JESUS CRISTO, CAMINHO, VERDADE E A VIDA
INTRODUÇÃO:
O Sermão Consolador de CRISTO - João 14. 4-6 -
Comentário Bíblico - Matthew Henry (Exaustivo) AT e NT
Tendo disposto a felicidade do céu diante deles, como o fim, CRISTO aqui mostra
a si mesmo como sendo o caminho para se chegar a ela, e lhes diz que eles
estavam mais familiarizados, tanto com o fim que deveriam ter em mente, como
com o caminho que deviam percorrer, do que pensavam estar: “Vós sabeis”, isto
é: 1. “Vocês podem saber. Não é uma daquelas coisas
secretas que não pertencem a vocês, mas uma das coisas reveladas. Vocês não
precisam subir ao céu, nem descer às profundezas, pois a palavra está junto de
vocês (Rm 10.6-8), no mesmo nível que vocês”. 2. “Vocês realmente sabem.
Vocês sabem qual é a casa e qual é o caminho, embora talvez não os conheçam
como a casa e o caminho. Eu lhes ensinei, e vocês não podem deixar de saber.
Basta que vocês estejam dispostos a se lembrar e a considerar isto”. Observe
que JESUS CRISTO está desejoso de aproveitar ao máximo o conhecimento do seu
povo, embora ele seja fraco e defeituoso. Ele conhece o bem que há neles,
melhor do que eles mesmos, e tem certeza de que eles têm aquele conhecimento, e
fé, e amor, dos quais eles mesmos não se dão conta, nem têm certeza.
Esta mensagem de CRISTO deu oportunidade para que dois dos seus discípulos se
dirigissem a Ele, e Ele responde aos dois.
Tomé perguntou sobre o caminho (v. 5), sem nenhum pedido de desculpas por
contradizer ao seu Mestre.
1. Ele disse: “‘Senhor, nós não sabemos para onde
vais’, para que lugar ou condição, ‘e como podemos saber o caminho’, em
que devemos te seguir? Nós não podemos nem imaginar onde é, nem perguntar, mas
ainda estaremos perdidos”. O testemunho de CRISTO a respeito do conhecimento
deles os deixou mais conscientes da sua ignorância e mais inquisitivos em busca
de esclarecimento adicional. Tomé aqui mostra uma modéstia maior do que a de
Pedro, que pensava que poderia seguir a CRISTO agora. Pedro era o mais
preocupado em saber para onde CRISTO ia. Aqui Tomé, embora se queixe de não
saber isto, parece mais preocupado em saber o caminho. Veja: (1) A confissão da
sua ignorância foi suficientemente recomendável. Se os homens bons estão às
escuras, e conhecem somente parte das coisas, ainda assim estão dispostos a
reconhecer seus defeitos. Mas (2) A causa da sua ignorância era passível de
culpa. Eles não sabiam para onde CRISTO ia, porque sonhavam com um reino
temporal, em pompa e poder externos, e se iludiam com isto, apesar do fato de
que Ele contradizia isto repetidas vezes. Consequentemente, quando CRISTO falou
de ir embora e dos discípulos seguindo-o, eles imaginaram que Ele iria a alguma
cidade extraordinária, Belém, Nazaré, Cafarnaum, ou algumas das cidades dos
gentios, como Davi foi a Hebron, para ser ungido rei e para restaurar o reino
de Israel. E qual era o caminho para este lugar, onde deveriam ser construídos
castelos no ar, se era para o leste, oeste, norte, ou sul, eles não sabiam, e,
portanto, não sabiam o caminho. Desta maneira, nós consideramos que ainda
estamos mais às escuras do que precisamos estar, a respeito do estado futuro da
igreja, porque esperamos sua prosperidade terrena, ao passo que é para seu
progresso espiritual que a promessa aponta. Se Tomé tivesse compreendido, como
poderia ter sido capaz de compreender, que CRISTO estava indo para o mundo
invisível, o mundo dos espíritos, ao qual as coisas espirituais estão
relacionadas, ele não teria dito: “Senhor, nós não sabemos… o caminho”.
2-A esta queixa da sua ignorância, que incluía um desejo de ser ensinado,
CRISTO dá uma resposta completa, vv. 6,7. Tomé tinha perguntado tanto para onde
Ele ia como também qual era o caminho, e CRISTO responde estas duas perguntas,
e explica o que tinha dito, que eles não teriam necessidade de nenhuma
resposta, se tivessem compreendido corretamente, pois eles o conheciam, e Ele
era o caminho. Eles conheciam o Pai, e chegar à presença dele era o maior
objetivo. “Portanto, ‘vós sabeis para onde vou e
conheceis o caminho’. Crede em DEUS como o destino da caminhada, e em mim, como
o caminho (v. 1), e fazei tudo o que deveis fazer”.
1. Ele fala de si mesmo como sendo o caminho, v. 6. “Vocês
não sabem o caminho? ‘Eu sou o caminho’, e Eu somente, pois ‘ninguém
vem ao Pai senão por mim’”. Grandes coisas CRISTO diz aqui a seu respeito,
mostrando-nos:
(1) A natureza da sua mediação: Ele é “o
caminho, e a verdade, e a vida”.
Em primeiro lugar, consideremos estas coisas distintamente. 1. CRISTO é
o “caminho”, o caminho predito, Isaías 35.8. CRISTO foi seu próprio caminho,
pois pelo seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário (Hb 9.12), e Ele é
nosso caminho, pois nós entramos por seu intermédio. Com sua doutrina e seu
exemplo, Ele nos ensina nosso dever, com seu mérito e sua intercessão, Ele
busca nossa felicidade, e, desta maneira, Ele é o caminho. Nele, DEUS e homem
se encontram e se reúnem. Nós não conseguimos chegar à árvore da vida pelo
caminho da inocência, mas CRISTO é outro caminho para se chegar até ela. Por
intermédio de CRISTO, sendo o caminho, um relacionamento se estabelece e se
mantém entre o céu e a terra. Os anjos de DEUS sobem e descem. Nossas orações
vão até DEUS, e suas bênçãos vêm até nós, por intermédio de CRISTO. Este é o
caminho que leva ao descanso, o bom e antigo caminho. Os discípulos o seguiam,
e CRISTO lhes diz que eles seguiam o caminho e, enquanto continuassem
seguindo-o, nunca sairiam do caminho. 2. Ele é “a verdade”. (1) Assim como a
verdade se opõe a figuras e sombras. CRISTO é a essência de todos os tipos do
Antigo Testamento, que, portanto, são considerados figuras do verdadeiro,
Hebreus 9.24. CRISTO é o verdadeiro maná (Jo 6.32), o verdadeiro Tabernáculo,
Hebreus 8.2. (2) Assim como a verdade se opõe à falsidade e ao erro. A doutrina
de CRISTO é uma doutrina verdadeira. Quando procuramos a verdade, nós não
precisamos aprender nada além da verdade que existe em JESUS. (3) Assim como a
verdade se opõe à falácia e à fraude. Ele é verdadeiro a todos os que confiam
nele, tão verdadeiro como a verdade propriamente dita, 2 Coríntios 1.20. 3. Ele
é “a vida”, pois nós estamos vivos para DEUS, e em CRISTO JESUS, Romanos 6.11.
O CRISTO formado em nós é, para nossas almas, aquilo que nossas almas são para
nossos corpos. CRISTO é “a ressurreição e a vida”.
Em segundo lugar, consideremos estas coisas conjuntamente, e referindo-se umas
às outras.
CRISTO é “o caminho, e a verdade, e a vida”, isto é: 1.
Ele é o princípio, o meio e o fim. Nele nós devemos iniciar, prosseguir e
terminar. Como a verdade, Ele é o guia do nosso caminho. Como a vida, Ele é o
fim dele. 2. Ele é o caminho vivo e verdadeiro (Hb 10.20). Existe verdade e
existe vida no caminho, assim como no seu final. 3. Ele é o verdadeiro caminho
para a vida, o único caminho verdadeiro. Outros caminhos podem parecer
corretos, mas o fim deles é o caminho da morte.
(2) A necessidade da sua mediação: “Ninguém vem ao Pai senão por mim”. O homem caído
deve ir até DEUS como a um Juiz, mas não pode ir até Ele como a um Pai, senão
por intermédio de CRISTO, como Mediador. Nós não podemos cumprir o dever de ir
até DEUS, pelo arrependimento e pelos atos de adoração, sem o ESPÍRITO e a
graça de CRISTO, nem obter a felicidade de ir até DEUS, como nosso Pai, sem seu
mérito e sua justiça. Ele é “sumo sacerdote da
nossa confissão”, nosso advogado.
I. O FILHO UNIGÊNITO DE DEUS
1. O Filho de Deus. Sem ter deixado jamais de ser Deus, Jesus foi apresentado ao mundo, publicamente, como Filho de Deus. Veja o que Paulo diz: “Declarado Filho de Deus em poder, segundo o Espírito de santificação, pela ressurreição dos mortos - Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm.1:4). De fato, se Jesus tivesse feito milagres, mas não houvesse ressuscitado, ninguém poderia crer que fosse o divino Filho de Deus; seria como Buda, Maomé, Krishna, etc.
Ao se apresentar como o Filho, Jesus mostra que é amado do Pai (Mt.3:17;17:5; João 5:20; 10:17;15:9) e que o Pai ama o homem, tanto que enviou o Filho (João 3:16) e, por meio dele, ama a todos quantos O recebem (João 8:42; 14:21,23; 16:27). Por ser Filho de Deus, Jesus nos mostra seu grande amor, ao dar a sua vida por nós (João 10:17; 13:1; Rm.5:8).
O Filho de Deus é eterno, é desde a eternidade. Ele já era chamado Filho mesmo antes da sua encarnação, como vemos em 1João 4:9: “Deus enviou seu Filho Unigênito ao mundo, para que por ele vivamos”. Diz também o escritor aos Hebreus: “Havendo Deus, antigamente, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, a nós falou-nos, nestes últimos dias, pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de tudo, por quem fez também o mundo” (Hb.1:1,2). Portanto, o ensino de que o Verbo se tornou Filho a partir da sua encarnação não tem apoio entre os teólogos realmente bíblicos, piedosos e conservadores. Segundo o apóstolo João, o Filho foi gerado desde a eternidade – “E, agora, glorifica-me tu, ó Pai, junto de ti mesmo, com aquela glória que tinha contigo antes que o mundo existisse; Pai [...] tu me hás amado antes da criação do mundo” (João 17:5,24). O Filho transcende a criação, conforme afirma Paulo em Cl.1:17 – “E ele é antes de todas as coisas, e todas as coisas subsistem por ele”.
2. O significado do título “Filho de Deus”. A expressão “Filho de Deus” nem de longe indica que Jesus tenha sido criado por Deus, como defendem alguns ensinos inautênticos. Muito pelo contrário, a expressão se apresenta nas Escrituras como mais uma declaração de que Jesus é Deus, portador da mesma natureza do Pai.
As Escrituras mostram que Jesus é o Filho de Deus e que ser “Filho de Deus” é dizer que Jesus é Deus e, mais do que isto, que é uma das Pessoas divinas, pois vemos claramente que há uma distinção entre Pai e Filho. Embora ambos sejam um (João 10:30), as Escrituras esclarecem que se trata de Pessoas distintas, visto que nos diz que o Pai ama o Filho (João 3:35), envia o Filho (João 5:23,37), tem uma vontade (João 5:30), não deixava o Filho sozinho (João 8:29), agrada-se do que faz o Filho (João 8:29), glorifica o Filho (João 8:54; 12:28), entre outras passagens. Há uma perfeita sintonia entre Pai e Filho, porque ambos são Deus, têm a mesma natureza (João 5:17-21,26; 8:18; 12:50; 14:9,10; 16:15), são o único e verdadeiro Deus.
Como Filho, Jesus é o Enviado, a Pessoa que se humanizou para que Deus se revelasse à humanidade, o Emanuel, o Deus conosco (Mt.1:23). O Filho, que estava no seio do Pai, teve a missão de fazer o Pai conhecido dos homens (João 1:18; 8:19,26,27,38; 10:32; 12:49; 14:7-10; 16:15). Isto nos mostra que Deus é um ser relacional, ou seja, um ser que quer se relacionar com o homem. Enquanto Verbo, Logos, Deus quer se comunicar com o homem. Quando aprendemos que Jesus é o Filho, entendemos que Deus é um ser que se relaciona, um ser único que, porém, é uma pluralidade de Pessoas que se relacionam, sendo esse relacionamento efetivado pelo Filho ao homem, a indicar que há um Pai e que tal relacionamento é um relacionamento de amor.
3. Todas as criaturas reconheceram que Jesus é o Filho de Deus. Diz-nos a lei de Moisés que o testemunho de dois ou três é verdadeiro (Dt.17:6; 19:15; Mt.18:16; 2Co.13:1; 1Tm.5:19; Hb.10:28). Pois bem, há muito mais que duas ou três testemunhas a mostrar, na Bíblia Sagrada, que Jesus é o Filho de Deus. Senão vejamos:
a) No anúncio da concepção de Jesus -” Respondeu-lhe o anjo: Virá sobre ti o Espírito Santo, e o poder do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra; por isso o que há de nascer será chamado santo, Filho de Deus” (Lc.1:35). Aqui Jesus é apresentado pelo anjo Gabriel como Filho de Deus.
b) O Testemunho do próprio Jesus - “Respondeu-lhes ele: Por que me procuráveis? Não sabíeis que eu devia estar na casa de meu Pai?” (Lc.2:49). Ainda adolescente, Jesus se apresentou aos seus “país social-biológicos” como o Filho de Deus. Ao longo do seu ministério terreno, Jesus sempre se declarou Filho de Deus, tendo sido este, aliás, o motivo de toda a oposição que enfrentou (e até hoje enfrenta) por parte dos judeus (Mt.27:43; João 5:18; Lc.22:70; João 9:35-37; 10:36; 11:4; 19:7).
c) O próprio Pai. Para que o testemunho de Jesus não ficasse sem a devida confirmação (João 8:16,18), o Pai declarou, também, mais de uma vez, que Jesus é o Filho de Deus:
Ø No momento do Batismo - “Batizado que foi Jesus, saiu logo da água; e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito Santo de Deus descendo como uma pomba e vindo sobre ele; e eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt.3:17).
Ø No momento da transfiguração - “Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem luminosa os cobriu; e dela saiu uma voz que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo; a ele ouvi” (Mt.17:5).
Ø Em algum momento em que explicava por que veio morrer - “Pai, glorifica o teu nome. Veio, então, do céu esta voz: Já o tenho glorificado, e outra vez o glorificarei” (João 12:28).
d) Pessoas que conviveram com o Senhor Jesus. Muitos, ao longo de seu ministério, O declaram ser Ele o Filho de Deus: “Então os que estavam no barco adoraram-no, dizendo: Verdadeiramente tu és Filho de Deus”(Mt.14:33); ”Respondeu-lhe Simão Pedro: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo”(Mt.16:16); ”Respondeu-lhe Natanael: Rabi, tu és o Filho de Deus, tu és rei de Israel”(João 1:49); “Respondeu-lhe Marta: Sim, Senhor, eu creio que tu és o Cristo, o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo”(João 11:27).
e) O Espírito Santo. Vemos, em primeiro lugar, que João Batista, cheio que era do Espírito, testificou que Jesus é o Filho de Deus (João 1:32-34). Posteriormente, observamos que os apóstolos, possuidores e revestidos do Espírito Santo (João 14:17; 20:22; At.2:4), ousadamente pregavam que Jesus é o Filho de Deus (At.9:20; 2Co.1:19; 1Jo.4:15), o que não é surpreendente, visto que o trabalho do Espírito de Deus é, precisamente, lembrar aquilo que o Senhor Jesus disse e ensinou (João 14:26; 15:26).
f) O próprio Diabo. Ainda que querendo lançar Jesus na dúvida, o diabo admitiu que Jesus é o Filho de Deus – “Chegando, então, o tentador, disse-lhe: Se tu és Filho de Deus manda que estas pedras se tornem em pães” (Mt.4:3,6; Lc.4:3,9)
g) Os anjos do diabo: “E eis que gritaram, dizendo: Que temos nós contigo, Filho de Deus? Vieste aqui atormentar-nos antes do tempo?” (Mt.8:29); “E os espíritos imundos, quando o viam, prostravam-se diante dele e clamavam, dizendo: Tu és o Filho de Deus” (Mc.3:11); “Também de muitos saíam demônios, gritando e dizendo: Tu és o Filho de Deus. Ele, porém, os repreendia, e não os deixava falar; pois sabiam que ele era o Cristo” (Lc.4:41).
h) A própria natureza. Quando Jesus foi crucificado a própria natureza declarou a todos os presentes que Jesus Cristo é o Filho de Deus, o que fez com que o centurião romano O reconhecesse assim, ante tamanha alteração da natureza – “ora, o centurião e os que com ele guardavam Jesus, vendo o terremoto e as coisas que aconteciam, tiveram grande temor, e disseram: Verdadeiramente este era Filho de Deus” (Mt.27:45,51,54). Pode-se ver, também, essa declaração do centurião em Mc.15:38,39 e Lc.23:44-47.
Ante tantas testemunhas e tantos testemunhos, como podemos rejeitar esta verdade bíblica? Eis o motivo pelo qual todos quantos a rejeitarem, ante a extrema dureza de seus corações, acabarão por sofrerem a morte eterna, já que não receberam o Filho e, por não terem o Filho, não têm a vida (1João 5:12). Quem crê no Filho de Deus, em si mesmo, tem o testemunho e quem a Deus não crê mentiroso O fez, porquanto não creu no testemunho que Deus de seu Filho deu (1João 5:10). Portanto, não haverá como alegar ignorância naquele Dia, que para quem não tem a vida, será fatídico e trágico (Ap.20:14,15). Que creiamos que Jesus é o Filho de Deus e tenhamos, assim, a vida eterna (1João 5:20).
4. Significado de "Unigênito" (João 1:14b) – “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
O termo “Unigênito” aparece cinco vezes nos escritos joaninos, a saber: “Unigênito do Pai” (João 1:14) ou “Filho Unigênito” (João 1:18; 3:16; 1João 4:9) ou, ainda, “Unigênito Filho de Deus” (João 3:18). São todas expressões cunhadas pelo apóstolo João para se referir ao Senhor Jesus.
“Unigênito” quer dizer “único” e, neste sentido, vemos que Jesus é Único, o Filho Único: Aquele que é Filho por natureza, porque é Deus, que é tão eterno quanto o Pai, que é igual ao Pai, que é Um por natureza com o Pai; Aquele que é antes de todas as coisas (Cl.1:17); Aquele que estava com Deus e é Deus (João 1:1). Não é por outro motivo que o próprio Jesus, já ressurreto, se distingue dos demais “filhos de Deus”, ao falar em “Meu Pai e vosso Pai, Meu Deus e vosso Deus” (João 20:17).
Quando se vê que Jesus é o “Filho Unigênito”, cai por terra toda e qualquer argumentação de que seja Ele uma “primeira criatura”, “o mais excelente ou o maior de todos os homens”. Ele é único e, deste modo, não há ninguém igual a Ele. Não pode, pois, ser confundido com os anjos, pois eles são muitos, milhares de milhares, milhões de milhões (Sl.68:17; Hb.12:22; Ap.5:11), nem tampouco ser confundido com os seres humanos, embora se tenha feito carne (Lc.12:1; Jd.14). Assim, não se pode dizer que Jesus seja algum dos anjos (como Miguel, Gabriel ou qualquer outro), nem que seja tão somente um ser humano como qualquer outro.
Mas, é interessante observar que o fato de ser “Unigênito” não significa que se é exclusivo. O texto de Hb.11:17 esclarece isso, onde é dito que Isaque era “unigênito”, quando sabemos, pela Bíblia, que ele tinha vários irmãos por parte de Pai, como Ismael de Agar (Gn.16:15) e vários com a segunda mulher de Abrão chamada Cetura (Gn.25:2,5). Apesar de tantos irmãos, Isaque não deixou de ser chamado de “único filho” (Gn.22:2), uma vez que só ele era o “herdeiro da promessa” (Gn.17:15-21; Rm.9:8; Gl.4:22). Assim, também, embora haja outros filhos de Deus, Jesus é chamado de “Unigênito”, de “Único”, pois só Ele é o “herdeiro da promessa”, a promessa feita no Éden para a humanidade, a “semente da mulher” (Gn.3:15) ou, como preferiu traduzir a Versão Almeida Revista e Atualizada e a Nova Versão Internacional, o “descendente da mulher” bem como a “posteridade de Abraão” (Gl.3:16). Neste passo, vemos quão maravilhoso é o amor de Deus para conosco (1João 3:1). Enquanto Isaque era o “unigênito” e, deste modo, Ismael e os filhos de Cetura não herdaram a promessa, Jesus, embora se mantenha Unigênito, fez-nos herdeiros da promessa (Rm.9:8; Gl.4:28,31). Por isso, somos herdeiros de Deus e coerdeiros de Cristo (Rm.8:16,17).
Jesus é Unigênito porque é o Filho de Deus (Mt.8:29; 27:35; Lc.1:35; 22:70; João 1:34; 2Co.1:19; Gl.2:20; Hb.4:14; 1João 4:15; Ap.2:18), enquanto que os que Nele creem foram feitos filhos de Deus (João 1:12; Gl.3:26), foram chamados para ser filhos de Deus (Mt.5:9; 1João 3:1), filhos de Deus que ainda não assumiram, em toda a sua plenitude, tal condição (Rm.8:19,21; 1João 3:2). Assim, só Jesus é Filho de Deus desde sempre; é o Único, o Unigênito.
II. A DEIDADE DO FILHO DE DEUS
No Evangelho segundo escreveu Lucas, Jesus aparece como o “Filho de Deus” (Lc.1:35) e “Filho do Homem” (Lc.5:24). Estas são expressões messiânicas que revelam a deidade de Jesus. A primeira expressão mostra Jesus como verdadeiro Deus, enquanto a segunda expressão mostra-o como verdadeiro homem. Ele é o Filho do Homem, o Homem Perfeito. Ao usar o título “Filho do Homem” para si mesmo, Jesus evita ser confundido com o Messias político esperado pelos judeus. Ele era consciente de Sua natureza divina (cf. Lc.2:48,49).
1. O Verbo de Deus (João 1:1) – “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. João inicia seu evangelho com esta solene verdade. Diz mais: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do Unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade” (João 1:14). João deixa claro que o Filho de Deus, que se encontrava no seio do Pai, foi concebido pelo Espírito Santo para habitar entre nós (Sl.2:7; Is.7:14; João 1:18;3:16).
Por que João denomina-o “Verbo de Deus”? Sendo Cristo o executivo do Pai, todas as coisas vieram à existência por intermédio dele; sem Ele, nada do que é existiria. A expressão “no princípio” transporta-nos a Gêneses 1:1. Na criação, Jesus já atuava: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3).
O evangelista João aponta o “Verbo”, como alguém que já existia desde a eternidade; não foi criado, mas gerado. Jesus “é imagem do Deus invisível o primogênito de toda a criação” (Cl.1:15). Notai que ele diz Ele é; não era, ou será, nem muito menos que Ele se tornou a imagem de Deus; é o presente eterno - "Jesus Cristo, o mesmo ontem, hoje e eternamente" (Hb.13:8). Jesus assumiu sua humanidade para revelar-nos Deus e sermos conduzidos ao Pai.
- “O Verbo estava com Deus”. Isto declara que Ele, o Verbo, desde o início era Deus, indicando a deidade de Jesus. Essa deidade é descrita “porque foi do agrado do Pai que toda a plenitude nele habitasse” (Cl.1:19). Era do desejo do Pai que Jesus tivesse toda a plenitude da divindade; Ele não é um deus menor. Jesus é a expressão da vontade divina; é o agente na Criação: “Todas as coisas foram feitas por ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez” (João 1:3); “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, visíveis e invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades. Tudo foi criado por ele e para ele” (Cl.1:16). Todas as coisas nos céus e na terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam potestades; tudo foi criado por ele e para ele. Isto quer dizer que nada do que se fez, se fez sem Jesus Cristo. Ele tem o controle sobre tudo e até mesmo Satanás que antes era Lúcifer, o querubim ungido para adoração de Deus, também foi criado por Deus, através de sua Palavra viva que é Jesus.
- “E o Verbo era Deus". Isto aponta para o Filho de Deus. Segundo o pr. Ezequias Soares, não se trata de acréscimo de mais um Deus aqui, posto que ao apóstolo foi revelado, pelo Espírito Santo, que o Verbo divino está incluído na essência una e indivisível da Deidade, embora seja Ele distinto do Pai (João 8:17,18; 2João 3). Da mesma forma, o apóstolo Paulo transmitiu essa verdade, ao dizer que "para nós há um só Deus, o Pai, de quem é tudo e para quem nós vivemos; e um só Senhor, Jesus Cristo, pelo qual são todas as coisas, e nós por ele" (1Co.8:6). Trata-se do monoteísmo cristão.
2. Reações à divindade de Jesus – “porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade” (Cl.2:9). A Igreja do primeiro século não hesitou em declarar, com ousadia e abertamente, a deidade absoluta de Jesus (cf. João 20:28; Rm.9:5; Cl.2:9; Tt.2:13; 1João 5:20), porém, os judeus, de forma explicita, a rejeitava, conforme vemos em João 5:18; 8:58,59; 10:30-33.
Não há como negar a divindade de Jesus. Ela está exposta em toda a Bíblia, que afirma textualmente e com todas as letras que Jesus é o verdadeiro Deus, o mesmo Deus Javé de Israel. Senão vejamos:
O
Filho é chamado "Deus Forte" (Is.9:6); Javé, "Justiça
Nossa" ou "O SENHOR. Justiça Nossa” (Jr.23:6); "e o Verbo era
Deus" (João 1:1); "Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus
meu!" (João 20:28); "e dos quais é Cristo, segundo a carne, o qual é
sobre todos. Deus bendito eternamente Amém" (Rm.9:5); "Que, sendo em
forma de Deus, não teve por usurpação ser Igual a Deus" (Fp.2:6);
"enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério
de Deus Cristo” (Cl.2:2); "Porque nele habita corporalmente toda a
plenitude da divindade" (Cl.2:9); "Aguardando a bem-aventurada
esperança e o aparecimento da glória do grande Deus e nosso Senhor Jesus
Cristo” (Tt.2:13); "Mas, do Filho diz: Ó Deus, o teu trono subsiste pelos
séculos dos séculos, cetro de equidade é o cetro de teu reino" (Hb.1:8);
“Simão Pedro, servo e apostolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé
igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo"
(2Pd.1:1); "E sabemos que já o Filho de Deus é vindo, e nos deu
entendimento para conhecermos o que é verdadeiro; e no que é verdadeiro
estamos, isto é, em seu Filho Jesus Cristo. Este é o verdadeiro Deus e a vida
eterna" (1João 5:20); "Eis que vem com as nuvens, e todo o olho o
verá, até os mesmos que traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão
sobre ele. Sim. Amém. Eu sou o Alfa e o Ômega, o princípio e o fim, diz o
Senhor, que é, e que era, e que há de vir, o Todo-Poderoso (Ap.1:7,8).
Assim como os apóstolos, cremos na deidade do Filho de Deus, Jesus Cristo, o Senhor.
3. O relacionamento entre o Pai e o Filho. Jesus destaca, de forma profunda, sua relação com o Pai, deixando claro, aos olhos dos incrédulos judeus, sua inegável divindade. Ele é o Filho de Deus, e isso pode ser provado pela sua natureza, em João 10:30, que diz:” Eu e o Pai somos um”. Ao afirmar isso, Jesus não quis dizer que Ele e o Pai são a mesma Pessoa, mas que são da mesma essência. Jesus é o Verbo eterno, pessoal e divino que se fez carne. Jesus é luz de luz, Deus de Deus, coigual, coeterno e consubstancial com o Pai. William Hendriksen está correto ao afirmar: “Essas duas Pessoas nunca se tornaram uma Pessoa. Daí Jesus não dizer: “Nós somos uma Pessoa”, porém diz: “Nós somos uma substância”. Embora duas Pessoas, as duas são uma substância ou essência”.
Observe a expressão de 2Timóteo 4:1: “Conjuro-te, pois, diante de Deus e do Senhor Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, na sua vinda e no seu Reino”. A construção bipartida - “Deus”; “Senhor Jesus Cristo” - identifica a mesma deidade no Pai e no Filho. O Pai e o Filho aparecem no mesmo nível de divindade. Mostra que o Pai e o Filho são o mesmo Deus, possuindo a mesma substância, mas são diferentes na forma e na função, não em poder e majestade.
Os primeiros cristãos compreendiam facilmente a divindade de Jesus em declarações como as de Paulo no início de suas Epístolas, tais como esta: “Graça e paz de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (Rm.1:7); também como está de Pedro: “Simão Pedro, servo e apóstolo de Jesus Cristo, aos que conosco alcançaram fé igualmente preciosa pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo” (2Pd.1:1).
Não há como ver o Pai sem que veja ao Filho, pois Ele é a expressa imagem da pessoa do Pai (Hb.1:3), é a extensão do ser divino que, por ser o Verbo, põe-nos em contato com Deus. Ninguém pode ter acesso a Deus a não ser por Cristo, pois Ele é o Verbo, o canal de comunicação entre Deus e os homens, o acesso do ser humano à Trindade. O mundo foi feito pelo Verbo e pelo Verbo se mantém, de maneira que não há como conceber que se tenha acesso, em sendo criatura, ao Criador a não ser por este meio pelo qual a criação se fez, pela Palavra, pelo Verbo Divino.
III. A HUMANIDADE DO FILHO DE DEUS
1. "E o Verbo se fez carne" (João 1:14a). O prólogo do Evangelho de João começa com a divindade de Jesus e conclui com a sua humanidade. O Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro Deus e o verdadeiro homem. Quando o Verbo se fez carne, as duas naturezas - divina e humana - se uniram inconfundivelmente, imutável, indivisível e inseparavelmente. Vemos, portanto, a presença de Deus entre os seres humanos. O Verbo eterno, pessoal, divino, autoexistente e criador esvaziou-se de sua glória, desceu até nós e vestiu pele humana. A carne de Jesus Cristo tornou-se a nova localização da presença de Deus na terra. Jesus substituiu o antigo tabernáculo. Fez-se um de nós, em tudo semelhante a nós, exceto no pecado (cf. Hb.4:15). Isto é o grande mistério da encarnação (1Tm.3:16). O Verbo, portanto, se fez carne, mas permaneceu sendo o Verbo de Deus (João 1:1,18). A segunda Pessoa da Trindade assume a natureza humana sem deixar de lado a natureza divina. Nele as duas naturezas, divina e humana, estão presentes.
2. Características humanas. Há indicações claras na Bíblia que
Jesus era uma Pessoa plenamente humana, sujeito a todas as limitações comuns à
raça humana, mas sem pecado. Ele nasceu como todo ser humano nasce. Embora sua
concepção tenha sido diferente, uma vez que não houve a participação de um pai
biológico, todos os outros estágios de crescimento foram idênticos ao de
qualquer ser humano normal, tanto física como intelectual e emocional. Também
no sentido psicológico era genuinamente humano, pois pensava, raciocinava, se emocionava,
como todo ser humano normal. Há abundantes e incontestáveis provas de sua
humanidade, ou seja, de que Ele nasceu, cresceu e viveu entre nós. Cito
algumas:
Seu nascimento (Lc.2:6,7). Jesus nasceu de uma mulher humana, passando por todas as fases que uma criança normal passa. Seu nascimento é contado com detalhes nos dois primeiros capítulos de Mateus e de Lucas.
Seu crescimento (Lc.2:52). Cresceu como toda criança normal cresce, sendo alimentada por comida e água. Seu corpo não era sobre-humano e não tinha características especiais, diferentes de qualquer ser humano normal.
Suas limitações físicas. Foram idênticas as de um ser humano:
- Sentia
fome (Mt.4:2; Mc.11:12).
- Sentia
sede (João 19:28).
- Ficava
cansado (João 4:6).
- Sofria
dor (João 18:22; 19:2,3).
Era uma Pessoa real, não um espírito (1João 1:1; Mt.9:20-22; 26:12; João 20:25,27). Jesus de fato foi visto e tocado pelas pessoas à sua volta. Não era um espírito com a forma humana, nem um fantasma, mas um Homem real, a ponto de Tomé só acreditar em sua ressurreição após tocá-lo. O testemunho do Espírito de Deus afirma que Jesus tomou plenamente a forma humana (1João 4:2,3a).
Sua morte (Lc.23:46; João 19:33,34). Sua morte não foi aparente, mas verdadeira – “Mas, vindo a Jesus e vendo-o já morto, não lhe quebraram as pernas” (João 19:33). Seu corpo sucumbiu aos sofrimentos infligidos e de fato expirou à semelhança de todos os homens. Esta é talvez a suprema identificação de Jesus com a humanidade, pois sendo Deus não deveria morrer, mas ao assumir plenamente a humanidade torna-se sujeito a possibilidade da morte. Eis uma verdade tremenda e profunda!
Portanto, Jesus Cristo não somente era pleno Deus, como pleno ser humano. Ele exibia um conjunto pleno tanto de qualidades divinas quanto de qualidades humanas, numa mesma Pessoa, de tal modo que essas qualidades não interferiram uma na outra.
3. Necessidade da encarnação do Verbo. A encarnação de Cristo é o maior evento da história humana, o dia em que o divino se uniu ao humano com o propósito de salvar o ser humano. Com o ato da encarnação Deus mostrou que os sistemas humanos estavam e estão falidos, filosofia ou religião não podem fazer nada pelo ser humano. Deus mostrou que todo tipo de obra ou ritual religioso que o homem cumpra é inoperante para salvá-lo, e só Ele poderia mudar a situação. Observe alguns porquês da encarnação de Cristo e entenda esta necessidade.
a) Porque o ser humano nasce morto em pecado. Todos nascem em pecado, e assim em débito com Deus (Rm.3:23; 5:12; Ef.2:1-3), merecendo com isso o castigo pelo pecado, a morte eterna, que é o pagamento desta dívida (Rm.6:23a).
b) Porque não se pode ser salvo cumprindo rituais religiosos. Os esforços pessoais do ser humano de nada valem. Paulo passou boa parte de sua vida ensinando que a salvação não poderia ser alcançada cumprindo-se regras religiosas como a Lei de Moisés, por exemplo (Gl.cap.3 e 4). Por ter uma natureza pecaminosa (carnal) o ser humano não atinge as exigências de Deus (Rm.7:12-24;8:7,8).
c) Porque não se pode ser salvo praticando boas obras. Obras de pessoas pecadoras, mortas espiritualmente, são mortas também (Is.64:6). Só a graça de Deus proporciona a salvação (Ef.2:8-10), e esta graça veio com a encarnação de Cristo (João 1:17,18).
d) Porque há necessidade de justiça. A encarnação foi o meio de Deus proporcionar ao ser humano a justiça que ele não tinha. Paulo em Rm.3:21-26 explica que no tempo da graça (de Cristo) se manifestou a justiça de Deus. Esta justiça os profetas do Antigo Testamento já anunciavam, e agora ela havia chegado não para os que cumpriam a Lei, ou praticavam boas obras, mas para os que tinham fé em Jesus Cristo. Ele se encarnou para ser a propiciação pelos pecados. Pagou a pena de morte que o homem devia à Lei por não a ter cumprido, mas ressuscitou porque era sem pecado. A justiça que Ele ganhou sendo justo não serve para Ele, porque Ele já é santo, mas é depositada (imputada) para todo aquele que tem fé nele, que aceita o Seu sacrifício como substituto na cruz.
e) Porque Deus é amor. A encarnação de Cristo para morrer como inocente no lugar de criaturas pecadoras demonstra o grande amor de Deus. Este foi o motivo maior pelo qual Ele enviou Cristo ao mundo (João 3:16; Rm.8:39; 1Joao 4:19). Foi apenas por amor que Deus veio a terra, em Cristo se fez Emanuel (Deus conosco) (Mt.1:23). Na cruz foi concretizado esse amor.
Diante de tudo isso podemos afirmar e acreditar quão importante foi a encarnação do Verbo de Deus. A salvação só foi realizada porque Cristo veio em carne (Ef.2:15: Cl.1:22; 1Pd.3:18;4:1). O caminho à presença de Deus foi aberto pela Sua carne (Hb.10:22). Foi por se encarnar que Ele pôde ser o Mediador entre Deus e os homens (1Tm.2:5).
CONCLUSÃO
Quando
tomamos consciência de que Jesus é o Verbo Divino, vemos que não há outro meio
para nos reconciliarmos com Deus; que não há outro caminho; que só em Cristo
está a verdade; só Nele temos vida; que não há como ir ao Pai a não ser por Ele
(Jo.14:6). Temos tido esta consciência?
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