A
PORTA ESTREITA
- "Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela." (Mateus 7:13)
- "Porque estreita é a porta e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram." (Mateus 7:14)
ESBOÇO DO ESTUDO
I
– PORTAS E CAMINHOS
1.
A porta estreita
2.
O caminho apertado
3.
Porta larga e caminho espaçoso
II
– POR QUE ENTRAR PELA PORTA ESTREITA É DIFÍCIL
1.
Uma porta aberta, porém, difícil
2.
As oportunidades da porta larga são atraentes
3.
As razões das exigências
III
– ENTRANDO PELA PORTA E PELO CAMINHO DO CÉU
1.
Arrependimento de pecados
2.
Confissão de pecados
3.
Produzindo frutos de arrependimento
TEXTO BÍBLICO
“Porfiai por entrar pela porta estreita, porque eu vos digo que
muitos procurarão entrar e não poderão.” (Lc 13.24)
VERDADE PRÁTICA
A porta estreita não é uma opção, mas a única alternativa
disponível para o crente entrar no Céu.
LEITURA BÍBLICA - Mateus 7.13,14; 3.1-10
Mateus
7
13 - Entrai pela porta estreita, porque larga
é a porta, e espaçoso, o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que
entram por ela;
14 - E porque estreita é a porta, e apertado,
o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem.
Mateus
3
1 - E, naqueles dias, apareceu João Batista
pregando no deserto da Judeia
2
- E dizendo:
Arrependei-vos, porque é chegado o Reino dos céus.
3
- Porque este é o
anunciado pelo profeta Isaías, que disse: Voz do que clama no deserto: Preparai
o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas.
4 - E este João tinha a sua veste de pelos
de camelo e um cinto de couro em torno de seus lombos e alimentava-se de
gafanhotos e de mel silvestre.
5
- Então, ia ter com ele
Jerusalém, e toda a Judeia, e toda a província adjacente ao Jordão;
6
- E eram por ele batizados
no rio Jordão, confessando os seus pecados.
7
- E, vendo ele muitos dos
fariseus e dos saduceus que vinham ao seu batismo, dizia-lhes: Raça de víboras,
quem vos ensinou a fugir da ira futura?
8
- Produzi, pois, frutos
dignos de arrependimento
9
- E não presumais de vós
mesmos, dizendo: Temos por pai a Abraão; porque eu vos digo que mesmo destas
pedras Deus pode suscitar filhos a Abraão.
10
- E também, agora, está
posto o machado à raiz das árvores; toda árvore, pois, que não produz bom fruto
é cortada e lançada no fogo.
O trecho bíblico de Mateus 7:13-14 faz parte do Sermão do Monte e apresenta um forte contraste entre dois caminhos e seus respectivos destinos:
O
Texto:
- "Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta e
espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por
ela." (Mateus 7:13)
- "Porque estreita é a porta e apertado o caminho que
conduz à vida, e poucos são os que a encontram." (Mateus 7:14)
Significado
da Porta Estreita e do Caminho Apertado:
A
"Porta Estreita" e o "Caminho Apertado" são metáforas que
representam a vida de discipulado fiel a Jesus Cristo e os padrões
elevados do Reino de Deus, conforme ensinado por Jesus.
- Exigência
de Esforço e Renúncia:
O caminho é chamado de "estreito" e "apertado" porque
exige esforço, renúncia e um compromisso sério em seguir os
ensinamentos de Jesus (como o amor ao próximo, a justiça, a humildade e a
rejeição do pecado). Não é um caminho de facilidades ou de acordo com os
padrões mundanos.
- Exclusividade
de Cristo: Em outro
ponto (João 14:6), Jesus afirma: "Eu sou o caminho, e a verdade, e a
vida; ninguém vem ao Pai senão por mim." Muitos intérpretes veem a
Porta Estreita como o próprio Jesus, significando que a salvação é
encontrada exclusivamente n'Ele e que entrar exige uma decisão de fé e
obediência.
- A
Escolha Diária: É uma
escolha consciente e, muitas vezes, difícil de priorizar a vontade de
Deus e o Seu Reino acima dos desejos pessoais e das facilidades
oferecidas pelo mundo.
Contraste
com a Porta Larga e o Caminho Espaçoso:
O
caminho oposto é descrito como "largo" e a porta como "espaçosa".
- Caminho
da Facilidade: Este
representa uma vida sem grandes exigências morais ou espirituais, de
acordo com os padrões da sociedade e da "carne", que é mais
fácil de ser trilhada.
- Conformismo: É o caminho da maioria, que segue o
fluxo do mundo, buscando satisfação imediata e evitando sacrifícios.
- Destino
Final: O caminho
largo, apesar de popular e cômodo, leva à perdição (ou destruição).
O caminho estreito, por sua vez, leva à vida (vida eterna).
Sinopse:
A
mensagem de Jesus em Mateus 7:13-14 é um alerta solene e um convite à
decisão. Ele desafia Seus ouvintes a escolherem ativamente o caminho
da vida, mesmo que seja difícil e impopular, pois é o único que leva ao destino
desejado. O fato de "poucos" encontrarem o caminho estreito sublinha
a seriedade da escolha e a necessidade de diligência e perseverança na fé.
Comentários
– CPAD
7.14 ESTREITA É A PORTA... E POUCOS OS QUE A ENCONTREM. Cristo ensinou que não devemos esperar que
a maioria o siga pelo caminho que leva à vida. (1) São poucos os que querem
entrar pela porta humilde do verdadeiro arrependimento e, em seguida, negar-se
a si mesmo para seguir a Jesus, esforçar-se sinceramente para obedecer aos seus
mandamentos, buscar zelosamente o seu reino e a sua justiça e perseverar até o
fim com verdadeira fé, pureza e amor. (2) Jesus, no Sermão do Monte, descreve
as grandes bênçãos que pertencem aos discípulos do seu reino (Mt 5.3-12), mas
Ele também ressalta que esses discípulos não escaparão à perseguição (5.10-12).
Além disso, contrastando com alguns evangelistas que pregam que ser salvo é uma
das coisas mais fáceis neste mundo, Jesus ensinava que segui-lo importa em
sérias obrigações no tocante à justiça, à aceitação da perseguição, ao amor aos
inimigos e à renúncia pessoal.
3.2
ARREPENDEI-VOS. O
significado básico de arrependimento (gr. metanoeo) é voltar-se ao contrário;
dar uma volta completa. Trata-se de abandonar os maus caminhos e voltar-se para
Cristo e, através dEle, para Deus (At 8.22; 26.18; 1 Pe 2.25; Jo 14.1,6). (1) A
decisão de abandonar o pecado e querer a salvação em Cristo importa em aceitar
a Cristo não somente como Salvador da penalidade do pecado, mas também como
Senhor da nossa vida. Por conseguinte, o arrependimento envolve uma troca de
senhores; do senhorio de Satanás (Ef 2.2) para o senhorio de Cristo e da sua
Palavra (At 26.18). (2) O arrependimento é uma decisão livre, da parte do
pecador, possibilitada pela graça divina capacitadora que lhe é concedida
quando ele ouve o evangelho e nele crê (At 11.21). (3) A definição da fé
salvífica como mera confiança em Cristo como Salvador é totalmente inadequada,
ante a exigência do tipo de arrependimento feita por Cristo. Definir a fé
salvífica sem incluir um rompimento total com o pecado é distorcer fatalmente o
conceito bíblico da redenção. A fé que inclui o arrependimento é uma condição
imutável para a salvação (cf. Mc
1.15; Lc 13.3,5; At 2.38;
3.19; 11.21). (4) O arrependimento foi uma mensagem básica na pregação dos
profetas do AT (Jr 18.8; Jl 2.12,13; Ml 3.7; Ez 18.21), de
João Batista (3.2), de Jesus Cristo (Mt 4.17; 18.3; Lc 5.32) e dos cristãos no
NT (At 2.38; 8.22; 11.18; 2 Pe 3.9). A pregação do arrependimento sempre deve
acompanhar a mensagem do evangelho (Lc 24.47)
3.7
FARISEUS E SADUCEUS. Dois
dos mais proeminentes grupos religiosos judaicos eram os fariseus e os
saduceus. (1) Os fariseus eram um grupo religioso que procurava observar todo o
AT, e ao mesmo tempo suas interpretações puramente humanas. Para eles, a
salvação consistia na obediência à letra dessas leis e regras. A sua religião
era exterior na sua forma, e sem qualquer piedade interior, i.e., no coração
(23.25). Estavam em constante oposição a Jesus e à sua mensagem, o qual
ensinava que a religião deve ter sua sede no coração e no espírito, indo além
da obediência legalista do homem aos mandamentos das Escrituras (cf. Mt 9.14;
23.2-4; Lc 18.9-14). (2) Os saduceus eram os liberais da época. Não criam no
sobrenatural. Externamente demonstravam obediência à lei de Deus, mas na prática
negavam os seus ensinamentos. Rejeitavam as doutrinas da ressurreição,
dos
anjos, dos milagres, da imortalidade e do juízo vindouro. Tinham uma vida
mundana e moralmente relaxada. Eles, também, perseguiam a Jesus Cristo (Mt
16.1-4).
3.8
FRUTOS DIGNOS DE ARREPENDIMENTO.
O arrependimento genuíno será acompanhado pelo fruto da justiça (cf. 23.23; Lc
3.10-14; At 26.20). A verdadeira fé salvífica e a conversão devem evidenciar-se
por meio de vidas que deixam o pecado e dão frutos agradáveis a Deus (ver Jo
15.16). Aqueles que dizem crer em Cristo e ser filhos de Deus, mas cuja vida
não produz bons frutos, serão como árvores que são cortadas e lançadas ao fogo
(vv. 8-10,12).
INTRODUÇÃO
Nesta
lição, trataremos da “escolha entre a Porta
estreita e a Porta larga”. Esta é uma reflexão profunda inspirada no
texto bíblico de Mateus 7:13,14. Estas passagens, proferidas por Jesus durante
o Sermão da Montanha, oferecem uma metáfora poderosa que convida os crentes a
ponderar sobre as decisões que moldam suas vidas espirituais.
A
analogia entre as portas larga e estreita serve como uma poderosa ilustração,
destacando as diferentes escolhas que cada indivíduo pode fazer. Nosso
propósito é pontuar algumas razões que nos mostram porque devemos escolher a
porta estreita e, do ponto de vista bíblico, como entrar pelo caminho apertado.
Ao
explorar esse ensinamento, buscamos compreender não apenas a natureza das
escolhas diante de nós, mas também os desafios e as recompensas associadas a
cada caminho. O estudo dessas passagens não apenas nos conduz a uma
autorreflexão crítica, mas também nos instiga a considerar as implicações de
nossas escolhas não apenas para a vida presente, mas também para a eternidade.
Nesta
Lição, mergulharemos na essência das palavras de Jesus, examinando os contextos
cultural, histórico e teológico que moldaram essas metáforas. Além disso,
buscaremos compreender como esses ensinamentos podem ser aplicados em nossas
vidas cotidianas, guiando-nos na jornada espiritual em busca de uma compreensão
mais profunda da vontade divina.
I.
PORTAS E CAMINHOS
1.
A Porta estreita
A
imagem da "porta estreita" é uma metáfora poderosa que atravessa as
fronteiras entre a literatura judaica e cristã, encontrando expressão tanto no
Antigo Testamento quanto nas palavras de Jesus registradas no Novo Testamento,
mais especificamente em Mateus 7:14. Para uma compreensão mais profunda dessa
metáfora, é valioso explorar a tradição cultural e histórica na qual ela está
enraizada.
No
contexto bíblico, a cidade murada com uma porta estreita era uma representação
comum de segurança e proteção. As cidades antigas eram frequentemente cercadas
por muralhas, e a porta era a única entrada e saída controlada. Essa porta
estreita, por sua natureza, exigia discernimento e uma passagem cuidadosa. A
escolha de atravessar essa entrada limitada impunha restrições, mas ao mesmo
tempo, proporcionava proteção contra ameaças externas.
Quando
Jesus se refere à "porta estreita" em Mateus 7:14, ele utiliza essa
metáfora familiar para ilustrar o caminho da vida espiritual. Aqui, a porta
estreita não apenas sugere uma passagem restrita, mas também aponta para a
necessidade de uma escolha consciente e deliberada. Entrar por essa porta
requer renúncia e compromisso, pois não é o caminho fácil e amplo que muitos
podem seguir.
A
alusão à porta estreita destaca a singularidade desse caminho espiritual. Não é
um atalho cômodo, mas sim um trajeto que exige empenho, autodisciplina e um
compromisso profundo. A escolha de seguir por essa porta estreita implica
renunciar às conveniências mundanas e abraçar os princípios divinos, exarados
na Palavra de Deus. Ela representa a busca pela santidade, pela justiça e pela
comunhão íntima com Deus.
Ao
explorar a imagem da porta estreita, somos desafiados a refletir sobre nossas
próprias escolhas e compromissos na jornada espiritual. Essa metáfora convida
os crentes a considerar a seriedade de sua busca por Deus e a compreender que a
entrada no reino divino não é automática, mas requer uma decisão consciente de
seguir o caminho que leva à vida. A porta estreita, embora possa parecer
desafiadora, é a entrada para a plenitude da vida espiritual e a intimidade com
o nosso Senhor e Deus.
2.
O caminho apertado
A
expressão figurada do "caminho
apertado" (Mt.7:14) não
apenas apela para a necessidade de escolhas conscientes, mas também revela a
natureza desafiadora e exigente desse trajeto, indicando claramente aqueles que
anseiam pela vida eterna.
A
palavra "apertado", derivada do verbo grego "thlibo",
carrega consigo uma riqueza semântica, abrangendo desde a ideia de ser
pressionado como uvas, até a conotação metafórica de aborrecer, afligir e
angustiar. Este caminho não é espaçoso e confortável; pelo contrário, é
estreito e demanda comprometimento. Exige que aqueles que o trilham se sujeitem
a uma compressão, um aperto que reflete a renúncia às facilidades mundanas.
O
"caminho apertado" torna-se tangível na prática dos ensinamentos de
Jesus, especialmente os delineados no Sermão do Monte (Mateus 5-7). Ele nos
conduz a uma aplicação concreta dos princípios celestiais, desafiando-nos a
amar até mesmo os nossos inimigos, a evitar a hipocrisia e a acumular tesouros
no céu. Trata-se de um itinerário marcado por um compromisso firme com os
valores divinos, onde a compressão e a renúncia são partes integrantes do
percurso em direção à vida eterna.
Portanto,
ao escolhermos trilhar o "caminho apertado", abraçamos não apenas um
conjunto de crenças, mas uma prática diligente e comprometida com a
transformação interior. É um chamado para vivermos de maneira coerente com os
ensinamentos de Cristo, enfrentando os desafios com determinação e
perseverança. Em sua estreiteza, o caminho revela-se como o portal para a
verdadeira vida espiritual, onde a pressão e a firmeza se convertem em
expressões de um comprometimento autêntico e profundo com o Reino de Deus.
3. Porta larga e caminho espaçoso
A
metáfora da "porta larga" e do "caminho espaçoso",
apresentada em Mateus 7:13, simboliza uma vida desprovida de compromisso com os
princípios de Cristo, alinhando-se aos padrões mundanos.
A
"porta larga" e o "caminho espaçoso" representam uma rota
onde indivíduos se entregam às suas próprias ideias (conforme ocorria com o
povo de Israel à época dos juízes - cf. Juízes 21:25), distanciando-se dos
ensinamentos das Escrituras Sagradas. Este é um trajeto marcado pela autonomia
excessiva, onde a verdade bíblica é rejeitada em favor de uma liberdade sem
restrições, conduzindo a uma vida guiada pelo egoísmo e pela busca desenfreada
de prazeres efêmeros.
Ao
optar por essa "porta larga" e pelo "caminho espaçoso", os
indivíduos deliberadamente escolhem viver alheios às verdades fundamentais da
fé cristã, recusando-se a ajustar-se aos padrões divinos revelados nas
Escrituras. Essa escolha representa uma rejeição dos princípios morais e éticos
estabelecidos por Deus, em favor de uma autonomia que, em última análise, leva
à perdição eterna.
Assim,
ao refletir sobre a "porta larga" e o "caminho espaçoso",
somos desafiados a considerar a seriedade das escolhas que fazemos e a
reconhecer a importância de alinhar nossas vidas aos ensinamentos divinos,
rejeitando as tentações sedutoras que nos afastam da verdadeira comunhão com
Cristo.
II. POR QUE ENTRAR PELA PORTA ESTREITA É DIFÍCIL?
1.
Uma porta aberta, porém, difícil
Entrar
pela "Porta Estreita" em direção à pátria celestial é uma jornada
que, embora acessível, apresenta desafios significativos. Diversos obstáculos,
como o egoísmo, o hedonismo, a luxúria, o apego descontrolado ao materialismo,
o inflado ego pessoal e a idolatria, surgem como barreiras que podem dificultar
a passagem da alma humana por esse portal divino. No entanto, as palavras de
nosso Senhor ressoam claramente, indicando que para trilhar o caminho
celestial, é imperativo negar a si mesmo, permitindo que a própria essência
seja subjugada para que a vida seja compartilhada com Ele. Esse ato de
renúncia, como destacado em Mateus 16:24, Romanos 6:6 e Gálatas 5:24, é
essencial para que se manifeste uma glória progressiva e indizível.
Assim,
ao enfrentarmos os desafios da "Porta Estreita", somos convidados não
apenas a superar os impedimentos, mas a abraçar a transformação interna que
conduz a uma comunhão mais profunda com Deus, resultando em uma glória que
transcende qualquer descrição humana.
2.
As oportunidades da “porta larga” são atraentes
É
crucial compreender que, tragicamente, aqueles que se entregam ao amor pelo
mundo não terão o direito de entrar no Céu (cf.1Coríntios 6:9,10; Gálatas
5:19-21). Nesse contexto, o cristão comprometido com o Evangelho de Cristo
compreende que "o mundo passa, e a sua concupiscência; mas aquele que faz
a vontade de Deus permanece para sempre" (1João 2:17).
É
válido destacar, portanto, a importância de discernir além das aparências
atrativas da porta larga, reconhecendo que a verdadeira estabilidade e
maturidade espiritual residem naqueles que escolhem seguir o caminho estreito
da vontade de Deus.
3.
As razões das exigências
Ao
contrário da “porta larga” e do “caminho espaçoso”, a “porta estreita” e o
“caminho apertado’ demandam uma transformação interior, uma decisão pessoal e a
disposição de seguir na contramão da maioria.
Iniciar
a jornada pela “porta estreita” requer o reconhecimento em Cristo como pecador
(2Coríntios 12:9) e a disposição de viver uma vida transformada por Ele,
representando um novo começo (2Coríntios 5:17). Nessa trajetória, o Evangelho
nos guia à santidade, orientando-nos a seguir os passos de Cristo e a andar
conforme Ele andou (1João 2:6). Assim, estaremos preparados para estabelecer
raízes e enfrentar os desafios em nossa jornada cristã (Lucas 8:13,14).
III.
ENTRANDO PELA PORTA E PELO CAMINHO DO CÉU
1.
Arrependimento de pecados
O
evangelho, proclamado por João Batista e continuado por Jesus Cristo, destaca o
arrependimento como uma condição crucial para ingressar no Reino de Deus e
trilhar o caminho celestial.
O
arrependimento, como delineado nas Escrituras, transcende a esfera emocional,
sendo, na verdade, uma transformação profunda no pensamento e na moral do
pecador. Não é apenas um sentimento momentâneo de pesar; é uma mudança de
mentalidade que se manifesta em ações práticas e uma reorientação completa da
vida.
A
mensagem de João Batista, registrada em Mateus 3:1-10, ressalta a importância
dessa transformação interior. Ele destaca a necessidade de "produzir
frutos dignos de arrependimento", enfatizando que o arrependimento genuíno
está intrinsecamente ligado a uma mudança visível no comportamento e estilo de
vida.
A
aceitação do Evangelho desempenha um papel crucial nesse processo de
arrependimento. A pregação do Evangelho confronta o pecador, iluminando a
necessidade de mudança e oferecendo a esperança da redenção através de Cristo.
É a resposta positiva a essa mensagem que inicia a obra regeneradora do
Espírito Santo na vida do crente, capacitando-o a renunciar ao pecado e a
abraçar uma nova trajetória.
O
arrependimento, portanto, não é apenas um ato isolado, mas um compromisso
contínuo. Envolve abandonar o caminho espaçoso da vida mundana e abraçar o
caminho estreito que conduz à vida eterna. Essa escolha não é apenas uma
renúncia de práticas pecaminosas, mas uma decisão consciente de seguir a
orientação divina, buscando a santidade e a conformidade com os princípios do
Reino de Deus.
Em
resumo, o "arrependimento dos pecados" é muito mais do que um gesto
simbólico; é a condição vital para iniciar a jornada rumo à vida eterna.
Envolve uma mudança profunda, uma transformação contínua e a busca diligente
pela vontade de Deus. Assim, ao compreendermos e abraçarmos verdadeiramente o
arrependimento, damos passos significativos em direção ao caminho celestial que
nos conduz à plenitude da vida eterna em perfeita comunhão com Deus.
2.
Confissão de pecados
A
importância da confissão de pecados no contexto bíblico é inegável, sendo um
processo essencial para o relacionamento restaurado entre o indivíduo e Deus.
O
ponto de partida para a confissão de pecados é o reconhecimento sincero da
condição pecadora do ser humano, conforme enfatizado em Romanos 3:23. Este é um
aspecto crucial, pois sem essa compreensão, a necessidade de redenção e perdão
perde seu significado.
A
confissão de pecados não é um mero reconhecimento de falhas, mas um testemunho
da necessidade de um Salvador. Como destacado em Romanos 10:9,10, a confissão
de que Jesus é o Senhor e a crença na ressurreição são elementos centrais desse
ato. É a aceitação consciente da oferta salvífica de Cristo.
O
Salmo 32:5 sublinha a importância da confissão na restauração da comunhão com
Deus. A confissão sincera dos pecados permite que a barreira entre o homem e
Deus seja removida, estabelecendo uma conexão renovada e revitalizada.
A
confissão, aliada ao arrependimento, é um meio pelo qual o perdão dos pecados é
obtido. Provérbios 28:13 destaca que aquele que confessa e deixa os pecados
encontra misericórdia. Além disso, 1João 1:7 ressalta que o sangue de Jesus
purifica de todo pecado. A análise desses versículos sugere que a confissão não
é um ato isolado, mas um componente contínuo da vida cristã. É um processo de
humildade e submissão constante diante de Deus, reconhecendo a necessidade
contínua da Sua graça e perdão.
Portanto,
a confissão de pecados é um elemento vital na jornada espiritual. Ela não
apenas revela a consciência da condição humana, mas também aprofunda a
compreensão da necessidade de um Salvador. É através desse ato que a comunhão
com Deus é restaurada, e o perdão divino é experimentado. A confissão de
pecados não é apenas uma formalidade, mas um processo dinâmico que molda a vida
cristã, destacando a contínua dependência da graça redentora de Deus.
3.
Produzindo frutos de arrependimento
“Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento”
(Mateus 3:8).
O
conceito de produzir frutos de arrependimento, conforme apresentado na mensagem
de João Batista, revela não apenas uma mudança de palavras, mas uma
transformação genuína e visível na vida daqueles que se arrependem. João
Batista não estava satisfeito com um arrependimento apenas superficial; ele
exigia evidências tangíveis na forma de frutos. Esses frutos não eram apenas
símbolos externos, mas expressões concretas de uma transformação interior,
destacando uma mudança real na atitude e no comportamento (Lucas 3:11-14).
Veja
algumas características importantes de arrependimento:
a) Marcas
de um arrependimento sincero. Os
frutos mencionados por João Batista incluem práticas como a generosidade, a
honestidade e o respeito às autoridades. Essas não eram apenas ações isoladas,
mas representavam uma mudança profunda no caráter e nas atitudes das pessoas.
Essas eram as marcas de um arrependimento que impacta todas as áreas da vida.
b) Uma
transformação interna e externa. A
referência a "uma nova forma de pensar e agir, um novo estilo de
vida", em Mateus 3:2; 21:29; Marcos 1:15, enfatiza que o arrependimento
vai além de simples palavras; é uma transformação que se reflete tanto interna
quanto externamente, afetando não apenas as ações, mas também as motivações e
as atitudes.
c) Frutos
contínuos. A
expectativa de produzir frutos não é apenas um evento pontual, mas um processo
contínuo na vida daqueles que se arrependem. Esses frutos são indicativos de
uma vida constantemente alinhada com os princípios do reino de Deus.
d) Encontro
genuíno com Jesus. A
conexão entre o arrependimento e a produção de frutos destaca a qualidade do
encontro pessoal com Jesus. Esse encontro não é apenas uma mudança de crença
teórica, mas uma experiência que molda e direciona toda a vida.
Enfim, para João Batista e conforme as Escrituras,
arrependimento verdadeiro resulta em frutos visíveis e duradouros. Esses frutos
não são apenas demonstrações externas, mas indicadores de uma mudança profunda
que afeta a essência da pessoa. Portanto, a produção de frutos de
arrependimento é mais do que uma exigência; é a evidência convincente de uma
transformação autêntica na vida daqueles que se voltam para Deus de todo
coração.
CONCLUSÃO
A
metáfora das Portas e Caminhos ilustra vividamente a dicotomia entre seguir o
curso fácil, atraente e populoso da Porta Larga, e optar pelo desafio e
comprometimento da Porta Estreita. Escolher a Porta Estreita implica mais do
que apenas fazer uma decisão superficial; é um chamado à transformação interna,
um reconhecimento humilde de nossa condição pecaminosa e uma entrega total a
Cristo como Senhor. A nova vida que se inicia, conforme mencionado em
2Coríntios 5:17, não é apenas uma melhoria, mas uma completa renovação do ser.
O
compromisso com a Porta Estreita, guiado pelo Evangelho, nos conduz à busca
pela santidade e à tentativa sincera de seguir os passos de Cristo. Isso não é
uma jornada solitária, mas uma caminhada em comunhão com Deus e em conformidade
com os princípios divinos. É uma busca constante para viver de acordo com os
padrões estabelecidos por Cristo, conforme mencionado em 1João 2:6.
Ao
enfrentarmos os desafios da jornada cristã, representados pelos obstáculos
mencionados em Lucas 8:13,14, a solidez das raízes que desenvolvemos ao
escolher a Porta Estreita torna-se crucial. Essa escolha não é isenta de
dificuldades, mas é sustentada pela promessa de uma vida transformada e
direcionada por Deus.
Enfim,
o tema da Porta Larga e Estreita nos lembra que a escolha que fazemos hoje
molda não apenas nosso presente, mas também nosso destino eterno. A Porta
Estreita, embora exigente, oferece a promessa de uma jornada significativa e a
garantia da vida eterna com Deus. Que possamos, com sabedoria e discernimento,
escolher o caminho que conduz à verdadeira plenitude em Cristo.


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