isso
explica, pelo menos em parte, por que a pobreza chega à casa dele. Ela surge
como um ladrão, e nada a pode impedir, porque é o fruto da indolência e da
procrastinação – “assim te sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua
necessidade, como um homem armado” (Pv 6:11).
Para
superar a preguiça, devem ser dados alguns pequenos passos em direção à
mudança. É necessário estabelecer uma meta concreta e realista, verificar quais
são os passos necessários para alcançá-la e segui-los. Deve-se orar, pedindo a
Deus força e persistência. Para que as desculpas não tornem alguém inútil, é
necessário parar de dar desculpas vãs. A preguiça é mais perigosa do que um
leão.
IV. O TRABLHO E A METÁFORA DOS ESPINHEIROS (Pv 24:30-34)
30. Passei pelo
campo do preguiçoso e junto à vinha do homem falto de entendimento;
31e eis que
toda estava cheia de cardos, e a sua superfície, coberta de urtigas, e a sua
parede de pedra estava derribada.
32. O que tendo
eu visto, o considerei; e, vendo-o, recebi instrução.
33. Um pouco de
sono, adormecendo um pouco, encruzando as mãos outro pouco, para estar deitado,
34. assim
sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessidade, como um homem
armado.
O
preguiçoso só vê dificuldades. O
caminho do preguiçoso não é cercado de espinhos, mas é como se fosse. O
problema não existe, mas por causa de sua preguiça ele age como se existisse. O
preguiçoso vê dificuldade em tudo. Ele não procura trabalho porque parte do
pressuposto de que todas as portas da oportunidade lhe estarão fechadas. Ele
não se dedica aos estudos porque está convencido de que não vale a pena estudar
tanto para depois não ter recompensa. Ele só enxerga espinhos na estrada da
vida enquanto dorme o sono da indolência.
É
diferente a vereda dos retos. Mesmo
que haja espinhos, o homem reto os enfrenta. Mesmo que a estrada seja sinuosa,
ele a endireita. Mesmo que haja vales, ele os aterra. Mesmo que haja montes,
ele os nivela. O homem reto é aquele que transforma dificuldades em
oportunidades, obstáculos em trampolins, desertos em pomares e vales em
mananciais. Ele não foca sua atenção nos problemas, mas investe toda a sua
energia na busca de soluções. (1)
1. Trabalho, prosperidade e espiritualidade! Enquanto passeava pelo campo, o sábio
observou a vinha de um preguiçoso, e eis que tudo estava cheio de espinhos.
Havia mato e urtigas por todo lado, e o muro de pedra estava em ruínas. O sábio
extraiu uma lição desse episódio: o indivíduo que gosta de dormir muito e está
sempre em repouso será assaltado pela pobreza repentina como quem encontra um
ladrão armado. Se a preguiça nos afastar de nossas responsabilidades, a pobreza
poderá afastar-nos do legitimo descanso que deveríamos desfrutar.
Aqueles
que sucumbem à preguiça espiritual tem a vida (representada pela vinha)
infestada de problemas (espinhos e urtigas) e não produzem fruto para Deus. As
defesas espirituais (o muro de pedra) caem por terra, e Satanás expande sua
área de atuação. Essa situação de desinteresse e apostasia resulta em pobreza
de alma.
2. Trabalho, ócio e lazer. Um homem normal não pode viver sem
trabalho. Não se trata de precisar ou não trabalhar pela sobrevivência;
trata-se de uma exigência da natureza humana, e isto procede de Deus. Deus não
criou o homem para viver em ociosidade. Quem, decididamente, se entrega
ao ócio, e se deixa dominar pela preguiça, acaba doente. São
estas pessoas as frequentadoras contumazes dos divãs dos psicanalistas, e dos
consultórios dos psicólogos.
O trabalho é uma das demonstrações mais eloquentes da dignidade
da pessoa humana. Ora, se Deus
fez o homem para servi-lo, para que executasse tarefas que exaltassem o nome do
Senhor, é praticamente intuitivo que todo e qualquer ser humano que se disponha
a se submeter ao senhorio de Deus seja alguém que tenha no trabalho uma de suas
principais marcas. Não é por outro motivo, aliás, que, ao longo da história
sagrada, não encontramos jamais alguém que tenha sido chamado por Deus que não
estivesse trabalhando. Deus jamais chamou e jamais chamará desocupados para a
sua obra, porquanto o ócio é algo que está em frontal
oposição ao que Deus é, ao que Deus representa.
Em
sendo assim, temos que todo povo chamado e constituído por Deus é um povo que
tem no trabalho, no serviço, um ponto característico.
CONCLUSÃO
O
trabalho além de dignificar o homem, o faz prosperar. Diante do Senhor ninguém
será considerado ‘mais crente’ por se ocupar somente de coisas espirituais e
negligenciar as práticas materiais. Em muitos casos, aqueles que alegam
‘trabalharem somente para Jesus’, na verdade, estão dando trabalho para a
igreja. Dizem que vivem da fé, mas na verdade vivem da boa-fé dos outros. A
esses, mais uma vez Salomão aconselha: “Vai ter com a formiga, ó preguiçoso;
olha para os seus caminhos e sê sábio” (Pv 6:6). Os homens mais espirituais da
Bíblia viviam nos labores dos seus trabalhos (2).
Portanto,
uma pessoa normal não pode viver sem trabalhar, mesmo não precisando prover sua
subsistência. É claro que muitos, embora desejando trabalhar, são impedidos,
quer por incapacidade física, mental ou social. Estes, em sendo necessário,
devem ser ajudados pelo Serviço Social da Igreja, ou por algum “irmão”, em
particular. Por isto Paulo usou a expressão “... se alguém não quiser
trabalhar, não coma também” (2Tes 3:10).
Nenhum comentário:
Postar um comentário