sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

AS CARTAS DAS 7 IGREJAS NO APOCALIPSE

 As Cartas das 7 Igrejas no Apocalipse: Mensagens para Todos os Tempos

O que significam as sete igrejas do Apocalipse?

As cartas às sete igrejas do Apocalipse são um dos textos mais intrigantes e ricos em simbolismo do Novo Testamento. Escritas por João, o apóstolo, essas cartas foram dirigidas a comunidades cristãs específicas na Ásia Menor, mas suas mensagens transcendem o tempo e o espaço, aplicando-se à Igreja em todas as épocas.

O Contexto Histórico

As sete igrejas - Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia - eram comunidades cristãs que enfrentavam desafios e tentações particulares em seu contexto histórico. Cada carta, portanto, apresenta uma análise específica da situação de cada igreja, oferecendo elogios, repreensões e exortações adequadas.

O Significado Simbólico

Embora as cartas sejam direcionadas a igrejas específicas, elas também possuem um significado simbólico mais amplo. As sete igrejas podem representar diferentes estágios na vida espiritual de um cristão ou de uma igreja ao longo da história. Cada carta, então, serve como um espelho para que possamos examinar nossa própria fé e prática.

As Mensagens Centrais

As mensagens principais nas cartas às sete igrejas podem ser resumidas em alguns pontos-chave:

  • Fidelidade: A fidelidade a Cristo e aos seus ensinamentos é um tema recorrente. As igrejas são elogiadas por sua perseverança e repreendidas por suas apostasias.
  • Obras: As obras dos cristãos são importantes, mas não podem substituir a fé. A verdadeira fé se manifesta em ações concretas.
  • Espírito Santo: O Espírito Santo é o consolador e guia dos cristãos. É Ele quem capacita os crentes a vencerem as dificuldades e a perseverar na fé.
  • Segunda Vinda de Cristo: A esperança na segunda vinda de Cristo é uma das marcas distintivas do cristianismo. As cartas incentivam os cristãos a permanecerem vigilantes e preparados para o retorno de Jesus.

A Relevância para os Cristãos de Hoje

As cartas às sete igrejas continuam a ser relevantes para os cristãos de hoje, pois:

  • Apresentam desafios universais: Os desafios enfrentados pelas igrejas do primeiro século são semelhantes aos desafios que as igrejas enfrentam hoje.
  • Oferecem princípios eternos: Os princípios bíblicos contidos nas cartas são válidos para todas as épocas e culturas.
  • Incentivam o crescimento espiritual: As cartas nos desafiam a crescer em nossa fé e a nos tornar mais semelhantes a Cristo.

REFLEXÃO BIBLICA

As cartas às sete igrejas são um tesouro para os cristãos. Ao estudar essas cartas, podemos:

  • Aprender sobre a história da Igreja: Compreender como as primeiras comunidades cristãs enfrentaram os desafios de seu tempo.
  • Aprofundar nossa fé: Descobrir os princípios bíblicos que guiam a vida cristã.
  • Aplicar os ensinamentos bíblicos à nossa vida: Usar as cartas como um guia para o crescimento espiritual.

 

As sete igrejas descritas em Apocalipse 2-3 são sete igrejas literais quando João, o apóstolo, estava escrevendo Apocalipse. Embora fossem igrejas literais naquele tempo, há também um significado espiritual para as igrejas e os crentes de hoje. O primeiro objetivo das cartas era de se comunicar com as igrejas literais e satisfazer as suas necessidades naquele momento. O segundo propósito era de revelar sete tipos diferentes de indivíduos/igrejas ao longo da história e instruí-los na verdade de Deus.

Um possível terceiro propósito é usar as sete igrejas para prenunciar sete diferentes períodos da história da Igreja. O problema com essa visão é que cada uma das sete igrejas descreve problemas que poderiam existir na Igreja em qualquer momento de sua história. Assim, embora possa haver alguma verdade com as sete igrejas representando sete eras, há especulação demais a esse respeito. Nosso foco deve estar na mensagem que Deus está nos dando através das sete igrejas. As sete igrejas são

(1) Éfeso (Apocalipse 2:1-7) - a igreja que havia abandonado o seu primeiro amor (2:4).

(2) Esmirna (Apocalipse 2:8-11) - a igreja que sofreria perseguição (2:10).

(3) Pérgamo (Apocalipse 2:12-17) - a igreja que precisava se arrepender (2:16).

(4) Tiatira (Apocalipse 2:18-29) - a igreja que tinha uma falsa profetisa (2:20).

(5) Sardes (Apocalipse 3:1-6) - a igreja que tinha adormecido (3:2).

(6) Filadélfia (Apocalipse 3:7-13) - a igreja que tinha sofrido pacientemente (3:10).

(7) Laodiceia (Apocalipse 3:14-22) - a igreja com a fé morna (3:16).

As Sete Igrejas do Apocalipse

As sete igrejas da Ásia Menor, são, originalmente, as destinatárias do livro do Apocalipse. Essas igrejas ficaram popularmente conhecidas como “as sete igrejas do Apocalipse “. É importantíssimo para um estudo correto do livro do Apocalipse conhecermos um pouco mais sobre essas igrejas.

Por que sete igrejas?

Primeiramente precisamos entender que o número “sete” é muito representativo na construção do livro do Apocalipse. O número “sete” é aplicado explicitamente 54 vezes em todo livro, incluindo: as sete igrejas, sete estrelas, sete espíritos, sete selossete trombetassete taças e etc. Implicitamente temos várias aplicações como: sete seções que dividem o livro, sete bem-aventuranças, sete referências a Palavra de Deus, sete vezes a referência “Deus todo poderoso”, dentre outras.

Basicamente, o número sete no Apocalipse representa a totalidade, algo completo. Sendo assim, uma boa explicação sobre o porquê de “sete igrejas” é a indicação de que o livro é atual para todas as igrejas de todas as épocas, porém sem desconsiderar que as sete igrejas descritas são as destinatárias primárias.

É importante dizer que na Ásia Menor existiam outras igrejas, como por exemplo, a igreja em Colossos. Isto nos leva à outra pergunta: qual foi o critério de escolha das sete igrejas? Para esta pergunta, definitivamente não existe uma resposta conclusiva. Em primeira instância, a ordem sobre as igrejas destinatárias do livro do Apocalipse partiu particularmente de Cristo (Ap 1:11), e, para mim, isso já é o suficiente.

Uma explicação utilizada por alguns estudiosos é que as sete igrejas escolhidas estavam próximas umas das outras (no máximo 55 km), interligadas por boas estradas romanas, o que facilitaria a troca de correspondência. Outro fato interessante é que em todas essas cidades de cada uma das igrejas, existia uma corte romana, o que naquela época representava grandes problemas para os cristãos. Inclusive, em Éfeso, Esmirna e Pérgamo, havia templos onde era celebrado o culto ao imperador.

Quais são as sete igrejas do Apocalipse?

A relação das sete igrejas pode ser encontrada facilmente logo no capítulo 1 do livro do Apocalipse (Ap 1:11), sendo elas: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodicéia. Vale saber que a Ásia Menor é atualmente a região ocidental da Turquia.

Os sete castiçais e as sete estrelas

Após receber a ordem de escrever o livro para as sete igrejas, João teve uma visão de Cristo andando no meio de sete castiçais (ou candeeiros), e, entre outras características, Ele tinha em Sua destra sete estrelas.

No próprio capítulo 1 temos a explicação sobre este simbolismo. Os sete castiçais de ouro representam as sete igrejas, e as sete estrelas representam os anjos das sete igrejas.

Quem são os anjos das sete igrejas do Apocalipse?

As cartas são endereçadas ao anjo de cada igreja, isso fica claro no texto. Existem duas interpretações sobre quem seriam os anjos das sete igrejas:

  1. A primeira interpretação defende que se trata de seres celestiais, ou seja, literalmente anjos. Essa interpretação busca algumas referências no Antigo Testamento onde seres celestiais são designados a ajudar e proteger um determinado povo. Porém, porque João escreveria para anjos, sendo que eles estão constantemente na presença de Deus? Como seria possível escrever um livro e enviar a um anjo? Estas e outras objeções são as maiores fraquezas desta posição.
  2. A segunda interpretação considera principalmente o fato de que a palavra “anjo” significa literalmente “mensageiro”, que pode ser tanto um ser celestial como um humano. Sendo humano, a palavra “anjo” cabe perfeitamente aos líderes das igrejas. Uma fraqueza desta posição é que em nenhum outro lugar da Bíblia líderes da Igreja (presbíteros, bispos, pastores) são identificados como “anjos”.

Reconheço que ambas as interpretações possuem problemas, porém, particularmente, prefiro a última posição.

A estrutura das sete cartas

É importante entender que o livro do Apocalipse é uma unidade, e seu conteúdo como um todo foi destinado às sete igrejas, embora dentro do próprio Apocalipse temos de forma claramente dividida sete cartas às sete igrejas. Isso não significa que foram escritos sete livros individuais, mas, muito provavelmente, um único livro que foi lido em cada uma das sete igrejas, tendo na seção inicial uma carta individual a cada uma delas. Boa parte dos estudiosos concorda que essa posição.

Em cada uma dessas cartas individuais dentro do Apocalipse, podemos notar um padrão de organização do conteúdo. Willian Hendriksen, na obra Mais Que Vencedores, destaca esse padrão:

  1. Saudação e destinatário: “Ao anjo da Igreja em Éfeso…” (2:1,8,12,18; 3:1,7,14);
  2. Autodesignação de Cristo: “Aquele que conserva na mão direita as sete estrelas…” (2:1,8,12,18; 3:1,7,14). Note que existe um paralelo entre quase todos esses títulos com a descrição simbólica de Cristo no capítulo 1 (vers. 12-20);
  3. Aprovação: “Conheço as tuas obras, assim o teu labor como a tua perseverança…” (apenas a igreja de Laodicéia não recebe aprovação);
  4. Condenação: “Tenho, porém, contra ti…” (as igrejas de Esmirna e Filadélfia não possuem nada condenável);
  5. Advertência e ameaça: “Lembra-te, pois, de onde caíste… se não…” (as igrejas de Esmirna e Filadélfia não recebem advertências);
  6. Exortação: “Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.”;
  7. Promessa: “Ao vencedor dar-lhe-ei de comer da árvore da vida…”.

 

As características de cada igreja nas sete cartas

1- Éfeso: 


a Igreja de Éfeso é elogiada por seu bom trabalho, por rejeitar o mal, por sua perseverança e por ser paciente. A crítica fica por conta do esfriamento de seu primeiro amor. A recomendação é que a igreja se arrependa e volte a praticar as primeiras obras. Éfeso recebe como promessa a árvore da vida.

Quando observamos as várias citações a respeito desta igreja, verificamos que houve um declínio gradual: Atos 20:29-30; 1 Coríntios 15:32; 1 Timóteo 1:3; 2 Timóteo 1:15.
A característica apontada por Cristo é que ela havia deixado o seu primeiro amor. A perda da sua motivação e do poder de devoção e serviço caracterizam a primeira decadência da igreja, e embora talvez ninguém tivesse observado, isso foi notado pelo Senhor. Ele fala disso como sendo uma queda, e pede que haja arrependimento, caso contrário iria remover o seu castiçal (símbolo de testemunho). Do ponto de vista histórico, Éfeso representa a igreja depois da partida de seu prudente construtor (Paulo, conforme 1 Co 3:10).

 

2- Esmirna: 

a Igreja de Esmirna é elogiada por suportar o grande sofrimento a que estava sendo submetida. Esmirna não recebe nenhuma crítica. A recomendação é de que sejam fiéis até a morte e resistam à perseguição. Esmirna recebe como promessa a coroa da vida.

 Nada é falado no sentido de uma desaprovação; a igreja está numa época de perseguição e é encorajada por Cristo. A perseguição pode ser usada para tornar manifesto o que é verdadeiro, elevar a alma mais perto do Senhor. Os santos eram exortados a permanecer fiéis até a morte, pois Cristo lhes daria a coroa da vida. Historicamente, esta igreja representa o período de perseguição que aconteceu sob o reinado de Nero. Os “dez dias” do versículo 10 podem representar dez diferentes perseguições, ou se referirem aos dez anos que durou a perseguição feita pelo imperador Diocleciano. De qualquer forma, um tempo determinado de perseguição demonstrava que ela teria um fim.

 

3- Pérgamo: 


a Igreja de Pérgamo é elogiada por manter a fé e a confiança em Cristo. É criticada por tolerar a imoralidade, a idolatria e as heresias. A recomendação é um convite ao arrependimento. Pérgamo recebe como promessa o maná escondido e uma pedra com novo nome.

Encontramos aqui indicações claras de que o mal estava sendo permitido. Primeiro por se permitir aqueles que seguiam a doutrina de Balaão, que a levara a um comércio corrupto com o mundo; também havia aqueles que seguiam a doutrina dos Nicolaítas, a qual o Senhor aborrecia. Historicamente esta igreja provavelmente representa o período quando o Cristianismo foi adotado pelos poderes deste mundo (“onde está o trono de Satanás”), o que levou milhares de pessoas a se tornarem nominalmente “cristãs”, trazendo para o cristianismo elementos pagãos. Satanás alterou sua forma de agir e, a partir de então, os perigos foram diferentes. Mas o Senhor buscava por aqueles que haveriam de vencer.

 

4- Tiatira: 


a Igreja de Tiatira é elogiada pelo amor, fé e paciência que demonstra. Também pelo serviço prestado, e as boas obras que melhoraram em relação ao início. É criticada por tolerar a idolatria e a imoralidade. A recomendação é que sejam fiéis, pois o julgamento está próximo. Recebem a promessa de que governarão nações e receberão a estrela da manhã.

O mal permitido nesta igreja era sistemático e controlava as pessoas, como é indicado pelo nome da mulher, Jezabel, que se denominava a si mesma “profetiza”. O resultado disso foi fornicação moral e idolatria, além do que o sistema produzia “filhos”. A atitude do Senhor é severa: Seus “olhos como chama de fogo e os pés semelhantes ao latão reluzente”. Um “restante” ou remanescente é notado naquela igreja e a maneira como o Senhor se dirige a eles (“quem tem ouvidos ouça”) ocorre, daqui para a frente, sempre depois da promessa ao que vencer, indicando que a partir de então era de se esperar que apenas aqueles que vencessem iriam ter ouvidos para ouvir o que o Espírito diz às igrejas. É dado ainda, na promessa feita ao vencedor, um vislumbre do reino. Historicamente, Tiatira representa aquela fase da história da igreja na qual a influência de Roma juntamente com sua tirania, mundanismo e corrupção, tornou-se predominante. Não é difícil de identificarmos Jezabel com a grande meretriz dos capítulos 17 a 18 deste mesmo livro.

 

 

5- Sardes: 


na Igreja de Sardes alguns têm sido fiéis, porém é duramente criticada por ser uma igreja morta. A recomendação é para que se arrependam e fortaleçam o que ainda lhes restam. Aos fiéis são prometidos vestidos brancos.

Uma sentença bastante clara mostra o caráter desta igreja: “tens nome de que vives e estás morto”. Tratava-se de um nome que deveria trazer vida, mas em Sardo estava mortificada com morte espiritual. Houve uma fuga das corrupções de Roma, mas a verdade em seu poder purificador estava perdida. No entanto existiam algumas pessoas que não contaminaram seus vestidos. A vinda do Senhor “como um ladrão” nos faz lembrar do caráter de Sua vinda para o mundo conforme encontramos em 1 Tessalonicenses 5:2. Historicamente Sardo representa o Protestantismo, após este haver perdido seu poder espiritual e se tornado mundano e político.

 

6- Filadélfia: 


a Igreja de Filadélfia é elogiada por perseverarem na fé, por obedecerem a Cristo e honrarem Seu nome. Filadélfia não recebe nenhuma crítica. A recomendação é para que sejam fiéis. Para Filadélfia é prometido um lugar na presença de Deus, um novo nome e a Nova Jerusalém.

Nenhum mal é apontado nesta igreja. Cristo Se apresenta como “o que é santo, o que é verdadeiro”, e como tendo a chave administrativa; e diz ainda, “tendo pouca força, guardaste a Minha palavra, e não negaste o Meu nome” … “como guardaste a palavra da Minha paciência”. Para eles, somente o Senhor tem um lugar de proeminência, e a igreja é guardada da hora de tribulação que vem sobre toda a Terra. Pode-se dizer que o desenvolvimento histórico da igreja termina em Tiatira e que Filadélfia representa fidelidade unicamente ao Senhor nos últimos dias da história da igreja; fidelidade esta demonstrada por aqueles que estão buscando permanecer moralmente na verdade da igreja.

 

7- Laodicéia: 


a Igreja de Laodicéia não é elogiada em nada, ao contrário, é criticada por ser morna, indiferente, e por não perceber a própria condição miserável em que se encontra. Laodicéia recebe a recomendação para se arrependerem e serem zelosos, e os que vencerem recebem a promessa de que compartilharão do trono de Cristo.

Esta igreja não é caracterizada por algum mal específico nem por alguma prática ou doutrina, mas pelo orgulho de suas possessões e pela sua autossuficiência, acompanhada de indiferença a Cristo. Enquanto se vangloria de ser rica e não precisar de coisa alguma, na verdade ela é desgraçada, miserável, pobre, cega e nua. O homem, em sua vontade própria é sua principal característica e Cristo não é levado em conta. Aqui é representada a arrogância do racionalismo e da alta crítica nos últimos dias da igreja sobre a Terra: Cristo está do lado de fora, mas continua chamando, batendo à porta para que Lhe seja permitido entrar no coração individual.

 

Qual o significado das sete igrejas do Apocalipse?

Resumidamente, existem duas interpretações sobre o significado das sete igrejas do Apocalipse. Uma defende que as sete igrejas representam sete eras, ou períodos, sucessivos da História da Igreja. A outra interpretação defende que as sete igrejas representam condições que ocorrem em qualquer período da História da Igreja, e se repetem constantemente, e não apenas períodos específicos. Particularmente, penso que essa última posição é a mais correta.

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