quarta-feira, 2 de julho de 2025

TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME

 

TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME

Explicação de Lucas 9:23: Tome sua cruz e siga-me

Quando Jesus disse: “Tome a sua cruz e siga-me”, ele estava ensinando aos seus discípulos sobre o verdadeiro custo de segui-lo. Naquela época, a cruz era um símbolo de sofrimento e morte. Quem carregava uma cruz estava a caminho da execução, condenado a morrer de forma dolorosa e humilhante.

Com essas palavras, Jesus deixou claro que segui-lo não seria fácil. Não se tratava somente de crer nele, mas de estar disposto a entregar a vida por ele, se fosse necessário. Ele mesmo aceitou sofrer e morrer na cruz para cumprir a vontade de Deus e trazer salvação à humanidade. Seus discípulos deveriam estar preparados para enfrentar oposição, perseguição e até a morte por sua fé.

Ao chamar seus seguidores a tomar sua cruz, Jesus falava de uma entrega total. Não se referia a simples renúncias ou dificuldades diárias, mas à disposição de dar a vida por amor a ele.

Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. - Lucas 9:23

O que significa “negar-se a si mesmo”

Negar-se a si mesmo é submeter a nossa vontade completamente ao domínio do Senhor. Quem se nega a si mesmo valoriza obedecer a Deus e seus mandamentos. Em vez de satisfazer seus desejos e anseios, pergunta a Deus “o que queres que eu faça? Qual é a tua vontade para mim neste momento?”, e faz o que Deus indica.

Todo aquele que se nega a si mesmo escolhe dar prioridade à vontade de Deus, foca na obediência a Deus e renúncia a fazer simplesmente o que deseja.

O impacto em nossa vida ao escolher tomar a cruz e seguir a Jesus

Deus chama todos os que o seguem a se entregarem completamente a ele e tomarem a cruz. Embora nem todos os cristãos enfrentem perseguição extrema, seguir a Jesus implica uma entrega profunda e uma fidelidade a ele que vai além de nossas comodidades e desejos pessoais. Sofreremos por ele porque, em muitos aspectos, o mundo em que vivemos vai contra o que Deus diz.

Quando decidimos seguir a Jesus, Deus nos chama a abandonar certas coisas ou costumes. Deus nos chama a nos livrarmos de tudo o que nos prende e nos afasta do nosso serviço a ele. Mas o versículo se refere a uma entrega ainda maior: fala de estar disposto a morrer por Jesus, a sermos mortos por amor a ele.

O texto bíblico em Lucas e Marcos

Esse relato da conversa de Jesus com seus discípulos também se encontra nos evangelhos de Lucas e Marcos. Nos três evangelhos é enfatizada a importância de estarmos dispostos a morrer por Jesus, de valorizarmos mais nosso destino eterno com ele do que nossa vida terrena.

Jesus dizia a todos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida a perderá; mas quem perder a sua vida por minha causa, este a salvará. Pois que adianta ao homem ganhar o mundo inteiro e perder-se ou destruir a si mesmo? - Lucas 9:23-25

E chamando a si a multidão, com os seus discípulos, disse-lhes: Se alguém quiser vir após mim, negue-se a si mesmo, e tome a sua cruz, e siga-me. Porque qualquer que quiser salvar a sua vida, perdê-la-á, mas, qualquer que perder a sua vida por amor de mim e do evangelho, esse a salvará. - Marcos 8:34-35

Então Jesus disse aos seus discípulos: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Pois quem quiser salvar a sua vida, a perderá, mas quem perder a sua vida por minha causa, a encontrará. Pois, que adiantará ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou, o que o homem poderá dar em troca de sua alma? Pois o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos, e então recompensará a cada um de acordo com o que tenha feito. - Mateus 16:24-27

MAT.10·38 E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim.

 

MAT.27·32 Ao saírem, encontraram um homem cireneu, chamado Simão, a quem obrigaram a levar a cruz de Jesus.

 

MAT. 27·40 e dizendo: Tu, que destróis o santuário e em três dias o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és Filho de Deus, desce da cruz.

 

MAT. 27·42 A outros salvou; a si mesmo não pode salvar. Rei de Israel é ele; desça agora da cruz, e creremos nele;

 

EFÉS. 2·16 e pela cruz reconciliar ambos com Deus em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade;

 

HEBR. 12·2 fitando os olhos em Jesus, autor e consumador da nossa fé, o qual, pelo gozo que lhe está proposto, suportou a cruz, desprezando a ignomínia, e está assentado à direita do trono de Deus.

 

1 – Primeira condição: Renunciar a si mesmo, Esvaziar o Próprio Ego.

2 – Segunda condição - Tomar cada dia sua cruz, nesta afirmação de Jesus está incluindo que iremos enfrentar oposição, perseguição e muitas vezes passaremos ignorados pela sociedade que vive egoisticamente sem Deus. (Leve, Pesada, Difícil, Desanimo, Tristeza, Angústias, Enfermidades ??}

3 – Terceira condição: Seguir Jesus, com o anúncio de sua palavra e uma vida imitando suas ações de libertação.

Perceba que antes da sentença “negue-se a si mesmo”, Jesus usou a expressão “vir após mim”Essa expressão significa “unir-se a Ele”

Negar-se a si mesmo é dizer não a natureza humana decaída, ou seja, o velho “eu” que tenta nos desviar para as concupiscências das obras da carne.

Negar-se a si mesmo é renunciar toda confiança em sua própria natureza, religiosidade, capacidade e obras, e entender que a salvação depende exclusivamente de Deus, e que os méritos pertencem tão somente ao Cristo da Cruz.

Sacrifícios de Renúncia:

Abraão: e Isaque no Moriá

Ana: A esposa de Elcana era uma mulher triste porque não conseguia ter filhos (Samuel)

Moisés: “Pela fé, já Adulto recusou ser chamado filho da filha de faraó” Hb 11: 24. 

A Cruz. A cruz de Cristo é a mais eloquente expressão do amor de Deus por nós. Deus nos ama, e Ele revelou essa verdade na cruz do seu Filho. Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores. Foi numa rude cruz que o Filho de Deus, o Cordeiro de Deus, se sacrificou por toda a humanidade, para que todo aquele que nele crer tenha a Salvação.

A Cruz foi o gesto mais profundo do sacrifício de Cristo. Jesus Cristo deixou a glória, o trono, esvaziou-se, tornou-se homem, servo, foi perseguido, preso, açoitado, cuspido, pregado na cruz. Sendo Deus, se fez homem; sendo o Senhor, se fez servo; sendo Santo, se fez pecado; sendo Bendito, se fez maldição; sendo o Autor da vida, deu a Sua vida. Cristo veio para morrer; Ele foi morto desde a fundação do mundo; Ele nasceu para ser o nosso substituto, representante e fiador.

A Cruz, portanto, não foi um acidente na vida de Cristo, mas um apontamento de Deus desde a eternidade. Cristo não foi para a cruz pela trama dos judeus, pela traição de Judas, pela maldade de Anás e Caifás, pela covardia de Pilatos, pela gritaria insana dos judeus, pela crueldade dos soldados, não! Ele foi à cruz por um plano eterno do Pai; Ele sabia que estava indo para a cruz; Ele jamais recuou da cruz.

Quem levou Jesus à Cruz?  Isaias 53 responde prontamente esta pergunta.

-  Os nossos pecados levaram Jesus à cruz. O que matou Jesus não foram os açoites, nem os soldados, nem o suplício da cruz, fomos nós, os nossos pecados. Ele morreu pelos nossos pecados. Ele foi moído pelos nossos pecados. Na cruz Ele sorveu o cálice da ira de Deus sobre o pecado. Na cruz Ele foi feito pecado por nós. A espada da lei caiu sobre Ele, pois era o nosso substituto.

“Verdadeiramente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputamos por aflito, ferido de Deus e oprimido. Mas ele foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos sarados” (Is.53:4,5).

- O Pai levou seu Filho à Cruz. Jesus não foi à cruz porque a multidão sanguissedenta gritou: “crucifica-o, crucifica-o”. Ele não foi à cruz porque os sacerdotes o entregaram, por inveja; Ele não foi à cruz porque Judas o traiu, por ganância; Ele não foi à cruz porque Pilatos o sentenciou por covardia e os soldados o pregaram na cruz por crueldade; Ele foi à cruz porque o Pai o entregou por amor.

 “O Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de todos nós” (Is.53:6). 

“Todavia, ao Senhor agradou moê-lo, fazendo-o enfermar” (Is.53:10)

- Jesus voluntariamente foi à Cruz. Jesus marchou à Cruz como um rei caminha para a coroação. Segundo o texto de Isaias, Jesus voluntariamente se entregou por nós à Cruz - “Certamente, ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si” (Is.53:4); “Quando der ele a sua alma como oferta pelo pecado” (Is.53:10); “O seu servo, o Justo, com o seu conhecimento, justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si” (Is.53:11).

O Filho de Deus já havia se disposto a sacrificar-se pelo homem antes mesmo de toda Criação (Ap.13:8). E não foi uma decisão obrigada, mas voluntária, e havia assumido todas as consequências dessa decisão, inclusive a sua morte na cruz. Deus não teria criado o mundo, bem como o homem, se não tivesse incluído dentro do plano da criação, um plano de salvação. É nesse sentido que as Escrituras afirmam a existência de um plano salvador antes da fundação do mundo (Ef.1:4-11; 3:10; At.4:28; 2Tm.1:9; 1Pd.1:19). E este plano salvador se constituía em um mistério que seria revelado em tempo oportuno, e desde a eternidade estava oculto em Deus (Rm.16:25; Ef.3:9; Cl.1:26). Sempre foi do plano de Deus que o homem estivesse eternamente em comunhão com Ele. Dessa forma podemos dizer que a obra da Salvação já havia sido planejada de antemão e foi anunciada aos homens por meio da promessa da vinda do Messias Salvador, descrito nas Escrituras. Como prometido e planejado, Ele veio como o Unigênito do Pai.

- Jesus se entregou voluntariamente à Cruz e morreu sobre ela, mas venceu a morte. Ele tirou o aguilhão da morte, Ele matou a morte. A morte agora não tem a última palavra. Tragada foi a morte pela vitória.

- Jesus se entregou voluntariamente à Cruz, foi morto, mas ressuscitou. Ele está vivo. Ele venceu a morte. Ele rompeu os grilhões da morte. Ele conquistou para nós imortalidade. Portanto, a Cruz não é um sinal de derrota, e sim o maior sinal de vitória. Aleluia!

A Obra da Salvação, portanto, somente se consumou porque o Filho deu a Sua vida pela humanidade (João 10:15-18). A Salvação foi consumada na cruz do Calvário, quando Jesus morreu por nós (João 19:30; Cl.1:20; Ef.2:13,16). O homem não poderia, por si só, alcançar meios para restaurar a sua comunhão original com o seu Criador. Deus, pelo seu grande amor, providenciou um plano para trazer o homem de volta ao convívio com Ele. Este plano de Deus para a Salvação do homem, revelado à humanidade no momento mesmo da aplicação da penalidade pela prática do pecado, foi sendo executado desde então.

- O primeiro ato de Deus após a entrada do pecado no mundo foi imolar um animal, derramar seu sangue e com a pele providenciar vestes para o primeiro casal (Gn.3:21). Sangue fala do meio para a Redenção e vestes falam dos resultados, isto é, o usufruto da salvação (cf. Is.61:10; Jó 29:14; Ap.19:8; 3:18).

- O segundo ato deste plano foi a proibição de o homem ter acesso à árvore da vida por causa do pecado (Gn.3:22), acompanhado da expulsão do Éden (Gn.3:23). Como o salário do pecado é a morte (Rm.6:23), assim que o homem desobedeceu a Deus, morreu espiritualmente, ou seja, ficou sem comunhão com o Senhor, exatamente como Deus lhe havia falado (Gn.2:16,17). Estava, pois, arriscado a ficar eternamente separado de Deus, mas o Senhor, na sua infinita misericórdia, não o permitiu, impedindo que esta situação de morte adentrasse, de imediato, para o âmbito da eternidade (como ocorrera com os anjos rebeldes), impedindo o acesso do homem à árvore da vida e o expulsando do jardim do Éden.

Com estas medidas, Deus impediu que o homem, a exemplo dos anjos pecadores, vivesse numa dimensão eterna, condenado à inevitável e sempiterna separação de Deus, possibilitando ao homem que, mediante o arrependimento enquanto estivesse na dimensão terrena, pudesse desfrutar de uma eternidade com o Senhor. A partir de então, o Senhor iniciou a execução de seu plano que alcançou o seu ápice quando da própria encarnação do Deus Filho, momento que as Escrituras denominam de “a plenitude dos tempos” (Gl.4:4), instante em que Deus cumpre a sua promessa de providenciar, da semente da mulher, o único e suficiente Salvador, Jesus, o seu próprio Filho (Mt.1:21; Lc.2:11; Jo.3:16,17; At.4:12). Eis a razão pela qual a Bíblia, mais de uma vez, diz que Deus é o Deus da nossa salvação (1Cr.16:35; Sl.24:5; 51:14), bem como que a Salvação provém dele (Sl.3:8; 37:39; 62:1). Mas, precisamente porque a Salvação tem origem em Deus, podemos buscá-la e ter a certeza de que seus efeitos são permanentes e duradouros, pois, como qualquer outra obra do Senhor, a Salvação apresenta algumas características que demonstram a sua sublimidade e grandeza.

- A Salvação, por ter origem em Deus, é boa. Tudo quanto Deus fez é muito bom (Gn.1:31), e a Salvação não é exceção. A Salvação é boa porque demonstra a bondade e misericórdia de Deus para com o homem. Porque a salvação é boa, quando a conquistamos, somos separados do mal e passamos a fazer o bem (Mt.5:16; Rm.12:9-21; Gl.5:22; Ef.4:20-32).

- A Salvação, por ter origem em Deus, é eterna (Is.45:17; Hb.5:9). Deus é eterno e tudo quanto faz é, também, eterno e a Salvação não é exceção. A Salvação permite ao homem que, tendo seus pecados perdoados, passe a desfrutar de uma nova comunhão com Deus, uma comunhão que é eterna, e, por isso mesmo, é chamada pela Bíblia de “vida eterna” (João 3:16; 1João 2:25).

- A Salvação, por ter origem em Deus, é perfeita (Tg.1:17). A Salvação veio do alto, foi-nos dada por Deus e, por isso, é perfeita. A Salvação é tão perfeita que Jesus tirou o pecado do mundo (João 1:29), resolvendo, com o Seu sacrifício na Cruz, a questão que atormentava a humanidade desde a queda no jardim do Éden, de uma só vez, removendo os pecados e permitindo restabelecer a comunhão com Deus (Ef.2:13-16; Hb.9:26-28).

- A Salvação, por ter origem em Deus, é única (At.4:12). A Salvação é obra do único Deus, do Deus imutável, e, portanto, só pode haver uma forma de Salvação, um meio de Salvação, que é através de Jesus Cristo. Não existe outro modo de alcançarmos a Salvação a não ser pela fé em Cristo, pela aceitação do Seu único sacrifício.

- A Salvação, por ter origem em Deus, é um ato de amor (João 3:16). A Salvação é a maior demonstração do amor de Deus ao homem. Através da salvação, Deus revela o seu grande amor para com o homem, este amor incondicional e incompreensível, que se encontra muito além do nosso entendimento. Deus nos ama tanto que Se fez homem para pagar o preço dos nossos pecados e nos salvar, para que vivamos com Ele eternamente.

- A Salvação, por ter origem em Deus, é uma manifestação da graça de Deus (Tt.2:11). Deus, por intermédio da Salvação, mostra que oferece ao homem um “favor imerecido”, a “graça”. A Salvação não vem ao homem porque o homem a mereça (e reside aqui uma das grandes dificuldades dos homens em compreenderem a Salvação, pois sempre associam a Salvação a algum mérito, o que, evidentemente, está completamente fora dos padrões bíblicos e da revelação divina sobre o assunto), mas porque Deus quis favorecer o homem, por ser um Deus de graça, manifestada em Jesus Cristo (1Co.1:4).

- A Salvação, por ter origem em Deus, é um ato de justiça (Sl.65:5; 78:21,22; 98:2). Deus é justo (Ex.9:27) e, por isso, a Salvação é, também, a manifestação da Sua justiça. Por isso, a Salvação se fez mediante a morte de Cristo na cruz do Calvário, para pagar o preço da justiça divina, pois não há perdão sem derramamento de sangue (Hb.9:22) e o salário do pecado é a morte, de forma que se fazia necessário um sacrifício para o perdão de todos os pecados. Também, como a Salvação é um ato de justiça, não há como escapar da ira divina se não se atentar para esta tão grande Salvação (Hb.2:1-4). Só os que alcançarem a Salvação estarão livres da ira de Deus (Sl.85:4).

Há uma tendência atual de afirmar que, no final das contas, Deus, em sua graça, salvará a todos os perdidos, mesmo aqueles que jamais responderam (e mesmo rejeitaram) o sacrifício de Cristo. Essa perspectiva teológica, bastante cultivada atualmente, denomina-se de “universalismo”. Esse ensinamento é totalmente falso. O arrependimento sempre foi e continuará sendo uma prerrogativa àqueles que querem ser salvos. Veja os seguintes trechos bíblicos que comprovam tal fato:

Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc.16.16);

“Responderam eles: Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa” (At.16.31);

“Pedro então lhes respondeu: Arrependei-vos, e cada um de vós seja batizado em nome de Jesus Cristo, para remissão de vossos pecados” (At.2:38);

“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, de sorte que venham os tempos de refrigério, da presença do Senhor” (At.3:19).

Uma outra abordagem teológica, muito citada nos arraiais teológicos, em relação à Salvação, é a de que Deus teria elegido apenas alguns poucos. Muitos homens de Deus têm se deixado levar por este ensino, que consideramos errado, à luz da Bíblia Sagrada. Baseados em versículos bíblicos isolados, alguns seguidores da predestinação, transformam a decisão humana, diante do chamado divino à Salvação, em mera ilusão. A revelação bíblica, no seu contexto geral, conclama o ser humano, constantemente, a responder ao chamado divino, deixando claro que o Senhor deseja que todos se arrependam. Veja alguns trechos bíblicos sobre isso:

Mas, a todos quantos o receberam, aos que creem no seu nome, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus; os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus” (João 1:12,13).

“O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; porém é longânimo para convosco, não querendo que ninguém se perca, senão que todos venham a arrepender-se” (2Pd.3:9).

A Salvação é pela graça, pois é um favor imerecido (Ef.2:8), mas exige de cada um a aceitação de Jesus como Senhor e Salvador, o que requer uma atenção constante, sem o que não haverá como escaparmos da condenação (Hb.2:3) - “como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo Senhor, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram”.

O Senhor escolheu salvar o homem, mesmo sabendo que ele haveria de pecar, e previamente determinou que todos aqueles que crerem em Cristo serão salvos e os que não o crerem serão condenados. A Salvação é para todos os homens (Is.55:1; Tt.2:11), sem qualquer distinção, tanto que o primeiro casal foi expulso do Éden e impedido de tomar da árvore da vida para que toda a humanidade tivesse a mesma oportunidade de Salvação, até porque Deus é imparcial e não faz acepção de pessoas (cf. Dt.10:17; At.10:34), mas, já antes mesmo da fundação do mundo, o Senhor estipulou condições para que tal Salvação se desse, mas nem por isso deixou de querer que todos os homens se salvem (1Tm.2:4).

A Salvação é condicional e, portanto, não tendo havido cumprimento da condição, haverá, sim, a condenação eterna. Quem somos nós, vasos de barro, verdadeiros cacos, para querer discutir ou dizer o que deve fazer o oleiro, ainda mais quando ele já nos disse o que fará? Portanto, amados irmãos, glorificando a Deus por nos ter dado esta oportunidade imerecida de salvação, cumpramos a nossa parte, aceitando a Cristo como Senhor e Salvador, renunciando a nós mesmos, tomando a nossa cruz e seguindo ao Senhor Jesus (Mt.16:24), para que alcancemos a glorificação, tornando, assim, realidade em nossas vidas, esta maravilhosa promessa.




Que Deus abençoe Que possamos alcançar a maturidade suficiente para entendermos quão preciosa é a Obra da Salvação, que Deus, por meio de seu Filho Unigênito, manifestou a todos nós. E que possamos evidenciar ainda mais a nossa gratidão ao Pai pelo extraordinário dom que Ele nos ofertou, o dom da maravilhosa Salvação.

terça-feira, 1 de julho de 2025

JESUS O MANÁ DO CÉU


JESUS O MANÁ DO CÉU

Maná - O Pão da Vida - JESUS

João 6:32 Respondeu-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo: Não foi Moisés que vos deu o pão do céu; mas meu Pai vos dá o verdadeiro pão do céu.

1. Vinha do Céu.

2. Não havia outro alimento. Atos 4:12

3. Só veio naquele tempo. Hebreus 9:28

4. Foi provido por Deus. Efésios 2:8 

5. Era gratuito. Isaias 55:1

6. Era para todos. João 1:12

7. Era preciso a cooperação pessoal. João 1:39

8. Sustentava a vida. João 6:35

9. Era presente. Só podia ser encontrado no tempo marcado por Deus. Isaias 55:6

10. Nunca falhava. Hebreus 7:25

11. Se alguém perecesse, era por sua própria culpa. João 5:40  

PARA RECOLHER O MANÁ DE CADA DIA TINHA QUE SE ENCLINAR, OU AJOELHAR, NÃO EXISTIA OUTRO JEITO, OU ENCLINAVA OS JOELHOS OU VOLTAVA DE MÃOS VAZIAS.   

 


MANÁ – JESUS – PALAVRA DE DEUS

Êx 16.31- O povo de Israel chamou maná àquele pão. Era branco como semente de coentro e tinha gosto de bolo de mel. 

Nm 11.7- O maná era como semente de coentro e tinha aparência de resina.

Branco como nos tornamos ao sermos lavados no sangue de JESUS.

Na primeira vez que o comemos a palavra de DEUS achamos gostoso como mel.

Êx 16.32- Disse Moisés: “O SENHOR ordenou-lhes que recolham um jarro de maná e que o guardem para as futuras gerações, para que vejam o pão que lhes dei no deserto, quando os tirei do Egito”.

Recolher significa ler e guardar no coração, na mente, a Palavra de DEUS.

Guardar para futuras gerações, significa que a família deve possuir uma bíblia para que todos tenham acesso à palavra de DEUS.

Êx 16.33- Então Moisés disse a Arão: “Ponha numa vasilha a medida de um jarro de maná, e coloque-a diante do SENHOR, para que seja conservado para as futuras gerações”.

Significa que a Palavra de DEUS é para ser usada no julgamento de cada um e é eterna na presença de DEUS.

 Êx 16.34- Em obediência ao que o SENHOR tinha ordenado a Moisés, Arão colocou o maná junto às tábuas da aliança, para ali ser guardado.

Junto às tábuas da Aliança faz lembrar que a nova aliança em CRISTO é perpétua. Aliança está feita na Palavra de DEUS.

Ex 16.35- Os israelitas comeram maná durante quarenta anos, até chegarem a uma terra habitável; comeram maná até chegarem às fronteiras de Canaã.

Nos lembra de que para chegarmos à Canaã celestial temos que nos alimentar diariamente do maná celeste, a Palavra de DEUS – JESUS.

Nm 11.6- Mas agora perdemos o apetite; nunca vemos nada, a não ser este “maná”!

Isso fala da falta de interesse em ler que vem depois de um período de satisfação na leitura, enquanto tudo era novidade.

Nm 11.8- O povo saía recolhendo o maná nas redondezas, e o moía num moinho manual ou socava-o num pilão; depois cozinhava o maná e com ele fazia bolos. Tinha gosto de bolo amassado com azeite de oliva.

Recolhendo é igual a lendo,

Moía é igual a estudar,

Cozinhava é igual a meditar,

Fazer bolos precisa de ingredientes;

Significa procurar livros, dicionários, enciclopédias, tudo o que for possível para melhor assimilar a Palavra de DEUS.

Dt 8.3- Assim, ele os humilhou e os deixou passar fome. Mas depois os sustentou com maná, que nem vocês nem os seus antepassados conheciam, para mostrar-lhes que nem só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca do SENHOR.

Maná é relacionado ao pão espiritual, Palavra que sai da boca de DEUS.

 Sl 78.24- fez chover maná para que o povo comesse, deu-lhe o pão a dos céus.

Jo 6.31- Os nossos antepassados comeram o maná no deserto; como está escrito: ‘Ele lhes deu a comer pão dos céus”.

Novamente Maná relacionado com pão do céu, desceu do céu.

Jo 6.49- Os seus antepassados comeram o maná no deserto, mas morreram.

Apesar de comerem do Maná vindo do céu, este Maná era material, comida material, não foram agradecidos, não se arrependeram de seus pecados, por isso morreram pelo deserto.

Jo 6.51- Este é o pão que desceu dos céus. Os antepassados de vocês comeram o maná e morreram, mas aquele que se alimenta deste pão viverá para sempre”.

Este pão que agora é apresentado, é JESUS, o Pão Espiritual, alimento eterno, pão que dá vida, a Palavra viva de DEUS, o verbo divino.

Jo 6.51- Eu sou o pão vivo que desceu do céu. Se alguém comer deste pão, viverá para sempre. Este pão é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo”.

JESUS é o pão vivo, pão que dá vida eterna, este que por nós foi moído, foi triturado, sofreu e morreu na cruz pelos nossos pecados.

Ap 2.17- “Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. Ao vencedor darei do maná escondido.

Também lhe darei uma pedra branca com um novo nome nela inscrito, conhecido apenas por aquele que o recebe.

A promessa para quem lê, ouve, ensina esta Palavra é o maná escondido dos pecadores, mas revelado aos salvos, é JESUS mesmo.

Quem não comer da carne beber do sangue não tem parte com ELE.

Isso fala da ceia do Senhor - pão é verdadeiramente comida - é corpo de CRISTO. Vinho é verdadeiramente bebida - sangue de JESUS.

Maná - O Pão da Vida 

JESUS – O PÃO DA VIDA

Texto Bíblico: João 6:1-14

“Eu sou o pão da vida” (João 6:48)

INTRODUÇÃO

Ninguém além de Jesus é o Pão que dá a vida eterna. Ele mesmo disse: ‘Eu sou o pão da vida” (João 6:35). Ao dizer que é o Pão da vida é para Ele o mesmo que dizer: Eu sou o sustento da vida de vocês”. Estas palavras de Cristo são ricas em significado espiritual. Veja alguns pontos que ajudam a explicar esta passagem:

Fonte de sustento espiritual. Assim como o pão é essencial para a nutrição física, Jesus se apresenta como essencial para a nutrição espiritual. Ele oferece sustento e vida eterna para aqueles que acreditam nele.

Satisfação completa. Jesus afirma que aqueles que vêm a Ele nunca terão fome ou sede espiritual. Isso significa que Ele satisfaz completamente as necessidades espirituais dos crentes.

Vida eterna. Ao se referir a si mesmo como o "pão da vida", Jesus está falando sobre a vida eterna que Ele oferece. Através de Sua morte e ressurreição, Ele proporciona a salvação e a vida eterna para todos que creem.

Comunhão. O pão também simboliza a comunhão. Jesus convida os crentes a terem uma relação íntima e contínua com Ele, assim como o ato de comer é uma experiência diária e necessária.

Portanto, da mesma forma que o pão fornece aos nossos corpos força e nutrição, Jesus, o verdadeiro Pão do Céu, veio para fortalecer e nutrir o seu povo, para que jamais tenham fome.

Por ocasião da jornada do povo de Israel no deserto, Deus o proveu de “maná”, o pão que descia do céu, mas o “maná” foi um pão físico e temporal. O povo o comia e se sustentava por um dia. Mas era necessário que conseguissem mais pão todos os dias, e este pão não poderia impedi-los de morrer. Mas Jesus apresentou a Si mesmo como o Pão espiritual do Céu, que satisfaz completamente e que conduz à vida eterna.

Esta Lição visa demonstrar que somos dependentes de Deus. Essa dependência não se limita às necessidades materiais, mas, acima de tudo, refere-se à nossa necessidade espiritual, que só o “Pão da Vida” pode satisfazer plenamente.

I. JESUS, A MULTIDÃO E O MILAGRE DA MULTIPLICAÇÃO

1. A multiplicação de pães e peixes

O milagre da multiplicação dos pães e peixes, descrito em João 6:1-15, é um dos mais impactantes do ministério de Jesus, demonstrando Sua compaixão, poder e soberania sobre a criação. Esse episódio não apenas satisfez a fome física da multidão, mas apontou para uma realidade espiritual mais profunda: Jesus é o verdadeiro alimento que sustenta o crente em sua jornada para a Cidade Celeste.

Ao destacar que havia “cinco pães e dois peixinhos” (João 6:9), João mostra a insuficiência dos recursos humanos diante da necessidade, ressaltando que a provisão abundante vem de Cristo. Além disso, o fato de o milagre ser registrado nos quatro Evangelhos (Mt.14:13-21; Mc.6:32-44; Lc.9:10-17) revela sua importância teológica e prática: Jesus não apenas supre as necessidades físicas, mas ensina que a verdadeira saciedade está em confiar n’Ele como o Pão da Vida.

A expressão “Depois disso”, em João 6:1, conecta esse evento aos acontecimentos anteriores, provavelmente à Festa da Páscoa mencionada no capítulo 5, estabelecendo um contexto significativo. Como a Páscoa celebrava a libertação de Israel do Egito e a provisão do maná no deserto, esse milagre antecipa a revelação de Jesus como o verdadeiro pão que desceu do céu (João 6:32-35), oferecendo uma nova dimensão da redenção divina.

2. O milagre

Com relação ao milagre da multiplicação dos pães e peixes, o Rev. Hernandes Dias Lopes narra o seguinte:

“O milagre da multiplicação dos pães e dos peixes é o mais documentado e o mais público dos milagres. Está registrado em todos os evangelhos. Embora João omita vários detalhes do registro dos Evangelhos Sinóticos, oferece outros pormenores que não estão contemplados naqueles. Os Evangelhos Sinóticos, por exemplo, mencionam dois motivos pelos quais Jesus e seus discípulos foram para o lado oriental do Mar da Galileia. Primeiro, eles andavam muito atarefados com as demandas variegadas das multidões e nem sequer tinham tempo para comer. Segundo, estavam abatidos com a notícia trágica da morte de Joao Batista, por ordem do rei Herodes.

Hernandes Dias Lopes, citando Warren Wiersbe, diz que, com respeito ao milagre da multiplicação dos pães e dos peixes, foram propostas quatro soluções: Em primeiro lugar, os discípulos sugeriram que Jesus mandasse o povo embora (Mc.6:35); a segunda solução veio de Filipe, em resposta ao “teste” de Jesus: juntar dinheiro suficiente para comprar pão para o povo (João 6:5-7); a terceira sugestão veio de André, mas ele não estava seguro de como o problema seria resolvido (João 6:8,9); a quarta solução foi apresentado por Jesus, a verdadeira solução (João 6:10-13).

Se Filipe acentua a falta de dinheiro para alimentar a multidão, André destaca a pequena provisão disponível - cinco pães de cevada e dois peixinhos - para alimentar tanta gente. Mas ele mesmo, tomado pela lógica, deu seu parecer: “[...] o que é isto para tanta gente?”. Nenhum dos dois discípulos conseguiu discernir a disposição de Jesus para resolver o problema. Quando olhamos para a insignificância dos nossos recursos e a grandeza dos desafios, ficamos desesperados. Jamais poderemos atender à demanda das multidões se nos fiarmos em nossos próprios recursos.

O milagre de Deus ocorre quando o homem decreta sua falência. Eles tinham um déficit imenso. Era um orçamento desfavorável: cinco pães e dois peixes para alimentar uma grande multidão. O rapaz entregou seu lanche a André, que o levou a Jesus, e Jesus então o multiplicou. Não podemos fazer o milagre, mas podemos levar o que temos às mãos de Jesus. Deus não nos chama para prover para sua obra. Essa é a responsabilidade dele. Deus nos chama para colocarmos em suas mãos o que nós temos, ainda que sejam apenas alguns pães e peixes, e Ele cuidará da multiplicação.

Jesus opera o milagre valendo-se do pouco que eles tinham. O pouco nas mãos de Jesus é uma provisão suficiente para uma grande multidão. Há um ritual seguido por Jesus: Ele toma os pães e os peixes e dá graças; Ele os entrega aos discípulos, que os repartem com a multidão. A multidão come até se fartar. Foram cinco mil homens, além de mulheres e crianças alimentadas (Mt.14:21).

Nenhuma necessidade houve. Nenhuma escassez de provisão houve. Jesus tem pão com fartura. Aquele que se alimenta dele não tem mais fome. Ele satisfaz plenamente. Assim como Deus alimentou o povo com maná no deserto, agora Jesus está alimentando uma multidão. O mesmo Deus que multiplicou o azeite da viúva está agora multiplicando pães e peixes. O mesmo Jesus que transformou água em vinho está agora exercendo o seu poder criador para multiplicar os pães e os peixes.

O milagre da multiplicação é da economia de Cristo; a obra da distribuição é da responsabilidade dos discípulos. Jesus sempre tem pão com fartura para os famintos; cabe-nos, porém, a sublime tarefa de alimentá-los! Somos cooperadores de Deus. O milagre vem de Jesus, mas nós o repartimos com a multidão. Não temos o pão, mas o distribuímos a partir das mãos de Jesus”.

3. Qual era o interesse da multidão? 

A multidão que seguia Jesus demonstrava um interesse superficial e utilitarista em relação ao Mestre. Em João 6:2, o evangelista destaca que o povo buscava Jesus “porque via os sinais que operava sobre os enfermos”. Isso revela uma motivação equivocada: em vez de desejar um relacionamento genuíno com Cristo e absorver seus ensinamentos, muitos estavam apenas interessados nos benefícios imediatos que Ele podia proporcionar.

No dia seguinte à multiplicação dos pães, Jesus confronta diretamente essa atitude, afirmando: “Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes os sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes” (João 6:26). Ele deixa claro que sua missão não se limitava a suprir necessidades materiais, mas a oferecer o verdadeiro pão da vida – a salvação e o alimento espiritual que satisfaz eternamente (João 6:27,35).

A postura daquela multidão reflete uma realidade ainda presente em nossos dias. Muitos buscam a Deus apenas por aquilo que Ele pode dar – bênçãos, prosperidade, cura.... – Mas não têm interesse em um compromisso real com Cristo. No entanto, Jesus não veio apenas para atender às necessidades terrenas, mas para transformar o ser humano por meio de sua Palavra e de uma nova vida em comunhão com Deus. Assim, Ele nos ensina que a verdadeira fé não se baseia no que podemos receber d’Ele, mas na entrega e na adoração ao único que pode dar sentido e plenitude à existência.

II. JESUS DESAFIA A FÉ DOS DISCÍPULOS

1. “E Jesus subiu ao monte” (João 6:3)

A menção de que Jesus subiu ao monte não aponta para um local geograficamente definido, mas simboliza um padrão comum em seu ministério. Em diversos momentos, Ele se retirava para montes ou lugares elevados para ensinar, orar e preparar os discípulos (Mt.5:1; 14:23; Lc.6:12). Esse gesto reflete um propósito pedagógico e espiritual, criando um ambiente propício para instrução e reflexão.

Ao sentar-se com os discípulos, Jesus demonstra uma postura de mestre, típica dos rabis judeus ao ensinar seus seguidores. Nesse contexto, Ele percebe a aproximação da multidão e inicia um teste de fé com Filipe ao perguntar sobre a possibilidade de alimentar aquela grande quantidade de pessoas. Essa pergunta não era uma busca por informação, mas um desafio à visão espiritual dos discípulos. O Senhor frequentemente usava situações cotidianas para expandir a compreensão de seus seguidores, ensinando-lhes que a provisão divina vai além dos recursos humanos.

Esse momento ressalta que a fé é construída em meio aos desafios. Jesus já sabia o que faria (João 6:6), mas queria que seus discípulos aprendessem a confiar Nele e não apenas em soluções lógicas e materiais. Assim, essa passagem nos ensina que, muitas vezes, Deus nos coloca diante de situações impossíveis para que aprendamos a depender totalmente dele e não dos nossos próprios meios.

Possíveis localizações do Monte

Embora o Evangelho de João não identifique especificamente qual monte Jesus subiu em João 6:3, algumas conjecturas podem ser feitas com base na geografia da região e nos relatos dos Evangelhos Sinóticos:

a)   Colinas ao leste do mar da Galileia. A tradição cristã e estudiosos sugerem que esse monte poderia estar localizado nas colinas próximas a Betsaida, uma cidade situada ao norte do mar da Galileia. Essa região possuía terrenos elevados que poderiam servir como um local adequado para Jesus se afastar e ensinar.

b)   Monte das Bem-Aventuranças. Algumas tradições apontam que o local do sermão da montanha (Mt.5–7) e o local da multiplicação dos pães poderiam estar na mesma região. O Monte das Bem-Aventuranças fica a noroeste do mar da Galileia e possui uma vista ampla da região, o que se encaixa na descrição de João 6:3.

c)   Região de Golã. Alguns estudiosos sugerem que Jesus poderia ter se dirigido a uma área montanhosa ao leste do mar da Galileia, na região das colinas de Golã, que possuía elevações suficientes para permitir que Ele avistasse a multidão se aproximando.

Independentemente da localização exata, o ato de Jesus subir ao monte carrega um significado simbólico importante. Nos Evangelhos, os montes frequentemente são lugares de comunhão com Deus, revelação e ensino. Moisés subiu ao monte Sinai para receber a Lei (Êx.19), Elias teve um encontro com Deus no monte Horebe (1Rs.19), e Jesus frequentemente se retirava a montes para orar e ensinar (Mt.14:23; Lc.6:12).

Assim, o monte em João 6:3 não é apenas um local geográfico, mas um espaço onde Jesus prepara um grande ensinamento: Ele não apenas provê pão físico, mas apresenta-se como o verdadeiro Pão da Vida (João 6:35).

2. O desafio para os discípulos

Jesus utilizou a necessidade da multidão como um meio de ensinar uma lição profunda aos seus discípulos sobre fé, dependência de Deus e a limitação do esforço humano. Quando confrontado com a fome de milhares de pessoas, Filipe reagiu de maneira lógica e racional, calculando o custo necessário para alimentar a multidão: “Duzentos dinheiros de pão não lhes bastarão, para que cada um deles tome um pouco” (João 6:7). Sua resposta reflete uma mentalidade comum aos seres humanos, que muitas vezes limitam sua visão ao que é materialmente possível, esquecendo-se do poder sobrenatural de Deus.

O teste aplicado a Filipe (João 6:6) não foi apenas um questionamento sobre como resolver um problema prático, mas uma oportunidade para ele perceber que, diante das impossibilidades humanas, Deus pode intervir milagrosamente. A solução apresentada por André também revela um senso de inadequação: “Está aqui um rapaz que tem cinco pães de cevada e dois peixinhos, mas o que é isto para tantos?” (João 6:9). A incredulidade diante da limitação dos recursos mostra como os discípulos ainda precisavam amadurecer na fé.

Jesus, no entanto, não repreendeu a lógica humana de Filipe e André, mas demonstrou que a fé verdadeira ultrapassa a razão. Ele tomou os pães e peixes, deu graças e multiplicou o alimento, mostrando que a provisão divina é abundante e suficiente para suprir todas as necessidades. Esse milagre ensina que, para cumprir a missão do Reino, os discípulos não devem confiar apenas em seus próprios recursos ou estratégias, mas devem aprender a confiar na provisão sobrenatural de Deus.

Assim, esse episódio reforça que o Senhor desafia a fé dos seus seguidores não para expô-los ao fracasso, mas para expandir sua confiança n'Ele e ensiná-los a depender inteiramente do poder divino.

3. Uma lição de provisão

A multiplicação dos pães e peixes revela uma poderosa lição sobre a provisão divina. O fato de a solução ter vindo de um simples menino, com um pequeno lanche, ilustra que Deus pode usar os recursos mais improváveis para cumprir os seus propósitos. Os cinco pães de cevada e dois peixinhos representavam uma oferta humilde e aparentemente insignificante diante da grande necessidade da multidão. No entanto, quando colocados nas mãos de Jesus, tornaram-se mais do que suficientes.

Ao tomar os pães e peixes, Jesus deu graças ao Pai, demonstrando dependência e gratidão antes mesmo da multiplicação acontecer. Esse gesto ensina que a provisão de Deus vem acompanhada de fé e reconhecimento de que tudo pertence a Ele. Após a distribuição, o milagre não apenas supriu a fome do povo, mas sobrou alimento, de modo que os discípulos recolheram doze cestos cheios (João 6:12,13). O número doze pode simbolizar a suficiência de Deus para suprir seu povo, incluindo os doze discípulos, reforçando a ideia de que o Senhor nunca dá apenas o necessário, mas abundantemente além do que pedimos ou pensamos (Ef.3:20).

Essa passagem ensina que a provisão de Deus não se limita à lógica humana. Muitas vezes, olhamos para nossas limitações e dificuldades e nos esquecemos de que Deus é poderoso para transformar o pouco em muito. Ele nos convida a confiar n’Ele, oferecendo o que temos, por mais insignificante que pareça, pois nas mãos de Cristo, até o menor recurso se torna suficiente para suprir grandes necessidades.

Assim, a multiplicação dos pães e peixes não foi apenas um ato de provisão física, mas uma lição de fé e confiança. Deus deseja que dependamos d’Ele em todas as áreas da vida, certos de que Ele é o nosso provedor fiel, capaz de surpreender com soluções extraordinárias para aqueles que confiam plenamente em Seu poder.

III. JESUS – O PÃO QUE DESCEU DO CÉU

1. Qual é o real interesse da multidão?

O interesse da multidão por Jesus estava profundamente enraizado na satisfação de suas necessidades imediatas e materiais. Quando chegaram a Cafarnaum e encontraram Jesus, sua preocupação não era compreender o significado do milagre da multiplicação dos pães e peixes, mas sim descobrir como Ele havia chegado ali. A pergunta deles: "Rabi, quando chegaste aqui?" (João 6:25) revela um interesse superficial e carnal, baseado mais na curiosidade do que em um desejo genuíno de aprender dele.

Jesus, conhecendo os corações, não responde diretamente à pergunta, mas confronta suas intenções: "Em verdade, em verdade vos digo que me buscais, não porque vistes sinais, mas porque comestes do pão e vos saciastes” (João 6:26). Essa declaração expõe uma realidade preocupante: eles não estavam buscando Jesus como o Messias ou como Aquele que revelava a vontade do Pai, mas apenas como alguém que poderia suprir suas necessidades materiais. Eles haviam experimentado a provisão milagrosa, mas não compreenderam o significado espiritual por trás do sinal.

Em resposta, Jesus exorta a multidão: "Trabalhai, não pela comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o Filho do Homem vos dará, porque a este o Pai, Deus, o selou” (João 6:27). Aqui, o Mestre redireciona o foco da multidão, contrastando as necessidades temporais com as eternas. O sustento físico é necessário, mas não deve ser o centro da vida. Mais importante que o pão material é o verdadeiro alimento que nutre a alma e conduz à vida eterna: Ele mesmo, o Pão que desceu do Céu.

Essa advertência de Jesus continua sendo essencial para a Igreja hoje. Muitos buscam a Cristo apenas pelos benefícios terrenos, como prosperidade, cura ou soluções imediatas para problemas. No entanto, Jesus nos convida a um relacionamento mais profundo, no qual Ele não é apenas o provedor de bênçãos materiais, mas a própria essência da vida espiritual. Buscar apenas o que é passageiro nos afasta da verdadeira comunhão com Deus. Portanto, como discípulos, devemos ter fome e sede da Palavra de Deus, entendendo que somente Jesus pode satisfazer plenamente as necessidades mais profundas da alma humana (João 6:35).

2. O Pão do Céu – A identidade de Jesus

A identidade do "pão do céu" é inquestionavelmente atribuída ao próprio Cristo. Ao declarar: "Eu sou o pão da vida" (João 6:35,48,51), Jesus não apenas revela sua missão de saciar a fome espiritual da humanidade, mas também faz uma afirmação contundente sobre sua natureza divina. A expressão "Eu sou” usada por Ele diversas vezes no Evangelho de João, ecoa a autodeclaração de Deus a Moisés na sarça ardente: "Eu Sou o que Sou” (Êx.3:14). Isso evidencia que Jesus não é apenas um profeta ou mestre, mas o próprio Deus encarnado.

As sete declarações "Eu Sou" no Evangelho de João

João enfatiza a divindade de Cristo por meio de sete afirmações fundamentais, nas quais Jesus se identifica com aspectos essenciais da vida espiritual:

a)   "Eu Sou o Pão da vida" (João 6:35,48,51). Jesus é o verdadeiro sustento espiritual, diferente do alimento físico que é temporário.

b)   "Eu Sou a Luz do mundo" (João 8:12; 9:5). Ele ilumina a escuridão do pecado e guia à verdade.

c)   "Eu Sou a Porta das ovelhas" (João 10:7,9). A única entrada legítima para a salvação e para o Reino de Deus.

d)   "Eu Sou o Bom Pastor" (João 10:11,14). Ele cuida, protege e dá a vida por suas ovelhas.

e)   "Eu Sou a Ressurreição e a Vida" (João 11:25). O poder sobre a morte e a promessa da vida eterna.

f)    "Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida" (João 14:6). A única via de acesso ao Pai.

g)   "Eu Sou a Videira verdadeira" (João 15:1,5). A fonte da comunhão e do crescimento espiritual para os crentes.

Cada uma dessas declarações reforça que Jesus não apenas veio para ensinar sobre Deus, mas para ser o próprio meio pelo qual Deus se revela e concede vida eterna aos que creem Nele.

O Maná e o verdadeiro Pão do Céu

Jesus faz uma comparação direta entre o maná dado a Israel no deserto e o verdadeiro pão do céu (João 6:32). No tempo de Moisés, Deus supriu milagrosamente o povo com o maná, um alimento físico temporário. Contudo, aqueles que comeram do maná ainda morreram. Jesus, por outro lado, afirma:

“Este é o pão que desce do céu, para que o que dele comer não morra. Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre” (João 6:50,51).

Essa afirmação deixa claro que Ele não está falando de um alimento terreno, mas de uma realidade espiritual. O maná era um símbolo provisório da provisão de Deus, enquanto Jesus é a provisão definitiva. Quem se alimenta dele, ou seja, quem crê e recebe sua vida, não apenas terá sustento espiritual, mas a garantia da vida eterna (João 6:50,51).

Assim, essa passagem nos ensina que a busca pelo sustento verdadeiro não deve estar focada apenas nas coisas terrenas, mas em Cristo, o Pão da Vida (João 6:35), que satisfaz plenamente a fome espiritual e concede vida eterna aos que Nele confiam.

3. O que é “comer o pão”? 

A expressão "comer o pão" no discurso de Jesus em João 6:51 tem um significado profundamente espiritual e simbólico. Ao afirmar que "o pão que eu der é a minha carne", Jesus aponta para sua morte sacrificial na cruz. Ele não está falando literalmente de comer sua carne, mas sim de receber, pela fé, o benefício de sua obra redentora.

A associação entre o pão da vida” e sua carne dada pela vida do mundo” se relaciona diretamente com o sacrifício vicário de Cristo. Ele morreu para que todo aquele que nele crê tenha vida eterna. Mais tarde, o apóstolo Paulo reafirma esse princípio ao associar o pão da Ceia do Senhor ao corpo de Cristo, dizendo: "Isto é o meu corpo, que é partido por vós; fazei isto em memória de mim” (1Co.11:24).

Assim, comer o pão significa aceitar, pela fé, a obra redentora de Jesus, apropriando-se de sua vida e sacrifício.

A diferença entre o maná e o Pão da vida

Jesus faz uma distinção fundamental entre o maná dado a Israel no deserto e Ele próprio como o Pão da vida:

a)   O maná era provisório; Jesus é eterno

Os israelitas que se alimentaram do maná no deserto acabaram morrendo fisicamente (João 6:49).

Aqueles que se alimentam de Cristo pela fé terão vida eterna (João 6:50,51).

b)   O maná era um sustento físico; Jesus é o sustento espiritual

O maná supria a necessidade corporal dos israelitas.

O Pão da Vida alimenta a alma, dando sentido, propósito e salvação eterna.

c)   O maná era ingerido fisicamente; o Pão da Vida é recebido pela fé

O maná era mastigado e digerido, servindo apenas para a nutrição física.

Jesus, como o Pão da Vida, deve ser recebido espiritualmente por meio da fé.

O Pão não deve apenas ser conhecido, mas apropriado

Um dos ensinamentos centrais dessa passagem é que Cristo não deve ser apenas reconhecido como Salvador, mas experimentado pessoalmente como Senhor e Redentor.

Muitas pessoas ouvem sobre Jesus, mas poucas realmente se alimentam dele. espiritualmente

Receber Cristo como o Pão da Vida significa:

  • Crer nele de forma genuína (João 6:47).
  • Apropriar-se de sua graça e viver por Ele (João 6:57).
  • Depender dele como única fonte de vida e salvação.

Assim, a metáfora do comer o pão” nos ensina que a fé verdadeira exige mais do que conhecimento intelectual; exige um compromisso total e uma comunhão profunda com Cristo. Somente aqueles que se alimentam dele, vivendo por Ele, desfrutarão da plenitude da vida eterna.

CONCLUSÃO

Aprendemos nessa Lição sobre a identidade e a missão de Jesus como o verdadeiro Pão da Vida. A multidão que O seguia buscava apenas satisfação material, mas Cristo os desafiou a enxergar além do pão terreno e a desejar o alimento que conduz à vida eterna. Assim como o maná sustentou Israel no deserto, mas não os livrou da morte, Jesus se apresenta como o verdadeiro Pão do Céu, aquele que sacia plenamente a fome espiritual e concede vida eterna àqueles que Nele creem.

Comer deste Pão significa mais do que apenas conhecer a Cristo; envolve apropriar-se dele pela fé, reconhecendo que sua morte e ressurreição são a única fonte de salvação. Ele nos convida a uma vida de total dependência dele, não apenas para provisão terrena, mas para a nutrição espiritual que transforma e sustenta eternamente.

Portanto, que nossa busca não se limite às necessidades temporais, mas que desejemos continuamente nos alimentar de Cristo, pois somente Ele satisfaz a alma e nos conduz à vida abundante e eterna.

 

Postagens

TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME

  TOME A SUA CRUZ E SIGA-ME Explicação de Lucas 9:23: Tome sua cruz e siga-me Quando Jesus disse: “Tome a sua cruz e siga-me”, ele estav...

Postagens Mais Visitadas