sexta-feira, 11 de julho de 2025

PASSANDO PELO DESERTO

 


PASSANDO PELO DESERTO

A passagem e a peregrinação do povo de Israel no deserto são eventos centrais na história judaico-cristã, narrados principalmente nos livros do Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio, na Bíblia. Esse período de aproximadamente quarenta anos marca a transição de um povo escravizado para uma nação livre, preparada para herdar a Terra Prometida.

A Libertação e a Travessia do Mar Vermelho

A jornada começa com a libertação milagrosa de Israel da escravidão no Egito, sob a liderança de Moisés. Após uma série de dez pragas divinas que afligiram o Egito, o Faraó finalmente permitiu que os israelitas partissem. No entanto, ele logo mudou de ideia e perseguiu o povo até a beira do Mar Vermelho.

Nesse momento de desespero, Deus intervém de forma espetacular. Moisés estende seu cajado sobre o mar, e as águas se dividem, permitindo que os israelitas passem em terra seca. Quando o exército egípcio tenta fazer o mesmo, as águas se fecham, afogando-os. A travessia do Mar Vermelho é um dos eventos mais emblemáticos, simbolizando a completa libertação de Israel e o início de sua identidade como povo de Deus.

 

A Peregrinação no Deserto: Provações e Provisões

Após a travessia, o povo de Israel entra no deserto, um ambiente inóspito e desafiador. A peregrinação de quarenta anos não foi um caminho direto, mas uma série de jornadas, paradas e desvios. Esse período serviu a múltiplos propósitos divinos:

  • Purificação e Formação: O deserto foi um "cadinho" para purificar o povo da mentalidade de escravos e moldá-los em uma nação com uma identidade própria, baseada na fé e obediência a Deus. A geração que saiu do Egito, com exceção de Josué e Calebe, morreu no deserto devido à sua incredulidade e rebelião, dando lugar a uma nova geração que herdaria a terra.
  • Provas e Milagres: Durante a jornada, os israelitas enfrentaram inúmeras dificuldades: falta de água, escassez de alimento e ataques de povos hostis. No entanto, Deus constantemente provia para eles:
    • Maná e Codornizes: Diariamente, Deus enviava maná (um alimento semelhante a flocos) do céu para sustentá-los, e codornizes para carne.
    • Água da Rocha: Em momentos de sede extrema, Moisés golpeou uma rocha, e dela jorrou água.
    • Coluna de Nuvem e Fogo: Durante o dia, uma coluna de nuvem os guiava e protegia do sol; à noite, uma coluna de fogo os iluminava e aquecia, demonstrando a presença constante de Deus.
  • A Aliança no Monte Sinai: Um dos momentos mais cruciais da peregrinação foi a chegada ao Monte Sinai. Ali, Deus fez uma aliança com Israel, entregando a Moisés os Dez Mandamentos e uma vasta coleção de leis e estatutos. Essas leis formaram a base da vida moral, social e religiosa do povo, estabelecendo os princípios para uma sociedade justa e para o relacionamento de Israel com Deus. Foi também no Sinai que a construção do Tabernáculo foi ordenada, um santuário portátil que simbolizava a presença de Deus entre o Seu povo.
  • Rebeliões e Consequências: Apesar das provisões divinas e da aliança, a peregrinação foi marcada por frequentes rebeliões, murmurações e atos de desobediência por parte do povo. Episódios como a adoração do bezerro de ouro, a murmuração por carne, a rebelião de Corá e a incredulidade em Cades-Barneia (quando recusaram entrar na Terra Prometida por medo) resultaram em juízos divinos e na extensão do tempo no deserto.

 

Preparação para a Terra Prometida

Ao final dos quarenta anos, a nova geração estava pronta para entrar em Canaã. Antes de sua morte, Moisés proferiu uma série de discursos (registrados no livro de Deuteronômio) para relembrar o povo da lei de Deus, adverti-los contra a idolatria e exortá-los à obediência, a fim de que prosperassem na Terra Prometida.

A peregrinação no deserto é, portanto, uma narrativa rica em significado. Ela demonstra a fidelidade e provisão de Deus, mesmo diante da infidelidade humana. É uma jornada de fé, disciplina e formação, que transformou um grupo de ex-escravos em uma nação com uma identidade clara e um propósito divino, pronta para cumprir o destino que Deus havia traçado para eles.

A sobrevivência em ambientes desérticos é um desafio extremo para a vida, especialmente para os seres humanos. As condições e adversidades exigem adaptações notáveis, tanto fisiológicas quanto comportamentais.

 

Principais Adversidades do Deserto

  1. Escassez de Água (Aridez):
    • Baixa Precipitação: Desertos recebem, por definição, menos de 250 mm de chuva por ano. Quando chove, a água é muitas vezes mal distribuída e evapora rapidamente.
    • Alta Evaporação: O calor intenso e o ar seco fazem com que qualquer água presente no solo ou na superfície evapore muito rapidamente.
    • Rios e Lagos Intermitentes: Muitos corpos d'água no deserto são temporários ou salgados demais para consumo.
    • Consequência: A desidratação é a maior ameaça à vida no deserto. Uma pessoa pode sobreviver apenas alguns dias sem água, e em calor extremo, esse tempo diminui drasticamente. A desidratação prejudica funções cognitivas e físicas.
  2. Temperaturas Extremas e Amplitude Térmica:
    • Calor Diurno Intenso: Durante o dia, as temperaturas podem facilmente ultrapassar os 40°C, chegando a 55°C em alguns desertos. A areia escaldante e a ausência de sombra intensificam o calor.
    • Frio Noturno Intenso: À noite, as temperaturas caem drasticamente, podendo chegar a níveis negativos, devido à ausência de nuvens que retenham o calor.
    • Consequência: A grande amplitude térmica (diferença entre a máxima e a mínima) exige do organismo uma capacidade de adaptação constante, aumentando o risco de hipotermia à noite e hipertermia (insolação, exaustão por calor) durante o dia.
  3. Ventos Fortes e Tempestades de Areia:
    • Erosão Eólica: A falta de vegetação e a presença de solos soltos tornam os desertos suscetíveis a ventos intensos que transportam areia e poeira.
    • Tempestades de Areia: Podem reduzir drasticamente a visibilidade, causar problemas respiratórios, danificar equipamentos e desorientar pessoas.
    • Consequência: Além dos riscos à saúde, as tempestades de areia podem destruir abrigos e dificultar a navegação.
  4. Solo e Vegetação Hostis:
    • Solos Arenosos e Pouco Férteis: A areia solta e a baixa matéria orgânica tornam o solo instável e com baixa capacidade de retenção de água.
    • Vegetação Escassa: A vegetação é esparsa e muitas vezes adaptada com espinhos ou substâncias tóxicas para sobreviver, oferecendo pouca sombra ou alimento.
    • Consequência: Dificuldade em encontrar abrigo natural, alimento e lenha para fogueiras.
  5. Fauna Perigosa:
    • Animais Peçonhentos: Muitos desertos abrigam cobras, escorpiões, aranhas e outros animais venenosos que se escondem para evitar o calor.
    • Consequência: Picadas e mordidas podem ser fatais ou causar sérios problemas de saúde, exigindo atenção médica imediata, muitas vezes inacessível.

 

Condições de Sobrevivência e Estratégias

Apesar dessas adversidades, povos e culturas milenares, como os beduínos e os bosquímanos, desenvolveram estratégias notáveis para sobreviver e até prosperar no deserto:

  1. Gestão da Água:
    • Racionamento Inteligente: Não se trata de beber pouco, mas de evitar perdas desnecessárias. A roupa, por exemplo, ajuda a reter a umidade e diminuir a transpiração.
    • Busca por Fontes: Conhecimento de poços, oásis e plantas que armazenam água. Povos antigos, como os garamantes, usavam técnicas de irrigação subterrânea (qanats).
    • Destilação de Água: Construção de pequenos destiladores solares para coletar condensação.
  2. Proteção contra as Temperaturas Extremas:
    • Roupas Adequadas: Roupas folgadas, de cor clara e que cubram todo o corpo ajudam a proteger contra o sol e a reter a umidade do corpo. Coberturas para a cabeça são essenciais.
    • Atividade Noturna: Realizar atividades físicas e viagens durante a noite, quando as temperaturas são mais amenas, e descansar em abrigos durante o dia.
    • Abrigo: Buscar ou construir abrigos que ofereçam sombra e isolamento térmico, como tendas, cavernas ou até buracos cavados na areia.
  3. Alimentação e Recursos:
    • Conhecimento da Flora e Fauna: Identificar plantas comestíveis e animais adaptados ao deserto, como camelos, cabras e ovelhas.
    • Caça e Coleta: Povos caçadores-coletores dependiam de suas habilidades para encontrar alimento.
    • Armazenamento de Alimentos: Secagem de carne e frutas para consumo futuro.
  4. Orientação e Navegação:
    • Conhecimento do Terreno: A experiência e o conhecimento profundo do deserto são cruciais para evitar se perder.
    • Estrelas e Sol: Utilização de corpos celestes para navegação noturna e diurna.
    • Sinalização: Criação de sinais para atrair atenção em caso de emergência.
  5. Cultura e Adaptabilidade:
    • Nomadismo: Muitas culturas desérticas são nômades, movendo-se em busca de recursos.
    • Comunidade: A vida em grupo aumenta as chances de sobrevivência, permitindo a divisão de tarefas e o apoio mútuo.
    • Engenhosidade: Desenvolvimento de técnicas e ferramentas para extrair recursos e enfrentar os desafios.

Em suma, a sobrevivência no deserto não é apenas uma questão de resistência física, mas de um profundo conhecimento do ambiente, adaptabilidade e, muitas vezes, uma forte coesão social e cultural.

SOBREVIVER NO DESERTO DA VIDA


“e o senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite”. Exo.13:21

o que devemos fazer para sobreviver no deserto da vida? este texto está concluindo um paralelo entre Israel e a igreja. através de Paulo, o senhor está lembrando a caminhada do povo de Israel pelo deserto, e está também fazendo uma analogia com a nossa caminhada aqui no deserto da nossa vida.

Israel precisou de elementos essenciais para sua sobrevivência no deserto, literalmente falando. e nós também precisamos, do contrário, pereceremos!

é válido ressaltar que deserto na nossa vida não significa apenas momentos difíceis que passamos, não! deserto é a nossa trajetória rumo à terra prometida, o céu!

então, irmão, para sobrevivermos nessa jornada no deserto da vida é necessário um quite de sobrevivência, assim como Israel no deserto.

literalmente falando, em determinadas situações, precisamos ter um quite de sobrevivência. se você for caminhar em montanhas altíssimas, se você for para florestas, se você for para o deserto, é necessário ter um quite para sobrevier; caso contrário, poderá perecer.

a mesma coisa é na nossa trajetória aqui nesta vida. nós estamos atravessando um deserto para chegar na Canaã celestial. então, faz-se necessário um quite de sobrevivência. sabe para que?

-Para que não morramos no deserto.

-Para que não nos percamos no deserto.

-Para que a nossa trajetória seja segura e proveitosa.

se você não quer morrer no deserto da vida, se você não quer ficar perdido nessa vida, se você quer uma caminha segura e proveitosa, para poder atingir o objetivo que você pretende alcançar, então é imprescindível que você tenha à sua disposição um quite de sobrevivência.

não tenho dúvida que todos aqui querem adquirir esse quite para ter uma trajetória segura e proveitosa. eis alguns quites de sobrevivência, imprescindíveis na nossa jornada no deserto da vida.

1. precisamos da direção de Deus

Israel precisou da direção de Deus.  em êxodo 13:21 está escrito:

“e o senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para que caminhassem de dia e de noite”.

sem a direção de Deus não adianta. moisés disse ao senhor: “se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui” (ex.33:15).

só quem conhece o caminho do deserto é Deus. o pastor não conhece, o padre não conhece, o papa não conhece, maria não conhece, Paulo não conhece, Pedro não conhece, Tiago não conhece, mas Deus conhece.

Israel tinha a coluna de nuvem e coluna de fogo, símbolos da presença de Deus.

então, amado, se você quer uma caminhada segura na trajetória da sua vida, deixe Deus dirigir a sua vida.

2. precisamos de água potável, pura

êxodo 15:23-25

“então, chegaram a mará; mas não puderam beber as águas de mará, porque eram amargas; por isso, chamou-se o seu nome mará. e o povo murmurou contra moisés, dizendo: que havemos de beber? e ele clamou ao senhor, e o senhor mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces”.

se tem um lugar em que você precisa, imprescindivelmente, beber água é no deserto. lá a pessoa fica desidratada rapidamente.

na travessia do deserto, o guia avisa insistentemente: beba água, mesmo que você não tenha sede. porque a necessidade do organismo é maior do que a sede.

Deus fez brotar água no deserto para que Israel não morresse de sede.

a primeira vez que eles tiverem contato com água, após a travessia do mar vermelho, eram águas amargas. água amarga nos fala de provações. às vezes, a vida fica amarga para o nosso lado. se não vigiarmos, murmuraremos contra deus. isso é muito perigoso. sabe por quê? porque quando murmuramos estamos dizendo que deus não está sendo suficiente para conosco. murmuração é uma reclamação descabida contra Deus.

precisamos de discernimento nestes momentos amargos. Deus pode estar nos provando, testando a nossa fé nele.

em mará, Deus transformou as águas amargas, que não podiam ser bebidas, em água doce. e o que simboliza a água para a igreja? simboliza jesus cristo. se você não beber essa água, você vai morrer desidratada pelo pecado. por isso, jesus disse:

“e, no último dia, o grande dia da festa, jesus pôs-se em pé e clamou, dizendo: se alguém tem sede, que venha a mim e beba. quem crê em mim, como diz a escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (João 7:37,38).

jesus é a água da vida, que pode saciar a sede espiritual do ser humano. então, beba dessa água! em apocalipse 22:17 – último convite da bíblia – está escrito:

“e o espírito e a esposa dizem: vem! e quem ouve diga: vem! e quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida”.

venha e beba de graça da fonte da água da vida. você não precisa pagar penitência; não é a oferta que faz você comprar a água da vida. é só você querer, desejar entregar a sua vida a cristo e beber do manancial de águas limpas. senão, você vai morrer desidratado pelo pecado.

a bíblia fala de uma mulher, a mulher samaritana, que estava quase desidratada pelo pecado. mas jesus chegou e lhe ofereceu a água da vida, que é ele mesmo. ele disse (João 4:10-15):

10. ... se tu conheceras o dom de Deus e quem é o que te diz: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.

11. disse-lhe a mulher: senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?

12. és tu maior do que Jacó, o nosso pai, que nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?

13. jesus respondeu e disse-lhe: qualquer que beber desta água tornará a ter sede,

14. mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna.

15. disse-lhe a mulher: senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.

portanto, sem água da vida, que é jesus cristo, morreremos desidratado pelo pecado.

3. precisamos de pão

em êxodo 16 diz que alimento sólido caía todo dia. estamos falando do maná.

“então, disse o senhor a moisés: eis que vos farei chover pão dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu veja se anda em minha lei ou não” (ex.16:4).

“e, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: que é isto? porque não sabiam o que era. disse-lhes, pois, moisés: este é o pão que o senhor vos deu para comer” (ex.16:15).

todo dia o povo precisava de alimento, do maná, senão o povo não aguentava. não ia ter proteína, nutrientes suficientes. então, Deus fez chover pão do céu todo dia. era o maná. e o maná representa a palavra de Deus.

o maná tinha que comer todo dia, porque no deserto se você não tiver proteínas, se você não tiver nutrientes, você enfraquecerá e, consequentemente, morrerá.

meu irmão, a nossa trajetória aqui é a mesma coisa. como é que você quer sobreviver no deserto da vida se você não se alimentar da palavra de Deus? como pode um crente não ler a bíblia?

muitos têm a bíblia apenas para enfeite. só serve de enfeite de cabeceira de cama ou de cômoda de sala ou quarto.

como pode um crente vir ao culto e não trazer a bíblia sagrada? se não traz a bíblia para o culto é difícil convencer você ler a bíblia em casa.

salmos 119 é o maior capítulo da bíblia, e é o capítulo que fala do poder e da importância da palavra. o salmista, no versículo 116, diz:

“sustenta-me conforme a tua palavra, para que viva, e não me deixes envergonhado da minha esperança”.

isto quer dizer: a tua palavra tem o poder de me sustentar para que eu não morra.

hebreus 4:12, na abertura do texto, diz: “que a palavra de Deus é viva e eficaz”. isto é, ela sustenta mesmo!

na tentação de jesus, quando ele estava com o seu corpo físico debilitado e que o diabo tentou destruir jesus, dizendo para transformar aquelas pedras em pães, jesus falou:

“não só de pão viverá o homem mais de toda palavra que sai da boca de Deus”.

amados irmãos, a igreja não sobrevive sem a palavra. a família não sobrevive sem a palavra. o cristão não sobrevive sem a palavra. quem sustenta o crente é a palavra de Deus!

a prioridade na igreja não é cânticos, é a palavra. uma igreja sem palavra é uma igreja sem alimento espiritual e, consequentemente, uma igreja morta.

irmão, sem maná você vai morrer!!!

4. você precisa aprender a obedecer regras

nos capítulos 20 a 23, e nos capítulos 33 a 40 de êxodo, e nos 27 capítulos de levítico, e nos 10 capítulos de números, só são regras. temos que ter regras. se não tivermos regras para andarmos no deserto, vamos fazer besteira. vai dar confusão. a regra vem para normatizar alguma coisa.

por que a sociedade tem regra? porque uma sociedade anárquica se autodissolve, se destrói. se você não tem regra para andar no deserto, vai ser uma bagunça terrível.

você já pensou dois milhões de pessoas naquele deserto sem regras? nós também temos regras. a bíblia é o nosso manual de regras. vou lembrar algumas:

a) é preciso ter responsabilidade

“daí a césar o que é de césar e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:21).

ou seja, cumpra com a sua obrigação enquanto cidadão terreno e cumpra sua obrigação enquanto cidadão do céu. isso é uma regra.

b) é preciso trabalhar para sobreviver (2ts.3:8-12)

sintetizando: o apóstolo diz: olha, você tem que se lembrar do meu trabalho e fadiga. eu trabalhei noite e dia para não ser pesado a ninguém. portanto, quem não trabalha não come.

nada tem a ver com as pessoas que perde o emprego por causa de situação econômica. estar-se falando das pessoas que não querem nada com o trabalho, mesmo tendo chances para isso. não querem ser produtivos. a esses, Paulo adverte: “quem não quiser trabalhar, não coma”.

c) é preciso existir integridade (2co.8:21)

“zelamos pelo que é honesto, não somente diante dos homens, mas também diante de Deus”.

isto fala de integridade, integridade diante da sociedade e integridade com Deus. devemos ser honestos em todos os aspectos da vida.

5. é fundamental existir comunhão uns com os outros (êxodo 25)

Deus mandou levantar o tabernáculo no deserto, que representava a casa de Deus. precisamos estar numa igreja.

A igreja primitiva prezava em estar reunidos num mesmo lugar. jesus ia costumeiramente ao templo, e algumas vezes teve que expulsar alguns que queriam fazer da casa do senhor negócios. portanto, devemos estar numa igreja com respeito, decência e ordem.

6. em nossa jornada é preciso ter propósito

o propósito do povo de Israel não era ficar no deserto, mas passar pelo deserto. deserto não é lugar para morar.

qual é o propósito da tua vida? aonde você quer chegar nesta vida? qual é o teu objetivo? qual é o teu propósito como pai, como mãe? jovem, qual é o teu propósito? as atitudes estão com você.

e no mundo espiritual? aonde você quer chegar? você quer ficar neste deserto, meu irmão? olha o que Paulo diz em filipenses 3:13,14:

“irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em cristo jesus”.

isso é propósito. isso é objetivo.

em 1corintios 15:19 Paulo diz: “se esperamos em cristo só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”.

tem pessoas que pensam que Deus vai dar tudo a ele na vida, no deserto. esta pessoa está enganada.

no deserto falta muita coisa. no deserto você não recebe tudo, não. por isso que Paulo diz: se você pensa que a completude da vida cristã é Deus te dá tudo aqui que você quer e precisa para o deleite na terra, está enganado. o texto é claro: “se esperarmos em cristo somente nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”. isto é uma palavra forte.

mas, o mesmo Paulo afirma em 2corintios 4:16-18:

16. por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.

17. porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós um peso eterno de glória mui excelente,

18. não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.

aqui, Paulo olha para o objetivo principal dele: a vida eterna, o céu.

você não existe para morar no deserto. você não foi feito para morrer no deserto. Canaã é logo ali. este é o nosso propósito.

irmão, você está de passagem neste deserto da vida, com o objetivo de chegar no céu e a vida eterna em cristo jesus.

PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO

O deserto está sempre presente no relato bíblico, seja como um espaço geográfico ou como uma figura de linguagem. Ele tem muitas características: solidão, aridez, desconforto, esterilidade. Todas as vezes em que nos deparamos com tais realidades é porque estamos, com toda certeza, atravessando um deserto – que pode ser uma doença terminal, um problema familiar insolúvel, um luto traumático, um divórcio ameaçador, um problema financeiro que nos tira do sério etc.

Não importa, seja real ou não, físico ou psicológico, o fato é que desertos têm sempre a mesma fisionomia: são secos, solitários e terrivelmente deprimentes; são capazes de gerar em nós a pior das sensações: a solidão. Existem pessoas que se culpam ao chegar lá, achando que Deus as desprezou ou que não está satisfeito com elas. Elas ainda não compreenderam o sentido ou o propósito do deserto em suas vidas.

Na Bíblia e em toda a história, homens e mulheres passaram por este lugar como uma maneira de serem capacitados por Deus, para cumprirem seu propósito. Portanto, o deserto não significa rejeição, mas preparo divino.

-Abraão foi levado ao deserto para oferecer Isaque, seu único filho - o filho da promessa - como sacrifício vivo ao Senhor, e ali aprendeu a confiar ainda mais no Deus que tudo provê.

-Moisés foi ao deserto e presenciou a sarça ardente, acontecimento que prenunciava a permanente presença de Deus entre o povo que seria liberto do Egito.

-O povo hebreu passou 400 anos cativo e, após sua libertação, experimentou 40 anos de peregrinação no deserto, onde recebeu orientações e mandamentos divinos, e desenvolveu princípios que o tornaria um diferencial entre as nações à sua volta.

-No deserto, também, encontramos João Batista, vivendo, anunciando e preparando o caminho para o Messias, que já estava entre o povo da nação de Israel.

-O próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, foi conduzido ao deserto pelo Espírito Santo, para testificar ao mundo que Satanás seria vencido, de uma vez por todas.

-Paulo, logo após a sua chamada, partiu para o deserto, e após reconstruir sua teologia, voltou para Damasco, pronto para pregar aos gentios.

Assim, podemos afirmar que:

-O deserto não é apenas um lugar de provação e tribulação, mas, acima de tudo, é também o local onde Deus espera que sejamos preparados para mostrar ao mundo a excelência de Seu poder e soberania.

-O deserto não é um lugar onde somos deixados abandonados por Deus para que sejamos alvo fácil para a ação de Satanás. O Senhor nos guia no deserto. Ele está conosco no deserto. A segunda geração dos filhos de Israel viveu no deserto e recebeu de Deus esta promessa: “E te lembrarás de todo o caminho pelo qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos” (Dt.8.2).

1. A ida do apóstolo Paulo para o deserto

O deserto é uma pedagogia de Deus para o Seu povo. Quando o curso de nossa vida toma esse aspecto, Deus quer ensinar-nos algumas lições importantes. Por mais que os desertos sejam produzidos por situações criadas pelo próprio homem e suas próprias decisões, a Bíblia nos ensina que o deserto, com todas as suas dificuldades, sempre é uma escola de Deus.

No deserto, aprendemos a ouvir a voz de Deus; é um lugar em que Deus fala e nós ouvimos; com isso, aprendemos a ser humildes. Por exemplo, em Deuteronômio 8:2 lemos que o Senhor levou Seu povo ao deserto para fazê-lo humilde. Ou seja, o deserto é uma "lixa" de Deus, que remove a espessa e dura camada de orgulho com a qual nos revestimos nos momentos de prosperidade.

Gálatas 1:17,18 mostra que Saulo esteve na Arábia por três anos. Mas por que ele foi para Arábia? Para ficar a sós com Deus. Disse ele: “...não fui imediatamente consultar outras pessoas, nem fui a Jerusalém para me encontrar com os que já eram apóstolos antes de mim, mas fui para as regiões da Arábia...” (Gl.1:16b,17). Ele preferiu viver em um lugar, na região desértica da Arábia, onde habitavam alguns grupos nômades; ali, ele era totalmente desconhecido.

Todos que foram treinados por Deus no deserto foram grandemente usados por Ele; e quanto mais intenso é o treinamento, mais a pessoa pode ser instrumentos do Altíssimo. Por exemplo:

-Moisés, foi treinado por Deus por 40 anos no deserto, por isso pôde libertar Israel da escravidão e guiar esse povo rumo à Terra Prometida.

 Elias, foi graduado na escola do deserto, por isso pôde enfrentar, com bravura, a fúria do ímpio rei Acabe e trazer a nação apóstata de volta para a presença do Senhor.

-Paulo, passou três anos no deserto da Arábia, e foi preparado pelo Espírito Santo para ser o maior líder do cristianismo.

2. As lições do deserto

Saulo passou cerca de três anos na Arábia fazendo um seminário intensivo com Jesus (Gl.1:18), e lá colheu lições preciosas que beneficiariam gerações ao longo da história do Cristianismo. Segundo alguns autores, a Arábia ficava cerca de 320 quilômetros ao sul de Damasco e 160 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Vale lembrar que a Arábia era um deserto e não uma metrópole próspera. Ali, Paulo teve comunhão com Deus em vez de comunicação com os homens. Tendo em vista que Jesus passou três anos treinando seus apóstolos, agora investe três anos treinando Saulo, como um apóstolo chamado fora do tempo. Nesse período, Saulo releu o Antigo Testamento e descobriu que aquele mesmo Jesus que outrora perseguira era de fato o Messias prometido (Atos 9:22). O ensino detalhado de Saulo em Damasco, provando que Jesus é o Cristo, provavelmente aconteceu depois de sua estada na Arábia.

Saulo havia sido um fariseu que buscava agradar a Deus pela justiça própria; acreditava ser aceito por Deus por sua religiosidade e suas boas obras. Por causa de seus autoenganos, chegou a perseguir furiosamente a Igreja de Deus para devastá-la. Porém, logo que se converteu, quis ficar a sós com Deus. Ele sabia que precisava aprofundar o seu conhecimento acerca de Jesus Cristo, pois a sua jornada seria de confrontos com dúvidas, oposição e rejeição. Nesse momento não sentiu necessidade de orientação humana, mas da presença e da ajuda de Deus. Ele precisava de um tempo de quietude e solidão para reorganizar sua mente, seus conceitos, seus valores, sua teologia. Antes de falar aos homens, Paulo precisou falar com Deus. Só se levantam diante dos homens aqueles que primeiro se prostram diante de Deus.

3. Mais lições do deserto

No deserto da Arábia, Saulo, como bem diz o pr. Elienai Cabral, “foi despido de toda a filosofia e religiosidade legalista do judaísmo. Lá, ele aprendeu que a simplicidade era a chave que abria a porta do cristianismo, que era preciso dominar suas paixões, substituindo-as pela alegria da salvação em Cristo. Saulo descobre também, na experiência do silencio e da solidão do deserto, que as coisas de Deus são do modo como Ele quer e não como nós queremos. No deserto, Deus ensinou Paulo a ser o líder que Ele precisava para expandir o seu Reino”.

Após sua estada no deserto da Arábia, a sós com Deus, preparando-se para o ministério que Deus lhe vocacionou, Saulo voltou para Damasco, pronto para pregar aos gentios. Logo na primeira viagem missionária, Lucas começa a usar o nome gentio do apóstolo (Paulo) em vez de seu nome judaico (Saulo), uma mudança que indica a propagação florente do evangelho entre os gentios.

CONCLUSÃO

A conversão e a vocação de Paulo é uma das maravilhas do Cristianismo. Sua trajetória, da conversão até o momento em que foi chamado para Antióquia da Síria, onde saiu como missionário, pode ser traçado assim: conversão no caminho de Damasco (Atos 9:1-19a); breve estada em Damasco (Atos 9:19b-22); isolamento na Arábia (Gl.1:17); retorno a Damasco por algum tempo (Atos 9:23); fuga para Jerusalém (Atos 9:23-26; 2Co.11:32,33); encontro com os apóstolos (Atos 9:27,28; Gl.1:18,19); partida para a Síria e Cilícia (Atos 9:30, Gl.1:21).

Paulo tornou-se o maior embaixador de Cristo, o maior pregador do Evangelho; o seu testemunho foi, eminentemente, cristocêntrico; por onde ele passava testemunhava que Jesus é o Filho de Deus e o Messias prometido (Atos 9:20,22). Ele se mostrou sobrenaturalmente habilitado para pregar, manter e defender a verdade quando a pregava; onde ele pregava, os corações eram impactados com o Evangelho. Não podemos imaginar a Igreja sem Paulo.

Paulo, também, foi o maior escritor de Epístolas às Igrejas - foram 13(treze) epístolas, que fazem parte da maior parte do compêndio doutrinário da Igreja. Divinamente inspiradas pelo Espírito Santo, essas epístolas trazem instruções teológicas indispensáveis à doutrina cristã. Elas instruem os cristãos quanto: a natureza de Deus; o significado do ministério e obra de Cristo; o ministério do Espírito Santo na Igreja; a doutrina da salvação; a doutrina dos acontecimentos que se darão no final dos tempos; o caráter cristão e a aplicação da vontade de Deus na vida prática dos crentes; a ordem no culto; o governo da Igreja; etc. É difícil imaginar o cristianismo sem o apóstolo Paulo. Deus seja louvado pela salvação e chamada desse extraordinário homem.

 

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