Os Três Anjos de Apocalipse 14:6-12:
A Mensagem Final à Humanidade
A
passagem de Apocalipse 14:6-12 é uma das mais impactantes e proféticas
do livro de Apocalipse, descrevendo uma série de três anjos que voam
pelo meio do céu proclamando mensagens cruciais à humanidade antes do juízo
final. Essas mensagens são consideradas um alerta divino e um chamado à
decisão para todas as pessoas que vivem na Terra.
O Primeiro Anjo (Apocalipse 14:6-7)
"Vi outro anjo voando pelo meio do céu, tendo o
evangelho eterno para proclamar aos que habitam sobre a terra, a toda nação,
tribo, língua e povo, dizendo em alta voz: 'Temam a Deus e deem-lhe glória,
pois a hora do seu juízo chegou. Adorem aquele que fez os céus, a terra, o mar
e as fontes das águas'."
O
primeiro anjo anuncia o "evangelho eterno". Isso não é um novo
evangelho, mas a mensagem imutável de salvação que existiu desde o princípio.
Ele a proclama a todas as nações, tribos, línguas e povos, enfatizando a natureza
universal da mensagem divina.
Os
pontos chave da sua mensagem são:
- Temer
a Deus e dar-lhe glória:
Isso implica reconhecer a soberania e a santidade de Deus, e viver de uma
forma que o honre.
- A hora
do seu juízo chegou:
Um alerta solene de que o tempo de prestação de contas está próximo.
- Adorar
o Criador: Um chamado
para adorar o Deus verdadeiro que fez todas as coisas, em contraste com a
adoração a ídolos ou à besta, que é um tema central em Apocalipse. Esta
adoração ao Criador é um contraponto direto à adoração da Besta mencionada
em capítulos anteriores.
O Segundo Anjo (Apocalipse 14:8)
"Seguiu-se outro anjo, o segundo, dizendo: 'Caiu! Caiu
Babilônia, a grande cidade que fez todas as nações beberem do vinho da fúria da
sua prostituição!'"
O
segundo anjo proclama a queda de Babilônia. "Babilônia" em
Apocalipse é um símbolo complexo, representando um sistema global de apostasia,
opressão e rebelião contra Deus. Ela pode ser interpretada de diversas formas:
- Sistema
religioso apóstata:
Uma religião falsa que seduz e engana as nações.
- Sistema
político-econômico corrupto:
Um poder mundial que explora e oprime.
- Cidade
literal: Para alguns,
pode se referir a uma cidade literal que terá um papel proeminente no fim
dos tempos.
A
queda de Babilônia significa a sua condenação e destruição inevitável
por ter desviado as nações da adoração a Deus, levando-as à
"prostituição" espiritual e moral.
O Terceiro Anjo (Apocalipse 14:9-12)
"Seguiu-se a eles outro anjo, o terceiro, dizendo em alta
voz: 'Se alguém adorar a besta e a sua imagem e receber a sua marca na testa ou
na mão, também beberá do vinho da fúria de Deus, que é derramado sem mistura no
cálice da sua ira. Será atormentado com fogo e enxofre na presença dos santos
anjos e na presença do Cordeiro. A fumaça do seu tormento sobe para todo o
sempre. Não há descanso, dia nem noite, para aqueles que adoram a besta e a sua
imagem, e para quem quer que receba a marca do seu nome.' Aqui está a
perseverança dos santos, daqueles que guardam os mandamentos de Deus e a fé em
Jesus."
A
mensagem do terceiro anjo é a mais severa e alarmante. Ele adverte sobre
as consequências terríveis para aqueles que optam por adorar a besta
(um poder político-religioso opressor) e receber sua marca. A
"marca" representa lealdade e submissão total a esse sistema, em
oposição à adoração de Deus.
As
consequências são:
- Cálice
da ira de Deus:
Sofrer a punição divina em sua plenitude, sem qualquer mitigação.
- Tormento
eterno: Ser
atormentado com fogo e enxofre, simbolizando a destruição final e a
separação de Deus, sem descanso.
Em
contraste com essa punição, o versículo 12 apresenta a "perseverança
dos santos". Isso descreve aqueles que resistem à pressão de adorar a
besta, mantendo sua fidelidade a Deus através de duas características
principais:
- Guarda
dos mandamentos de Deus:
Obedecem à Sua lei.
- Fé em
Jesus: Mantêm sua
confiança e lealdade a Cristo.
Importância e Conclusão
Essas
três mensagens angélicas em Apocalipse 14 são cruciais porque:
- Elas
representam um chamado final e global para a humanidade se voltar
para Deus e evitar o juízo.
- Elas
estabelecem um contraste claro entre a adoração ao Criador e a
adoração à besta, forçando uma decisão.
- Elas
revelam a justiça de Deus na punição dos rebeldes e a recompensa
para os fiéis.
Para
muitos intérpretes, esses anjos simbolizam o movimento final de proclamação
do evangelho que ocorrerá antes da segunda vinda de Cristo, alertando o
mundo sobre os eventos finais e chamando as pessoas ao arrependimento e à
fidelidade a Deus.
Você
gostaria de explorar mais a fundo algum desses anjos ou o significado de
"Babilônia" ou da "besta"?
A
vinda dos anjos proclamando o evangelho em Apocalipse 14:6-12 é um tema central
na interpretação profética dos eventos finais da história da Terra,
pouco antes do retorno de Jesus Cristo. Não se trata de anjos literais voando e
falando em voz alta para o mundo, mas sim de uma representação simbólica
de uma mensagem divina que será proclamada globalmente por meio de seres
humanos.
Embora
o Apocalipse seja um livro com muitas interpretações, a maioria das vertentes
teológicas concorda que essa proclamação dos três anjos se dará nos últimos
dias, ou no "tempo do fim".
Aqui
estão alguns pontos-chave sobre o tempo dessa proclamação:
1. Antes do Retorno de Cristo:
A
sequência dos eventos em Apocalipse 14 é clara: as mensagens dos três anjos
(versículos 6-12) são seguidas imediatamente pela descrição da volta de
Jesus Cristo como o "Filho do Homem" que vem sobre uma nuvem para
a colheita da Terra (versículos 14-16). Isso indica que a proclamação angélica
ocorre imediatamente antes ou durante o período final que precede a Segunda
Vinda de Cristo.
2. O Contexto do Juízo:
O
primeiro anjo anuncia que "é chegada a hora do seu juízo". Isso
sugere que essa mensagem se intensifica e se torna mais urgente no período em
que Deus começa a executar seu juízo final sobre a Terra. Para algumas
interpretações, esse juízo já teria começado em um sentido celestial ou
investigativo.
3. Um Chamado Final:
As
mensagens dos anjos são a última advertência de Deus à humanidade. Elas
servem para fazer um contraste claro entre a adoração ao Criador e a lealdade à
"besta" (o sistema de engano e
opressão), forçando uma decisão final de cada indivíduo antes que o tempo da
graça se encerre e o juízo se complete.
4. Proclamação por Meio do Povo de Deus:
Muitas
interpretações entendem que os "anjos" são
símbolos do povo de Deus (cristãos sinceros) que, com a ajuda do
Espírito Santo, serão comissionados a levar essa mensagem globalmente. A
responsabilidade de pregar o evangelho foi dada aos discípulos de Jesus (Mateus
28:18-20), e essa tarefa culmina com essa proclamação final de Apocalipse 14.
5. Uma Mensagem de Alto Clamor:
Essa
mensagem é frequentemente descrita como sendo proclamada com "grande voz" ou "alto
clamor", indicando sua urgência, clareza e alcance mundial.
É um chamado para toda nação, tribo, língua e povo, o que implica um esforço
missionário global e intenso nos últimos dias.
Em Resumo:
A
vinda desses anjos, simbolizando a proclamação global do evangelho final, se
dará no tempo do fim, um período que antecede diretamente o retorno de
Jesus Cristo. É um tempo de juízo iminente, onde
Deus oferece a última oportunidade para a humanidade escolher entre adorá-Lo
como Criador ou seguir os sistemas de engano e rebelião.
É
importante notar que diferentes tradições teológicas podem ter nuances na
interpretação exata de quando esses eventos se desenrolam e como eles se
relacionam com outras profecias.
Você
gostaria de saber mais sobre alguma dessas interpretações ou como essa mensagem
se aplica aos dias atuais?
Apocalipse: o evangelho eterno de Deus
O
capítulo 14 apresenta o caráter, a missão e a vitória do povo remanescente de
Deus no tempo do fim. Ele se inicia com uma visão
dos salvos no Céu e uma descrição do caráter deles (1-5); logo depois
ele retrocede no tempo em um flashback para apresentar esses
mesmos salvos pregando o evangelho a todo o mundo na figura de três anjos
(6-12); em seguida é usado um símbolo frequente nas Escrituras: o próprio Senhor fazendo a colheita final das searas da
Terra, tanto dos salvos quanto dos perdidos (14-20).
APOCALIPSE, O CRISTO VITORIOSO
1. Autoria e Contexto histórico. O autor se identifica como João (Ap
1:1,4,9;22:8). Era bem conhecido entre as igrejas da Ásia Menor (Ap 1:9). Já no
século II d.C., Justino Mártir, Irineu e outros identificaram o autor como
sendo o apóstolo João. O livro possui plena autoridade divina (Ap 22:18,19).
Apocalipse
foi escrito durante uma época de perseguição, durante o reinado do imperador Domiciano
(81-96 d.C). A maior parte dos estudiosos concorda com uma data em torno de 95
d.C.
O
imperador Domiciano, que arrogou para si o título de Senhor e Deus, baniu João
para a Ilha de Patmos. Mas ao mesmo tempo em que se achava fisicamente em
Patmos, achou-se também em espírito e Deus abriu-lhe o céu e revelou-lhe as
coisas que em breve devem acontecer.
Num
tempo em que a igreja estava sendo massacrada e pisada, perseguida e torturada,
João recebe a revelação de que o Noivo da Igreja, o Senhor absoluto dos céus e
da terra, está no total controle da igreja e da história (Ap 1:13; 5:5). Roma
pôde banir João para uma ilha solitária, mas não pôde impedir que ele veja o
céu aberto. Roma pôde impedir que João se relacione com as pessoas, mas não
pôde impedir que ele entre na sala do trono do universo para estar na presença
do Deus Todo-Poderoso. Deus usa seus instrumentos de forma incomum. Ele
transforma tragédias em triunfo.
O
Livro é dirigido a sete igrejas da Ásia Menor (1:4,11), uma área que,
atualmente, é parte da Turquia ocidental. Cada igreja recebe repreensões e
encorajamentos de acordo com a sua condição (Ap 2:1-3:22). Houve muita
perseguição sobre alguns cristãos (Ap 1:9; 2:9,13) e haveria mais pela frente
(Ap 2:10;13:7-10). Oficiais romanos tentariam forçar os cristãos a adorarem ao
imperador. Ensinamentos heréticos e fervor decrescente tentariam os cristãos
para que se envolvessem com a sociedade pagã (Ap 2:2,4,14,15,20-24;
3:1,2,15,17). O Livro assegura aos cristãos que Cristo conhece as suas
condições e que Ele os chama para permanecerem firmes contra todas as
tentações. A vitória dos cristãos já foi assegurada pelo sangue do Cordeiro (Ap
5:9,10; 12:11). Cristo virá em breve para derrotar Satanás e todos os seus
agentes (Ap 19:11-20:10), e o povo de Cristo desfrutará da paz eterna em sua
presença (Ap 7:15-17; 21:3,4).
2. Tema do Apocalipse. O tema do livro de Apocalipse é a vitória
de Cristo e de sua Igreja sobre Satanás e seus seguidores (Ap 17:14). A
intenção do livro é mostrar que as coisas não são como parecem
ser. O diabo, o mundo, o anticristo, o falso profeta e todos os ímpios
perecerão, mas a Igreja, a Noiva do Cordeiro, triunfará. Cristo é sempre
apresentado como vencedor e conquistador (Ap 1:18; 5:9-14; 6:2; 11:15; 19:9-11;
14:1,14; 15:2-4; 19:16; 20:4; 22:3). Jesus triunfa sobre a morte, o inferno, o
dragão, a besta, o falso profeta, a Babilônia e os ímpios.
A
igreja perseguida ao longo dos séculos, mesmo suportando martírio, é vencedora
(Ap 7:14; 22:14; 15:2). Os juízos de Deus mandados para a terra são uma
resposta dele às orações dos santos (Ap 8:3-5).
3. Divisões do Apocalipse. O livro de Apocalipse é dirigido às
sete igrejas da Ásia (Ap 1:4) e está dividido em três partes principais,
contemplando passado, presente e futuro (Ap 1:19):
a)
As coisas que João viu - “escreve as coisas que tens visto”: A visão na qual Cristo aparece como
Juiz das Igrejas (Ap 1:9-20).
b)
As coisas que são – “e as que são”: as cartas enviadas por Jesus, por intermédio de João, às
sete igrejas da Ásia Menor (caps. 2 e 3).
c)
As coisas que hão de acontecer depois destas – “e as que depois destas hão de acontecer”: Um esboço dos acontecimentos que
ocorrerão antes e depois da vinda de Cristo à Terra - a ascensão do Anticristo,
a Grande Tribulação, o Milênio, o Julgamento Final e a inauguração da Jerusalém
Eterna e Celeste (caps 4-22).
A
seguir, uma forma simples de memorizar o conteúdo da terceira parte do livro:
c.1) Os capítulos 4 a 19 descrevem a
grande tribulação, um período de sete anos durante o qual Deus julgará a nação
incrédula de Israel, bem como os gentios incrédulos. Esses julgamentos são
representados pelas imagens de:
Sete
selos;
Sete
trombetas;
Sete
taças.
c.2) Os capítulos 20 a 22 tratam da
segunda fase da segunda vinda de Cristo, de seu reino na Terra, do julgamento
diante do Grande Trono Branco e do Estado Eterno.
No
período da Grande Tribulação, o sétimo selo contém as sete trombetas. A sétima
trombeta contém as sete taças de julgamento. À medida que a narrativa se
desdobra, porém, ocorrem interrupções frequentes que nos apresentam várias
personalidades e acontecimentos relevantes do período da Grande Tribulação.
Alguns autores chamam essas interrupções de parênteses ou inserções. Os
parênteses mais importantes são:
· Os
cento e quarenta e quatro mil santos judeus selados (Ao 7:1-8).
· Os
cristãos desse período (At 7:9-17).
· O
anjo forte com o livrinho (Ap 10).
· As
duas testemunhas (Ap 11:312).
· Israel
e o dragão (Ap 12).
· As
duas bestas (Ap 13).
· Os
cento e quarenta e quatro mil com Cristo no monte Sião (Ap 14:1-5).
· O anjo
com o evangelho eterno (Ap 14:6,7).
· Anúncio
preliminar da queda da Babilônia (Ap 14:8).
· Advertência
aos adoradores da besta (Ap 14:9-12).
· A
ceifa e a vindima (Ap 14:14-20).
· A
destruição da Babilônia (Ap 17:1-19:3).
COMENTÁRIOS
DO PASTOR SEVERINO PEDRO DA SILVA
APOCALIPSE-
12 – VERS. 6 ao 12
6. “E vi outro
anjo voar pelo meio do céu, e tinha o evangelho eterno, para o proclamar aos
que habitam sobre a terra, e a toda a nação, e tribo, e língua, e povo”. I.
“...tinha
o evangelho eterno”. Deus
nunca se deixou a si mesmo sem testemunho (At 14.17); Ele é o Deus que “nunca muda” (Ml 3.6), e durante o tempo da Grande
Tribulação levantará um grupo de pregadores do “Evangelho
do Reino” que com grande poder darão o seu testemunho. Na plenitude dos
tempos ele levantou antes da manifestação do Messias prometido a Israel, um
João Batista; a pregação de João era precursora, isto é, preparava o caminho da
manifestação do Filho de Deus aos filhos de Israel (Ml 4.5, 6; Mt 3.1 e ss; Jo
1.15 e ss).
O mesmo Jesus designou também um grupo de pregadores do
“Evangelho do Reino” (Mt
10.5-7). Observe bem a frase: “Ide antes às ovelhas
perdidas da casa de Israel. E, indo, pregai, dizendo: É chegado o reino dos
céus”. Após sua morte e ressurreição ele ordenou que se pregasse o “Evangelho
da graça de Deus” a toda criatura “começando por Jerusalém” (Mc
16.15; Lc 24.47). Agora, no presente texto, vimos
um elevado poder angelical a pregar “O Evangelho Eterno”.
1. O
Evangelho pregado nessa época de Angústia é o mesmo Evangelho ensinado por
Jesus, porque, como sabemos, não há “outro evangelho” (Gl 1.8). O Evangelho é o
mesmo, mas pode ser apresentado na sua multiforme: (a) O EVANGELHO DO REINO;
(b) O EVANGELHO DA GRAÇA; (c) O EVANGELHO ETERNO; (d) O QUE PAULO CHAMA DE MEU
EVANGELHO. O Dr. C. I. Scofield, define o Evangelho como segue:
2. A
palavra evangelho, em si significa “boas novas”; por
isso o Evangelho é alguma coisa essencialmente diferente de qualquer ensino ou
doutrina anterior. Quatro manifestações do Evangelho devem ser anotadas e cada
uma delas, com significação especial: (a) O EVANGELHO DO REINO. Isto é, as boas
novas que Deus propôs estabelecer na terra, em cumprimento do concerto davídico
(2Sm 7.16, etc), um reino não político, mas espiritual, judaico, porém,
universal, sobre o qual o Filho de Deus herdeiro de Davi, reinará, e que será,
por mil anos, a manifestação da justiça de Deus entre os homens. Duas pregações
deste Evangelho são mencionadas nas Escrituras, uma passada, começando com o
ministério de João Batista e terminando com a rejeição do seu Rei pelos judeus.
A
outra. Ainda futura (Mt 24.14), durante a Grande
Tribulação, e imediatamente antes da Vinda em glória de Cristo – O Rei
rejeitado: (b) O EVANGELHO DA GRAÇA DE DEUS. Isto é, “as boas novas” de Jesus
Cristo, o Rei rejeitado, que morreu na cruz pelos pecados do mundo, que
ressurgiu para nossa justificação, e que por Ele todos os que creem são
justificados de todas as coisas. Esta manifestação do Evangelho é referida de
várias maneiras, como segue: (aa) É o Evangelho “de Deus”. Rm 1.1, porque se
origina no seu amor; (bb) “de Cristo”. 2Co 10.14, porque dimana do Seu
sacrifício e porque ele é o único objeto de fé para salvação; (cc) “da graça de
Deus”. At 20.24, porque salva aquele a quem a lei condena; (dd) “da glória”.
1Tm 1.11, porque diz respeito àquele que está na glória, e que leva muitos
filhos à glória. Hb 2.10; (ee) “da nossa salvação”. Ef 1.13, porque é o poder
de Deus para salvação de todo aquele que crê; (ff) “da circuncisão”. Gl 2.7,
porque diante do poder deste Evangelho, “não há grego nem judeu, circuncisão
nem incircuncisão, bárbaro, cita, servo ou livre; mas Cristo é tudo em todos”.
Cl 3.11; (gg) “da incircuncisão”. Gl 2.7, porque salva inteiramente à parte de
forma e ordenanças; (hh) “da paz”. Ef 6.15, porque
por Cristo o Evangelho estabelece paz entre o pecador e Deus, e dá paz interior
também: (c) O EVANGELHO ETERNO (o do presente texto). Este será
pregado logo no fim da Grande Tribulação e imediatamente antes do julgamento
das nações descritas em Mt 25.31 a 46. Essas
“boas novas”, pregadas pelo “anjo” é universal, e abrange a “toda a criatura”.
(d) O EVANGELHO QUE PAULO PREGAVA. (Ele o chamou de “meu Evangelho”. Rm 2.16).
Este é o Evangelho de Deus no seu mais pleno desenvolvimento, e inclui a
revelação do resultado desse Evangelho na chamada da Igreja, e as relações,
posições, privilégios e responsabilidades: (e) HÁ OUTRO EVANGELHO. 2Co 11.4; Gl
1.6. Este é apenas uma falsificação que alguém usa
tirando proveito do “Evangelho de Cristo”. Somos advertidos contra ele, o tal
evangelho.
7. “Dizendo com grande voz: Temei a Deus, e dai-lhe glória; porque
vinda é a hora do seu juízo. E adorai aquele que fez o céu, e a terra, e o mar
e as fontes das águas”. I. “...porque
vinda é a hora do seu juízo”. O leitor deve observar como a mensagem do
Evangelho é progressiva em suas várias manifestações ao mundo, e em qualquer
época: - simplesmente “Evangelho” (Mc 1.15).
“O Evangelho de Cristo” (Rm 1.16). “O Evangelho de Deus” (Rm 1.1). “O Evangelho
de Jesus Cristo” (Mc 1.1). “O Evangelho do Reino” (Mt 4.23). “O Evangelho da
graça de Deus” (At 20.24). “O Evangelho de seu Filho” (Rm 1.9). “O Evangelho da
glória de Cristo” (2Co 4.4). “O Evangelho da vossa salvação” (Ef 1.13). “O Evangelho
da paz” (Ef 6.15). “O Evangelho de nosso Senhor Jesus Cristo” (2Ts 1.18). “O
Evangelho Eterno” como é visto no presente versículo e no anterior. Em todas as
formas apresentadas nas notas expositivas do versículo seis e ss, o evangelho é
“um só” (Gl 1.6-9). Em qualquer época o Evangelho pode ser chamado de “pro tõn
aiõnõn”, (desde a eternidade), isto é, “as boas novas da época”, com este
sentido, o termo se acha mais de 25 vezes em o Novo Testamento. Este Evangelho
é eterno no plano de Deus, desde a fundação do mundo. 1. Temei a Deus. Este
termo em (Ec 12.13), é abrangente a todos os homens. Essa expressão é judaica,
e ocorre inúmeras vezes tanto no Antigo como no Novo Testamento. É evidente que
esse Evangelho é uma “boa novas” tanto para Israel, como para todas as nações,
como mensagem precursora para o Reino Milenial (cf. Mt 3.2, 3).
8. “E outro anjo
seguiu dizendo: Caiu, caiu Babilônia, aquela grande cidade que a todas as
nações deu a beber do vinho da ira da sua prostituição”. I. “...caiu,
caiu Babilônia”. O que é descrito detalhadamente no capítulo 18 deste livro
sobre a grande Babilônia, é antecipado pelo anjo de Deus no presente versículo.
O anjo estabelece a sequência deste acontecimento com grande poder, e ainda
enfatizado pelo duplo clamor: “Caiu, caiu Babilônia”. “No Antigo Testamento, muitas vezes a cidade de Babilônia
é tomada como símbolo de todos os inimigos do povo de Deus. Era chamada
de “Babilônia, a grande”, porque era a cidade do poder, da riqueza, da
cultura, do orgulho e da grandeza humana”.
1. Deu a beber
do vinho. Sabemos pela história secular e por declarações bíblicas
contemporâneas que a Babilônia da Caldéia embriagou as nações com a loucura de
sua prostituição; mas essa cidade real desapareceu há muito.
O
versículo 8 desta secção, trata de uma famosa capital, hoje existente, cujo
nome simbólico é Babilônia e, a exemplo daquela, “tem dado a beber do vinho
da... sua prostituição”. O profeta Isaías (Is 21.9), enfatiza a lei da
dupla referência profética sobre o mesmo assunto e Jeremias, segue o mesmo
paralelismo (Jr 25.15).
9. “E seguiu-os o
terceiro anjo, dizendo com grande voz: Se alguém adorar a besta, e a sua
imagem, e receber o sinal na sua testa, ou na sua mão”. I. “...se
alguém adorar a besta”. nos dias da Grande Tribulação, o Anticristo, que
será o paralelo profético dos imperadores babilônicos, e romanos, adorados no
antigo culto, será adorado pelos habitantes do mundo, no período determinado de
42 meses. O falso profeta, que é a Besta que “subiu
da terra” (13.11), é quem dirigirá esse culto. O poder e a ira de Deus,
porém, fará tudo isso chegar ao seu fim, pelo zelo da sua palavra que disse: “Só ao Senhor teu Deus adorarás, e só a ele servirás” (Mt
4.10). Este versículo encerra a quarta visão deste capítulo, e a voz do anjo
proclamador, apresenta uma contraordem divina ao edito da Besta que os homens
não recusassem a adorar a imagem, sob pena de morte (13.15, 16). A advertência divina é essa: Quem for tragado pelo engano
da Besta; também tragado será pelo ardente lago de fogo!
10. “Também o tal
(seja quem for) beberá do vinho da lei de Deus, que se deitou, não misturado,
no cálice da sua ira; e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos
anjos e diante do Cordeiro”. I. “...o tal beberá do vinho da ira de
Deus”. “Os antigos sempre misturavam água com seu vinho e outras bebidas
fortes e davam às tais bebidas um baixo conteúdo alcoólico, porquanto apenas
oito por cento de álcool é suficiente para fermentação natural”.
1. Sem mistura.
A. R. Fausset escreve: “...o vinho era tão comumente misturado com água que
misturar vinho, no grego, é usado por “despejar vinho”; (mas) este vinho da ira
de Deus não é diluído; não tem alguma gota de água para arrefecer seu calor.
Nada da graça ou da esperança é misturado com ele”. No tempo presente da
dispensação da Graça, o “vinho” do juízo de Deus, ainda é dado com uma certa
mistura (de misericórdia). Sl 75.8; porém, durante o tempo da angústia, isso
afastado e os súditos da Besta beberão do “vinho da ira de Deus” que foi
deitado não misturado. Isto é, puro! Não haverá
nenhuma mistura de misericórdia, mas será executado em forma crescente.
Logo mais eles entrarão em foco, conforme se vê no capítulo 16, deste livro.
por essa razão é que as “taças” são chamadas “as sete salvas da ira de Deus”
(16.1 e ss).
11. “E o fumo do
seu tormento sobe para todo o sempre; e não têm repouso nem de dia nem de noite
os que adoram a besta e a sua imagem, e aquele que receber o sinal do seu
nome”. I. “...seu tormento sobe para todo o sempre”. No versículo
anterior desta secção, o castigo eterno dos adoradores da Besta é descrito na
linguagem medonha. “O fog e o enxofre” estão em foco! Fogo e enxofre são
símbolos de terrível angústia (Is 30.33). “Enxofre”, diz W. Newell, “é uma substância por demais terrível... em sua ação
sobre a carne humana em tormento ao tocar o corpo. Combinado com o fogo, é
agonia absoluta, angústia inexprimível! E é este o seu propósito, pois será a
imposição ilimitada da vingança divina”. Aqui neste versículo, é
revelado a natureza deste “vinho”; será um julgamento de Deus a ser aplicado em
caráter eterno. Jesus falou do castigo eterno dos perversos (Mt 25.46), e
advertiu acerca do inferno de fogo, onde “o seu bicho não morre, e o fogo
nunca se apaga” (Mc 9.46, 48).
12. “Aqui está a paciência dos
santos: aqui estão os que guardam os mandamentos de Deus e a fé de Jesus”. I. “...os mandamentos de Deus”.
Alguns manuscritos trazem: “As dez palavras” ou
a designação que se tornou comum sobre o conteúdo das duas tábuas de pedra –
o “Decálogo”. Foram originalmente proferidas pela voz divina do monte
Sinai, para serem ouvidas pelo povo de Israel (Êx 19.16 e 20.17). Depois disso,
na presença de Moisés, no monte Sinai, foram escritas pelo “dedo de Deus” no verso e no anverso das duas
tábuas de pedra. Todos, com exceção de um (“o quinto”), tinham uma expressão
negativa (“não”): Êx 20.3, 4, 5, 7, 10, 13, 14, 15, 16, 17. No Novo Testamento,
os mandamentos foram citados por Jesus quando interpelado pelo jovem rico: “Se queres, porém, entrar na vida, guarda os mandamentos”
(Mt 19.17). Evidentemente nesta secção, os mandamentos se relacionam com
os judeus: enquanto a “fé de Jesus” com os gentios (cf. At. 14.27).
Escolas de Interpretação. Há três escolas principais de interpretação do Livro de Apocalipse: a interpretação preterista, histórica e a interpretação futurista.
a) Preterista. Segundo
essa escola, tudo o que é profetizado no livro de Apocalipse já aconteceu. Eles
pensam que o cumprimento ocorreu na queda de Jerusalém (isto se Apocalipse foi
escrito em 67 a 68 d.C.), na queda do império Romano, ou em ambos. Portanto,
segundo essa escola de interpretação, o Livro de Apocalipse não tem nenhuma
significação profética para o futuro. Simplesmente trata-se de um vívido quadro
do conflito que a Igreja teve contra o poder ímpio de Roma.
Esta
linha de interpretação é deficiente porque não explica muitos eventos vistos
por João, que ainda não ocorreram, tais como a “Grande Tribulação” e o Reino de
Cristo em companhia dos mártires (Ap 20:4-6).
b) Histórica. Esta interpretação toma como base que os fatos que João
descrevia tinham lugar durante a história da igreja e insinua que todos os
fatos já teriam acontecido quando olhamos para trás na história da humanidade.
Obviamente, seria muito difícil encaixar todas as profecias do livro de
Apocalipse em fatos históricos que já aconteceram.
Esse
método é extremamente amplo, podendo levar a diversas interpretações acerca dos
símbolos e dos cumprimentos proféticos. O livro poderia fazer alusão a muitos
acontecimentos, como as invasões bárbaras, o surgimento e a expansão do Islã,
as pestes que ocorreram na Europa medieval, a Reforma Protestante, a Revolução
Francesa e até as Grandes Guerras do século XX.
Uma
linha de interpretação historicista que se tornou muito comum é a que
identifica, na besta, o papado e, no falso profeta, a Igreja Romana. Por muito
tempo o método historicista foi o predominante no meio protestante.
Simplesmente, isto faz com que esta interpretação não tenha fundamento.
c) Futurista. Esta
interpretação coloca as profecias do livro de Apocalipse como fatos que ainda
não se cumpriram. Tais profecias começam no capítulo 4 em diante. Esta
interpretação foi a mesma que a igreja primitiva usou durante sua história
evangelística, desde o momento dos apóstolos que estavam com Jesus Cristo até o
século IV. Esta interpretação toma como regra o sentido literal das profecias.
Esta é a única interpretação considerada aceitável para o livro do Apocalipse.
Esta
escola de interpretação, aceita pela maioria dos crentes, permite que as
profecias do Apocalipse se harmonizem com outras profecias da Bíblia. Aqueles
que a defendem podem mostrar que as previsões do Apocalipse cumprem ou
enriquecem o significado de profecias anteriores. Por exemplo, em Daniel 7:13 e
Atos 1:11, lemos que Jesus voltará a Terra. Além disso, está escola de
interpretação mostra-nos que a visão de João sobre a vinda de Cristo, a
ressurreição dos mortos e a separação final entre salvos e perdidos não
representam apenas ideias, mas retratam eventos verdadeiros.
É
válido ressaltar que as cartas às sete igrejas da Ásia (Ap 2-3) não aludem a
períodos da História da Igreja, pois nelas se mencionam lugares e pessoas que
realmente existiram. Contudo, apesar de não sermos os destinatários originais
dessas cartas, boa parte do que foi dito por Jesus àquelas igrejas é extensivo
a nós: “Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas” (Ap
2:7,11,17,29; 3:6,13,22; 13:9). A igreja nascente começou com os doze
discípulos do Senhor Jesus, que ouviram ensinamentos que, em sua maioria, são
válidos para hoje (Mt 5:7,24,25; João 13:17). Nós somos a continuação da igreja
primitiva.
CONCLUSÃO
Com isto concluímos o estudo panorâmico do Novo Testamento. Através destes
estudos fomos conscientizados de que este compêndio doutrinário é a mensagem
divina para a Igreja. É o Novo Concerto que Deus estabeleceu com o homem por
meio de Jesus Cristo. O Novo Testamento revela-nos como Deus nos salvou da
perdição eterna; diz-nos como podermos ser conduzidos ao seu reino através de
Cristo, experimentando o seu poder em nossa vida diária. Nele é descrito o
retorno glorioso de nosso Salvador e o maravilhoso destino que Ele estabeleceu
para nós.
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