JESUS E A MULHER ADÚLTERA –
A MANIFESTAÇÃO
DA GRAÇA EM MEIO À CONDENAÇÃO,
ESBOÇO DO
ESTUDO
1- O ADULTÉRIO:
UM PECADO COM CONSEQUÊNCIAS E FERIDAS PROFUNDAS
1.1. Reconhecendo o adultério
1.2. O adultério afronta o Criador
1.3. O sexo foi criado por DEUS
2- PERDOADOR OU ACUSADOR?
2.1. A malícia dos acusadores
2.2. JESUS ignora os acusadores
2.3. O Advogado Fiel
3- JESUS NOS ENSINA A PERDOAR
3.1. Perdão, uma expressão de amor
3.2. Perdoados e perdoando
3.3. Compreendendo o perdão
TEXTO ÁUREO
“(…) Mulher, onde estão aqueles teus acusadores?
Ninguém te condenou?” João 8.10.
VERDADE APLICADA
Perdoar uns aos outros como fomos perdoados por
DEUS em CRISTO é uma das marcas do verdadeiro cristão.
OBJETIVOS DO ESTUDO
Saber que culpa expõe e condena os próprios acusadores.
Ressaltar que JESUS advoga a nosso favor.
Reconhecer a gravidade de cometer adultério.
TEXTO BÍBLICO DE REFERÊNCIA - João
8.4-11
4- E, pondo-a no meio, disseram-lhe: Mestre, esta mulher foi apanhada,
no próprio ato, adulterando.
5- E, na lei, nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois,
que dizes?
6- Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas
JESUS, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
7- E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se e disse-lhes:
Aquele que dentre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra
ela.
10- E, endireitando-se JESUS e não vendo ninguém mais do que a mulher,
disse-lhe: Mulher, onde estão aqueles teus acusadores? Ninguém te condenou?
11- E ela disse: Ninguém, Senhor. E disse-lhe JESUS: Nem eu também te
condeno; vai-te, e não peques mais.
LEITURAS BÍBLICAS COMPLEMENTARES
Jo 8.7 -Que não tem pecado atire a primeira pedra.
1Jo 2.1- JESUS, nosso Advogado junto ao Pai.
Ap 12.10 -Satanás nos acusa.
1Jo 1.7 -O Sangue de JESUS nos purifica de todo pecado.
Êx 20.14 -Não adulterarás.
Pv 6.32,33 -O adultério deixa cicatrizes profundas.
JESUS advoga a nosso favor.
INTRODUÇÃO - O que acontece?
1. Apresentação
da mulher:
Escribas e fariseus levam uma mulher pega em adultério a JESUS que estava
ensinando no Templo, questionando se ela deveria ser apedrejada conforme a lei
de Moisés.
2. A resposta de JESUS:
JESUS,
em vez de responder diretamente, se abaixa e começa a escrever no chão.
3. Desafio
aos acusadores:
Diante
da insistência deles, JESUS diz: "Quem dentre vós estiver sem pecado, seja
o primeiro que atire pedra contra ela.".
4. A reação dos acusadores:
Um
a um, os acusadores se retiram, começando pelos mais velhos, pois se sentem
confrontados com seus próprios pecados.
5. A
interação final com a mulher:
JESUS fica a sós com a mulher e pergunta se alguém a condenou. Ela
responde que não. Então, JESUS diz: "Eu
também não te condeno. Vai-te e não peques mais.".
Interpretação e significado:
1- O ADULTÉRIO: UM PECADO COM CONSEQUÊNCIAS E FERIDAS PROFUNDAS
1.1. Reconhecendo o adultério
O adultério, na sua essência, refere-se à infidelidade conjugal, caracterizada
por relações sexuais fora do casamento. Juridicamente, é visto como a
quebra do contrato matrimonial, que pressupõe a fidelidade entre os
cônjuges. Além do aspecto legal, o adultério é frequentemente associado a
questões morais, éticas e emocionais, podendo gerar consequências
significativas para os envolvidos.
Aspectos do Adultério:
· Definição:
Relações sexuais voluntárias com alguém que não seja o cônjuge, durante o
período do casamento.
· Consequências jurídicas:
Em alguns casos, pode levar à perda de direitos como pensão alimentícia,
dependendo das circunstâncias e legislação local.
· Consequências emocionais:
O adultério pode causar dor, sofrimento, traição, decepção e desequilíbrio
emocional para o cônjuge traído e, em alguns casos, para os filhos e inimizade
entre parentes e amigos e até dentro da igreja.
· Consequências morais:
É visto como uma quebra de confiança e compromisso dentro do relacionamento,
podendo afetar a ética e a moral do indivíduo envolvido.
· Superando o adultério:
Terapia de casal, comunicação aberta, busca por apoio emocional e, em alguns
casos, perdão e reconciliação podem auxiliar na superação do adultério, bem
como aconselhamento pastoral e prática de oração a dois.
· O adultério na sociedade:
O adultério é um tema presente em diversas culturas e religiões, com diferentes
interpretações e consequências. Por exemplo, em algumas culturas (como no
judaísmo e islamismo, podendo levara até a morte), o adultério feminino pode
ser mais condenado do que o masculino, enquanto em outras, o foco pode ser mais
na quebra do juramento de fidelidade.
Em resumo, o adultério é uma questão complexa que envolve aspectos legais,
morais, emocionais e sociais. A superação do adultério, quando possível,
requer esforço, comunicação e, em muitos casos, apoio profissional.
1.2. O adultério afronta o Criador
Sim, o adultério é visto pela perspectiva religiosa bíblica como uma
afronta ao Criador, pois viola os mandamentos divinos e os votos matrimoniais,
que são considerados sagrados, DEUS é testemunha do casamento conforme
Malaquias. A Bíblia, em diversos trechos, condena o adultério e o
considera um pecado grave, com consequências tanto espirituais quanto
sociais.
Elaboração:
A Bíblia, em vários livros como Êxodo, Levítico, Deuteronômio, Malaquias,
Provérbios, nos evangelhos, 1 Coríntios, Hebreus etc, estabelece claramente a
proibição do adultério e suas consequências. O adultério é visto como uma
quebra da fidelidade conjugal, um ato que desrespeita o pacto matrimonial e,
por extensão, a DEUS, que instituiu o casamento.
Versículos bíblicos que abordam o adultério:
· Êxodo 20:14:
"Não adulterarás."
· Provérbios
6:32-33:
"O homem que comete adultério não tem juízo;
todo aquele que assim procede a si mesmo destrói."
· Levítico
20:10:
"Se um homem cometer adultério com a mulher de
outro homem, o homem e a mulher que cometeram adultério serão
executados."
· Mateus 5:27-28:
"Ouvistes que foi dito: Não adulterarás. Eu,
porém, vos digo que todo aquele que olha para uma mulher com intenção impura,
já em seu coração cometeu adultério com ela."
“Venerado seja entre todos o matrimônio e o leito sem mácula; porém, aos
fornicadores, e aos adúlteros, DEUS os julgará”. Hebreus 13:4
Consequências do adultério:
Além das implicações espirituais, o adultério pode gerar consequências sociais
significativas, como:
· Problemas familiares: A
traição pode levar à separação, divórcio e sofrimento para todos os envolvidos,
especialmente os filhos.
· Danos à reputação: O
adultério pode causar vergonha e desonra para aqueles que o praticam.
· Consequências legais: Em
alguns casos, o adultério pode gerar implicações legais, como a perda de
direitos em processos de divórcio ou partilha de bens.
O perdão e a restauração:
Apesar da gravidade do adultério, a fé cristã oferece a possibilidade de perdão
e restauração através do arrependimento e da busca por DEUS. A Bíblia
ensina que DEUS é misericordioso e está disposto a perdoar aqueles que se
arrependem sinceramente de seus pecados. No entanto, a restauração do
relacionamento após o adultério pode ser um processo longo e doloroso, exigindo
perdão mútuo, honestidade e comprometimento.
1.3. O sexo foi criado por DEUS
De acordo com a visão judaico-cristã, o sexo foi criado por DEUS. A
Bíblia, em Gênesis, relata que DEUS criou o homem e a mulher e os abençoou,
ordenando-lhes que fossem fecundos e se multiplicassem, o que é realizado
através da relação sexual. Além da procriação, o sexo é visto como uma
forma de prazer e união entre o homem e a mulher dentro do casamento.
Visão judaico-cristã (Bíblica):
· Criação:
A Bíblia apresenta o sexo como parte da criação de DEUS, com o homem e a mulher
sendo criados à sua imagem e semelhança, DEUS os criou macho e fêmea.
· Propósito:
O sexo tem múltiplos propósitos, incluindo a procriação (Gênesis 1:28), o
prazer e a união e a intimidade entre marido e mulher (Gênesis 2:24).
· Contexto:
O sexo é visto como algo bom e prazeroso, e é especialmente valorizado dentro
do casamento, onde é um ato de amor e união entre um homem e uma mulher.
· Restrições:
A Bíblia também estabelece restrições, como a proibição de relações sexuais
fora do casamento (imoralidade sexual).
Outras perspectivas:
Ponto de vista ético:
Existem diferentes perspectivas éticas sobre o sexo, com algumas culturas e
sistemas de crenças enfatizando a importância do prazer, enquanto outros podem
ter restrições mais estritas.
É importante notar que a interpretação e o significado do sexo podem variar
dependendo das crenças e valores individuais.
2- PERDOADOR OU ACUSADOR?
2.1. A malícia dos acusadores
A malícia dos acusadores da mulher pega em adultério, descrita no Evangelho de
João (capítulo 8, versículos 3 a 11), reside na intenção por trás da sua
ação. Eles não estavam genuinamente preocupados com a justiça ou com a
lei, mas sim buscando uma oportunidade para acusar JESUS e desacreditá-lo
perante o povo.
Contexto e Motivação:
· Flagrante:
Os escribas e fariseus apresentaram a JESUS uma mulher que havia sido pega em
adultério, um ato que, segundo a lei mosaica, exigia apedrejamento.
· Tentativa de Armadilha:
O objetivo deles era colocar JESUS em uma posição difícil, testando-o. Se
Ele concordasse com a pena de apedrejamento, estaria indo contra a lei romana,
que proibia o apedrejamento e reservava a pena capital para si. Também
estaria se contradizendo já que pregava que veio buscar e salvar aqueles que se
haviam perdido, veio chamar pecadores ao arrependimento. Se Ele não
concordasse, estaria indo contra a lei judaica, desconsiderando Moisés e
perdendo credibilidade como Mestre.
A Resposta de JESUS:
· Escrita no Chão:
Em vez de responder diretamente, JESUS se abaixou e começou a escrever no chão,
ignorando-os por um tempo. Como insistissem na resposta, fez como da vez sobre
o tributo, ou imposto romano.
"Quem Estiver Sem Pecado, Atire a Primeira Pedra":
Quando finalmente respondeu, JESUS desafiou os acusadores, convidando aquele
que estivesse livre de pecado a atirar a primeira pedra na mulher. Essa
frase revela a hipocrisia dos acusadores, pois todos eles, como seres humanos,
estavam sujeitos ao pecado.
Libertação da Mulher:
Diante da resposta de JESUS, um a um, os acusadores foram se retirando,
começando pelos mais velhos. JESUS, então, questionou a mulher sobre seus
acusadores e, ao perceber que ninguém a condenava, disse: "Eu também não
te condeno. Vai-te e não peques mais".
Malícia Revelada:
A malícia dos acusadores se manifesta na sua intenção de usar a situação para
prejudicar JESUS, e não para buscar a verdade ou aplicar a justiça de forma
imparcial. Eles estavam mais preocupados em preservar sua própria
reputação e autoridade do que em demonstrar compaixão ou seguir a lei com
sinceridade.
2.2. JESUS ignora os acusadores
Na narrativa bíblica, JESUS não ignora a mulher pega em adultério, mas
adota uma abordagem única. Ele inicialmente se abaixa e escreve no chão,
como se ignorasse os acusadores, depois os desafia, dizendo: "Quem dentre
vós estiver sem pecado, seja o primeiro que atire pedra contra
ela.". Diante dessa resposta, os acusadores, um a um, se retiram, e
JESUS, ao final, não condena a mulher, mas a exorta a não pecar mais.
· Misericórdia
e graça:
A ação de JESUS demonstra sua misericórdia e graça, oferecendo perdão à mulher
e mostrando que ninguém é perfeito.
· Confronto com o pecado:
JESUS não ignora o pecado da mulher, mas a confronta com a necessidade de
mudança.
· Abertura
para a transformação:
A frase "não peques mais" indica que
JESUS espera que a mulher transforme sua vida e não continue no mesmo
caminho.
· Ato de escrita:
O ato de JESUS escrever no chão tem sido interpretado de várias maneiras,
incluindo uma forma de ignorar os acusadores, listar seus pecados ou
simplesmente lidar com a situação de maneira simbólica.
A história da mulher adúltera é frequentemente usada para ilustrar a mensagem
de amor, perdão e graça de JESUS, além de desafiar as pessoas a refletirem
sobre seus próprios pecados e julgamentos.
Pode ser que JESUS escreveu o pecado da mulher e depois o apagou, pois Ele pode
perdoar pecados.
2.3. O Advogado Fiel
A passagem bíblica de João 8:3-11 descreve uma cena em que JESUS age como o
advogado da mulher pega em adultério, defendendo-a da condenação e do
apedrejamento.
Elaboração:
Na passagem, JESUS é confrontado por escribas e fariseus que trazem uma mulher
flagrada em adultério, exigindo que ele aplique a lei de Moisés, que ordenava o
apedrejamento. JESUS, em vez de condená-la, desafia os acusadores,
questionando quem entre eles estivesse sem pecado para atirar a primeira
pedra. Diante da ausência de acusadores que pudessem lançar a primeira
pedra, JESUS perdoa a mulher, dizendo: "Nem eu te condeno; vai e não
peques mais".
JESUS, ao intervir em favor da mulher e oferecer-lhe perdão, atua como um
advogado, um defensor, mostrando misericórdia e compaixão, em vez de seguir a
lei friamente. Ele não a isenta da responsabilidade pelo ato, mas a
liberta da condenação imediata e a encoraja a uma nova vida.
Portanto, a ação de JESUS na história da mulher adúltera é vista como um ato de
intercessão e perdão, exemplificando o papel de advogado fiel que defende
aqueles que estão sob acusação.
Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, JESUS CRISTO, o justo. E ele é a
propiciação pelos nossos pecados, e não somente pelos nossos, mas também pelos
de todo o mundo. 1 João 2:1,2
Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os
pecados, e nos purificar de toda a injustiça. 1 João 1:9
3- JESUS NOS ENSINA A PERDOAR
3.1. Perdão, uma expressão de amor
O perdão de JESUS à mulher adúltera, descrito em João 8:1-11, é um exemplo
marcante do amor e da misericórdia de JESUS. Ele demonstrou que o amor
verdadeiro não se baseia em julgamento e condenação, mas em compaixão e perdão,
incentivando a mulher a mudar de vida.
Significado:
· O episódio destaca a graça e o
perdão de JESUS, mostrando que Ele não veio para condenar, mas para oferecer
salvação e uma nova chance.
· JESUS não ignorou o pecado,
mas demonstrou que o amor e a misericórdia podem levar à transformação e ao
arrependimento.
· O perdão de JESUS à mulher
adúltera é um exemplo para todos, mostrando que o amor e o perdão são
fundamentais nas relações humanas e na nossa caminhada com DEUS, segundo a
Bíblia Online.
Porque o Filho do homem veio buscar e salvar o que se havia perdido. Lucas
19:10
Eu não vim chamar os justos, mas, sim, os pecadores, ao arrependimento. Lucas
5:32
3.2. Perdoados e perdoando
No episódio da mulher adúltera, JESUS ensina sobre o perdão e a necessidade de
perdoar, tanto o perdão recebido quanto o oferecido. O relato, encontrado
em João 8:1-11, mostra JESUS diante de uma mulher pega em adultério,
trazida por escribas e fariseus que a acusavam e buscavam condená-la à morte,
conforme a lei de Moisés.
Ensinamentos de JESUS:
· Perdão:
JESUS, ao invés de condenar a mulher, a perdoa, demonstrando a graça e o amor
de DEUS que vão além da justiça legal. Ele diz: "Eu
também não te condeno. Vai, e de agora em diante não peques mais."
· Arrependimento:
O perdão de JESUS não é um endosso ao pecado. Ele a liberta da condenação,
mas também a chama a mudar de vida, a não pecar mais.
· Não julgar:
JESUS demonstra que ninguém tem o direito de julgar ou condenar os outros, pois
todos são pecadores e precisam do perdão de DEUS.
· A importância do
arrependimento:
A resposta de JESUS à mulher, "Vai e não
peques mais", destaca a necessidade do arrependimento e da
busca pela santidade, segundo a Logos Sermons.
· Transformação:
A passagem não apenas revela o perdão, mas também a possibilidade de
transformação e mudança de vida, conforme a Logos Sermons.
Em resumo, o episódio da mulher adúltera nos ensina que:
· DEUS oferece perdão
incondicional a quem se arrepende.
· A graça de DEUS não é uma
licença para pecar, mas um convite à transformação.
· Devemos perdoar aqueles que
nos ofendem, assim como DEUS nos perdoa.
Se, porém, não perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai vos não
perdoará as vossas ofensas. Mateus 6:15.
3.3. Compreendendo o perdão
“Se, pois, ao trazeres ao altar a tua oferta, ali
te lembrares de que teu irmão tem alguma cousa contra ti, deixa perante o altar
a tua oferta, vai primeiro reconciliar-te com teu irmão; e, então, voltando,
faze a tua oferta” Mateus 5.23,24
A reconciliação não é algo a ser praticado somente entre nós e DEUS, mas também
para com nossos irmãos. Reconhecemos, que, à semelhança da cruz, também temos
duas linhas do fluir da reconciliação: a vertical (o homem com DEUS) e a
horizontal (entre os homens). O mesmo perdão que recebemos de DEUS deve ser
praticado para com nossos semelhantes.
QUEM
NÃO PERDOA NÃO É PERDOADO
O perdão (ou a falta dele) faz muita diferença na vida de alguém. A
reconciliação horizontal determina se a vertical que recebemos de DEUS vai
permanecer em nossa vida ou não. A palavra de DEUS é clara quanto ao fato de
que se não perdoarmos a quem nos ofende, então DEUS também não nos perdoará.
Foi JESUS CRISTO quem afirmou isto no ensino da oração do Pai-nosso:
“Porque se perdoardes aos homens as suas ofensas,
também vosso Pai Celeste vos perdoará; se, porém, não perdoardes aos homens as
suas ofensas, tampouco vosso Pai vos perdoará as vossas ofensas” Mateus
6.14,15
DEUS tem nos dado seu perdão gratuitamente, sem que o merecêssemos, e espera
que usemos do mesmo espírito misericordioso para com quem nos ofende. Se
fluímos com o Pai Celestial no mesmo espírito perdoador, permanecemos na
reconciliação alcançada pelo Senhor JESUS. Contudo, se nos negamos a perdoar,
interrompemos o fluxo da graça de DEUS em nossa vida, e nossa reconciliação
vertical é comprometida pela ausência da horizontal. CRISTO também nos advertiu
com clareza sobre isto em uma de suas parábolas (faladas num contexto que
envolvia o perdão):
“Por isso o reino dos céus é semelhante a um rei,
que resolveu ajustar contas com os seus servos. E passando a fazê-lo,
trouxeram-lhe um que devia dez mil talentos. Não tendo ele, porém, com que
pagar, ordenou o seu senhor que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo
quanto possuía, e que a dívida fosse paga. Então o servo, prostrando-se
reverente, rogou: Sê paciente comigo e tudo te pagarei. E o senhor daquele
servo, compadecendo-se, mandou-o embora, e perdoou-lhe a dívida. Saindo, porém,
aquele servo, encontrou um dos seus conservos que lhe devia cem denários; e,
agarrando-o, o sufocava, dizendo: paga-me o que me deves. Então o seu conservo,
caindo-lhe aos pés, lhe implorava: Sê paciente comigo e te pagarei. Ele,
entretanto, não quis; antes, indo-se, o lançou na prisão, até que saldasse a
dívida. Vendo os seus companheiros o que havia se passado, entristeceram-se
muito, e foram relatar ao seu senhor tudo o que acontecera. Então seu senhor,
chamando-o, lhe disse: Servo malvado, perdoei-te aquela dívida toda porque me
suplicaste; não devias tu, igualmente, compadecer-te do teu conservo, como
também eu me compadeci de ti? E, indignando-se, o seu senhor o entregou aos
verdugos, até que pagasse toda a dívida. Assim também o meu Pai celeste vos
fará, se do íntimo não perdoardes cada um a seu irmão” Mateus 18.23-35
O significado desta ilustração dada por JESUS CRISTO é muito forte. Temos um
rei e dois tipos de devedores. Se a parábola ilustra o reino de DEUS, então o
rei figura o próprio DEUS. O primeiro devedor tinha uma dívida impagável,
enquanto a do segundo estava ao seu alcance. Não há como comparar a dívida de
cada um. Dez mil talentos da dívida do primeiro servo era o equivalente a cerca
de 200.000 dias de trabalho, enquanto os cem denários que o outro servo devia
era o equivalente a apenas cem dias de trabalho. Esta diferença revela a
dimensão da dívida que cada um de nós tinha para com DEUS, e que, por ser
impagável, estávamos destinados à prisão e escravidão eterna. Contudo, sem que
merecêssemos, DEUS em sua bondade, nos perdoou. Portanto, Ele espera que
façamos o mesmo. O cristão que foi perdoado de seus pecados e recusa-se a
perdoar um irmão – seu conservo no evangelho – terá seu perdão revogado.
Isto é muito sério. As ofensas das pessoas contra nós não são nada perto das
nossas ofensas que o Pai Celestial deixou de levar em conta. E a premissa
bíblica é de que se pudemos ser perdoados por Ele, então também devemos perdoar
a qualquer um que nos ofenda.
A FALTA DE PERDÃO É UMA PRISÃO
Quem não perdoa, está preso. Lemos em Mateus 18.34: “E,
indignando-se, o seu senhor o entregou aos verdugos, até que pagasse toda a
dívida”. A palavra verdugo significa “torturador”. Além de preso,
aquele homem seria torturado como forma de punição. A prática do ministério nos
revela que o que JESUS falou em figura nesta parábola é uma realidade
espiritual na vida de quem não perdoa. Os demônios amarram a vida daqueles que
retém o perdão. Suas torturas aplicadas são as mais diversas: angústia e
depressão, enfermidades, debilidade física etc.
Muita gente tem sofrido com a falta de perdão. Outro dia ouvi alguém dizendo
que o ressentimento é o mesmo que você tomar diariamente um pouco de veneno,
esperando que quem te magoou venha a morrer. A falta de perdão produz dano
maior em quem está ferido do que naquele que feriu. Por isso sempre digo a quem
precisa perdoar: – “Já não basta o primeiro
sofrimento, porque acrescentar um outro maior (a mágoa)”?
Alguns acham que o perdão é um benefício para o ofensor. Porém, eu digo que o
benefício maior não é o que foi dado ao ofensor, mas sim o que o perdão produz
na vítima, naquele que está ferido. Sem perdão não há cura. A doença interior
só se complica, e a saúde espiritual, emocional e física da pessoa ressentida é
seriamente afetada. Em outra porção das Escrituras (onde o contexto dos
versículos anteriores é o perdão), vemos o Senhor JESUS nos advertindo do mesmo
perigo:
“Entra em acordo sem demora com teu adversário,
enquanto estás com ele a caminho, para que o adversário não te entregue ao
juiz, o juiz ao oficial de justiça, e sejas recolhido à prisão. Em verdade te
digo que não sairás dali, enquanto não pagares o último centavo” Mateus
5.25,26
Não sei exatamente como é esta prisão, mas sei que CRISTO não estava brincando
quando falou dela. A falta de perdão me prende e pode prender a vida de mais
alguém. Isto é um fato comprovado. Tenho presenciado gente que esteve presa por
tantos anos, e ao decidir perdoar foi imediatamente livre. Isto também pode
acontecer com você, basta decidir perdoar.
SEGUINDO
O EXEMPLO DIVINO
Como deve ser o perdão? A pessoa tem que pedir o perdão ou merecê-lo para poder
ser perdoada? Não. Devemos perdoar como DEUS nos perdoou:
“Antes, sede uns para com os outros benignos, compassivos, perdoando-vos uns
aos outros, como também DEUS em CRISTO vos perdoou” Efésios 4.32
O texto bíblico diz que nosso perdão e reconciliação horizontal deve seguir o
exemplo da que DEUS em JESUS praticou para conosco. Então, basta perguntar:
– “Merecemos o perdão de DEUS? Não. Então
nosso ofensor também não precisa merecer.
O perdão é um ato de misericórdia, de compaixão. Nada tem a ver com
merecimento. O apóstolo Paulo falou aos efésios que o perdão é fruto de um
coração compassivo e benigno. O perdão flui da benignidade do nosso coração, e
não por haver ou não benignidade no ofensor.
JESUS disse que se eu souber que alguém tem algo contra mim, devo procurá-lo
para tentar a reconciliação. Mesmo se tal pessoa não me procurar ou nem mesmo
quiser falar comigo, tenho que ter a iniciativa, tenho que tentar. DEUS
ofereceu perdão gratuito a todos, independentemente de qualquer comportamento,
e Ele é nosso exemplo!
NÃO HÁ LIMITE DE VEZES PARA PERDOAR
Certa ocasião, o apóstolo Pedro quis saber o limite de vezes que existe para
perdoar alguém.
E
foi surpreendido pela resposta que CRISTO lhe deu:
“Então Pedro, aproximando-se, lhe perguntou: Senhor, até quantas vezes meu
irmão pecará contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes? Respondeu-lhe
JESUS: Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete” Mateus 18.21,22
O Senhor declarou que mesmo se alguém repetir sua ofensa contra mim por
quatrocentos e noventa vezes, ainda deve ser perdoado. Na verdade, os
comentaristas bíblicos em geral entendem que JESUS não estava se prendendo a
números, mas tentando remover o limite imposto na mente dos discípulos para
perdoar.
Fico pensando o que seria de nós sem a misericórdia de DEUS. Quantas vezes DEUS
já nos perdoou? Quantas mais Ele vai nos perdoar? Se devemos perdoar como
também DEUS em CRISTO nos perdoou, então fica claro que não há limite de vezes
para perdoar!
O
DIABO É QUEM LEVA VANTAGEM
Já falamos que há uma prisão espiritual ocasionada por reter o perdão. E que
demônios se aproveitam desta situação. Agora queremos examinar um outro texto
bíblico que nos mostra nitidamente que a falta de perdão dá vantagem ao diabo:
“A quem perdoais alguma cousa, também eu perdoo;
porque de fato o que tenho perdoado, se alguma cousa tenho perdoado, por causa
de vós o fiz na presença de CRISTO, para que Satanás não alcance vantagem sobre
nós, pois não lhe ignoramos os desígnios”. 2 Coríntios 2.10,11
O apóstolo Paulo revela que se deixamos de perdoar, quem vai se aproveitar da
situação é Satanás, o adversário de nossas almas. Disse ainda, que não ignorava
as maquinações do maligno. Em outras palavras, ele estava dizendo que
justamente por saber como o diabo age na falta de perdão, é que não podia
deixar de perdoar.
Precisamos entender que DEUS não será engrandecido na falta de perdão. Que o
ofendido não lucra nada por não perdoar. Que até mesmo o ofensor pode estar
espiritualmente preso. O único que lucra com isso é o diabo, pois passa a ter
autoridade na vida de quem decide alimentar a ferida do ressentimento.
A Bíblia nos ensina que não devemos dar lugar ao diabo (Ef 4.27). Que ele anda
em nosso derredor rugindo como leão, buscando a quem possa tragar (1 Pe 5.8), e
que devemos resisti-lo (Tg 4.7). Mas quando nos recusamos a perdoar, estamos
deliberadamente quebrando todos estes mandamentos.
CONSELHOS
PRÁTICOS
Para
aqueles que reconhecem que não há saída a não ser perdoar, mas que, por outro
lado, não é algo tão fácil de se fazer, quero oferecer alguns conselhos
práticos que serão de grande valia.
Primeiro, o perdão não é um sentimento, é uma decisão e uma atitude de fé. Já
dissemos que o perdão não é por merecimento, logo, não tenho motivação alguma
em minhas emoções a perdoar. Não me alegro por ter sido lesado, mas libero
aquele que me lesou por uma decisão racional. Portanto, o perdão não flui
espontaneamente, deve ser gerado no coração por levar em consideração aquilo
que DEUS fez por mim e sua ordem de perdoar. As consequências da falta de
perdão também devem ser lembradas, para dar mais munição à razão do que à
emoção.
É preciso fé para perdoar. Certa ocasião quando JESUS ensinava seus discípulos
a perdoarem, foi interrompido por um pedido peculiar:
“Acautelai-vos. Se teu irmão pecar contra ti,
repreende-o; se ele se arrepender, perdoa-lhe. Se por sete vezes no dia pecar
contra ti, e sete vezes vier ter contigo, dizendo: Estou arrependido,
perdoa-lhe. Então disseram os apóstolos ao Senhor: Aumenta-nos a fé” Lucas
17.3-5)
Naquele instante os discípulos reconheceram que para praticar este nível de
perdão iriam precisar de mais fé. E JESUS parece ter concordado, pois nos
versículos seguintes lhes ensinou que a fé é como semente, quanto mais se
exercita (planta) mas ela cresce (se colhe).
É necessário crer que DEUS é justo e que Ele não nos pede mais do que aquilo
que podemos dar. Se DEUS nos pediu que perdoássemos, Ele vai nos socorrer
dispensando sua graça quando tivermos uma atitude de perdão.
Muitas vezes o perdão precisa ser renovado. Depois de declarar alguém perdoado,
o diabo, que não quer perder seu domínio, vai tentar renovar a ferida. Em
Provérbios 17.9 as Escrituras Sagradas nos falam sobre encobrir a questão ou
renová-la. É preciso tomar uma decisão de esquecer o que houve, e renovar
somente o perdão. Cada vez que a dor tentar voltar, declare novamente seu
perdão. Ore abençoando seu ofensor. Lute contra a mágoa!
É importante ver os ofensores como vítimas. Isto é algo especial que vejo em
JESUS na cruz:
“Contudo JESUS dizia: Pai, perdoa-lhes, porque não
sabem o que fazem” Lucas 23.34
Em vez de olhar para eles como quem merece punição e castigo, JESUS enxerga que
eles também eram vítimas. Aqueles homens estavam em cegueira e ignorância
espiritual, debaixo de influência maligna, sem nenhum discernimento de quem
estavam de fato matando. Eram vítimas de todo um sistema que os afastou de DEUS
e da revelação das Escrituras. E ao reconhecer que ele é que eram vítimas, em
vez de alimentar dó de si mesmo (como nós faríamos), JESUS teve compaixão
deles. Acredito que este é um princípio para o perdão fluir livremente. Assim
como JESUS o fez, deixando exemplo, Estevão, o primeiro mártir do Cristianismo,
também o fez:
“Então, ajoelhando-se, clamou em alta voz: Senhor, não lhes
imputes este pecado”
Atos 7.60
Quando você começa a enxergar as misérias da vida espiritual de seu ofensor (ao
menos a que manifestou no momento de te ferir), e canaliza o amor de DEUS por
ele, como você também necessita do amor divino ao se achegar arrependido em
busca de perdão, a coisa fica mais fácil.


Nenhum comentário:
Postar um comentário