sexta-feira, 20 de dezembro de 2024

É NATAL - PORQUE CELEBRAMOS

 


O Natal:  Uma Celebração Bíblica

O Natal, para os cristãos, é muito mais do que uma simples data festiva. É um momento de profunda reflexão e celebração do nascimento de Jesus Cristo, um evento que, segundo a fé cristã, marca um ponto de virada na história da humanidade.

O Significado Bíblico do Natal

A Bíblia, tanto no Antigo quanto no Novo Testamento, contém diversas profecias e narrativas que apontam para o nascimento de Jesus como o Messias prometido.

  • O Messias Prometido: Desde os tempos de Abraão, Deus prometeu enviar um Salvador para a humanidade. O nascimento de Jesus é a concretização dessa promessa.
  • A Encarnação: Um dos mistérios centrais da fé cristã é a encarnação, ou seja, a crença de que Deus se fez homem em Jesus Cristo. Essa ideia revolucionária é fundamental para entender o significado do Natal.
  • A Luz do Mundo: Jesus é frequentemente comparado à luz que ilumina as trevas. Seu nascimento representa a chegada da esperança e da salvação para um mundo marcado pelo pecado e pela morte.

Por que celebramos?

Celebrar o Natal significa:

  • Reconhecer a Graça de Deus: Ao celebrar o nascimento de Jesus, reconhecemos o imenso amor de Deus pela humanidade, que se manifestou em sua vinda ao mundo.
  • Renovar a Fé: O Natal é um momento para fortalecer a fé em Deus e em suas promessas.
  • Compartilhar o Amor: A celebração natalina nos convida a compartilhar o amor de Cristo com aqueles que nos cercam.
  • Lembrar a Humildade: O nascimento de Jesus em uma manjedoura nos ensina sobre a humildade e a importância de valorizar as coisas simples da vida.

O Natal Além das Tradições

É importante lembrar que, embora o Natal seja celebrado com diversas tradições culturais, o seu significado essencial está enraizado nas Escrituras Sagradas. Ao celebrar o Natal, os cristãos buscam conectar-se com o significado mais profundo desse evento e permitir que a mensagem de amor e esperança de Jesus transforme suas vidas.

Em resumo, o Natal é uma celebração do amor de Deus pela humanidade, manifestado no nascimento de Jesus Cristo. É um momento para renovar a fé, compartilhar o amor e viver a esperança que Jesus trouxe ao mundo.

 

PORQUE CELEBRAMOS O NATAL  

O Natal é uma celebração muito especial para muitas pessoas ao redor do mundo. É um momento em que muitos se reúnem com suas famílias, trocam presentes e compartilham alegria. No entanto, por vezes, o verdadeiro significado do Natal pode ser esquecido ou obscurecido por aspectos comerciais ou outras preocupações.

Será que ainda se sabe a verdadeira razão do Natal? Qual a sua origem? Será que é apenas uma festa de família, um momento de celebrar laços de amor e amizade? Para muitos, o Natal significa estresse, para outros representa solidão e um tempo em que o vazio interior é percebido com mais intensidade. Será que essa festa perdeu todo o seu sentido?

O Natal tem uma essência profunda e significativa, que vai além das festividades e das trocas de presentes. Aqui estão algumas razões importantes pelas quais celebramos o Natal:

1.   É a grande Alegria para a humanidade

O Natal é a maior alegria que um ser humano pode encontrar. Encontramos relatos bíblicos que ressaltam essa alegria, como o momento em que os magos viram a estrela e se alegraram intensamente. Encontramos este testemunho em Mateus 2:10,11: “E, vendo-os [os magos] a estrela, alegraram-se com grande e intenso júbilo. Entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe...”. Antes do nascimento de Jesus, Maria já exclamou: “o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador” (Lc.1:47). E o anjo falou aos pastores de Belém: “Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo” (Lc.2:10).

O nascimento de Jesus representa a luz no fim do túnel, a libertação do pecado e uma esperança para o futuro. Encontrar Jesus traz uma alegria inigualável, superando qualquer sofrimento ou culpa.

2.   É a maior ação de busca e salvamento da história

O nascimento de Jesus é considerado a maior ação de busca e salvamento da história. Sua vinda como o Salvador representa a grandiosidade do amor de Deus e a magnitude da culpa da humanidade. Ele veio para salvar as pessoas de seus pecados, conforme mencionado nos evangelhos. Lemos no Evangelho de Mateus: “Ela [Maria] dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele [Jesus] salvará o seu povo dos pecados deles” (Mt.1:21). E no Evangelho de Lucas está escrito que “hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc.2:11).

A maior catástrofe da humanidade foi sua queda em pecado. Ela foi tão terrível que não havia outra possibilidade de salvação a não ser Jesus Cristo tornar-se homem. A entrada do pecado no mundo aconteceu quando os primeiros seres humanos, Adão e Eva, desobedeceram a Deus, resultando na separação entre a humanidade e Deus. Essa separação trouxe consequências devastadoras, pois o pecado afeta todas as áreas da vida humana: espiritual, emocional, mental e física. A Bíblia ensina que o pecado trouxe morte espiritual e uma condição de alienação de Deus (Romanos 3:23).

A solução para essa situação veio por meio do amor e da graça de Deus. Jesus Cristo é o Filho de Deus que veio à Terra, se fez Homem, viveu uma vida sem pecado e morreu na cruz como um sacrifício pelos pecados da humanidade. Sua morte foi vista como um resgate, proporcionando perdão, reconciliação com Deus e a promessa da vida eterna para aqueles que creem nele. Quem não consegue ou não quer crer nessa tão grande salvação é como alguém que se acidentou por sua própria culpa, mas não quer aceitar ajuda de ninguém e permanece preso às ferragens do carro. Ou seja, embora o perdão e a salvação estejam disponíveis através de Jesus, algumas pessoas podem optar por não os aceitar, permanecendo em uma condição espiritual degradante e fatídica.

A mensagem central é que a salvação está disponível para todos através de Jesus Cristo, mas cabe a cada indivíduo aceitar esse presente de perdão e reconciliação com Deus. Essa é uma parte fundamental da fé cristã e da mensagem do Natal, celebrando o nascimento de Jesus como o início do plano de redenção para a humanidade.

3.   É a maior Paz que o ser humano pode usufruir

O Natal é uma oportunidade para buscar e experimentar paz interior. Embora muitos clamem por paz no mundo, a verdadeira paz começa dentro de cada indivíduo. Enquanto houver inquietação nos corações das pessoas, o mundo continuará agitado. Jesus é visto como aquele que pode conceder a verdadeira paz, como declarado pelos anjos em Belém. O profeta Isaias assim profetizou a respeito de Jesus: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz” (Isaías 9:6).

O mundo clama incessantemente por paz, e muitos líderes e indivíduos de influência se empenham nesse objetivo. Contudo, enquanto as pessoas não encontrarem paz em seus próprios corações, a agitação persistirá. Atualmente, nossos dias são caracterizados por uma atmosfera sombria, marcada por conflitos, guerras e tensões interpessoais, todos reflexos da inquietação que reside dentro de nós. A busca por construir a paz somente através de esforços externos não trará a tão desejada tranquilidade ao mundo. Marchas, manifestações e bandeiras erguidas em prol da paz podem não surtir o efeito desejado se não houver uma busca interior pela paz.

Agostinho, um dos grandes líderes religiosos, expressou sabiamente que o coração humano permanece agitado até encontrar a paz em Deus. Ele apontou para Jesus como o único capaz de guiar nossos caminhos rumo à paz. Aqueles que descobrem a paz por meio de Jesus experimentam uma serenidade incomparável, pois Ele é reconhecido como a própria essência da paz.

Nos campos de Belém os anjos declararam: "Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem Ele quer bem" (Lc.2:14). Isso ressalta que a verdadeira paz está intrinsecamente ligada à vontade de Deus e à Sua presença entre a humanidade. Dessa maneira, a busca pela paz autêntica deve começar no interior de cada indivíduo, encontrando uma conexão espiritual e uma busca por tranquilidade por meio de uma relação com Deus, como indicado por Agostinho e refletido na mensagem dos anjos em Belém.

 

4.   É a maior Esperança que o ser humano pode ter


Jesus é considerado a esperança do mundo. Ele traz uma luz eterna para aqueles que O aceitam, transformando a escuridão da alma em luz. Sua presença oferece uma perspectiva renovada da vida terrena e proporciona esperança para uma vida eterna e feliz.

Segurando o menino Jesus em seus braços, o idoso Simeão louvou a Deus, dizendo: “porque os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos: luz para revelação aos gentios, e para glória do teu povo de Israel” (Lc.2:30-32). Ele tinha a esperança de ver o Salvador prometido, e teve o privilégio de segurá-lo em seus braços. Jesus é a esperança do mundo.

Quando conhecemos Jesus e o aceitamos como Senhor e Salvador, nossos olhos se abrem. Sua Palavra nos proporciona tesouros espirituais inimagináveis, que Ele adquiriu para nós ao ressuscitar, a saber: vida eterna nas mansões celestiais junto de Deus, o Pai; felicidade eterna sem jamais ficarmos tristes; harmonia eterna sem a existência de pecado ou conflito; o fim do medo, da angústia, do estresse, das dúvidas e inquietações.

Quem deixa Jesus guiar sua vida também poderá ver as coisas desta vida terrena a partir de outra perspectiva, de um ângulo diferente, iluminado por Deus.

5.   Jesus é o maior Presente que alguém pode receber

O verdadeiro presente do Natal é o amor de Deus manifestado em Jesus Cristo. Ele oferece o presente da vida eterna e do perdão dos pecados. Este presente é incomparável a qualquer bem material ou luxo terreno. Por isso está escrito na Palavra de Deus: “Graças a Deus pelo seu dom [presente] inefável!” (2Co.9:15). “O salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm.6:23).

Portanto, não há presente maior do que o amor de Deus revelado em Jesus, que transcende qualquer esplendor terreno, riqueza material ou luxo passageiro. Ele desceu do céu para nos oferecer o dom incomparável da vida eterna. Você está disposto a aceitar essa dádiva? Ou prefere se apegar a coisas transitórias e efêmeras deste mundo? Você deseja receber o presente divino do perdão para todos os seus pecados e a promessa da vida eterna? Se você o acolher, Jesus Cristo não apenas transformará integralmente a sua vida, mas também realizará o que parece impossível, pois para Ele não há limites!

Enfim, o Natal tem um profundo significado espiritual e representa a oportunidade de aceitar o maior presente de todos: a salvação por meio de Jesus Cristo. Ele oferece alegria, salvação, paz, esperança e amor incondicional para todos aqueles que O recebem em seus corações.

Então, o Natal pode adquirir um novo significado para você. Jesus anseia por se tornar a celebração mais marcante em sua vida. Ele está dizendo a você neste exato momento: “Se você soubesse do presente de Deus e quem está lhe pedindo água para beber, você pediria a Ele, e Ele lhe concederia água viva. Aquele que beber dessa água continuará com sede, mas quem beber da água que eu oferecer nunca mais terá sede. Pelo contrário, essa água se tornará nele uma fonte jorrando para a vida eterna” (João 4:10,13,14).

NASCEU O REI 


 “No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria. E, entrando o anjo onde ela estava, disse: Alegra-te, muito favorecida! O Senhor é contigo. Ela, porém, ao


ouvir esta palavra, perturbou-se muito e pôs-se a pensar no que significaria esta saudação. Mas o anjo lhe disse: Maria, não temas; porque achaste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fimLc.1:26-33.

Nasceu Jesus, o Rei dos reis. No anúncio dos anjos aos pastores de Belém não faltou a reivindicação de que o recém-nascido era Rei. Pelo contrário, os anjos falaram com todas as letras: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” Lc.2:11. Além da afirmação “nasceu, na cidade de Davi, ...o Senhor”, que já alude claramente a domínio e reinado, a palavra “Cristo”, igualmente, indica honra de rei. O nome Cristo significa “Ungido”. Em Israel, os sacerdotes e reis eram empossados em seus cargos através de uma cerimônia solene de unção com azeite. Por isso, especialmente no início do tempo dos reis de Israel, a expressão “o ungido” era título de rei. O Senhor Jesus carrega esse título e tem direito a essa designação de cargo, o que significa que Ele é Rei e que veio ao mundo como Rei.

Muitos não atentam que Jesus é o Rei. Mesmo quando lemos a história do Natal em Mateus, o Evangelho do Rei, nossos pensamentos facilmente se desviam da realidade de que Ele é soberano. Tomamos conhecimento de que os magos procuravam um rei, mas esquecemos rapidamente a reivindicação do próprio Jesus de ser rei. Apressamo-nos a ir à estrebaria de Belém para admirar o Salvador recém-nascido, mas os magos procuravam um Rei; eles honraram um Rei. Diz o texto sagrado: “entrando na casa, viram o menino com Maria, sua mãe. Prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, entregaram-lhe suas ofertas: ouro, incenso e mirra” (Mt.2:11). Os pastores procuravam um bebê, seu Salvador, seu Libertador, e os magos procuravam uma criança que era o Rei. Ambas as designações são parte integrante da história do Natal de Jesus Cristo. Aliás, a mensagem de Lucas deveria nos tocar profundamente - ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1:33). De fato, Ele veio para nós como Salvador, mas, também, Ele veio para nós como nosso grande Rei.

Jesus é realmente nosso Rei? O texto diz explicitamente: ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó...” (Lc.1:33). A casa de Jacó é o povo de Israel. É lógico que Jesus veio como Rei – em primeiro lugar para Israel -, mas Seu reinado tem um significado muito mais profundo do que ser o futuro Rei de Israel. Aliás, Sua reivindicação de ser Rei alcança até o Milênio, quando, no final, entregará o Reino a Seu Pai (1Co.15:24). Mesmo assim, Ele também é o nosso Rei, muito pessoalmente. É exatamente a história do Natal que torna impossível dissociar nosso Salvador do nosso Rei.

Na mesma frase em que Lucas fala do Salvador, ele também menciona o Rei: “é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor”. Nós conseguimos separar uma coisa da outra? “O Salvador é para mim, e o Rei é para Israel”? Não, obviamente não! Ou o Salvador é também nosso Rei, ou seja, aquele que reina sobre nós, ou não temos Salvador.

O Senhor Jesus tem o direito de reinar sobre nossa vida. Nesse sentido Ele é, de fato, nosso Rei e nosso Senhor. Ele mesmo disse: “Vós sois meus amigos, se fazeis o que eu vos mando” (João 15:14). Percebemos que nesse versículo encontramos os dois - o Rei e o Salvador? O Salvador diz: “vocês são meus amigos”. O Rei diz: “se fazeis o que eu vos mando”. Aceitar Jesus como Salvador pessoal sempre significa submeter-se à autoridade dele como nosso Rei. Por essa razão, em Romanos 1:5, quando menciona seu apostolado, Paulo fala acerca da obediência por fé, que gostaria de ver crescer entre todos os gentios. A fé não é apenas um recurso da graça que nos permite chegar até o Salvador; fé sempre tem relação com obediência. Em Romanos 15:18, Paulo menciona que deseja conduzir os gentios à obediência em palavras e obras. Em Romanos 16:19 ele testemunha acerca dos romanos: “...a vossa obediência é conhecida por todos...”.

Na Segunda Carta aos Coríntios, Paulo fala acerca da obediência a Cristo: “levando cativo todo pensamento à obediência de Cristo” (2Co.10:5). Está claro? Não recebemos apenas um Salvador, um Redentor e um Libertador, quando Jesus nasceu em Belém, mas também passamos a ter um Rei a quem pertencemos de forma integral.

Portanto, quando celebramos o Natal e rememoramos o bebê na manjedoura, certamente, pensamos no Salvador, no Redentor, no Libertador. Aliás, a mensagem dos anjos aos pastores foi: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor” (Lc.2:11). Então, é correto nos alegrarmos pela vinda de nosso Salvador, nosso Redentor, nosso Libertador e pela vinda de nosso Rei quando festejamos o Natal. Quando Ele veio como criança ao mundo em Belém naquela época, nascia um Rei; um Rei acerca de quem está escrito: ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim” (Lc.1:33). Muitas vezes é justamente esse aspecto que se perde no meio de todas as festividades natalinas. Não está errado lembrar do bebê na manjedoura, não é errado adorar o Salvador, mas essa criancinha é Rei, e como Rei Ele merece ser honrado e adorado.

-Os anjos O adoraram: “E, no mesmo instante, apareceu com o anjo uma multidão dos exércitos celestiais, louvando a Deus e dizendo: Glória a Deus nas alturas, paz na terra, boa vontade para com os homens!” (Lc.2:13,14).

-Os pastores de Belém O adoraram: “E voltaram os pastores glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham ouvido e visto, como lhes havia sido dito” (Lc.2:20). 

-Os magos do oriente O adoraram (Mt.2:1): “E, entrando na casa, acharam o menino com Maria, sua mãe, e, prostrando-se, o adoraram; e, abrindo os seus tesouros, lhe ofertaram dádivas: ouro, incenso e mirra” (Mt.2:11).

Então, Natal significa Louvor, alegria e adoração ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Que possamos, com saúde, paz, alegria e prosperidade, celebrarmos esse maravilhoso presente de Deus para a humanidade - que é Jesus, o Rei -, confraternizando-se com a nossa família, amigos e irmãos.

Que este seja, também, um tempo para louvarmos, adorarmos e agradecermos a Deus por tudo o que Ele tem feito; por todas as bênçãos e vitórias que Ele nos concedeu.

“Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus seja honra e glória para todo o sempre. Amém” (1Tm.1:17).

Feliz Natal!

 

O ADVENTO DO NASCIMENTO DE JESUS

 


quinta-feira, 19 de dezembro de 2024

JESUS O BOM PASTOR


 

JESUS O BOM PASTOR



JESUS O BOM PASTOR 

“Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (1João 10:11)


A Parábola do Bom Pastor: Um Amor Sacrificial

A afirmação "Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas" (João 10:11) é uma das mais poderosas e conhecidas metáforas utilizadas por Jesus para descrever seu relacionamento com seus seguidores.

O que essa passagem significa?

  • Jesus como o Pastor: Ao se identificar como o "bom Pastor", Jesus está assumindo o papel de líder e protetor de seu povo. Ele não é apenas um guia religioso, mas um companheiro que conhece profundamente cada um de seus seguidores.
  • O amor sacrificial: A parte mais marcante dessa passagem é a afirmação de que o bom pastor "dá a sua vida pelas ovelhas". Essa imagem evoca um amor sacrificial e incondicional. Jesus, ao entregar sua vida na cruz, demonstra o maior amor que alguém pode ter, colocando as necessidades de outros acima das suas.
  • Proteção e cuidado: O pastor cuida de suas ovelhas, as protege de perigos e as guias para pastos verdes. Da mesma forma, Jesus oferece proteção espiritual, guia seus seguidores para uma vida abundante e os protege das forças do mal.
  • Conhecimento íntimo: Jesus afirma "conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido". Isso indica um relacionamento pessoal e profundo entre ele e seus seguidores. Ele conhece cada um individualmente e tem um plano único para cada vida.

Por que essa passagem é tão importante?

  • Base da fé cristã: A imagem do bom pastor é um dos pilares da fé cristã. Ela nos ensina sobre a natureza de Deus, sobre o amor de Deus por nós e sobre o propósito da vida cristã.
  • Fonte de conforto: Para muitos, a imagem do bom pastor é uma fonte de grande conforto e segurança. Saber que temos um pastor que nos conhece e nos ama incondicionalmente nos traz paz e esperança.
  • Chamado ao serviço: Essa passagem também nos inspira a servir aos outros. Ao seguir o exemplo de Jesus, somos chamados a amar e cuidar dos que estão ao nosso redor, mesmo que isso exija sacrifício.

Em resumo, a parábola do bom pastor nos revela a profundidade do amor de Deus por nós. Ela nos convida a confiar em Jesus como nosso guia e protetor e nos inspira a viver vidas de serviço e amor ao próximo.

 





INTRODUÇÃO

Ser pastor é um trabalho excelente; Paulo diz que aqueles que aspiram ao episcopado excelente obra almejam (1Tm 3:1). Mas também é um trabalho árduo. Não é uma obra para gente preguiçosa, mas uma obra que exige todo esforço, todo empenho e todo zelo. As demandas internas e externas do rebanho são exaustivas, “entre elas o cuidado para com as pessoas do rebanho, visita a enfermos, questões relacionadas a administração eclesiástica e o constante desafio de se dedicar à oração e ao ensino da Palavra de Deus”. Diz o Rev. Hernandes Dias Lopes, em seu livro “De: Pastor A: Pastor”, que “ser ministro é viver constantemente sob pressão. O ministério é uma arena de lutas contra o poder das trevas e contra o poder da carne. Não há ministério sem lágrimas. Ser pastor é cruzar um deserto escaldante, em vez de pisar os tapetes aveludados da fama. Ser pastor é a arte de engolir sapos e vomitar diamantes. Ser pastor é estar disposto a investir a vida na vida dos outros sem receber o devido reconhecimento. Ser pastor é amar sem esperar a recompensa, é dar sem esperar receber de volta. Ser pastor é saber que o nosso galardão não nos é dado aqui, mas no céu”. (1)


I.  JESUS, O SUMO PASTOR    





1. Jesus é o Pastor Supremo. O escritor da Epístola aos Hebreus refere-se ao Senhor Jesus como o “grande pastor das ovelhas” (Hb 13:20) e a primeira Epístola de Pedro, por sua vez, O declara como sendo “Pastor e Bispo das vossas almas” (1Pe 2:25). “Como Pastor, apascentará o seu rebanho; entre os braços, recolherá os cordeirinhos e os levará no seu regaço; as que amamenta, Ele as guiará mansamente” (Is 40:11).

 

Jesus Cristo é o Senhor da Igreja, o Seu único Mediador, o Seu Intercessor e Sumo Sacerdote. Ele é o único que está de forma absoluta, espiritual e hierarquicamente acima de qualquer líder da Igreja. Nenhum líder possui o direito de ser reconhecido como espiritualmente superior ao restante dos membros da Igreja, à semelhança de um “pontífice” entre Deus e os seres humanos, isto é, como uma espécie de “ponte” entre Deus e os discípulos. Esse tipo de posição na hierarquia religiosa ocorria no Antigo Testamento na pessoa dos sacerdotes do Templo, os quais tinham a função de mediar o encontro entre o pecador confesso e Deus, a fim de que ocorresse o recebimento do seu perdão ou o derramamento de bênçãos; mas, essa representação era uma figura de Jesus Cristo o nosso Sumo Sacerdote, por meio do qual toda e qualquer bênção o ser humano poderá alcançar. Assim, pode-se concluir que não há qualquer ministério eclesiástico humano que deva ser reconhecido como espiritualmente superior ao restante dos membros da Igreja, e por meio do qual os discípulos recorram para que as bênçãos lhes sejam derramadas. Só Jesus Cristo é o Pastor Supremo!

 

2. O Pastor conhece as Suas ovelhas (João 10:14,15). “Eu sou o bom Pastor, e conheço as minhas ovelhas, e das minhas sou conhecido. Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai...”. Na Palestina as ovelhas eram criadas para produzir lã, sendo tosquiadas de ano em ano. Desta feita, o pastor as mantinha sob seus cuidados durante muitos anos e entre eles se desenvolvia um relacionamento de confiança e intimidade. O pastor sabia até o nome de cada uma delas e as chamava pelo nome (João 10:3).

 

Era esta certamente a relação existente entre Jesus e seus discípulos. Ele conhecia pessoalmente as suas ovelhas. Assim como no Antigo Testamento Jeová chamava Abraão, Moisés, Samuel, Elias, Josué e outros pelo nome, assim Jesus conhecia e chamava as pessoas individualmente. Quando Ele viu Natanael se aproximando e lhe disse: "Eis um verdadeiro israelita em quem não há dolo!"; Natanael perguntou-lhe, atônito: "Donde me conheces?"(João 1:47,48). Mais adiante, Jesus chama Zaqueu pelo nome para que desça do sicômoro onde havia se escondido. E, após a sua ascensão, Ele chamou Saulo de Tarso pelo nome, na estrada de Damasco (Lc 19:5; At 9:4). E mesmo que, ao nos convertermos, não tenhamos escutado nenhuma voz audível, nós também podemos dizer que Ele nos chamou pessoalmente, Ele nos conhece por nome. Tal conhecimento e confiança entre Jesus e seus seguidores é comparado ao relacionamento entre Jesus e o Pai: “Assim como o Pai me conhece a mim, também eu conheço o Pai”. Portanto, a mesma união, comunhão, intimidade e o mesmo conhecimento que há entre o Pai e o Filho também existe entre o pastor e as ovelhas.

 

3. O pastor dá a vida pelas ovelhas (João 10:11,15). “Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas”. O bom pastor se dedica ao bem-estar das ovelhas e toda a sua vida é dominada pelas necessidades delas. A principal reclamação de Deus contra os líderes de Israel era esta: "Aí dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas?" (Ez 34:2; Jd 12). Jesus mesmo deu a vida pelas suas ovelhas. Não agiu como um empregado ou um mercenário, que faz o trabalho por dinheiro. Ele cuidou delas genuinamente, a ponto de morrer por elas. Seu grande amor se revelou em sacrifício e serviço, sacrificando a si mesmo para servir aos outros.

Um dos diversos cuidados que o bom pastor tem é fortalecer as ovelhas que são fracas, curar as doentes, atar as feridas das que estão machucadas e buscar as que se encontram extraviadas. É desse amor sacrificial, que serve, que os pastores precisam hoje, pois muitas vezes os seres humanos, assim como as ovelhas, podem se desviar do caminho.

Jesus se comparou, ainda, a um pastor de ovelhas que deixou o resto de seu rebanho a fim de ir atrás daquela que se havia perdido. Longe de abandoná-la, na esperança de que ela pudesse sair balindo e tropeçando até encontrar o caminho de volta para casa, ele arriscou a própria vida para ir à procura dela (Lc 15:1-7). Na verdade, "o bom Pastor" deu a sua vida por suas ovelhas (Joao 10:11,15). Deliberada e voluntariamente, Jesus foi para a cruz, a fim de identificar-se conosco. Deus, em Cristo, assumiu o nosso lugar, a fim de que pudéssemos ser perdoados e feitos nova criação (2Co 5:17).


II. AS CARACTERÍSTICAS DO VERDADEIRO PASTOR   


0 verdadeiro pastor - que modela o seu ministério pelo do Bom Pastor -, além de ser exemplo para os fiéis e infiéis, e exemplo para sua família, ele tem, pelo menos, as seguintes características:

1. Tem um caráter íntegro. A integridade do pastor é o fundamento sobre o qual ele constrói seu ministério. Sem vida íntegra não existe pastorado. Hoje, assistimos com tristeza a muitos pastores gananciosos que mercadejam a palavra e vendem sua consciência no mercado do lucro. Há obreiros que são rigorosos com os crentes, mas vivem de forma frouxa em sua vida pessoal. Há pastores que apascentam a si mesmos, e não o rebanho. Amam a sua própria glória, em vez de buscar a honra do Salvador.

 

2 Tem um relacionamento pessoal com suas ovelhas. Talvez a característica mais básica dos pastores seja o relacionamento pessoal que se deve desenvolver entre o pastor e as pessoas. Cônscios devem estar de que as pessoas não são seus clientes, nem seus eleitores, pacientes ou fregueses. E muitos menos são meros nomes guardados em registro ou, pior ainda, números de um arquivo de computador. São indivíduos, pessoas que o pastor conhece e que a recíproca é verdadeira. Além do mais, cada uma tem um nome própriosímbolo de sua unicidade e identidade; portanto, todo pastor de verdade deveria tentar lembrar o nome delas. E uma das formas de lembrar o nome das pessoas é escrevendo-os e orando por elas. Quando Paulo disse aos tessalonicenses: "Damos sempre graças a Deus por todas vós, mencionando-os em nossas orações" (1Ts 1:2), até parece que ele tinha algum tipo de lista. É, sem dúvida, o fato de mencionarmos regularmente o nome das pessoas em ora­ção que (com muito mais certeza e rapidez do que de outra maneira) fixa esses nomes em nossa mente e memória. Quer queira ou não, esquecer o nome de alguém é um sinal de sua falta de oração como pastor.

 

3. Guia as suas ovelhas. No Oriente Médio o pastor, devido ao íntimo relacionamento que mantém com suas ovelhas, consegue caminhar à frente delas, chamando-as, às vezes assobiando ou tocando uma flauta, e elas o seguem. A relação de Israel com Jeová, e especialmente a passagem do povo pelo deserto, tem relação com o movimento das ovelhas que seguem o seu pastor: "Dá ouvidos, ó pastor de Israel, tu, que conduzes a José, como um rebanho (Sl 80:1). O israelita temente a Deus via a Jeová da mesma maneira: "O Senhor é meu pastor: nada me faltará... Leva-me para junto das águas de descanso..." (Sl 23:1,2). Assim, Jesus, o Bom Pastor, pegou essa mesma figura e a desenvolveu: "... as ovelhas ouvem a sua voz, e chama pelo nome às suas ovelhas e as traz para fora. E, quando tira para fora as suas ovelhas, vai adiante delas, e as ovelhas o seguem, porque conhecem a sua voz” (João 10:3,4).

 

Com os pastores cristãos acontece algo parecido. É solene responsabilidade dele guiar as pessoas de tal forma que seja seguro para elas o seguirem. Ou seja: o pastor tem de ser para as pessoas(“ovelhas”) um exemplo coerente e confiável. Convém lembrarmos que Jesus introduziu no mundo um novo estilo de liderança, a saber, a liderança pelo serviço e pelo exemplo, e não pela força. O apóstolo Pedro compreendeu isto e o ecoou em seus ensinos: "Pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós... não como dominadores dos que vos foram confiados, antes tornando-vos modelos do rebanho “(1Pe 5:2,3). Com efeito, por bem ou por mal, quer gostem ou não, as pessoas vão segui-lo.

 

4. Alimenta as suas ovelhas. "Eu sou a porta", disse Jesus. "Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará e sairá e achará pastagem” (João 10:9). A principal preocupação dos pastores sempre é que suas ovelhas tenham o suficiente para comer. Quer sejam ovelhas criadas para lã, quer sejam de corte, a saúde delas depende de terem pastagem nutritiva. Assim, o próprio Jesus, na qualidade de bom pastor, foi sobretudo um Mestre. Ele alimentou os seus discípulos com a boa comida da sua instrução.

 

Os pastores de hoje têm essa mesma tremenda responsabilidade. O pastor é, acima de tudo, um mestre. Esta é a razão para duas qualidades de um presbítero explicitadas nas Epístolas Pastorais. Primeiro, o candidato deve ser "apto para ensinar" (1Tm 3:2). Segundo ele deve reter “firme a fiel palavra, que é conforme a doutrina, para que seja poderoso, tanto para admoestar com a sã doutrina como para convencer os contra dizentes” (Tt 1:9). Estas duas qualificações andam juntas. O pastor deve ter o dom de ensinar e, ao mesmo tempo, ser fiel ao ensino da Palavra de Deus. E, quer estejam ensinando a uma multidão ou a uma congregação, a um grupo ou a um só indivíduo (Jesus mesmo ensinou nestes três contextos), o que distingue o seu trabalho pastoral é que este é sempre um ministério da Palavra.

 

5. Cuida das ovelhas com ternura. O apóstolo Paulo tinha esta característica: “antes, fomos brandos entre vós, como a ama que cria seus filhos” (1Ts 2;7). Paulo tratou os crentes de Tessalônica carinhosamente como uma ama que acaricia seus filhos. A ênfase da mãe é a gentileza e a ternura. Paulo era como uma mãe afetuosa cuidando do seu bebê. Ele demonstrou pelos seus filhos na fé amor intenso, cuidado constante, dedicação sem reserva, paciência triunfadora, provisão diária, afeto explícito, proteção vigilante e disciplina amorosa. Muitos obreiros lideram o povo de Deus com truculência e rigor despótico. São ditadores implacáveis, e não pastores amorosos. Esmagam as ovelhas com sua autoridade autoimposta, em vez de conduzir o rebanho com a ternura de uma mãe.

 

6. Cuida de si mesmo para não praticar o que condena. O ministério de pastor não é uma apólice de seguro contra o fracasso espiritual. Há um grande perigo de o pastor acostumar-se com o sagrado e perder de vista a necessidade de temer e tremer diante da Palavra. Os filhos de Eli carregavam a Arca da Aliança com uma vida impura. A Arca não os livrou da tragédia.

Há muitos pastores vivendo na prática de pecados e ainda mantendo a aparência. Há muitos pastores que saem dos esgotos da impureza, pois navegam no lamaçal de sites pornográficos para, depois, subir ao púlpito e exortar o povo à santidade. Essa atitude torna os pecados do pastor mais graves, mais hipócritas e mais danosos que os pecados das demais pessoas. Há pastores que causaram mais males com seus fracassos do que benefícios com seu trabalho. Se um pastor perder a credibilidade, perde também o seu ministério. A maior prioridade do obreiro não é fazer a obra de Deus, mas ter comunhão com o Deus da obra. Vida com Deus é a base do trabalho para Deus. Na verdade, Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que nós fazemos. Pense nisso!




III. O MINISTÉRIO PASTORAL                   

Conforme o texto de 1Pedro 5:1-4, podemos dizer que, em termos eclesiásticos, pastor é aquele que supervisiona o rebanho; é aquele que serve debaixo da autoridade do “Supremo Pastor” cuidando das “ovelhas” de Cristo; ou melhor, ele é um mordomo do Senhor, por isso deve guardar cada uma das ovelhas que lhe confiou o Sumo Pastor. O seu ministério é o de sábio conselho, correção, encorajamento e consolo.

1. A missão do pastor.  O pastor não é um voluntário, mas uma pessoa chamada por Deus. Seu ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, mas celestial.

No Antigo Testamento, o termo “pastor”, literalmente, refere-se aos cuidados de um indivíduo alimentando, disciplinando e protegendo seu rebanho. A partir dessa interpretação, surgiu o conceito acerca de Deus como “Pastor de Israel” (Gn 48:15; Sl 80:1): alimentando (Is 40:11), protegendo (Am 3:12), disciplinando (Sl 23:2) e resgatando as ovelhas desgarradas (Jr 31:10; Ez 34:12) de seu rebanho. Essa ideia de “pastoreio” foi estendida aos líderes do povo de Israel, os quais atuavam sob a supervisão de Deus, como, por exemplo, os juízes, reis, profetas e sacerdotes, os quais também foram denominados “pastores” (cf. Nm 27:17; 1Rs 22:17; Jr 2:8; Ez 34:2).

 

No Novo Testamento, o termo “pastor” é a tradução do vocábulo grego poimén”, podendo ser interpretado como: “pastor, guia, ministro, clérigo; superintendente, inspetor, diretor; tutor, guardião, apascentador de ovelhas”. Os escritores inspirados do Novo Testamento mantiveram a ideia veterotestamentária do termo “pastor” aplicando-o ao Senhor Jesus Cristo como o “Pastor” (João 10:2,11,14,16) e assim reconhecendo suas atribuições como Aquele que exerce a função de pastoreio do rebanho do Pai (Mt 25:32; 26:31). Jesus considerou os apóstolos como seus sucessores na missão de pastoreio da Igreja; a mesma simbologia foi perpetuada nos escritos do apóstolo Paulo com referência aos líderes que exerciam suas funções de governo das igrejas locais.

 

Portanto, “o verdadeiro pastor cuida das ovelhas com zeloso amor e compaixão, entregando-se totalmente às suas demandas e dando-lhes alimento espiritual através do ensino da Palavra de Deus”.

 

2. Uma missão polivalente. A partir do termo neotestamentário “poimén” é possível listar diversas interpretações para o ato daquele que pastoreia a Igreja, como, por exemplo:

 

a) Vigilância. O pastor conserva-se no constante exercício de suas funções, concentrando ou exercendo a sua influência benéfica ou protetora sobre o rebanho, além de permanecer em perene atividade. Paulo alertou para o fato de os pastores estarem vigilantes para que os lobos vorazes não penetrem no meio do rebanho. Jesus, também, fez o mesmo alerta: “Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores” (Mt 7:15).

 

b) Alimentação. O pastor fortalece espiritualmente o rebanho de Cristo por meio do ensino da sua Palavra, sendo este o seu principal empreendimento. Bem diz Bernard Ramm: “A tarefa fundamental de um pastor, na pregação, não é ser brilhante ou profundo, mas é ministrar a verdade de Deus”.

 

c) Proteção. O pastor preserva o rebanho dos perigos auxiliando-o quanto aos obstáculos em sua peregrinação à glória, envolvendo-se ativamente no resgate dos doutrinariamente “desgarrados”, mantendo-se atento para “defender” por meio da apologética cristã e da oração persistente a união e a unidade das ovelhas. Sua função é descrita como a de um “vigia” que, servindo sob o “estado de vela”, permanece em constante exercício, espreitando a favor de seu rebanho.

 

d) Despenseiro. Além dessas responsabilidades, o pastor age como o bom conciliador e administrador eclesiástico dos bens materiais, patrimoniais, das finanças e recursos humanos disponíveis para toda boa obra da igreja local.

 

3. O cuidado contra os falsos pastores. Quando Deus levantou Jeremias e Ezequiel como profetas de Judá, Ele ordenou-lhes que repreendessem os pastores infiéis da nação. No período do Antigo Testamento, todos os que tinham responsabilidades de lideranças, como os profetas, os sacerdotes e os reis, eram considerados pastores do povo de Israel. Quanto ao Rei, a sua missão era aconselhar e guiar o povo de Deus (1Sm 9:16; ler Dt 17:14-20); quanto ao Sacerdote, sua missão era santificar o povo, oferecer sacrifícios pelo povo e interceder pelos transgressores (Hb 5:1-3; ler Lv 10:8-11; 16; 21:1-24); quanto ao Profeta, sua missão era preservar o conhecimento e manifestar a vontade do único e verdadeiro Deus (Ez 2:1-10; ler Dt 18:20-22).

Deus se indigna contra os pastores que não respeitam as ovelhas que lhe foram confiadas. Diz Deus (Jr 23:1-4):

 

1. Ai dos pastores que destroem e dispersam as ovelhas do meu pasto, diz o Senhor. 2. Portanto, assim diz o Senhor, o Deus de Israel, acerca dos pastores que apascentam o meu povo: Vós dispersastes as minhas ovelhas, e as afugentastes, e delas não cuidastes; eis que visitarei sobre vós a maldade das vossas ações, diz o Senhor. 3. E eu mesmo recolherei o resto das minhas ovelhas, de todas as terras para onde as tiver afugentado, e as farei voltar aos seus apriscos; e frutificarão e se multiplicarão. 4. E levantarei sobre elas pastores que as apascentem, e nunca mais temerão, nem se assombrarão, e nem uma delas faltará, diz o Senhor”.

 

Deus falou aos líderes de Judá que eles eram culpados de negligenciar e maltratar o rebanho dele. Preste atenção nos verbos que ele usa para descrever a conduta destes pastores: destruir, dispersar, afugentar e não cuidar. Pastores devem juntar, alimentar, cuidar, guiar e proteger. Mas, os pastores de Israel faziam tudo ao contrário! Uma coisa marcante neste parágrafo é a maneira que Deus fala do rebanho. Ele o descreve como “o meu povo”“as ovelhas do meu pasto” e “as minhas ovelhas”. A linguagem dele mostra o problema raiz do comportamento errado dos líderes. Eles não amavam o povo como Deus o amava! Para eles, ser pastor era uma posição de destaque, honra e privilégio. Para Deus, ser pastor era uma posição de responsabilidade, sacrifício e amor.

 

Hoje, ainda há muitos que olham para o cargo de pastor como uma posição de honra a ser cobiçada. Buscam o destaque e desejam a honra diante dos homens. Ao invés de agir humildemente como pastores no rebanho local (veja 1Pedro 5:1-3), apresentam-se em todo lugar com o “título” de pastor. Em outras palavras, “Amam o primeiro lugar nos banquetes e as primeiras cadeiras nas sinagogas, as saudações nas praças e o serem chamados mestres pelos homens” (Mt 23:6-7). Tais pastores não cuidam do rebanho como devem; são falsos pastores.

Veja, também, o que Deus diz através do profeta Ezequiel contra os pastores infiéis de Israel, isto é, seus reis, sacerdotes e profetas (Ez 34:2-6):

2. Ai dos pastores de Israel que se apascentam a si mesmos! Não apascentarão os pastores as ovelhas? 3. Comeis a gordura, e vos vestis da lã, e degolais o cevado; mas não apascentais as ovelhas.  4. A fraca não fortalecestes, e a doente não curastes, e a quebrada não ligastes, e a desgarrada não tornastes a trazer, e a perdida não buscastes; mas dominais sobre elas com rigor e dureza. 5. Assim, se espalharam, por não haver pastor, e ficaram para pasto de todas as feras do campo, porquanto se espalharam.  6. As minhas ovelhas andam desgarradas por todos os montes e por todo o alto outeiro; sim, as minhas ovelhas andam espalhadas por toda a face da terra, sem haver quem as procure, nem quem as busque”.

 

Nota-se que as palavras do Senhor dirigidas aos líderes de Israel são de condenação absoluta desde o começo: "Ai dos pastores de Israel". Aqueles homens achavam que as posições que ocupavam eram tão dignificadas que os tornavam, automaticamente, isentos e imunes a toda e qualquer forma de crítica. Não entendiam que as posições que ocupavam, bem como as funções executadas por eles, realmente, não os isentavam de ter que admitir seus erros, de ter que confessar seus pecados e de sofrer as graves consequências dos juízos de Deus, caso não se arrependessem.

Estas palavras, realmente duras da parte do Senhor, são motivadas pelo fato de que os pastores não são "donos" do rebanho de Deus e por este motivo não podem tratar o rebanho de Deus de qualquer maneira e de forma abusiva. Pastores, como diz o apóstolo Pedro, não passam de cooperadores submetidos ao Senhor Jesus que é chamado de Supremo Pastor (cf. 1Pedro 5:4).

CONCLUSÃO

“Precisamos de pastores que amem a Deus mais do que seu sucesso pessoal. Precisamos de pastores que se afadiguem na Palavra e tragam alimento nutritivo para o povo. Precisamos de pastores que conheçam a intimidade de Deus pela oração e sejam exemplo de piedade para o rebanho. Precisamos de pastores que deem a vida pelo rebanho em vez de explorarem o rebanho. Precisamos de pastores que tenham coragem de dizer “não” quando todos estão dizendo “sim” e, dizer “sim”, quando a maioria diz “não”. Precisamos de pastores que não se dobrem ao pragmatismo nem vendam sua consciência por dinheiro ou sucesso. Precisamos de pastores fiéis e não de pastores populares. Precisamos de homens quebrantados e não de astros ensimesmados” (Rev. Hernandes Dias Lopes. De: Pastor a: Pastor”).

 

 

terça-feira, 17 de dezembro de 2024

A OVELHA PERDIDA

 A OVELHA PERDIDA – 

LUCAS 15:4-7

A parábola da Ovelha Perdida, encontrada em Lucas 15:1-7, é uma das mais conhecidas e amadas histórias contadas por Jesus. Ela ilustra o imenso amor e a incessante busca de Deus por cada um de nós, mesmo quando nos afastamos Dele.

O Contexto:

Jesus estava frequentemente na companhia de cobradores de impostos e pecadores, o que gerava críticas por parte dos fariseus e escribas, que se consideravam justos e superiores. Eles murmuravam, dizendo: "Este homem recebe pecadores e come com eles" (Lucas 15:2). Em resposta a essas críticas, Jesus conta três parábolas: a da Ovelha Perdida, a da Dracma Perdida e a do Filho Pródigo (ou Filho Perdido), todas com o objetivo de mostrar o coração de Deus para com os perdidos.

A História:

A parábola narra a história de um pastor que possuía cem ovelhas. Ao perceber que uma delas havia se perdido, ele deixa as noventa e nove no campo e vai em busca da ovelha perdida, até encontrá-la. Ao encontrá-la, ele a coloca sobre os ombros, cheio de alegria, e volta para casa. Ao chegar, reúne seus amigos e vizinhos e diz: "Alegrem-se comigo, pois encontrei a minha ovelha perdida" (Lucas 15:6).

O Significado:

  • O Pastor: Representa Deus, o Bom Pastor, que cuida de suas ovelhas com amor e zelo.
  • A Ovelha Perdida: Representa cada um de nós que, por vezes, nos afastamos do caminho de Deus, nos perdendo em nossos próprios caminhos e pecados.
  • As Noventa e Nove Ovelhas: Não representam os justos ou aqueles que não precisam de arrependimento, mas sim a totalidade do rebanho de Deus. A ênfase da parábola não está nelas, mas sim na busca pela única ovelha que se perdeu.
  • A Busca Incansável: Mostra o amor incondicional de Deus, que não desiste de nós, mas nos busca ativamente até nos encontrar.
  • A Alegria do Encontro: Demonstra a imensa alegria de Deus quando um pecador se arrepende e volta para Ele. Jesus enfatiza que há mais alegria no céu por um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento (Lucas 15:7). 1  

Lições que podemos extrair:

  • O valor de cada indivíduo para Deus: Cada pessoa é preciosa aos olhos de Deus, e Ele se importa com cada um individualmente.
  • O amor incondicional de Deus: Deus nos ama mesmo quando nos afastamos Dele, e Ele está sempre disposto a nos perdoar e nos receber de volta.
  • A importância do arrependimento: O arrependimento é o caminho para voltarmos para Deus e experimentarmos a Sua alegria e o Seu perdão.
  • A alegria do céu pela conversão de um pecador: A conversão de um pecador traz grande alegria no céu, mostrando o quanto Deus deseja que todos se salvem.

A parábola da Ovelha Perdida é uma poderosa mensagem de esperança e amor, que nos mostra o quanto somos amados e valorizados por Deus, e o quanto Ele anseia por nossa volta.

Tema: A Ovelha Perdida


Texto Bíblico: Lucas 15:4-7

Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas e perdendo uma delas, não deixa no deserto as noventa e nove e não vai após a perdida até que venha a achá-la?E, achando-a, a põe sobre seus ombros, cheio de júbilo;e, chegando à sua casa, convoca os amigos e vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque  achei a minha ovelha perdida.Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento.

Introdução:

Todos nós estamos sujeitos a erros e pecados. Às vezes nos desviamos do caminho de Deus e nos sentimos perdidos.

Mas há uma mensagem de esperança em Lucas 15:4-7, onde Jesus nos conta a parábola da ovelha perdida.

I. A ovelha perdida:

  • Uma ovelha se perde do rebanho, fica vulnerável e sozinha.
  • A vida cristã pode ser comparada a um rebanho, onde o pastor cuida de suas ovelhas.
  • Mas às vezes nos afastamos do caminho de Deus, seja por escolha própria ou por circunstâncias.
  • Isso nos faz sentir perdidos e vulneráveis, assim como a ovelha perdida.

II. O amor do pastor:


  • Na parábola, o pastor não deixa a ovelha perdida sozinha e vai atrás dela.
  • Deus também não nos deixa sozinhos, Ele nos ama e nos busca, mesmo quando estamos perdidos.
  • O amor de Deus é incondicional e Ele sempre nos perdoa e nos recebe de volta.

IV. A alegria da salvação:

  • Quando o pastor encontra a ovelha perdida, ele fica muito feliz e comemora com os amigos e vizinhos.
  • Da mesma forma, há alegria no céu quando um pecador se arrepende e volta para Deus.
  • Devemos nos alegrar com a salvação, não só a nossa, mas a de outros também.

Exegese Bíblica:

A parábola da ovelha perdida nos ensina que Deus nunca nos deixa sozinhos, mesmo quando nos sentimos perdidos.

Ele sempre nos ama e busca, e nos recebe de volta com amor e alegria. Precisamos reconhecer nossos erros e nos arrepender, e assim nos permitir ser encontrados pelo pastor.

Que possamos nos alegrar com a salvação, e estar sempre próximos de Deus, que nos ama e cuida de nós como um pastor cuida de suas ovelhas.

 

A Parábola da Ovelha Perdida


 Parábola da Ovelha Perdida é uma das parábolas de Jesus que fala sobre o maravilhoso amor de Deus. Essa parábola está registrada nos Evangelhos de Mateus e Lucas (Mateus 18:12-14; Lucas 15:4-7). Um estudo da Parábola da Ovelha Perdida mostra como o próprio Deus busca ativamente o pecador e se alegra quando o resgata.

Na Parábola da Ovelha Perdida Jesus fala sobre um pastor que possui cem ovelhas. Mas uma dessas ovelhas acaba se perdendo. Então ele deixa no deserto as noventa e nove ovelhas e vai em busca da única ovelha perdida. Ele não para, não desiste até encontrá-la.

Quando o pastor encontra a ovelha perdida ele a coloca sobre seus ombros com grande alegria. Ao chegar em casa, o pastor convoca seus amidos e vizinhos e diz a eles para que se alegrem juntamente com ele por ter encontrada a ovelha perdida. Jesus termina a parábola dizendo: Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento”
Lucas 15:4-7.

Contexto e explicação da Parábola da Ovelha Perdida

Como já foi dito, a Parábola da Ovelha Perdida pode ser encontrada nos Evangelhos de Mateus e Lucas. Basicamente os dois relatos são idênticos, embora seja possível classificar o texto de Mateus como sendo um paralelo abreviado comparado ao texto de Lucas.

Mas analisando os textos de Mateus e Lucas, o contexto histórico claramente parece indicar que Jesus contou essa parábola duas vezes. Isso significa que ele usou essa parábola em duas ocasiões diferentes e com propósitos diferentes em seu ministério terreno. Apesar disso, a mensagem principal da parábola permanece a mesma. Vejamos melhor a explicação da Parábola da Ovelha Perdida em cada um dos dois Evangelhos.

A Parábola da Ovelha Perdida no Evangelho de Mateus

No Evangelho de Mateus o contexto que prepara a introdução da Parábola da Ovelha Perdida é o ensino de Jesus de que Deus é um Pai Amoroso. Ele cuida de seu rebanho; Ele coloca seus anjos e utiliza todos os meios necessários para fazer com que seus propósitos sejam concretizados.

Então em Mateus 18:1 os discípulos fazem a seguinte pergunta a Jesus: “Quem é o maior no reino dos céus?. Para responder essa pergunta, Jesus colocou um menino no meio deles e disse: “Em verdade vos digo que, se não vos converterdes e não vos fizerdes como meninos, de modo algum entrareis no reino dos céus” (Mateus 18:3).

Na sequência Jesus advertiu os discípulos sobre o perigo de fazer com um dos pequeninos tropece ou mesmo desprezá-los de alguma forma. É nesse sentido que Jesus contou a Parábola da Ovelha Perdida. Seu objetivo era enfatizar que não é da vontade do Pai que “um só destes pequeninos se perca” (Mateus 18:14).

Embora Jesus tenha usado literalmente uma criança nesse contexto, isso serviu como ilustração de uma verdade espiritual muito importante. Isso significa que ao usar um menino, Jesus se referiu àqueles cuja fé mantém a simplicidade das crianças. Diante desse propósito, a Parábola da Ovelha Perdida em Mateus nos ensina que Deus, como um pastor que cuida de suas ovelhas, também busca e cuida daqueles que sãos seus. Ele não deixará que nenhum daqueles que lhe pertencem se perca.

A Parábola da Ovelha Perdida no Evangelho de Lucas

No Evangelho de Lucas o contexto da Parábola da Ovelha Perdida mostra uma situação em que Jesus havia sido cercado por publicanos e pecadores que se reuniram em torno dele para ouvi-lo. Os publicanos eram judeus que trabalhavam para o Império Romano como coletores de impostos.

Os judeus da época consideravam os publicanos como traidores que extorquiam os próprios irmãos. Já os chamados “pecadores” eram todas as demais pessoas marginalizadas moralmente e de má reputação. Essas pessoas não viviam conforme as normas estabelecidas pelos rabinos; por isso acabavam excluídas da sociedade judaica pelos líderes religiosos. O povo judeu era aconselhado a não ter qualquer contato com essas pessoas, e muito menos comer com elas.

Entretanto, Jesus frequentemente estava acompanhado dessas pessoas; inclusive ele se assentava à mesa com elas (Lucas 5:27-29). Jesus até escolheu Mateus, um coletor de impostos, para ser um dos seus doze apóstolos. Tais coisas faziam com que os fariseus e os escribas se escandalizassem e murmurassem.

Eles não conseguiam enxergar o verdadeiro propósito pela qual o Filho de Deus veio ao mundo, a saber, buscar e salvar o perdido. Então com o intuito de expor o comportamento reprovável e injusto dos religiosos, e ao mesmo tempo mais uma vez lhes oferecer a oportunidade de converter-se de tal perversidade, Jesus contou três parábolas. Foram elas: a Parábola da Ovelha Perdida, a Parábola da Dracma Perdida e a Parábola do Filho Pródigo.

A explicação da Parábola da Ovelha Perdida

Presenciar pastores apascentando ovelhas era algo corriqueiro e familiar naquele tempo. Isso significa que na Parábola da Ovelha Perdida mais uma vez Jesus usou uma prática muito comum para compor sua história e transmitir o seu ensino.

Então os ouvintes de Jesus estavam bem habituados com a cena descrita por Ele. Além disso, todos eles, principalmente os fariseus e os escribas, conheciam muito bem as passagens do Antigo Testamento que mostram Deus como o Pastor de suas ovelhas (cf. Salmos 23:1; Isaías 40:11; Ezequiel 34:15,16).

Jesus começou a Parábola da Ovelha Perdida perguntando: Qual de vocês, se tiver cem ovelhas e tiver perdido uma delas, não vai em busca da ovelha perdida?” (Lucas 15:4). Nessa pergunta Jesus ensina que todo pastor bom e zeloso, necessariamente buscará a ovelha perdida. Ele agirá dessa forma mesmo que isso implique em deixar as outras noventa e nove ovelhas enquanto busca uma única ovelha desgarrada.

Na sequência da parábola Jesus faz questão de descrever a alegria do pastor ao encontrar sua ovelha perdida (Lucas 15:5,6). Ele reúne seus amigos e vizinhos para juntos festejarem. Essa cena é a que prepara a lição principal da parábola que indica que há uma grande festa no céu quando um pecador perdido é encontrado (Lucas 15:7). Essa alegria é resultante da busca e do cuidado providencial do Bom Pastor.

Sobre isso, o próprio Jesus com suas palavras e sua obra revelou o tamanho desse cuidado. No Evangelho de João lemos a seguinte declaração do Senhor Jesus: Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas” (João 10:11).

Quem são as noventa e nove ovelhas?

Em Lucas 15:7 o Senhor Jesus diz: Digo-vos que assim haverá alegria no céu por um pecador que se arrepende, mais do que por noventa e nove justos que não necessitam de arrependimento. Os estudiosos consideram essa declaração difícil de interpretar.

Perceba que nas palavras de Jesus as noventa e nove ovelhas representam pessoas justas que não precisam de arrependimento. Então quem seriam essas pessoas? Existem diferentes interpretações que tentam responder essa pergunta. Citaremos aqui as duas principais:

  1. A primeira interpretação considera que os noventa e nove justos são aquelas pessoas que verdadeiramente fazem a vontade de Deus e seguem seus mandamentos. Também há alegria no céu pela conduta de vida dessas pessoas. No entanto, quando um pecador se arrepende, então a alegria é ainda maior. É como uma ovelha desgarrada que foi recuperada, uma dracma perdida que foi encontrada e um filho perdido que retornou à casa do pai.
  2. A segunda interpretação considera que os noventa e nove justos são pessoas que apenas possuem aparência de justiça. Em outras palavras, elas são pessoas justas a seus próprios olhos e por isso elas pensam não precisar de arrependimento. Isso porque alguém que se julga justo obviamente não deve ter nada do que se arrepender.

Embora as duas interpretações sejam boas e demonstram verdades confirmadas pelas Escrituras, a segunda interpretação é aquela que mais se harmoniza ao contexto da Parábola da Ovelha Perdida no Evangelho de Lucas. Quando Jesus contou essa parábola ele estava junto dos miseráveis pecadores que o cercavam para ouvir suas palavras. Enquanto isso ali também estavam alguns representantes dos religiosos, que se orgulhavam em cumprir a Lei. Essas pessoas se consideravam justas e murmuravam diante da atitude de Jesus.

Sob esse aspecto parece claro que Jesus estava falando dos fariseus e dos escribas, juntamente daqueles que os seguiam. Portanto, provavelmente os noventa e nove justos representam os murmuradores que confiavam em suas próprias obras.

Aqui vale lembrar que antes disso Jesus já havia sido censurado pelos fariseus por se ajuntar com pessoas reprováveis. Mas o Senhor Jesus sempre deixou claro que Ele não veio chamar os justos ao arrependimento, mas, sim, os pecadores (Lucas 5:30-32). Através de uma parábola, em outra ocasião Jesus também repreendeu algumas pessoas que pensavam ser justas, confiavam em si mesmas e desprezavam os outros (Lucas 18:9).

Mas independentemente da interpretação adotada, o importante é entender que a ênfase da Parábola da Ovelha Perdida está justamente na ovelha que se perdeu, foi buscada, encontrada e celebrada. Isso significa que a mensagem de Jesus nessa parábola demonstra que se um pastor humano deixa as noventa e nove ovelhas para buscar uma única que se perdeu, o que se pode esperar então do Bom Pastor, que dá sua vida pelas ovelhas? Ele certamente buscará e resgatará o pecador perdido.

Lições da Parábola da Ovelha Perdida

A Parábola da Ovelha Perdida ensina muitas lições de extrema importância para a vida cristã. Em primeiro lugar, a parábola ensina que uma única pessoa já faz falta. Muitas vezes estamos acostumados a situações em que fatalmente pensamos que um a mais ou um a menos não faz diferença.

Isso acontece porque humanamente estamos propensos a olhar muito mais para as noventa e nove ovelhas do que para uma única ovelha que ficou desgarrada. Mas felizmente o Bom Pastor não age dessa maneira. Para Ele, uma única ovelha já faz falta, pois nenhuma de suas ovelhas poderá ficar definitivamente perdida (João 10:28).

Em segundo lugar, a Parábola da Ovelha Perdida ensina que o pastor busca suas ovelhas. Quem já viu alguma vez um rebanho de ovelhas e se atentou ao comportamento delas, sabe o quão limitadas elas são em todos os sentidos. As ovelhas são completamente dependentes do pastor que as apascenta. É por isso que o pastor de ovelhas sempre está atento a qualquer problema que possa ocorrer com seu rebanho. Ele se compromete a proteger o rebanho de qualquer imprevisto.

Da mesma forma Cristo, como um pastor, vai à procura do homem que é totalmente incapaz de fazer qualquer coisa por si mesmo. É o pastor que vai em busca da ovelha, e não a ovelha que vai em busca do pastor. A salvação é obra da soberana graça divina! Deus é quem vai em busca do homem, não o homem quem vai em busca de Deus.

O homem por si só, mesmo pensando consigo possuir muitas habilidades e capacidades, não possui qualquer condição de encontrar o caminho para o aprisco da salvação. Sozinha a ovelha perdida nunca teria sido encontrada! De igual modo, Deus encontra o pecador que está perdido no pecado e que sozinho nunca conseguirá escapar de cair no abismo.

Os homens passam suas vidas buscando alento em muitas coisas. Alguns buscam em religiões; outros em bens materiais; e outros em status e fama ou qualquer outra coisa que possa satisfazê-los. Porém, quando o pecador é resgatado de sua perdição e se sente acolhido nos braços do Bom Pastor, não resta outra coisa a ele a não ser admitir que não foi ele quem encontrou a Cristo, mas Cristo foi quem o encontrou.

Em terceiro lugar, a Parábola da Ovelha Perdida ensina que devemos aprender com a atitude do Bom Pastor. Diante dos perdidos, podemos adotar diferentes atitudes. Podemos odiá-los, podemos ser indiferentes a eles, podemos recebê-los caso venham até nós, ou, finalmente, podemos buscá-los.

Consequentemente, a Parábola da Ovelha Perdida também nos exorta sobre o perigo de sermos como os fariseus e os escribas. Devemos nos doar pela tarefa de anunciar o Evangelho que encontra e restaura o perdido. Cristo não odiou os publicanos e os pecadores e nem mesmo foi indiferente a eles. Ao contrário disso, Jesus fez mais até do que apenas recebê-los bem. Na verdade, muitas vezes Ele próprio é quem foi em busca dos perdidos e desprezados (Lucas 19:10; Mateus 14:14; 18:12-14; João 10:16).

A mensagem da Parábola da Ovelha Perdida nos convida a uma importante reflexão. Devemos constantemente perguntar a nós mesmos: Qual tem sido a nossa atitude para com os perdidos?

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