sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

PARÁBOLAS - COMPREENDENDO A MENSAGEM DO REINO DE DEUS

 

PARÁBOLAS - COMPREENDENDO A MENSAGEM DO REINO DE DEUS

 

TEXTO BÍBLICO: Ele, respondendo, disse-lhes: Porque a vós é dado conhecer os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não lhes é dado” (Mt 13.11)

VERDADE PRÁTICA: Na semeadura da Palavra de DEUS, é de muita importância a qualidade da terra que recebe a divina semente.

LEITURA BÍBLICA: MATEUS 13.1-9

1- Naquele mesmo dia JESUS saiu de casa e assentou-se junto ao mar. 2- Ajuntaram-se grandes multidões ao seu redor, de sorte que entrou num barco e se assentou, enquanto toda a multidão estava em pé na praia. 3- E falou-lhes de muitas coisas por meio de parábolas, dizendo: Certo semeador saiu a semear. 4- E, quando semeava, parte da semente caiu à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram. 5- Outra parte caiu em terreno pedregoso, onde não havia terra bastante, e logo nasceu, porque a terra não era funda. 6- Mas, saindo o sol, queimou-se, e secou-se, porque não tinha raiz. 7- Outra parte caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e a sufocaram. 8- Outra caiu em boa terra, e deu fruto: uma semente produzindo a cem, outra a sessenta e ainda outra a trinta por um. 9- Quem tem ouvidos para ouvir, ouça.


SAIU O SEMEADOR A SEMEAR. Esta parábola conta como o evangelho será recebido no mundo. Três verdades podem ser aprendidas nesta parábola:

(1) A conversão e a frutificação espiritual dependem de como a pessoa se porta ante a Palavra de DEUS (v. 14; cf. Jo 15.1-10).

(2) Haverá diferentes reações ante o evangelho, da parte do mundo. Uns ouvirão, mas não entenderão (v. 15; Mt 13.19). Uns crerão, mas depois se desviarão (vv. 16-19). Uns perseverarão e frutificarão em diferentes proporções (v. 20).

(3) Os inimigos da Palavra de DEUS são: Satanás, os cuidados deste mundo, as riquezas e os prazeres pecaminosos desta vida (vv. 15,19; Lc 8.14).


AS PARÁBOLAS DO REINO. No capítulo 13 de Mateus temos as parábolas do reino dos céus, que descrevem o resultado da pregação do evangelho e das condições espirituais prevalecentes na terra, na esfera da manifestação visível do reino dos céus, até o fim dos tempos.

(1) Em quase todas estas parábolas, CRISTO ensina que dentro da esfera da manifestação visível atual, do reino dos céus entre os homens, haverá o bem e o mal, e o verdadeiro e o falso. Entre aqueles que professam aqui o seu nome, haverá a apostasia e o mundanismo, bem como a fidelidade e a piedade. No fim da presente era, o mal será destruído (vv. 41, 49), mas os justos resplandecerão como o sol, no Reino de seu Pai (v. 43).

(2) Estas parábolas foram proferidas a fim de que os verdadeiros seguidores de DEUS saibam que o mal e a oposição da parte de Satanás e seus seguidores existirão aqui na terra, até mesmo dentro do atual reino visível dos céus (vv. 25,38,48), que é a igreja, uma manifestação parcial do pleno e futuro reino prometido por DEUS a Davi, e que será regido por JESUS (2 Sm 7.12-16; Lc 1.32,33; Dn 2.44; Ap 11.15). A única maneira de a pessoa vencer Satanás e a influência do mal será pela dedicação sincera e total a CRISTO (vv. 44, 46), e vivendo em santidade (v. 43; ver Ap 2.3 para exemplos de bem e do mal dentro das igrejas).

(3) As parábolas são histórias tiradas da vida diária para descrever e ilustrar certas verdades espirituais. Sua singularidade consiste em revelar a verdade aos espirituais e, ao mesmo tempo, ocultá-la dos incrédulos (v.11).

A parábola pode, às vezes, demandar uma decisão da pessoa (e.g., Lc 10.30-37).
 

LEITURA DIÁRIA:



1 - Mt 7.24-27 Dois tipos de ouvintes, sensato e insensato

24 Portanto todo aquele que ouve estas minhas palavras e as prática, será semelhante ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha. 25 Desceu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e deram contra aquela casa; contudo, ela não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. 26 Aquele que ouve estas minhas palavras, mas não as cumpre, será comparado ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia. 27 Desceu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos, e deram contra aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua queda.

A prudência é a capacidade de cada um receber e permanecer no reino de DEUS, aquele que ouve e pratica os ensinos de JESUS edifica sua casa, ou seja, edifica-se a si mesmo na rocha que é CRISTO, a este Satanás não consegue derrubar ou desviar da fé verdadeira.
 

2 - Jo 4.40-42 Os samaritanos ouvem e crêem na Palavra

40 Vindo ter com ele os samaritanos, rogaram-lhe que permanecesse com eles, e ficou ali dois dias. 41 E por causa das suas palavras, muitos mais creram nele. 42 Diziam à mulher: Já não é pelo teu dito que nós cremos; agora nós mesmos o ouvimos falar, e sabemos que este é verdadeiramente o Salvador do mundo.
Só de ouvir JESUS é que vem a fé para a salvação, pois, a fé vem pelo ouvir e o ouvir pela Palavra de DEUS.

3 – Jo 5.24 A recompensa de quem ouve e crê na Palavra

24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna, e não entrará em condenação, mas passou da morte para a vida.

5.24 OUVE... CRÊ. JESUS descreve aquele que tem a vida eterna, e que não entrará em condenação, como aquele que "ouve... e crê". "Ouve" (do grego akouon, de akouo) e "crê" (gr. pisteuon, de pisteuo) são gerúndios que enfatizam ação contínua (i.e., "quem está ouvindo e crendo"). Portanto, o "ouvir" e o "crer" não são atos de um único momento, mas de ação continuada. JESUS afirma que a nossa atual possessão da vida eterna depende de uma fé viva no presente, e não de uma decisão de fé feita nalgum tempo passado (ver 1.12; 4.14).
5.24 NÃO ENTRARÁ EM CONDENAÇÃO. "Condenação" (gr. krisis) é usada aqui no sentido da condenação à morte eterna. O crente não será condenado com o mundo (1 Co 11.32). Aqui não se refere à futura prestação de contas do cristão; ao seu julgamento no tocante à sua fidelidade à graça de DEUS que lhe foi concedida enquanto estava na terra.

4 – Rm 10.17 A fé provém do ouvir a Palavra

17De sorte que a fé vem pelo ouvir, e o ouvir pela palavra de DEUS.

DEUS nos deu uma boca para falar e nos alimentarmos, porém para ouvir a Palavra de DEUS e ter fé, nos deu dois ouvidos. A boca espiritual do crente é seu ouvido.

 5 - 1 Ts 1.6 Devemos receber a Palavra com alegria

6 E vós vos tornastes nossos imitadores, e do Senhor, recebendo a palavra em muita tribulação, com gozo do ESPÍRITO SANTO.
Atos dos Apóstolos 5.41 Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de JESUS.
Hebreus 10.34 Porque também vos compadecestes dos que estavam nas prisões e com gozo permitistes a espoliação dos vossos bens, sabendo que, em vós 
mesmos, tendes nos céus uma possessão melhor e permanente.

6 – Tg 1.19 O crente deve sempre estar pronto para ouvir

19 Sabei isto, meus amados irmãos: Todo homem seja pronto para ouvir, tardio para falar e tardio para se irar,
Eclesiastes 5.1 Guarda o teu pé, quando entrares na Casa de DEUS; e inclina-te mais a ouvir do que a oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal.
2 Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de DEUS; porque DEUS está nos céus, e tu estás sobre a terra; pelo que sejam poucas as tuas palavras.
Provérbios 10.19 Na multidão de palavras não falta transgressão, mas o que modera os seus lábios é prudente.
 
OBJETIVOS:

Após esta aula, seu aluno deverá estar apto a:

1-Narrar esta parábola com suas próprias palavras.

2-Verbalizar o propósito central do ensino de CRISTO nesta parábola.

3-Aplicar as lições desta parábola em sua própria vida.

PONTO DE CONTATO:  segundo a Bíblia, a fé nasce no coração do pecador quando este ouve a Palavra de DEUS, pois não se pode crer “naquele de quem não se ouviu” (Rm 10.14,17). Para que a fé nasça no coração do homem, é necessário que a Palavra de DEUS lhe seja comunicada com clareza. Nesta lição, os quatro tipos de solos que estudaremos, representam o modo como as pessoas respondem à pregação do Reino de DEUS em seus corações. Tenha em mente que sempre haverá diferentes respostas aos seus ensinos, por isso, ore a fim que o ESPÍRITO SANTO convença os seus alunos a respeito das verdades bíblicas que serão apresentadas durante esta aula (Jo 16.7-13).

SÍNTESE TEXTUAL: A parábola do Semeador é a primeira dentre as sete proferidas por JESUS às margens da Galiléia, e todas fazem parte do primeiro grupo de discursos feitos por CRISTO, registrado em Mateus 13.1-58. Os objetivos do Mestre nestas exposições eram patentes: combater a oposição dos fariseus ao seu ministério e instruir seus discípulos concernente à natureza e ao crescimento do reino messiânico.

Nesta parábola, a semente que frutificou foi justamente a que caiu em “boa terra” (v.8). As demais, perderam-se à “beira do caminho” (v.4), “nos pedregais” (v.5), e entre os “espinhos” (v.7). Há pessoas que, mesmo entendendo a mensagem divina, não respondem positivamente à pregação do Evangelho (Rm 10.16), seja pela incredulidade e dureza de seu coração (Mc 16.14), ou pela ação do Maligno (2 Co 4.4). Contudo, muitos ouvem e compreendem a mensagem do Reino de DEUS, produzindo frutos espirituais. O ensino central desta parábola é que o Reino de DEUS se manifesta a todos os homens, mas nem todos compreendem sua mensagem.

ORIENTAÇÃO DIDÁTICA: Professor, para esta lição, utilize como recurso um Gráfico Descritivo. Através dele você pode apresentar a seus alunos um resumo da interpretação de Mateus 13.18-23.

Distribua uma folha para cada aluno contendo apenas o nome dos quatro tipos de terrenos nas colunas correspondentes. À medida que a parábola for sendo interpretada, os alunos poderão preencher o restante das colunas.

 

TIPOS DE TERRENO

BEIRA DO CAMINHO

EM PEDREGAIS

ENTRE ESPINHOS

EM TERRA FÉRTIL

DESCRIÇÃO

Mt 13.19

Mt 13.20

Mt 13.22

Mt 13.23

PRONTIDÃO

Ouve

Ouve

Ouve

Ouve

RECEPÇÃO

Não entende

Recebe com Alegria

Seduzido pela riqueza

Compreende

CONCLUSÃO

Maligno arrebata a semente (2Co 4.4)

Não resiste a angústia e ofende-se (Rm 8.31-39)

Sufoca a semente (1Tm 6.10)

Produz fruto (1Co 15.58)

 

COMENTÁRIO: INTRODUÇÃO

A parábola do Semeador relata com exatidão a humanidade através dos tempos. É interessante mencionar que o próprio JESUS, após narrá-la, revelou o significado desta para seus discípulos. Nesta parábola, Ele se volta para a vida agrícola de Israel com o objetivo de ilustrar os tipos de corações que recebem a semente da Palavra de DEUS, tornando-a um dos mais edificantes e esclarecedores ensinos a respeito deste assunto.

 


Princípios Básicos da Palavra de DEUS:

1- Palavras São Sementes

"A semente é a palavra de DEUS” (Lc 8.11)

 

2- Palavras Faladas São Sementes Plantadas

Gn 3.5 Porque DEUS sabe que no dia em que comerdes desse fruto, vossos olhos se abrirão, e sereis como DEUS, conhecendo o bem e o mal. (Plantação de Satanás).

Jo 5.24 Em verdade, em verdade vos digo que quem ouve a minha palavra, e crê naquele que me enviou, tem a vida eterna e não entra em juízo, mas já passou da morte para a vida.

 

3- Cada Semente Produz De Acordo Com Sua Espécie

Gn 1.12 A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. E viu DEUS que isso era bom. (Semente de Abacate produz abacate e não Laranja)

Palavra De DEUS Produz Vida - Jo 6.63 O espírito é o que vivifica, a carne para nada aproveita; as palavras que eu vos tenho dito são espírito e são vida.

Palavra De Satanás Produz Morte - Rm 5.12 Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porquanto todos pecaram.

 

4- Palavras Têm Poder Para Produzir Vida Ou Morte

Dt 30.19 O céu e a terra tomo hoje por testemunhas contra ti de que te pus diante de ti a vida e a morte, a bênção e a maldição; escolhe, pois, a vida, para que vivas, tu e a tua descendência, (Tanto Moisés como Josué fizeram com que o povo confessasse a aliança)

Pv 18.21morte e a vida estão no poder da língua; e aquele que a ama comerá do seu fruto.

 

- Um ovo de águia num ninho de Galinha não produzirá um pintinho, mas sim uma aguiazinha ou pintainho.

- Quando vamos nos consultar e temos algum problema de saúde o médico pergunta logo se temos alguém na família como o mesmo tipo de problema, porque ele sabe que podemos herdar alguma doença de nossos pais ou parentes (congênito); a semente estava plantada. Por isso nascemos em pecado, herdado de nosso primeiro pai Adão. É preciso nascer de novo de nova semente, da Palavra de DEUS, para que assim possamos gerar vida e vida em abundância.

Êx 20.5 Não te encurvarás diante delas, nem as servirás; porque eu, o Senhor teu DEUS, sou DEUS zeloso, que visito a iniqüidade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração daqueles que me odeiam. (Gl 3.13- solução)

Condição para salvação (é pela graça, através da fé, porém tem que haver palavras de vida para confirmação)

Mt 10. 32 Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, também eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus.

Rm 10.9 Porque, se com a tua boca confessares a JESUS como Senhor, e em teu coração creres que DEUS o ressuscitou dentre os mortos, será salvo;

5- Quem dá corpo à semente é DEUS

1Co 15.38, Mas DEUS dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio corpo.

 

I. O SEMEADOR

O semeador escolhe as sementes (Palavra de DEUS) que vai plantar e deve ter conhecimento da maneira mais correta de se plantar e qual a estação mais própria para o plantio; muitas vezes deve-se preparar o terreno antes de se iniciar a semeadura.

 

No contexto da parábola em estudo, o semeador é o próprio CRISTO. O texto diz: “O semeador saiu a semear” (v.3). Ler Mt 4.23; 9.35; Lc 8.1. JESUS foi, de modo incansável e exemplar, o primeiro semeador das Boas Novas. Depois de sua ascensão, o ESPÍRITO SANTO foi enviado para lembrar aos discípulos as verdades espirituais ensinadas pelo Senhor, capacitá-los com poder do alto e impulsioná-los a, sem cessar, disseminá-las por todo o mundo (Jo 14.26). A missão evangelizadora dos discípulos de CRISTO é evidenciada em dois textos dos Evangelhos (Mt 28.19,20 e Mc 16.20). O ESPÍRITO SANTO é vital na semeadura da Palavra de DEUS. Ele é quem inspira os semeadores a semear e a regar a semente depois de lançada no solo. A expressão “o vento assopra onde quer” (Jo 3.8) implica a ação do ESPÍRITO semeando a Palavra de DEUS.

Todo crente em CRISTO deve ser um dedicado e fervoroso semeador da sua Palavra. Fomos salvos para servir ao Senhor, e isso abrange com prioridade semear de todas as maneiras a boa semente, que é a Palavra de DEUS. Nisso, devemos servir ao Senhor com amor, renúncia e dedicação (Sl 126.6).

 

II. A SEMENTE

A semente que vamos semear é o evangelho, sempre tendo como principal semente o próprio JESUS e e este crucificado, sendo Este a semente de DEUS caída na Terra para que através D'Ele muitos frutos nascessem para DEUS. Esta semente de DEUS só poderia germinar e gerar uma frondosa árvore (Igreja) se morresse, pois, a semente só gera vida se morrer.

Jo 12.24 Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.

Para dar vida a semente deve morrer, por isso JESUS morreu, para nos dar vida eterna.

 

Sementes precisam ser regadas com água: - Precisamos nos colocar à disposição do ESPÍRITO SANTO para que ELE fale através de nós, pois assim, falaremos de acordo com DEUS que quer salvar a todos. A unção faz a diferença, as palavras de DEUS quando são faladas por um servo de DEUS cheio do ESPÍRITO SANTO fazem efeito vital nos corações dos ouvintes e produzem grandes resultados na seara do Mestre.

 

A semente de que JESUS falou na parábola “é a palavra de DEUS” (Lc 8.11). Em Mateus 13.19, é chamada “a palavra do Reino”, isto é, a palavra poderosa que rege o Reino de DEUS. Em Marcos 4.14, é denominada “a palavra”, no sentido de inspirada, autêntica, inerrante, infalível, imutável, indivisível, única, ímpar, soberana, como somente a Escritura Sagrada o é. Ela é viva, eficaz e penetrante (Hb 4.12). “É o poder de DEUS para salvação de todo aquele que crê” (Rm 1.16). Uma vez em nós enxertada, ela gera, como instrumento de DEUS, nova vida e assim pode nos salvar (Tg 1.18,21). Ela identifica-se com DEUS, assim como um homem de bem é identificado por sua palavra honrada e confiável. O Senhor JESUS é chamado o Verbo; a Palavra (Jo 1.1,14; Ap 19.11-13; 1 Jo 1.1).

Aqueles que aceitam “a semente” (a Palavra, CRISTO) recebem a vida eterna, porque CRISTO é a própria vida (Jo 20.31; 11.25; 1 Jo 5.12).

 

III. O TERRENO PARA O PLANTIO DA SEMENTE (MT 13.4-8)

Nas contas de JESUS somente 25% dos ouvintes são aproveitados para o reino de DEUS (se referindo à pouca quantidade de ouvintes que atendem, pois são quatro os tipos de terreno, A beira do caminho (ao lado do caminho e não no caminho), Os pedregais (corações duros como pedra), Os espinheiros (Machucam-se e são machucados) e a Terra Boa (está com três tipos de aproveitamento - 100%, 60% e 30% - Pássaros voando em três níveis)

JESUS mencionou quatro tipos de terrenos nos quais a semente é semeada. Isso representa o coração das pessoas onde semeamos a Palavra de DEUS. JESUS ensina nesta parábola que nem todos são igualmente receptivos à “boa semente”. Isso decorre da ação degenerante, deformadora e maligna do pecado no ser humano. DEUS fez tudo bom no princípio (Gn 1.31; Ec 7.29). Hoje não há ninguém bom; só DEUS é bom (Mt 19.17).

 

1. O terreno “ao pé do caminho” (vv.4,19).

Na verdade, à beira do caminho, pois não está no caminho correto. O pior caminho é o caminho paralelo, o caminho da religiosidade, da justificação pelas obras ou pelo deixar de fazer algumas coisas.; a pessoa é enganada pelo "quase" - Quase é crente; - Quase se veste como crente; quase fala como crente; quase crê como crente; - Quase - Quase foi salvo. Errar o alvo, mas quase acertar não leva ao céu.

 

Esse tipo de terreno é comparado a que classe de ouvintes? Segundo o próprio JESUS, são aqueles que ouvem a Palavra de DEUS, e não a entendem, nem se esforçam para compreendê-la (v.19). Inerrante Propriedade pela qual a Bíblia é isenta de qualquer erro em suas afirmações. Verbo Termo que descreve JESUS como a Palavra de DEUS Encarnada. Na realidade, são negligentes, não se preocupam com os assuntos espirituais, nem com o seu destino eterno. Recebem a mensagem da salvação pelos canais de comunicação do intelecto, todavia não permitem que esta desça ao coração; por isso, ela não germina. São muitas e maléficas as influências exteriores que se alojam no coração humano e prevalecem na vida das pessoas, deixando a semente exposta na superfície da terra. Isto permite que as nocivas “aves do céu” (Lc 8.5,12) venham e arrebatem a semente lançada no coração endurecido, obstinado e resistente ao evangelho de nosso Senhor JESUS CRISTO.

2. O terreno com pedregais (vv.5,6).

Por baixo do terreno existem pedras que não deixam a planta ser alimentada, por baixo da fé ainda existem amizades com o mundo que não deixam o crente crescer espiritualmente; é viver como Israel no tempo de Josué, ao invés de destruírem seus inimigos fizeram aliança com eles. Nascer de novo implica em ser diferente, "as coisas velhas passaram, tudo se fez novo” 2Co 5.17 Assim que, se alguém está em CRISTO, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. Pedras são as atrações do mundo, a volta ao passado de escravidão a Satanás, é o cão que volta ao vômito.

 

Esse tipo de solo representa a pessoa que de início recebe bem a Palavra de DEUS, porém não persevera na fé em CRISTO. São cheios de entusiasmo puramente emocional. Todavia, os obstáculos e provações da vida os impedem de crescer e frutificar. Os tais até choram quando ouvem a Palavra, reconhecem suas necessidades, porém não conseguem desvencilhar-se das pedras de sua vida pessoal. A semente é aceita, contudo não cria raízes pelo fato de o crente não ter firmeza, nem perseverança. As pedras podem representar tropeços morais, vícios, pecados sedutores e maus hábitos. Algo muito deplorável neste tipo de terreno é que além dele ser raso, tem pedra por baixo. Há crentes que na superfície demonstram ser uma coisa, no entanto, interiormente são outra. “Aborreço a duplicidade”, diz a Escritura (Sl 119.113; Tg 1.8; 4.8).

O crente “terreno raso” nos ensina que muitos aceitam a verdade, entretanto não permanecem firmes, nem se aprofundam na fé, na comunhão com DEUS. Notemos no versículo seis que a planta “queimou-se e secou-se” não somente devido ao calor do sol, mas também “porque não tinha raiz”.

3. O terreno cheio de espinhos (v.7).

Espinhos machucam e são machucados, é terreno sem proveito, ao invés de fazerem a obra de DEUS, atrapalham os que estão fazendo. É a amizade com o mundo. Lêr a bíblia é ter dor de cabeça e olhos lacrimejantes, porém assistir novela e futebol na TV é prazer.

 

Diz o texto: “e outra caiu entre espinhos, e os espinhos cresceram e sufocaram-na”. A semente fora bem plantada, porém o terreno havia sido abandonado por seu dono, tal qual o terreno de Pv 24.30-32. As ervas daninhas e os espinhos multiplicaram-se e sufocaram a planta, tornando-a improdutiva. Esses “espinhos” são as preocupações causadas pelo mundo, as cobranças da sociedade ímpia, os prazeres ilusórios da vida e o engano do acúmulo de riquezas materiais (Mt 13.22; Mc 4.19; Lc 8.14).

Nessas riquezas há espinhos que traspassam seus donos “com muitas dores” (1 Tm 6.10). A possessão de riqueza sem temor de DEUS tem provocado sofrimento e sufocado a vida espiritual de muitos crentes, os quais ficam sem tempo para a oração, o estudo da Bíblia e o serviço do Senhor em geral. Assim, o terreno “cheio de espinhos” mostramos que muitos crentes permanecem na fé, contudo não são consagrados ao Senhor.

 

4. O terreno da boa terra (v.8).

Um terreno bom, porém, três tipos de produção, a resposta é de acordo com a audição. Pássaros voam a um mesmo destino, porém cada qual voa a uma altura que lhe é mais favorável.

 

A “boa terra” acolhe bem a semente porque é macia, funda, limpa, úmida e apropriada. Nela, a semente, como diz o profeta, “tornará a lançar raízes para baixo e dará fruto para cima” (Is 37.31). As pessoas simbolizadas por este tipo de terreno ouvem e entendem a Palavra. Esta não volta vazia; sempre prospera (Is 55.11). Em 2 Tm 3.15-17 e no Salmo 119, encontramos inúmeras bênçãos para aqueles que buscam e amam a Palavra de DEUS. Nesta mesma parábola em Lucas 8.15, JESUS aludiu a este coração como “honesto e bom”. Este último terreno ainda nos mostra que mesmo entre os crentes dedicados há diferente frutificação espiritual (vv. 8,23). Um grão produziu cem, outro, sessenta, e outro, trinta. Que poder maravilhoso há na Palavra do DEUS vivo, quando ela encontra um terreno propício!

 

CONCLUSÃO

Nosso dever é plantarmos na maior quantidade as sementes que DEUS nos dá, sabendo que é para isto mesmo é que fomos escolhidos, chamados, separados e enviados.

 Inerrante: Propriedade pela qual a Bíblia é isenta de qualquer erro em suas afirmações.

Verbo: Termo que descreve JESUS como a Palavra de DEUS Encarnada.

 Na parábola do Semeador, o Senhor JESUS nos ensina uma grande e permanente lição: É nosso dever prioritário, como seus servos, semear a Palavra de DEUS utilizando todos os meios, “a tempo e fora de tempo”, como está dito em 2 Tm 4.2. Somente assim teremos um ministério abençoado, pois DEUS dá semente a quem semeia (2 Co 9.10). Vemos ainda na parábola que apesar dos terrenos serem variados, a semente é uma só, ou seja, eles é que precisam mudar em relação a esta, e não o contrário. É urgente a evangelização mundial, por intermédio da pregação e do ensino da Palavra.

 

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

ISMAEL E ISAQUE - IRMÃOS EM CONFLITO


                                              ISMAEL E ISAQUE - IRMÃOS EM CONFLITO

TEXTO BÍBLICO:

“Não são os filhos da carne que são filhos de DEUS, mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Rm 9.8).


Gl 4.22 ABRAÃO TEVE DOIS FILHOS. Paulo emprega uma ilustração para demonstrar a diferença entre o antigo e o novo concerto. Agar representa o antigo concerto, firmado no monte Sinai (v. 25); os seus filhos vivem agora sob esse concerto e nascem segundo a carne (v.23), i.e., não têm o ESPÍRITO SANTO. Sara, a outra esposa de Abraão, representa o novo concerto; os seus filhos, i.e., os crentes em CRISTO, têm o ESPÍRITO e são verdadeiros filhos de DEUS. 

Filhos da carne: significa que nasceram da união física entre Abrão e Agar, união essa, perfeitamente passível de gerar filhos, pois Agar era mulher jovem (Geração natural).

Filhos da promessa: São os filhos que DEUS prometeu a Abraão que seriam gerados a partir de Sara, sua esposa, que não podia mais ter filhos e então seria necessário um milagre ou intervenção de DEUS para que viesse a ser gerado o filho da promessa, Isaque, de quem nasceria Esaú e Jacó, de Jacó os doze patriarcas e daí para frente a nação de Israel e daí o messias, JESUS CRISTO e deste os filhos de DEUS que são todos aqueles que o aceitam como senhor e salvador.

VERDADE PRÁTICA:

A fidelidade de DEUS é imutável e independente dos fracassos humanos.

Rm 11.29 Porque os dons e a vocação de DEUS são sem arrependimento.
Estas palavras se referem aos privilégios de Israel mencionados em 9.4,5 e 11.26. O contexto desta passagem tem a ver com Israel e os propósitos de DEUS para aquela nação e não aos dons espirituais ou à vocação ministerial relacionados com a obra do ESPÍRITO SANTO na igreja (cf. 12.6-8; 1 Co 12).

LEITURA BÍBLICA

Segunda Gn 15.3A queixa de Abrão

3 Disse mais Abrão: Eis que me não tens dado semente, e eis que um nascido na minha casa será o meu herdeiro.
Sem filhos seria impossível que a promessa de DEUS se cumprisse, Abrão não podia crer que um DEUS tão poderoso deixaria que seu servo herdasse suas promessas; ele cria que DEUS poderia lhe dar um filho.

Terça Gn 15.4 DEUS promete um filho a Abrão

4 E eis que veio a palavra do SENHOR a ele, dizendo: Este não será o teu herdeiro; mas aquele que de ti será gerado, esse será o teu herdeiro.

Abrão, em resposta a essas palavras de consolo, relembrou a DEUS que não tinha filhos e, portanto, nenhum herdeiro (v. 2). Assim sendo, ele adotaria um dos seus servos para se tornar o seu herdeiro. DEUS rejeitou a idéia e prometeu a Abrão que este seria pai de um filho com sua esposa estéril, Sarai (cf. 11.30) e teria uma descendência inumerável. O fato incrível - e nisso está a grandeza de Abrão é que ele teve fé em DEUS. É essa fé em DEUS que lhe foi imputada por justiça.

Quarta Gn 16.1-4 A precipitação de Abrão

1 Ora, Sarai, mulher de Abrão, não lhe gerava filhos, e ele tinha uma serva egípcia, cujo nome era Agar. 2 E disse Sarai a Abrão: Eis que o SENHOR me tem impedido de gerar; entra, pois, à minha serva; porventura, terei filhos dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai.3 Assim, tomou Sarai, mulher de Abrão, a Agar, egípcia, sua serva, e deu-a por mulher a Abrão, seu marido, ao fim de dez anos que Abrão habitara na terra de Canaã.4 E ele entrou a Agar, e ela concebeu; e, vendo ela que concebera, foi sua senhora desprezada aos seus olhos.
16.2 O SENHOR ME TEM IMPEDIDO DE GERAR. Entre o povo da Mesopotâmia, o costume, quando a esposa era estéril, era deixar que a sua serva tivesse filhos com o esposo. Esses filhos eram considerados filhos legítimos daquela esposa. 

(1) Apesar de existir então esse costume, a tentativa de Abrão e Sarai de terem um filho através da união de Abrão com Agar não teve a aprovação de DEUS (2.24). 

(2) O NT fala do filho de Agar como sendo o produto do esforço humano segundo a carne, e não segundo o ESPÍRITO (Gl 4.29). Segundo a carne, equivale ao planejamento puramente carnal, humano, natural. Noutras palavras, nunca se deve tentar cumprir o propósito de DEUS usando métodos que não são segundo o ESPÍRITO, mas esperando com paciência no Senhor e orando com fervor.

O homem é sempre tendente a escolher o caminho mais curto e rápido na solução de seus problemas, mas DEUS sempre escolhe um caminho que necessite de fé para que o homem cresça em seu conhecimento.

Quinta Gn16.5-16 O nascimento de Ismael

5 Então, disse Sarai a Abrão: Meu agravo seja sobre ti. Minha serva me pus em teu regaço; vendo-a, agora, que concebeu, sou menosprezada aos seus olhos. O SENHOR julgue entre mim e ti.6 E disse Abrão a Sarai: Eis que tua serva está na tua mão; faze-lhe o que bom é aos teus olhos. E afligiu-a sarai, e ela fugiu de sua face.7 E o Anjo do SENHOR a achou junto a uma fonte de água no deserto, junto à fonte no caminho de Sur.8 E disse: Agar, serva de Sarai, de onde vens e para onde vais? E ela disse: Venho fugida da face de Sarai, minha senhora.9 Então, lhe disse o Anjo do SENHOR: Torna-te para tua senhora e humilha-te debaixo de suas mãos.10 Disse-lhe mais o Anjo do SENHOR: Multiplicarei sobremaneira a tua semente, que não será contada, por numerosa que será.11 Disse-lhe também o Anjo do SENHOR: Eis que concebeste, e terás um filho, e chamarás o seu nome Ismael, porquanto o SENHOR ouviu a tua aflição.12 E ele será homem bravo; e a sua mão será contra todos, e a mão de todos, contra ele; e habitará diante da face de todos os seus irmãos.13 E ela chamou o nome do SENHOR, que com ela falava: Tu és DEUS da vista, porque disse: Não olhei eu também para aquele que me vê?14 Por isso, se chama aquele poço de Laai-Roi; eis que está entre Cades e Berede.15 E Agar deu um filho a Abrão; e Abrão chamou o nome do seu filho que tivera Agar, Ismael.16 E era Abrão da idade de oitenta e seis anos, quando Agar deu Ismael a Abrão.

A escrava estava se sentindo dona da situação, ela era a abençoada (tinha um filho de Abrão), Sara teria que se submeter a seus caprichos para que Abrão não a deixasse; quão enganada estava Agar, pois Abrão é além de tudo, um esposo que ama e respeita sua esposa, prova disso, lhe dá carta branca para agir segundo sua vontade.
16.7 O ANJO DO SENHOR. À medida que esta narrativa prossegue, torna-se claro que o anjo do Senhor é o próprio DEUS falando com Agar (v. 13; 18.1,22; Jz 6.12,14). 

Fugida de sua senhora: Apesar de se ter comportado mal perante sua senhora, Agar não tinha culpa de ser escolhida pela própria sarai para gerar um filho de seu esposo Abrão. O conselho é sempre a humilhação para posterior exaltação.

16.11 ISMAEL. O nome Ismael significa "DEUS ouve" e significa que DEUS viu o modo injusto de Abrão e Sarai tratarem Agar, e que também agiu a respeito disso. Aquele nome dado antecipadamente foi um julgamento sobre Abrão, e revela que DEUS abomina toda e qualquer injustiça entre os seus. Que DEUS castigará quem cometer injustiça contra os fiéis da igreja, não deixa dúvida o NT (ver Cl 3.25).

16.12 CONTRA TODOS. Ismael, juntamente com os seus descendentes, seria um povo aguerrido, forte e corajoso. Sua disposição para a luta poderia ser usada na peleja espiritual, em favor de DEUS ou contra DEUS. A escolha seria dele.


Gn 21.17 DEUS OUVIU. DEUS sabia que era melhor que Agar e Ismael se separassem de Abrão. Nem por isso DEUS desamparou os dois, pois permaneceram na sua presença e sob seus cuidados (vv. 17-21). DEUS tinha um propósito para Ismael, paralelo ao seu propósito para com Isaque, a saber: que dele faria uma grande nação (v. 18).

ISAQUE, O SORRISO DE UMA PROMESSA

TEXTO BÍBLICO: Gênesis 21:1-8

“E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo” (Gn 21:6).

INTRODUÇÃO

Ao ouvir a promessa de que Sara daria à luz um filho, Abraão riu-se; e o riso de Abraão seria secundado pelo riso de Sara (Gn 18:12). O riso de Abraão pôs em dúvida a capacidade geradora de si mesmo e de sua esposa.

“Então, caiu Abraão sobre o seu rosto, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho? E conceberá Sara na idade de noventa anos? E disse Abraão a Deus: Tomara que viva Ismael diante de teu rosto! E disse Deus: Na verdade, Sara, tua mulher, te dará um filho, e chamarás o seu nome Isaque...” (Gn 17:17-19).

Parecia inacreditável que Abraão e Sara, em idade avançada (99 e 89 anos, respectivamente – Gn 17:1) - ainda mais: Sara era estéril (Gn 11:30) -, pudessem ter um filho. Mas, Deus disse a Abraão: “Haveria coisa alguma difícil ao Senhor?" (Gn 18:14). Deus queria que eles soubessem que o cumprimento da promessa não seria o resultado de esforços humanos, mas da pura graça, um milagre.

I. ISAQUE, O SORRISO TÃO ESPERADO

1. O nascimento do “riso” (Gn 21:3,6). Quando finalmente nasceu o filho prometido, após os vinte e cinco anos de sua peregrinação em Canaã, Abraão e Sara lhe deram o nome de Isaque (“riso”), conforme ordenou o Senhor (Gn 17:19,21). Esse nome expressava o contentamento do casal idoso e de todos aqueles que ouviriam essa notícia. O nome Isaque, dado ao recém-nascido, que parecia uma censura ao riso incrédulo do velho casal, agora tem novo significado: era o riso de alegria por ter um filho. Quando Isaque nasceu, o riso incrédulo de Sara converteu-se em riso de gozo: "Deus me tem feito riso" (Gn 21:6). “Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?” (Gn 21:7). O Senhor teve muita paciência com o velho casal, pois eles lutavam contrafortes dúvidas pela longa demora do advento do filho. Ao passar dez anos em Canaã sem ter filhos, Sara procurou ajudar a Deus a fim de que se cumprisse a promessa. Segundo a lei mesopotâmica daquela época, uma esposa estéril podia dar a seu marido uma serva como mulher e reconhecer como seus os filhos nascidos dessa união. Abraão, em um momento de incredulida­de, cedeu ao plano de Sara, porém as consequências foram tristes, dentre elas, conflitos no lar. Como Abraão e Sara se parecem com muitos crentes que desejam substituir o plano de Deus por seus planos e pelas obras da carne!

2. Isaque e Ismael (Gn 21:9-21). Isaque provavelmente tinha entre dois e cinco anos de idade quando foi desmamado. A essa altura, Ismael tinha entre treze e dezesseis anos de idade. Durante o jantar em comemoração ao fato de Isaque ter sido desmamado, Sara viu que Ismael caçoava de Isaque e, por causa disso, ordenou a Abraão que expulsasse Agar e seu filho. Sara percebeu que a natureza do rapaz não concordava com o espírito de fé prevalecente na família. As duas linhagens tinham de estar marcadamente separadas. Era penoso para Abraão expulsar Ismael, mas Deus o consolava dizendo-lhe que por meio de Isaque viria sua descendência. Além do mais, por amor a Abraão Deus cuidaria do jovem Ismael e sua descendência formaria uma grande nação.

Hagar e Ismael aprenderam que embora expulsos das tendas e sem a proteção de Abraão, não estavam alijados da solicitude de Deus. Ele estava com Ismael e cuidou dele em sua juventude, possibilitando assim o cumprimento da promessa que ele mesmo fizera de que por meio de Ismael faria uma grande nação. Não obstante, ao casar-se com uma egípcia e habitar em Parã (Gn 21:21), Ismael afastou-se da família de Abraão.

O apóstolo Paulo interpreta esse acontecimento como uma evidência da inimizade entre o que correspon­de ao esforço e ao que vem da graça ou da promessa. Hagar representa o sistema pelo qual os homens procuram salvar-se, pelas obras da lei, e Sara representa a graça de Deus. São incompatíveis entre si. Assim como era necessário que a escrava e seu filho fossem expulsos para dar lugar ao filho da mulher livre, é necessário abandonar o sistema das obras para herdar a graça (Gl 4:21-31).

II. ISAQUE, O BEM MAIS PRECIOSO DE ABRAÃO

A prova que Abraão passou, quando Deus pede a ele o seu único filho em sacrifício, é uma demonstração convincente de amor por Deus. Este episódio retrata uma das experiências mais tremendas registradas em Gênesis. Deus provou Abraão não para fazê-lo tropeçar e assistir a sua queda, mas para aprofundar sua capacidade de obedecer a Deus e verdadeiramente desenvolver seu caráter. Assim como o fogo refina o minério para extrair metais preciosos, Deus nos refina através de circunstâncias difíceis.

1. A provação das provações (Gn 22:1-19). Certa feita, provavelmente à noite, o Senhor ordenou a Abraão: “Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi” (Gn 22:2). “Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera” (Gn 22:3).

O pedido que o Senhor fez a Abraão foi a prova suprema da fé do patriarca. Deus prometera ao patriarca uma descendência incontável por meio de Isaque. A esse ponto, Isaque era muito jovem e ainda não possuía esposa. Ora, como a promessa poderia se cumprir se Abraão o matasse? De acordo com Hebreus 11:19, Abraão acreditava que Deus ressuscitaria Isaque. Isso representa uma notável demonstração de fé, pois até aquele momento não havia nenhum registro de ressurreição na história do mundo.

Observe também a fé de Abraão em Gênesis 22:5: “E disse Abraão a seus moços: Ficai-vos aqui com o jumento, e eu e o moço iremos até ali; e, havendo adorado, voltaremos para junto de vós”. Abraão foi justificado em primeiro lugar pela fé (Gn 15:6) e depois pelas obras (Tg 2:21). A salvação do patriarca ocorreu por meio de sua fé, ao passo que suas obras eram prova da fé que possuía.

Quando Isaque perguntou: “onde está o cordeiro para o holocausto?”, Abraão respondeu: “Deus proverá para si [...] o cordeiro”. Essa promessa se cumpriu em definitivo com a vinda do Cordeiro de Deus (João 1:29) e não apenas por meio do carneiro mencionado em Gn 22:13.

O propósito da prova era aumentar a fé que Abraão tinha, dar-lhe a oportunidade de alcançar uma vitória maior e receber uma revelação mais profunda ainda de Deus e de seu plano. Deus prova o homem para dar-lhe a oportunidade de demonstrar sua obediência e crescer espiri­tualmente.

"Não estendas a tua mão sobre o moço, porquanto agora sei que temes a Deus, e não me negaste o teu filho, o teu único" (Gn 22:12). Tudo o que Deus queria era a rendição de Abraão, um sacrifício em espírito. Queria que Abraão mostrasse que amava mais a Deus que a seu próprio filho e as promessas feitas. Abraão teve sua fé grandemente recompensada. Recebeu o seu filho simboli­camente dentre os mortos e dali em diante esse filho lhe foi mais precioso que nunca. Da mesma forma, o que entregamos a Deus ele devolve a nós muito mais enriquecido e elevado que antes.

Abraão teve também uma revelação mais ampla de Deus e de seu plano. Chamou àquele lugar de “o Senhor Proverá” (Jeová-Jireh - Gn 22:14). O novo título de Deus chegaria à sua expressão plena quando outro Filho, também prometido, sofreria a morte nas proximi­dades do monte Moriá. Talvez Jesus se referisse a esta revelação ao dizer: "Abraão... exultou por ver o meu dia, e viu-o, e alegrou-se" (João 8:56).

Concordo com George Herbert Livingston ao dizer que Abraão enfrentou a ameaça devastadora da morte e venceu seu poder pela confiança plena na integridade de Deus. Por outro lado, Deus demonstrou claramente que o sacrifício que Ele deseja é inteireza de coração, rendição às suas ordens.

2. Jesus, o bem mais precioso do Pai. Esse episódio é uma antecipação da expressão mais profunda do amor de Deus por nós: a entrega de seu Filho Unigênito para morrer em nosso lugar. Como nenhum outro episódio, este aponta para o amor do Pai e o sacrifício de Jesus na cruz.

A entrega de Isaque é um farol a apontar o amor eterno e sacrificial do Pai que deu seu Filho para morrer por nós, pecadores. Deus poupou Isaque, mas não poupou seu próprio Filho. A Bíblia diz que Deus não poupou seu próprio Filho, antes o entregou por todos nós (Rm 8:32). Diz ainda que Deus prova seu amor para conosco pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores (Rm 5:8).

Algumas semelhanças entre esse gesto de Abraão e o amor do Pai podem ser aqui identificadas:

- Em primeiro lugar, assim como Abraão, Deus não poupou seu próprio Filho (Hb 11:17; Rm 8:32). Abraão entregou seu filho a Deus, e Deus entregou seu Filho para morrer pelos pecadores.

- Em segundo lugar, Isaque foi o filho do coração como Jesus foi o Filho amado (Gn 22:2; João 3:16). Assim como Isaque, o filho amado de Abraão, era o filho da promessa, Jesus é o Filho amado, em quem Deus tem todo o prazer.

 - Em terceiro lugar, Isaque foi a Moriá sem reclamar; Jesus, como ovelha muda, foi obediente até a morre, e morte de cruz. A atitude de Isaque, caminhando três dias para o monte Moriá, lança luz sobre a atitude de Jesus caminhando para o Calvário, sem abrir a boca e sem lançar maldição sobre seus exatores.

- Em quarto lugar, Isaque foi filho de promessas; Jesus é o Filho de profecias. Isaque foi prometido por Deus, seu nascimento foi profetizado, seu nascimento veio por uma intervenção miraculosa de Deus, no tempo oportuno de Deus. Assim, também, Jesus veio ao mundo para cumprir um propósito do Pai; sua vinda foi prometida, preparada. Ele nasceu para cumprir um plano perfeito do Pai.

- Em quinto lugar, Isaque teve seu sacrifício preparado (Gn 22:2,3); o sacrifício de Jesus foi planejado na eternidade (Ap 13:8). Assim como Deus estabeleceu os detalhes do sacrifício de Isaque, também planejou desde a eternidade a entrega, o sacrifício e a morte vicária de seu Filho na cruz.

- Em sexto lugar, Abraão e Isaque caminham sós para o Moriá. Jesus também bebeu o cálice sozinho, mas conversando com o Pai. Os servos de Abraão ficaram no sopé do monte Moriá. Os homens abandonaram Cristo, inclusive seus discípulos. Jesus, quando suou sangue no Getsêmani, estava só. Ele, só ele e o Pai travaram aquela batalha de sangrento suor. Jesus marchou para a cruz sob as vaias da multidão e tendo como único refúgio a intimidade com o Pai.

- Em sétimo lugar, Isaque carregou a madeira para o sacrifício. Jesus carregou a cruz. Assim como Isaque levou a lenha para o sacrifício no monte Moriá, Cristo carregou a cruz para o Gólgota, onde morreu por nossos pecados.

- Em oitavo lugar, Abraão e Isaque caminham sempre juntos. O Pai e o Filho fizeram na eternidade um pacto de sangue para salvar o homem e andaram sempre juntos. Sempre houve comunhão perfeita entre o Pai e o Filho. Sempre andaram juntos nesse glorioso propósito de remir-nos. Quando caminhamos pela fé, mostramos ao mundo não só nossa fidelidade a Deus, mas revelamos ao mundo o próprio coração de Deus.

Deus poupou Abraão e Isaque, mas não poupou seu Filho. Ele não providenciou um cordeiro substituto para Jesus. Ele viu seu clamor e não o amparou. No topo do calvário, há uma bandeira que tremula e proclama: "Deus proverá". Ele providenciou para nós perdão e salvação. Olhe para o Cordeiro de Deus. Olhe para Jesus, com fé, e seja um filho de Abraão, seja um filho de Deus.

III. O CASAMENTO DE ISAQUE (Gn 24:1-67)

Chegou a hora de Isaque se casar. Segundo os costumes daquele tempo, cabia a Abraão fazer os arranjos para o casamento de seu filho. Como herdeiro da promessa, era muito importante que Isaque se casasse com uma crente, uma mulher que valorizasse o pacto de Deus.

1. Uma esposa para Isaque (Gn 24:1-9). “O SENHOR, Deus dos céus, que me tomou da casa de meu pai e da terra da minha parentela, e que me falou, e que me jurou, dizendo: À tua semente darei esta terra, ele enviará o seu Anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho” (Gn 24:5).

Abraão queria que a futura esposa de Isaque fosse de sua parentela e não uma das cananeias pagãs. Abraão não enviou Isaque à Mesopotâmia provavelmente porque não quis que seu filho fosse tentado a ficar ali e abandonar a terra prometida. Portanto, enviou para lá seu servo mais antigo e fiel, que provavelmente era Eliézer (Gn 15:2). Nas palavras que Abraão diz a seu servo, nota-se a confiança implícita do patriarca em Deus:

"Ele enviará o seu anjo adiante da tua face, para que tomes mulher de lá para meu filho" (Gn 24:7).

E disse Abraão ao seu servo, o mais velho da casa, que tinha o governo sobre tudo o que possuía: Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa, para que eu te faça jurar pelo SENHOR, Deus dos céus e Deus da terra, que não tomarás para meu filho mulher das filhas dos cananeus, no meio dos quais eu habito, mas que irás à minha terra e à minha parentela e daí tomarás mulher para meu filho Isaque” (Gn 24:2-4).

“Põe agora a tua mão debaixo da minha coxa...”. Esta é uma expressão idiomática peculiar para se referir às crianças como frutos da “coxa” ou “lombo” de seu pai (cf. Gn 46:26, ARC). Segundo estudiosos da Bíblia, colocar a mão por baixo da coxa implicaria que, caso o juramento fosse quebrado, a criança que havia nascido ou viria a nascer daquela “coxa” se encarregaria de vingar a traição cometida. A isto chamavam de “jurar pela posteridade” e tem uma aplicação muito especial aqui, pois a missão do servo é garantir a posteridade de Abraão por meio de Isaque.

2. O mordomo pede direção a Deus - “Ó SENHOR, Deus de meu senhor Abraão, dá-me, hoje, bom encontro e faze beneficência ao meu senhor Abraão! Eis que eu estou em pé junto à fonte de água, e as filhas dos varões desta cidade saem para tirar água; seja, pois, que a donzela a quem eu disser: abaixa agora o teu cântaro para que eu beba; e ela disser: Bebê, e também darei de beber aos teus camelos, esta seja a quem designaste ao teu servo Isaque; e que eu conheça nisso que fizeste beneficência a meu senhor” (Gn 24:12-14).

A oração do mordomo pedindo direção é muito instrutiva. Propôs um sinal que em si mesmo demonstraria que a jovem era uma pessoa digna. Era um sinal calculado para demonstrar o caráter e a disposição de uma mulher digna do filho de seu senhor Abraão. O plano do servo era pedir “um gole” de água para si mesmo. Porém, aquela que o Senhor escolhera para ser mãe de um grande povo e ancestral de Jesus Cristo deveria revelar sua natureza generosa e disposição para servir os outros, oferecendo não apenas “um gole”, mas água em abundância. Além disso, a moça também deveria se oferecer para dar de beber aos animais.

Foi a adorável Rebeca quem satisfez as condições da oração e, consequentemente, quem recebeu os presentes do servo Eliézer (cf. Gn 24:15-52). Enquanto Rebeca o levava para a casa de seu pai, o servo de Abraão soube que sua procura havia terminado. Depois que a moça explicou a situação para seu irmão Labão, este o recebeu de bom grado e ouviu a solicitação do servo para que Rebeca fosse oferecida como esposa de Isaque. A convergência espantosa de acontecimentos em resposta à oração do servo convenceu Labão e Betuel (pai de Rebeca) de que o Senhor planejara toda aquela situação. A oração deve ocupar um lugar importante ao combinar um matrimônio.

Rebeca era, em realidade, melhor do que o servo havia pedido. Não era somente hospitaleira e bondosa, mas extraordinariamente bela e pura. Além disso, era uma mulher de caráter, que não vacilou quanto a fazer a vontade de Deus (Gn 24:58). Creu e de boa vontade se ofereceu a ir para um país distante a fim de casar-se com um homem ao qual nunca tinha visto.

3. O casamento de Isaque (Gn 24:62-67). Quando Rebeca avistou o que seria seu futuro lar, Isaque encontrava-se no campo meditando (talvez orando para que Deus desse êxito a seu servo na missão encomendada). Ela aproximou-se de Isaque com humildade e respeito (Gn 24:65). Isaque recebeu-a com igual cortesia e respeito dando-lhe o lugar de honra na tenda de sua mãe. Casaram-se e Isaque amou-a no instante em que a viu e, ao contrário de outros patriarcas, nunca teve outras esposas. Foi um casamento planejado no Céu.

O texto sagrado não mencionava Isaque desde o episódio no monte Moriá. Agora ele reaparece saindo ao encontro de Rebeca. De modo semelhante, veremos pela primeira vez nosso Salvador quando Cristo retornar para buscar sua noiva (1Ts 4:13-18).

Isaque se casou com Rebeca quando tinha quarenta anos (Gn 25:20), e foi pai aos sessenta anos (Gn 25:26). Rebeca era estéril. Isaque orou por vinte anos, até a sua oração ser respondida. Deus lhe deu dois filhos: Esaú e Jacó.

4. Paralelo entre a missão do servo de conseguir esposa para Isaque e a obra do Espírito em preparar uma noiva para Jesus Cristo. O servo Eliézer é um representante (símbolo) do Espírito Santo enviado pelo Pai a fim de conquistar uma esposa para o “Isaque celestial”, isto é o Senhor Jesus Cristo. À semelhança do servo que não falou por si mesmo, o Espírito não fala por sua própria conta, mas fala acerca do Filho da promessa (João 16:13-15); da mesma forma que o servo presenteou a Rebeca com coisas preciosas como uma antecipação das riquezas de Isaque, o Espírito concede dons e penhor do Espírito à Igreja (2Co 1:22); como Rebeca creu em Isaque e o amou sem havê-lo visto, o crente crê em Cristo sem vê-lo, ama-o e se alegra com alegria inefável e gloriosa (1Pedro 1:8). Finalmente, vê-se na longa viagem que Rebeca tinha de fazer, a imagem da jornada do cristão para seu lar celestial.

IV. ISAQUE, O BENDITO DO SENHOR (Gn 26:1-29)

“Que nós não façamos mal, como nós te não temos tocado, e como te fizemos somente bem, e te deixamos ir em paz. Agora, tu és o bendito do SENHOR” (Gn 26:29).

O capítulo 26 de Gênesis registra três provações que Isaque teve de enfrentar: abandonar a terra prometida em um período de fome, simular que Rebeca não era sua esposa em um momento de perigo, e reagir violentamente à provoca­ção dos filisteus. Falhou em uma das provas (a segunda), porém saiu vitorioso nas outras duas. Por que Deus permitiu que ele fosse provado da mesma maneira em que o fora Abraão? Quis dar-lhe a oportunidade de demonstrar se dependia da fé que seu pai possuía ou estava disposto a confiar ele mesmo, implicitamente, em Deus. Tinha de aprender as lições de fé e consagração. Cada nova geração tem de aprender por experiência própria o que Deus pode fazer por ela.

1. Confiando em Deus em tempo de crise (Gn 26:1). “E havia fome na terra, além da primeira fome, que foi nos dias de Abraão; por isso, foi-se Isaque a Abimeleque, rei dos filisteus, em Gerar”.

A fome assola a terra onde está Isaque. É tempo de escassez, de desemprego, de contenção drástica de despesas, de recessão; por pouco não afligiu a Isaque e o tentou a seguir o exemplo de seu pai. Isaque quis fugir da crise (Gn 26:1). É uma tendência natural do ser humano no momento de crise. Mas o Senhor apareceu a Isaque e advertiu-o de que não se mudasse para o Egito. As promessas que lhe fez eram, mormente, uma repetição das já feitas a Abraão (26:2-5). Rejeitaria Isaque a perspectiva de beneficiar-se da abundância do Egito para alcançar as bênçãos invisíveis do futuro distante? Estaria disposto a perder as riquezas que seu pai havia acumulado?

Isaque demonstrou que tinha a mesma índole de fé que Abraão, morando como estrangeiro na Terra Prometida (Hb 11:9,10). Sem dúvida alguma, perdeu muitas riquezas, mas Deus empregou estas perdas para ensinar-lhe lições espirituais. Depois da prova, o Senhor o enriqueceu com uma colheita extraordinária e o abençoou (Gn 26:12,13). Como Salomão, Isaque podia dizer: "A bênção do Senhor é que enriquece" (Pv 10:22).

Muitas vezes procuramos socorro no mundo e nas pessoas. Por que isto? Não porque não cremos em Deus, mas porque não o conhecemos. Saber e crer que Deus existe não é vantagem nenhuma, até os demônios creem e tremem: "Tu crês que há um só Deus; fazes bem. Também os demônios o creem, e estremecem" (Tg 2.19).

Não adianta dizermos que confiamos em Deus, se nossas atitudes têm sido de incredulidade. Se verdadeiramente cremos nEle, nossas atitudes vão ser de fé; e entre elas, a confiança em Deus. Do contrário, nossa fé não passa de meras palavras, de uma fé morta. A religião é feita de muita teoria, mas a vida cristã de conhecimento e prática - "Assim também a fé, se não tiver as obras, é morta em si mesma. Mas dirá alguém: Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé pelas minhas obras" (Tg 2.17-18). O texto sagrado recomenda: “Confia no SENHOR e faze o bem; habitarás na terra e, verdadeiramente, serás alimentado” (Sl 37:3).

2. Perdendo para ganhar, no Senhor (Gn 26:16-29). Deus manteve sua promessa de abençoar Isaque. Os vizinhos filisteus de Gerar ficaram enciumados porque tudo que Isaque fazia parecia dar certo, e assim tentaram livrar-se dele. A inveja é uma força divisória, potente o suficiente para despedaçar a pessoa a separar-se do que almejava a princípio.

O relato no qual se manifesta a inveja dos filisteus lança luz sobre o caráter de Isaque. Os filisteus consideravam-no um estranho e intruso. Reclamaram para si o território. Entupir os poços era um ato de grande provocação, já que a água era de vital importância por ser elemento escasso naquela parte da Palestina. Isaque poderia ter-se defendido porque era "muito mais poderoso" do que os filisteus (Gn 26:16), mas preferiu ceder a brigar, considerando que mais vale a paz com os homens e a bênção divina do que a água. Não obstante, chamou aos poços "contenção" e "inimizade" como uma suave repreensão. Por fim os filisteus se cansaram de persegui-lo.

A paciência de Isaque foi grandemente recompensada por Deus. Teve a paz que desejava. Deus apareceu-lhe, confirmando-lhe o pacto. Isaque enriqueceu sua vida espiritual edificando um altar e invocando o nome do Senhor. Seus velhos inimigos procedentes de Gerar viram que o Senhor o estava abençoando. Chegaram procurando fazer aliança com ele e deram um extraordinário testemunho deste pacifica­dor (Gn 26:28). O relato nos mostra, pois, que Deus permite que seus filhos sofram perdas para dar-lhes algo melhor e para que se destaque seu caráter no caráter deles.

 3. Lições práticas que podemos tirar do exemplo de vida de Isaque.

a) Na crise não podemos buscar atalhos sedutores (Gn 26:2) – “Apareceu-lhe o SENHOR e disse: Não desças ao Egito. Fica na terra que eu te disser”.

Isaque foi tentado a descer ao Egito, lugar de fartura e riquezas fáceis. Queremos soluções rápidas, fáceis e sem dor. Mas Deus diz a ele: "Não desças ao Egito". Cuidado para não transigir com os valores de Deus na hora da crise. Cuidado para não tapar os ouvidos à voz de Deus na hora da crise. Desista das vantagens imediatas por bênçãos mais invisíveis (Gn 26:3) e remotas (Gn 26:4). Desista dos seus planos e siga o projeto de Deus, ainda que isso pareça estranho.

b) Na crise precisamos tirar os olhos das circunstâncias e pô-los nas promessas de Deus (Gn 26:3-5). Deus diz a Isaque: Não fuja, fique! Floresça onde você está plantado. Não corra dos problemas; enfrente-os. Vença-os. Eu tomo conta de sua descendência. Seu futuro está nas minhas mãos, e não será destruído pelo terremoto das circunstâncias. Farei de você e da sua descendência uma bênção para o mundo todo.

Seu futuro está nas mãos de Deus. Não deixe a ansiedade estrangular você: “Onde morar? Onde trabalhar? Onde meus filhos estudarão? Como eu pagarei meu plano de saúde? E se eu ficar doente?”. Saiba que Deus cuida de você. Você vale mais do que as aves do céu e as flores do campo. Certa feita, Jesus exortou os seus discípulos sobre isso (cf. Mt 6:25-34).

A causa de nossa vitória não é ausência de problemas, mas a presença de Deus nos garantindo a vitória. Moisés não se dispôs a atravessar o deserto sem a presença de Deus. Paulo perguntou: "Se Deus é por nós, quem será contra nós?" (Rm 8:31). Você e Deus são maioria absoluta. Com Deus a seu lado, você é mais do que vencedor.

c) Na crise precisamos obedecer sem racionalizações (Gn 26:6) – “Isaque, pois, ficou em Gerar”.

Deus determina duas ordens para Isaque: não desças ao Egito (Gn 26:2) e fica na terra de Gerar (Gn 26:2,6). Isaque não discute, não questiona, não racionaliza, não duvida. Isaque obedece de imediato, pacientemente. Ele aprendeu com seu pai, Abraão. Deus diz a Abraão: "Sai-te da tua terra [...] para a terra que eu te mostrarei", e Abraão saiu. Deus diz a Abraão: "Toma agora teu filho, o teu único filho; vai à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto", e Abraão foi e ofereceu seu filho. Deus diz a Abraão: "Não estendas a mão sobre o mancebo", e ele obedeceu. O caminho da obediência é o caminho da bênção. Na crise, não fuja de Deus; obedeça a Ele!

CONCLUSÃO

“A vida de Isaque inspira-nos a ter uma fé mais ativa nas providências divinas. Quando, pois, formos assaltados por dificuldades e provações, não caiamos no desespero, nem questionemos as intervenções do amoroso Deus. Humildes e humilhados, caiamos aos seus pés, pois ele nos provê o necessário para termos uma vida abundante e bem-aventurada em seus caminhos. Que o Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó seja eternamente louvado!” (Claudionor de Andrade).

 

 

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