sexta-feira, 29 de agosto de 2025

O AMOR DE DEUS

                                  

                   CRISTO DEU A SUA VIDA POR MIM, QUER AMOR MAIOR QUE ESTE !

 O AMOR DE DEUS

TEXTO BIBLICO: Romanos 12:8-14

"A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros; porque quem ama aos outros cumpriu a lei" (Rm 13.8).

INTRODUÇÃO

O Amor de Deus: Um Estudo Bíblico

O amor de Deus é um dos temas mais profundos e centrais de toda a Bíblia. Ele não é apenas um sentimento, mas a própria essência do Seu ser. Entender e experimentar esse amor é fundamental para a fé cristã. Este estudo bíblico irá explorar as diferentes facetas do amor de Deus, com base nas Escrituras.

1. A Natureza do Amor de Deus: Ágape

A Bíblia usa várias palavras para "amor", mas a que melhor descreve o amor de Deus é ágape. Este não é um amor baseado em emoção ou atração, mas um amor incondicional, sacrificial e altruísta. É um amor que escolhe agir para o bem do outro, independentemente de qualquer coisa.

  • João 3:16: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna." Este versículo resume perfeitamente a ágape de Deus. Ele amou o mundo mesmo quando o mundo não o amou de volta, e demonstrou esse amor através do sacrifício de Jesus.
  • 1 João 4:8: "Quem não ama não conhece a Deus, porque Deus é amor." Aqui, a Bíblia não diz que Deus "tem" amor, mas que Ele "é" amor. O amor é a própria essência de Sua natureza.

2. A Manifestação do Amor de Deus na Salvação

A maior prova do amor de Deus é a salvação oferecida através de Jesus Cristo. Não merecemos esse amor, mas Ele o ofereceu livremente.

  • Romanos 5:8: "Mas Deus prova o seu amor para conosco, em que Cristo morreu por nós, sendo nós ainda pecadores." O sacrifício de Jesus não aconteceu quando éramos "bons" ou merecedores, mas exatamente quando éramos Seus inimigos, separados dele pelo pecado. Essa é a profundidade do Seu amor.
  • Efésios 2:4-5: "Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu grande amor com que nos amou, estando nós ainda mortos em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos)." A nossa salvação não é por mérito, mas por causa do Seu grande amor e misericórdia.

3. O Amor de Deus em Nossas Vidas Diárias

O amor de Deus não se restringe apenas à salvação. Ele se manifesta em cada aspecto de nossas vidas.

  • Salmo 136: Este salmo é um hino ao amor e à misericórdia de Deus. A frase "porque a sua benignidade dura para sempre" é repetida 26 vezes. Ele nos lembra que o amor de Deus está presente na criação, na história e nas nossas vidas.
  • Jeremias 31:3: "Com amor eterno te amei; por isso, com benignidade te atraí." O amor de Deus é eterno e nos atrai para Ele. Ele não é passageiro ou limitado pelo tempo.
  • 1 João 4:19: "Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro." Nosso amor por Deus é uma resposta ao amor que Ele nos mostrou. É o reconhecimento e a aceitação do Seu presente.

4. Viver no Amor de Deus

Uma vez que recebemos o amor de Deus, somos chamados a vivê-lo e a compartilhá-lo.

  • João 13:34-35: "Um novo mandamento vos dou: que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei a vós, que também vos ameis uns aos outros. Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros." O amor uns pelos outros é a marca do verdadeiro seguidor de Cristo.
  • 1 Coríntios 13: O "hino ao amor" de Paulo descreve como o amor ágape se parece na prática. Ele é paciente, bondoso, não invejoso, não se orgulha, e suporta todas as coisas. Este capítulo nos ensina a amar os outros como Deus nos amou.

Perguntas para Reflexão e Discussão:

  1. O que significa para você o fato de que "Deus é amor"?
  2. De que forma o sacrifício de Jesus na cruz demonstra o amor de Deus de maneira mais profunda?
  3. Como você pode manifestar o amor de Deus em suas ações e relacionamentos diários?
  4. Leia 1 Coríntios 13. Qual das características do amor é a mais difícil para você praticar?

PENSE NISSO!

I. DEUS CRIOU O HOMEM DOTADO DE CAPACIDADE PARA AMAR 

1. Deus é amor (1João 4:8). O amor faz parte da própria natureza de Deus. Ainda que Deus não quisesse amar, mesmo assim ele continuaria amando, porque Deus é amor. Ao criar o homem, ele inspirou-se em si mesmo – “E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança... E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou...” (Gn.1:26,27). Criado à imagem de Deus, e sendo que Deus é amor, subentende-se que o amor se tornou parte da própria natureza do homem. O homem foi criado com capacidade para amar. Assim, se Adão não tivesse pecado, ele nunca teria conhecido o ódio, a inimizade, o desejo de vingança, a cobiça, a inveja, e coisas semelhantes. As obras da carne não seriam produzidas em seu corpo. Adão tinha sido criado para amar.

2. O Pecado afetou a imagem de Deus existente no homem. O homem, ao pecar, perdeu a capacidade plena de poder amar. Na medida em que se foi aprofundando no lamaçal do pecado, o homem foi, proporcionalmente, perdendo a capacidade de amar – de amar a Deus, de amar a si mesmo, de amar ao próximo. Todavia, o amor nunca foi eliminado, de forma total e absoluta, da vida do homem, porque o amor faz parte de sua própria natureza, visto ter sido ele criado à imagem de Deus, e “Deus é amor”.

Por mais primitivo que seja o homem, por mais estúpido, por mais mau caráter, em todo homem existe uma centelha de amor, por mais que alguns procurem escondê-la. Todo homem ama alguém, ou alguma coisa. Daí o adágio que diz que “os brutos também amam”.

O homem natural jamais poderá viver a vida cristã como ela deve ser vivida. Não pode haver Cristianismo sem amor, sem muito amor. A marca registrada do discípulo de Jesus é o amor, conforme afirmou o próprio Jesus: “Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35). O amor é, também, o distintivo do filho de Deus – “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem [...] e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo...” (Lc.6:35).

Ser “evangélico”, especialmente aqui no Brasil, não é difícil. Porém, em qualquer parte do mundo, ser discípulo de Cristo, ser cristão, ser filho de Deus, é simplesmente impossível sem o Novo Nascimento. O homem natural, dependendo do grau de envolvimento com o pecado, ele perde a capacidade até de amar a si mesmo, de zelar pela sua autoestima. Nesta condição, de forma alguma ele poderá viver tal como o Senhor Jesus ensinou: “...Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e toda a tua alma, e de todo o teu pensamento...Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mt.22:37,39).  Na expressão “o teu próximo”, estão incluídos, também, os inimigos, por isto o Senhor Jesus foi taxativo ao declarar: “...amai a vossos inimigos...”.

Ser “evangélico” pode ser fácil, mas, ser um crente salvo, é difícil, é impossível para o homem natural. Talvez seja esta uma das causas que muitas Denominações, ditas como Evangélicas, preferem não ensinar, no seu todo, a Palavra de Deus. Preferem esconder a Cruz e manter o povo em ritmo de festa, envolvendo-o mais e mais com a busca das coisas da terra.

Ensinar sobre o negar-se a si mesmo, amar os inimigos, fazer bem aos que nos aborrecem, bendizer os que nos maldizem, orar pelos que nos caluniam, oferecer a outra face, entregar a capa e também a túnica, caminhar a segunda milha – este ensino somente os que nasceram de novo, somente os verdadeiros cristãos, somente os cidadãos do Céu, somente os discípulos de Jesus, somente os filhos de Deus, podem aceitar. E, só podem aceitar, porque, conforme afirmou Paulo, “porque o amor de Cristo nos constrange...” (2Co.5:14).

3. O Espírito Santo restaura, no homem, a imagem de Deus, devolvendo-lhe a capacidade plena de Amar. “Mas o fruto do Espírito é: amor...” (Gl.5:22). Biblicamente, a vida cristã tem que começar com o Novo Nascimento, quando, segundo afirmou Paulo, “assim que, se alguém está em Cristo, Nova Criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo” (2Co.5:17). Neste novo homem o Espírito Santo pode habitar – “...Porque vós sois o templo do Deus vivente...” (2Co.6:16). Assim, na medida em que o homem vai dando lugar ao Espírito Santo, ele vai moldando, nesse novo homem, a imagem de Deus. Na proporção em que a imagem de Deus vai sendo restaurada, mais e mais a natureza de Deus vai sendo devolvida ao homem, e “Deus é amor”. É assim, e tão somente assim, que o homem poderá chegar à capacidade plena de amar. De amar a Deus, de amar a si mesmo, de amar os que o amam, e de amar, também, os seus inimigos.

Deus não pede o que o homem não tem para dar. Deus não exige o que o homem não pode fazer. Deus sabe que os seus filhos têm amor para dar. Deus sabe que seus filhos podem amar, até mesmo os seus inimigos. Você é filho de Deus?

II. A SINGULARIDADE DO AMOR ÁGAPE

O Amor mencionado nas Escrituras como sendo a essência divina é o chamado amor "ágape", assim denominado pela palavra grega utilizada no Novo Testamento para esta espécie de amor. Usado cerca de 250 vezes no Novo Testamento, “ágape” é a palavra utilizada todas as vezes em que se menciona um amor que tem como origem o próprio Deus, a começar do chamado "texto áureo da Bíblia" (cf. João 3:16). É um amor que não leva em consideração o valor do ente amado, que não se importa em satisfação própria, mas que tem prazer tão somente no benefício do ente amado. Envolve a inteligência, as emoções e a vontade (faculdades da alma).

O amor proveniente de Deus é o amor que leva em consideração o outro, não a si próprio. Deus não ama o homem porque tenha ele algum valor diante de Deus, pois o homem e toda a sua justiça, como descreveu o profeta, não passa de trapo de imundícia (Is.64:6). Diante do Senhor, o homem é como um vapor é como a erva do campo (Tg.5:14; 1Pd.1:24). Apesar disto tudo, Deus nos ama e nos quer bem a todo instante e, neste amor, humanizou-se e se fez maldito para nos proporcionar o restabelecimento da comunhão perdida por causa do pecado e, assim, tornar possível que voltemos a viver eternamente na sua companhia. Isto é o amor ágape, tão bem descrito em 1Coríntios 13, cujas características são:

1. O amor é sofredor (1Co.13:4). Quem tem o verdadeiro amor proveniente de Deus não se importa com o sofrimento, com o padecer. Quem ama, sofre se este sofrimento representa o bem do ente amado. O amor divino é altruísta, ou seja, vê o benefício do outro e vive em função do outro, não de si mesmo.

2. O amor é benigno (1Co.13:4). Quem tem o verdadeiro amor proveniente de Deus não tem má-fé, não tem más intenções (ou, como se diz, "segundas intenções"). Quem ama sempre é movido pela boa-fé, pela pureza de propósitos, de intenções e de pensamentos.

3. O amor não é invejoso (1Co.13:4). Quem tem o verdadeiro amor não cobiça o que é do próximo, não se incomoda com o sucesso, o êxito e o bem-estar do seu semelhante. A inveja, diz-nos a Escritura, é a podridão dos ossos (Pv.14:30b) e, em razão dela, ocorreu o primeiro homicídio. Queiramos o progresso e o sucesso do próximo, alegremo-nos com a alegria do outro, não cobicemos as suas bênçãos, nem a sua posição. Jesus, sendo o próprio Deus, fez questão de prometer e destinar aos seus servos maior êxito e maior sucesso ministerial do que o dele próprio (João 14:12). Se não aguentamos o bem do próximo, o sucesso do nosso vizinho, do nosso irmão, do nosso companheiro de trabalho, cuidado, este é um sinal evidente de que nós não amamos e que, portanto, não é um verdadeiro filho de Deus.

4. O amor não trata com leviandade (1Co.13:4). O amor não busca a vanglória, não tem o objetivo de alcançar a vaidade, o poder pelo poder, a satisfação pela satisfação. Muito pelo contrário, o verdadeiro amor sempre tem uma finalidade: o de obter a glorificação de Deus. Jesus tudo fez neste mundo para que o nome do Senhor fosse glorificado (João 17:4) e deve ser este o comportamento de todo verdadeiro cristão (Mt.5:16).

5. O amor não se ensoberbece (1Co.13:4). O amor não gera orgulho. O amor proveniente de Deus não cria uma autossuficiência no homem, não o faz sentir melhor do que os outros, não faz nascer um senso de superioridade em quem ama. O orgulho só aparece quando se acha iniquidade no ser orgulhoso, exatamente do mesmo modo que ocorreu com o diabo (Is.14:12-14 c/c Ez.28:15).

6. O amor não se porta com indecência (1Co.13:4). Quem ama não é indecente, segue os bons costumes, demonstra pudor, compostura e respeito. Quem ama é puro, tem autoridade moral, sendo transparente e de excelente reputação. Será, sim, criticado, mas as críticas que lhes forem feitas apenas servirão para evidenciar o seu bom testemunho e o bom porte apresentado diante de Deus e dos homens (1Pd.2:12).

7. O amor não busca os seus interesses (1Co.13:5). O amor proveniente de Deus é altruísta, leva em conta o outro, não está interessado em si mesmo, nem em seu próprio benefício, mas antes quer o benefício do outro.

8. O amor não se irrita (1Co.13:5). O amor apresenta uma mansuetude, uma tranquilidade, irradia uma paz que é diferente das promessas de paz oferecidas pelo mundo. A paz daquele que ama é, precisamente, a paz de Cristo (João 16:33), a paz verdadeira. O amor não é irritante, não provoca contendas, divisões, nem se envolve em competições e em tarefas de destruição do próximo. O amor tudo suporta (1Co.13:7).

9. O amor não suspeita mal (1Co.13:5). Quem ama não faz suposições maldosas contra o próximo, não é preconceituoso, não julga precipitadamente pela aparência, não se acha superior aos demais. Jesus determinou que não devemos julgar com base na aparência, mas de acordo com a reta justiça (João 7:24). Jesus nunca suspeitou mal os outros, a ponto de, mesmo sabendo que estava sendo traído, ter chamado Judas de amigo (Mt.26:50).

10. O amor não folga com a injustiça (1Co.13:6). O amor não compactua com a injustiça, nem a admite ou tolera. Quem ama, não pratica a injustiça, pois o filho de Deus é um praticante da justiça (1João 3:10). Jesus, a quem devemos imitar, é justo (At.3:14). Somente quem pratica a justiça poderá habitar no tabernáculo do Senhor (Sl.15:1,2).

11. O amor folga com a verdade (1Co.13:6). O amor sempre opta pela verdade, jamais se manifesta através ou por intermédio da mentira ou do engano. Por isso, Deus, que é amor, também é verdade (Jr.10:10). Jesus, como Deus que é, também é a verdade (João 14:6). A Palavra de Deus é a verdade (João 17:17) e, por isso, quem ama tem prazer em obedecer aos mandamentos do Senhor.

Como podemos perceber, o amor ágape, ou seja, o amor divino, não é uma teoria, não é um estado mental, mas é um conjunto de ações concretas, de atitudes efetivas que devem ser praticadas pelos servos de Deus, não apenas faladas, pensadas ou meditadas.

III. AMAR A DEUS, A SI MESMO E AO PRÓXIMO

O homem salvo possui amor que se manifesta em três dimensões: em direção a Deus – Dimensão Vertical; em direção aos outros homens – Direção Horizontal; em direção a si mesmo – Direção Interior. Cada uma destas três dimensões do amor é dependente das outras. Não podemos amar o próximo, se não amamos a Deus; se menosprezarmos o próximo, não amamos a Deus; se odiarmos a nós mesmos, não podemos mostrar a preocupação adequada pelas necessidades do nosso semelhante, porque não temos a preocupação adequada por nossas próprias necessidades.

1. O amor a Deus – a Dimensão vertical. O amor é uma característica indispensável para quem diz ser filho de Deus, é como se fosse o próprio DNA espiritual do cristão sincero e verdadeiro; este amor não é apenas a essência da comunhão entre Deus e o homem, o próprio núcleo da vida espiritual, mas é, como afirma Paulo, o primeiro “gomo” do fruto do Espírito (Gl.5:22); ou seja, necessariamente este amor tem de se traduzir em atitudes, em ações, tem de se manifestar fora do indivíduo. Não foi por outra razão que Deus, ao entregar a Moisés a lei, estabeleceu que o resumo de todos os mandamentos fosse: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder” (Dt.6:5). Só assim poderia haver a guarda de todos os mandamentos e, por conseguinte, temor a Deus (cf. Dt.6:1,2). Este mandamento foi endossado por Cristo, quando indagado a respeito do que era mais importante na lei (Mt.22:37). Portanto, amar a Deus significa submeter-se à vontade do Senhor, fazer aquilo que Ele nos manda na sua Palavra; significa renunciar à vontade própria, ao ego, à sua individualidade para fazer aquilo que o Senhor determinou que fizéssemos. Não é possível amar a Deus sem observar a sua Palavra.

A primeira prova que temos de que alguém realmente se tornou um filho de Deus é o fato de que ele passou a amar a Deus, e amar a Deus é simples de ser verificado: “Vós sereis meus amigos se fizerdes o que Eu vos mando” (João 15:14); “Aquele que tem os Meus mandamentos e os guarda, este é o que Me ama” (João 14:21a).

2. O amor a si mesmo – a Dimensão interior. O “amor a si mesmo” reflete o amor de Deus em nós. Ao proferir o segundo grande mandamento, Cristo faz uma observação extremamente importante: amarás o próximo como a ti mesmo”. O amor divino, implantado no coração do homem pelo Espírito Santo, após o arrependimento dos pecados, não gera apenas uma fonte que jorra em direção a Deus, estabelecendo a comunhão entre o salvo e o Senhor, nem somente em relação ao próximo, que é qualquer outro ser humano, mas também estabelece um canal que gera amor no próprio salvo.

O cristão é uma pessoa que se ama, ou seja, alguém que se gosta, alguém que tem autoestima, alguém que não se despreza, que não se acha inferior, que não é uma pessoa mal resolvida consigo própria. Mas alguém poderá dizer: Jesus se amava? Ele não se entregou por nós? Ele não deixou a sua glória? Como podemos dizer que Jesus se amava? Ora, esta questão tem uma resposta afirmativa, pois Jesus jamais iria ensinar algo que não tivesse feito (At.1:1). Nesta terra, Jesus foi a pessoa que mais se amou. Como podemos afirmar isto? Pelo simples fato de que foi a única pessoa que não pecou (Hb.4:15). A maior prova que damos de que amamos a nós mesmos é o fato de não pecarmos, de não sermos atraídos pela nossa concupiscência e, deste modo, garantirmos vida eterna para nós.

Entretanto, não podemos confundir amar a si mesmo com “ser amante de si mesmo”, que é uma característica do ímpio e não do salvo (cf.2Tm.3:2). Ser amante de si mesmo é colocar-se no lugar de Deus, passar a querer tirar vantagem de tudo para si, é se relacionar com os outros buscando tão somente o bem próprio, a satisfação própria, é idolatrar a si mesmo. Quem, por exemplo, pratica boas obras para “crescer”, “evoluir” espiritualmente, está sendo amante de si mesmo, pois não visa o bem do outro, mas o próprio bem. Usa o outro como meio para atingir o fim, que é o benefício próprio. É a atitude popularmente conhecida como “venha a nós, vosso reino nada”.

Portanto, amar-se é procurar o melhor para si. Amar-se é buscar o que há de mais excelente para si. Amar-se é criar condições para que haja o mais pleno desenvolvimento de seu ser, de sua essência, e isto só é possível no ser humano quando eliminamos o fator que faz com que a natureza humana decaia e seja distorcida: o pecado. Damos prova de que nós amamos quando nos santificamos, quando buscamos a santidade, quando nos separamos do pecado - “sabemos que todo aquele que é nascido de Deus não peca, mas o que de Deus é gerado conserva-se a si mesmo” (1João 5:18a). Amar-se é, portanto, separar-se do pecado, conservar-se irrepreensível, espírito, alma e corpo até a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo (1Ts.5:23).

3. O amor ao próximo – Dimensão horizontal. O amor divino que se encontra no salvo não se limita apenas ao relacionamento entre Deus e o homem, mas também se manifesta em direção às demais pessoas que estão à volta do salvo. Por isso, Jesus, ao responder à indagação daquele doutor da lei, fez a devida complementação, para mostrar que um bom relacionamento entre Deus e o salvo redunda num bom relacionamento entre o salvo e os demais seres humanos. Quem ama a Deus, ama o próximo (1João 4:21).

O amor a Deus é pressuposto para que se tenha amor ao próximo. Não é possível amar o próximo sem que antes se ame a Deus. Daí porque não podermos confundir o amor ao próximo com o mero exercício de filantropia, com dó ou qualquer outro sentimento que tenha em vista a ajuda circunstancial a outrem, como, aliás, defendem aqueles que acham que as boas obras de alguém ocasionam a este alguém algum progresso espiritual.

Amar o próximo não é dizer a alguém que o ama, mas um amor que se mostra por atitudes concretas, por ações efetivas, por obras. Amor ao próximo não é amor de palavra nem de língua, mas amor por obras e em verdade (1João 3:18).

Amar o próximo é sentir compaixão por ele, ou seja, sentir a sua dor, como se fosse nossa e, assim, suprir as necessidades imediatas do nosso semelhante, lembrando que ele é tão imagem e semelhança de Deus quanto nós. O próximo é qualquer ser humano, como bem nos explicitou Jesus na parábola do bom samaritano, e este amor supera todo e qualquer preconceito, toda e qualquer barreira, toda e qualquer tradição.

Amar o próximo não é apenas ajudar alguém do ponto-de-vista material, mas, sobretudo, levar este alguém a uma vida de comunhão com Deus, a um equilíbrio em todos os aspectos da sua vida. Medidas emergenciais serão necessárias, como nos mostra a parábola do bom samaritano, mas é extremamente necessário que levemos o próximo a entender que deve, sobretudo, amar a Deus, para que também ame o próximo, como nós o amamos.

O amor ao próximo é determinado pelo Senhor, é seu mandamento (João 15:12), e tem como exemplo o próprio amor que Cristo apresentou a nós, ou seja, o da completa renúncia para que desfrutássemos da vida eterna. Jesus nos amou primeiro, fez o que não podíamos fazer, mas nem por isso fez o que poderíamos e deveríamos fazer. Este é o limite do amor ao próximo: fazer aquilo que ele não pode fazer, mas ensinar-lhe a fazer o que pode e deve fazer.

Quando amamos o próximo da forma determinada na Palavra de Deus, melhoramos sensivelmente o ambiente em que vivemos.

 

IV. DOIS INIMIGOS QUE NÃO PODEM SER AMADOS 

“.... Amai a vossos inimigos...” (Lc.6:27).

A estabilidade de todo reino sempre se fundamentou na necessidade de enfraquecer, ou mesmo destruir os inimigos do reino e do rei. Nunca houve reino sem prisões cheias de inimigos, sem pena de morte para quem se levantasse contra o rei. Todavia, o Senhor Jesus fundou o Seu Reino em bases nunca vistas antes. Em lugar de mandar prender, espancar, matar seus inimigos e opositores de Seu Reino, ele ordenou aos seus súditos, como um dever, dizendo-lhes: “amai a vossos inimigos...”. Jesus é, pois, um Rei diferente de todos os demais reis e seu Reino em nada se assemelha a qualquer outro reino. Ele também exige que seus súditos não sejam como os súditos dos outros reinos. O amor é o fundamento do Seu Reino.

Entretanto, existem dois inimigos que o homem de Deus não pode amar, nem mesmo manter qualquer tipo de relacionamento com eles - trata-se de Satanás e do Mundo.

1. Satanás, o maior inimigo do Cristão. A inimizade entre Satanás e o homem foi colocado pelo próprio Deus – “E porei inimizade entre ti e a mulher, e entre a tua semente e a sua semente...” (Gn.3:15). Não podemos nos esquecer desta sentença bíblica: Satanás é inimigo do homem e o homem de Deus deve ser inimigo de Satanás. Esta inimizade foi posta por Deus e nunca será revogada. Não há na Bíblia qualquer passagem que possa levar o homem a anular, ou minimizar, essa inimizade. Somos inimigos e queremos continuar sendo inimigos.

Satanás é inimigo de Deus e Deus é inimigo de Satanás. Satanás é inimigo dos filhos de Deus e os filhos de Deus são inimigos de Satanás. Biblicamente, não há possibilidade de qualquer acordo, ou qualquer convivência pacífica. Ele é chamado de nosso adversário, ou seja, aquele que se opõe a nós, aquele que luta contra nós, conforme afirmou Pedro: “sede sóbrios; vigiai; porque o diabo, vosso adversário, anda em derredor bramando como leão, buscando a quem possa tragar” (1Pd.5:8).

Os que não conhecem a Palavra de Deus, também não sabem quem é Satanás. Há quem procure conviver ou relacionar-se com ele, até pensando poder receber dele alguma ajuda, ou favor. Ignoram que sua natureza é má e que, por isto, ele não pode amar, e, por conseguinte, não pode fazer o bem, conforme o Senhor Jesus afirmou, referindo-se a ele: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir...” (João 10:10). Lamentavelmente, quer seja por ignorância da Bíblia Sagrada, quer seja por desobediência voluntária a Deus, ou por pura rebeldia, o Satanismo é uma das Seitas que mais está crescendo, hoje, em número de adoradores de Satanás, especialmente nos Estados Unidos, aquele que já foi o maior país evangélico do mundo e de onde vieram os nossos missionários.

Há, ainda, outras Seitas que se dizem cristãs, que pregam sobre a necessidade de orar pela conversão de Satanás e de seus anjos. Estes grupos não tratam Satanás como inimigo, e, se o adoram, ou se oram e pedem oração por ele, é porque o amam. Talvez até procurem justificarem-se usando a Palavra de Deus, pois, o Senhor Jesus, na verdade, disse: “Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mt.5:44). Esquecem, ou não sabem que a mesma Palavra de Deus, instrui os filhos de Deus, no sentido de: resistir ao diabo - “Ao qual resisti firmes na fé...” (1Pd.5:9), “...resisti ao diabo, e ele fugirá de vós...” (Tg.4:7); não lhe dar lugar - “Não deis lugar ao diabo” (Ef.4:27); estar firmes contra suas ciladas - “Revesti-vos de toda armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as astutas ciladas do diabo” (Ef.6:11).

Assim, a ordem bíblica, dada pelo próprio Jesus, quando disse “amai, pois, a vossos inimigos...”, certamente que não inclui Satanás. Ele é inimigo de Deus e é nosso inimigo e, como tal, tem que ser tratado. Com ele o homem de Deus não pode ter qualquer tipo de relacionamento. Foi por manter um relacionamento amistoso com ele que Eva foi enganada e pecou. Satanás é um inimigo que não pode ser amado pelos filhos de Deus. Pense nisso!

2. O Mundo – outro grande inimigo que não pode ser amado pelos filhos de Deus. Certamente, o mundo com o qual o filho de Deus não pode e não deve se relacionar, é o mundo moral, o reino das trevas, do qual a Palavra de Deus diz, que “... todo o mundo está no maligno” (1João 5:19).

Este mundo é o agente de Satanás, o seu reino aqui na Terra. Desta forma, se o mundo constitui o reino das trevas, onde impera o pecado em toda sua amplitude, e, se nós somos filhos de Deus, pertencemos ao Reino da Luz. Então Paulo pergunta: “... porque, que sociedade tem a justiça com a injustiça? E que comunhão tem a luz com as trevas? (2Co.6:14). O mundo é, pois, inimigo de Deus, e, inimigo de Deus é nosso inimigo – “Se vós fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo, por isso é que o mundo vos aborrece” (João 15:19).

 

Deus sempre quis que houvesse uma separação entre o seu povo e o mundo. Simbolicamente, ele deixou isto bem claro, quando, no deserto, ao mandar Moisés construir o Tabernáculo, determinou que ele fosse fechado, em toda sua extensão, por uma espécie de muro, formado por “cortinas de linho fino torcido”, bem fixado em colunas e bases de cobre, distante uma da outra, cerca de, apenas, dois metros e meio. A altura era de cinco côvados, cerca de mais de dois metros (Êx.27:9-19). O desejo de Deus era que o Tabernáculo fosse um lugar fechado, separado, ou um lugar santo. Num sentido individual, o Tabernáculo, hoje, sou eu e você; no sentido coletivo, o Tabernáculo representa a Igreja.  Fica claro, portanto, que Deus quer, eu, você e sua igreja, separados do mundo.

Algumas Denominações e alguns crentes que se dizem “evangélicos”, certamente por não conhecerem a Palavra de Deus, parece que interpretam a ordem de Jesus sobre a necessidade de “Amai a vossos inimigos”, como que incluindo o mundo entre os que devem ser amados. Não sabem, ou, sabendo, procuram ignorar que relações de amizade, ou de amor com o mundo, constitui infidelidade, ou traição a Deus, por cuja causa são chamados de adúlteros, na expressão usada por Tiago: “Adúlteros e adúlteras, não sabeis que a amizade do mundo é inimizade contra Deus? Portanto, qualquer que quiser ser amigo do mundo constitui-se inimigo de Deus” (Tg.4:4).

O mundo é um inimigo que não pode ser amado pelos filhos de Deus. Trata-se de um amor proibido, pela Bíblia - “não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele” (1João 2:15). 

“Amai, pois, a vossos inimigos...”, foi o que o Senhor Jesus ordenou. Porém, Satanás e o mundo, embora sendo nossos inimigos, não estão entre aqueles que Jesus nos mandou amar. Considere isto!

CONCLUSÃO

Sem que haja o verdadeiro amor na vida do crente, nenhuma das outras características poderá se manifestar na vida do homem. O amor e o seu contínuo desenvolvimento é o que deve ser buscado pelo cristão a cada dia, até o dia do arrebatamento da Igreja. Um amor que não é meramente teórico, que não é somente um belo discurso ou um estado mental, mas, sim, um amor prático, que faz boas obras e que faz os homens glorificarem a Deus que está nos céus (Mt.5:16). Como nova criatura, você precisa amar e evidenciar esse amor mediante suas atitudes e palavras.

Que venhamos rogar ao Pai um coração amoroso, capaz de amar até mesmo aqueles que se declaram nossos inimigos - “Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei o bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus” (Lc.6:35).

 

quinta-feira, 28 de agosto de 2025

QUANDO DEUS DIZ "NÃO"

 

ESTUDO BÍBLICO: QUANDO DEUS DIZ "NÃO"


                                                                  JESUS NO GETSEMANI

A Bíblia nos ensina que Deus é bom e nos ama incondicionalmente, e que Ele quer o melhor para nós. No entanto, por mais que busquemos a vontade de Deus e oremos por algo, a resposta nem sempre é o "sim" que esperamos. O "não" de Deus pode ser difícil de entender, mas é uma parte crucial de nossa jornada de fé. Este estudo visa explorar as razões por trás do "não" de Deus e como podemos responder a Ele com fé e confiança.

1. O "não" para nos proteger e nos guiar

Deus tem uma visão completa da nossa vida, do presente ao futuro. O que pedimos pode, na verdade, nos afastar de Seus planos ou nos levar por um caminho perigoso. O "não" de Deus é um ato de amor e proteção, como um pai que não permite que o filho brinque com algo que pode machucá-lo.

Exemplo bíblico:

  • 2 Coríntios 12:7-10 - O apóstolo Paulo pediu a Deus para remover o "espinho na carne", mas Deus respondeu: "A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza." O "não" de Deus a Paulo o levou a depender mais de Cristo e a entender que o poder de Deus é mais evidente em nossas fraquezas.

 2. O "não" para nos fazer crescer espiritualmente

Às vezes, Deus nos nega algo para nos fortalecer na fé, nos ensinar paciência ou nos moldar à imagem de Cristo. O "não" pode ser um convite para aprofundar nossa confiança n'Ele e aprender a depender d'Ele em vez de nas nossas próprias forças.

Exemplo bíblico:

  • Hebreus 12:5-11 - A disciplina de Deus é comparada à de um pai. Embora não seja agradável no momento, ela nos ajuda a crescer e a produzir o "fruto pacífico de justiça". Da mesma forma, um "não" de Deus pode ser a disciplina amorosa que nos leva a um nível mais profundo de maturidade espiritual.

3. O "não" para nos livrar de uma idolatria

Muitas vezes, aquilo que pedimos pode se tornar um ídolo em nossa vida, algo que passamos a amar ou buscar mais do que a Deus. O "não" de Deus nos liberta dessa armadilha, redirecionando nosso coração para a fonte de toda a verdadeira satisfação.

Exemplo bíblico:

  • Tiago 4:3 - "Pedem, e não recebem, porque pedem mal, para o gastarem em vossos deleites." Este versículo nos lembra que o motivo de nossa oração é crucial. Se o que pedimos não está alinhado com a vontade de Deus, a resposta será "não".

 Como responder ao "não" de Deus com fé

  1. Confie em Sua sabedoria e soberania: Lembre-se que os caminhos de Deus são mais altos que os nossos (Isaías 55:8-9). Confie que Ele sabe o que é melhor.
  2. Busque a Sua vontade, não apenas a Sua mão: Aprofunde sua oração, buscando entender o que Deus quer te ensinar através desse "não".
  3. Continue a orar e a buscar a Deus: Não desanime. O "não" de Deus em uma área pode ser um sinal para Ele te revelar algo novo e ainda mais maravilhoso em outra.

O "não" de Deus não é um sinal de que Ele nos esqueceu ou não nos ama. É um sinal de que Ele está trabalhando em nossas vidas de maneiras que ainda não conseguimos ver.

Perguntas para reflexão:

  • Existe algo que você tem pedido a Deus e a resposta tem sido "não"?
  • O que Deus pode estar tentando te ensinar através dessa negação?
  • Como você pode se fortalecer na fé, mesmo quando o resultado não é o que você esperava?

 O Não de Deus: 3 Ensinamentos Que Recebemos Quando Deus Diz Não

Deus sabe o que é melhor para nós e, porque nos ama, às vezes Ele nos responde com um ‘Não’ ou ‘Espere” …

Os pais nem sempre dão aos seus filhos tudo o que eles pedem, porque eles são “mais sábios e mais experientes”, são capazes de diferenciar o que os seus filhos querem e o que realmente precisam.

Os pais amam seus filhos e sabem o que é melhor para os pequenos, assim como Deus sabe o que é melhor para os seus seguidores, de modo que Ele é capaz de decifrar o que é realmente necessário em suas vidas.

I João 5:14-15 diz assim:

“E esta é a confiança que temos para com ele, que, se pedirmos alguma coisa segundo a sua vontade, ele nos ouve. E, se sabemos que ele nos ouve quanto ao que lhe pedimos, estamos certos de que obtemos os pedidos que lhe temos feito.”

Esta passagem não diz que “se pedirmos alguma coisa, Deus nos ouve”, mas “se pedirmos alguma coisa, segundo a Sua vontade, Deus nos ouve”.

Portanto, para a nossa oração ser ouvida é necessário que oremos para estarmos em alinhamento com a vontade e o propósito de Deus para nossas vidas, que é como Romanos 12:2 nos diz: “boa, agradável e perfeita”.

Assim, é necessário conhecer a vontade do altíssimo para que possamos saber o que devemos esperar dele.

O que devemos fazer quando Deus diz não?

Uma das grandes dificuldades do ser humano é lidar com os nãos da vida.

Apesar de ser algo muito natural e cotidiano dizermos e recebermos nãos todos os dias, não é algo que aceitamos com muita naturalidade, principalmente quando recebemos nãos do Senhor.

Nãos que não estavam em nossos planos, que não desejávamos, que não aceitamos, muitas vezes.

Oramos, pedindo por prosperidade, e às vezes o estresse financeiro aparece. Mas nossas almas se fortalecem ainda mais nas provações. Oramos, pedindo por saúde, e a aflição nos é dada, mas nós somos mais capazes de simpatizar com aqueles que também passam por aflição. Nosso pai celestial não comete erros, embora às vezes nós venhamos a questionar Sua sabedoria.

Para Quem Deus Disse Não Na Bíblia

Dois personagens bíblicos chamam a atenção sobre receber nãos de Deus.

Um deles, Paulo, recebeu três nãos do altíssimo a três orações que fez:

“Por causa disto, três vezes pedi ao Senhor que o afastasse de mim”.

2 Coríntios 12:8

Deus disse não para as três vezes em que ele pediu.

Outro personagem, ainda mais famoso que Paulo, foi Jesus Cristo.

Ele estava a pouco tempo de ser entregue para passar pela dolorosa crucificação, e orou ao pai por duas vezes, pedindo que Deus o livrasse daquele momento:

“E dizia: Aba, Pai, tudo te é possível; passa de mim este cálice; contudo, não seja o que eu quero, e sim o que tu queres”

Marcos 14:36 – veja também o versículo 39

Deus também respondeu não a Jesus, pois a missão Dele era morrer naquela cruz.

O que Jesus e Paulo têm a nos ensinar a respeito dos nãos do Senhor e como devemos encará-los?

3 coisas que aprendemos com o Não De Deus

Vejamos algumas lições preciosas, pois todos nós receberemos nãos de Deus em nossa vida em algum momento:

Aprenda a hora de parar de orar por algum pedido

A nossa maior dificuldade na vida é nos livrar de coisas que Deus não quer que tenhamos.

Sim, algumas de nossas orações são insistentes, e devem ser assim, a menos que saibamos que Deus nos disse um não.

Nesse caso, é hora de parar de orar por aquilo, é hora de aceitar o não do Senhor, de voltar os olhos para o caminho que Deus indicou e não o nosso.

Paulo, depois de ter orado por três vezes, entendeu que Deus tinha um propósito com aquele espinho na carne e que, mesmo na dor, o Senhor o levaria a ficar fortalecido para vencer aquilo.

Jesus Cristo também teve em mente que era a hora de parar de orar por aquilo e enfrentar a via dolorosa.

Devemos buscar ter essa sensibilidade para estarmos afinados com a vontade de Deus.

Aprenda a confiar na vontade de Deus

Quando a vontade do Senhor é diferente daquilo que queremos, isso gera desconfiança em nosso coração.

Gera desconfiança porque achamos que os caminhos que desejamos devem ser os melhores caminhos a trilharmos.

Nesse caso, Jesus nos ensina algo precioso para enfrentarmos os preciosos nãos de Deus: “… contudo, não se faça a minha vontade, e sim a tua” (Lucas 22:42).

Jesus confiava na vontade do pai acima da Sua, ainda que ela não fosse o que desejava o coração atribulado Dele naquele momento.

A vontade de Deus é a nossa fortaleza, é a certeza de que estaremos no melhor caminho, na melhor direção.

Não é fácil confiar na vontade do Pai, principalmente nos momentos de dor, angústias e tristezas.

Mas é necessário fazermos isso e enfrentarmos os nãos do Senhor como bênçãos para as nossas vidas e não como maldições.

Aprenda a enfrentar o não de Deus com a cabeça erguida

Alguns, ao receberem um não ficam desanimados, na linguagem infantil “ficam de mal” de Deus, da vida, das pessoas.

Fazem birra, como se tudo isso servisse para alguma coisa positiva.

A atitude de Paulo e Jesus é um exemplo. Ao receberem o não de Deus eles não ficaram se lamentando, murmurando, antes, levantaram a cabeça, entenderam o propósito de Deus e seguiram firmes.

Jesus foi ser crucificado. Paulo foi plantar igrejas e pregar o evangelho aos gentios.

Aprenda a viver plenamente em cenários desafiadores

Paulo e Jesus são exemplos de grandes homens de Deus. Diante dos nãos que receberam de Deus aprenderam a enfrentar os cenários dolorosos e desafiadores que passaram.

Jesus Cristo ergueu a cabeça e enfrentou a morte de cruz, com todas as dores que ela lhe trouxe.

Paulo, com seu espinho na carne, enfrentou a sua fraqueza e fez dela força para desbravar os mais difíceis terrenos para evangelizar.

Versículos Sobre O Não De Deus

Há vários versículos na Bíblia que falam sobre situações em que Deus diz “não” ou se opõe a determinadas ações ou desejos. Aqui estão alguns exemplos:

“Mas o Senhor disse a Moisés e a Arão: ‘Porque vocês não confiaram em mim para me santificar diante dos israelitas, vocês não levarão esta comunidade à terra que lhes darei.'”

Números 20:12 (NVI)

“Mas o Senhor indignou-se contra mim por causa de vocês e não me atendeu. ‘Basta!’ Ele me disse. ‘Não me fales mais sobre este assunto.'”

Deuteronômio 3:26 (NVI)

“Por terem pecado contra mim diante dos israelitas, ao lado das águas de Meribá em Cades, no deserto de Zim, vocês não santificaram a minha santidade no meio dos israelitas. Por isso, verão a terra, mas não entrarão nela, a terra que estou dando aos israelitas.”

Deuteronômio 32:51-52 (NVI)

Estes versículos mostram situações em que Deus se opõe a certas ações, escolhas ou atitudes.

No entanto, é importante notar que a “negação” ou “não” de Deus muitas vezes vem com um propósito ou lição específica, visando a restauração, correção ou ensinamento.

Quantas Vezes Deus Diz Não Na Bíblia

Determinar o número exato de vezes que a palavra “não” é usada na Bíblia depende da tradução específica que você está consultando.

Além disso, é importante considerar que nem todas as ocorrências da palavra “não” representam diretamente a fala ou a vontade de Deus.

O não de Deus é pedagógico

Qual é o cenário desafiador que Deus está te dando? Viva plenamente nele! Viva com Deus nele. Faça dele uma bênção para sua vida e para o próximo! Foi isso que Paulo e Jesus fizeram.

Dessa forma, não veja os nãos de Deus como se Ele tivesse o prazer de te negar coisas apenas para te fazer sofrer. Não!

Deus tem planos para a sua vida! E esses planos incluem, muitas vezes, que sejamos podados em nossas pretensões que vão contra o que Deus quer para nós.

Deus, amorosamente, nos coloca de volta no caminho que Ele quer quando nos diz um não.

Saibamos reconhecer isso, ainda que difícil, para que tenhamos uma vida abençoada na presença de Deus.

Hoje senhor lhe convida a reinventar, a virar a página, a começar com esperança, com fé pois a palavra diz que tanto as respostas positivas quando as negativas que recebemos cooperam para nosso bem.

 

O “NÃO” DE DEUS

Certamente você já ouviu a seguinte frase: A MINHA GRAÇA TE BASTA. Essa é uma das sentenças mais marcantes da Bíblia. Ela poderia muito bem ser título de mensagem, de livro ou lição de EBD, nome de filme ou de música, tema de congresso. Mas essa foi a resposta de Deus à oração de Paulo. Esse foi o dia em que Deus deu um “não” como resposta à oração de um bom e fiel servo seu.

“E, para que me não exaltasse pelas excelências das revelações, foi-me dado um espinho na carne, a saber, um mensageiro de Satanás, para me esbofetear, a fim de não me exaltar. Acerca do qual três vezes orei ao Senhor, para que se desviasse de mim. E disse-me: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. De boa vontade, pois, me gloriarei nas minhas fraquezas, para que em mim habite o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias, por amor de Cristo. Porque, quando estou fraco, então, sou forte.” – 2º Coríntios 12. 7-10

O relato de Paulo sobre sua oração a Deus revela a resposta negativa que o apóstolo obteve. Não quero me esforçar em investigar o que seria o “espinho na carne”, mas sabemos que era algo que incomodava Paulo a ponto de ele pedir a Deus três vezes para que o livrasse daquele mal. Assim, a resposta de Deus é “A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza”. Observando o contexto, fica claro o porquê Deus dá essa resposta. Ele queria que Paulo percebesse sua própria fraqueza. Esse mal que o assolava contrapunha com a autoimagem que o apóstolo tinha, vide o verso 6. Com isso, ao perceber sua própria limitação, Paulo veria o como Deus é grande, veria o poder divino sendo manifesto em sua vida.

Entretanto, gostaria de usar dessa frase para trazer ao nosso entendimento uma compreensão melhor de quem somos perante Deus. Os cristãos hoje em dia têm sido levados a crer que merecem o melhor de Deus nessa terra. Dessa forma, Deus é visto como um ser divino capaz de realizar coisas grandiosas e sobrenaturais, podendo então atender aos desejos do coração humano, concedendo a esse um ilimitado alcance. O fruto dessa percepção é o homem tornando-se o centro do evangelho atual, sendo merecedor de coisas boas e tendo tudo a sua disposição. Ele é a “coroa da criação”, o dominador de todos os outros seres (Gn 1.26-28).

Assim, analisando o exemplo da oração de Paulo, compreendemos uma importante verdade: Deus realiza apenas a sua vontade e não está submetido a nada. Do ponto de vista de Paulo seria melhor que o “espinho da carne” lhe fosse tirado, porém, na ótica de Deus, a fraqueza, consequência ruim do espinho, era algo bom e que serviria para uma dependência maior do apóstolo, a fim de proporcioná-lo uma vida de experiência mais grandiosa com Ele.

Com isso, chegamos agora diante da nossa pequenez, fragilidade, impotência, reveladas através da Bíblia e dos tempos. Pois, como disse Paulo em outro momento, que nosso maior alcance é facilmente ultrapassado pelo Senhor – “Porque a loucura de Deus é mais sábia do que os homens; e a fraqueza de Deus é mais forte do que os homens.” (1 Coríntios 1.25). Tiago, também, ao criticar nossa prepotência ao acreditarmos no controle dos dias e de seus acontecimentos disse: “Digo-vos que não sabeis o que acontecerá amanhã. Por que que é a vossa vida? É um vapor que aparece por um pouco e depois se desvanece.” (Tiago 4.14). Ainda o salmista Davi, em oração a Deus, ao reconhecer as limitações humanas expressou:

“Eis que fizeste os meus dias como a palmos; o tempo da minha vida é como nada diante de ti; na verdade, todo homem, por mais firme que esteja, é totalmente vaidade. Na verdade, todo homem anda como uma sombra; na verdade, em vão se inquietam; amontoam riquezas e não sabem quem as levará.” – Salmos 39.5, 6

Ou seja, por mais que não venhamos admitir, sabemos que somos frágeis, incapazes, limitados. Além do mais, a maior limitação humana não diz respeito a sabedoria, planejamento, administração do tempo, “Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus.” (Romanos 3.23). Essa sim é nossa grande impotência, pois não importa o que fizermos, sozinhos não seremos salvos. A salvação é obtida pela graça, “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus.” (Efésios 2.8). Paulo ainda diz no verso 9 de Efésios 2, “Não vem das obras, para que ninguém se glorie”.

Por fim, volto-me à primeira parte da resposta de Deus à oração de Paulo: “A minha graça te basta”. Esse deve ser o nosso conforto, a nossa segurança. Clamaremos a Deus, pediremos cura, ressurreição, libertação, salvação, paz, e outras coisas mais. Porém, necessitamos sempre lembrar que a maior dádiva já nos foi dada, o sacrifício de Cristo pelos nossos pecados, a salvação por meio da fé nele e a imerecida graça para conosco. Muitos tem enfrentado questionamentos, incompreensões, desilusões, profundas tristezas, perdas. São instantes que se percebe a corruptibilidade desse mundo e desse tempo. No entanto, saibamos que já temos o maior presente, a SALVAÇÃO. Se a partir de hoje obtivermos um “NÃO” de Deus para todas as nossas orações, sejamos ainda assim infinitamente agradecidos, pois já recebemos a graça, e ela nos basta.

 

quarta-feira, 27 de agosto de 2025

O MILÊNIO – UM TEMPO GLORIOSO PARA A TERRA

 


O MILÊNIO – UM TEMPO GLORIOSO PARA A TERRA

Texto Bíblico: Apocalipse 20:1-6

“[...]que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam o sinal na testa nem na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos” (Ap 20:4).

O Milênio na Bíblia

O Milênio é um período de mil anos mencionado no livro de Apocalipse, o último livro da Bíblia. A palavra "milênio" vem do latim mille (mil) e annus (ano), e é um conceito teológico que descreve um período futuro e literal de mil anos em que Cristo reinará sobre a Terra.

A principal passagem que fundamenta essa crença está em Apocalipse 20:1-6, que descreve os seguintes eventos:

  • A prisão de Satanás: Um anjo desce do céu, prende o Diabo (Satanás) e o lança no abismo, onde ele fica acorrentado por mil anos. Isso o impede de enganar as nações.
  • O reinado de Cristo e dos santos: Aqueles que foram decapitados por causa do testemunho de Jesus e da Palavra de Deus, e todos os que não adoraram a besta ou sua imagem, ressuscitarão e reinarão com Cristo durante os mil anos.
  • A primeira ressurreição: A ressurreição desses fiéis é chamada de "primeira ressurreição", e a Bíblia afirma que eles são "bem-aventurados e santos". A segunda morte (a condenação eterna) não tem poder sobre eles.

Como Será o Milênio?

Embora a Bíblia não forneça todos os detalhes, as escrituras dão algumas indicações de como será esse período:

  • Paz e justiça globais: O reinado de Cristo será caracterizado por paz, justiça e equidade. Profecias do Antigo Testamento, como as de Isaías, descrevem um tempo em que as nações não mais aprenderão a guerra (Isaías 2:4) e a natureza será restaurada, com animais selvagens convivendo pacificamente (Isaías 11:6-9).
  • Presença física de Cristo: Jesus reinará fisicamente de Jerusalém, e o Seu governo será perfeito e justo. Ele julgará as nações com retidão e governará com autoridade.
  • Longevidade e prosperidade: Isaías 65:20 sugere que a longevidade será restaurada, e a vida não será mais interrompida precocemente. A prosperidade material e espiritual será abundante.
  • Conversão de Israel: Muitos estudiosos bíblicos acreditam que o Milênio será o período em que as promessas de Deus a Israel, que ainda não foram cumpridas, serão realizadas. O povo de Israel, restaurado e convertido, terá um papel central nesse tempo.

Após os mil anos, Satanás será solto por um breve período para enganar as nações. Ele reunirá um exército para lutar contra os santos, mas será derrotado e lançado no lago de fogo e enxofre. Em seguida, ocorrerá o Juízo do Grande Trono Branco, onde os mortos que não participaram da primeira ressurreição serão julgados, e por fim, os novos céus e a nova terra serão criados, inaugurando a eternidade.

Existem diferentes interpretações teológicas sobre o Milênio (pré-milenismo, pós-milenismo e amilenismo), mas a visão que descreve um reinado literal de Cristo de mil anos é a mais popularmente conhecida como pré-milenismo, por acreditar que Cristo volta antes do Milênio.

As diferentes interpretações sobre o Milênio são um dos pontos de debate mais significativos na teologia cristã. As três visões principais são: Pré-milenismo, Pós-milenismo e Amilenismo. Cada uma delas tem uma abordagem diferente sobre o tempo do retorno de Cristo em relação ao período do Milênio.

1. Pré-milenismo

O Pré-milenismo é a visão mais literal do Milênio e a que a maioria dos cristãos conhece. Ele acredita que o retorno de Cristo (a Segunda Vinda) acontecerá antes de um reinado literal de mil anos.

  • O que é: Cristo retornará à Terra e estabelecerá Seu reino físico e literal em Jerusalém, onde Ele reinará por mil anos. Este período é o Milênio.
  • Eventos chave: A Segunda Vinda de Cristo, seguida da ressurreição dos santos (a primeira ressurreição), a prisão de Satanás e, então, o estabelecimento do reinado de Cristo na Terra por mil anos. Ao final do Milênio, Satanás será solto para uma última batalha, e depois virão o Juízo Final e a criação dos novos céus e nova terra.
  • Base bíblica: É a interpretação mais direta de Apocalipse 20:1-6, além de passagens do Antigo Testamento que descrevem um reino futuro de paz e justiça.

2. Pós-milenismo

O Pós-milenismo acredita que o retorno de Cristo acontecerá depois do Milênio. Para essa visão, o Milênio não é um período literal de mil anos, mas uma era espiritual e progressiva.

  • O que é: O Milênio é um período de grande prosperidade e paz espiritual, causado pela pregação do Evangelho e a influência crescente do cristianismo no mundo. A igreja, por meio da evangelização, transformará a sociedade, levando a um "reino de paz" na Terra. O mundo se tornará cada vez mais cristão, e só então Cristo retornará.
  • Eventos chave: O Milênio é a era atual ou uma era futura de grande sucesso da igreja. No clímax dessa era, Cristo retornará para o Juízo Final e para inaugurar o estado eterno.
  • Base bíblica: Esta visão se apoia mais nas passagens que falam do crescimento do "Reino dos Céus" como uma semente de mostarda ou fermento, sugerindo um crescimento gradual (Mateus 13).

3. Amilenismo

O Amilenismo é a visão que nega a existência de um Milênio literal. O "a" na frente de "milenismo" significa "não", ou seja, "não Milênio".

  • O que é: O Milênio de Apocalipse 20 não é um período literal de mil anos na Terra, mas um reinado espiritual e simbólico de Cristo, que acontece agora, no Céu, entre Sua primeira e segunda vindas. O reinado de Cristo é sobre a igreja e no coração dos crentes. A prisão de Satanás é vista como uma limitação de seu poder para impedir o avanço do Evangelho.
  • Eventos chave: A Segunda Vinda de Cristo (retorno de Jesus à Terra) é o próximo grande evento profético, que marcará o fim dos tempos. Não há um reino literal de mil anos na Terra. O retorno de Cristo, a ressurreição dos justos e dos ímpios, o Juízo Final e o estado eterno acontecerão simultaneamente.
  • Base bíblica: Os amilenistas interpretam Apocalipse 20 como um simbolismo. Eles veem as passagens do Antigo Testamento sobre um reino de paz como já cumpridas espiritualmente em Cristo e na igreja.

Cada uma dessas interpretações afeta a maneira como os cristãos veem o futuro e a maneira como eles interpretam as profecias bíblicas.

INTRODUÇÃO

O Milênio refere-se ao período de mil anos em que Jesus Cristo reinará sobre toda a Terra, como Rei dos reis e Senhor dos senhores. Será o cumprimento das profecias preditas por intermédio dos profetas nas Escrituras do Antigo Testamento (Is 11:4-9; 60:1-22; 65:8-25; Zc 14:6-9; 16-21). Será o melhor período da história de toda a humanidade. Na Plenitude do Reino haverá uma renovação de toda a criação, que atualmente geme esperando por este ditoso Dia (Rm 8:19-21). Durante todo esse período, Satanás estará preso (Ap 20:2) e o mundo gozará de uma genuína Paz que nunca houve até então; haverá a perfeita justiça, “e o efeito da justiça será paz; e a operação da justiça, repouso e segurança para sempre” (Is 32:17); “... a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85:10). Nossa esperança é a efetivação do Reino de Jesus Cristo, que terá seu início na vinda de Cristo em glória, após a Grande Tribulação. O Senhor Jesus, na Oração Dominical, ensinou aos seus discípulos a orar assim:” Venha o teu Reino (Mt 6:10). A resposta desta oração será plenamente respondida quando o Senhor Jesus vier estabelecer o seu Reino Milenar, aqui na Terra, juntamente com os seus santos (a Igreja glorificada – Ap 5:10).

 

I. O REINO MILENIAL

Todos os textos que se referem ao reino de Cristo falam de que, já nos primeiros dias da Igreja, esse reino era esperado com ansiedade. Pois eles deveriam esperar a vinda e o reino de Cristo como um lavrador aguarda o precioso fruto da terra (Tg 5:7,8). Portanto, é bem patente nas Escrituras que o Milênio é prometido aos judeus e, depois, aos que viverem fisicamente naquela época, quando tudo será abundante (Zc 8:4-12; Ez 47:9-12; Jr 31,13; Is 65:21-23).

 

1. A restauração da Terra. O planeta Terra foi dado por Deus "aos filhos dos homens" (Sl 115:16). No princípio, "tomou o Senhor Deus o homem e o pôs no jardim do Éden para o lavrar e o guardar" (Gn 2:15). Além de cuidar do planeta, o homem teria o domínio da Terra, com autoridade delegada pelo Criador sobre todos os reinos naturais (Gn 1:28). Era o plano original de Deus que o homem, feito à sua imagem e semelhança, o representasse, cuidando do planeta. Todavia, o homem fracassou em cuidar de si mesmo e da Terra. Com a entrada do pecado no mundo e a Queda do homem, toda a natureza foi perturbada e atingida pelos nefastos efeitos do rompimento da comunhão do homem com o Criador (Gn 3:17,18). Diz Paulo: "Porque a criação ficou sujeita à vaidade, não por sua vontade, mas por causa do que a sujeitou, na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus. Porque sabemos que toda a criação geme e está juntamente com dores de parto até agora" (Rm 8:20-22). A Terra ou a criação aguarda a gloriosa redenção do homem e da própria natureza, quando Cristo assumir o Reino Milenial – E não só ela, mas nós mesmos, que temos as primícias do Espírito, também gememos em nós mesmos, esperando a adoção, a saber, a redenção do nosso corpo(Rm 8:23).

2. A Terra será governada por Jesus (Zc 14:9) - E o SENHOR será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu nome”.

A Terra será regida, não por monarquia, nem por democracia, nem por autocracia, mas sim por uma teocracia, isto é, o próprio Deus regerá o mundo na pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo (Lc 1:32,33; Dn 7:13,14). Todas as formas de governo que já existiram e as que existem são falhas, umas mais, outras menos. Mostrando assim que elas não são perfeitas. Mas Cristo quando reinar será diferente, pois este será um período de completa glória divina no Seu domínio, governo, justiça e reino (Is 9:6; Is 11:4; Dt 18:18,19; Is 33:21,22; At 3:22). O Espírito Santo de Deus revelou aos profetas Miquéias e Isaías os detalhes de como será este governo milenar de Jesus Cristo:

Miquéias 4:3

"E julgará entre muitos povos, e arbitrará entre nações poderosas e longínquas; e converterão as suas espadas em relhas de arado, e as suas lanças em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra."

Isaías 2:4

"E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear."

É muito importante ressaltar que esse será o único e verdadeiro governo de paz e justiça mundial, cujo Rei será Jesus Cristo. O que estamos vendo hoje são governantes mundiais prometendo falsas promessas de paz com o objetivo de se autopromoverem.

Os judeus serão a cabeça federativa desse governo. A sede do governo milenial será em Israel e Jerusalém será a capital do mundo. O domínio de Cristo será universal (Is 2:2-4; 4:2,3; Jl 3:17-20; Mq 4:2).

3. Jerusalém será a capital do mundo (Is 24:23) - “...quando o Senhor dos Exércitos reinar no monte de Sião e em Jerusalém”. Estas palavras se coadunam com as do anjo que anunciou a Maria o nascimento de Jesus: “... O Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai. E reinará eternamente na casa de Jacó...” (Lc 1:32,33). Aqui, a casa de Jacó é a terra que Deus deu por herança eterna aos seus descendentes, o povo de Israel. E o trono de Davi é em Jerusalém, que foi a cidade onde Davi se fortaleceu e manteve o seu trono. Jesus Cristo é descendente de Jacó e de Davi (Mt 1:1,2). O anjo afirmou que o Filho de Deus reinará em Jerusalém, e seu reino não terá fim. De Jerusalém sairão diretrizes religiosas, leis civis e principalmente a Lei do Senhor. Para ela afluirão todas as nações: E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do SENHOR no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações(Is 2:2). E irão muitas nações e dirão: Vinde, e subamos ao monte do SENHOR e à Casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e nós andemos pelas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e a palavra do SENHOR, de Jerusalém(Mq 4:2).

II. O GOVERNO DE JESUS CRISTO

1. Jesus governará com os seus servos. Será uma Teocracia. Cristo reinará diretamente através de seus representantes. A profecia inicial disto está em Gn 49:10 - O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos”. Outras referências: Isaias 1:25,26; Daniel 7:27. Todos os reinos da Terra estarão sob o senhorio de Cristo. Cumprir-se-á em sua plenitude Filipenses 2:10,11:” Para que ao nome de Jesus se dobre todo joelho, nos céus, na terra e debaixo da terra, e toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para glória de Deus Pai”. Será realmente uma Nova Era na Terra e verdadeiramente aqueles que amam a Jesus serão sacerdotes de Deus com Ele, confirmando ainda mais sua herança em Deus e co-herança em Cristo - " E, se nós somos filhos, somos, logo, herdeiros também, herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo; se é certo que com ele padecemos, para que também com ele sejamos glorificados" (Rm 8:17).

Os judeus serão a cabeça federativa do governo. Daniel obteve esta mesma revelação, por parte do Espírito Santo de Deus (Dn 7:22, 27): "Até que veio o ancião de dias, e fez justiça aos santos do [Deus] Altíssimo; e chegou o tempo em que os santos possuíram o reino. E o reino, e o domínio, e a majestade dos reinos debaixo de todo o céu serão dados ao povo dos santos do Altíssimo; o seu reino será um reino eterno, e todos os domínios o servirão, e lhe obedecerão”.

2. A Igreja reinará com Cristo (1Co 6:2; Ap 5:10) – “Não sabeis vós que os santos hão de julgar o mundo?...”; “e para o nosso Deus os fizeste reis e sacerdotes; e eles reinarão sobre a terra”.

Não sabemos os detalhes de que forma a Igreja participará do Reino de Cristo no Milênio, sabemos apenas aquilo que o Senhor nos revelou em sua Palavra, a saber: teremos um corpo glorioso; espiritual; incorruptível; imortal (1Co 15:42-44; 53,54), e reinaremos com Cristo (Ap 5:10). Sabemos também que o Senhor Jesus, após a sua ressurreição, passou quarenta dias na Terra e apareceu aos seus discípulos e a vários irmãos (1Co 15:1-8); andou com seus discípulos (Lc 24:15); apareceu repentinamente dentre eles estando as portas fechadas (João 20:19,20); foi tocado (Mt 28:9; Lc 24:36-40) e; comeu com eles (Lc 24:41-43). Teremos igualmente um corpo glorioso (Rm 8:29,30; 1Co 15:49; 1João 3:2), sem limitações e superior a matéria (Lc 24:15,30,31,36-43; João 20:19,26,27; João 21:4-14; Fp 3:21).

Não podemos querer descobrir detalhes os quais Deus não nos revelou; para isso devemos saber apenas que existem realidades que a nossa mente jamais poderá imaginar por serem coisas sublimes e inexistentes nesta vida, as quais homem algum ou a nossa própria experiência pôde vivenciar ou ao menos ver (Dt 29:29).

3. A Nova Jerusalém

A Nova Jerusalém é a cidade celestial que foi feita para ser o local onde Deus habitará juntamente com os homens que lhe foram fiéis e aceitaram a sua oferta de submissão e obediência à sua Palavra.  É o local que substituirá o Éden como morada de Deus com os homens. Ela é explicitamente mencionada e revelada no capítulo 21 do livro do Apocalipse, mas, antes da visão do apóstolo João, já havia referências a ela nas Escrituras. O próprio Jesus já havia mencionado existir um lugar que seria por Ele preparado para que os seus servos nele habitassem para sempre com o Senhor (João 14:1-3). O objetivo de Deus é fazer com que tenhamos, novamente, um lugar onde possamos habitar com Deus, e a Nova Jerusalém é este local. Ela é “... a cidade que tem fundamento, da qual a artífice e construtor é Deus” (Hb 11:10), na qual Abraão, pela fé, esperava morar (Hb 11:10). Ela é a cidade desejada por Paulo, quando disse: “Mas a nossa cidade está nos céus...” (Fp 3:20). Ela é “... o tabernáculo de Deus com os homens, pois com eles habitará, e eles serão o seu povo e o mesmo Deus estará com eles e será o seu Deus” (Ap 21:3).

A Nova Jerusalém foi vista por João descendo do Céu – “E levou-me em espírito a um grande e alto monte e mostrou-me a grande cidade, a Santa Jerusalém, que de Deus descia do céu” (Ap 21:10). Isto, por certo, deverá acontecer no início do Milênio. Ao descer do Céu, ela não tocará a Terra, mas, como um Satélite, ficará entre o céu e a terra, sobre a Jerusalém terrestre, de onde poderá ser vista, quando, durante o Milênio, as nações e os reis da Terra subirem à Jerusalém para adorar a Deus, conforme declara Zacarias 14:16: E acontecerá que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém, subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o Senhor dos Exércitos...”.

Da Jerusalém terrestre, acreditamos que levantarão seus olhos e verão, de longe, a Formosa Jerusalém Celestial, pois, “... não entrará nela coisa alguma que contamine e cometa abominação e mentira, mas só os que estão inscritos no livro da vida do Cordeiro (Ap 21:27).

III. ASPECTOS RELEVANTES DO MILÊNIO

O que vou citar aqui são apenas alguns exemplos do que ocorrerá no glorioso Reino milenial de Cristo.

1. Quem vai participar desse Reino. No Reino milenial de Cristo haverá dois grupos distintos de pessoas: a Igreja glorificada e os povos naturais.

a) Os crentes glorificados. São os constituídos dos santos do Antigo e do Novo Testamento, e dos santos advindos da Grande Tribulação. Estes reinarão com Cristo durante todo o Seu reinado aqui na terra. No estado glorificado os salvos não estarão limitados à Terra. Terão o constante privilégio de acesso ao trono do Pai, no Céu. Seus corpos ressurretos não estarão limitados pelas coisas físicas como os mortais. Serão como os anjos, que por terem corpos espirituais não são limitados pela matéria. Nossos corpos serão apropriados para estarmos na Terra e no Céu. Veja o exemplo de Jesus: quando apareceu aos discípulos; quando Ele foi reconhecido por Maria Madalena; estando entre os homens Seu corpo era tão semelhante ao de um homem comum que dois de seus discípulos, no caminho de Emaús, nada de mais notaram até o momento em que Ele desapareceu da presença deles.

b) Os povos naturaisjudeus e gentios. Estes estarão em estado físico normal, vivendo na Terra. Os Judeus e gentios vivos que entrarem no Milênio, estarão no mesmo corpo que temos hoje, ou seja, não estarão em um corpo glorioso, logo, poderão multiplicar e encher a Terra novamente.

- Os judeus. Entre a família de nações milenares, a nação de Israel ocupará o lugar central (Dt 32:8-10). O anjo revelou a Maria, mãe de Jesus, que Ele estava destinado, como o Messias prometido, a reinar sobre o trono de Davi (Lc 1:32,33). É verdade que a Igreja recebeu as bênçãos espirituais dadas primeiramente aos judeus (Ef 1:18; 3:6; 1Pe 2:9,10), mas esse fato não muda o propósito de Deus para aquele povo (Is 61:1-62:4; 66:7-24; Jr 31:31-40; Rm 11:13-28). Assim, com respeito ao Milênio, as promessas divinas aos judeus são irrevogáveis, e eles as estão aguardando. Israel acolherá a Jesus como Senhor e Messias, Rei dos reis e Senhor dos senhores (Zc 12:10; 13:6; 14:8,9,16,20,21). Será a nação líder e Jerusalém será a capital do mundo, conforme texto sagrado a seguir.

· “E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR” (Is 2:3).

· “Desperta, desperta, veste-te da tua fortaleza, ó Sião; veste-te das tuas vestes formosas, ó Jerusalém, cidade santa; porque nunca mais entrará em ti nem incircunciso nem imundo. Sacode o pó, levanta-te e assenta-te, ó Jerusalém; solta-te das ataduras de teu pescoço, ó cativa filha de Sião” (Is 52:1,2).

· “Assim virão muitos povos, e poderosas nações, buscar em Jerusalém o Senhor dos Exércitos, e suplicar a benção do Senhor” (Zc 8:22).

A sede do culto ao Senhor na Terra será Jerusalém. Os cultos não terão a finalidade de sacrifícios para bênçãos ou como tipos visando profecias futuras, e sim, como memoriais. É como se fosse a Santa Ceia para nós hoje.

É válido ressaltar que o Antigo Testamento traz mais detalhes sobre o Milênio do que o Novo Testamento, isto se deve ao fato do Milênio ser uma promessa referente a Israel e as bênçãos do Milênio se estenderão sobre as nações da Terra partindo do governo de Jesus em Israel.

- Os gentios. Na volta triunfal de Cristo, haverá um juízo das nações gentias, citados por Mateus como as nações ovelhas” e as nações “bodes(Mt 25:31-36). As nações “ovelhas” serão julgadas aptas para a bênção do reino com base no tratamento dos “irmãos” (Israel) do Senhor. Alguns textos bíblicos deixam claro que haverá gentios no Milênio (Ap 20:7,8; Is 2:1-5; 11:5-10; 60:1-5; Zc 14:16-21). Na visão do profeta Daniel foi revelado que o Cristo teria domínio sobre um reino que abrangeria todas as nações (Dn 7:13,14).

Outrossim, os gentios que participarão do Milênio serão pessoas que terão se negado a adorar a Besta durante a Grande Tribulação, por força da pregação do evangelho nesse período tenebroso. Assim, por sua fidelidade, muitos gentios não morrerão com as pragas da consumação da ira divina nem na batalha do Armagedom (Ap 14:9,10). Por isso muitos gentios entrarão no Milênio.

2. Haverá um grande derramamento do Espírito Santo. Sendo o Milênio o Reino do Messias, e sendo o Espírito Santo aquele que glorifica a Cristo (João 16:14), é de se esperar um sublime e incomparável derramamento do Espírito Santo. O profeta Zacarias enfatizou muito bem o dia em que o Espírito Santo será derramado em toda a sua plenitude sobre o povo de Israel:

Mas sobre a casa de Davi, e sobre os habitantes de Jerusalém, derramarei o Espírito de graça e de súplicas; e olharão para mim, a quem traspassaram; e pranteá-lo-ão sobre ele, como quem pranteia pelo filho unigênito; e chorarão amargamente por ele, como se chora amargamente pelo primogênito (Zc 12:10).

Esse derramamento do Espírito será no momento mais cruciante da história de Israel, será quando os israelitas se virem cercados pelas nações da Terra (o exército do Anticristo e os advindos do Oriente) para destruí-los, e neste instante, sabendo que não escaparão da destruição fatal, clamarão ao Senhor por socorro. Nessa ocasião crucial, Jesus haverá de se manifestar com grande poder e majestade sobre Jerusalém e, juntamente com a sua Igreja glorificada, livrará Israel da certeira destruição. Israel pranteará, humilhado e arrependido, aceitando o Senhor Jesus, a quem rejeitaram na sua primeira vinda (Ap 1:7, Is 66:15,16; Zc 12:9,10).

O derreamento do Espírito Santo se estenderá por todo o Milênio (Ez 36:27; 39:29). Deus disse, por meio de Ezequiel:

- “E porei dentro de vós o meu espírito e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis” (Ez 36:27).

- “Nem esconderei mais a minha face deles, quando eu houver derramado o meu Espírito sobre a casa de Israel, diz o Senhor JEOVÁ” (Ez 39:29).

3. Haverá um conhecimento universal de Deus (Is 11:9; 54:13; Mt 24:14). Haverá abundância de salvação (Is 33:6). Os judeus serão os mensageiros do Rei (Mq 4:1-3). Eles realizarão um grande movimento missionário (Is 52:7). “... a terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar” (Is 11:9b). Com a difusão do conhecimento do Senhor, muitas pessoas se converterão. A evangelização será de fato uma das atividades primordiais dos seguidores de Cristo, como vaticinou o profeta Isaias: Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas-novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação, que diz a Sião: O teu Deus reina!” (Is 52:7). 

Haverá um avivamento mundial – “Assim, virão muitos povos e poderosas nações buscar, em Jerusalém, o SENHOR dos Exércitos e suplicar a bênção do SENHOR. Assim diz o SENHOR dos Exércitos: Naquele dia, sucederá que pegarão dez homens, de todas as línguas das nações, pegarão, sim, na orla da veste de um judeu, dizendo: Iremos convosco, porque temos ouvido que Deus está convosco (Zc 8:22,23).

4. Haverá paz e justiça na Terra. No governo humano, sob a orientação e influência de Satanás a Terra nunca conheceu a paz e nunca foi governada com justiça. No Milênio haverá paz e justiça, na Terra - “... a justiça e a paz se beijaram” (Sl 85:10).

- Haverá paz. Haverá paz porque um dos nomes de Jesus é “Príncipe da Paz” (Is 9:6). “... e ele anunciará a paz às nações...” (Zc 9:10). “... e converterão as suas espadas em enxadas e as suas lanças em foices; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais guerra. Mas assentar-se-á cada um debaixo da sua videira e debaixo da sua figueira, e não haverá quem o espante...” (Mq 4:3,4).

Não apenas entre as nações, não apenas entre os homens, em particular, mas haverá paz, também, entre os próprios animais - E morará o lobo com o cordeiro, o leopardo com o cabrito se deitará, e o bezerro, e o filho do leão, e a nédia ovelha viverão juntas, e um menino pequeno os guiará. A vaca e a ursa pastarão juntas, e os seus filhos juntos se deitarão; e o leão comerá palha como o boi. E brincará a criança de peito sobre a toca da áspede, e o já desmamado meterá a mão na cova do basilisco. Não se fará mal nem dano algum em todo o monte da minha santidade...” (Is 11:6-9).

- Haverá justiça. E a justiça será o cinto dos seus lombos, e a verdade, o cinto dos seus rins (Is 11:5). O pecado gerou uma situação de injustiça, de desigualdade entre os homens. Como explica a Bíblia, todo pecado é iniquidade (1João 5:17) e, por causa do pecado, foi gerada uma situação de domínio egoístico entre os homens. Portanto, para que Jesus desfaça todas as obras do diabo, é necessário que se instale, ainda nesta Terra, um governo de justiça, de equidade, um governo onde não haja dominação egoística e exploradora de homens sobre homens. Por isso é necessário que haja o Milênio, para instaurar, nesta Terra onde vivemos, a justiça entre os homens.

5. A natureza será transformada. Um dos objetivos do Milênio é promover a redenção da natureza, que geme desde que o pecado entrou no mundo por força da desobediência do primeiro casal. E a situação vai piorar muito no decurso da Grande Tribulação. A situação ecológica do mundo estará, após a batalha do Armagedom, em situação de calamidade total. O governo desumano, belicista e ganancioso do Anticristo e as pragas divinas lançadas durante a Grande Tribulação causarão um enorme transtorno em toda a natureza, mas isto será a preparação para a redenção que se operará durante o reino milenial de Cristo. Assim como a mulher sofre dores antes de dar à luz um filho, assim, também, antes de promover a restauração da natureza, esta gemerá como nunca por causa do pecado e da rebeldia do ser humano.

Um dos grandes problemas na atualidade e que se intensificará como nunca na Grande Tribulação é o da água. Se hoje já começa a faltar água para a humanidade, a Bíblia diz que, na Grande Tribulação, a água dos mares e dos rios tornar-se-á imprestável para uso, notadamente após o derramamento das taças da consumação da ira de Deus. Mas, no Milênio, a Bíblia diz que haverá abundância de água (Is 30:25) e simplesmente desaparecerão os desertos (Is 35:1,2,7). Tudo isto contribuirá muitíssimo para a fertilidade do solo e o desaparecimento da fome.

Mas não será apenas a natureza sem vida que será restaurada. Também os seres vivos irracionais serão alcançados pela restauração da criação a ser promovida no Milênio. Além dos vegetais, que, com as mudanças climáticas, terão melhores condições de vida e não sofrerão mais o ataque depredador do homem, pois que a produção será voltada para a alimentação e a satisfação das necessidades, sem ganância, o que fará com que seja respeitado naturalmente o equilíbrio ecológico, os animais todos serão, como eram no princípio, herbívoros e será retirada a ferocidade atualmente existente, que nada mais é que a reação da natureza ao homem que a violenta diariamente e a violentou permitindo o ingresso do pecado no mundo. A Bíblia fala-nos que, durante o Milênio, o lobo e o cordeiro pastarão juntamente, o leão comerá palha como o boi (Is 65:25), assim como o leopardo se deitará com o cabrito e um menino pequeno guiará tanto o bezerro, quanto a ovelha e o filhote de leão (Is 11:6) e os animais jamais farão qualquer dano ao ser humano (Is 11:9; 65:25). Será, enfim, um ambiente de perfeita harmonia e paz entre o homem e a natureza.

6. Os judeus possuirão toda a Terra Prometida. Esse território vai do Mediterrâneo ao rio Eufrates (Gn 15:18; 17:8; Ex 23:31). Atualmente a maior parte da terra de Israel é um deserto seco e estéril. A fim de restaurá-lo, Deus fará fluir sob o templo milenar um volumoso rio (Ez 47:1-12) – o mar morto será local de muitos peixes (Ez 47:10) -, o qual, juntamente com as copiosas chuvas que cairão, fará esse deserto florescer (Is 35:1).

7. A saúde será perfeita, por isso a vida humana será prolongada como no princípio da história humana (ler Is 65:20,22 e Zc 8:4). Haverá abundância de saúde para todos (Is 33:24). Isto em muito contribuirá para prolongar a vida. Não haverá deformado, nem paralíticos, nem aleijados (Is 35:5,6). Haverá muito mais luz (Is 30:26), e isto resultará em benefícios em muitos sentidos: influenciará no clima e na vegetação. Haverá um elevado índice de natalidade (Zc 8:5; 10:8). Com o prolongamento da vida e muita saúde, será elevado o índice de natalidade e a população da Terra durante o Milênio será restaurada da redução que sofreu durante a Grande Tribulação (Zc 10:8).

8. Os velhos terão prazer (Is 65:20-22) – Não haverá mais nela criança de poucos dias, nem velho que não cumpra os seus dias; porque o jovem morrerá de cem anos, mas o pecador de cem anos será amaldiçoado. E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até a velhice”.

9. Não haverá déficit habitacional – todos terão moradia (Is 65:21,22):” E edificarão casas e as habitarão; plantarão vinhas e comerão o seu fruto. Não edificarão para que outros habitem, não plantarão para que outros comam, porque os dias do meu povo serão como os dias da árvore, e os meus eleitos gozarão das obras das suas mãos até a velhice”. Haverá, portanto, um vasto programa de reconstrução (Ez 36:33-36).

10. A morte será apenas em caráter punitivo pela desobediência e rebeldia. Durante o Milênio ainda haverá morte na Terra. Isto ocorrerá porque os seus habitantes não estarão em corpo glorioso; entretanto, a morte será exceção e não regra e terá um caráter punitivo pela desobediência e rebeldia - E sairão e verão os corpos mortos dos homens que prevaricaram contra mim; porque o seu verme nunca morrerá, nem o seu fogo se apagará; e serão um horror para toda a carne(Is 66:24).

Diante de tudo isso que ocorrerá no Milênio eclode em nosso coração um desejo superlativo pela volta do Senhor. “Vem Senhor Jesus!”.

CONCLUSÃO

Como vimos, o Milênio será o período mais espetacular e glorioso da história humana. Será um tempo de paz, justiça, prosperidade e harmonia jamais vistos. Nele, o mundo experimentará um governo perfeito, conforme está escrito nas Escrituras Sagradas - “Eis que vêm dias, diz o Senhor, em que levantarei a Davi um Renovo justo; sendo rei, reinará, e prosperará, e praticará o juízo e a justiça na terra” (Jr 23:5). Este “Renovo justo” será o próprio Jesus. Então, é certo que todos os problemas hoje existentes, e que nenhum governante pode e nem poderá resolver, o Rei Jesus terá para todos e para cada um a necessária solução - “Porque o Senhor consolará a Sião; consolará todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do Senhor; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia” (Is 51:3). Acima de tudo, será um Reino de justiça, onde Cristo será o Rei e governará com absoluta retidão (Is 11:3-5). Vale a pena ser crente! Vale a pena ser um seguidor fiel de Cristo!

 

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