AS ÁGUAS AMARGAS TORNAM-SE DOCES
Texto Bíblico: Êxodo 15: 23 a 25
23- E chegaram a Mara, mas não podiam beber
das suas águas, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara.
24- E o povo murmurou contra Moisés, dizendo:
Que havemos de beber?
25- Então clamou Moisés ao Senhor, e o Senhor
mostrou-lhe uma árvore, e Moisés lançou-a nas águas, as quais se tornaram
doces. Ali Deus lhes deu um estatuto e uma ordenança, e ali os provou,
A
passagem bíblica das Águas de Mara, narrada em Êxodo 15:23-25, é um evento
crucial na jornada do povo de Israel pelo deserto após a milagrosa travessia do
Mar Vermelho.
O
Contexto da Passagem
Após
o grande livramento no Mar Vermelho, onde viram o exército egípcio ser
destruído e cantaram o cântico de Moisés, os israelitas entraram no Deserto de
Sur.
- A
Jornada (Êxodo
15:22): O povo caminhou por três dias no deserto e não encontrou água
potável.
- A
Chegada a Mara (Êxodo
15:23): Finalmente, eles chegaram a um lugar chamado Mara. O nome
"Mara" (em hebraico, marah) significa "amargura".
Eram águas que, embora existissem, eram amargas e impróprias para o
consumo. A frustração foi imensa: encontraram água, mas não puderam beber.
O
Desespero do Povo e a Intervenção de Deus
A
situação de desespero e sede levou o povo a uma atitude que se tornaria
recorrente no deserto: a murmuração e a reclamação contra Moisés.
- A
Murmuração (Êxodo
15:24): O povo se queixou e perguntou a Moisés: "Que havemos de
beber?" Eles rapidamente esqueceram o grande poder de Deus que haviam
testemunhado no Mar Vermelho e se concentraram em sua necessidade
imediata.
- O
Clamor de Moisés
(Êxodo 15:25a): Em vez de responder à murmuração com suas próprias forças,
Moisés clamou ao Senhor.
- O
Milagre (Êxodo
15:25b): O Senhor mostrou a Moisés um pedaço de madeira (ou um
arbusto/lenho) e ordenou que ele o lançasse nas águas. Ao fazer isso, as
águas, que antes eram amargas, se tornaram doces e próprias para beber.
Lições de Mara
Mara
é mais do que apenas a história de um milagre; é um local de grande significado
teológico e espiritual.
1.
Um Local de Provação
(Teste de Fé)
A
Bíblia afirma que em Mara o Senhor deu estatutos e ordenanças ao povo e ali os
pôs à prova (Êxodo 15:25). A provação em Mara revelou a falta de fé e paciência
do povo logo após uma grande vitória. O deserto serviu como um laboratório onde
Deus ensinaria Seu povo a confiar totalmente Nele.
2.
A Cura da Amargura
O
milagre de transformar o amargo em doce simboliza a capacidade de Deus de intervir
nas situações mais difíceis e transformá-las. Espiritualmente, Mara representa
as "águas amargas" da vida (dificuldades, provações, frustrações), e
a madeira (que muitos veem como um prenúncio da Cruz de Cristo) é o meio pelo
qual Deus traz cura e refrigério.
3.
Deus Como Provedor e Curador
Imediatamente
após o milagre, Deus se apresenta com uma promessa ligada à Sua lei: "Eu
sou o SENHOR que te sara" (Êxodo 15:26). O
evento estabelece Deus como Yahweh-Rafá, o Deus que cura, mostrando que Ele
cuida não só das necessidades físicas do Seu povo (água), mas também
está comprometido em ser o curador de sua saúde e bem-estar.
A
história de Mara é um lembrete de que, mesmo depois de grandes vitórias (como a
travessia do mar), o caminho da fé no deserto sempre terá seus momentos de
"águas amargas". No entanto, o clamor ao Senhor e a obediência à Sua
instrução (o lançar da madeira) são o caminho para a transformação e o
refrigério.
Mara: as Águas Amargas
Os
versículos finais deste capítulo mostram-nos Israel no deserto. Até aqui parece
que tudo lhes havia corrido bem. Terríveis juízos haviam caído sobre o Egito,
mas Israel fora perfeitamente excluído; o exército do Egito jazia morto nas
praias do mar, mas Israel estava em triunfo. Tudo isto era bastante; mas,
enfim, o aspecto das coisas depressa mudou! Os hinos de louvor foram depressa
substituídos pelas palavras de descontentamento. "Então,
chegaram a Mara; mas não puderam beber as águas de Mara, porque eram amargas:
por isso, chamou-se o seu nome Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo:
Que havemos de bebera (versículos 23 a 24).
"E toda a congregação dos filhos de Israel murmurou contra
Moisés e contra Arão no deserto. E os filos de Israel disseram-lhes: Quem
dera que nós morrêssemos pela mão do SENHOR na terra do Egito, quando estávamos
sentados junto às panelas de carne, quando comíamos pão até fartar! Porque nos
tendes tirado para este deserto, para matardes de fome a toda esta multidão (capítulo 16:2-3).
Eis
aqui as provações do deserto. "Que havemos de
comera" e "que havemos de bebera" As águas de Mara puseram à
prova o coração de Israel e mostraram o seu espírito murmurador; mas o Senhor
mostrou-lhes que não havia amargura que Ele não pudesse dulcificar com a provisão
da Sua graça: "...e o SENHOR mostrou-lhe um lenho que lançou nas águas,
e as águas se tornaram doces: ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os
provou".
Que
formosa figura d'Aquele que foi, em graça infinita, lançado às águas da morte,
para que essas águas nada mais nos pudessem dar senão doçura, para todo o
sempre.
Verdadeiramente,
podemos dizer: "Na verdade já passou a amargura da morte", e nada
mais nos resta senão as doçuras eternas da ressurreição.
O
versículo 26 põe diante de nós o caráter importante desta primeira etapa dos
remidos de DEUS no deserto. Encontramo-nos em grande perigo, nesta hora, de
cair num espírito maldisposto, impaciente de murmuração. O único remédio contra
este mal é conservarmos os olhos postos em JESUS —"olhando para
JESUS" (Hb 12:2). Bendito seja o Seu nome, Ele sempre se mostra à altura
das necessidades do Seu povo; e eles, em vez de se queixarem das suas
circunstâncias, deviam fazer delas o motivo de se aproximarem mais d'Ele. É
assim que o deserto se torna útil para nos ensinar o que DEUS é. É uma escola
na qual aprendemos a conhecer a Sua graça constante e os Seus amplos recursos.
"E suportou os seus costumes no deserto por espaço de quase quarenta
anos" (At 13:18).
O
homem espiritual reconhecerá sempre que vale a pena ter águas amargas para DEUS
as dulcificar:”. também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação
produz a paciência; e a paciência, a experiência, e a experiência, a
esperança" (Rm 5:3 -5).
I
- ISRAEL PEREGRINA PELO DESERTO
1.
Israel chega a Mara (Êx 15.23).
Lições do Milagre de Mara
Diante
da murmuração do povo, Moisés clama a DEUS e Ele lhe mostra uma árvore cujo
lenho deveria ser jogado nas águas para a sua purificação, o que ocorre
imediatamente (Êx 15.25a). As lições desse episódio são, pelo menos, sete:
1.
Águas amargas levaram o povo à amargura. Portanto, as águas de Mara simbolizam
a murmuração, a amargura e a descrença pelas quais eventualmente seremos
tentados em nossa peregrinação nos desertos desta vida.
2. Esse episódio ocorreu havia apenas três dias da grandiosa experiência da abertura do Mar Vermelho. Logo, grandes experiências com DEUS podem ser imediatamente sucedidas por novas provas de fé.
3. O lenho nas águas,
purificando-as, simboliza o madeiro, a cruz de JESUS, que nos resgata das águas
amargas para águas purificadas.
4.
A experiência foi sucedida por uma admoestação e promessa:
“...
ali lhes deu estatutos e uma ordenação, e ali os provou. E disse: Se ouvires
atento a voz do Senhor, teu DEUS, e fizeres o que é reto diante de seus olhos,
e inclinares os teus ouvidos aos seus mandamentos, e guardares todos os seus
estatutos, nenhuma das enfermidades porei sobre ti, que pus sobre o Egito;
porque Eu sou o Senhor, que te sara” (Êx 15.25b,26). Ou seja, DEUS nos ensina
no deserto a obediência, e é ali também que Ele promete e manifesta a sua
bênção sobre a nossa vida, se formos fiéis a Ele em meio às provações.
5.
No deserto, o Senhor se revela mais uma vez, e como “O Senhor que te sara”.
Aleluia! Nas nossas provações, DEUS quer se revelar de forma nova e poderosa.
Ele quer sarar as nossas enfermidades! Ele cura física e espiritualmente.
6.
Ao seguirem para Elim, que estava logo adiante, encontraram “doze fontes de
água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto às águas” (Ex 15.27). Isto
é, logo à frente, havia sombra e água fresca. A analogia aqui é clara: as águas
de Mara se contrapõem às fontes de Elim. Enquanto as águas de Mara simbolizam
amargura, descrença e murmuração, as águas de Elim simbolizam a provisão plena
de DEUS para o seu povo. A grande lição aqui é que tivesse Israel suportado a
amargura das águas de Mara, logo estaria festejando em Elim. A pouca paciência
de muitos crentes embota o fio aguçado da vitória alegre quando esta ocorre.
7.
Elim, como mencionamos de passagem no tópico anterior, fala de provisão plena
de DEUS. Se não, vejamos: eram doze fontes para doze tribos, ou seja, uma para
cada tribo de Israel.
COELHO,
Alexandre; DANIEL, Silas. Uma Jornada de Fé. Moisés, o Êxodo e
o Caminho a Terra Prometida. Editora CPAD. pag. 59-60.
INTRODUÇÃO
Neste
Estudo trataremos acerca da caminhada do povo de Israel até a região do Sinai.
Veremos como Deus guiou e sustentou seu povo durante a árdua jornada pelo
deserto, a despeito da infidelidade, do pecado da murmuração e do pecado da
idolatria. Só precisou três dias de peregrinação para demonstrar que era um
povo obstinado. Em cada dificuldade deparada os hebreus murmuravam e
demonstravam ingratidão. A idolatria no Egito era tão forte que chamuscou a
alma do povo hebreu, demonstrado isso de forma tangível, na planície do Sinai,
quando eles cultuaram um bezerro de ouro. Mas, a fidelidade de Deus e seu amor,
foram determinantes para que Ele cuidasse, dia a dia, dos descendentes de
Abraão. Deus tem um compromisso com a sua Palavra, Ele vela para cumpri-la.
Apesar de nossas fraquezas, Deus não nos deixa sozinhos em nossa jornada rumo à
Pátria Celestial.
I. ISRAEL
PEREGRINA PELO DESERTO
"Depois, fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur, e andaram três dias no deserto; e não acharam água. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?" (Êx 15:22,24).
Após a travessia do Mar Vermelho e livre definitivamente dos egípcios e do seu ardiloso rei, os hebreus agora iniciam sua Jornada de Fé rumo à Terra Prometida. O deserto é a sua trajetória até Canaã. Mas primeiramente tinha que passar pelo Sinai, porque ali, ao pé do monte Sinai, Israel receberia a lei, firmaria aliança perpétua com o Senhor e seria devidamente organizado como nação.
As dificuldades da caminhada são maiores do que podemos imaginar. Toda a viagem por ali terá sido muito penosa. Para atravessar o deserto de forma resiliente é necessária uma força motriz, a Fé. Sem este elemento propulsor não se atravessa o deserto incólume. É quando entramos na experiência do deserto que somos postos à prova, a fim de que se manifeste até que ponto conhecemos Deus e o nosso próprio coração.
Por que Deus guiou o seu povo por uma região tão medonha? Segundo Paul Hoff, Deus tinha que concretizar alguns propósitos:
a) Deus colocou os israelitas na escola preparatória do deserto, a fim de que as provações os disciplinassem e adestrassem para conquistarem a Terra Prometida. Ainda não estavam em condições de enfrentar as hostes de Canaã, nem desenvolvidos espiritualmente para servir ao Senhor uma vez que entrassem. Embora tenham sido libertados da escravidão, ainda tinham espírito de escravos, isto é, demonstravam traços de covardia, murmuração e rebeldia.
b) Deus desejava que os israelitas aprendessem a depender inteiramente dele. Desde o momento em que Israel partiu do Egito, Deus começou a submetê-lo a uma série de provas, tendo em vista desenvolver e fortalecer a sua fé. Não havia água nem alimentos. A única maneira de conseguir estas coisas era recebê-las do Senhor. O deserto era uma praça de esportes onde se podia desenvolver os músculos espirituais.
c) Deus conduziu-os ao deserto para prová-los e trazer à luz o que havia em seus corações (ler Dt 8:2-5). As provas e aflições no deserto demonstrariam se os hebreus creriam ou não na onipotência, no cuidado e no amor de Deus.
O apóstolo Paulo referiu-se às experiências de Israel no deserto como elementos que nos servem de exemplo e de advertência a fim de que não caiamos nos mesmos erros (1Co 10:1-13).
1. Israel chega a Mara (Êx 15:22-25). A primeira prova da Fé do povo hebreu, após o milagre do Mar Vermelho, aconteceu depois de três dias de viagem. Os hebreus estavam sedentos e exauridos pelo intenso calor do deserto, e após esses três dias de peregrinação, encontraram apenas águas amargas em Mara. As águas estavam impróprias e impotáveis para serem bebidas. Certamente, Deus estava provando a fé do seu povo recém-liberto da escravidão. Todavia, a Fé dele, mais uma vez, foi reprovada. O povo cometeu, pela segunda vez, o perigoso pecado da murmuração – “E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber?” (Ex 15:24). Os hinos de louvores entoados pelo triunfo sobre o exército de Faraó no milagre do Mar Vermelho foram depressa substituídos pelas palavras de descontentamento; o aspecto das coisas depressa mudou. Em relação a Deus a murmuração é uma reclamação descabida. Quando você murmura, você está dizendo que Deus não está sendo suficiente. Por isso a murmuração em ralação a Deus é pecado.
Uma grande vitória como a travessia do Mar Vermelho proporcionou uma visão maravilhosa da onipotência de Deus, mas não treinou a fé para os problemas mais corriqueiros, como a necessidade diária de comida e bebida. Às vezes, grandes experiências com Deus não são suficientes para curar o coração duro e queixoso. Segundo Silas Daniel, é preciso que haja um arrependimento e um quebrantamento sinceros, seguidos de uma submissão total a Deus. Ou, como afirma o apóstolo Paulo, “crucificarmos o eu e entronizarmos Cristo somente” (Ef 4:31,32).
Em sua primeira prova após a travessia do Mar Vermelho, a Fé (o combustível) do povo foi reprovada. Eles não perceberam que Deus "ali os provou". Moisés, porém, tinha Fé; ele confiava na providência divina. Então ele orou e Deus lhe mostrou um lenho, que foi jogado nas águas amargas e elas se tornaram boas para o consumo.
Não existe nenhuma prova de que o “lenho” que foi lançado nas fontes tivesse a propriedade de tornar potáveis as águas. Deus tornou-as potáveis. O milagre não somente mostrou que Deus tinha cuidado de seu povo, mas também simbolizou no começo desta viagem que o Senhor tiraria as amargas experiências futuras se os israelitas buscassem sua ajuda.
O que podemos apreender com a experiência de Mara:
a) Às vezes, depois de alcançar grandes vitórias, como na travessia do mar Vermelho, vêm as experiências amargas.
b) A árvore lançada na água assemelha-se ao poder da cruz, não só porque redime, mas porque tem semelhança de uma vontade submissa a Deus. Ao aceitar as provas como permitidas por Deus, as amargas experiências tornam-se ternas.
c) A experiência de Mara deu a oportunidade de revelar-se outro aspecto do caráter de Deus por meio de um novo nome: Jeová Rafa, ou seja, "o Senhor que te sara". Deus provê cura. Como a mãe ama a seus filhos por inclinação natural, assim Deus cura a seu povo, pois está em sua natureza curar. Deus é a saúde de seu povo. Se lhe obedecesse, Ele não traria nenhuma das enfermidades mediante as quais julgou os egípcios.
Segundo Leo G. Cox, “assim como Deus curou as águas amargas de Mara, assim Ele curaria Israel satisfazendo-lhes as necessidades físicas e, mais importante que tudo, curando o povo de sua natureza corrompida”. Deus queria tirar o espírito de murmuração do meio do povo e lhe dar uma fé forte.
2. Rumo ao Sinai (Êx 16:1-21). Moisés agora conduz o povo rumo ao Sinai. Mas, para chegar lá teve que parar em três localidades: Elim, Sim e Refidim. Em cada uma dessas localidades houve um expediente especial da parte de Deus ao povo hebreu.
- A chegada em Elim – “Então, chegaram a Elim, e havia ali doze fontes de água e setenta palmeiras; e ali se acamparam junto das águas” (Êx 15:27). Elim era um verdadeiro oásis no deserto. Ali havia água em abundância e também palmeiras. O Senhor, que cura as águas de Mara, conduz seu povo a um lugar de descanso e refrigério. Assim como há épocas de severas provações, também há "tempos de refrigério" na presença do Senhor (Atos 3:19).
- De Elim, Moisés conduziu o povo pelo “deserto de Sim”. "E partidos de Elim, toda a congregação dos filhos de Israel veio ao deserto de Sim, que está entre Elim e Sinai, aos quinze dias do mês segundo, depois que saíram da terra do Egito" (Ex 16:1). Nessa localidade os hebreus vivenciaram pela primeira vez o milagre do maná e onde se maravilharam com o milagre das codornizes (Êx 16:1-21).
Na localidade de Sim os israelitas sentiram fome e começaram a expressar de novo seus queixosos lamentos. Esquecendo-se da aflição no Egito, queriam voltar para onde tinham alimento em abundância. As queixas eram dirigidas contra Moisés, porém na realidade murmuravam contra o Senhor (Êx 16:8). Deus retribuiu-lhes o mal com o bem (2Tm 2:13); proveu codornizes e maná. A partir de então, o maná era fornecido diariamente, durante os quarenta anos de peregrinação no deserto (Êx 16:35); foi um fato completamente milagroso – “Eis que vos farei chover pão dos céus” (Êx 16:4); caía todas as noites, juntamente com o orvalho; a ração diária era de um gômer (3,7 litros) por pessoa. Quanto às codornizes foram fornecidas somente uma vez mais na marcha através do deserto (Nm 11:31,32).
Segundo Paul Hoff, a provisão de Deus no deserto de Sim nos fornece algumas lições:
a) Deus deseja ensinar a seu povo a confiar nele como provedor de seu sustento diário e a não se preocupar com o dia de amanhã. Deus provia cada vez para apenas um dia, exceto na véspera do sábado. Nunca falhou com seu povo nos quarenta anos de peregrinação.
b) Deus quis ensinar a seu povo a não ser preguiçoso nem avaro. Embora o maná fosse uma dádiva do céu, cada família tinha de fazer sua parte recolhendo o maná todas as manhãs. Ao avaro que recolhia muito mais do que necessitava, nada lhe sobrava (Êx 16:18).
c) Deus desejava ensinar os hebreus a obedecerem-lhe, por isso lhes deu normas para recolher o maná. Se por incredulidade ou avareza um hebreu guardava maná para o dia seguinte, aparecia bicho e apodrecia o maná. Ou se não cumprisse a ordem de recolher uma porção dobrada na sexta-feira, jejuava forçosamente no dia de descanso porque nesse dia não caía maná do céu. Desse modo Deus provou a seu povo (Ex 16:4) e o preparou para receber a lei.
d) O maná é um símbolo profético de Cristo, o Pão verdadeiro (João 6:32-35). Assim como o maná, Cristo, que veio do céu, tem de ser recolhido ou recebido cedo na vida (Êx 16:21; 2Co 6:2) e tem de ser comido ou recebido pela fé para tornar-se parte da pessoa que o come.
- De Sim, Moisés conduz o povo à localidade de Refidim – “Depois, toda a congregação dos filhos de Israel partiu do deserto de Sim pelas suas jornadas, segundo o mandamento do SENHOR, e acamparam em Refidim; e não havia ali água para o povo beber” (Êx 17:1). A palavra “Refidim” quer dizer “descansos ou lugares para descansar”.
Chegados
a Refidim onde esperavam encontrar um grande manancial, não
acharam nada. Sob qualquer aspecto, Deus não estava tornando as coisas fáceis.
A falta de água causou sofrimento cuja severidade podemos avaliar, mas isto não
pode justificar a reação dos israelitas. Pela quarta vez, o povo murmurou
contra Deus. Estavam prestes a apedrejar Moisés, e em sua incredulidade
provocaram a Deus. Desconfiavam do cuidado do Senhor e com sarcasmo falaram a
respeito da presença do Senhor no meio deles (Êx 17:7) a qual se manifestara a
eles de modo tão patente na coluna de nuvem e na coluna de fogo e em seus
livramentos no passado. Por isto se deu ao lugar o nome de Massá
(Prova) e Meribá (Contenda). Moisés levou consigo os anciãos de Israel
a Horebe a fim de que presenciassem a fonte milagrosa e dela dessem testemunho
(Êx 17:6).
A rocha de Horebe é uma figura profética de Cristo ferido no Calvário (1Co 10:4), e a água é a figura do Espírito Santo que foi dado depois que Jesus foi crucificado e glorificado. Moisés feriu a rocha só uma vez e a água manou continuamente. Assim, também, ira de Deus feriu a Cristo uma vez e a corrente do Espírito ainda flui.
Nessa localidade também ocorreu a batalha contra os Amelequitas (Êx 17:8). O juízo de Deus foi severo contra esses inimigos de Israel – “E, assim, Josué desfez a Amaleque e a seu povo a fio de espada” (Ex 17:13). O juízo severo foi pronunciado porque Amaleque levantou a mão contra o trono de Deus, isto é, recusou-se a reconhecer que era o Senhor quem operava maravilhas a favor de Israel. “E Moisés edificou um altar e chamou o seu nome: O SENHOR é minha bandeira” (Êx 17:15). Os crentes devem lutar contra os inimigos espirituais, mas devem lembrar-se também de que lutam sob a bandeira do Senhor e "na força do seu poder".
Foi após essa batalha que o sogro de Moisés, Jetro, trouxe finalmente a esposa de Moisés, Zípora, com seus dois netos para o genro (Ex 18:1-12). Também, Jetro sob inspiração divina, deu conselhos importantes a Moisés (Êx 18:13-27).
CONCLUSÃO
Os israelitas, durante a sua peregrinação até o Sinai cometeram vários deslizes espirituais. Diante de cada dificuldade, eles logo murmuravam. Descontentes, reclamaram de Moisés, todavia, eles não estavam murmurando de Moisés, mas do próprio Todo-Poderoso que os libertara da escravidão. Eles ainda eram uma massa de gente briguenta, murmuradora e sem fé caminhando pelo deserto. Mas, Deus escolheu e separou Israel para que se transformasse em uma nação santa. O deserto era somente um lugar de passagem, porém se tornou uma grande escola para o povo de Deus. Qual é a sua reação diante das adversidades? Como evitar a murmuração e não cometer os mesmos erros dos israelitas? Mantendo viva a chama da fé. A fé nos faz ver o impossível (Hb 11:1). Sem fé é impossível vencer as dificuldades cotidianas sem murmurar. Depois do deserto, Israel estava pronto para conquistar a Terra Prometida. Depois dos "desertos" desta vida, também estaremos prontos para a eternidade com Deus. Creia nisso!

Nenhum comentário:
Postar um comentário