A NUVEM DE GLÓRIA DE DEUS
Em
Êxodo 40, a conclusão da construção do Tabernáculo é marcada por um evento de
profunda significância: a nuvem da glória do Senhor
cobrindo o Tabernáculo e enchendo-o. Esse acontecimento, descrito nos
versículos 34 a 38, representa a manifestação visível da presença de Deus entre
o seu povo, Israel.
A Conclusão do Tabernáculo e a Presença Divina
Moisés havia recebido instruções meticulosas de Deus para a
construção do Tabernáculo, um santuário portátil que serviria como o centro da
adoração e do encontro entre Deus e os israelitas. Em Êxodo 40, após todos os móveis e
utensílios serem colocados em seus devidos lugares e consagrados, o trabalho é
finalizado.
É
nesse ponto que a nuvem da glória de Deus desce sobre o Tabernáculo:
- Versículo
34: "Então, a nuvem cobriu a tenda da
congregação, e a glória do SENHOR encheu o tabernáculo."
Essa
nuvem era a manifestação visível da presença de Deus, que já havia guiado o
povo desde a saída do Egito, aparecendo como uma coluna de nuvem durante o dia
e uma coluna de fogo durante a noite (Êxodo 13:21). A
glória do Senhor, que enchia o Tabernáculo, era tão intensa que Moisés não
conseguia entrar na Tenda da Congregação (versículo 35).
O Significado da Nuvem de Glória
A
presença da nuvem sobre o Tabernáculo e a glória que o enchia tinham vários
significados cruciais para Israel:
- Aprovação
Divina: A descida da
nuvem e da glória era o selo de aprovação de Deus sobre a obra que havia
sido realizada, demonstrando que o Tabernáculo era aceito como o lugar de
habitação de Sua presença.
- Presença
Contínua: A nuvem
indicava que Deus estava constantemente no meio do seu povo. O Tabernáculo
se tornava o lugar onde Israel podia encontrar Deus e se relacionar com
Ele.
- Orientação
e Guia: A nuvem não
apenas indicava a presença de Deus, mas também servia como um guia. Quando
a nuvem se levantava do Tabernáculo, o povo sabia que era hora de
prosseguir sua jornada pelo deserto. Quando a nuvem permanecia, eles
sabiam que deveriam acampar (versículos 36-38). Essa dependência da nuvem
ensinava Israel a confiar na direção de Deus em todas as suas jornadas.
- Proteção
e Provisão: A nuvem,
durante o dia, fornecia sombra contra o calor intenso do deserto, enquanto
à noite, a coluna de fogo aquecia e iluminava o caminho, protegendo o povo
das temperaturas frias e das trevas.
- Obediência
e Aliança: A descida
da glória foi uma resposta à fiel obediência de Moisés e do povo em
construir o Tabernáculo exatamente como Deus havia ordenado. Isso reforçou
a importância da obediência à aliança com Deus.
A Relevância para o Novo Testamento
Embora
a nuvem de glória tenha sido uma manifestação física da presença de Deus no
Antigo Testamento, ela prenuncia realidades maiores no Novo
Testamento. A glória de Deus, que habitava no Tabernáculo, encontra seu clímax
em Jesus Cristo, o "verdadeiro Tabernáculo" e o "verdadeiro
Templo" (João 1:14). Em Cristo,
a plenitude da divindade habitou corporalmente entre os homens.
Além disso, a presença do Espírito Santo na vida dos crentes
hoje é o cumprimento dessa mesma promessa de Deus habitando no meio do seu povo
(1 Coríntios 3:16). O
Espírito Santo continua a guiar, proteger e manifestar a glória de Deus na vida
daqueles que creem.
A
nuvem de glória sobre o Tabernáculo em Êxodo 40, portanto, é um testemunho
poderoso da natureza de Deus como um Deus que deseja habitar e guiar seu povo,
e que cumpre suas promessas.
Texto Bíblico: Êxodo 40:34-38; Números 9:15,16
“Sê
exaltado, ó Deus, sobre os céus; seja a tua glória sobre toda a terra” (Sl.57:5).
34-Então,
a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o
tabernáculo,
35-De
maneira que Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porquanto a nuvem
ficava sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo.
36-Quando,
pois, a nuvem se levantava sobre o tabernáculo, então, os filhos de Israel
caminhavam em todas as suas jornadas.
37-Se
a nuvem, porém, não se levantava, não caminhavam até o dia em que ela se
levantava;
38-Porquanto
a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite
sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas
jornadas.
Números
9
15-E, no dia de levantar o tabernáculo, a
nuvem cobriu o tabernáculo sobre a tenda do Testemunho; e, à tarde, estava
sobre o tabernáculo como uma aparência de fogo até a manhã.
16-Assim era de contínuo: a nuvem o cobria,
e, de noite, havia aparência de fogo.
INTRODUÇÃO
Estudaremos
a respeito da experiência de Israel com a glória de Deus. Ao construir o
Tabernáculo estritamente conforme às ordenanças de Deus, os israelitas foram
recompensados com a glória de Deus, pois ela encheu a Tenda e a Nuvem do Senhor
permaneceu sobre ela. Igualmente conosco, se desejamos a presença e a bênção de
Deus, temos de cumprir as condições expressas na Palavra de Deus.
Assim
como a Nuvem de glória nunca se separou do povo de Israel enquanto ele
caminhava rumo à Terra Prometida, o Espírito Santo, desde o dia em que Ele foi
derramado sobre a Igreja no dia de Pentecostes, nunca nos desamparou.
Assim
como a Nuvem era o selo que indicava o povo de Israel como propriedade peculiar
de Deus, o Espírito Santo é o selo que nos indica que somos propriedade de
Cristo Jesus (2Co.1:22). O selo é a marca de identificação e de segurança. É a
marca de legitimidade, propriedade, inviolabilidade e garantia. Somos
propriedade exclusiva de Deus, e ninguém pode nos arrancar de seus braços.
Quando Deus nos sela, Ele deixa gravada a própria imagem do seu Filho em nós
(Rm.8:20). Esse selo de Deus garante a autenticidade do nosso relacionamento
com Ele (Ef.1:13; 4:30).
Assim
como a Nuvem era o passaporte do povo de Deus da Antiga Aliança, o selo do
Espírito Santo é nosso passaporte para o Céu, nossa verdadeira e definitiva
“Pátria” (Fp.3:20). Vivamos, pois, e desfrutemos da glória de Jesus Cristo, que
nos é revelado pela presença constante do Espírito Santo.
I. A COLUNA DE
NUVEM: A GLÓRIA DIVINA SOBRE ISRAEL (Êx.40:34)
“Então,
a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor encheu o
tabernáculo”.
1.
“A Nuvem cobriu a tenda da congregação”
Quando
o Tabernáculo ficou pronto, a glória do Senhor cobriu e encheu a Tenda. Que
amor e delicadeza do Senhor em lhes dar a Nuvem e a coluna de fogo. Eram um
sinal, dia e noite, de que Deus se preocupava e tomava conta de seu povo.
Quando
a Nuvem se elevava acima do Tabernáculo, então os filhos de Israel reiniciavam
sua jornada (cf. Êx.40:34-38). Deve ter sido uma experiência maravilhosa para
eles. Aquele povo escravo que fora desprezado, agora desfrutava da divina
presença. A escravidão durou 400 anos, o que nos alerta para o fato de que
várias gerações dos hebreus não conheceram coisa alguma além de trabalho pesado
e a pressão dos senhores. Suas tarefas ficavam cada vez mais árduas e as
punições mais cruéis com o passar dos anos. Agora, veem de perto a presença
gloriosa do Todo-Poderoso protegendo-os e provendo para eles.
Anos
mais tarde, à época do Rei Salomão, na dedicação do Templo, esta "nuvem
de glória" chama-nos a atenção.
Os
sacerdotes trouxeram a Arca da Aliança do Senhor para seu lugar no santuário
interno do Templo, o Santo das Santos. Quando os sacerdotes saíram do
santuário, a Nuvem encheu o Templo - "E não
podiam ter-se em pé os sacerdotes para ministrar, por causa da nuvem, porque a
glória do Senhor enchera a Casa do Senhor" (1Rs.8:11). Deus
testificara outra vez que era com eles. Quer seja no deserto, quer seja em
Canaã, Deus estava presente junto ao seu povo querido.
Quando
terminarmos a nossa peregrinação, contemplaremos bem de perto, e para sempre,
na Sião Celeste, a presença inefável de nosso Deus. O apóstolo Paulo afirmou que “as coisas que o olho não viu, e o ouvido não ouviu,
e não subiram ao coração do homem são as que Deus preparou para os que o amam” (1Co.2:9).
2. A Glória de
sua presença
A
Nuvem de Glória cobria toda a Tenda da Congregação, e isto revelava que o
Altíssimo se encontrava de modo especial no Santuário; era o sinal visível e
glorioso da presença do Todo-poderoso.
Foi
muito bom para o povo de Israel saber que tinha a constante presença do Senhor
em seu meio. Tal presença os acompanharia por sua jornada até chegarem à Terra
Prometida.
Onde
quer que estivessem os filhos de Israel, certos estavam de que o Senhor era com
eles. Para seguir adiante, tudo o que tinham a
fazer era olhar para o alto e ver a Nuvem que pairava sobre a Arca. Desta
maneira o Senhor sempre lhes provia um lugar de descanso (cf.
Nm.10:33-36).
Assim também é hoje! Em nossa jornada pelo deserto da vida
podemos ter descanso em Jesus, porque o Seu Espírito vai adiante de nós. Ele
está sempre presente com o povo de Deus da Nova Aliança até chegar à Terra
Prometida (João 14:1-3).
3. “Icabô” –
foi-se a Nuvem de glória de Israel
Mais
tarde, já em Canaã, infelizmente, a Nuvem de glória, que havia entre os
querubins no Santo dos Santos, foi-se embora, por causa da iniquidade do povo
de Israel.
À
época de Jeremias, Deus enviou o profeta Ezequiel para avisar ao povo de Israel
e a seus líderes espirituais do desagrado do Senhor por causa das abominações
do seu povo. Ezequiel viu que Israel havia se
apartado do Senhor a ponto de desonrar o Templo com adoração ao sol e outras
abominações (cf. Ez.8:16,17).
No
capítulo 10 de Ezequiel, ele vê como a Nuvem de glória abandona o Templo. Em Ezequiel 10:3, a nuvem ainda enche o Átrio Interior,
mas se eleva dos querubins e vai para a entrada do Templo. A casa estava ainda
cheia da glória do Senhor.
Em
Ezequiel 10:18, porém, lemos o seguinte: "Então,
saiu a glória do Senhor da entrada da casa e parou sobre os querubins".
Estes não eram os querubins de ouro do Propiciatório, porém criaturas viventes,
na visão de Ezequiel. Assim, a nuvem de glória juntou-se aos querubins que
saíam do Templo.
Em
Ezequiel 11:22, a atenção do profeta volta-se de novo para os querubins e a
Nuvem de glória. No versículo 23, ele narra como a glória do Senhor subiu do
meio de Jerusalém e se pôs sobre o Monte das oliveiras, a leste da cidade. A
glória de Deus foi-se e o povo ficou desamparado e vulnerável aos ataques
impiedosos do seus ferozes inimigos. Israel foi expulso de sua Terra Prometida.
A
tragédia do exílio não pode ser interpretada como apenas a deportação de um
povo para outra terra, ou a destruição de uma cidade e seu santuário central.
Na verdade, Deus havia se retirado do meio de seu povo, uma ausência
simbolizada por uma das visões de Ezequiel, na qual a Shekinah movia-se do
Templo (Ezequiel – cap.1).
De
certa forma, portanto, o fim do cativeiro dos judeus em 539/538 não pode ser
sinônimo do fim do exílio, porque Jeová não retornou na ocasião para habitar no
Templo. Pelo contrário, os profetas predisseram que seu retorno aconteceria
apenas na era escatológica, quando o próprio Messias seria a glória de Deus
(Ag.2:7-9). Deus não terminou ainda de lidar com Israel, cujo Dia mais
grandioso está por vir.
II. A SHEKINAH
QUE ESTEVE PRESENTE NAS PEREGRINAÇÕES DE ISRAEL
“Quando, pois, a nuvem se levantava sobre o tabernáculo, então,
os filhos de Israel caminhavam em todas as suas jornadas. Se a nuvem, porém,
não se levantava, não caminhavam até o dia em que ela se levantava; porquanto a
nuvem do SENHOR estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de noite
sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todas as suas
jornadas” (Êx.40:36-38).
“Shekinah” é um termo que, segundo o sentido
aramaico, descreve a manifestação visível da glória de Deus.
Conquanto
o termo não se encontre no texto original do Antigo Testamento é uma palavra
adotada pela tradição judaica. O termo “Santíssima Trindade”, também,
não aparece no Novo Testamento, mas ela retrata com perfeição o que os textos
apostólicos ensinam sobre essa doutrina. Portanto,
proferir o termo Shekinah para referir-se à glória de Deus, é
plenamente válido.
A
Nuvem da glória de Deus acompanhou o povo de Deus durante toda a sua
peregrinação no deserto. Sempre que ela se movia, o povo a seguia; se não se
movia, o povo permanecia onde estava.
Durante
toda a sua peregrinação no deserto rumo à Canaã, o povo de Deus foi beneficiado
com a proteção, orientação e descanso à sombra da Nuvem da glória de Deus.
Não
sabemos como era essa Nuvem, mas com certeza abrigava a presença de
Deus. Ela era a sombra do próprio Deus, que protegia o Seu povo do sol
escaldante e da gélida escuridão.
1. A Glória
permanente de Deus
A
glória de Deus esteve presente durante toda a peregrinação de Israel no
deserto, porque Ele cuida do Seu povo. Está escrito
que Deus “nunca tirou de diante da face do povo a coluna de nuvem, de dia, nem
a coluna de fogo, de noite” (Êx.13:22).
Obstáculos
assustadores, inimigos impiedosos e tempestades repentinas e destruidoras
surgiam ao longo da peregrinação, mas Deus, por meio da Nuvem e do fogo, esteve
sempre presente. O apóstolo Paulo fez menção da fidelidade de Deus para com o
seu povo:
“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram
todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em
Moisés, na nuvem e no mar” (1Co.10:1,2).
As
colunas da Nuvem e de fogo constituem exemplos de teofania (uma manifestação
física de Deus). Desse
modo, Deus iluminou o caminho de Israel, o guiou e o protegeu ao longo de sua
jornada no deserto. Quando os inimigos impiedosos chegaram para destruir o povo
de Deus, Ele os protegeu com sua Nuvem e com o seu fogo (Êx.14:19,20).
Deus
providenciou segurança e controlou os movimentos do seu povo, inspirando o
ardente zelo que este deveria ter pelo seu Deus. Também Deus lhes proveu de
alimento durante os quarenta anos da jornada pelo deserto.
“Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que vos farei chover pão
dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu
veja se anda em minha lei ou não” (Êx.16:4).
O
Senhor não mudou e nem mudará (Hb.13:8). Ele cuidou do seu povo na travessia do
deserto e também cuida de nós, o povo da Nova Aliança, porque, também, o
“deserto” faz parte de nossa jornada rumo à “Terra Prometida”, o
Céu. Portanto, não nos desesperemos, pois o Espírito Santo conduz sua Igreja.
Ele é o nosso Paracleto.
2. A Nuvem de Deus no Monte Sinai e nos desertos
Quando
Moisés subiu ao Monte Sinai para receber de Deus o Decálogo e as instruções
para construção do Tabernáculo, ele entrou no meio da Nuvem da glória de Deus. Foram 40 dias e 40 noites sob a Shekiná de
Deus (Êx.24:15-18). No deserto, enquanto o
povo marchava, a Nuvem guiava o povo de Deus (Ex.13:21,22; 40:36-38). Que momentos gloriosos e ímpares!
“E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para
os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para
que caminhassem de dia e de noite. Nunca tirou de diante da face do povo a
coluna de nuvem, de dia, nem a coluna de fogo, de noite” (Êx 13:21,22).
Deus
colocou a Nuvem e o fogo como evidências da sua presença, do seu amor e do seu
cuidado por Israel (cf.Êx.40:38; Nm.9:15-23; 14:14; Dt.1:33; 1Co.10:1). Segundo
comentário no rodapé da Bíblia de Estudo Aplicação Pessoal, Deus concedeu aos
hebreus as colunas de nuvem e de fogo para que eles soubessem que a presença de
Deus os acompanharia dia e noite durante sua peregrinação rumo à Terra
Prometida.
Hoje,
o que Deus nos tem oferecido para que possamos ter esta mesma certeza? A Bíblia Sagrada; Ela é algo que o povo de Deus da
Antiga Aliança não possuía.
Devemos
ler e estudar a Palavra de Deus para assegurarmos da presença de Deus junto a
nós. Assim como os hebreus olhavam para aquelas colunas de Nuvem e fogo, também
podemos ler a Palavra de Deus de dia e de noite para sentirmos que Ele está
conosco e nos ajuda em nossa peregrinação rumo ao Céu.
3. A Nuvem se
manifestou sobre o Propiciatório (Lv.16:2)
Sobre
o Propiciatório (tampa da Arca) se manifestava a Shekinah, o fogo ou glória de
Deus, que representava sua própria presença. Deus
ordenou a Moisés que lembrasse Arão que ele só podia entrar na presença de Deus
conforme a ordem dele e da maneira prescrita. Se não estivesse devidamente
preparado, morreria (Lv.16:2,13).
“E porá o incenso sobre o fogo, perante o SENHOR, e a nuvem do
incenso cobrirá o propiciatório, que está sobre o Testemunho, para que não
morra” (Lv.16:13).
Nesse
momento, Deus se encontrava com Arão no Propiciatório (Lv.16:2).
“Disse, pois, o SENHOR a Moisés: Dize a Arão, teu irmão, que não
entre no santuário em todo o tempo, para dentro do véu, diante do propiciatório
que está sobre a arca, para que não morra; porque eu apareço na nuvem sobre o
propiciatório”.
O
sumo sacerdote Arão, ao entrar no Lugar Santíssimo, primeiramente tinha de
oferecer “incenso”, de tal maneira que fossasse uma
“nuvem de fumaça” espessa que cobrisse totalmente o Propiciatório
(Lv.16:13). Ali, Deus se manifestava por meio da Nuvem de Sua glória
(Lv.16:1,2; Nm.7:89).
“E, quando Moisés entrava na tenda da congregação para falar com
o SENHOR, então, ouvia a voz que lhe falava de cima do propiciatório, que está
sobre a arca do Testemunho entre os dois querubins; assim com ele falava”.
Na
Antiga Aliança, a glória de Deus habitava no Santo dos Santos do Tabernáculo.
Na Nova Aliança, a glória de Deus habita nos crentes (1Co.6:19).
A Igreja glorificada, a Noiva do Cordeiro, tem sobre si a
plenitude do esplendor de Deus. A Shekiná de Deus brilhará
sobre a Sua Igreja eternamente. Assim como a lua reflete a luz do sol, a Igreja
glorificada vai refletir a glória do Senhor. Essa glória é indescritível (Ap.21:11), como indescritível é Deus
(Ap.4:3).
III. OS
BENEFÍCIOS DE ESTAR DEBAIXO DA NUVEM DA GLÓRIA DE DEUS
“Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia
aparência de fogo. Mas, sempre que a nuvem se alçava sobre a tenda, os filhos
de Israel após ela partiam; e, no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de
Israel assentavam o seu arraial. Segundo o dito do SENHOR, os filhos de Israel
partiam e segundo o dito do SENHOR assentavam o arraial; todos os dias em que a
nuvem parava sobre o tabernáculo, assentavam o arraial” (Nm.9:16-18).
O
apóstolo Paulo, em 1Coríntios 10:1,2, chamou o aspecto da Nuvem de Deus,
no deserto, de batismo:
“Ora, irmãos, não quero que ignoreis que nossos pais estiveram
todos debaixo da nuvem; e todos passaram pelo mar, e todos foram batizados em
Moisés, na nuvem e no mar”.
Como
o batismo simboliza a graça de Deus na vida da pessoa, a Nuvem simbolizava a
graça protetora, provedora e orientadora de Deus na vida do povo de Deus.
1. Debaixo da
Nuvem de Deus teremos Proteção de Deus (Nm.9:16)
“Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia
aparência de fogo”.
Quando andamos sob a Nuvem de Deus, contamos com a Sua proteção (Sl.121:5-8).
“O SENHOR é quem te guarda; o SENHOR é a tua sombra à tua
direita. O sol não te molestará de dia, nem a lua, de noite. O SENHOR te
guardará de todo mal; ele guardará a tua alma. O SENHOR guardará a tua entrada
e a tua saída, desde agora e para sempre”.
A
Nuvem de Deus protegeu o povo no deserto: durante o dia, do sol escaldante e do
calor impiedoso; durante a noite, do frio e da escuridão tenebrosa. O salmista diz que “aquele que habita no abrigo do
Altíssimo descansa à sombra do Todo-Poderoso” (Sl.91:1).
2. Debaixo da
Nuvem de Deus encontramos Orientação certa de Deus (Nm.9:17)
“Mas, sempre que a nuvem se alçava sobre a tenda, os filhos de
Israel após ela partiam; e, no lugar onde a nuvem parava, ali os filhos de
Israel assentavam o seu arraial”.
Quando
a Nuvem se erguia do Tabernáculo, o povo de Israel marchava. Onde a Nuvem
parava, o povo acampava. A Nuvem era, obviamente, símbolo da presença de Deus
guiando seu povo.
Embora
nos dias de hoje o Senhor não conduza seu povo de maneira visível, pois “andamos por fé e não pelo que vemos”
(2Co.5:7), o princípio ainda é o mesmo: caminhamos quando o Senhor se move,
nunca antes, já que a incerteza sobre partir representa um bom sinal para
permanecer onde estamos. Não devemos nos mover sem ser da vontade de Deus.
Imagine
aquelas centenas de milhares de pessoas - homens, mulheres e crianças -
viajando através de um impiedoso e inóspito deserto onde não havia um
referencial de rota. Sem nenhum equipamento por mais rústico que fosse.
Certamente
que, sozinha, essa multidão de pessoas não podia fazer planos para o dia
seguinte. Não sabia onde acampar. Não sabia quando deveria pôr-se em marcha, ou
quando em marcha. Não sabia onde iria acampar. A única solução era olhar para
cima a fim de receber a orientação de Deus. Todos os seus movimentos e decisões
eram orientados por Deus. A Nuvem de Deus os orientava.
Nós,
povo de Deus da Nova Aliança, enfrentamos um deserto impiedoso em nossa jornada
rumo à Sião Celeste. Desta feita, não teremos êxito em nossa jornada sem a
orientação do Espírito Santo, a nossa gloriosa Nuvem.
Devemos
olhar sempre para Jesus. O texto sagrado é contundente:
“olhando para Jesus, autor e consumador da fé...” (Hb.12:2).
Jesus
é quem nos dá direção certa. Ele mesmo falou: "Eu
sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas; mas terá a luz da
vida" (João 8:12).
Israel
teve a direção gloriosa de Deus. Está escrito:
“E o SENHOR ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para
os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para
que caminhassem de dia e de noite” (Êx.13:21).
Somente
Deus conhece o caminho do deserto. O pastor não conhece, o padre não conhece, o
papa não conhece, Maria não conhece, Paulo não conhece, Pedro não conhece,
Tiago não conhece. Somente Deus conhece o caminho certo.
Israel
tinha a coluna de Nuvem e coluna de fogo, símbolos da presença de Deus. Logo,
sem a direção de Deus a nossa peregrinação é improfícua. Moisés disse ao Senhor: “se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir
daqui” (Êx.33:15).
Sem
Jesus, não temos o rumo certo, logo, estaremos perdidos. Somente Ele é o
Caminho. Ele mesmo disse: “Eu sou o caminho, e a
verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim” (João 14:6.).
Muitos
ignoram a orientação de Deus para tomar suas próprias decisões; seguem suas
próprias vontades ignorando a orientação da Nuvem de Deus, O Espírito Santo. O
resultado disso é a frustração, a decepção e, em muitos casos, a morte no
deserto da vida, a morte espiritual. Foi o que aconteceu com Jonas. Ele, a bel
prazer, achou que a direção certa era Társis, enquanto a direção correta era
Nínive. Jonas teve consequências nefastas por não estar debaixo da Nuvem de
Deus: foi parar na barriga de um grande peixe, ou seja, no abismo. É isto que
acontece quando se está fora da direção de Deus: o abismo.
Amados
irmãos, qualquer decisão a tomar durante a nossa jornada neste deserto da vida,
precisamos da orientação da Nuvem de Deus. Caso contrário, padeceremos. Deus
tem a direção certa, o rumo certo para o seu povo. Devemos, pois, obedecê-lo, confiar
nele. Devemos seguir as suas pisadas.
Orienta-nos
o apóstolo Pedro: “Porque para isto sois chamados, pois também Cristo padeceu
por nós, deixando-nos o exemplo, para que sigais as suas pisadas” (1Pd.2:21).
Que
possamos nos firmar nas pisados do Senhor, como fez Jó, e não se desviar dos
seus caminhos (Jó 23:11)
“Nas suas pisadas os meus pés se afirmaram; guardei o seu
caminho e não me desviei dele”.
“Instruir-te-ei e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir;
guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que
não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio, para que se não
atirem a ti” (Sl.32:8,9).
3. Debaixo da Nuvem de Deus Descansaremos à Sua sombra (Nm.9:18)
“Segundo o dito do SENHOR, os filhos de Israel partiam e segundo
o dito do SENHOR assentavam o arraial; todos os dias em que a nuvem parava
sobre o tabernáculo, assentavam o arraial”.
Quando
a Nuvem parava, o povo acampava para descansar debaixo da sombra do
Senhor. Podiam ficar despreocupados, descansados, porque a Nuvem de
Deus estava li.
Quem
está debaixo da Nuvem não tem o que temer, pois descansa à sombra do Onipotente
Deus. Ele cuida de tudo para nós quando lhe entregamos a direção da nossa vida
em todos os aspectos.
Está
escrito em Deuteronômio 29:5 que tudo estava debaixo da providência de Deus.
“Durante os quarenta anos em que os conduzi pelo deserto, nem as
suas roupas, nem as sandálias dos seus pés se gastaram”.
O
Salmista confirma isso
(Sl.9:10,11).
“Se você fizer do Altíssimo o seu abrigo, do Senhor o seu
refúgio, nenhum mal o atingirá, desgraça alguma chegará à sua tenda. Porque a
seus anjos ele dará ordens a seu respeito, para que o protejam em todos os seus
caminhos”.
Portanto,
quem está debaixo da Nuvem, não deve se preocupar com nada, deve, sim,
descansar à sombra da Nuvem de Deus.
- O
Apóstolo Pedro exorta
desta maneira: “Lancem sobre ele toda a sua
ansiedade, porque ele tem cuidado de vocês” (1Pd.5:7).
- O
salmista, também,
nos aconselha desta maneira: “Lança o teu
cuidado [preocupação] sobre o SENHOR, e ele te susterá; nunca permitirá
que o justo seja abalado” (Salmos 55:22).
Se
você tem sido uma pessoa ansiosa, preocupada, saiba que debaixo da Nuvem de
Deus há esperança. Há um Deus que tudo pode fazer quando estamos debaixo de
seus cuidados.
“Bendito o varão que confia no SENHOR, e cuja esperança é o
SENHOR” (Jr.17:7).
Quem
confia no Senhor, quem caminha debaixo da Nuvem de Deus, mesmo que esteja em
perigo, correndo riscos, fica em paz e descansa.
“O ímpio tem muitas dores, mas aquele que confia no SENHOR, a
misericórdia o cercará” (Sl.32:10).
“Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra e,
verdadeiramente, serás alimentado” (Sl.37:3).
4. O perigo de
não estar debaixo da Nuvem de Deus
Os israelitas
foram alvos da graça de Deus no Êxodo:
Foram libertos da
escravidão do Egito de forma milagrosa (1Co.10:1).
Foram protegidos e
providos sob a Nuvem de Deus (Nm.9:16-18)
Viram bem de
perto, e de forma visível, o fogo da glória de Deus.
A
despeito dessas bênçãos, abandonaram o Senhor Deus que os tirou da escravidão
do Egito, e cometeram pecados terríveis de idolatria e abominações. Por causa
disso, e de mais outros erros, a maior parte deles foi destruída no deserto
(1Co.10:5). Eles perderam a sua eleição divina e,
por conseguinte, não alcançaram a Terra Prometida (Nm.14:30).
“Não
entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela,
salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num”.
Portanto,
assim como Deus não tolerou a idolatria, pecado e imoralidade de Israel, assim
também Ele não tolera o pecado do seu povo da Nova Aliança. Ficar fora do
abrigo de Deus é perigo certo. Pense nisso!
CONCLUSÃO
Em nossa caminhada rumo à Sião Celeste, nós não passamos somente
por desertos; na verdade, o deserto é a nossa trajetória rumo à Terra
Prometida, o Céu.
Para
sobrevivermos nessa jornada da vida é necessário nos abrigarmos sob a Nuvem de
Deus. Caso contrário, a nossa trajetória não será segura e nem proveitosa.
Se você não quer morrer no deserto da vida, se você não quer
ficar perdido nessa vida, se você quer uma caminhada segura e proveitosa para
poder atingir o objetivo que você pretende alcançar, então, é imprescindível
que você esteja debaixo da Nuvem de Deus. Ali encontramos proteção, encontramos
orientação e descanso para nossas almas.
Assim
como Israel teve a experiência da Nuvem de Glória, nós podemos ter uma
experiência com a glória do Altíssimo por intermédio do seu bendito Espírito.
Ainda é possível viver uma vida cheia do Espírito Santo de Deus.
É possível ter experiências gloriosas com o nosso Deus. AMEM!!!!!!