quarta-feira, 18 de junho de 2025

TOMÉ, DA INCREDULIDADE À FÉ INABALÁVEL

 

TOMÉ, DA INCREDULIDADE À FÉ INABALÁVEL

Tomé

Tomé foi um dos doze apóstolos de Jesus. Ele é mais lembrado por duvidar de que Jesus teria aparecido aos outros apóstolos após a ressurreição. Porém, anteriormente, ele havia demonstrado sua fé em Jesus e sua lealdade e compromisso com ele. Nele você pode ver a luta que pode existir entre a dúvida e a fé. No final, ao encontrar Jesus ressuscitado, exclamou de coração: Meu Senhor e meu Deus!

 

Tomé: O Discípulo Cético e Leal

Tomé, um dos doze apóstolos de Jesus Cristo, é frequentemente lembrado por seu ceticismo inicial em relação à ressurreição de Jesus, o que lhe rendeu o apelido de "Tomé Dídimo" (que significa "gêmeo"), ou popularmente "Tomé, o incrédulo". No entanto, reduzir Tomé a essa única característica seria ignorar a complexidade de sua fé e sua profunda lealdade a Cristo.

Quem era Tomé?

As Escrituras não fornecem muitos detalhes sobre a vida pregressa de Tomé. Sabemos que ele era um pescador, assim como vários outros discípulos, e seu nome aparece nas listas dos apóstolos nos evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e nos Atos dos Apóstolos. É no Evangelho de João, no entanto, que Tomé ganha mais destaque e onde podemos vislumbrar melhor sua personalidade.

Momentos Chave na Vida de Tomé:

  • Disposição para Sofrer com Jesus (João 11:16): Quando Jesus decide retornar à Judeia para ressuscitar Lázaro, apesar do perigo iminente de ser apedrejado pelos judeus, Tomé demonstra uma notável lealdade e coragem. Ele diz aos outros discípulos: "Vamos nós também, para morrermos com ele." Essa fala revela um Tomé dedicado e disposto a enfrentar a morte ao lado de seu mestre.
  • A Busca por Compreensão (João 14:5): Durante a Última Ceia, Jesus fala sobre ir preparar um lugar para seus discípulos e que eles conhecem o caminho. Tomé, com sua franqueza característica, interrompe e questiona: "Senhor, não sabemos para onde vais; como, pois, podemos saber o caminho?". Essa pergunta, embora pareça uma falha de compreensão, na verdade demonstra seu desejo genuíno de entender e sua necessidade de clareza, o que leva Jesus a proferir uma de suas mais famosas declarações: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai senão por mim."
  • O Cético da Ressurreição (João 20:24-29): Este é, sem dúvida, o episódio mais conhecido envolvendo Tomé. Quando os outros discípulos testemunham o Cristo ressuscitado e contam a Tomé, ele se recusa a acreditar, declarando: "Se eu não vir nas suas mãos o sinal dos cravos, e não puser o meu dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei." Oito dias depois, Jesus aparece novamente, e especificamente convida Tomé a tocar em suas feridas. Ao ver e tocar, Tomé profere uma das mais poderosas declarações de fé no Novo Testamento: "Meu Senhor e meu Deus!" Jesus então o adverte: "Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram."

O Legado de Tomé:

Apesar de seu ceticismo inicial, a fé de Tomé foi profundamente transformada. Sua história nos lembra que a fé nem sempre é fácil e que ter dúvidas faz parte do processo de crença. A perseverança de Jesus em lidar com a incredulidade de Tomé e a subsequente confissão de fé do discípulo são testemunhos poderosos da graça divina.

A tradição cristã atribui a Tomé a evangelização da Índia, onde ele teria estabelecido várias comunidades cristãs. Os "Cristãos de São Tomé" no sul da Índia mantêm viva a memória do apóstolo, considerando-o o fundador de sua igreja. Ele é venerado como um santo em diversas denominações cristãs, com seu dia de festa celebrado em 3 de julho.

Tomé, portanto, não é apenas o "incrédulo", mas um discípulo leal, corajoso, questionador e, finalmente, um missionário dedicado que levou a mensagem de Cristo a terras distantes. Sua jornada de dúvida à profunda convicção ressoa com muitos que buscam compreender e fortalecer sua própria fé.

 
TEXTO BÍBLICO - João 14.5,6; João 20.24-27 
João 14.5,6
5
- Disse-lhe Tomé: Senhor, nós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? 
6Disse-lhe JESUS: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida. Ninguém ver ao Pai senão por mim. 
João 20.24-27 
24
- Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio JESUS. 
25- Disseram-lhe, pois, os outros discípulos: Vimos o Senhor. Mas ele disse-lhes: Se eu não vir o sinal dos cravos em suas mãos, e não puser o dedo no lugar dos cravos, e não puser a minha mão no seu lado, de maneira nenhuma o crerei. 
26- E, oito dias depois, estavam outra vez os seus discípulos dentro, e, com eles, Tomé. Chegou JESUS, estando as portas fechadas, e apresentou-se no meio, e disse: Paz seja convosco! 
27- Depois, disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo e vê as minhas mãos; chega a tua mão e põe-na no meu lado; não sejas incrédulo, mas crente. 
 
TEXTO AUREO Tomé respondeu e disse-lhe: Senhor meu, e DEUS meu! Disse-lhe JESUS: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram! João 20.28,29 

SUBSIDIOS BÍBICOS 
Mateus 15.21-28 Grande é a tua fé 
Marcos 11.14-24 Tende fé em DEUS 
Lucas 17.1-6 Acrescenta-nos a fé 
Romanos 1.14-19 Mas o justo viverá da fé 
Hebreus 11.1-6 Sem fé é impossível agradar a DEUS 
1ª Timóteo 4.1-5 Apostatarão alguns da fé 
 
OBJETIVOS - 
reconhecer que Tomé, escolhido pessoalmente por CRISTO para o ministério apostólico, possuía uma postura crítica que em certas ocasiões, limitava sua compreensão espiritual;
entender que os desafios à fé cristã são constantes na vida do crente e requerem uma atitude vigilante e perseverante; 
- compreender que eventuais momentos de fraqueza na fé podem resultar em plena restauração. 
  
COMENTÁRIO - Palavra introdutória 

Tomé é mencionado nos evangelhos sinóticos e no Livro de Atos como um dos doze apóstolos escolhidos por JESUS (Mt 10.2-4; Mc 3.16-19; Lc 6.14-16; At 1.13). Seu nome aparece ao lado de Mateus (Mt 10.3) e de Filipe (At 1.13), o que corrobora a prática de JESUS de organizar Seus discípulos em duplas (Lc 10.1). O Evangelho de João oferece um retrato mais íntimo de Tomé, destacando sua luta interior entre confiança e hesitação (Jo 11.16; 14.5; 20.24-29; 21.2). Embora frequentemente associado à incredulidade, sua sinceridade o levou a fazer uma das declarações de devoção mais significativas do Novo Testamento. Diante da revelação do CRISTO ressuscitado, sua busca pela verdade encontrou resposta, levando-o a professar com convicção: Senhor meu e DEUS meu! (Jo 20.28). 

1. UM APÓSTOLO EM CONSTRUÇÃO 


Tomé exemplifica a jornada de transformação espiritual. Marcado pela incerteza (Jo 20.25), ele também demonstrou grande coragem ao se dispor a morrer com JESUS (Jo 11.16). Sua vida mostra que a busca genuína pela verdade pode transformar a dúvida em fé sólida. 
 
1.1. Origens 

Tomé é referido nos evangelhos como Dídimo, palavra aramaica que significa "gêmeo" (Jo 11.16; 20.24; 21.2). Embora existam hipóteses não confirmadas sobre quem teria sido seu irmão gêmeo, uma das tradições mais citadas sugere que poderia ter sido uma irmã chamada Lísia. 


Apesar de sua origem exata ser incerta, algumas tradições afirmam que ele nasceu na Galileia, enquanto outras mencionam Antióquia. A narrativa bíblica sugere que ele pode ter sido pescador, já que estava ao lado de Pedro e outros discípulos à beira do mar de Tiberíades quando JESUS, ressuscitado, lhes apareceu (Jo 21.2). 

1.2. Relatos extrabíblicos 

Alex Varughese (Central Gospel, 2006, p. 326) faz-nos saber que os textos apócrifos incluem evangelhos, cartas e relatos que mesclam história e lendas. Um exemplo clássico é o "Evangelho da Infância de Tomé", que narra episódios míticos, como JESUS transformando pombos de argila em aves vivas ao ser desafiado durante Sua infância. Embora esses textos não sejam reconhecidos como Escritura, são fontes valiosas para estudos sobre o cristianismo primitivo e sua literatura.

A Bíblia fornece poucos detalhes biográficos sobre Tomé, mas fontes extrabíblicas ampliam essa perspectiva. O "Evangelho de Tomé", embora não canônico, é uma das mais antigas narrativas sobre sua proximidade com JESUS. Já os "Atos de Tomé" descrevem sua provável missão na Índia, onde teria fundado comunidades cristãs.

1.3. Últimos dias

Tomé esteve presente no momento da ascensão de JESUS (At 1.8-13), permanecendo junto aos discípulos depois disso. Segundo a tradição cristã, sua consagração ao evangelho tornou-se tão intensa quanto seu ceticismo inicial. Ele dedicou sua vida à pregação das boas novas em regiões distantes, como a Síria, a Pártia, a Pérsia e a Índia. Apesar da incerteza quanto ao ano de sua morte, relatos sugerem que Tomé foi martirizado por sua fé e possivelmente sepultado em Edessa (atual Turquia) ou na Índia. 

Subsídio 1
Atos era um gênero literário que se difundiu na Igreja primitiva. Esse tipo de material pretendia relatar o mover do cristianismo após a ascensão de JESUS. Dentre os vários Atos escritos neste período, encontramos: "Os Atos de André"; "Os Atos de Barnabé"; "Os Atos de Tomé", dentre outros. Tais livros não são considerados inspirados, embora sejam reconhecidos por seu valor histórico. 

2. O APÓSTOLO ENTRE A FÉ E A MISSÃO 

Dois episódios bíblicos revelam a profundidade de sua obediência a CRISTO. 
 
2.1. Coragem na adversidade: uma declaração de amor e fidelidade 

Durante a Festa da Dedicação, JESUS enfrentou hostilidade em Jerusalém, sendo acusado de blasfêmia (Jo 10.22,31-33). Após escapar, soube da morte de Lázaro e decidiu retornar à Judeia, apesar do perigo iminente (Jo 11.1-15). 

Enquanto os discípulos demonstravam hesitação - como sugere a expressão "tornas, tu", em João 11.8, indicando que não pretendiam voltar com o Mestre -, Tomé assumiu uma postura decisiva, dizendo: Vamos nós também, para morrer- mos com ele (Jo 11.16).

 
Embora sua fala possa sugerir pessimismo, reflete uma disposição genuína de seguir JESUS até as últimas consequências. Tomé demonstrou amor e lealdade ao Mestre, disposto a enfrentar qualquer risco, revelando uma crença prática e sacrificial que se estende além das palavras. 
 
Subsídio 2

A aparente impropriedade da intervenção de Tomé, após JESUS afirmar que os discípulos conheciam o caminho (Jo 14.4), não resultou em repreensão nem exigiu desculpas. Esse episódio mostra que CRISTO distingue aqueles que buscam sinceramente a Verdade dos que o questionam por mero confronto, oferecendo a cada um uma resposta apropriada (Mc 12.18-27; Jo 18.37,38).

2.2. A busca pela Verdade: a pergunta que revelou caminho 

A sinceridade de Tomé em buscar respostas resultou em uma das mais importantes declarações de JESUS. Ao ouvir CRISTO afirmar que os discípulos conheciam o caminho para onde Ele iria (Jo 14.4), Tomé, em nome do grupo, perguntou: Senhornós não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? (Jo 14.5). Longe de ser repreendido, recebeu uma resposta transformadora: Eu sou o caminho, e a verdade, e a vida (Jo 14.6). Esse episódio mostra a disposição de Tomé em expor suas desconfianças sem medo de julgamentos, revelando seu anseio genuíno por conhecer a Verdade, não o censurou, mas respondeu de. JESUS, conhecendo sua sinceridade forma clara, proporcionando um ensinamento atemporal. 

3. O DUVIDADOR RENDE-SE À VERDADE 


Embora Tomé seja frequentemente lembrado como o apóstolo incrédulo, sua trajetória revela muito mais que hesitação espiritual. Sua busca sincera por evidências resultou em uma das mais contundentes declarações de lealdade, registradas nas Escrituras (Jo 20.28). Sua história ensina que a dúvida, quando sincera, pode levar a um com- promisso inabalável com CRISTO. 

3.1. O conflito das incertezas humanas 

Tomé tinha uma postura crítica, analisando os fatos a partir de critérios prévios. Enquanto Maria Madalena reconheceu JESUS apenas ao ouvir Sua voz (Jo 20.17,18) e os discípulos se alegraram ao ver as marcas nas mãos e no lado do Mestre (Jo 20.20), Dídimo necessitou de uma prova física (Jo 20.25). Essa necessidade não foi incomum, já que outros discípulos também duvidaram antes de vê-lo (Mt 28.16,17; Lc 24.5-11). Embora JESUS tenha ensinado sobre Sua morte e ressurreição, os discípulos ainda não compreendiam plenamente esse mistério (Jo 20.9). 

Tomé, ousadamente, expressou seu questionamento, exigindo tocar as marcas da crucificação (Jo 20.25). Seu ceticismo expôs uma busca genuína por respostas e preparou o cenário para a revelação definitiva do Messias. 

3.2. A lição da incredulidade 

A ausência de Tomé na primeira aparição de JESUS (Jo 20.19,20,24) sugere uma possível crise emocional causada pela perda do Mestre. Talvez desiludido e solitário, ele considerasse os relatos dos companheiros como ilusões motivadas pela saudade. 

Quando apareceu novamente, oito dias depois, JESUS voltou-se especialmente para Tomé, convidando-o a examinar Suas feridas (Jo 20.26,27). Embora o texto não mencione se o apóstolo chegou a tocar nas cicatrizes, a resposta imediata e poderosa de Dídimo foi em reconhecimento ao senhorio de CRISTO sobre a vida e a morte e à Sua divindade (Jo 20.28). O Mestre não apenas satisfez sua necessidade, mas também usou o episódio para ensinar uma verdade eterna: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram! (Jo 20.29). 

Subsídio 3

Como declarou Oswald Chambers: "A fé nunca sabe para onde está sendo levada, mas ama e conhece Aquele que a está guiando". Essa verdade ilumina a experiência de Tomé e desafia todos os que enfrentam dúvidas confiar em CRISTO, mesmo quando a evidência visível parece distante. 

4. LIÇÕES DA VIDA DE TOMÉ PARA A JORNADA DE FÉ 


A trajetória de Tomé oferece lições espirituais significativas sobre dúvida, busca pela verdade e submissão total a CRISTO. Seu exemplo mostra que DEUS não despreza as interrogações sinceras, mas transforma incertezas em testemunhos poderosos. 
 
4.1. Quando a fé exige evidências 

A postura de Tomé ao desejar comprovar fisicamente a ressurreição de CRISTO pode ser interpretada como uma defesa psíquica típica de quem busca confirmação antes de se comprometer plenamente com algo de valor supremo. Não se trata de incredulidade infundada, mas de uma necessidade humana profunda de validar a realidade diante de uma situação extraordinária.

A busca de Tomé não revela mero ceticismo, mas um desejo sincero de confirmar que Aquele diante dele era verdadeiramente JESUS. Ao encontrar a prova que buscava, sua rendição foi total e sua confissão, poderosa (Jo 20.28). Esse episódio ensina que DEUS acolhe perplexidades sinceras e transforma indagações em testemunhos inabaláveis. 

4.1.1. A felicidade da fé simples: quando crer dispensa provas 

A afirmação de JESUS a Tomé - bem-aventurados os que não viram e creram! (Jo 20.29) não foi uma exortação severa, mas uma constatação simples: quem não precisa de explicações complexas para acreditar, vive com mais leveza. Significa dizer que a verdadeira felicidade está na confiança que se desvincula da necessidade de provas possibilitando uma fé mais plena e libertadora. 

Essa bem-aventurança se estende a todos os que depositam sua esperança em CRISTO, mesmo sem evidências físicas vivendo pela certeza espiritual que vem do alto (Hb 11.1).

4.2. Quando a busca se torna transformação 

A história de Tomé ensina que a hesitação não afasta a buscador da fé; ao contrário, ela pode conduzir a experiências transformadoras. Dídimo não foi repreendido por sua honestidade ao expressar suas reservas (Jo 20.25). JESUS respondeu ao seu desejo de evidências com compaixão e clareza (Jo 20.27). Quando buscamos a verdade de coração, DEUS se revela de maneira pessoal (Jr 29.13). 

4.3. Quando o testemunho alcança os confins da terra 

Tomé não permaneceu prisioneiro de suas desconfianças. Segundo a tradição cristã, ele levou o evangelho a regiões distantes, onde sua fé foi selada pelo martírio. Sua vida demonstra que DEUS pode usar até os mais críticos para realizar obras extraordinárias. Nossa jornada também deve ser marcada por disposição para testemunhar e servir, mesmo em meio a conflitos internos (Mt 28.19,20).

 
CONCLUSÃO 
A revelação de CRISTO a Tomé ensina que a fé genuína não teme questionamentos autênticos, pois DEUS conhece os pensamentos mais profundos do coração humano (SI 139.1,23) compreende as limitações causadas pelo pecado. JESUS assegurou que aqueles que buscam com sinceridade encontrarão respostas (Mt 7.8). 

Tomé também nos lembra que o mais relevante na vida cristã não é como começamos nossa caminhada, mas como a concluímos. Como escreveu Salomão, melhor é o fim das coisas do que o princípio delas (Ec 7.8), indicando que perseverar é o maior desafio do salvo. A trajetória de Tomé inspira-nos a avançar com determinação, mesmo quando as sombras da dúvida ameaçam ofuscar nossa esperança. 

terça-feira, 17 de junho de 2025

BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM

 

BEM-AVENTURADOS OS QUE CHORAM

texto bíblico: mt.5:4

bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (mt.5:4).

estas palavras foram proferidas por jesus sobre um monte, nas proximidades de cafarnaum, no início do seu ministério público, após o seu batismo e tentação. ali, jesus proclamou o mais conciso e ordenado código de ética e padrão de conduta, e que os apóstolos deviam observá-lo como regra principal para permanência no reino de Deus. introdutoriamente, comunicou à humanidade inteira as oito regras básicas para todo o comportamento dos seus súditos – as beatitudes (mt.5:3-12). dentre elas, está a regra básica em epígrafe - “bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados” (mt.5:4).

está bem-aventurança contêm o maior paradoxo do cristianismo. poderíamos traduzir da seguinte maneira: "felizes são os infelizes". porém, a concepção de que ''felizes são os tristes" opõe-se a tudo o que sabemos.

toda a estrutura de nossa vida - a loucura pelo prazer, a busca de emoções, o tempo, dinheiro e entusiasmo, gastos em diversão e passatempo - é uma expressão do desejo do mundo de evitar o choro, a tristeza e a dor. no entanto, jesus diz: “felizes os tristes; consolados serão os que choram”. a principal ideia do texto é: bem-aventurado o homem que está desesperadamente entristecido de seu próprio pecado e indignidade.

que espécie de tristeza é esta que pode produzir a maior felicidade? nem todos os que choram são felizes e nem todos os que choram serão consolados.

Então, de que tipo de choro JESUS está falando? choramos por várias razões:

- Choramos pelo luto;

- Choramos pela dor física;

-Choramos por decepção, desespero, desesperança, saudade, compaixão, solidão, depressão, amor.

- O salmista derramou lágrimas de solidão.

- Timóteo derramou lágrimas de desânimo.

- Jeremias derramou lágrimas de decepção.

- Paulo derramou lagrimas de preocupação.

mas, de que tipo de choro jesus está tratando nesta bem-aventurança? jesus trata de duas coisas: (a) uma declaração: felizes são os que choram; (b) uma promessa: esses serão consolados.

o que esse choro não significa?

destacamos quatro aspectos negativos, relativos ao que esse choro não significa:

- Em primeiro lugar, não é o choro carnal.

o choro carnal é aquele por meio do qual uma pessoa lamenta a perda de coisas exteriores e não a perda da pureza.

a tristeza do mundo produz morte (2co 7:10) - porque a tristeza segundo Deus opera arrependimento para a salvação, da qual ninguém se arrepende; mas a tristeza do mundo opera a morte”.

Amon chorou de tristeza até possuir sua própria irmã, para depois desprezá-la (2sm 13:2).

acabe chorou por não ter a vinha de Nabote, a qual cobiçava (1rs 21:4).

faraó chorou por ter feito o bem - por ter libertado o povo. ele se arrependeu de seu arrependimento (êx 14:5) – sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de faraó e dos seus servos contra o povo, e disseram: por que fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, para que nos não sirva?”.

- Em segundo lugar, não é o choro do remorso e do desespero. esse foi o choro de judas iscariotes.

-          Ele reconheceu seu pecado e se entristeceu.

-          Ele confessou seu pecado, e se justificou pelo que fizera a cristo, dizendo que havia traído um inocente.

judas fez restituição, mas está no inferno, apesar de ter feito muito mais do que muitos fazem hoje.

-          Ele confessou seu pecado;

-          Ele devolveu o dinheiro que cobiçou. sua consciência o acusou de ter adquirido aquele dinheiro de forma vil.

no entanto, embora judas tenha chorado pelo seu pecado, aquelas não foram lágrimas de arrependimento, mas de remorso. foi um choro diabólico.

- Em terceiro lugar, não é o choro do medo das consequências do pecado.

quando Caim matou seu irmão, Abel, Deus o confrontou. Caim então disse: "é tamanho o meu castigo, que já não posso suportá-lo" (gn 4:13). seu castigo afligiu-o mais do que o seu pecado.

chorar apenas pelo medo do castigo, apenas pelo medo do inferno, é como o ladrão que chora porque foi apanhado, e não por causa da sua ofensa.

as lágrimas do ímpio são forçadas pelo fogo da aflição, não pela dor do arrependimento.

- Em quarto lugar, não é o choro apenas externo e teatral.

jesus diz que os fariseus "mostram-se contristados e desfiguram a face com o fim de parecer aos homens que jejuam"' (mt 6:16). os olhos estão molhados, mas o coração está seco. os olhos estão umedecidos, mas o coração permanece duro.

quando acabe soube do juízo de deus sobre si e seu reino, rasgou as vestes e vestiu-se com pano de saco (1rs 21:27). suas vestes estavam rasgadas, mas não seu coração.

ele se vestiu de pano de saco, mas não havia choro pelo pecado.

a ordem de Deus é: "rasgai os vossos corações e não apenas as vossas vestes"' (jl 2:13).

o que esse choro significa

são felizes aqueles que lamentam a causa do seu pecado e manifestam pesar pelas suas próprias imperfeições. para eles, o pecado é verdadeira tortura. quando se lembram dele, choram; o pecado é para eles carga mui pesada, e dificilmente o suportam.

existem quatro aspectos positivos da expressão de jesus ''bem-aventurados os que choram" (mt 5:4):

-          é um choro espontâneo;

-          é um choro espiritual;

-          é um choro pelo nosso próprio pecado e pelo pecado dos outros.

- Em primeiro lugar, deve ser um choro espontâneo.

a mulher pecadora revelou um arrependimento espontâneo e voluntário. ela lavou os pés de jesus com suas lágrimas. veio com unguento em suas mãos, amor em seu coração e lágrimas em seus olhos (lc 7:36-50).

Pedro, depois de negar a jesus com juramentos e praguejamentos, ao ser confrontado por seu olhar compassivo, desatou a chorar e chorou amargamente.

o apóstolo Paulo diz que "a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar...(2co 7:10).

é a tristeza pelo pecado que desemboca na felicidade verdadeira.

- Em segundo lugar, deve ser um choro espiritual.

é o choro pelo pecado e não apenas pelas consequências do pecado.

faraó pediu para tirar as pragas do Egito, mas jamais desejou tirar as pragas do seu coração.

Davi, quando foi confrontado por Deus, ele se arrependeu e chorou pelo pecado, mais do que pelas consequências do pecado. ele disse: "...o meu pecado está sempre diante de mim" (sl 51:3). ele não disse: "a espada está sempre diante de mim” ou "o castigo está sempre diante de mim".

a ofensa contra Deus feriu Davi mais do que o juízo de deus sobre o seu pecado.

o pecado é contrário à natureza de Deus, uma vez que ele é santo, e o pecado é uma coisa imunda.

o pecado é uma rebelião contra Deus e uma consumada ingratidão contra ele.

Deus enviou seu filho para redimir-nos do pecado, e seu espírito para confortar-nos.

nós pecamos contra o sangue de cristo, contra a graça do espírito, e não deveríamos chorar?

o pecado contra o amor de Deus é pior do que o pecado dos demônios, porque a eles jamais foi oferecida a graça. entretanto, nós caímos e nos foi oferecida graça, e ainda pecamos contra ela. pecamos contra aquele que morreu por nós. pecamos contra aquele que habita em nós.

o pecado faz o homem pior do que uma serpente. a serpente só tem dentro de si aquilo que Deus colocou dentro dela. o veneno da serpente é medicinal, mas o pecador tem dentro de si aquilo que o diabo colocou dentro dele. Pedro perguntou a Ananias: "Ananias, por que satanás encheu o seu coração para mentir ao espírito santo?'" (at 5:3).

o pecado é o pior de todos os males - ele é pior do que a pobreza, do que a doença, do que a solidão e do que a própria morte. esses males, por mais desastrosos, não podem privar-nos da graça de Deus nem nos impede de entrar no céu, mas o pecado nos separa de Deus agora e nos lança fora de sua presença por toda a eternidade.

o pecado nos priva das coisas mais excelentes. o pecado nos priva do maior bem: a comunhão com Deus (is 59:2).

quando pecamos, não apenas a paz vai embora, mas deus também vai embora. não há comunhão entre as trevas e a luz.

quando choramos pelo pecado, ansiamos não apenas pela volta das bênçãos, mas pela volta de Deus (êx 33:12-23).

devemos não apenas chorar, mas voltar-nos para Deus com choro (jl 2:12) – “ainda assim, agora mesmo diz o senhor: convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto”.

as lágrimas do arrependimento são como as águas do Jordão: elas nos purificam da nossa lepra (2rs 5:10).

- Em terceiro lugar, deve ser um choro pelo nosso próprio pecado. feliz é aquele que chora pelo próprio pecado.

aquele que não chora pelos seus pecados perdeu completamente a razão.

será que Esdras errou quando confessava, "chorando prostrado diante da casa de Deus"? (ed 10:1).

será que Paulo errou ao gemer: "desventurado homem que sou! quem me livrará do corpo desta morte? (rm 7:24).

o choro pelo pecado deve ser intenso. Pedro chorou amargamente depois de negar a jesus. esse deve ser o lamento pelo pecado dentro da igreja.

hoje nós choramos pelos tempos difíceis, mas não pelos corações duros.

muitos, em vez de chorar pelo pecado, alegram-se nele. a bíblia fala daqueles que se alegram em fazer o mal (pv 2:14); daqueles que se deleitam na injustiça (ts 2:12). esses são piores do que os condenados que estão no Hades, esperando a sentença final para serem jogados no inferno. esses ímpios não se deleitam mais no pecado.

o choro pelo pecado é o único caminho para nos livrar da ira vindoura.

quais são os motivos para esse choro?

destacamos seis desses motivos pelos quais devemos chorar:

- Em primeiro lugar, o choro pelo pecado é o melhor uso das lágrimas.

se você chorar apenas por perdas de coisas materiais, desperdiçará suas lágrimas. isso é como chuva sobre a rocha, não tem benefício.

porém, o choro do arrependimento é composto de lágrimas bem-aventuradas, de lágrimas que curam e libertam.

- Em segundo lugar, o choro pelo pecado é uma evidência da graça de Deus.

o choro pelo pecado é um sinal do novo nascimento. assim como a criança chora ao nascer, aquele que nasce de novo também chora ao pecar.

um coração de pedra jamais se derrete em lágrimas de arrependimento. só um coração de carne é sensível à voz de deus.

aqueles que nascem do espírito, que tem um coração quebrantado, tem também tristeza pelo pecado.

- Em terceiro lugar, o choro pelo pecado é precioso.

podemos afirmar que, quando a mulher pecadora lavou os pés de jesus com suas lágrimas e enxugou-os com os seus cabelos, suas lágrimas foram um unguento mais precioso do que o melhor perfume.

a bíblia diz que há alegria no céu por um pecador que se arrepende (lc 15:7).

as lágrimas clamam com eloquência pela misericórdia.

Jacó orou e chorou e prevaleceu com Deus e com os homens – “como príncipe, lutou com o anjo e prevaleceu; chorou e lhe suplicou” (os 12:4).

as lágrimas derretem o próprio coração de Deus. maria, irmã de Lázaro quando se ajoelhou e chorou aos pés de jesus, jesus chorou (joão 11:35)

- Em quarto lugar, o choro pelo pecado produz alegria.

o choro pelo pecado é o caminho da verdadeira alegria.

Davi, o homem de lágrimas, foi também o mais doce cantor de israel. -"minhas lágrimas foram o meu alimento" (s1 42:3).

as lágrimas do penitente são mais doces do que todas as alegrias mundanas.

Ana, quando chorou diante de deus, ela voltou para casa com um brilho no rosto e com a vitória de Deus em sua vida (1sm 1:10-18).

a recompensa do choro

a felicidade não provém do choro, provém da resposta de Deus para ele.

apenas os que choram por seus pecados sabem o que é ter suas lágrimas enxugadas pela afável mão de jesus cristo.

Davi derramou lágrimas de solidão, rejeição, frustração, abatimento, decepção e fracasso. provou essas lagrimas provenientes de sua própria culpa quando tentou expiar seu próprio pecado. contudo, nada partiu mais o coração de Davi do que seu próprio pecado. então Deus o consolou, e Davi disse: "bem-aventurado aquele cuja iniquidade é perdoada" (sl 32:1).

o consolo divino para aqueles que choram pelos seus pecados.

destacamos três pontos:

- Em primeiro lugar, o choro precede o conforto, assim como a limpeza da ferida precede a cura.

Deus guarda o seu melhor vinho para o fim. o diabo faz o contrário, ele mostra o melhor primeiro e guarda o pior para o fim. primeiro ele mostra o vinho resplandecente no copo, depois o vinho morde como uma serpente (pv 23:31,32).

o diabo mostra o pecado como atrativo, colorido, gostoso, doce ao paladar, e só no fim revela a tragédia que ele provoca. primeiro, ele mostra a coroa de ouro, depois mostra os dentes de leão (ap 9:7,8).

o diabo mostrou a judas o valor das trinta moedas de prata, o preço de um campo. ele mostrou a isca, depois o fisgou com o anzol.

Deus, porém, mostra o pior primeiro. deus primeiro prescreve o choro, depois promete: "sereis consolados”!

- Em segundo lugar, as lágrimas do arrependimento não são lagrimas perdidas, mas sementes do conforto.

aquele que sai andando e chorando enquanto semeia, voltará com júbilo trazendo os seus feixes (sl 126:6).

cristo tem o óleo da alegria para derramar sobre aqueles que choram.

cristo transforma o odre de lágrimas em vinho novo de alegria.

o choro pelo pecado é a semente que produz a flor da eterna alegria.

o vale de lágrimas conduz-nos ao paraíso da alegria. jesus disse: "a vossa tristeza se converterá cm alegria" (joão 16:20).

o conforto que Deus dá é fundamentado em profunda convicção (joão 16:7,8). ele é puro, doce, santo, abundante, glorioso. Pedro fala da alegria indizível e cheia de glória (1pd.1:8).

o conforto que jesus promete é poderoso. a alegria do senhor é a nossa força (ne 8:10). esse conforto floresce até no meio da aflição. os crentes de Tessalônica receberam a palavra no meio de muita aflição, com alegria (1ts 1:6).

esse conforto faz você gloriar-se nas próprias tribulações – e não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência” (rm 5:3). esse é um conforto imortal.

- Em terceiro lugar, a natureza do conforto que teremos no céu.

a bíblia diz que na presença de Deus há plenitude de alegria (sl 16:11). haverá um dia em que os salvos viverão no novo céu e na nova terra, onde da praça da cidade corre o rio da vida, onde está o trono de Deus, onde deus enxugará dos nossos olhos toda a lágrima - “e Deus limpará de seus olhos toda a lágrima; e não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor” (ap.21:4).

AMÉM?

CADA LÁGRIMA DERRAMADA TEM UM PROPÓSITO


Deus vê suas lágrimas. Ele sabe o que você está vivendo e se importa com você. Cada lágrima que você derrama está registrada e guardada, com o cuidado do Pai Celestial. Deus não te abandonou.

Registra, tu mesmo, o meu lamento; recolhe as minhas lágrimas em teu odre; acaso não estão anotadas em teu livro? - Salmos 56:8

Se Deus registra suas lágrimas, é porque são importantes para Ele. Deus tem um plano para sua vida e a tristeza não durará para sempre. Nesse momento, você poderá não ver o plano, mas saiba que Deus está no controle. Se você o ama, Deus vai cuidar de sua vida.

Os tempos de tristeza podem ser um grande desafio para sua fé. Mas você não está lutando sozinho! Deus está com você e não te vai abandonar na dificuldade. Mesmo quando você não sente, Deus está tomando conta de você.

Os sentimentos são enganosos. Só porque você sente que não há solução e que Deus não se importa, não significa que isso é verdade. Isso é seu coração mentindo para você! Escolha ouvir o que Deus diz:

Digo que certamente vocês chorarão e se lamentarão, mas o mundo se alegrará. Vocês se entristecerão, mas a tristeza de vocês se transformará em alegria. - João 16:20

A tristeza vai ter fim! Talvez não seja nesse exato momento, mas Deus vai restaurar sua alegria, porque Ele te ama. Tenha esperança: toda prova tem início, meio e fim. A dor vai passar! A alegria na manhã de Deus vai nascer:

O choro pode durar uma noite, mas a alegria vem pela manhã. - Salmos 30:5b

Confie na Palavra de Deus. Nessa vida, você vai passar por tempos de tristeza, mas eles são temporários. A tristeza não vai dominar toda sua vida. A alegria de Deus é mais forte e vai te restaurar. Creia, um dia, a tristeza vai acabar para sempre!

Em Jesus você tem sempre uma esperança, mesmo na tristeza mais profunda.

A Bíblia registra três momentos específicos em que Jesus chorou, demonstrando sua humanidade e compaixão profunda. Embora possa ter havido outras ocasiões em que Ele se emocionou, estas são as que as Escrituras destacam:

1. Diante da morte de Lázaro (João 11:35)


Este é, talvez, o versículo mais conhecido sobre o choro de Jesus, sendo também o mais curto da Bíblia: "Jesus chorou". O contexto é a morte de seu amigo Lázaro. Embora Jesus soubesse que iria ressuscitar Lázaro, Ele se comoveu profundamente ao ver a dor e o luto de Maria, Marta e dos judeus que estavam com elas.

  • Significado: Esse choro revela a empatia e compaixão de Jesus pela dor humana. Ele não era indiferente ao sofrimento, mas participava da tristeza daqueles que amava, mostrando que, mesmo sendo Deus, se fez homem e compartilhou da nossa humanidade. Também pode ter sido um choro pela realidade da morte como consequência do pecado no mundo.

 

2. Ao ver Jerusalém (Lucas 19:41-44)


Enquanto se aproximava de Jerusalém, antes de sua entrada triunfal, Jesus olhou para a cidade e chorou. Ele lamentou o fato de que a cidade não reconheceu o tempo de sua visitação e a oportunidade de encontrar a paz.

  • Significado: Este choro demonstra a profunda tristeza de Jesus pela incredulidade e rejeição do povo de Jerusalém. Ele previu a destruição da cidade (que ocorreria anos depois, em 70 d.C.) por causa da sua recusa em aceitá-Lo como Messias. É um choro de lamento pela perdição espiritual e pela oportunidade perdida de salvação.

 

3. No Getsêmani (Hebreus 5:7)


Embora não esteja explicitamente descrito nos Evangelhos sinóticos como um "choro" com lágrimas, o livro de Hebreus nos informa que, em sua angústia no Getsêmani, Jesus "ofereceu orações e súplicas com forte clamor e lágrimas àquele que o podia salvar da morte, e foi ouvido por causa da sua devoção".

  • Significado: Este momento revela a angústia e o sofrimento intenso de Jesus diante da iminência de sua morte na cruz e de carregar os pecados da humanidade. É um choro de aflição, de oração profunda e de total dependência do Pai em um momento de extrema provação.

 

VERSÍCULOS SOBRE LÁGRIMAS NA BÍBLIA

Deus não ignora nossas lágrimas. Cada lágrima que derramamos é registrada por Deus, porque Ele nos ama muito. Deus vê e se importa quando choramos diante dele.

As lágrimas de arrependimento produzem perdão. As de sofrimento serão enxutas por Deus. As de tristeza serão transformadas em cantos de alegria. Deus consola aqueles que choram.

Lágrimas na Bíblia

Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou".
Apocalipse 21:4

Eu, porém, clamo a Deus,
e o Senhor me salvará. À tarde, pela manhã e ao meio-dia
choro angustiado,
e ele ouve a minha voz.
Salmos 55:16-17

Aqueles que semeiam com lágrimas,
com cantos de alegria colherão. Aquele que sai chorando
enquanto lança a semente,
voltará com cantos de alegria,
trazendo os seus feixes.
Salmos 126:5-6

Registra, tu mesmo, o meu lamento;
recolhe as minhas lágrimas em teu odre;
acaso não estão anotadas em teu livro?
Salmos 56:8

Minhas lágrimas têm sido o meu alimento
de dia e de noite,
pois me perguntam o tempo todo:
"Onde está o seu Deus?"
Salmos 42:3

Estou exausto de tanto gemer.
De tanto chorar inundo de noite
a minha cama;
de lágrimas encharco o meu leito. Os meus olhos se consomem de tristeza;
fraquejam por causa de todos
os meus adversários. Afastem-se de mim
todos vocês que praticam o mal,
porque o Senhor ouviu o meu choro. O Senhor ouviu a minha súplica;
o Senhor aceitou a minha oração.
Salmos 6:6-9

Rios de lágrimas correm dos meus olhos,
porque a tua lei não é obedecida.
Salmos 119:136

O meu intercessor é meu amigo,
quando diante de Deus
correm lágrimas dos meus olhos; ele defende a causa do homem
perante Deus,
como quem defende
a causa de um amigo.
Jó 16:20-21

Rios de lágrimas correm dos meus olhos
porque o meu povo foi destruído.
Lamentações 3:48

Pois a sua ira só dura um instante,
mas o seu favor dura a vida toda;
o choro pode persistir uma noite,
mas de manhã irrompe a alegria.
Salmos 30:5

A tristeza segundo Deus não produz remorso, mas sim um arrependimento que leva à salvação, e a tristeza segundo o mundo produz morte.
2 Coríntios 7:10

Em seguida, virou-se para a mulher e disse a Simão: "Vê esta mulher? Entrei em sua casa, mas você não me deu água para lavar os pés; ela, porém, molhou os meus pés com suas lágrimas e os enxugou com seus cabelos.
Lucas 7:44

Jesus chorou.
João 11:35

Durante os seus dias de vida na terra, Jesus ofereceu orações e súplicas, em alta voz e com lágrimas, àquele que o podia salvar da morte, sendo ouvido por causa da sua reverente submissão.
Hebreus 5:7

Pois tu me livraste da morte,
livraste os meus olhos das lágrimas
e os meus pés de tropeçar, para que eu pudesse andar diante do Senhor
na terra dos viventes.
Salmos 116:8-9

pois o Cordeiro que está
no centro do trono
será o seu Pastor;
ele os guiará às fontes
de água viva.
E Deus enxugará dos seus olhos toda lágrima".
Apocalipse 7:17

Rios de lágrimas correm dos meus olhos,
porque a tua lei não é obedecida.
Salmos 119:136

Servi ao Senhor com toda a humildade e com lágrimas, sendo severamente provado pelas conspirações dos judeus.
Atos dos Apóstolos 20:19

Lembro-me das suas lágrimas e desejo muito vê-lo, para que a minha alegria seja completa.
2 Timóteo 1:4

Venham elas depressa
e lamentem por nós,
até que os nossos olhos
transbordem de lágrimas
e águas corram de nossas pálpebras.
Jeremias 9:18

Pois, como já disse repetidas vezes, e agora repito com lágrimas, há muitos que vivem como inimigos da cruz de Cristo.
Filipenses 3:18

Chora amargamente à noite,
as lágrimas rolam por seu rosto.
De todos os seus amantes
nenhum a consola.
Todos os seus amigos a traíram;
tornaram-se seus inimigos.
Lamentações 1:2

destruirá a morte para sempre.
O Soberano, o Senhor,
enxugará as lágrimas
de todo rosto
e retirará de toda a terra
a zombaria do seu povo.
Foi o Senhor quem o disse!
Isaías 25:8

Assim diz o Senhor:
"Contenha o seu choro
e as suas lágrimas,
pois o seu sofrimento
será recompensado",
declara o Senhor.
"Eles voltarão da terra do inimigo.
Jeremias 31:16

Como vocês sabem, posteriormente, quando quis herdar a bênção, foi rejeitado; e não teve como alterar a sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrimas.
Hebreus 12:17

Pois eu escrevi com grande aflição e angústia de coração, e com muitas lágrimas, não para entristecê-los, mas para que soubessem como é profundo o meu amor por vocês.
2 Coríntios 2:4

"Vá dizer a Ezequias: Assim diz o Senhor, o Deus de seu antepassado Davi: Ouvi sua oração e vi suas lágrimas; acrescentarei quinze anos à sua vida.
Isaías 38:5

Há outra coisa que vocês fazem: En­chem de lágrimas o altar do Senhor; choram e gemem porque ele já não dá atenção às suas ofertas nem as aceita com prazer.
Malaquias 2:13

De novo olhei e vi toda a opressão que ocorre debaixo do sol:
Vi as lágrimas dos oprimidos,
mas não há quem os console;
o poder está do lado
dos seus opressores,
e não há quem os console.
Eclesiastes 4:1

 

segunda-feira, 16 de junho de 2025

ATRIBUTOS E AS PROMESSAS DE DEUS



ATRIBUTOS DE DEUS

Os atributos de Deus são as qualidades que definem Sua natureza e o Seu caráter. Embora não haja um número exato de atributos na Bíblia, podemos dividi-los em atributos comunicáveis (que podem ser refletidos em nós) e incomunicáveis (que só Deus possuí), como onipotência, onisciência e onipresença. Esses atributos mostram quem Deus é e como Ele se relaciona conosco.

Atributo

Descrição

Amor

Deus é a essência do amor e nos ensina a amar com generosidade e compaixão.

Bondade

Deus é a fonte de toda bondade e deseja que pratiquemos o bem.

Santidade

Deus é puro e separado do pecado, chamando-nos a viver em santidade.

Justiça

Deus age com justiça perfeita e deseja que pratiquemos a retidão.

Verdade

Deus é a verdade absoluta e nos chama a viver na verdade.

Misericórdia

Deus é misericordioso e nos convida a demonstrar compaixão.

Graça

A graça de Deus é Seu favor imerecido para com a humanidade.

Paciência

Deus é paciente e deseja que também cultivemos a paciência.

Paz

Deus é a fonte da verdadeira paz e nos chama a ser pacificadores.

Sabedoria

Deus possui sabedoria infinita e concede discernimento aos que O buscam.

Fidelidade

Deus é fiel em todas as Suas promessas e nos chama à fidelidade.

Zelo

Deus protege Seu nome e quer que Seu povo viva com temor e respeito a Ele.

Onipotência

Deus é todo-poderoso e nada está além de Seu controle.

Onisciência

Deus conhece todas as coisas, passadas, presentes e futuras.

Onipresença

Deus está presente em todos os lugares ao mesmo tempo.

Imutabilidade

Deus nunca muda em Seu caráter ou promessas.

Eternidade

Deus não tem começo nem fim, existindo para sempre.

Auto existência

Deus existe por Si mesmo, sem depender de nada.

Soberania

Deus governa todas as coisas com autoridade absoluta.

Perfeição

Deus é perfeito em tudo o que faz, sem falhas.

Unidade

Deus é indivisível, e todos os Seus atributos coexistem em harmonia.

Infinitude

Deus não tem limites em Seu ser ou poder.

Incompreensibilidade

A plenitude de Deus está além da nossa compreensão.

 

Os atributos de Deus são importantes para entendermos quem Ele é e como Ele age no mundo e em nós. Na Bíblia, encontramos várias passagens que descrevem esses atributos. Os atributos incomunicáveis revelam a grandiosidade e o poder de Deus, como Sua onipotência (Ele é todo-poderoso), onisciência (Ele conhece tudo) e onipresença (Ele está em todos os lugares ao mesmo tempo). Esses atributos mostram como Deus é diferente de nós e como Ele tem o controle total sobre tudo o que existe.

Já os atributos comunicáveis são características que Deus compartilha com as pessoas, como amor, bondade e justiça. Embora Deus seja perfeito nessas qualidades, Ele nos chama a viver de forma semelhante, refletindo essas qualidades em nossas atitudes. Quando mostramos misericórdia, paciência e verdade, estamos nos aproximando mais de Deus e vivendo conforme Seu caráter.

A Bíblia nos ensina que, ao entendermos e praticarmos os atributos de Deus, podemos nos tornar mais parecidos com Ele. Quando mostramos Seu amor e bondade, podemos mudar nossas relações e ser exemplo para os outros. Ao agirmos com justiça, buscamos viver de forma correta, honrando a Deus em tudo o que fazemos. Os atributos de Deus nos chamam a crescermos em santidade, fé e obediência, sendo um reflexo do Seu caráter.

ATRIBUTOS COMUNICÁVEIS E INCOMUNICÁVEIS DE DEUS

 

1-     Atributos comunicáveis de Deus

Os atributos comunicáveis são aquelas qualidades que Deus compartilha conosco. À medida que crescemos espiritualmente, desenvolvemos esses atributos e nos tornamos mais parecidos com Deus.

  • Amor: Deus é a essência do amor e nos chama a amar a Ele e ao próximo. Seu amor é perfeito e incondicional (João 3:16).
  • Bondade: Sua bondade se manifesta em tudo o que Ele faz, e Ele nos convida a refletirmos essa característica. (Salmo 34:8, gálatas 5:22)
  • Santidade: Deus é completamente separado do pecado. Ele nos chama a vivermos de maneira santa, rejeitando o mal e buscando a obediência à Sua vontade. (1 Pedro 1:15-16)
  • Justiça: Deus age com justiça perfeita. Ele julga com retidão e deseja que Seus filhos também pratiquem a justiça em suas atitudes. (Salmo 89:14, Miquéias 6:8)
  • Verdade: Deus é a verdade absoluta e tudo o que Ele diz e faz é verdadeiro. (João 14:6, João 17:17)
  • Misericórdia: Deus é misericordioso e nos convida a agirmos com compaixão e perdão. Da mesma forma, devemos ser misericordiosos. (Êxodo 34:6, Lucas 6:36)
  • Graça: A graça de Deus é Seu favor imerecido para com a humanidade. Assim como recebemos graça, devemos demonstrá-la ao próximo. (Efésios 2:8)
  • Paciência: Deus é paciente e longânimo, Ele deseja que cultivemos essa paciência em nossas vidas, lidando com os desafios e as pessoas com calma. (Êxodo 34:6)
  • Paz: Deus é a fonte da verdadeira paz. Devemos ser pacificadores, promovendo a reconciliação e evitando contendas. (Filipenses 4:7, Hebreus 12:14)
  • Sabedoria: Deus possui sabedoria infinita e concede discernimento àqueles que O buscam. (Provérbios 2:6, Tiago 1:5)
  • Fidelidade: Deus é fiel em todas as Suas promessas e nunca falha. Deus espera que sejamos fiéis em nossos compromissos com Ele e com o próximo. (2 Timóteo 2:13, Lamentações 3:22-23)
  • Zeloso: Deus se importa profundamente com Sua reputação e com aqueles que O seguem. (Deuteronômio 4:24)

Os atributos comunicáveis de Deus podem ser possuídos e desenvolvidos por meio dos frutos do Espírito. A Bíblia ensina que, ao recebermos o Espírito Santo, os cristãos passam por um processo de transformação que os torna mais semelhantes a Deus, refletindo Seu caráter.

2-     Atributos incomunicáveis de Deus

Os atributos incomunicáveis de Deus são qualidades exclusivas d’Ele, que não podem ser compartilhadas com os seres humanos. Esses atributos pertencem somente a Deus e demonstram Sua grandeza e soberania. A Bíblia não define um número exato de atributos, mas revela várias características únicas de Deus.

  • Onipotência: Deus é infinito em poder e capaz de realizar tudo conforme Sua vontade, sem qualquer limitação. (Jeremias 32:27, Apocalipse 19:6)
  • Onisciência: Deus conhece perfeitamente todas as coisas, tanto as do passado, do presente quanto do futuro. (Salmo 139:1-4, Hebreus 4:13)
  • Onipresença: Deus está presente em todos os lugares ao mesmo tempo, preenchendo todo o universo com Sua existência. (Salmo 139:7-10, Jeremias 23:23-24)
  • Imutabilidade: Deus nunca muda em Seu caráter, vontade ou propósitos. Seus planos são eternos e perfeitos, e nada pode alterá-los. (Malaquias 3:6, Tiago 1:17)
  • Eternidade: Deus não tem começo e nem fim. Ele está além do tempo e não é afetado por ele. Tudo no mundo tem um início e um fim, mas Deus é eterno. (Salmo 90:2, Apocalipse 1:8)
  • Autoexistência: Deus existe por Si mesmo e não depende de nada nem de ninguém para ser quem é. (João 5:26)
  • Soberania: Deus governa todas as coisas com plena autoridade e controle absoluto. Nada acontece sem Sua permissão ou conhecimento. (Romanos 9:20-21)
  • Perfeição: Deus é absolutamente perfeito em tudo o que é e faz, sem falhas ou defeitos. (Mateus 5:48, Salmo 18:30)
  • Unidade: Deus é indivisível e não é composto de partes. Todos os Seus atributos existem simultaneamente e não se contradizem. (João 10:30)
  • Infinitude: Deus não tem limites em Seu ser ou em Suas perfeições. Ele não é restrito pelo tempo, espaço ou qualquer outra coisa. Deus é imensurável. (Jó 11:7-9, Salmo 147:5)
  • Incompreensibilidade: Embora Deus Se revele ao ser humano, sua plenitude é insondável e vai além da compreensão humana. (Isaías 55:8-9, Romanos 11:33)

Além dos atributos mencionados, existem outros atributos naturais ou incomunicáveis de Deus revelados na Bíblia. Através destes atributos podemos perceber quem Deus é excepcional, acima de qualquer definição.

Saiba o porquê Deus é onipotente, onisciente e onipresente.

O que podemos aprender com os atributos de Deus

Os atributos de Deus nos ensinam como Ele é e como devemos viver. Ao conhecermos a onipotência de Deus, aprendemos que nada é impossível para Ele e que podemos confiar em Seu poder. Sua onisciência nos mostra que Deus sabe tudo, então podemos nos entregar a Ele, sabendo que Ele entende nossas necessidades. A onipresença nos lembra que Deus está sempre conosco, em qualquer lugar.

Os atributos comunicáveis, como amor, bondade e justiça, nos ensinam a vivermos de maneira mais parecida com Ele. Deus nos chama a amarmos ao próximo, sermos bondosos e justos, assim como Ele é.

Aprendemos com Sua paciência e misericórdia a perdoar e sermos pacientes com os outros, buscando sempre fazer o que é justo e bom. Em tudo isso, vemos que os atributos de Deus nos guiam a viver uma vida mais próxima Dele, crescendo espiritualmente e refletindo a sua essência.

AS PROMESSAS DE DEUS


SUBSÍDIO PARA O ESTUDO

Texto Base: Isaias 55:6-13

“E disse-me o Senhor: Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para cumpri-la” (Jr.1:12).

Isaías 55:6-13

6.Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto.

7.Deixe o ímpio o seu caminho, e o homem maligno, os seus pensamentos e se converta ao Senhor, que se compadecerá dele; torne para o nosso Deus, porque grandioso é perdoar.

8.Porque os meus pensamentos não são os vossos pensamentos, nem os vossos caminhos, os meus caminhos, diz o Senhor.

9.Porque, assim como os céus são mais altos do que a terra, são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e os meus pensamentos, mais altos do que os vossos pensamentos.

10.Porque, assim como descem a chuva e a neve dos céus e para lá não tornam, mas regam a terra e a fazem produzir, e brotar, e dar semente ao semeador, e pão ao que come,

11.assim será a palavra que sair da minha boca ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei.

12.Porque, com alegria, saireis e, em paz, sereis guiados; os montes e os outeiros exclamação de prazer perante a vossa face, e todas as árvores do campo baterão palmas.

13.Em lugar do espinheiro, crescerá a Faia, e, em lugar da sarça, crescerá a murta; isso será para o Senhor por nome, por sinal eterno, que nunca se apagará.

INTRODUÇÃO

“Promessas de Deus” conforme reveladas na Bíblia Sagrada. As promessas divinas têm o propósito de cumprir os planos de Deus, exigindo nossa fé total Nele e em Sua Palavra para se realizarem. Ao longo do Trimestre, analisaremos não apenas o que são essas promessas, mas também como estão fundamentadas nas Escrituras.

Definiremos o que são as “Promessas de Deus” e como elas estão fundamentadas. Além disso, classificaremos os tipos e os propósitos das Promessas de Deus, compreendendo seu impacto em nossa vida cristã.

I. UM CONVITE DE DEUS


1. Um convite, uma Promessa

Isaías 55:6-13 é um dos textos mais ricos da Bíblia em termos de promessa divina e convocação para a redenção. Neste trecho, Deus convida o povo de Israel a buscar Sua face e a se arrepender, oferecendo-lhes uma oportunidade de transformação e bênção. Este convite, no entanto, não é apenas uma simples oferta, mas uma promessa carregada de poder e propósito.

Em Isaias 55:11, lemos: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”. Este versículo destaca a soberania de Deus e a eficácia de Sua Palavra. A Palavra de Deus, quando proclamada, carrega em si a certeza do cumprimento. Ela é viva, eficaz e sempre alcança o objetivo para o qual foi enviada, seja para a redenção daqueles que a recebem com fé ou para a condenação daqueles que a rejeitam.

Este texto de Isaias sublinha a importância de responder ao convite divino. Deus não apenas convida, mas garante que Sua Palavra, quando acolhida, trará consigo o cumprimento das Promessas. No entanto, para que essas Promessas se manifestem na vida do crente, é necessário um movimento ativo em direção a Deus — buscar ao Senhor enquanto se pode achar, invocar enquanto está perto (Isaias 55:6).

2. É preciso buscar ao Senhor

O primeiro passo essencial para viver as promessas de Deus é buscar ao Senhor de forma ativa e contínua. Em Isaías 55:6, lemos: “Buscai ao Senhor enquanto se pode achar, invocai-o enquanto está perto”. Este versículo é um chamado urgente para um relacionamento profundo e constante com Deus. Ele não é apenas um conselho, mas um imperativo que destaca a necessidade de uma busca diligente e persistente por Deus.

Buscar ao Senhor implica em dedicar tempo à oração, meditação na Palavra e em cultivar uma vida espiritual que reflita um desejo genuíno de conhecer e experimentar a presença de Deus. No contexto do Antigo Testamento, essa busca era uma resposta ao convite de Deus para o arrependimento e restauração. Era uma convocação para o povo de Israel retornar ao Senhor com todo o coração.

O Novo Testamento reafirma essa necessidade de buscar a Deus, como ensinado por Jesus em Mateus 7:7,8: “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele que pede recebe; e o que busca encontra; e, ao que bate, se abre”. Aqui, Jesus assegura que a busca sincera por Deus não é em vão. Ele promete que aqueles que O buscam de coração encontrarão Sua presença, Sua direção e Suas bênçãos.

A busca por Deus, conforme Jesus ensinou, não é passiva; ela requer esforço, perseverança e fé. É um processo que envolve pedir com humildade, buscar com determinação e bater com insistência. Essa busca é uma expressão de dependência total de Deus, reconhecendo que Ele é a fonte de toda provisão, sabedoria e direção.

Além disso, essa busca deve ser feita “enquanto se pode achar” e “enquanto está perto”, como destaca Isaías. Isso sugere que há um tempo oportuno para buscar ao Senhor, que não deve ser desperdiçado. Deus está sempre acessível, mas é vital que aproveitemos o momento presente para nos voltarmos a Ele, pois a oportunidade de buscar Sua face pode não estar disponível para sempre.

Buscar ao Senhor é, portanto, um ato de fé e obediência, essencial para que as Promessas de Deus se tornem realidade em nossas vidas. Essa busca deve ser caracterizada por sinceridade, arrependimento e uma entrega total ao propósito de Deus. Quando buscamos ao Senhor com todo o coração, não apenas encontramos a realização de Suas Promessas, mas também experimentamos uma transformação profunda em nosso relacionamento com Ele.

3. É preciso se Arrepender

O Segundo passo para se viver as Promessas de Deus: “É preciso se arrepender”. Isaías 55:7 chama ao arrependimento: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar”. Esse arrependimento é essencial para que as Promessas de Deus se cumpram plenamente. Deus promete abundância e bênção, mas estas estão condicionadas à obediência e à transformação do coração.

Além disso, Isaías 55:7 chama ao arrependimento: “Deixe o perverso o seu caminho, o iníquo os seus pensamentos; converta-se ao Senhor, que se compadecerá dele, e volte-se para o nosso Deus, porque é rico em perdoar”. Esse arrependimento é essencial para que as Promessas de Deus se cumpram plenamente. Deus promete abundância e bênção, mas estas estão condicionadas à obediência e à transformação do coração.

As Promessas de Deus muitas vezes vêm com condições que exigem a obediência do Seu povo para que sejam cumpridas. Aqui estão três exemplos bíblicos de bênçãos que dependiam da obediência a Deus:

a)   A Promessa de vida longa e prosperidade na Terra Prometida (Êx.20:12 e Dt.5:33)

Promessa: Deus prometeu ao povo de Israel que, se obedecessem aos Seus mandamentos, teriam vida longa e prosperariam na terra que Ele lhes deu.

Condição: A obediência à Lei, especificamente o mandamento de honrar pai e mãe, é destacada em Êxodo 20:12: "Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dá."

Cumprimento: Essa promessa de vida longa e prosperidade estava diretamente ligada à prática da obediência.

b)   A Promessa de vitória sobre os inimigos (Dt.28:1-7)

Promessa: Deus prometeu que, se Israel obedecesse diligentemente à Sua voz e guardasse todos os Seus mandamentos, Ele os exaltaria sobre todas as nações da terra e garantiria a vitória sobre os inimigos.

Condição: A obediência total a Deus é a chave para receber essa bênção: "E será que, se ouvires a voz do Senhor teu Deus... o Senhor entregará os teus inimigos, que se levantarem contra ti, feridos diante de ti" (Dt.28:1,7).

Cumprimento: A vitória sobre os inimigos estava condicionada à obediência completa aos mandamentos de Deus.

c)   A Promessa de ser feito povo de Deus (Dt.28:9,10)

Promessa: Deus prometeu que Israel seria estabelecido como Seu povo santo, separado para Ele, se obedecessem aos Seus mandamentos.

Condição: "O Senhor te confirmará para si por povo santo, como te tem jurado, quando guardares os mandamentos do Senhor teu Deus, e andares nos seus caminhos" (Dt.28:9).

Cumprimento: Ser reconhecido como povo santo de Deus, com todas as bênçãos que isso traz, estava ligado à obediência fiel aos caminhos do Senhor.

Esses exemplos demonstram que as Promessas de Deus frequentemente exigem uma resposta de fé expressa em obediência para que sejam plenamente realizadas na vida de Seu povo.

Portanto, o convite de Deus em Isaías 55 é uma oferta de redenção fundamentada na veracidade e no poder de Sua Palavra. As Promessas de Deus não são apenas palavras vazias; elas são garantias do cumprimento de Seu propósito em nossas vidas, desde que respondamos com fé, arrependimento e busca contínua por Sua presença.

II. AS PROMESSAS E SEUS FUNDAMENTOS

1. A Promessa na Bíblia

As Promessas de Deus são um tema central na Bíblia, refletindo o comprometimento divino em realizar Seu propósito na vida das pessoas. Desde o início das Escrituras, vemos Deus fazendo Promessas a Seus servos, estabelecendo um relacionamento baseado na confiança e na fé em Sua Palavra.

No Antigo Testamento, as Promessas de Deus aparecem de forma implícita e explícita em diversos momentos. Embora a palavra "promessa" nem sempre seja mencionada diretamente, o conceito é claramente manifestado nas alianças que Deus fez com Abraão, Isaque, Jacó e o povo de Israel. Por exemplo, em Gênesis 12:1-3, Deus prometeu a Abraão que ele seria pai de uma grande nação, que sua descendência seria abençoada, e que todas as nações da terra seriam abençoadas por meio dele. Essas Promessas estabeleceram a base do relacionamento de Deus com Israel e antecipavam o plano de redenção que se desenrolaria ao longo da história bíblica.

O Novo Testamento, por sua vez, revela o cumprimento dessas Promessas na pessoa de Jesus Cristo. Ele é o cumprimento das Promessas messiânicas do Antigo Testamento, trazendo à plenitude a obra redentora que Deus prometeu realizar. Por exemplo, em Lucas 4:16-21, Jesus lê na sinagoga a profecia de Isaías e declara que ela se cumpriu Nele. O apóstolo Pedro, em Atos 2:29-31, também afirma que as Promessas feitas a Davi foram realizadas em Cristo, que foi ressuscitado dos mortos e exaltado à direita de Deus.

Além disso, o Novo Testamento introduz novas Promessas que se estendem à Igreja e a todos os crentes. Essas Promessas incluem a ressurreição dos mortos e a transformação dos corpos dos fiéis por ocasião do Arrebatamento da Igreja, conforme 1Tessalonicenses 4:13-18. Essas Promessas não são apenas esperanças futuras, mas são fundamentos da fé cristã, reforçando a certeza de que Deus cumprirá tudo o que prometeu.

Os fundamentos das Promessas de Deus estão enraizados na Sua natureza imutável e fiel. A palavra "promessa" na Bíblia refere-se ao ato de Deus comprometer-Se a realizar algo. E esse compromisso é infalível porque Deus é fiel e justo, incapaz de mentir ou falhar em Sua palavra. Como declara o autor de Hebreus: "Guardemos firme a confissão da nossa esperança, sem vacilar, pois, quem fez a promessa é fiel" (Hebreus 10:23).

Portanto, as Promessas de Deus são mais do que simples declarações; elas são garantias de que Ele cumprirá Sua vontade no tempo certo. Elas são a base sobre a qual a fé dos crentes é edificada, oferecendo segurança e esperança inabaláveis. Ao longo da Bíblia, vemos que Deus é zeloso em cumprir o que promete, e é essa confiança que sustenta a vida e a fé de todos que Nele confiam.

2. Deus é Infalível

A infalibilidade de Deus é uma verdade central e confortadora da fé cristã. Ela se fundamenta nos atributos incomunicáveis de Deus, que O diferenciam de toda a criação e garantem que Suas Promessas e propósitos jamais falharão. Quando afirmamos que Deus é infalível, estamos reconhecendo que Ele é absolutamente perfeito em poder, conhecimento e presença, qualidades que são exclusivas da Sua natureza divina.

Em primeiro lugar, Deus é Onipotente — Ele possui todo o poder. Em Sua onipotência, Deus é capaz de realizar tudo o que deseja, sem limitações. Não há circunstância ou força no universo que possa frustrar Seus planos ou impedir que Suas Promessas se cumpram. Isso está claramente refletido em Isaías 43:13, onde Deus declara: “Ainda antes que houvesse dia, eu sou; e ninguém há que possa fazer escapar das minhas mãos; operando eu, quem impedirá?”. Essa declaração de poder absoluto reforça que, quando Deus decide agir, nada nem ninguém pode impedir Sua vontade.

Em segundo lugar, Deus é Onisciente — Ele conhece todas as coisas. O conhecimento de Deus é perfeito e abrangente, abrangendo o passado, o presente e o futuro em sua totalidade. Ele conhece todos os detalhes do universo e da vida humana, desde o mais insignificante até o mais grandioso. Como Deus sabe todas as coisas, Ele nunca é surpreendido ou enganado, e Suas Promessas são feitas com pleno conhecimento de tudo o que acontecerá. A onisciência de Deus garante que Suas palavras são verdadeiras e fiéis, pois Ele nunca promete algo sem saber exatamente como e quando irá cumprir.

Em terceiro lugar, Deus é Onipresente — Ele está presente em todos os lugares ao mesmo tempo. Isso significa que não há lugar no universo onde Deus não esteja plenamente presente. A onipresença de Deus assegura que Ele está sempre perto de nós, acompanhando cada detalhe de nossa vida e sustentando a criação. Essa presença constante é um lembrete de que Deus nunca nos abandona, e que Suas Promessas se aplicam a nós em todos os momentos e circunstâncias.

Esses atributos incomunicáveis — Onipotência, Onisciência e Onipresença — constituem a base da infalibilidade de Deus. Diferente dos seres humanos, que são limitados e falíveis, Deus é absolutamente confiável em todas as Suas ações e palavras. Sua infalibilidade significa que Ele nunca falha, nunca muda, e nunca deixa de cumprir aquilo que prometeu. Como o profeta Isaías afirma em Isaías 55:11, a Palavra de Deus “não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”.

Portanto, quando confiamos nas Promessas de Deus, podemos ter plena certeza de que elas serão cumpridas, porque elas são sustentadas pela natureza infalível do próprio Deus. Ele é imutável e eternamente fiel, e é por isso que Suas Promessas são um fundamento seguro para a nossa fé e esperança. Ao entendermos a infalibilidade de Deus, somos levados a uma confiança mais profunda Nele, sabendo que, independentemente das circunstâncias, Ele jamais falhará.

3. Deus zela por Sua Palavra

A expressão "Deus zela por Sua Palavra" encapsula uma verdade profunda sobre o caráter divino: Deus é absolutamente fiel e comprometido com o cumprimento de tudo o que Ele declara. Sua Palavra não é meramente uma comunicação sem consequência; ela é viva, eficaz e carregada de poder para realizar exatamente o que Ele determina.

Em Isaías 55:11, lemos: “assim será a palavra que sair da minha boca; ela não voltará para mim vazia; antes, fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a enviei”. Este versículo enfatiza que a Palavra de Deus é enviada com um propósito específico e infalível. Quando Deus fala, Suas palavras não são ocas nem vazias. Elas carregam a autoridade e o poder do próprio Deus e, portanto, são irresistíveis e inalteráveis. O que Deus declara será cumprido, sem exceção.

A fidelidade de Deus em cumprir Sua Palavra é ilustrada de maneira vívida em Jeremias 1:11,12, onde o profeta tem uma visão de uma vara de amendoeira. Quando Deus pergunta a Jeremias o que ele vê, e ele responde corretamente, Deus confirma a visão dizendo: “Viste bem; porque eu velo sobre a minha palavra para a cumprir”. A vara de amendoeira, uma árvore que floresce precocemente na primavera, simboliza vigilância e prontidão. Assim como a amendoeira floresce no tempo certo, Deus está constantemente vigiando para assegurar que Sua Palavra se cumpra exatamente como foi proferida.

Esse zelo de Deus por Sua Palavra revela Sua imutabilidade e integridade. Diferente dos seres humanos, cujas Promessas podem ser falíveis ou não cumpridas, Deus não pode mentir, nem Se contradizer. Sua Palavra é um reflexo perfeito de Seu caráter: fiel, verdadeiro e constante. Quando Deus faz uma promessa, Ele se compromete a realizá-la com todo o Seu ser, porque Ele é fiel a Si mesmo e à Sua Palavra.

Além disso, o zelo de Deus por Sua Palavra também nos oferece segurança e confiança. Podemos depositar nossa fé nas Promessas de Deus, certos de que Ele cumprirá cada uma delas. Nenhuma circunstância, adversidade ou força contrária pode impedir o cumprimento daquilo que Deus declarou. Este zelo é um sinal da soberania divina, mostrando que Deus não apenas decreta, mas também vela atentamente para garantir que tudo ocorra conforme Seu plano perfeito.

O entendimento de que Deus zela por Sua Palavra deve impactar profundamente nossa vida de fé. Ele nos chama a confiar plenamente em Suas Promessas, sabendo que elas são inquebrantáveis. Em um mundo onde tantas palavras são ditas sem responsabilidade, a Palavra de Deus se destaca como um alicerce sólido e imutável. Podemos viver em paz, sabendo que aquilo que Deus disse se cumprirá, porque Ele mesmo está atento e comprometido com a realização de cada uma de Suas Promessas.

III. TIPOS E PROPÓSITOS DAS PROMESSAS DE DEUS

1. Promessas incondicionais

As Promessas Incondicionais de Deus são declarações soberanas que Ele faz, garantindo que Seu propósito se cumprirá independentemente de qualquer condição ou resposta humana. Essas Promessas não dependem de circunstâncias, tempo, ou atitudes do destinatário. Elas são fundamentadas unicamente na vontade imutável de Deus, que, em Sua soberania e fidelidade, assegura que o que Ele determinou acontecerá de maneira infalível.

Um dos exemplos mais claros de uma promessa incondicional na Bíblia é a profecia do nascimento de Jesus Cristo. Isaías 9:6 anuncia: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz”. Esta profecia foi dada séculos antes de seu cumprimento, independentemente das circunstâncias que pudessem ocorrer ao longo da história. Deus prometeu e, na plenitude dos tempos, Ele cumpriu essa promessa ao enviar Seu Filho ao mundo, nascido de uma virgem, como anunciado em Isaías 7:14.

Outro exemplo é a promessa do local de nascimento de Jesus. Em Miquéias 5:2, lemos: “E tu, Belém Efrata, pequena demais para estar entre os milhares de Judá, de ti sairá aquele que será dominador em Israel, e cujas origens são desde os tempos antigos, desde os dias da eternidade”. Esta profecia específica que o Messias nasceria em Belém, uma pequena e aparentemente insignificante cidade, mas escolhida soberanamente por Deus para este propósito. Nada que a humanidade pudesse fazer mudaria essa realidade, pois estava estabelecida pelo decreto incondicional de Deus.

Além das Promessas já cumpridas, a Bíblia também apresenta Promessas incondicionais que ainda aguardam cumprimento. Um exemplo significativo é a promessa do Arrebatamento da Igreja, conforme descrito em 1Tessalonicenses 4:13-17. Esse evento escatológico inclui a ressurreição dos que morreram em Cristo e a transformação dos crentes que estiverem vivos na vinda do Senhor. Não há condições anexadas a essa promessa; ela ocorrerá no tempo determinado por Deus, independentemente das ações humanas. Isso reflete a soberania de Deus sobre a história e Seu plano redentor.

A incondicionalidade dessas Promessas é uma garantia para os crentes de que o plano de Deus será realizado de maneira perfeita e imutável. Mesmo quando Promessas parecem distantes ou quando as circunstâncias parecem contradizer o que foi prometido, os crentes podem ter plena confiança na fidelidade de Deus. Como Hebreus 10:23 nos exorta: “Guardemos firme a confissão da nossa esperança, sem vacilar, pois, quem fez a promessa é fiel”.

Portanto, as Promessas Incondicionais são um testemunho do poder soberano e da fidelidade de Deus. Elas revelam que Deus está no controle absoluto de toda a criação e que Seu propósito será realizado sem falha. Para os crentes, essas Promessas são uma fonte de esperança e segurança, lembrando-nos que, independentemente das circunstâncias, a Palavra de Deus é firme, imutável e digna de total confiança.

2. Promessas Condicionais

As Promessas Condicionais de Deus, diferentemente das Promessas Incondicionais, requerem uma resposta ou ação específica por parte do ser humano para que se cumpram. Elas estabelecem uma relação direta entre a obediência ou cumprimento de certas condições e a recepção das bênçãos prometidas. Ao longo das Escrituras, essas Promessas são frequentemente apresentadas como parte de alianças e instruções divinas, demonstrando que o relacionamento de Deus com Seu povo envolve responsabilidades mútuas.

Um exemplo clássico de uma Promessa Condicional é encontrado em Êxodo 15:26, onde Deus faz uma promessa de saúde plena ao povo judeu, condicionada à obediência às Suas ordenanças:

"Se ouvires atento a voz do Senhor, teu Deus, e fizeres o que é reto diante de seus olhos, e deres ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre os egípcios; porque eu sou o Senhor, que te sara".

Aqui, Deus oferece proteção contra as doenças, mas essa proteção está condicionada à obediência e fidelidade a Ele.

Outro exemplo de Promessa Condicional é encontrado em Deuteronômio 28:1,2, onde Deus promete bênçãos abundantes ao povo de Israel, mas com a condição de que eles obedeçam cuidadosamente a todos os Seus mandamentos:

"E será que, se ouvires a voz do Senhor, teu Deus, tendo cuidado de guardar todos os seus mandamentos que eu hoje te ordeno, o Senhor, teu Deus, te exaltará sobre todas as nações da terra. E todas estas bênçãos virão sobre ti e te alcançarão, quando ouvires a voz do Senhor, teu Deus".

Neste capítulo, Deus detalha tanto as bênçãos pela obediência quanto as maldições que viriam pela desobediência, enfatizando a natureza condicional das Suas Promessas.

No Novo Testamento, vemos Promessas Condicionais ligadas ao perdão e à comunhão com Deus. Em Mateus 6:14,15, Jesus ensina que o perdão de Deus está condicionado ao perdão que oferecemos aos outros:

"Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens [as suas ofensas], tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas".

Esta Promessa ressalta a importância do perdão na vida cristã, mostrando que a misericórdia que recebemos de Deus depende de nossa disposição de mostrar misericórdia aos outros.

Jesus também condiciona o permanecer no amor de Deus à obediência aos Seus mandamentos. Em João 14:23, Ele afirma:

"Se alguém me ama, guardará a minha palavra; e meu Pai o amará, e viremos para ele e faremos nele morada".

Da mesma forma, em João 15:10, Ele declara:

"Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu amor permaneço".

Nessas passagens, o vínculo com o amor de Deus e a intimidade com Ele são condicionados à nossa fidelidade e obediência a Cristo.

Essas Promessas Condicionais sublinham a importância da responsabilidade humana no relacionamento com Deus. Elas nos lembram que, embora Deus seja gracioso e desejoso de abençoar, Ele espera que respondamos à Sua graça com obediência e fidelidade. O cumprimento dessas Promessas depende de nosso comprometimento em seguir as diretrizes divinas.

Em resumo, as Promessas Condicionais são um reflexo da aliança entre Deus e a humanidade, onde as bênçãos divinas estão ligadas à nossa obediência e à forma como respondemos ao Seu chamado. Elas nos encorajam a viver de maneira que honre a Deus, sabendo que nossas escolhas podem influenciar a realização das bênçãos que Ele deseja derramar sobre nós.

3. O propósito das Promessas de Deus

As Promessas de Deus, conforme reveladas na Bíblia, carregam propósitos profundos e multifacetados que envolvem tanto a realização dos planos divinos quanto o desenvolvimento de um relacionamento íntimo e duradouro com a humanidade. Cada promessa divina é uma expressão do amor, da graça e da soberania de Deus, e o cumprimento dessas promessas serve para evidenciar o caráter imutável e fiel de Deus.

-O primeiro propósito das Promessas de Deus é estabelecer uma aliança com o ser humano. Desde o início da criação, Deus demonstrou Seu desejo de se relacionar com a humanidade de maneira íntima e significativa. Em Gênesis 1:27-30, Deus cria o homem à Sua imagem e semelhança e concede-lhe domínio sobre a terra. Logo depois, em Gênesis 2:16,17, Deus estabelece um mandamento, formando assim uma aliança inicial com Adão e Eva. As Promessas associadas a essa aliança refletem o desejo de Deus de que a humanidade viva em harmonia com Ele, seguindo Suas direções e desfrutando das bênçãos que Ele preparou.

-Outro propósito significativo é a reconsideração do destino da raça humana, particularmente evidente na história de Noé. Após a corrupção generalizada da humanidade, Deus, em Sua justiça, decide trazer um dilúvio para purificar a terra, mas em meio à destruição, Ele faz uma promessa a Noé. Em Gênesis 9:11-17, Deus estabelece um pacto com Noé, prometendo nunca mais destruir a terra por meio de um dilúvio e dando à humanidade uma nova oportunidade para recomeçar. Esta promessa revela a graça e a misericórdia de Deus, que, mesmo diante da rebeldia humana, oferece redenção e uma nova chance de viver segundo os Seus preceitos.

-Além disso, as Promessas de Deus também servem para mostrar a eleição de um povo específico, Israel, como parte de Sua aliança com Abraão. Em Gênesis 12:1-3, Deus chama Abraão e promete fazer dele uma grande nação, através da qual todas as famílias da terra seriam abençoadas. Essa promessa é reiterada em Êxodo 19:5,6, onde Deus, após libertar os israelitas da escravidão no Egito, reafirma Seu compromisso de fazer de Israel um “reino de sacerdotes e uma nação santa”. As Promessas relacionadas à eleição de Israel mostram que Deus escolhe agir por meio de pessoas e nações para realizar Seus propósitos redentores no mundo.

-Outro grande propósito das Promessas de Deus é zelar pela Sua Palavra e aprofundar o Seu relacionamento com a humanidade. Em Isaías 55:11,12, Deus declara que a Sua Palavra não voltará vazia, mas cumprirá tudo o que Ele deseja. Quando experimentamos o cumprimento das Promessas de Deus, percebemos Sua presença ativa em nossas vidas e Sua fidelidade em cumprir o que foi prometido. Isso nos dá a certeza de que Deus está intimamente envolvido em nossa jornada, fortalecendo nossa fé e nos assegurando que não estamos sozinhos no mundo. A realização das Promessas divinas reforça a confiança de que Deus é um Pai amoroso e zeloso, comprometido com o bem-estar e a redenção de Seus filhos.

-Em última análise, o cumprimento das Promessas de Deus visa a demonstrar Sua glória e promover Seu reino. Cada promessa cumprida aponta para o caráter soberano e fiel de Deus e nos chama a uma vida de fé e obediência, sabendo que Ele é digno de confiança.

Quando entendemos os propósitos das Promessas de Deus, somos levados a uma adoração mais profunda e a um compromisso renovado com Sua vontade, confiando que Ele sempre age para o nosso bem e para a Sua glória eterna.

CONCLUSÃO

Deus, em Sua soberania, é fiel e comprometido com a realização de Suas Promessas; essas Promessas são compromissos profundos que revelam Sua natureza imutável e amorosa. Aprendemos que existem Promessas incondicionais, como o nascimento de Jesus e a redenção, que Deus cumprirá independentemente das circunstâncias, e Promessas condicionais que dependem da nossa obediência e resposta às Suas orientações. Vimos também que os propósitos das Promessas incluem estabelecer alianças, oferecer oportunidades de redenção e aprofundar nosso relacionamento com Deus. O cumprimento dessas Promessas confirma a fidelidade divina e fortalece nossa confiança de que Deus está constantemente presente em nossas vidas. Somos chamados a esperar com paciência e fé, sabendo que cada promessa reflete o amor e a graça de Deus, e que Sua Palavra jamais retorna vazia.

 

 

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