A NATUREZA DOS ANJOS – NO MUNDO ESPIRITUAL –
Existência
dos Anjos:
a-
Estabelecida pelo Ensino do Antigo Testamento
São inúmeros os textos do AT que comprovam a realidade da
existência dos anjos. Queremos, no entanto, destacar apenas os que se seguem:
Gn 32:1,2; Jz 6:11ss; 1Rs 19:5; Ne 9:6; Jó 1:6; 2:1; Sl 68:17; 91:11; 104:4; Is
6:2,3; Dn 8:15-17; Nos textos alistados anteriormente, vemos os anjos em suas
funções principais de servir e louvar a Yahweh, transmitir as mensagens de
Deus, obedecer a Sua vontade, executar a vontade de
Deus, e também como guerreiros.
b-
Estabelecida pelo Ensino do Novo Testamento
No contexto do NT, os anjos não são apresentados
simplesmente como “mensageiros de Deus”, mas também como “ministros aos
herdeiros da salvação” (Hb 1:14). Outrossim, a existência dos anjos é
apresentada de maneira inequívoca no NT. Vejamos, por exemplo, os textos a
seguir: Mt 13:39; 13:41; 18:10; 26:53; Mc 8:38; Lc 22:43; Jo 1:51; Ef 1:21; Cl
1:16; 2Ts 1:7; Hb 1:13,14; 12:22; 1Pe 3:22; 2Pe 2:11; Jd 9; Ap 12:7; 22:8,9.
Classes:
Anjos - Serafins - Querubins - Anjo
Gabriel - Arcanjo Miguel. (Do lado de Satanás estão organizados em
várias classes também -
TEXTO BÍBLICO: Lucas 1:26-25
"Bendizei ao SENHOR, anjos seus, magníficos em
poder, que cumpris as suas ordens, obedecendo à voz da sua palavra" (Sl.103:20).
Lucas 1:26-35
26. E, no sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado por Deus a uma cidade da
Galileia, chamada Nazaré,
27. a uma virgem desposada com um varão
cujo nome era José, da casa de Davi; e o nome da virgem era Maria.
28. E,
entrando o anjo onde ela estava, disse: Salve, agraciada; o Senhor é contigo;
bendita és tu entre as mulheres.
29. E, vendo-o ela, turbou-se muito com
aquelas palavras e considerava que saudação seria está.
30. Disse-lhe,
então, o anjo: Maria, não temas, porque achaste graça diante de Deus,
31. E eis que
em teu ventre conceberás, e darás à luz um filho, e pôr-lhe-ás o nome de Jesus.
32. Este será
grande e será chamado Filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará o trono de
Davi, seu pai,
33. e reinará
eternamente na casa de Jacó, e o seu Reino não terá fim.
34. E disse Maria ao anjo: Como se fará
isso, visto que não conheço varão?
35. E,
respondendo o anjo, disse-lhe: Descerá sobre ti o Espírito Santo, e a virtude
do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; pelo que também o Santo, que de ti há
de nascer, será chamado Filho de Deus.
INTRODUÇÃO
A
Bíblia Sagrada mostra que os anjos não são mitos nem lendas, mas seres
angelicais criados por Deus. Se por um lado, somos confortados, sabendo que os anjos de Deus se acham à disposição dos
que hão de herdar a vida eterna (Hb.1:14), por outro, apesar de sua
capacidade e poderio que lhes conferiu o Senhor, não devem nem podem ser
adorados (Ap.19:10; 22:9). Os anjos são seres reais, plenamente
espirituais, que, embora superiores aos homens, não têm qualquer função na
salvação do homem. Eles são ministros da
providência de Deus e agentes ativos na vida do crente e da Igreja de Cristo.
O não entendimento, ou a falta de estudo, sobre sua natureza e atividades, tem
ocasionado o surgimento de muitas seitas, heresias e credos, distintos e
distantes da sã doutrina, conforme encontrada na Palavra de Deus.
I. OS ANJOS
1. Quem são os anjos? O termo anjo aplica-se a todas as ordens dos espíritos
criados por Deus (Hb.1:14). A palavra anjo no hebraico é “ma'ak” e no
grego é “ângelus” que significam a mesma
coisa: mensageiro, enviado. Eles exercem atividades importantes no mundo
espiritual, mas não são independentes nessas atividades, pois as fazem dentro
dos limites a que foram criados. A Bíblia fala da manifestação dos anjos na
obra da criação do mundo físico (Jó 38:6,7). Eles
estavam presentes quando Moisés recebeu de Deus as tábuas da Lei (Hb.2:2);
no nascimento de Jesus (Lc.2:13); quando foram servir ao Senhor Jesus no deserto da
tentação (Mt.4:11); na ressurreição de
Cristo (Mt.28:2; Lc.24:4,5); na ascensão de
Cristo (At.1:10). Muitas outras manifestações podem ser listadas em toda
a Bíblia.
A manifestação dos anjos é incorpórea; eles são seres
espirituais e morais, porque acima de tudo, são pessoas. A realidade dos anjos se comprova
mediante os atributos de personalidade que eles demonstram falando, pensando,
sentindo e decidindo. Muitas das suas manifestações são feitas através de
formas materiais inexistentes. Entretanto, os demônios, que são anjos caídos
da graça de Deus, tomam, para se incorporarem, corpos de pessoas vivas ou de
animais, e por essas possessões materiais, se manifestam. Os anjos de Deus não tomam outros corpos para se
manifestarem, mas tomam formas de pessoas humanas visíveis para se fazerem
manifestos; podem se apresentar na forma humana, quando ocorrem as
manifestações angelofânicas. Essas aparições ocasionais são
bíblicas (Jz.13:6; Hb.13:2).
“Então, a mulher entrou e falou a seu marido, dizendo: Um homem
de Deus veio a mim, cuja vista era semelhante à vista de um anjo de Deus,
terribilíssima; e não lhe perguntei de onde era, nem ele me disse o seu nome”.
2.
Sua natureza. Os
anjos são criaturas espirituais e invisíveis aos seres humanos. Eles são
sobrenaturais e, como os humanos, possuem natureza racional.
a)
São criaturas de Deus. Os
anjos são, assim como os homens, criaturas de Deus. Em Gn.1:1 e Cl.1:16 está
escrito que Deus foi o criador dos anjos, de forma que os anjos são criaturas,
ou seja, seres inferiores a Deus, embora sejam superiores aos homens. Isto é
muito importante, pois não temos como confundir os anjos com o próprio Deus,
nem podemos atribuir a anjos quaisquer atributos divinos, pois Deus é o
criador, enquanto os anjos são apenas criaturas. É impossível fixar o tempo em
que foram criados os anjos, mas a resposta de Deus a Jó declara que eles foram
criados antes de todas as outras coisas (Jó 38:4,7).
b)
São seres espirituais. A
Bíblia mostra-nos que os anjos são seres espirituais, ou seja, ao contrário do
homem que é formado de uma parte material (corpo) e de outra parte imaterial
(alma e espírito), os anjos são puro espírito. O escritor da carta aos hebreus
diz que os anjos são “espíritos ministradores enviados para servir a favor
daqueles que hão de herdar a salvação (Hb.1:14). Por serem espirituais, os
anjos não estão sujeitos às leis da física e é por isso que os vemos, ao longo
do texto bíblico, imunes às leis físicas, podendo aparecer e desaparecer
(Jz.6:21; Lc.1:11; 2:13); contrariar a lei da gravidade (Jz.13:20); ter poder
de ferir milhares de pessoas ao mesmo tempo (2Sm.24:16,17; 2Rs.19:35;
1Cr.21:16; 2Cr.32:21; Is.37:36); fechar a boca de leões famintos (Dn.6:22); remover
grandes pedras (Mt.28:2); fazer emudecer (Lc.1:20); entrar e sair de lugares
que estão fechados (At.5:19; 12:7-11); ferir uma pessoa em particular de modo
fulminante e fatal (At.12:23); entre outros poderes, a mostrar que as leis
vigentes para o mundo físico e material não atingem estes seres, já que são
puramente imateriais.
c)
São dotados de consciência, sentimento, entendimento e vontade.
· São
dotados de consciência. No episódio da criação, é dito que os anjos
cantavam e rejubilavam, ou seja, demonstraram ter noção do que estava a
acontecer e louvavam a Deus. Isto só é possível para seres que têm consciência
de si mesmos e consciência de quem é Deus a ponto de reconhecerem Sua soberania
e Sua dignidade para ser adorado. Os anjos têm plena consciência de que devem
adorar a Deus e de que somente Deus deve ser adorado (Sl.103:20; Ap.22:9).
· São
dotados de sentimento. Em Jó, vemos que os anjos estavam alegres
enquanto Deus criava o mundo e, por isso, cantavam, tendo, também, com alegria,
trazido a mensagem do nascimento de Jesus (Lc.2:10).
· São
dotados de entendimento. Os anjos sabem o que são, o que fazem e o que
está acontecendo ou vai acontecer. Os anjos, diz-nos a Bíblia, são seres que
obedecem à voz de Deus (Sl.103:20), que transmitem fielmente as mensagens
divinas, bem sabendo o seu teor (Dn.8:16; 9:22; 10:14; Lc.1:19), como também
conhecem como funciona a dimensão celestial a que pertencem (Dn.10:12,13;
Jd.9).
· São
dotados de vontade. Assim como os homens, os anjos foram criados com o
livre-arbítrio, ou seja, com o poder de escolher entre servir a Deus ou não.
Tanto é assim que o “querubim ungido” escolheu o mal, quis ocupar o lugar de Deus e, por isso,
pecou, tendo sido achado iniquidade nele, a ponto de ter perdido toda a glória
que possuía neste lugar de proeminência diante do Senhor (Is.14:12-16;
Ez.28:12-19). Isto só foi possível porque os anjos
são dotados de livre-arbítrio. Entretanto, este livre-arbítrio só pode
ser exercido uma única vez, visto que os anjos estão na dimensão celestial, onde não existe o tempo e, portanto, o arrependimento se
torna impossível. Tendo feito a sua escolha, quando do pecado do
“querubim ungido”, os seres angelicais a fizeram para sempre e, por isso,
podemos, hoje, falar em “santos anjos” (Mt.25:31;
Mc.8:38; Lc.9:26; At.10:22; Ap.14:10) ou “anjos de
Deus” (Jó 4:18; Sl.91:11; Sl.148:2; Mt.4:6; 13:41; 16:27; 18:10; 24:31;
Mc.13:27; Lc.4:10; Hb.1:7; Ap.3:5), como também em
“anjos do diabo” (Mt.25:41; Ap.12:7,9), também chamados de “anjos que não
guardaram o seu principado” (Jd.6).
d)
São seres assexuados. Por
serem plenamente espirituais, os anjos também são assexuados, ou seja, não são
nem do gênero masculino, muito menos do gênero feminino. A Bíblia diz que os
homens é que foram criados macho e fêmea (Gn.1:27), a exemplo de grande parte
das criaturas animais da dimensão terrena (Gn.2:19,20). Assim, a sexualidade é
uma característica exclusiva da dimensão terrena (e, assim mesmo, há criaturas
desta dimensão que são assexuadas), sendo algo que não tem correspondência na
dimensão celestial, como, a propósito, bem nos ensinou o Senhor Jesus em Seu
diálogo com os saduceus (Mt.22:29,30; Mc.12:25). Não
há, portanto, “anjos do sexo masculino” nem tampouco “anjas”. Alguns
procuram “provar” a existência de “anjas”, como se fosse possível uma “prova
bíblica” que contrarie o ensino de Jesus por intermédio do texto de Zc.5:9, que
relata uma visão do profeta em que “duas mulheres saíram, agitando o ar com as
suas asas, pois tinham asas como as da cegonha e se levantaram a efa entre a
terra e o céu”. Entendem que estas duas mulheres seriam “anjas”, pois “teriam
asas”. Trata-se, evidentemente, de uma grande deturpação do texto bíblico.
Primeiro, porque estamos diante de uma visão, que não pode ser tomada ao pé da
letra na interpretação. Mas, não bastasse isso, na
própria visão vemos que estas duas mulheres vistas pelo profeta simbolizam a
“impiedade”.
e)
Os anjos não devem ser adorados. Os
anjos são criados por Deus e não devem ser cultuados em nenhuma hipótese.
Somente a Deus devemos adoração.
-
Satanás tentou a Cristo pedindo-lhe
adoração e Jesus lhe respondeu: “Vai-te, Satanás, porque está escrito: Adorarás
o Senhor, teu Deus, e só a ele servirás” (Lc.4:8).
-
Paulo alertou aos crentes de
Colossos que não aceitasse esta heresia dos falsos mestres: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de
humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu; estando debalde
inchado na sua carnal compreensão” (Cl.2:18).
-
Os próprios anjos recusaram ser adorados (cf.Ap.19:10; 22:8,9); sendo também adoradores
(Sl.148:2,5; Hb.1:6) - “E eu lancei-me a
seus pés para o adorar, mas ele disse-me: Olha, não faças tal; sou teu conservo
e de teus irmãos que têm o testemunho de Jesus; adora a Deus; porque o
testemunho de Jesus é o espírito de profecia” (Ap.19:10). “Louvai-o, todos os
seus anjos; louvai-o, todos os seus exércitos” (Sl.148:2).
Lamentavelmente,
em algumas igrejas os anjos são mais prestigiados do que Jesus Cristo. Quando
alguém diz que viu um anjo com a bandeja na mão trazendo a bênção para cada um,
o som de aleluias é ensurdecedor.
f) Anjos bons e maus. Na criação original dos anjos, não houve essa
classificação entre bons e maus. A Bíblia declara que os anjos foram criados no
mesmo nível de justiça bondade e santidade (2Pd.2:4; Jd.5). O que define entre bons e maus é o fato de que foram
criados como seres morais com livre-arbítrio, e, daí, a liberdade de escolha
consciente entre o bem e o mal. A queda de Lúcifer deve-se a esta condição
moral dos anjos (Is.14:12-16; Ez.28:12-19).
A
Bíblia fala acerca dos anjos que pecaram contra o Criador e não guardaram a sua
dignidade (2Pd.2:4; Jd.6; Jó 4:18-21) – “Porque,
se Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado
no inferno, os entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o
Juízo” (2Pd.2:4). Aos anjos que não pecaram e não seguiram a
Lúcifer, Deus os exaltou e os confirmou em sua posição celestial e para sempre
estarão na sua presença, contemplando e executando a vontade do Criador
(Mt.18:10; 26:53) - “Vede, não desprezeis algum
destes pequeninos, porque eu vos digo que os seus anjos nos céus sempre veem a
face de meu Pai que está nos céus”. “Ou pensas tu que eu não poderia, agora,
orar a meu Pai e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos?” (Mt.26:53).
g)
A habitação dos anjos. Ao
estudarmos as várias classes angelicais, entendemos que estas são distintas por
várias atividades e se manifestam no vastíssimo espaço das "regiões
celestiais". A Bíblia declara ainda que os anjos de Deus são organizados
em milícias espirituais que povoam os céus e são distribuídos em distintas
ordens e graus (Lc.2:13; Mt.26:53). Trata-se, portanto, de uma habitação numa
dimensão celestial.
“E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos
exércitos celestiais, louvando a Deus” (Lc.2:13).
h)
O número de anjos. É
impossível determinar o número de anjos porque é incontável e é o mesmo número
em todos os tempos, desde que foram criados. Como
não há reprodução de anjos, eles persistem com o mesmo número desde o momento
em que foram criados (Dn.7:10 e Ap.5:11). A quantidade existente de
anjos é única e incontável, porque desde que foram criados não foram aumentados
nem diminuídos. Eles não procriam e foram criados de uma vez pelo poder da
Palavra de Deus. A Bíblia utiliza expressões variadas para designar "milhares de milhares”, "multidão dos exércitos
celestiais”, "muitos milhares de anjos" (Ap.5:11; Dn.7:10;
Dt.33:2; Hb.12:22; Lc.2:13).
i) Satanás se transfigura em “anjo de luz” -
“E não é maravilha,
porque o próprio Satanás se transfigura em anjo de luz” (2Co.11:14).
O diabo se transfigura em anjo de luz para enganar as pessoas. Muitas das
heresias hoje existentes tiveram origem em visões (visões?) de procedência
maligna.
Aconteceu
com Joseph Smith, fundador do Mormonismo, conhecida como “Igreja de Jesus
Cristo dos Santos dos Últimos Dias”. Em sua primeira “visão”, em 1820, teria
visto o Pai e o Filho Jesus Cristo. Três anos depois, em 1823, teria lhe
aparecido o Anjo Morôni.
Aconteceu
com John S. Scheppe, que em 1913, através de uma “visão”, teria recebido uma
revelação acerca do poder do nome de Jesus. Desta revelação originou-se o
batismo nas águas só em nome de Jesus, e não mais em nome do Pai, do Filho e do
Espírito Santo.
Aquela visão deu origem ao Movimento “Só Jesus” ou “Nova Luz”.
Aconteceu
com Sum Myung Moon, fundador da “Associação do Espírito Santo para a Unificação
da Cristandade Mundial”, também chamada de “Igreja da Unificação”, fundada na
Coréia, em 1954. Segundo declarou o Reverendo Moon, quando ele tinha 16 anos,
teve uma “visão”, na qual Jesus lhe aparecera dizendo: “termina a missão que eu
comecei”. Segundo ele, Jesus teria lhe revelado que a obra da redenção ainda
não estava completa, e que Moon seria o único capaz de completar a obra que o
Filho de Deus havia começado. Isto vai totalmente de encontro o que Jesus
proferiu, na cruz: “está consumado” (João 19:30). Portanto, a visão de Moon é
uma heresia gerada no coração de Satanás.
Heresias
semelhantes a estas continuam acontecendo no presente, porque “Satanás se
transfigura em anjo de luz” e, com facilidade engana “homens amantes de si
mesmos”. Satanás prossegue enganando crentes incautos, como afirma Pedro: “E
muitos seguirão suas dissoluções, pelos quais será blasfemado o caminho da
verdade” (2Pd.2:2). Precisamos discernir o que é de Deus do que não é de Deus
para não cairmos nos laços do Inimigo.
II.
OS SERES CELESTIAIS PARA SERVIR
1.
Ofícios dos Anjos de Deus.
Os anjos são ministros de Deus que estão sempre pronto para servi-lo e executar
suas ordens. A Bíblia diz que os anjos são valorosos em poder e executam as
ordens de Deus (Sl.103:20). A Bíblia narra a atuação deles nas diversas esferas
no céu e na terra. Vejamos alguns ofícios exarados nas Escrituras Sagradas.
a) Enaltecer a Deus. Além de servir a favor daqueles que hão de herdar a
salvação, a Bíblia nos mostra que os anjos também têm como função a de adorar a
Deus na beleza da Sua santidade e louvar o seu santo nome. Os anjos têm como
sua principal função a de louvar ao Senhor (Ne.9:6; Sl.103:21; 148:2; Is.6:3;
Lc.2:13,14). Quanto mais elevada à categoria angelical, maior é a tarefa de
adoração a Deus, como se vê a categoria dos serafins e dos querubins,
superiores de anjos que estão vinculados à adoração e ao louvor (Is.6:3;
Ez.1:24,25).
b) Trabalhar em prol dos que hão de herdar a vida eterna. A missão dos anjos é a de serem
“espíritos ministradores a favor da Igreja” (Hb.1:14), ou seja, eles servem a
Deus e, entre as suas funções, está a de favorecer os homens fiéis ao Senhor,
de serem instrumentos divinos para o bem-estar dos que creem em Jesus
Cristo como seu único e suficiente Senhor e Salvador. Assim, não se pode
pedir a nenhum anjo que interceda junto a Deus em favor de alguém, mas, sim, se
deve pedir a Deus que nos favoreça, e Ele, entre outros instrumentos, pode nos
favorecer através de anjos, mas só serão acionados única e exclusivamente por
Deus, e se assim O quiser. No livro de Atos, são os anjos enviados em diversas
ocasiões para socorrer os discípulos de Cristo (At.5:19; 12:7; 27:23).
c) Proteger a nação de Israel. Em Daniel 12:1, lemos que, nos
últimos dias, levantar-se-á Miguel, o grande príncipe, para proteger a nação
hebreia. Não fosse a intervenção divina, certamente Israel não mais existiria,
pois muitos são os seus inimigos. Acontece que Israel é ainda povo de Deus,
alvo de seus cuidados, que aguarda um futuro promissor. Não porque Israel
mereça, mas por causa da graça de Deus e de Sua Palavra.
Deus,
ao longo da história, usou anjos para beneficiar o seu povo, mas nem sempre
agiu assim. Deus não precisa dos anjos para favorecer e ajudar o seu povo, mas
tem os anjos como um dos instrumentos que estão à sua disposição. Assim, por
exemplo, na vida de Israel, para derrotar Senaqueribe e seu exército,
utilizou-se de um anjo que, em uma só noite, matou cento e oitenta e cinco mil
soldados (2Rs.19:35). Numa outra ocasião, para dar vitória a Israel, fez com
que os próprios inimigos se matassem uns aos outros (Jz.7:22). Deus é soberano
e opera quando e como quer.
2. Os Anjos não são mediadores entre Deus e os homens. Os anjos são meros instrumentos nas mãos
de Deus, nunca mediadores entre Deus e os homens. Constitui-se, portanto, num
grave erro doutrinário a oração que se faz a Deus para que ponha anjos aqui e
acolá, para que escale este ou aquele anjo para guardar esta ou aquela pessoa.
Existem líderes de reuniões que pedem a Deus que se ponham um determinado
número de anjos em cada reunião de adoração, e já ocorreu até pessoas
determinando que Deus escale “o Arcanjo Miguel” para guerrear por ele em
determinado problema ou dificuldade. Tais orações não têm qualquer respaldo
bíblico, sendo, antes de tudo, um atrevimento da parte de quem assim ora.
Cumpre-nos,
também, informar que não tem cabimento pôr-se uma cadeira para anjos,
entregar a direção do culto a anjos, nem levar toda a multidão a procurar ver
anjos, como se eles fossem o foco e o objetivo de um culto. O culto se faz a
Deus e o nosso objetivo será o de, sob a direção do Espírito Santo, cultuarmos
e adorarmos única e exclusivamente a Deus. Quem dirige o culto não é anjo
algum, mas o Espírito Santo que, para tanto, se servirá daquele ministro, um
ser humano, que Deus constituiu na Sua igreja para este mister. Portanto, não
há qualquer fundamento nestas “invencionices” que, infelizmente, estão levando
muitos a se desviar da fé, pois o culto aos anjos nada mais é que idolatria e
os idólatras não herdarão o reino de Deus. Fujamos disto enquanto é tempo.
3. Aos anjos não se deve fazer petições ou orações. É um erro doutrinário gravíssimo se
fazer orações ou petições a anjos, em especial aos “anjos da guarda”, que
seriam anjos destacados especialmente para guardar a cada um. A Bíblia é
claríssima ao nos ensinar que devemos orar a Deus, em nome de Jesus Cristo,
como o Senhor deixou bem claro ao nos dar o modelo de oração que é o Pai nosso
(Mt.6:9-13). Todas as orações de Jesus registradas nas Escrituras são dirigidas
ao Pai (Mc.15:34; Lc.10:21; 23:34; Jo.17) e, mesmo quando disse que poderia
pedir legiões de anjos para livrá-lo, disse que o poderia fazer dirigindo-se ao
Pai (Mt.26:53). Portanto, não há qualquer fundamento bíblico a ideia de que
podemos fazer petições ou orações aos anjos.
Somos
servos de Deus, e devemos pedir a Ele que opere em nosso favor, mas a forma
desta operação é assunto que cabe somente ao Senhor. Além do mais, os anjos
estão organizados em classes e em hierarquia, com distribuição de funções, não
podendo nós, simples mortais, querer mudar aquilo que foi estabelecido no céu
pelo Senhor.
III.
AS HOSTES ANGELICAIS
Há
uma organização clara dos anjos no céu, mas sobre a natureza dessa hierarquia a
Bíblia nos revela muito pouco.
1. As hierarquias angelicais. A Bíblia mostra-nos que os anjos
foram ordenados por Deus em uma hierarquia, ou seja, foram estabelecidas
classes e posições bem definidas entre os anjos. Não é à toa que os anjos são
chamados de “exércitos” de Deus (Sl.103:21; 148:2), pois a palavra “exército”
dá-nos a ideia de uma força organizada, em que há comandantes e comandados, em
que há uma rígida hierarquia.
Ao
chamar a organização dos anjos por Deus de “exércitos”, a Bíblia, assim,
diz-nos que há uma ordem com base nas relações entre os seres celestiais, uma
organização que leva em conta não só a posição de cada ser angelical, como
também as suas funções, as suas tarefas. Nosso Deus é um Deus de ordem, e esta
ordem, na dimensão celestial, a mais próxima ao Senhor, não poderia mesmo
deixar de existir em seus mínimos detalhes.
A
Bíblia mostra-nos que a organização dos seres celestiais é bem complexa, nem
podendo ser diferente, já que são milhares de milhares e milhões e milhões de
seres. O texto sagrado revela que há outras classes denominadas de “tronos”,
“domínios”, “principados”, “potestades” (Cl.1:16; Ef.1:21), cujas funções não
são explicitamente estabelecidas na Bíblia e que geram um sem-número de debates
e polêmicas entre os estudiosos. Basta-nos, porém, saber que existe uma
hierarquia e que nem todos os anjos são de igual porte, função e posição.
2. Serafins e querubins. Os querubins e serafins são dois tipos de anjos,
possivelmente as duas ordens mais altas de anjos.
a)
Querubins. Essa classe de
anjos criados por Deus se destaca pela ligação que eles têm com o trono de
Deus. A palavra querubim, no original hebraico "querub", tem o
sentido de guardar, cobrir. Eles aparecem pela primeira vez na Bíblia em
Gn.3:24 no Jardim do Éden para guardar a entrada oriental a fim de que o homem
que havia pecado contra o seu Criador não tivesse acesso ao caminho da árvore
da vida. O que aprendemos acerca dos querubins é que eles possuem uma posição
elevada na corte celestial e estão diretamente ligados ao trono de Deus
(1Sm.4:4; 2Rs.19:15; Sl.80:1; 99:1; Is.37:16). Em Ezequiel 10, os querubins
aparecem cheios de olhos e o trono de Deus está acima deles. A ligação dos
querubins com o trono de Deus nos ensina que eles guardam o acesso à presença
de Deus. Só nos é possível entrar no Santo dos Santos ou “Lugar Santíssimo” com
o sangue da aliança em nossas vidas (Hb.10:19-22).
b)
Serafins. O vocábulo
serafim deriva do "saraph", e significa ardente, refulgente ou
brilhante, nobres ou afogueados. Esta classe de anjos aparece uma só vez na
Bíblia em Isaías 6:1-3. Nesta escritura, os serafins estão intimamente ligados
ao serviço de adoração e louvor ao Senhor. Nesse serviço, eles promovem,
proclamam e mantém a santidade de Deus. Na visão de Isaías, os serafins são
representados como tendo seis asas. As asas de cada serafim tinham funções
específicas. Com duas asas cobriam o rosto, numa atitude de reverência perante
o Senhor. Com as outras duas asas cobriam os pés, falando de santidade no andar
diante de Deus, e com as duas últimas asas, eles voavam. As asas desses
serafins tinham por objetivo mostrar ao profeta a capacidade de movimento e
locomoção dos anjos para realizarem a vontade de Deus. É uma forma
materializada que os seres espirituais usam para serem compreendidos, porque,
de fato, os anjos são incorpóreos e não possuem asas.
3. Arcanjo. Arcanjo
significa, literalmente, principal entre os anjos. Miguel é o único ser
angelical que é chamado na Bíblia de "arcanjo" (Jd.9), sendo certo
que a palavra foi utilizada apenas em 1Ts.4:16, também no singular, de modo que
há quem defenda que haja apenas um arcanjo nos céus, precisamente Miguel, ser,
aliás, que já aparecera como figura de proeminência no céu no Antigo
Testamento, onde é chamado de “um dos primeiros príncipes” (Dn.10:13), também
apontado como o príncipe de Israel (Dn.10:21) e “o grande príncipe” (Dn.12:1).
Por fim, no livro do Apocalipse, é apresentado como tendo anjos a seu serviço
(Ap.12:7). Miguel parece ter, mesmo, uma função de proeminência entre os demais
anjos, sendo o encarregado de liderar as batalhas contra o diabo e seus anjos
principais, como também de cuidar, pessoalmente, dos serviços em favor de
Israel, a propriedade peculiar de Deus entre os povos (Ex.19:5,6), tanto que
foi o escalado pelo Senhor na contenda sobre o corpo de Moisés (Jd.9).
Por
causa de Dn.10:13 e de nítida influência gentílica, os judeus, após o cativeiro
da Babilônia, passaram a admitir a existência de “sete arcanjos”, que seriam os
“anjos-comandantes”, os “anjos maiorais”, os “primeiros príncipes” mencionados
no texto de Daniel. Seriam eles: “Miguel, Gabriel, Samael, Rafael, Saquiel,
Anael e Cassiel”, dos quais teriam referência na Bíblia tão somente Miguel e
Gabriel (ainda que Gabriel jamais seja chamado de arcanjo nos textos bíblicos).
Samael seria o “querubim ungido”, que se teria tornado Satanás. Tais ensinos,
apesar de terem sido adotados pela tradição judaica e de lá passado para alguns
segmentos cristãos (o catolicismo romano, em especial), não podem ser aceitos
como verdadeiros, pois não têm respaldo bíblico. Além do mais, é nítida a
associação deste pensamento às religiões gentílicas, principalmente a
babilônica e a persa, ou seja, trata-se de adaptação do paganismo. Tanto é
assim que a “teoria dos sete arcanjos” é hoje utilizada abertamente por
esotéricos e até mesmo por teóricos dos cultos afro-brasileiros. Devemos ficar
com a Bíblia e, portanto, admitir a existência de apenas um arcanjo conhecido,
que é Miguel.
IV.
JESUS E O ARCANJO MIGUEL
Alguns
grupos religiosos ensinam que Miguel é o próprio Jesus Cristo. Isto é uma pura
heresia, e facilmente refutada pelas Escrituras Sagradas. O que nos chama a
atenção é o fato de segmentos que se dizem cristãos e que afirmam crer na
Trindade, confundam o Criador com a criatura.
1. A identidade de Miguel. O nome do Arcanjo Miguel aparece
cinco vezes na Bíblia, como "príncipe" (Dn.10:13,21; 12:1), arcanjo
(Jd.9) e combatente contra Satanás e seus anjos (Ap.12:7). As referências
bíblicas que citam Miguel nos dão a entender que ele tem uma posição de
superioridade em relação aos demais seres angelicais. Ele se destaca
biblicamente como uma espécie de administrador e protetor dos interesses
divinos em relação a Israel (Jd.9; Dn.12:1). Ele é denominado “príncipe dos
filhos de Israel” porque é o guardião dessa nação. Foi ele quem sepultou o
corpo de Moisés (Jd.1:9). Na visão apocalíptica e escatológica (futura) que
João teve na Ilha de Palmos, o Arcanjo Miguel surgirá como o grande comandante
dos exércitos celestiais contra as milícias satânicas, representadas pelo
dragão, figura de Satanás (Ap.12:7-12). Na vinda pessoal de Jesus Cristo, na
primeira fase de convocação dos remidos do Senhor, a escritura não dá nome ao
arcanjo, mas declara que a voz do arcanjo será ouvida pelos mortos santos, os
quais ressuscitarão e se levantarão de suas sepulturas para ir ao encontro do
Senhor nos ares (1Ts.4:16) – “Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra
de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus,
descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro”.
2. Uma diferença abissal. A diferença entre Jesus e Miguel
é abissal, pois Jesus é Deus, o Criador e transcendente; Miguel é anjo,
portanto, criatura (João 1:1-3; Cl.1:16,17; Jd.9). Há um falso ensino,
este formulado pelos sabatistas (adventistas do sétimo dia), e também repetido
pela seita as Testemunhas de Jeová, segundo os quais Miguel é, na verdade,
Jesus. Trata-se de mais um sutil engano do adversário de nossas almas que, ao
defender esta tese, procura negar a divindade de Cristo. Miguel é um arcanjo, é
um anjo e, portanto, uma criatura. Pode ter uma posição excelente no céu e não
se pode sequer deixar de reconhecer que é possível que tal posição tenha
ganhado proeminência maior após a queda de Lúcifer, no entanto, Miguel não é
Jesus. Miguel foi criado, Jesus é criador; Miguel não ousou repreender Satanás,
Jesus feriu a cabeça do diabo, ao vencer a morte e o inferno na cruz do
Calvário; Miguel é príncipe de Israel, Jesus é o Rei de Israel, Rei dos reis e
Senhor dos senhores; Miguel se levantará na Grande Tribulação pelos filhos de
Israel, mas Jesus libertará Israel e porá fim a Grande Tribulação na batalha do
Armagedom. Jesus é adorado até pelos anjos, e isso inclui o próprio Miguel; no
entanto, Miguel, sendo anjo, não pode ser adorado (Hb.1:6; Ap.19:10;
22:8,9). Por fim, admitindo-se que o arcanjo de 1Ts.4:16 é o único
mencionado na Bíblia, ou seja, Miguel, como poderiam Jesus e Miguel ser a mesma
pessoa? Portanto, não se deve confundir o Criador com a criatura.
TEXTO BÍBLICO -Hb 1.4-9, 13,14
4- Feito tanto mais excelente do que os
anjos, quanto herdou mais excelente nome do que eles.
5- Porque a qual dos anjos disse jamais: Tu és meu Filho, hoje te gerei?
E outra vez: Eu lhe serei por Pai, e ele me será por Filho?
6- E, quando outra vez introduz no mundo o Primogênito, diz: E todos os anjos de Deus o adorem.
7- E, quanto aos anjos, diz: O que de
seus anjos faz ventos e de seus ministros, labareda de fogo.
8- Mas, do Filho, diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos séculos
dos séculos, cetro de equidade é o cetro do teu reino.
9- Amaste a justiça e aborreceste a iniquidade; por isso, Deus, o teu
Deus, te ungiu com óleo de alegria, mais do que a teus companheiros.
13- E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te
à minha destra, até que ponha os teus inimigos por escabelo de teus pés?
14- Não são, porventura, todos eles espíritos ministradores,
enviados para servir a favor daqueles que hão de herdar a salvação?
Hebreus 2:1-3
1-Portanto, convém-nos atentar, com mais
diligência, para as coisas que já temos ouvido, para que, em tempo algum, nos
desviemos delas.
2-Porque, se a palavra falada pelos anjos
permaneceu firme, e toda transgressão e desobediência recebeu a justa
retribuição,
3-como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande
salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois,
confirmada pelos que a ouviram;
TEXTO BÍBLICO:
Pelo que também Deus o exaltou soberanamente e lhe deu um nome
que é sobre todo o nome. Filipenses
2.9
COMENTÁRIO
Palavra
introdutória
Uma vez que o tema de Hebreus é a superioridade de Cristo e da
salvação que Ele oferece em relação à Lei dada a Moisés, o escritor discorre
amplamente sobre os seres angelicais, afirmando, porém, que Jesus é superior a
todos eles (Hb 1.1-2.18). Era
urgente e necessário para os crentes judeus entenderem que Jesus está acima dos
anjos em todos os aspectos, pois Sua mensagem e missão têm finalidades
infinitamente mais sublimes.
2- A SUPERIORIDADE DE JESUS EM RELAÇÃO AOS ANJOS
A
mais excelente designação de Jesus é a de Filho, que expressa não a condição
gerada literal, mas o sentido divino do termo: Cristo
é possuidor da mesma natureza do Pai (Hb
1.3b).
2-1- O Primogênito gerado pelo Pai
Primogênito
(Hb 1.6) é o termo utilizado,
simbolicamente,
pelo escritor sagrado, para indicar não a ordem de nascimento, mas a posição
principal daquele que tem a primazia. Trata-se de um título hierárquico e
honorífico atribuído a Cristo, visto que o primogênito recebe uma herança e
bênção especiais (Gn 27.36; Hb 12.16). Assim como Paulo disse que Cristo tem
lugar de honra sobre toda a Criação (Cl 1.17,18), o escritor de Hebreus replica
esse sentido em seu livro, colocando Cristo acima dos anjos (Hb 1.6).
2-2- O Filho pela ressurreição
O
salmista faz-nos saber que Jesus é o Filho de Deus, desde a eternidade: Tu és meu Filho; eu hoje te gerei (SI 2.7;
messiânico). Esta realidade evidencia-se em Sua ressurreição (Rm 1.4 NTLH). Cristo humilhou-se e fez-se homem (FP 2.5,6).
No
exercício de Seu ministério terreno, Ele declarou ser Filho de Deus,
reafirmando Sua divindade (Jo 5.17, 18). Antes de ser crucificado, Jesus
glorificou a humanidade que o Pai lhe dera e recebeu de volta a glória eterna
que havia ocultado (Jo 17.1,5).
SUBSÍDIO1
Atanásio,
teólogo cristão do século quarto, referindo-se à eternidade de Jesus, disse: "O Pai não seria Pai, se não existisse o
Filho.".
3- JESUS HOMEM, POR UM POUCO, MENOR QUE OS ANJOS
Assim
como as Escrituras revelam a deidade absoluta de Jesus, elas ensinam que Ele é
plenamente humano (1 Tm 2.5). Ao dizer:
Fizeste-o, por um pouco, menor que os anjos
(Hb 2.7 ARA), o escritor emprega essas
palavras referindo-se não a Jesus, mas à Sua humanidade (SI 8.4-6).
3-1- O Filho deve ser adorado pelos anjos
Cristo, o Primogênito, foi adorado pelos anjos quando trazido ao
mundo (Lc 2.13, 14). O Pai
ordenou que os seres celestiais assim o fizessem, ratificando a divindade do
Filho gerado, pois nenhum anjo se prostraria diante de uma simples criatura (Dt
2.43; SI 97.7).
3-2- Jesus está à direita de Deus
O
Filho está com o Pai, no céu, o reino espiritual descrito pela perspectiva
humana como lugar que está elevado acima da terra (SI 103.11). Esta é a
posição de honra dada somente a Cristo, e a mais ninguém: E a qual dos anjos disse jamais: Assenta-te à minha
destra (...)? (Hb 1.13).
3-3- Jesus é criador, messias e rei
No
segundo capítulo da carta aos Hebreus, o escritor parte da posição exaltada que
o Filho ocupava diante do Pai nos tempos mais remotos da eternidade (Hb 2.7-9);
passa pela encarnação, como o messias prometido para salvar o perdido (Hb
2.17); e estende-se até o Seu estado de exaltação junto ao Pai no presente
momento. O Filho é chamado Deus, como de fato
Ele o é (Hb 1.8), além de ser também rei, cujo cetro (símbolo da autoridade
real) é de retidão.
CONCLUSÃO
Quando
Cristo fez-se homem, Ele não se tornou inferior aos anjos, pois em Seu corpo
terreno realizou algo que os anjos jamais poderiam fazer: levar-nos das trevas
para o Seu reino de luz. Glórias, pois, a Ele eternamente!
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