A
passagem e a peregrinação do povo de Israel no deserto são eventos centrais na
história judaico-cristã, narrados principalmente nos livros do Êxodo, Levítico,
Números e Deuteronômio, na Bíblia. Esse período de aproximadamente quarenta
anos marca a transição de um povo escravizado para uma nação livre,
preparada para herdar a Terra Prometida.
A
Libertação e a Travessia do Mar Vermelho
A
jornada começa com a libertação milagrosa de Israel da escravidão no Egito,
sob a liderança de Moisés. Após uma série de dez pragas divinas que
afligiram o Egito, o Faraó finalmente permitiu que os israelitas partissem. No
entanto, ele logo mudou de ideia e perseguiu o povo até a beira do Mar
Vermelho.
Nesse
momento de desespero, Deus intervém de forma espetacular. Moisés estende seu
cajado sobre o mar, e as águas se dividem, permitindo que os israelitas passem
em terra seca. Quando o exército egípcio tenta fazer o mesmo, as águas se
fecham, afogando-os. A travessia do Mar Vermelho é um dos eventos mais
emblemáticos, simbolizando a completa libertação de Israel e o início de sua
identidade como povo de Deus.
A
Peregrinação no Deserto: Provações e Provisões
Após
a travessia, o povo de Israel entra no deserto, um ambiente inóspito e
desafiador. A peregrinação de quarenta anos não foi um caminho direto, mas uma
série de jornadas, paradas e desvios. Esse período serviu a múltiplos
propósitos divinos:
- Purificação
e Formação: O deserto
foi um "cadinho" para purificar o povo da mentalidade de
escravos e moldá-los em uma nação com uma identidade própria, baseada na
fé e obediência a Deus. A geração que saiu do Egito, com exceção de Josué
e Calebe, morreu no deserto devido à sua incredulidade e rebelião, dando
lugar a uma nova geração que herdaria a terra.
- Provas
e Milagres: Durante a
jornada, os israelitas enfrentaram inúmeras dificuldades: falta de água,
escassez de alimento e ataques de povos hostis. No entanto, Deus
constantemente provia para eles:
- Maná
e Codornizes:
Diariamente, Deus enviava maná (um alimento semelhante a flocos)
do céu para sustentá-los, e codornizes para carne.
- Água
da Rocha: Em
momentos de sede extrema, Moisés golpeou uma rocha, e dela jorrou água.
- Coluna
de Nuvem e Fogo:
Durante o dia, uma coluna de nuvem os guiava e protegia do sol; à noite,
uma coluna de fogo os iluminava e aquecia, demonstrando a presença
constante de Deus.
- A
Aliança no Monte Sinai:
Um dos momentos mais cruciais da peregrinação foi a chegada ao Monte
Sinai. Ali, Deus fez uma aliança com Israel, entregando a
Moisés os Dez Mandamentos e uma vasta coleção de leis e estatutos.
Essas leis formaram a base da vida moral, social e religiosa do povo,
estabelecendo os princípios para uma sociedade justa e para o
relacionamento de Israel com Deus. Foi também no Sinai que a construção do
Tabernáculo foi ordenada, um santuário portátil que simbolizava a
presença de Deus entre o Seu povo.
- Rebeliões
e Consequências:
Apesar das provisões divinas e da aliança, a peregrinação foi marcada por
frequentes rebeliões, murmurações e atos de desobediência por parte
do povo. Episódios como a adoração do bezerro de ouro, a murmuração por
carne, a rebelião de Corá e a incredulidade em Cades-Barneia (quando
recusaram entrar na Terra Prometida por medo) resultaram em juízos divinos
e na extensão do tempo no deserto.
Preparação
para a Terra Prometida
Ao
final dos quarenta anos, a nova geração estava pronta para entrar em Canaã.
Antes de sua morte, Moisés proferiu uma série de discursos (registrados no
livro de Deuteronômio) para relembrar o povo da lei de Deus, adverti-los contra
a idolatria e exortá-los à obediência, a fim de que prosperassem na Terra
Prometida.
A
peregrinação no deserto é, portanto, uma narrativa rica em significado. Ela
demonstra a fidelidade e provisão de Deus, mesmo diante da infidelidade
humana. É uma jornada de fé, disciplina e formação, que transformou um grupo de
ex-escravos em uma nação com uma identidade clara e um propósito divino, pronta
para cumprir o destino que Deus havia traçado para eles.
A
sobrevivência em ambientes desérticos é um desafio extremo para a vida,
especialmente para os seres humanos. As condições e adversidades exigem
adaptações notáveis, tanto fisiológicas quanto comportamentais.
Principais
Adversidades do Deserto
- Escassez
de Água (Aridez):
- Baixa
Precipitação:
Desertos recebem, por definição, menos de 250 mm de chuva por ano. Quando
chove, a água é muitas vezes mal distribuída e evapora rapidamente.
- Alta
Evaporação: O calor
intenso e o ar seco fazem com que qualquer água presente no solo ou na
superfície evapore muito rapidamente.
- Rios
e Lagos Intermitentes:
Muitos corpos d'água no deserto são temporários ou salgados demais para
consumo.
- Consequência: A desidratação é a maior ameaça à
vida no deserto. Uma pessoa pode sobreviver apenas alguns dias sem água,
e em calor extremo, esse tempo diminui drasticamente. A desidratação
prejudica funções cognitivas e físicas.
- Temperaturas
Extremas e Amplitude Térmica:
- Calor
Diurno Intenso:
Durante o dia, as temperaturas podem facilmente ultrapassar os 40°C,
chegando a 55°C em alguns desertos. A areia escaldante e a ausência de
sombra intensificam o calor.
- Frio
Noturno Intenso: À
noite, as temperaturas caem drasticamente, podendo chegar a níveis
negativos, devido à ausência de nuvens que retenham o calor.
- Consequência: A grande amplitude térmica
(diferença entre a máxima e a mínima) exige do organismo uma capacidade
de adaptação constante, aumentando o risco de hipotermia à noite e
hipertermia (insolação, exaustão por calor) durante o dia.
- Ventos
Fortes e Tempestades de Areia:
- Erosão
Eólica: A falta de
vegetação e a presença de solos soltos tornam os desertos suscetíveis a
ventos intensos que transportam areia e poeira.
- Tempestades
de Areia: Podem
reduzir drasticamente a visibilidade, causar problemas respiratórios,
danificar equipamentos e desorientar pessoas.
- Consequência: Além dos riscos à saúde, as
tempestades de areia podem destruir abrigos e dificultar a navegação.
- Solo e
Vegetação Hostis:
- Solos
Arenosos e Pouco Férteis:
A areia solta e a baixa matéria orgânica tornam o solo instável e com
baixa capacidade de retenção de água.
- Vegetação
Escassa: A vegetação
é esparsa e muitas vezes adaptada com espinhos ou substâncias tóxicas
para sobreviver, oferecendo pouca sombra ou alimento.
- Consequência: Dificuldade em encontrar abrigo
natural, alimento e lenha para fogueiras.
- Fauna
Perigosa:
- Animais
Peçonhentos: Muitos
desertos abrigam cobras, escorpiões, aranhas e outros animais venenosos
que se escondem para evitar o calor.
- Consequência: Picadas e mordidas podem ser fatais
ou causar sérios problemas de saúde, exigindo atenção médica imediata,
muitas vezes inacessível.
Condições
de Sobrevivência e Estratégias
Apesar
dessas adversidades, povos e culturas milenares, como os beduínos e os
bosquímanos, desenvolveram estratégias notáveis para sobreviver e até prosperar
no deserto:
- Gestão
da Água:
- Racionamento
Inteligente: Não se
trata de beber pouco, mas de evitar perdas desnecessárias. A roupa, por
exemplo, ajuda a reter a umidade e diminuir a transpiração.
- Busca
por Fontes:
Conhecimento de poços, oásis e plantas que armazenam água. Povos antigos,
como os garamantes, usavam técnicas de irrigação subterrânea (qanats).
- Destilação
de Água: Construção
de pequenos destiladores solares para coletar condensação.
- Proteção
contra as Temperaturas Extremas:
- Roupas
Adequadas: Roupas
folgadas, de cor clara e que cubram todo o corpo ajudam a proteger contra
o sol e a reter a umidade do corpo. Coberturas para a cabeça são
essenciais.
- Atividade
Noturna: Realizar
atividades físicas e viagens durante a noite, quando as temperaturas são
mais amenas, e descansar em abrigos durante o dia.
- Abrigo: Buscar ou construir abrigos que
ofereçam sombra e isolamento térmico, como tendas, cavernas ou até
buracos cavados na areia.
- Alimentação
e Recursos:
- Conhecimento
da Flora e Fauna:
Identificar plantas comestíveis e animais adaptados ao deserto, como
camelos, cabras e ovelhas.
- Caça
e Coleta: Povos
caçadores-coletores dependiam de suas habilidades para encontrar
alimento.
- Armazenamento
de Alimentos:
Secagem de carne e frutas para consumo futuro.
- Orientação
e Navegação:
- Conhecimento
do Terreno: A
experiência e o conhecimento profundo do deserto são cruciais para evitar
se perder.
- Estrelas
e Sol: Utilização de
corpos celestes para navegação noturna e diurna.
- Sinalização: Criação de sinais para atrair
atenção em caso de emergência.
- Cultura
e Adaptabilidade:
- Nomadismo: Muitas culturas desérticas são
nômades, movendo-se em busca de recursos.
- Comunidade: A vida em grupo aumenta as chances
de sobrevivência, permitindo a divisão de tarefas e o apoio mútuo.
- Engenhosidade: Desenvolvimento de técnicas e
ferramentas para extrair recursos e enfrentar os desafios.
Em
suma, a sobrevivência no deserto não é apenas uma questão de resistência
física, mas de um profundo conhecimento do ambiente, adaptabilidade e, muitas
vezes, uma forte coesão social e cultural.
SOBREVIVER NO DESERTO DA VIDA
“e o senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para
os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para
que caminhassem de dia e de noite”. Exo.13:21
o
que devemos fazer para sobreviver no deserto da vida? este texto está
concluindo um paralelo entre Israel e a igreja. através de Paulo, o senhor está
lembrando a caminhada do povo de Israel pelo deserto, e está também fazendo uma
analogia com a nossa caminhada aqui no deserto da nossa vida.
Israel
precisou de elementos essenciais para sua sobrevivência no deserto,
literalmente falando. e nós também precisamos, do contrário, pereceremos!
é
válido ressaltar que deserto na nossa vida não significa apenas momentos
difíceis que passamos, não! deserto é a nossa trajetória rumo à terra
prometida, o céu!
então,
irmão, para sobrevivermos nessa jornada no deserto da vida é necessário um
quite de sobrevivência, assim como Israel no deserto.
literalmente
falando, em determinadas situações, precisamos ter um quite de sobrevivência.
se você for caminhar em montanhas altíssimas, se você for para florestas, se
você for para o deserto, é necessário ter um quite para sobrevier; caso
contrário, poderá perecer.
a
mesma coisa é na nossa trajetória aqui nesta vida. nós estamos atravessando um
deserto para chegar na Canaã celestial. então, faz-se necessário um quite de sobrevivência.
sabe para que?
-Para
que não morramos no deserto.
-Para
que não nos percamos no deserto.
-Para
que a nossa trajetória seja segura e proveitosa.
se
você não quer morrer no deserto da vida, se você não quer ficar perdido nessa
vida, se você quer uma caminha segura e proveitosa, para poder atingir o
objetivo que você pretende alcançar, então é imprescindível que você tenha à
sua disposição um quite de sobrevivência.
não
tenho dúvida que todos aqui querem adquirir esse quite para ter uma trajetória
segura e proveitosa. eis alguns quites de sobrevivência, imprescindíveis na
nossa jornada no deserto da vida.
1.
precisamos da direção de Deus
Israel
precisou da direção de Deus. em êxodo 13:21 está escrito:
“e o senhor ia adiante deles, de dia numa coluna de nuvem, para
os guiar pelo caminho, e de noite numa coluna de fogo, para os alumiar, para
que caminhassem de dia e de noite”.
sem
a direção de Deus não adianta. moisés disse ao senhor:
“se tu mesmo não fores conosco, não nos faças subir daqui” (ex.33:15).
só
quem conhece o caminho do deserto é Deus. o pastor não conhece, o padre não
conhece, o papa não conhece, maria não conhece, Paulo não conhece, Pedro não
conhece, Tiago não conhece, mas Deus conhece.
Israel
tinha a coluna de nuvem e coluna de fogo, símbolos da presença de Deus.
então,
amado, se você quer uma caminhada segura na trajetória da sua vida, deixe Deus
dirigir a sua vida.
2.
precisamos de água potável, pura
êxodo
15:23-25
“então, chegaram a mará; mas não puderam beber as águas de mará,
porque eram amargas; por isso, chamou-se o seu nome mará. e o povo murmurou
contra moisés, dizendo: que havemos de beber? e ele clamou ao senhor, e o
senhor mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas, e as águas se tornaram
doces”.
se
tem um lugar em que você precisa, imprescindivelmente, beber água é no deserto.
lá a pessoa fica desidratada rapidamente.
na
travessia do deserto, o guia avisa insistentemente: beba água, mesmo que você
não tenha sede. porque a necessidade do organismo é maior do que a sede.
Deus
fez brotar água no deserto para que Israel não morresse de sede.
a
primeira vez que eles tiverem contato com água, após a travessia do mar
vermelho, eram águas amargas. água amarga nos fala de provações. às vezes, a
vida fica amarga para o nosso lado. se não vigiarmos, murmuraremos contra deus.
isso é muito perigoso. sabe por quê? porque quando murmuramos estamos dizendo
que deus não está sendo suficiente para conosco. murmuração é uma reclamação
descabida contra Deus.
precisamos
de discernimento nestes momentos amargos. Deus pode estar nos provando,
testando a nossa fé nele.
em
mará, Deus transformou as águas amargas, que não podiam ser bebidas, em água
doce. e o que simboliza a água para a igreja? simboliza jesus cristo. se você
não beber essa água, você vai morrer desidratada pelo pecado. por isso, jesus
disse:
“e, no último dia, o grande dia da festa, jesus pôs-se em pé e
clamou, dizendo: se alguém tem sede, que venha a mim e beba. quem crê em mim,
como diz a escritura, rios de água viva correrão do seu ventre” (João
7:37,38).
jesus
é a água da vida, que pode saciar a sede espiritual do ser humano. então, beba
dessa água! em apocalipse 22:17 – último convite da bíblia – está escrito:
“e o espírito e a esposa dizem: vem! e quem ouve diga: vem! e
quem tem sede venha; e quem quiser tome de graça da água da vida”.
venha
e beba de graça da fonte da água da vida. você não precisa pagar penitência;
não é a oferta que faz você comprar a água da vida. é só você querer, desejar
entregar a sua vida a cristo e beber do manancial de águas limpas. senão, você
vai morrer desidratado pelo pecado.
a
bíblia fala de uma mulher, a mulher samaritana, que estava quase desidratada
pelo pecado. mas jesus chegou e lhe ofereceu a água da vida, que é ele mesmo.
ele disse (João 4:10-15):
10. ... se tu conheceras o dom de Deus e quem
é o que te diz: dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva.
11. disse-lhe a mulher: senhor, tu não tens
com que a tirar, e o poço é fundo; onde, pois, tens a água viva?
12. és tu maior do que Jacó, o nosso pai, que
nos deu o poço, bebendo ele próprio dele, e os seus filhos, e o seu gado?
13. jesus respondeu e disse-lhe: qualquer que
beber desta água tornará a ter sede,
14. mas aquele que beber da água que eu lhe
der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de
água a jorrar para a vida eterna.
15. disse-lhe a mulher: senhor, dá-me dessa
água, para que não mais tenha sede e não venha aqui tirá-la.
portanto,
sem água da vida, que é jesus cristo, morreremos desidratado pelo pecado.
3.
precisamos de pão
em
êxodo 16 diz que alimento sólido caía todo dia. estamos falando do maná.
“então, disse o senhor a moisés: eis que vos farei chover pão
dos céus, e o povo sairá e colherá cada dia a porção para cada dia, para que eu
veja se anda em minha lei ou não” (ex.16:4).
“e, vendo-a os filhos de Israel, disseram uns aos outros: que é
isto? porque não sabiam o que era. disse-lhes, pois, moisés: este é o pão que o
senhor vos deu para comer” (ex.16:15).
todo
dia o povo precisava de alimento, do maná, senão o povo não aguentava. não ia
ter proteína, nutrientes suficientes. então, Deus fez chover pão do céu todo
dia. era o maná. e o maná representa a palavra de Deus.
o
maná tinha que comer todo dia, porque no deserto se você não tiver proteínas,
se você não tiver nutrientes, você enfraquecerá e, consequentemente, morrerá.
meu
irmão, a nossa trajetória aqui é a mesma coisa. como é que você quer sobreviver
no deserto da vida se você não se alimentar da palavra de Deus? como pode um
crente não ler a bíblia?
muitos
têm a bíblia apenas para enfeite. só serve de enfeite de cabeceira de cama ou
de cômoda de sala ou quarto.
como
pode um crente vir ao culto e não trazer a bíblia sagrada? se não traz a bíblia
para o culto é difícil convencer você ler a bíblia em casa.
salmos
119 é o maior capítulo da bíblia, e é o capítulo que fala do poder e da
importância da palavra. o salmista, no versículo 116, diz:
“sustenta-me conforme a tua palavra, para que viva, e não me
deixes envergonhado da minha esperança”.
isto
quer dizer: a tua palavra tem o poder de me sustentar para que eu não morra.
hebreus
4:12, na abertura do texto, diz: “que a palavra
de Deus é viva e eficaz”. isto é, ela sustenta mesmo!
na
tentação de jesus, quando ele estava com o seu corpo físico debilitado e que o
diabo tentou destruir jesus, dizendo para transformar aquelas pedras em pães,
jesus falou:
“não só de pão viverá o homem mais de toda palavra que sai da
boca de Deus”.
amados
irmãos, a igreja não sobrevive sem a palavra. a família não sobrevive sem a
palavra. o cristão não sobrevive sem a palavra. quem sustenta o crente é a
palavra de Deus!
a
prioridade na igreja não é cânticos, é a palavra. uma igreja sem palavra é uma
igreja sem alimento espiritual e, consequentemente, uma igreja morta.
irmão, sem maná você vai morrer!!!
4.
você precisa aprender a obedecer regras
nos
capítulos 20 a 23, e nos capítulos 33 a 40 de êxodo, e nos 27 capítulos de
levítico, e nos 10 capítulos de números, só são regras. temos que ter regras.
se não tivermos regras para andarmos no deserto, vamos fazer besteira. vai dar
confusão. a regra vem para normatizar alguma coisa.
por
que a sociedade tem regra? porque uma sociedade anárquica se autodissolve, se
destrói. se você não tem regra para andar no deserto, vai ser uma bagunça
terrível.
você
já pensou dois milhões de pessoas naquele deserto sem regras? nós também temos
regras. a bíblia é o nosso manual de regras. vou lembrar algumas:
a)
é preciso ter responsabilidade
“daí a césar o que é de césar e a Deus o que é de Deus” (Mateus 22:21).
ou
seja, cumpra com a sua obrigação enquanto cidadão terreno e cumpra sua
obrigação enquanto cidadão do céu. isso é uma regra.
b)
é preciso trabalhar para sobreviver (2ts.3:8-12)
sintetizando:
o apóstolo diz: olha, você tem que se lembrar do meu trabalho e fadiga. eu
trabalhei noite e dia para não ser pesado a ninguém. portanto, quem não
trabalha não come.
nada
tem a ver com as pessoas que perde o emprego por causa de situação econômica.
estar-se falando das pessoas que não querem nada com o trabalho, mesmo tendo
chances para isso. não querem ser produtivos. a esses, Paulo adverte: “quem não quiser trabalhar, não coma”.
c)
é preciso existir integridade (2co.8:21)
“zelamos pelo que é honesto, não somente diante dos homens, mas
também diante de Deus”.
isto
fala de integridade, integridade diante da sociedade e integridade com Deus.
devemos ser honestos em todos os aspectos da vida.
5.
é fundamental existir comunhão uns com os outros (êxodo 25)
Deus
mandou levantar o tabernáculo no deserto, que representava a casa de Deus.
precisamos estar numa igreja.
A
igreja primitiva prezava em estar reunidos num mesmo lugar. jesus ia
costumeiramente ao templo, e algumas vezes teve que expulsar alguns que queriam
fazer da casa do senhor negócios. portanto, devemos estar numa igreja com
respeito, decência e ordem.
6.
em nossa jornada é preciso ter propósito
o
propósito do povo de Israel não era ficar no deserto, mas passar pelo deserto.
deserto não é lugar para morar.
qual
é o propósito da tua vida? aonde você quer chegar nesta vida? qual é o teu
objetivo? qual é o teu propósito como pai, como mãe? jovem, qual é o teu
propósito? as atitudes estão com você.
e
no mundo espiritual? aonde você quer chegar? você quer ficar neste deserto, meu
irmão? olha o que Paulo diz em filipenses 3:13,14:
“irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma
coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e avançando para
as que estão diante de mim, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana
vocação de Deus em cristo jesus”.
isso
é propósito. isso é objetivo.
em
1corintios 15:19 Paulo diz: “se esperamos em cristo
só nesta vida, somos os mais miseráveis de todos os homens”.
tem
pessoas que pensam que Deus vai dar tudo a ele na vida, no deserto. esta pessoa
está enganada.
no
deserto falta muita coisa. no deserto você não recebe tudo, não. por isso que Paulo
diz: se você pensa que a completude da vida cristã é Deus te dá tudo aqui que
você quer e precisa para o deleite na terra, está enganado. o texto é claro: “se esperarmos em cristo somente nesta vida, somos os
mais miseráveis de todos os homens”. isto é uma palavra forte.
mas,
o mesmo Paulo afirma em 2corintios 4:16-18:
16. por isso, não desfalecemos; mas, ainda que o nosso homem
exterior se corrompa, o interior, contudo, se renova de dia em dia.
17. porque a nossa leve e momentânea tribulação produz para nós
um peso eterno de glória mui excelente,
18. não atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não
veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não veem são eternas.
aqui,
Paulo olha para o objetivo principal dele: a vida eterna, o céu.
você não existe para morar no deserto. você não foi feito para
morrer no deserto. Canaã é logo ali. este é o nosso propósito.
irmão,
você está de passagem neste deserto da vida, com o objetivo de chegar no céu e
a vida eterna em cristo jesus.
PAULO E O APRENDIZADO NO DESERTO
O
deserto está sempre presente no relato bíblico, seja como um espaço geográfico
ou como uma figura de linguagem. Ele tem muitas características: solidão,
aridez, desconforto, esterilidade. Todas as vezes em que nos deparamos com tais
realidades é porque estamos, com toda certeza, atravessando um deserto – que
pode ser uma doença terminal, um problema familiar insolúvel, um luto
traumático, um divórcio ameaçador, um problema financeiro que nos tira do sério
etc.
Não
importa, seja real ou não, físico ou psicológico, o fato é que desertos têm
sempre a mesma fisionomia: são secos, solitários e terrivelmente deprimentes;
são capazes de gerar em nós a pior das sensações: a solidão. Existem pessoas
que se culpam ao chegar lá, achando que Deus as desprezou ou que não está
satisfeito com elas. Elas ainda não compreenderam o sentido ou o propósito do
deserto em suas vidas.
Na
Bíblia e em toda a história, homens e mulheres passaram por este lugar como uma
maneira de serem capacitados por Deus, para cumprirem seu propósito. Portanto,
o deserto não significa rejeição, mas preparo divino.
-Abraão
foi levado ao deserto para oferecer Isaque, seu único filho - o filho da
promessa - como sacrifício vivo ao Senhor, e ali aprendeu a confiar ainda mais
no Deus que tudo provê.
-Moisés
foi ao deserto e presenciou a sarça ardente, acontecimento que prenunciava a
permanente presença de Deus entre o povo que seria liberto do Egito.
-O
povo hebreu passou 400 anos cativo e, após sua libertação, experimentou 40 anos
de peregrinação no deserto, onde recebeu orientações e mandamentos divinos, e
desenvolveu princípios que o tornaria um diferencial entre as nações à sua
volta.
-No
deserto, também, encontramos João Batista, vivendo, anunciando e preparando o
caminho para o Messias, que já estava entre o povo da nação de Israel.
-O
próprio Filho de Deus, Jesus Cristo, foi conduzido ao deserto pelo Espírito
Santo, para testificar ao mundo que Satanás seria vencido, de uma vez por
todas.
-Paulo,
logo após a sua chamada, partiu para o deserto, e após reconstruir sua
teologia, voltou para Damasco, pronto para pregar aos gentios.
Assim,
podemos afirmar que:
-O
deserto não é apenas um lugar de provação e tribulação, mas, acima de tudo, é
também o local onde Deus espera que sejamos preparados para mostrar ao mundo a
excelência de Seu poder e soberania.
-O
deserto não é um lugar onde somos deixados abandonados por Deus para que
sejamos alvo fácil para a ação de Satanás. O Senhor nos guia no deserto. Ele
está conosco no deserto. A segunda geração dos filhos de Israel viveu no
deserto e recebeu de Deus esta promessa: “E te lembrarás de todo o caminho pelo
qual o Senhor, teu Deus, te guiou no deserto estes quarenta anos” (Dt.8.2).
1.
A ida do apóstolo Paulo para o deserto
O
deserto é uma pedagogia de Deus para o Seu povo. Quando o curso de nossa vida
toma esse aspecto, Deus quer ensinar-nos algumas lições importantes. Por mais
que os desertos sejam produzidos por situações criadas pelo próprio homem e
suas próprias decisões, a Bíblia nos ensina que o deserto, com todas as suas
dificuldades, sempre é uma escola de Deus.
No
deserto, aprendemos a ouvir a voz de Deus; é um lugar em que Deus fala e nós
ouvimos; com isso, aprendemos a ser humildes. Por exemplo, em Deuteronômio 8:2
lemos que o Senhor levou Seu povo ao deserto para fazê-lo humilde. Ou seja, o
deserto é uma "lixa" de Deus, que remove a espessa e dura camada de
orgulho com a qual nos revestimos nos momentos de prosperidade.
Gálatas
1:17,18 mostra que Saulo esteve na Arábia por três anos. Mas por que ele foi
para Arábia? Para ficar a sós com Deus. Disse ele: “...não fui imediatamente
consultar outras pessoas, nem fui a Jerusalém para me encontrar com os que já
eram apóstolos antes de mim, mas fui para as regiões da Arábia...”
(Gl.1:16b,17). Ele preferiu viver em um lugar, na região desértica da Arábia,
onde habitavam alguns grupos nômades; ali, ele era totalmente desconhecido.
Todos
que foram treinados por Deus no deserto foram grandemente usados por Ele; e
quanto mais intenso é o treinamento, mais a pessoa pode ser instrumentos do
Altíssimo. Por exemplo:
-Moisés,
foi treinado por Deus por 40 anos no deserto, por isso pôde libertar Israel da
escravidão e guiar esse povo rumo à Terra Prometida.
Elias,
foi graduado na escola do deserto, por isso pôde enfrentar, com bravura, a
fúria do ímpio rei Acabe e trazer a nação apóstata de volta para a presença do
Senhor.
-Paulo,
passou três anos no deserto da Arábia, e foi preparado pelo Espírito Santo para
ser o maior líder do cristianismo.
2.
As lições do deserto
Saulo
passou cerca de três anos na Arábia fazendo um seminário intensivo com Jesus
(Gl.1:18), e lá colheu lições preciosas que beneficiariam gerações ao longo da
história do Cristianismo. Segundo alguns autores, a Arábia ficava cerca de 320
quilômetros ao sul de Damasco e 160 quilômetros a sudeste de Jerusalém. Vale
lembrar que a Arábia era um deserto e não uma metrópole próspera. Ali, Paulo
teve comunhão com Deus em vez de comunicação com os homens. Tendo em vista que
Jesus passou três anos treinando seus apóstolos, agora investe três anos
treinando Saulo, como um apóstolo chamado fora do tempo. Nesse período, Saulo
releu o Antigo Testamento e descobriu que aquele mesmo Jesus que outrora
perseguira era de fato o Messias prometido (Atos 9:22). O ensino detalhado de
Saulo em Damasco, provando que Jesus é o Cristo, provavelmente aconteceu depois
de sua estada na Arábia.
Saulo
havia sido um fariseu que buscava agradar a Deus pela justiça própria;
acreditava ser aceito por Deus por sua religiosidade e suas boas obras. Por
causa de seus autoenganos, chegou a perseguir furiosamente a Igreja de Deus
para devastá-la. Porém, logo que se converteu, quis ficar a sós com Deus. Ele
sabia que precisava aprofundar o seu conhecimento acerca de Jesus Cristo, pois
a sua jornada seria de confrontos com dúvidas, oposição e rejeição. Nesse
momento não sentiu necessidade de orientação humana, mas da presença e da ajuda
de Deus. Ele precisava de um tempo de quietude e solidão para reorganizar sua
mente, seus conceitos, seus valores, sua teologia. Antes de falar aos homens,
Paulo precisou falar com Deus. Só se levantam diante dos homens aqueles que
primeiro se prostram diante de Deus.
3.
Mais lições do deserto
No
deserto da Arábia, Saulo, como bem diz o pr. Elienai Cabral, “foi despido de
toda a filosofia e religiosidade legalista do judaísmo. Lá, ele aprendeu que a
simplicidade era a chave que abria a porta do cristianismo, que era preciso
dominar suas paixões, substituindo-as pela alegria da salvação em Cristo. Saulo
descobre também, na experiência do silencio e da solidão do deserto, que as
coisas de Deus são do modo como Ele quer e não como nós queremos. No deserto,
Deus ensinou Paulo a ser o líder que Ele precisava para expandir o seu Reino”.
Após
sua estada no deserto da Arábia, a sós com Deus, preparando-se para o
ministério que Deus lhe vocacionou, Saulo voltou para Damasco, pronto para
pregar aos gentios. Logo na primeira viagem missionária, Lucas começa a usar o
nome gentio do apóstolo (Paulo) em vez de seu nome judaico (Saulo), uma mudança
que indica a propagação florente do evangelho entre os gentios.
CONCLUSÃO
A
conversão e a vocação de Paulo é uma das maravilhas do Cristianismo. Sua
trajetória, da conversão até o momento em que foi chamado para Antióquia da
Síria, onde saiu como missionário, pode ser traçado assim: conversão no caminho
de Damasco (Atos 9:1-19a); breve estada em Damasco (Atos 9:19b-22); isolamento
na Arábia (Gl.1:17); retorno a Damasco por algum tempo (Atos 9:23); fuga para
Jerusalém (Atos 9:23-26; 2Co.11:32,33); encontro com os apóstolos (Atos
9:27,28; Gl.1:18,19); partida para a Síria e Cilícia (Atos 9:30, Gl.1:21).
Paulo
tornou-se o maior embaixador de Cristo, o maior pregador do Evangelho; o seu
testemunho foi, eminentemente, cristocêntrico; por onde ele passava
testemunhava que Jesus é o Filho de Deus e o Messias prometido (Atos 9:20,22).
Ele se mostrou sobrenaturalmente habilitado para pregar, manter e defender a
verdade quando a pregava; onde ele pregava, os corações eram impactados com o
Evangelho. Não podemos imaginar a Igreja sem Paulo.
Paulo,
também, foi o maior escritor de Epístolas às Igrejas - foram 13(treze)
epístolas, que fazem parte da maior parte do compêndio doutrinário da Igreja.
Divinamente inspiradas pelo Espírito Santo, essas epístolas trazem instruções
teológicas indispensáveis à doutrina cristã. Elas instruem os cristãos quanto:
a natureza de Deus; o significado do ministério e obra de Cristo; o ministério
do Espírito Santo na Igreja; a doutrina da salvação; a doutrina dos
acontecimentos que se darão no final dos tempos; o caráter cristão e
a aplicação da vontade de Deus na vida prática dos crentes; a ordem no culto; o
governo da Igreja; etc. É difícil imaginar o cristianismo sem o apóstolo Paulo.
Deus seja louvado pela salvação e chamada desse extraordinário homem.
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